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ATIVIDADE AVALIATIVA VI
QUESTÕES
Utilizando como base a obra MANUAL DE ANTROPOLOGIA JURÍDICA, responda:
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Hans Kelsen é conhecido como um dos maiores juristas conhecidos do século XX.
Produziu muitas obras, porem a principal e mais discutida até hoje é a Teoria Pura do Direito,
publicada pela primeira vez em 1934, com idéias revolucionarias e muito questionadas. Hans
Kelsen dedicou uma grande parte de sua vida a discussão da Teoria Pura do Direito. O
normativismo jurídico Kelsiano consiste basicamente na defesa da construção de parâmetros
metodológicos próprios para a ciência do Direito, expressos na denominada Teoria Pura do
Direito, que não fossem mera importação das ciências sociais e humanas do século XIX,
tampouco a reprodução dos paradigmas teóricos próprios das ciências naturais e exatas.
3. SISTEMA DE NORMAS.
A norma fundamental é algo hipotético, é uma norma suposta. Apenas uma ficção que
sustenta o fundamento de validade da ordem jurídica, evitando uma regressão ao infinito ou
a discussão política sobre a legitimidade do poder originário.
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4. NORMA E PROPOSIÇÃO.
Por outro lado, uma proposição jurídica é um juízo hipotético que não é posto, mas
sim produção do conhecimento do direito, seu objeto de estudo. A proposição jurídica é
determinada pela ciência jurídica, que estuda para conhecer as normas jurídicas positivas e
então descrevê-las em enunciados (também podem ser “tradução” da norma). Um enunciado
pode ser normativo, uma vez que descreve uma norma jurídica que institui um dever-ser,
porém jamais prescritivo, que é uma característica apenas da norma jurídica.
A razão lógica da ordem jurídica implica enxergar o direito como sistema unitário e
hierárquico de normas, provocando algumas separações exigindo que o jurista parta do
pressuposto segundo o qual as normas originam-se de um legislador racional, possuem vida
própria e são capazes de condicionar comportamentos sem serem condicionadas por eles.
5. NORMA E INTERPRETAÇÃO.
A teoria pura entende que de uma mesma norma podem-se extrair diversos
significados. A interpretação da norma jurídica gera sempre uma margem de indeterminação
pois são genéricas, não circunscrevem exatamente os objetos a que se referem permitindo
que surjam interpretações divergentes. Diante disto as normas estão expressas em linguagem
natural provocando variações de significados, distingue-se a interpretação como autentica e
não autentica: autêntica, aquela que é interpretada pelo órgão com competência para aplicá-
la e não autêntica, a interpretação é realizada por pessoas estranhas ao órgão jurídico, quais
sejam as pessoas em geral e a ciência jurídica. Nesse sentido a sentença passa a integrar o
conjunto de normas jurídicas que constituem o objeto da ciência jurídica, onde incide o
princípio da pureza implicando neutralidade do cientista.
O cientista do direito, aquele que tem o conhecimento, deve ser neutro, pois a norma
não pode ser qualificada.
7. ZETÉTICA JURÍDICA.
A zetética jurídica tem como ponto principal a investigação dos problemas jurídicos
tendo como ponto de partida uma preocupação cognitiva, objetivando a construção de um
conhecimento novo. A dogmática nos fornece os conceitos e a zetética nos convida a
pensar o Direito a partir desses conceitos, tais conceitos cooperam na construção de uma
abordagem funcionalista do Direito.
8. ZETÉTICA E DOGMÁTICA.
Para dogmática, as normas são carregadas de valores e são formuladas para agir como
ponto de partida, contudo, essas normas tem o caráter ambígua, e necessitam de
interpretação, e ainda, para poder interpretar essas normas existem regras que por sua vez
também produz um ambiente, de certa forma, algo que não é concreto, assim, produzindo
uma situação que possui um alto grau de generalização.
Observa-se, que do ponto de vista de que a norma deva ser interpretada de forma
certa, o jurista, assim a faz através de incertezas. E essas incertezas são as mesmas que a
sociedade já a tem uma interpretação, como por exemplo, se é possível o reconhecimento da
união estável entre pessoas do mesmo sexo, e o Poder Judiciário, de reconhecer o direito do
parceiro sobrevivente de participar do espólio do parceiro falecido, e cabe ao analista que a
sociedade já possui a incerteza da situação e o mesmo deve se questionar sobre o que é
família? O que é união estável? Se há a possibilidade de união estável entre pessoas do
mesmo sexo? E dentre outros aspectos. Assim o jurista tem que optar em interpretar a norma
de maneira pacificadora e de modo que a torne decidíveis e resolva conflitos. Para a Zetética,
esses temas anteriormente eram considerados como fatos ou problemas, os
questionamentos eram sobre as experiências culturais e históricas. Diante disso podemos
dizer que um fato constitui do ponto de partida de uma construção com posto de vista de um
conflito, já na zetética o ponto de vista é a noção do conflito de uma verdade objetiva.
9. ESTRUTURALISMO.
9.1. Introdução.
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9.1.2. Estrutura: significado genérico.
Marilena Chauí (1980: VI), diz que possa ser visto a estrutura nas relações biológicas e
matemáticas, onde, no sentido biológico significa um conjunto de elementos manifestam
solidariamente entre si e dependência mutua, já na matemática, é um sistema de relações
que descrevam o funcionamento de um fenômeno representado por um modelo. Entretanto
somente esses dois termos não são suficientes para determinar um conceito.
Para Saussure a língua é um sistema cujas partes todas devem ser consideradas em
sua solidariedade de sincrônica. De acordo com Chauí (1980): a linguagem é constituída pela
distinção entre língua e fala; a língua é totalmente dotada de sentido na qual o todo confere
sentido ás partes; a língua é um sistema convencional, cujas partes podem e devem ser
consideradas em sua solidariedade sincrônica; a língua é inconsciente, e as pessoas falam sem
ter consciência da sua estrutura.
Assim, considerando um termo simplesmente como a união de certo som com certo
conceito, e defini-lo assim seria isolá-lo do sistema de que faz parte, e seria crer que se pode
começar pelos termos e construir o sistema somando-os.
Chuí (1980: X), diz que esses termos, quando isolados da estrutura alimentar que os
determina, aparentemente, referem-se à mesma realidade; o mesmo, contudo, não ocorre
quando são considerados no interior das distintas estruturas.
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9.3.1. Estrutura e consciência.
A raça não determina a cultura porque não existem aptidões raciais inatas, tendo em
vista que há muito mais culturas humanas do que raças humanas. A denominação de cultura
é todo conjunto etnográfico que, do ponto de vista da investigação, apresenta, com relação a
outros afastamentos significativos.
A divisão do grupo social (tribo, clâ ou aldeia), em duas metades cujos membros
mantêm, uns com os outros, relações que podem ir da colaboração mais íntima á hostilidade
latente, e associando geralmente ambos os tipos de comportamento. De um lado, que as
funções atribuídas a organização dualista não coincidem, e por outro lado, que a história de
cada grupo social mostra que a divisão em metades procede das origens mais diversas.
9.4.Estruturalismo e Direito.
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O enfoque estruturalista, porém, aparece mais associado ao positivismo jurídico, e o
repertório é o conjunto dos elementos do sistema jurídico, e a estrutura é o conjunto de
regras que demonstra as relações existente entre os elementos do sistema. O sistema jurídico
é um conjunto de normas jurídicas válidas, dispostas numa estrutura hierarquizada, e norma
jurídica válida é aquela emanada de uma autoridade que possui competência para editar
normas. O sentido de uma norma não está, portanto, somente nos termos que expressam sai
articulação sintática, mas também em sua relação com outras normas do ordenamento.
É uma norma suposta, vale dizer, não é editada por um ato de autoridade, não possui
um conteúdo, é uma exigência lógica, apenas uma ficção que sustenta fundamento de
validade da ordem jurídica, evitando uma regressão ao infinito ou a discussão política sobre a
legitimidade do poder originário. A validade da norma repousa na competência normativa de
seu editor, que é conferida por outra norma e assim, sucessivamente, numa série finita que
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culmina na norma fundamental. O estado se confunde com o direito porque nessa estrutura
ele nada mais é do que o conjunto das normas que estabelece competência e prescreve
sanções de forma organizada.
A conduta humana possui o significado jurídico que a norma lhe atribui, por esse
motivo, a ciência jurídica é fundamentalmente diferente das outras ciências. A norma é
prescritiva porque resulta de um ato de vontade, e nesse sentido, a norma é válida quando
emana de uma autoridade competente ou inválida em aso contrário. A alta complexidade
social exige das autoridades competentes uma produção contínua e ininterrupta de normas,
de modo que as normas mais parecem peças de uma gigantesco quebra-cabeça desmontado,
cujas peças espalhadas. Exigindo que o jurista parta do pressuposto segundo o qual as
normas advém de um legislador racional, possuem vida própria e são capazes de condicionar
comportamentos sem serem condicionadas por eles.
A primeira norma posta não determina de modo exaustivo todas as situações, de modo
que sempre resta uma margem de indeterminação. Além disso, as normas são genéricas
(textura aberta), não circunscrevem exatamente os objetos a que se referem e por isso
permitem interpretações divergentes. A autêntica (jurisprudência) é a realizada pelo órgão
jurisdicional, que, no exercício da competência jurídica, decide conflito com base em um ato
de vontade, que pode estar ou não em conformidade com um dos significados oferecidos
pela doutrina.
O cientista do direito (sujeito do conheci- mento) deve ser neutro, porque a norma
(objeto a ser conhecido), em- bora seja tida como um produto da vontade humana, não pode
ser valorada ou qualificada. Na medida em que isso se coloca como problema para o jurista,
surge a necessidade de esclarecer as relações entre fato e norma. A correlação entre fato e
norma permite entender o direito como sistema aberto, dependente de outros que o
abrangem e circunscrevem.
As normas são mantidas como dogmas inatacáveis, são assumi- das como
insubstituíveis e inquestionáveis. O sistema de normas constitui uma espécie de limitação,
uma prisão que tolhe a liberdade do jurista no trato com a experiência normativa. Essas
instituições de ensino passam a formar profissionais que não questionam os pontos de partida,
e, com isso, as normas são consideradas convenientes, adequadas, justas e irrepreensíveis.
É óbvio que o estudo do direito não se reduz a esse saber. Assim, embora o jurista seja
um especialista em questões dogmáticas, é também, em certa medida, um especialista em
questões zetética, visto que, diante da alta complexidade que o mundo contemporâneo
imprimiu aos problemas jurídicos.
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