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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - CAMPUS SERTÃO

ENGENHARIA CIVIL

FLÁVIO VASQUES

KARLA SILVA

LAURA NUNES

MURILO COSTA

TALITA NASCIMENTO

O PODER NA SOCIEDADE EM REDE


MANUEL CASTTLES

DELMIRO GOUVEIA – AL
2017
O PODER NA SOCIEDADE EM REDE
MANUEL CASTTLES

Manuel Castells Oliván (Hellín, 9 de fevereiro de 1942) é um sociólogo espanhol.


Entre 1967 e 1979 lecionou na Universidade de Paris, primeiro no campus
de Nanterre e, em 1970, na "École des Hautes Études en Sciences Sociales". No livro
"A sociedade em rede", o autor defende o conceito de "capitalismo informacional".
Foi nomeado em 1979 professor de Sociologia e Planejamento Regional
na Universidade de Berkeley, Califórnia. Em 2001, tornou-se pesquisador
da Universidade Aberta da Catalunha em Barcelona. Em 2003, juntou-se à Universidade
da Califórnia do Sul, como professor de Comunicação.
Segundo o Social Sciences Citation Index Castells foi o quarto cientista social mais
citado no mundo no período 2000-2006 e o mais citado acadêmico da área de
comunicação, no mesmo período.
Atualmente Castells vive entre Barcelona e Santa Mônica, com sua esposa, Emma
Kiselyova.
O QUE É PODER?
Importância do poder
Poder: processo mais fundamental na sociedade, já que a sociedade é definida em torno
de valores e instituições, e o que é VALORIZADO é definido pelas relações de poder.
O que é poder?
O poder é a capacidade relacional (podendo ou não ser uma relação social) que permite
a um ator social (variedade de sujeitos da ação: atores individuais, atores coletivos,
organizações, instituições e redes), influenciar assimetricamente a decisões de outro (s)
atore (es) social (is) de forma que favoreçam à vontade, os interesses e os valores do
ator que detém o poder.
Como é exercido o poder?
O poder é exercido por meio de coerção (ou a possibilidade de coerção) ou pela
construção de significados com base em discursos onde os atores sociais orientam suas
ações
Como é marcada as relações de poder?
As relações de poder são marcadas pela dominação (por meio de ideias ou através de
violência), que é o poder entranhado nas instituições da sociedade. Vale ressaltar que a
capacidade relacional do poder está CONDICIONADA, mas não DETERMINADA,
pela capacidade estrutural de dominação.
O poder é um atributo?
Capacidade RELACIONAL, significa que o poder não é um atributo, mas uma
RELAÇÃO. Significa que, embora a influência em uma relação seja sempre reciproca,
nas relações de poder há sempre um GRAN MAIOR de influência por parte de um ator
sobre outro. No entanto, nunca há um poder absoluto, um GRAU ZERO de influência
daqueles submetidos ao poder. Há possibilidade de RESISTENCIA que questiona,
como também o GARU de CONSENETIMNETON E ACEITAÇÃO do poder
O que acontece quando a resistência e a rejeição se tornam significantemente mais
fortes que o consentimento e a aceitação?
Neste caso as relações de poder mudam, o poderoso perde o poder e há um processo de
MUDANÇA INSTITUCIONAL ou ESTRUTURAL, ou as relações de poder tornam-se
relações não sociais. Isso ocorre porque, uma relação de poder só pode existir na
DEPENDÊNCIA DA DOMINAÇÃO ESTRUTURAL apoiada pela VIOLÊNCIA,
aqueles que estão no poder devem destruir a CAPACIDADE REALCAIONAL dos
atores (es) resistente (s), cancelando a própria relação (O ator propõe que a noção da
mera imposição pela força e violência não é uma relação social porque leva a obturação
do ator social dominado).
Quanto maior for o papel desempenhado pela construção de significado em nome de
interesses e valores específicos, menos é a necessidade do recurso à violência.
(Argumentos sobrepões a violência).
O recurso da violência no Estado estabelece o contexto de dominação em que a
produtividade cultural do significado pode ser eficaz. A violência e o discurso são os
dois principais mecanismos da formação de poder, realizado através de relações sociais.
Poder para Weber: “ a probabilidade de que um ator em uma relação social esteja em
uma posição que lhe permite realizar sua própria VONTADE a pesar da
RESISTÊNCIA (nem sempre haverá)
Relação entre poder e política e política e Estado para Webber: “uma relação de homens
dominando homens, uma relação sustentada por meio de violência legitima
(considerada como legitima. Para que o Estado exista, pelos poderes sejam eles quais
forem... o meio decisivo para a política é a violência” ([1917] 1946:78,121).
Não quer dizer que a violência deve estar presente na política sempre, porém
eventualmente ela é decisiva. Isso não significa que apenas o Estado fará o uso da força
física. Entretanto, a penas o Estado é autorizado pela sociedade (voto), para usar a
violência com legitimidade
O que seria legitimidade Habermos?
A legitimidade é o cerne da política de Habermos, que em sua visão configura o
exercício democrático do poder. A capacidade da sociedade civil de fornecer o conteúdo
da açã estatal por meio da esfera civil de fornecer o conteúdo de ação estatal por meio
da esfera pública (“uma rede para comunicar informação e ponto de vista” Habermos é
o que garante a democracia e cria as condições para o exercício legítimo do poder, o
poder é legítimo quando é democrático.
O que seria uma crise de legitimidade?
Quando o Estado intervém na esfera pública em nome dos interesses específicos que
nele predominam, provocando uma crise de legitimidade (instituição de dominação)
Manuel Castels traz uma perspectiva eclética sobre poder: para ele as teorias de poder
mais influentes apesar de suas diferenças teóricas e ideológicas, compartilham uma
análise multifacetada: a violência, a ameaça de recorrer a ela, discursos disciplinares, a
ameaça de acionar a disciplina, a institucionalização das relações de poder como
dominação reprodutível, e o processo de legitimação pelo qual valores e regras são
aceitos pelos sujeitos de referência, são tardos elementos que interagem no processo da
produção e reprodução das relações de poder nas práticas e nas formas organizacionais.
Essa perspectiva articula os dois termos da distância clássica de Poder sobre e Poder
para proposta por Talcot Parsons.
Como funciona perspectiva de poder sobre e poder para?
Elas são relações de poder que permitem aos atores exercerem poder SOBRE outros
atores sociais a fim de ter o poder PARA realizar seus objetivos.
O ESTADO E PODER NA ERA GLOBAL.
Para Weber, a esfera de ação de qualquer Estado é limitada territorialmente: Hoje temos
de dizer: “ em contraste com várias instituições baseadas na força do passado”.
Uma nação é uma comunidade de sentimento que se manifestaria adequadamente em
um estado próprio, portanto, uma nação é uma comunidade que normalmente tende a
produzir um Estado próprio. Portanto nações (comunidades culturais) produzem estado
ao reivindicar o monopólio da violência em determinado território.
Nacionalismo metodológico é corretamente questionado por Ubrick Beck porque a
globalização redefiniu os limites territoriais do exercício do poder: globalização.
Quando levada a sua conclusão lógica, significa que as ciências sociais precisam ser
fundamentadas novamente como uma ciência do transnacional, baseada na realidade
conceitual teórica metodológica.Serem libertados do nacionalismo e tem o pensamento
de David Held, Ubrick Beck, Weber, Bauman, Saskia Sasen, Michael Mon. Locais
globais e não globais, e nacionais.
Uma nação é uma comunidade de sentimento que se, manifestaria adequadamente em
um Estado próprio; portanto nação é uma comunidade que normalmente tende a
produzir um Estado próprio.
• Nacionalismo metodológico;
• Constelação pós-nacional;
• Construção teoria definida por Michael Mann.
REDES.
É um conjunto de nós interconectados. Como a relevância dos nós para a rede pode
variar os mais importantes são chamados de (centros) em digamos versos da teoria de
redes. Na vida social as redes são estruturas comunicativas redes de comunicação são os
padrões de conteúdo criados pelo fluxo de mensagens entre comunicadores no tempo e
no espaço. Portanto redes processam fluxo, e fluxo são correntes de informação entre
nós.
Nós redes sociais e organizacionais atores sociais, que promovem seus valores e
interesses e interagem com outros atores sociais estão na origem da criação e da
programação de redes.
A cooperação é baseada na capacidade de comunicação entre redes (inclusão/exclusão)
– rede é um padrão de vida comum.
• Um conjunto de nós interconectados;
• Na vida social, nas redes sociais;
• Lógica binária: inclusão/exclusão;
• A força da rede está na sua flexibilidade.
A SOCIEDADE EM REDE GLOBAL.
Uma sociedade em rede é uma sociedade cuja estrutura social é construída em torno de
redes ativadas por tecnologias de comunicação e de informação processadas
digitalmente e baseadas na microeletrônica. As redes digitais são globais, pois têm a
capacidade de se reconfigurar de acordo com as instruções de seus programadores,
ultrapassando fronteiras territoriais e institucionais por meio de rede telecomunicadas de
computadores. Assim, uma estrutura social cuja infraestrutura esteja baseada em redes
digitais tem a capacidade potencial de ser global. As forças que impulsionaram a
globalização só puderam ser postas em ação porque têm à sua disposição a capacidade
de formas redes globais, proporcionada por tecnologias de comunicação digital e
sistemas de informação, inclusive as redes de transporte informatizadas, de longa
distância e alta velocidade
Assim, a sociedade em rede é uma sociedade global. No entanto, isso não significa que
as pessoas de too o mundo estão incluídas nessas redes. Por enquanto, a maioria não
está (Hammond et al.,2007). Mas, todos são afetados pelos processos que ocorrem nas
redes globais que constituem a estrutura social. A globalização deve ser considerada a
conexão em rede de todas essas redes globais socialmente importantes
A sociedade em rede espalha seletivamente por todo o planeta, funcionando em locais,
culturas, organizações e instituições preexistentes que ainda compreendem a maior parte
do ambiente material da vida das pessoas. A estrutura social é global, mas a maior parte
da experiência humana é local, tanto em termos territoriais quanto culturais (Borja e
Castells, 1997; Norris, 2000). Sociedades especificas, definidas pelas atuais fronteiras
dos Estados-Nação, ou pelas fronteiras culturais de suas identidades históricas, estão
profundamente fragmentadas pela lógica dupla da inclusão e exclusão das redes globais
que estruturam a produção, o consumo, a comunicação e o poder.
De fato, como observou Geoff Mulgan, “as redes são criadas não apenas para
comunicas, mas também se posicionar, para se comunicar mais e melhor que as outras
redes” (1991:21). A sociedade global em rede é uma estrutura dinâmica altamente
maleável ás forças sociais, a cultura, a política e ás estratégias econômicas. Assim, a
globalização desigual em rede é, na verdade, uma característica extremamente
significativa de sua estrutura social.
Uma discussão bem fundamentada dessa especificidade exige uma caracterização da
sociedade em rede em seus componentes principais: a produção e apropriação de valor,
o trabalho, a comunicação, a cultura e seu modo de existência como uma formação
espaço temporal.
O QUE É VALOR NA SOCIEDADE EM REDE?
Estruturas sociais, tais como a sociedade em rede, se originam em processos da
produção e da apropriação de valor. Mas o que constitui valor na sociedade em rede? O
que move o sistema de produção? O que motiva os apropriadores de valor e
controladores da sociedade? Não há mudança nesse conceito em relação ás primeiras
estruturas sócias na história: valor é tudo aquilo que as instituições dominantes da
sociedade decidem que é. A questão crucial é que, em uma estrutura social organizada
em redes globais, seja qual for a hierarquia existente entre as redes, esta irá se tornar
regra em toda a grade de redes que organizam/dominam o planeta. Se, por exemplo,
dissermos que a acumulação de capital é o que move o sistema, e o retorno ao capital é
fundamentalmente realizado nos mercados financeiros globais, os mercados financeiros
globais atribuirão valor a cada transação em cada país, já que nenhuma economia é
independente da avaliação financeira decidida nos mercados financeiros globais. Outra
ilustração dessa diversidade de processos de atribuição de valor; podemos afirmar que a
fonte mais importante de influência no mundo atual é a transformação da mente das
pessoas. Se isso é verdade, então os meios de comunicação são as redes-chave, já que,
organizados em conglomerados globais e suas redes distributivas, são as fontes
primordiais de mensagens e imagens que atingem a mente das pessoas.
Assim, dadas as variadas origens potenciais deda dominação das redes, a sociedade em
rede é uma estrutura social multidimensional na qual redes de tipos diferentes têm
logicas diferentes na atribuição de valor. A definição daquilo que constitui valor
depende da especificidade da rede e de seu programa. Qualquer tentativa de reduzir todo
o valor a um padrão comum enfrenta dificuldades metodológicas e práticas
insuperáveis. Por exemplo, se a obtenção de lucro é o valor supremo sob o capitalismo,
o poder militar é, em última instancia, a base do poder do Estado, e o Estado tem uma
capacidade considerável de tomar decisões e fazer cumprir novas regras para as
operações empresariais (pergunte aos oligarcas russos sobre Putin). Ao mesmo tempo, o
poder do Estado mesmo em contextos não democráticos, depende em grande parte das
crenças das pessoas, de sua capacidade de aceitar as regras ou de sua disposição para
resistir. Então o sistema de mídia e outros meios de comunicação, tais como a internet,
pode preceder o poder do Estado, que por sua vez, estabeleceria as regras da obtenção
de lucro e assim substituiria o valor do dinheiro como supremo.
Assim, o valor é na verdade, uma expressão de poder: quem quer que seja detentor do
poder (muitas vezes diferente de quem está no governo) decide o que é valioso. Em
suma: a antiga pergunta da sociedade industrial – a verdadeira pedra angular da
economia política clássica – ou seja, “o que é valor? ”, não tem nenhuma resposta
definitiva na sociedade global em rede. Valor é aquilo que é processado em todas as
redes dominantes em todos os momentos e em todos os lugares de acordo com a
hierarquia programada na rede pelos autores que atuam sobre ela.

TRABALHO, MÃO DE OBRA, CLASSE E GÊNERO: A EMPRESA DA REDE


A NOVA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO.

O trabalho é definido como um conjunto de atividades realizadas, e o esforço feito por


indivíduos com o objetivo de atingir uma meta. A divisão do trabalho é a medida do que
é ou não é valorizado no mercado, este valor organiza o processo de produção e define
os critérios como o trabalho é compartilhado, como o consumo é compartilhado, e o
consumo diferencial e a estratificação social. Esse juízo de valor organiza processo de
produção, organização, valorização.
A divisão mais fundamental na sociedade em rede, embora não a única: Mão de obra
autoprogramavel: Foca na meta que lhe foi atribuída no processo de produção, encontra
a informação relevante e reorganiza em conhecimento usando o estoque de
conhecimento disponível. Isso exige capacidade de buscar, educação e treinamento
apropriados em termos de capacidade criativa de concluir com as mudanças na
organização, tecnologia e conhecimento.
Mão de obra genérica: Tarefas pouco valorizadas, podendo ser substituída por máquinas
ou realocados para locais de produção mais baratos. CUSTO\BENEFICIO. A massa
esmagadora do planeta ainda é genérica, porém são tidos como descartáveis, mas o
trabalho ainda conta para qualquer organização em seus recursos.
A inserção da mulher no mercado de trabalho é uma tendência, fundamental da estrutura
social nas últimas três décadas, o patriarcalismo induz as mulheres a organização
flexível do trabalho, compatibilizando tarefas familiares e profissionais no trabalho
remunerado.
Enquanto a educação das mulheres cresce consideravelmente. Seus salários e condições
de trabalho não crescem no mesmo ritmo. Geralmente são empregadas de mão de obra
genérica, e são consideradas ideais para isso, pois trabalham de forma eficiente e
produtiva, recebem recompensas menores e tem menos oportunidades de produção
devido a ideologia do patriarcalismo.
A criatividade, economia e a capacidade da mão de obra não compensaria ser essa mão
de obra se não tivesse informação em rede. O surgimento da empresa em rede tem como
equivalente histórico a chamada organização fordista. Produção de massa de grande
escala e padronizada no controle de processos. Para que a produção aconteça a empresa
depende de outras empresas onde a empresa maior se descentraliza e forma uma rede de
firmas a fim de conseguir de outras empresas ima aliança estrutural, onde há troca de
produtos, materiais, mão de obra, conhecimento, essas alianças na maioria das vezes são
permanentes.
O ESPAÇO DE FLUXOS E TEMPO INTEMPORAL
O espaço e o tempo estão relacionados na natureza e na sociedade. O espaço pode ser
definido como o suporte material das práticas sociais de compartilhamento de tempo,
isto é, a construção da simultaneidade.
O espaço de fluxo é a possibilidade tecnológica e organizacional de praticar a
simultaneidade sem contiguidade, ou seja, sem sintonia. Têm interação assíncrona e não
tem lugar fixo, é feito de nós e redes, com a comunicação de lugares conectados.
Organiza o tempo e interage com os fluxos da informação para garantir o
compartilhamento do tempo de práticas processadas.
O tempo intemporal é definido pelo uso das tecnologias de informação e comunicação.
É o esforço de aniquilar o tempo negando o sequenciamento, comprimindo e barrando
sequencias de práticas sociais. Dissolve o tempo desordenando a sequência de eventos,
tornando-os simultâneos.
A CULTURA NA SOCIEDADE EM REDE
A sociedade em rede, se desenvolve em uma multiplicidade de cenários culturais, existe
globalmente em tempo real, fragmentada e não convergente.
“É o processo pelo qual atores sociais conscientes e de origens múltiplas trazem seus
recursos e crenças para outros, esperando receber o mesmo em retorno, e mais ainda: o
compartilhamento de um mundo diverso, pondo assim o fim ao medo ancestral do
outro. ” (Castells)
“As sociedades são construtos culturais. Entendo cultura como um conjunto de valores e
crenças que informam, orientam e motivam o comportamento das pessoas. Portanto, se
há uma sociedade em rede específica, deve haver uma cultura da sociedade em rede. ”
(Castells)
O ESTADO EM REDE
O estado detém o poder, pois ele dá e reivindica direitos e deveres, dessa maneira o
estado define a cidadania. Com a globalização, as relações globais aumentam, fazendo
com que a autoridade do estado diminua, dessa maneira ele perde autoridade, porém
ganha mais legitimidade política. O estado responderia de 3 maneiras ao buscar adentrar
em rede: Criação de blocos econômicos: O estado entraria em união com outro afim de
julgar tomadas de decisões e fazer acordos políticos e econômicos. Ex: Mercosul, Nafta,
União Europeia.
Os estados criariam organizações supranacionais afim de controla-los e regula-los. Ex:
ONU, FMI, Banco Mundial.
Os estados também delegariam o poder entre os poderes regionais e locais. Dessa
maneira a esfera não seria só federal como também regional, estadual e municipal.
Ao adentrar em rede os estados também enfrentariam uma série de problemas. São eles:
Ideológico: Diferentes culturas requerem diferentes modos de poder, por isso as
organizações supranacionais não teriam certa facilidade em comandar todos os estados
da mesma maneira, uma vez que algo que seja aplaudido por certo país, pode ser
repugnado por outro.
Geopolítico: Os países deixaram de ver as organizações como algo para benefício geral,
e começaram a encarar como uma mesa de negociações, afim de satisfazer seus
interesses e ganhar benefício próprio.
Organizacional: Ao entrar em rede, uma organização seria mais interligada tanto entre
ela mesma quanto com a sociedade, isso faria com que os funcionários e encarregados
fossem mais cobrados, principalmente nas tomadas de decisões, já que seus
supervisores analisariam sempre qualquer decisão tomada, e a sociedade também
acompanharia. Isso torna-se ruim a partir do momento em que as decisões passam a ser
tomadas por impulso.
O PODER NAS REDES.
O autor reuni os elementos analíticos necessários para abordas a questão que constitui o
tema central deste livro: onde reside o poder na sociedade global em rede? Para abordas
a questão é necessário primeiramente diferenciar quatro formas distintas de poder:
 Poder nas redes (networking power);
 Poder da rede (network power);
 Poder trabalhado pela rede (networked power);
 Poder de criar redes (network-marking power).
Cada uma dessas formas de poder define processos específicos de exercer poder.
Poder pelo uso das redes, refere-se ao poder que os atores e organizações incluídos nas
redes que constituem o núcleo da sociedade global em rede têm sobre grupos ou
indivíduos humanos que não estão incluídos nessas redes globais. Essa forma de poder
opera por exclusão/inclusão. Tongia e Wilson (2007) propuseram uma análise formal na
qual demonstraram que o custo de exclusão das redes aumenta mais rapidamente que os
benefícios da inclusão nelas. Isso ocorre porque o calor de estar na rede aumenta
exponencialmente com o tamanho da rede, como proposto em 1976 pela Lei de
Metcalfe. Mas, ao mesmo tempo, a desvalorização relacionada á exclusão da rede
também aumenta exponencialmente, e em um ritmo mais veloz do que a valorização por
estar na rede. A teoria de gatkeeping da rede investigou os vários processos pelos quais
os nós são incluídos ou excluídos na rede, mostrando o importante papel da capacidade
de gatekeeping para reforçar o poder coletivo de algumas redes sobre outras, ou de uma
determinada rede sobre unidades sociais desconectadas (Brazilai-Nahon, 2008).
O poder da rede pode ser mais bem compreendido na conceitualização proposta por
Grewal (2008) para teorizar a globalização a partir da perspectiva da análise da rede.
Nessa visão, a globalização envolve coordenação social entre múltiplos atores em rede.
Portanto, os padrões ou, em minha terminologia, os protocolos de comunicação
determinam as regras que serão aceitas quando se entra da rede, essas regras forem
estabelecidas, elas passaram a ser obrigatórias para todos os nós na rede, já que o
respeito a essas regras é o que possibilita a existência da rede como uma estrutura
comunicativa.
O poder trabalho pela rede, é representado a partir da seguinte pergunta, como o poder
distribuído em redes opera? Como o autor propôs anteriormente, o poder é a capacidade
relacional de impor a vontade de um ator sobre a vontade de outro com base na
capacidade estrutural de dominação engastada nas instituições da sociedade. Seguindo
essa definição, a pergunta sobre quem tem poder nas redes da sociedade em rede pode
ser muito simples ou impossível de responder. Ela é simples se a respondermos
analisando o funcionamento de cada rede dominante específica. Cada rede define suas
próprias relações de poder a partir de suas metas programadas. Assim, no capitalismo
global, o mercado financeiro global tem a última palavra, e o FMI ou as agências de
avaliação de risco financeiro (por exemplo, a Moodt’s ou a Standard and Poor’s) são
intérpretes oficiais para os mortais comuns. Ou então, o poder dos Estados Unidos, em
termos militares estatais e, em termos analíticos, o poder de qualquer aparato capaz de
atrelar a inovação e o conhecimento tecnológicos na obtenção de poder militar, que
tenha os recursos materiais para a investimentos de grande escala em capacidade bélica.
No entanto, a pergunta poderia ser tornar um beco sem saída analítico se tentarmos
responde-la unidimensionalmente e determinar a Fonte de Poder como uma entidade
única. Diz-se que o processo decisório político depende da mídia, mas a mídia é um
terreno plural, por mais tendenciosa que ela possa ser em termos ideológicos e políticos,
e o processo da política midiática é extremamente complexo. Quanto á classe
capitalista, ela realmente tem algum poder, mas não o poder sobre todos e sobre tudo;
ela é muito dependente tanto a dinâmica autônoma dos mercados globais quanto das
decisões governamentais em termos de regulamentações e políticas.
O poder de criar redes, em um mundo de redes, a capacidade de exercer controle sobre
outros depende de dois mecanismos básicos: (1) a capacidade de construir rede (s) e de
programar/reprogramar a (s) rede (s) em termos das metas a ela (s) atribuídas; e (2) a
capacidade de se conectar e garantir a cooperação de várias redes, por meio do
compartilhamento de se conectar e garantir a cooperação de várias redes, por meio do
compartilhamento de metas comuns e associação de recursos, ao mesmo tempo que se
afasta a competição por parte de outras redes por meio do estabelecimento de uma
cooperação estratégica.
O autor chama aqueles que detêm a primeira posição do poder de programadores e
aqueles que detêm a segunda posição de poder de comutadores. Assim, ele sugere que,
em muitos casos, os detentores de poder são as próprias redes. Não redes abstratas e
inconscientes ou autômatos: elas são humanos organizados em torno de seus projetos e
interesses. A capacidade de programação das metas da rede (assim como a capacidade
de reprogramá-las) é, obviamente decisiva, já que, uma vez programada, a rede terá um
desempenho eficiente e irá se reconfigurar em termos de estrutura e nós para alcançar
suas metas. A maneira como os vários atores programam a rede é um processo
específico de cada rede. O processo nas finanças globais não é o mesmo que no poder
militar, na pesquisa cientifica, no crime organizado ou em esportes profissionais.
Portanto, as relações de poder no nível da rede têm de ser identificadas e compreendidas
em termos específicos a cada rede. No entanto, todas as redes compartilham uma
característica comum: ideias, visões, projetos e molduras (frames) geram os programas.
Há uma segunda fonte de poder: o controle dos pontos de conexão entre várias redes
estratégicas. Chamo os detentores dessas posições de comutadores. Por exemplo, as
conexões entre as redes da liderança política, redes em mídia, redes cientificas e
tecnológicas e redes militares e de segurança para lutar por uma estratégia geopolítica.
Ou a conexão entre redes políticas para promover uma agenda religiosa em uma
sociedade secular. Ou entre redes acadêmicas e redes empresariais para fornecer
conhecimento e legitimidade em troca de recursos para as universidades e empregos
para seus produtos (também conhecidos como formandos).
Comutadores não são pessoas, mas são feitos de pessoas. Elas são atores, feitos de redes
de atores que se envolveram nas interfaces dinâmicas especificamente operadas em cada
processo de conexão. Programadores e comutadores são aqueles atores e redes de atores
que, em virtude de sua posição na estrutura social, detêm o poder de crias redes, a forma
de poder mais importante na sociedade em rede.
PODER E CONTRAPODER NA SOCIEDADE EM REDE.
De acordo com Castells, O poder deve ser entendido como um ator social que impõe
regras a outros atores sociais. Já o contrapoder pode ser entendido como a capacidade
do ator social de resistir ao poder institucionalizado. Um exemplo disso são os
movimentos sociais e manifestações, que reivindicam algo imposto por quem estiver no
poder, seja no governo ou não.
• “Os meios de comunicação não são depositários do poder, porém no conjunto, se
tornam um espaço para decidir o poder. (Castells, 2008, p.02) ”
Segundo Castells, a mídia é uma grande ferramenta para a geração de um contra poder,
uma vez que ela pode manipular informações, poderia mudar a opinião e posição de
pessoas, criando um contrapoder capaz de gerar um espaço para decidir o poder.
Dessa forma o contrapoder não é nada mais do que algo capaz de reivindicar não só o
poder em sim, como decisões ou imposições postas por ele.

CONCLUSÃO: COMPREENDENDO AS RELAÇÕES DE PODER NA


SOCIEDADE EM REDE GLOBAL.
No seu livro, Castells mostra como as redes mudaram o mundo, desde o governo até
empresas, e até a mesmo a sociedade, mudaram e começaram a ter interações diferentes
graças as redes. Isso mostra a importância delas, e como elas se tornaram essências e
necessárias em nossas vidas.

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