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Outubro de 2020
1. Introdução
Os sons encontrados nos ambientes de trabalho possuem diversas
intensidades, podem ser desejáveis ou não. Faz-se necessário avaliar o
limiar entre som e ruído, uma vez que ambos podem inferir benefícios e
malefícios ao homem. Segundo Mattos, o ruído pode ser definido como um “som
indesejável” Mas como chegar a um consenso sobre sons que sejam indesejáveis para
todos? Eis um problema verdadeiramente social
O som por tratar-se de uma onda com características periódicas e harmônicas
tem como principais papéis as funções: desejável(quando este é útil e
contribui para o bem-estar do homem), imprescindível (como os sons
necessários para resgates em florestas onde a visão é limitada) e
indesejável (músicas altas que incomodam). O ruído, por sua vez, apenas é
indesejável, aperiódico e acarreta malefícios ao homem.
Sendo assim, ambos se caracterizam como ondas mecânicas que
dependem de um meio para propagar-se. O choque resultante entre as
moléculas produz uma pressão atmosférica, a qual interage com o sistema
auditivo humano e dá início à audição. Quanto maior essa pressão, maior
os choques e o volume ocupado por essas moléculas. Logo, o conceito de
“volume” utilizado no cotidiano está intrinsecamente ligado à intensidade sonora.
Vale salientar a característica “timbre”, a qual está relacionada aos sons agudos e
graves.
Com base nesses conceitos, que são indispensáveis para melhor
compreensão a respeito dos ruídos - principalmente de suas causas e
consequências - buscamos portanto, observar criticamente as dimensões desses
danos , e modelos que atenuem a problemática de forma laboral e aplicável às
condições pertinentes a sua exposição.
2. Legislação
A questão de Ruídos é abordado tanto pelas normas regulamentadoras (NR)
quanto pelas normas técnicas brasileiras. São elas:
● NR 15 - Norma regulamentadora de atividades e operações Insalubres;
● NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico;
● NBR 12179 - Norma regulamentadora dos tratamento acústico em recintos
fechados;
2.2. NBR10152
Esta Norma fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em
ambientes diversos. Os principais estão listados abaixo:
O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto que o
valor superior significa o nível sonoro aceitável para a finalidade. Níveis superiores aos
estabelecidos nesta Tabela são considerados de desconforto, sem necessariamente
implicar risco de dano à saúde;
2.3. NBR12179
Norma regulamentadora dos tratamento acústico em recintos fechados; Som: é toda e
qualquer vibração ou onda mecânica que se propaga em um meio, sob forças externas
que faz as pessoas terem uma sensação auditiva; Ruídos: são caracterizados por sons
indesejados, que tem uma mistura de sons cujas frequências não seguem nenhuma lei
precisa;
Isolamento acústico: Processo pelo qua1 se procura evitar a penetração ou a saída de
ruídos ou sons, em um determinado recinto. Compreende a proteção contra ruídos e
sons aéreos e ruídos ou sons de impacto; Tratamento Acústico: é o processo pelo qua1
se procura dar a um recinto, pela finalidade a que se destina condições que permitam
boas audições às pessoas nele presentes; Nível de som: nível de pressão acústica
(sonora) compensada, obtido através do uso de medidores, calibrados de acordo com a
NBR 7731.
Roteiro para o desenvolvimento do tratamento acústico no recinto compreende
determinações para: Isolamento acústico - através do uso adequado de materiais capazes
de permitir a necessária impermeabilidade acústica, previamente fixada;
Condicionamento acústico - pelo estudo geométrico-acústico do recinto e cálculo do
tempo de reverberação.
3. Fisiologia Auditiva
A fonte sonora provocará o choque de moléculas em sua origem e essa onda de
pressão chegará aos pavilhões auditivos (orelhas). A forma das orelhas ajuda a à
captação de sons no meio ambiente pelo sistema auditivo.
Já o ouvido é um sistema mais elaborado, que na verdade é subdividido em três
partes integradas: o ouvido externo, que estabelece a ligação do sistema com o meio
externo. O ouvido médio, que é a estrutura de conversão e amplificação da percepção da
onda de pressão sonora para uso do sistema. O ouvido interno, que consiste na estrutura
de interface que transforma a percepção do ouvido externo, convertida pelo ouvido
médio, em um sinal cerebral. Esta interface possui sensores especializados (que formam
a membrana basilar) conectados aos nervos auditivos que realizam a sinapse entre estes
sensores e as regiões cerebrais da sensibilidade auditiva.
O ouvido, pequeno buraco ou duto, é um eficiente mecanismo de captura e
transformação da pressão sonora provocada pelo choque das moléculas decorrentes da
vibração. Primeiramente ele realiza a captura, e é disso que se ocupa o ouvido externo.
Depois, transforma essa pressão em energia hidráulica, por meio da ação combinada dos
ossículos; esta é a função do ouvido médio. E, finalmente, envia a percepção codificada
em impulsos elétricos para o cérebro.
O ouvido externo termina numa superfície análoga ao couro de tambor, e é esse
“tambor” que recebe a pressão sonora sob a forma de impacto. Esse tambor chama-se
tímpano, ele tem sua parte interior situada no ouvido médio, e está acoplado a um
sistema de três pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo. Esse acoplamento, tal como
um pistão, transforma o impacto da pressão sobre a área do tímpano em um “soco”,
numa pequena área do ouvido interno, onde existe um líquido específico (líquido
coclear). Nesta conversão, há uma formidável amplificação, porque a área do estribo,
que golpeará o líquido coclear, é bem menor do que a área do tímpano. Ao mesmo
tempo, o “pistão” também comunicará ao líquido a frequência da onda de pressão que
fustiga o tímpano. E é no interior do ouvido interno, na cóclea, onde fica o líquido que
recebe o sinal de pressão vindo do tímpano, é revestida de um tecido (membrana
basilar). Esta é formada por células especializadas em reagir somente a uma faixa de
frequência. E, para grupo de frequências, existe um nervo auditivo que repassa a
informação ao cérebro.
4. Impactos dos Ruídos na Saúde do Trabalhador
Ruídos de mensuração alta podem afetar diretamente as estruturas do
aparelho auditivo e provocar danos irreparáveis ao longo da exposição. Pode-se
citar danos como surdez temporária, permanente e irritabilidade. Também existem
os efeitos indiretos causados pela perda gradativa da audição, tais como:
isolamento social, hipertensão arterial, fadiga e perturbações no sono.
O aparelho auditivo percebe frequências entre 20 e 20.000 Hz Voz humana se
situando entre 100 e 8.000 Hz; Conversa acontecendo entre 400 e 4.000 Hz. Abaixo de
20 Hz, tem-se os infra sons e, acima de 20.000, os ultrassons (os infrassons e os
ultrassons são nefastos e perigosos);
Os infra sons Produzem efeitos conhecidos como síndrome dos viajantes; Em
intensidade elevada, produzem no corpo o efeito de um golpe agudo e de lenta
recuperação, por atingir a musculatura de forma profunda (efeito de ressonância). Os
ultrassons Podem provocar efeitos análogos ao da síndrome dos viajantes; Em altas
intensidades, porém, podem chegar a provocar sensação de queimadura na pele.
Observação: sons na faixa auditiva também podem provocar efeitos negativos na
saúde; Efeitos mais comuns: estresse auditivo e Surdez.
5. Formas de Correção e Adequação para Eliminar ou Controlar Ruídos
A produção de ruídos no ambiente industrial é muito frequente devido
à grande quantidade de máquinas e equipamentos. Tendo em vista os
impactos causados aos trabalhadores pela exposição contínua aos ruídos, faz
se necessário a aplicação de meios de controle e/ou preventivos que cessem
ou evitem a sua propagação e, consequentemente, seus danos. Desta forma,
contribuímos para um ambiente mais saudável e seguro.
Usualmente, quando se trata de ruídos, a solução dada por muitas empresas
é o uso de protetores auriculares (medidas individuais). No entanto, em um
ambiente coletivo, é necessário que sejam tomadas medidas corretivas, por serem
muito mais eficientes.
É preciso lembrar ainda que, programas de prevenção e controle de ruídos deve
ser de inteiro interesse da própria indústria e empresa, uma vez que, evita
acidentes e seus consequentes gastos, além de proporcionar um melhor rendimento
dos trabalhadores.
Existem vários meios de combater os ruídos, a mais eficiente
certamente é a ação diretamente na fonte, mas geralmente há vários limitantes.
A mais utilizada é a ação no meio,há menos limitantes e é também muito
eficiente. O método menos eficaz é, portanto, no operador (“vítima”).
6. Exemplos
Fiscal de pátio Aeroporto:
Esse exemplo trata do taxiamento de uma aeronave, onde o trabalhador sinaliza
através de bastões, informando para o piloto as informações necessárias para fazer a
operação. Todos os trabalhadores devem usar algum tipo de protetor auricular, para
evitar danos a sua saúde, pois o ruído gerado por uma turbina de avião pode chegar a
níveis superiores a 140 dB. Uma amplitude muito alta e que pode causar muitos efeitos
prejudiciais à saúde.
Link do vídeo de de exemplo do fiscal de pátio do aeroporto:
https://www.youtube.com/watch?v=hiob_JBgAmA&ab_channel=FabianoFelicio
Martelo Pneumático:
O exemplo a seguir mostra o barulho de um martelo pneumático, onde ele chega níveis
de ruído superiores a 115 dB, sem proteção adequada oferece risco grave à saúde. Uma
maneira de evitar a exposição contínua desse tipo de ruído e à vibração do martelete
pneumático em construção civil, é possível estabelecer o rodízio de operadores.
Link do vídeo de de exemplo do martelo pneumático:
https://www.youtube.com/watch?v=J4_c4otWaWA&ab_channel=LocaengeCom%C3%
A9rcio
Fábrica Têxtil:
Esse exemplo mostra o barulho produzido por uma indústria têxtil, a qual tem um
elevado nível de ruído no ambiente de trabalho. Os níveis de som de uma indústria pode
chegar acima de 100 dB, porém isso vai depender bastante da quantidade de capital que
uma empresa tem para eliminar esse problema.
https://www.youtube.com/watch?v=sp1ZHLixGkI&t=38s&ab_channel=JUANPABLO
HERNANDEZFLORES
7. Referências
MATTOS, Ubirajara Aluizio de Oliveira; MÁSCULO, Francisco Soares. Higiene e
Segurança do Trabalho. Ed Elsevier: 2011.
ABNT. NBR 10152. Níveis de ruído para conforto acústico, dez. 1987.
ABNT NBR 121719. Tratamento acústico em recintos fechados, abr. 1992.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA NR-15. Atividades e operações insalubres.
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br