De acordo com a pesquisa da Funai - Fundação Nacional do Índio – em 1500
com a chegada dos Portugueses a população indígena era, aproximadamente, de 3
milhões de habitantes, porém com o genocídio que perpassa a história do Brasil até os tempos atuais, fez com que diminuísse consideravelmente o número de habitantes, segundo o censo do IBGE realizado em 2010, o país tinha 896,9 mil indígenas. Logo, é nítido as marcas de opressão e dominação - usando a violência e marginalização como mecanismos - por todo o histórico brasileiro em relação aos povos originários, como o caso dos atentados que a reserva indígena Yanomami vem sofrendo com a invasão de garimpeiros em busca da extração ilegal do ouro. Assim, a falta de respeito sofridos pelas terras protegidas demonstra um enorme descaso do Estado com a sua própria história, cultura e princípios éticos, que acabam resultando em uma ‘’brecha‘’ – ora consciente ora inconsciente – a qual os garimpeiros utilizam para oprimir e dominar o território em prol da sua atividade capitalista que também demonstra ser um mecanismo de opressão na sociedade.
Logo, as obras dos artistas Yanomami são formas de resistência da
comunidade contra a transgressão dos direitos que resguardam suas dignidades como cidadãos e como povos originários. Ademais, os artistas indígenas na tentativa bem sucedida de representar fielmente a natureza e os costumes, conseguem entregar reflexões sobre as intuições, conhecimento diversificado e acima de tudo: Um apelo para olharmos a natureza e a cultura dos povos originários com compaixão, simpatia, despreconceito e respeito, assim conseguindo desmembrar uma sociedade que por estruturas e instituições consegue ser oposto dos adjetivos apelados. Destarte, a psicologia comunitária caracterizada por possuir funções sociais e políticas e objetiva o trabalho direto, a promoção de uma consciência , fortalecimento de vínculos e cultura, uma estratégia individual e coletiva para a obtenção dos direitos e condições melhores. Segundo o Doutor em Sociologia Política Rodrigo Horochovski “(...) Empoderar, configura uma perspectiva emancipatória de empoderamento, processo pelo qual indivíduos, organizações e comunidades angariam recursos que lhes permitem ter voz, visibilidade, influência e capacidade de ação e decisão, visando reequilibrar a estrutura do poder organizada na sociedade). Ou seja, o empoderamento significa aumentar o poder da sociedade civil na gestão pública. Em conclusão, o mecanismo de empoderamento supracitado utilizado como fator principal no trabalho psicológico com a comunidade Yanomani não é somente o mais eficaz por servir no contexto como ponte para a tentativa de acabar com a opressão, passada nos atentados, mas como também servirá como ‘’lembrete’’ para sempre a comunidade Yanomani se orgulhar e nunca desistir de prezar suas raízes e direito de cultivar elas no território que é de direito previsto pela constituição e memória histórica.