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11/10/2021
AULA Nº 3, 4
CONSTITIUIÇÃO E TAMANHO DAS EMPRESAS EM ANGOLA
Sendo assim, qual é a forma legal de constituição de uma empresa apropriada para o seu
negócio?
Como a maior parte dos donos de negócios, quer uma forma legal que:
Mesmo depois de escolher uma forma legal de constituição da empresa, não é obrigado a
continuar com esta para sempre. Se o seu negócio crescer, se as suas necessidades mudarem
ou se surgirem novas oportunidades, pode mudar de uma forma legal de constituição da
empresa para outra. Contudo, deve verificar primeiro, tendo em atenção os factores já
mencionados anteriormente. Por exemplo, passar de uma sociedade unipessoal para uma
companhia pode ter muitas implicações desfavoráveis em termos de impostos.
Para mais informações sobre formas de constituição de empresas, responsabilidade,
registo, documentação necessária, custo do registo, impostos, estrutura legal e continuidade
após o falecimento do dono ou accionista, etc., deve contactar com organizações de apoio a
empresas e com os serviços relevantes do governo, como o Departamento de
Desenvolvimento de Cooperativas no Ministério da Indústria.
SOCIEDADE UNIPESSOAL
Esta é a forma mais comum de constituirão de empresa (em particular micro e pequenas
empresas) em Angola. Numa sociedade unipessoal, o empresário é o único dono do negócio.
Ele inicia o negócio, contribui com o capital necessário e gere o negócio. Também contrata
pouco pessoal e com baixa remuneração. Recebe todos os lucros e perdas do negócio. Alem
disso, o empresário deve adquirir sozinho as instalações e o equipamento necessários e o
stock de produtos a vender.
Uma sociedade singular não exige registo nos serviços do governo (mas pode ter que obter
licenças de funcionamento nas autoridades relevantes, se houver) antes de começar a
funcionar. Portanto, e muito simples iniciar e administrar este tipo de negócio e é o que o torna
a forma mais comum de constituição de empresas no país. Uma pessoa dorme e sonha iniciar
um negócio. Analisa o seu sonho, prepare um plano de negócios simples para determinar a
sua viabilidade e necessidades e confirma se conseguirá lucros. Mais tarde mobiliza o capital
e outros recursos necessários. Depois já e possível iniciar o seu negocio!
Perante a lei, o negócio tem a identidade do seu proprietário e, uma vez que o negócio e
proprietário são o mesmo, a morte do proprietário pode marcar o fim da sociedade singular.
Liberdade: porque possuem todo o negócio, os proprietários não têm que prestar
contas a ninguém a não ser a eles próprios.
Os proprietários colhem todos os benefícios de um negócio bem-sucedido.
As sociedades singulares são simples de iniciar e de gerir. não tem um processo
complexo de funcionamento (principalmente porque o dono e também é o
administrador). É por isso que esta forma legal de constituição de empresas atrai
fortemente o empresário que gosta de fazer tudo sozinho, e independente ou e a
primeira vez que se dedica a negócios.
As despesas iniciais são poucas, principalmente porque as empresas são pequenas e
não requerem muitos procedimentos para arrancar.
Tem um alto nível de sigilo, pois, contrariamente a outros tipos de constituição de
empresas, o proprietário não depende de ninguém. O segredo protege o negócio
dos concorrentes.
Como empresário e negócio são a mesma coisa, quando falecer o negócio deixa de
existir. Portanto, o negócio não tem continuidade (não e perpetuo).
Um proprietário único aguenta todos os prejuízos do seu negócio.
Como empresário, um proprietário único assume sozinho todos os passivos (ou
dívidas) do negócio. Na eventualidade de o negócio não cumprir as suas obrigações,
o proprietário e pessoalmente responsável pelo pagamento de todas as dívidas.
Tem que pagar todas as dívidas do negócio, nem que para isso tenha que utilizar as
suas poupanças pessoais e outros bens (se o negócio não produzir ou não tiver
liquidez suficiente).
Geralmente a sociedade singular tem falta de capital. Isto deve-se sobretudo ao facto
de que aquilo que tem e o que proprietário consegue mobilizar. Também muitas
vezes é-lhes difícil mobilizar fundos para iniciar ou expandir as suas operações. Os
bancos e outros financiadores tendem a associar a sociedade singular a instabilidade
e incerteza.
As sociedades singulares sofrem muitas vezes de má gestão, porque é uma só
pessoa a geri-las. Uma vez que uma pessoa não pode ser especialista em todas as
áreas de gestão de negócios (marketing, produção, organização, financiamento e
gestão do pessoal), os negócios sofrem com as deficiências do proprietário.
Uma sociedade em nome colectivo é uma forma legal de constituição de empresa que existe
quando duas ou mais pessoas (no máximo vinte) se unem, juntam os seus recursos (dinheiro
e conhecimentos técnicos) a fim de realizarem um negócio.
Esta forma é quase idêntica a da sociedade singular, porque ambas tem responsabilidade
ilimitada, não requerem registo e a morte de qualquer dos sócios assinala o fim da sociedade.
No caso de a empresa não conseguir cumprir as suas obrigações, os empresários (sócios)
serão chamados a cumpri-las, recorrendo aos seus recursos pessoais.
Juntar as capacidades
As sociedades em nome colectivo podem ser mais bem geridas do que as sociedades
singulares. Contrariamente as sociedades singulares, o número de sócios vai de dois a
vinte. Isto permite juntar recursos, competências e discernimento de várias pessoas.
Recursos, competências e discernimento combinados resultam numa gestão mais eficiente
do negócio.
Fácil constituição
Tal como acontece nas sociedades singulares, as sociedades em nome colectivo são
geralmente fáceis de organizar com poucos requisites legais. E necessária uma escritura de
constituição de sociedade ou um acordo e o processo de registo e muito simples. De igual
modo, uma sociedade em nome colectivo pode ser dissolvida facilmente, em qualquer altura,
sem passar por formalidades legais. O registo duma sociedade não e essencial e o acordo de
sociedade pode não ser por escrito.
Continuidade ou sobrevivência
As possibilidades de continuidade ou sobrevivência da sociedade em nome colectivo são
maiores do que as da sociedade singular. Uma sociedade em nome colectivo pode continuar a
existir após a morte ou insolvência de um sócio se os restantes sócios assim o desejarem. O
risco de prejuízo é diminuído por ser partilhado por duas ou mais pessoas. No caso de uma
linha de negócios não ter êxito, a sociedade pode seguir outra linha de negócios para
compensar os prejuízos.
Culpa comum
Um sócio sofre não só com os seus próprios erros, mas também com os erros, lapsos ou
desonestidade dos outros sócios. Este facto pode afectar negativamente o espírito
empresarial, pois os sócios podem hesitar em aventurar-se em novos negócios com o
receio de sofrerem prejuízos.
Recursos limitados
O montante de recursos financeiros numa sociedade em nome colectivo limita-se as
contribuições feitas pelos sócios. Portanto a constituição duma sociedade em nome
colectivo pode não ser muito adequada para negócios que envolvem grandes investimentos
em capital, superiores aos que podem ser mobilizados pelos seus proprietários.
Falta de continuidade
Uma sociedade em nome colectivo pode chegar ao fim devido a reforma, incapacidade,
insolvência e morte de um sócio. Isto torna incerta a duração duma sociedade em nome
colectivo, embora esta tenha possibilidades de durar mais do que a sociedade singular.
Interesses intransferíveis
Nenhum sócio pode transferir as suas acções ou os seus interesses no negócio para uma
pessoa de fora (a sua escolha) sem o consentimento de todos os outros sócios. Isto torna
o investimento num negocio fixo, uma vez que a transferência de capital e interdita.
Desconfiança pública
Uma sociedade em nome colectivo não tem a confiança do público, porque e mais ou
menos como um espectáculo de uma só pessoa. For exemplo, a falta de publicidade dos
seus negócios prejudica a confiança na empresa.
Como consequência dos desafios e das limitações supracitadas das sociedades em nome
colectivo, estas não são comuns. Como forma de constituição duma empresa, está em
declínio e não e popular. A maior parte dos empresários prefere constituir companhias e
outras pessoas formam cooperativas.
COOPERATIVAS
Uma cooperativa é uma forma democrática de organização dos negócios, é utilizada e
controlada exclusivamente pelos seus membros. Todos os membros têm igual autoridade
sobre a forma como a cooperativa é gerida, visando a promoção dos seus interesses
económicos e sociais. O objectivo principal que leva as pessoas a criação de uma cooperativa
é melhorar as suas condições económicas e sociais.
Ao iniciarem uma cooperativa, as pessoas devem primeiro identificar uma necessidade comum
(bens ou serviços) que gostariam de satisfazer trabalhando conjuntamente. Depois de a
identificarem, começam a convencer os seus colegas a juntarem-se para começar uma
cooperativa que os ajude a ter acesso fácil e a um bom preço aos bens e serviços
identificados.
Depois de terem mobilizado um número razoável de pessoas interessadas (por exemplo, dez,
vinte ou trinta, quanto mais melhor, pois ajudará a mobilizar mais fundos) devem reunir-se,
discutir e chegar a um acordo sobre o negócio ou as actividades da cooperativa a ser
constituída, o nome da cooperativa, onde vai funcionar, quanto é que cada pessoa deve
pagar para se tornar membro e a contribuição mínima de cada pessoa para o capital social.
Devem também eleger entre si os líderes que serão responsáveis pela gestão dos assuntos
da cooperativa, inclusive o seu registo.
Para as comunidades que não são muito ricas, será mais fácil iniciar negócios utilizando o
modelo de cooperativa, pois este permite-lhes juntar os seus parcos recursos e mobilizar um
montante significativo para iniciar. É muito fácil constituir cooperativas. Aqueles que
desejarem criar uma cooperativa juntam-se, juntam os seus recursos (fazendo pequenas
contribuições), preenchem os documentos necessários e depois registam-se no serviço do
governo responsável. As pessoas podem utilizar uma cooperativa para iniciar e gerir
negócios que as ajudem a satisfazer várias das suas necessidades como, por exemplo, artigos
de mercearia, transportes, serviços financeiros, gestão do ambiente, educação para os filhos,
etc.
Para beneficiar os seus membros, uma cooperativa deve:
Pertencer aos seus membros
Ser utilizada pelos seus membros
Ser controlada pelos seus membros
Beneficiar os seus membros.
Portanto, as questões fundamentais que um membro deve colocar a si mesmo, como membro
e utilizador da cooperativa, são:
a)Pertence-me?
b)Utilizo-a?
c) Controlo-a?
d)Benefício dela?
O ideal seria que as respostas a todas estas perguntas fossem um SIM para que a entidade
seja descrita como uma boa cooperativa. Se a resposta a qualquer das perguntas for um
NÃO, significa que a organização ou instituição não é uma cooperativa.
COMPANHIA
Uma companhia e uma pessoa colectiva tal como você, os seus pais ou amigos. A única
diferença e que, enquanto uma pessoa singular nasce de uma mulher, a companhia e criada
por lei. E uma pessoa artificial, porque não passa a existir através do nascimento e não possui
as características físicas de uma pessoa. Tal como acontece com uma pessoa, tem direitos e
deveres nos termos da lei. É intangível e indivisível.
Sucessão perpétua
Uma companhia tem existência continue e ininterrupta e a sua vida não e afectada pela
morte, insolvências loucura, etc., dos seus proprietários ou directores. Os acionistas podem
entrar e sair, mas a companhia sobrevive enquanto não for liquidada. Sendo uma entidade
jurídica, uma companhia pode ser dissolvida apenas através dum processo jurídico de
encerramento. E como um rio que mantém a sua identidade, embora as partes que o
compõem possam mudar continuamente.
Responsabilidade limitada
A responsabilidade dos membros duma sociedade anónima limita-se ao valor das acções
subscritas (ou seja, o valor das acções que uma pessoa decidiu subscrever numa empresa,
quer tenha pago ou não) ou ao montante de uma garantia dada por eles. Numa sociedade
anónima, não se pode pedir aos seus membros que paguem um montante superior ao que e
devido sobre as acções que detêm, mesmo que os bens da companhia sejam insuficientes
para satisfazer totalmente os credores ou para pagar o que deve
Carimbo comum
Uma companhia, sendo uma pessoa artificial, não pode assinar. Portanto, a lei prevê o uso
de um carimbo comum (um carimbo da companhia) como substituto da assinatura. O
carimbo comum com o nome da companhia gravado é a sua assinatura e serve de prova da
aprovação dos documentos pela companhia. Qualquer documento com o carimbo comum
da companhia e devidamente assinado por pelo menos dois directores é legalmente
vinculativo para a companhia.
As acções de uma sociedade anónima não transferível livremente (as duma sociedade
anónima de responsabilidade limitada não são). Podem compradas e vendidas através da
bolsa de valores. Cada membro é livre para transferir as suas acções sem o consentimento
de outros os membros (excepto no caso duma sociedade anónima de responsabilidade
limitada em que é preciso primeiro o consentimento dos outros accionistas).
Sociedade Anónima
Este e um tipo de companhia de responsabilidade limitada que pode oferecer ou vender
acções ao público. Uma sociedade anónima deve incluir as palavras "sociedade anónima" ou
a sua abreviatura SA no fim, como parte do nome legal da companhia.
Micro empresas são empresas muito pequenas, normalmente criadas por muitas
pessoas nas aldeias bem como nos centros urbanos. Geralmente são criadas
por pessoas de baixos rendimentos. As suas características principais são:
Funcionam com pouco capital (ate ao máximo de três mil dólares (USD
3.000,00) e esta é uma das razões pelas quais são geralmente criadas
por pessoas de baixos rendimentos.
Utilizam tecnologia muito simples ou nenhuma tecnologia nas suas
operações.
Cada uma pertence a uma pessoa que a gere sozinha ou, no máxima,
com a ajuda de membros da sua família.
Não empregam pessoas qualificadas. Dependem das aptidões dos seus
proprietários ou membros da família, mas geralmente podem ter uma a
quatro pessoas a trabalhar.
Geralmente não estão registadas.
As vendas são fracas em quantidade e valor, porque o seu capital é
pequeno. O seu alvo é o mercado local ou a comunidade que se
movimenta nessa zona.
A maior parte não funciona a partir das suas próprias instalações
permanentes, utilizando estruturas temporárias (quiosques) e outras são
ambulantes.
Serve um pequeno número de clientes. Normalmente atende clientes na
sua vizinhança.
Pequenas empresas
As pequenas empresas são maiores do que as micro empresas cujas características são:
Médias empresas
Grandes empresas
Grandes empresas são as que possuem as seguintes características:
Têm um capital relativamente elevado, superior ao utilizador pelas
médias empresas.
Empregam directamente mais de duzentas pessoas, algumas das quais
são pessoal altamente qualificado, tal como directores, contabilistas,
engenheiros, técnicos e vendedores.
Estão registos como sociedades anónimas. Algumas estão registadas
como “Joint ventures” entre o governo e privados.
Utilizam equipamentos e máquinas sofisticados e alguns dos métodos
de produção mais modernos.
Produzem bens e prestam serviços em grande escala aos mercados
locais e estrangeiros. Vendem dentro e fora do país.
O quadro 1 resume como os factores discutidos podem ser utilizados para determinar a
dimensão de uma empresa