NCRF 27
INSTRUMENTOS FINANCEIRSOS
Índice
I. Introdução .......................................................................................................................3
1. Objetivo ..................................................................................................................................................... 4
2. Âmbito ...................................................................................................................................................... 5
3. Definições .................................................................................................................................................. 5
4. Reconhecimento .......................................................................................................................................... 7
5. Mensuração................................................................................................................................................ 8
3. Imparidade ............................................................................................................................................... 13
4. Desreconhecimento .................................................................................................................................... 15
5. Contabilização de Cobertura ...................................................................................................................... 15
IV. Casos Práticos................................................................................................................18
Exercício 1...................................................................................................................................................... 18
Exercício 2...................................................................................................................................................... 19
Exercício 3...................................................................................................................................................... 20
V. Conclusão......................................................................................................................22
I. Introdução
O presente trabalho foi elaborado no âmbito a disciplina de Contabilidade e Operações Especiais e
estuda a NCRF 27 – Instrumentos Financeiros.
Dos temas propostos para a elaboração do trabalho, a escolha recaiu sobre essa norma, de forma a
aprofundar os meus conhecimentos, dado ser a que mais dificuldades de compreensão me apresentava,
sendo uma boa forma reforçar os conhecimentos.
O Capítulo III – NCRF 27 – Instrumentos Financeiros estará dividido em oito partes, nomeadamente
o objetivo da norma, o seu âmbito, as principais definições para a compreensão da norma, o
Reconhecimento de Instrumentos Financeiros, a Mensuração, as Imparidades, o Desreconhecimento e
a Contabilização de Cobertura.
Para uma melhor compreensão da aplicação da norma foi criado um Capítulo IV – Casos Práticos, onde
serão resolvidos três exercícios de aplicação, utilizando os vários métodos de mensuração dos
Instrumentos Financeiros.
Para a elaboração do trabalho foi utilizado o SNC – Explicado de João Rodrigues (7.ª Edição) e o sítio
da internet da Comissão de Normalização Contabilística.
O principal objetivo da criação da NCRF 27 foi simplificar as disposições aplicáveis aos instrumentos
financeiros, uma vez que a IAS 39 é uma norma altamente complexa. No entanto caso a entidade opte
por aplicar integralmente a IAS 39, a IAS 32 e a IFRS 7, não necessita de aplicar a NCRF 27.
IAS 39
IAS 32 IFRS 7
NCRF
27
1. Objetivo
O objetivo desta norma é o de prescrever o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros e
respetivos requisitos de apresentação.
2. Âmbito
Esta norma deve ser aplicada no reconhecimento e mensuração dos instrumentos financeiros, no
entanto aplica-se a todos os instrumentos financeiros com exceção:
3. Definições
Instrumento Financeiro: é um contrato que dá origem a um ativo financeiro numa entidade e a um
passivo financeiro ou instrumento de capital próprio noutra entidade.
a) Dinheiro;
b) Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;
c) Um direito contratual de receber dinheiro ou outro ativo financeiro de outra entidade, ou de
trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outras condições que sejam potencialmente
favoráveis para a entidade;
d) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da própria
entidade e que seja um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa estar, obrigada a
receber um número variável de instrumentos de capital próprio da própria entidade ou um
derivado que seja, ou possa ser, liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa de
dinheiro ou outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos de capital próprio da
própria entidade.
a) Uma obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro ativo financeiro a uma outra entidade,
ou de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outras entidades em condições que
sejam potencialmente desfavoráveis para a entidade;
b) Um contrato que seja, ou possa ser, liquidado em instrumentos de capital próprio da própria
entidade e que seja:
i. Um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa estar, obrigada a entregar um
número variável de instrumentos de capital próprio da própria entidade;
ii. Um derivado que seja, ou possa ser, liquidado de forma diferente da troca de uma
quantia fixa em dinheiro ou outro ativo financeiro por um número fixo de instrumentos
de capital próprio da própria entidade.
Instrumento de Capital Próprio: é qualquer contrato que evidencie um interesse residual nos ativos de
uma entidade, após dedução de todos os seus passivos.
Justo Valor: é a quantia pela qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo ser liquidado, entre partes
conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não exista relacionamento entre elas.
Derivado: é um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as três caraterísticas seguintes:
a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa específica taxa de juro, preço de instrumentos
financeiros, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de taxas, notação de
crédito ou índice de crédito ou outra variável, desde que, no caso de uma variável não financeira,
a variável não seja específica de uma das partes do contrato (por vezes denominada “subjacente”);
b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou requer investimento inferior ao que seria
exigido para outros tipos de contrato- que se esperaria que tivessem uma resposta semelhante às
alterações nos fatores de mercado;
c) É liquidado numa data futura.
Custo amortizado de um ativo financeiro ou de um passivo financeiro: é o montante pela qual o ativo
financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no momento do reconhecimento inicial, menos os
reembolsos de capital, mais ou menos amortização cumulativa – usando o método do custo efetivo – de
qualquer diferença entre o montante inicial e o montante na maturidade, e menos qualquer redução
(diretamente, ou por meio de uso de uma conta de abatimento) relacionada com imparidade ou
incobrabilidade.
Custo de transação: são custos incrementais que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, emissão ou
alienação de um ativo financeiro ou de um passivo financeiro. Um custo incremental é aquele que não
seria incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o instrumento financeiro.
Compromisso firme: é um acordo vinculativo para a troca de uma quantidade especificada de recursos,
a um preço especificado, numa data ou datas futuras especificadas.
Item coberto: é um ativo, passivo, compromisso firme, transação futura altamente provável ou
investimento liquido numa unidade operacional estrangeira que expõe a entidade ao risco de alteração
no justo valor ou nos fluxos de caixa futuros, e foi designado como estando coberto.
4. Reconhecimento
De acordo com a NCRF 27, devemos reconhecer um ativo financeiro, um passivo financeiro ou um
instrumento de capital próprio, quando a entidade se torna uma parte das disposições contratuais do
instrumento.
Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio quando a entidade
emite tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a pagar dinheiro ou entregar qualquer outro
recurso em troca dos referidos instrumentos de capital próprio. Se os instrumentos de capital próprio
forem emitidos antes dos recursos serem proporcionados a entidade deve apresentar a quantia a receber
como ativo.
Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus próprios instrumentos de capital próprio, esses
instrumentos (“quotas/ações próprias”) devem ser reconhecidos como dedução ao capital próprio. A
quantia a reconhecer deve ser o justo valor da retribuição paga pelos respetivos instrumentos de capital
próprio. Uma entidade não deve reconhecer qualquer ganho ou perda na demonstração de resultados
decorrente de qualquer compra, venda, emissão ou cancelamento de ações próprias.
No caso de a entidade emitente ficar obrigada ou sujeita a uma obrigação de entregar dinheiro, ou
qualquer outro ativo, por contrapartida de instrumentos de capital próprio emitidos pela entidade, o
valor presente da quantia a pagar deverá ser inscrito no passivo por contrapartida de capital próprio.
Caso cesse tal obrigação e não seja concretizado o referido pagamento, a entidade deverá reverter a
quantia escrita no passivo por contrapartida do capital próprio.
5. Mensuração
5.1 Mensuração inicial de ativos e passivos financeiros
Quando um ativo ou um passivo financeiro é inicialmente reconhecido, uma entidade deve mensurá-lo
pelo seu justo valor. A NCRF refere que os custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à
aquisição do ativo financeiro ou à emissão do passivo financeiro devem ser incluídos no justo valor, no
caso dos ativos e passivos financeiros cuja mensuração subsequente não seja inferior ao justo valor.
A NCRF refere que, após o reconhecimento inicial, uma entidade deve mensurar, em cada ano de relato,
todos os ativos pelo justo valor, sendo que as alterações de justo valor devem ser reconhecidas na
demonstração de resultado. Excetuam-se:
No caso dos passivos financeiros, após o reconhecimento inicial, em cada data de relato, devem ser
mensurados pelo custo amortizado usando o método do juro efetivo, exceto quanto a passivos
financeiros classificados como detidos para negociação, os quais devem ser mensurados pelos justo valor
com as alterações de justo valor reconhecidas na demonstração de resultados.
Passivo financeiro detido para negociação: um passivo financeiro é classificado como detido
para negociação se:
o For incorrido principalmente para a finalidade de recomprar num prazo muito próximo;
o Fizer parte, aquando o reconhecimento inicial, de uma carteira de instrumentos
financeiros identificados, que são geridos em conjunto e para os quais exista evidência
de terem recentemente proporcionado lucros reais;
o For derivado (exceto se for um instrumento de cobertura designado e eficaz).
Segundo a NCRF 27, não se deve alterar a política de mensuração subsequente de ativos e passivos
financeiros enquanto tal instrumento for detido, seja para passar a usar o modelo do justo valor seja para
deixar de usar esse modelo.
No entanto as entidades poderão ter de deixar de aplicar o modelo de justo valor a instrumentos de
capital próprio, se deixar de estar disponível uma mensuração fiável do justo valor desse instrumento.
Nestas situações a NCRF refere que a quantia escriturada (justo valor) torna-se, à data da transação, a
quantia de custo para efeitos de adoção do modelo de custo amortizado.
De acordo com a NCRF 27 uma entidade deve mensurar os instrumentos de capitais próprios emitidos,
pelo dinheiro recebido ou pelo justo valor dos recursos recebidos ou a receber.
Se o pagamento for diferido (capital social subscrito e não realizado) e o valor temporal do dinheiro for
significativo, a mensuração inicial deve ser o valor presente da quantia a receber.
Todos os custos associados à emissão de instrumentos de capital próprio devem ser deduzidos à quantia
inscrita no respetivo capital próprio.
Os instrumentos compostos são instrumentos que são simultaneamente de dívida e de capital próprio,
como por exemplo as obrigações com warrant e obrigações convertíveis em ações.
Na emissão de instrumentos compostos, a entidade deve alocar a quantia recebida entre as respetivas
componentes, sendo que para isso deve determinar a quantia da componente do passivo financeiro
como sendo o justo valor do passivo financeiro similar que não tenha associado nenhuma componente
de capital próprio. A quantia remanescente constituirá a mensuração inicial da componente de capital
próprio.
Uma entidade não deve reverter a quantia imputada ao capital próprio em qualquer período
subsequente.
Segundo a NCRF 27, devem-se mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo ou custo
amortizado, menos eventuais perdas por imparidade:
a) Instrumentos financeiros:
i. À vista ou com maturidade definida;
ii. Cujos retornos para o seu detentor sejam de montante fixo, de taxa de juro fixa durante
a vida do instrumento financeiro ou de taxa variável que seja indexante típico de mercado
para operações de financiamento (ex: Euribor) ou que inclua um spread sobre esse mesmo
indexante;
iii. Que não contenham nenhuma cláusula contratual que possa resultar para o seu detentor
em perda do valor nominal e do juro acumulado (excluindo-se os casos típicos de risco
de crédito);
b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos que:
i. Não possam ser negociados numa base líquida;
ii. Quando executados, espera-se que reúnam as condições para reconhecimento ao custo
ou ao custo amortizado, menos perdas por imparidade;
iii. A entidade designe, no momento do reconhecimento inicial, para serem mensurados ao
custo, menos perdas por imparidade.
c) Investimentos em instrumentos de capital próprio que não sejam negociados publicamente e
cujo justo valor não possa ser obtido com fiabilidade e derivados que estejam ligados a e devam
ser liquidados pela entrega de tais instrumentos de capital próprio não cotados, os quais devem
ser mensurados pelo custo menos perdas por imparidade.
Os instrumentos financeiros que não sejam mensurados ao custo ou custo amortizado devem ser
mensurados ao justo valor. Na mensuração inicial do ativo ou passivo financeiro, os custos de transação
não devem ser incluídos, sendo assim levados diretamente para resultados do exercício.
Quando os preços correntes não estiverem disponíveis, o preço de transações recentes proporciona prova
do justo valor corrente, desde que não tenham ocorrido alterações significativas nas circunstâncias
económicas desde a data da transação.
Se não existir um mercado ativo, o justo valor é determinado usando a técnica de valorização
relativamente à qual os fatores (valor temporal do dinheiro, risco de crédito, taxas de câmbio, preços de
mercadorias, preços de capital próprio, volatilidade, risco de pagamento antecipado e risco de renuncia
e custos de manutenção de ativo financeiro ou de um passivo financeiro) podem ser mensurados com
fiabilidade, porque vêm de mercados ativos.
De acordo com a NCRF 27 uma entidade deve mensurar os instrumentos de capitais próprios emitidos,
pelo dinheiro recebido ou pelo justo valor dos recursos recebidos ou a receber.
Se o pagamento for diferido (capital social subscrito e não realizado) e o valor temporal do dinheiro for
significativo, a mensuração inicial deve ser o valor presente da quantia a receber.
Todos os custos associados à emissão de instrumentos de capital próprio devem ser deduzidos à quantia
inscrita no respetivo capital próprio.
Os instrumentos compostos são instrumentos que são simultaneamente de dívida e de capital próprio,
como por exemplo as obrigações com warrant e obrigações convertíveis em ações.
Na emissão de instrumentos compostos, a entidade deve alocar a quantia recebida entre as respetivas
componentes, sendo que para isso deve determinar a quantia da componente do passivo financeiro
como sendo o justo valor do passivo financeiro similar que não tenha associado nenhuma componente
de capital próprio. A quantia remanescente constituirá a mensuração inicial da componente de capital
próprio.
Uma entidade não deve reverter a quantia imputada ao capital próprio em qualquer período
subsequente.
3. Imparidade
6.1 Reconhecimento de Imparidades
Uma entidade, em cada data do balanço, deve avaliar a imparidade de todos os ativos financeiros que
não sejam mensurados ao justo valor através de resultados. Se existir uma evidência objetiva de
imparidade, a entidade deve reconhecer uma perda por imparidade na demonstração de resultados.
a) Para ativos financeiros mensurados ao custo amortizado: a perda por imparidade é a diferença
entre a quantia escriturada e o valor atual dos fluxos de caixa estimados descontados à taxa de
juro efetiva original do ativo financeiro;
b) Para ativos financeiros mensurados ao custo: é a diferença entre a quantia escriturada e o valor
presente dos fluxos de caixa futuros estimados descontados à taxa de retorno de mercado
corrente para um ativo financeiro semelhante.
Para os ativos financeiros mensurados ao custo amortizado, se num período subsequente, a quantia de
perda por imparidade diminuir e tal diminuição possa estar objetivamente relacionada com um evento
ocorrido após o reconhecimento, a entidade deve reverter a imparidade anteriormente reconhecida. A
reversão não poderá resultar numa quantia escriturada do ativo financeiro que exceda aquilo que seria
o custo amortizado do referido ativo, caso a perda por imparidade não tiver sido anteriormente
reconhecida. A quantia da reversão deve ser reconhecida na demonstração de resultados.
4. Desreconhecimento
7.1 Desreconhecimento de ativos financeiros
De acordo com a NCRF 27 a entidade deve desreconhecer um ativo financeiro apenas quando:
Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro, ou parte dele, apenas quando este se extinguir,
ou seja, quando a obrigação estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou expire.
5. Contabilização de Cobertura
Uma entidade poderá designar uma relação de cobertura entre um instrumento de cobertura e
instrumento coberto de tal forma que se qualifique como contabilização da cobertura. Para a qualificação
da contabilização de cobertura, estabelecidas na NCRF 27, uma entidade deve cumprir com todas as
seguintes condições, para que o ganho e perda no instrumento de cobertura e no instrumento coberto
seja reconhecido na demonstração de resultados, simultaneamente:
a) Designe e documente a relação de cobertura de tal forma que o risco coberto, o item de cobertura
e o item coberto estejam claramente identificados e que o risco do item coberto seja o risco para
que esteja a ser efetuada a cobertura com o instrumento de cobertura;
b) O risco a cobrir seja um dos seguintes riscos:
i. Risco de taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado aso custo amortizado;
ii. Risco de câmbio num compromisso firme ou numa transação futura altamente provável;
iii. Exposição a risco de preço em ativos que sejam detidos ou abrangidos por um
compromisso firme ou uma transação futura altamente provável de compra ou de venda
de ativos que tenha preços de mercado determináveis;
iv. Exposição de risco cambial no investimento líquido numa unidade operacional
estrangeira;
c) A entidade espera que as alterações no justo valor ou fluxos de caixa no item coberto, atribuíveis
ao risco que estava a ser coberto, compensará praticamente as alterações de justo valor ou fluxos
de caixa do instrumento de cobertura;
d) Uma transação futura que seja o objeto de cobertura tem de ser altamente provável.
8.1 Cobertura de risco de taxa de juro fixa ou de risco de preços de ativos detidos ou
abrangidos por um compromisso firme
Se a cobertura de risco for para fazer face a uma exposição a taxa de juro fixa de um instrumento de
dívida mensurado ao custo amortizado ou de risco de preço de ativos detidos ou abrangidos por um
compromisso firme, a entidade deve:
Se o risco coberto for o risco de taxa de juro fixa de um ativo ou passivo mensurado ao custo amortizado,
a entidade deve reconhecer as liquidações periódicas no instrumento de cobertura, na demonstração de
resultados do período a que as liquidações dizem respeito.
Segundo a NCRF 27, se a contabilização de cobertura for descontinuada e o instrumento coberto for
um ativo ou passivo mensurado ao custo amortizado que não seja desreconhecido, qualquer ganho ou
perda reconhecido como ajustamento ao valor contabilístico do ativo coberto deverá ser amortizado nos
resultados durante a vida remanescente do instrumento coberto, utilizando o método da taxa de juro
original efetiva.
8.2 Cobertura do risco de variabilidade da taxa de juro, risco cambial, risco de preço
de uma transação futura altamente provável ou risco cambial no investimento líquido
numa unidade operacional estrangeira
A NCRF 27 refere que, se não for mais expectável que a transação futura venha a ocorrer ou se o
instrumento de dívida coberto mensurado ao custo amortizado for desreconhecido, qualquer ganho ou
perda no instrumento de cobertura que tenha sido previamente reconhecido no capital próprio deverá
ser removido do capital próprio e reconhecido na demonstração de resultados.
Exercício 1
Considere a emissão, em 2 de janeiro de N, de obrigações com as seguintes condições:
Resolução:
O método de mensuração aplicável é a mensuração ao custo amortizado, uma vez que, de acordo com o
parágrafo 12 da NCRF – 27, estamos perante um instrumento financeiro com maturidade definida.
O método de mensuração aplicável é a mensuração ao custo amortizado, uma vez que, de acordo com o
parágrafo 12 da NCRF – 27, estamos perante um instrumento financeiro com maturidade definida.
Exercício 2
Uma empresa adquiriu em bolsa, no dia 30-06-N, um lote de 5.000 ações da Lda., Lda. a 1€ por ação,
tendo pago 200€ de despesas de compra. Em 30-09-N a empresa recebeu dividendos de 0,25€ por ação.
Efetue os lançamentos contabilísticos aplicáveis no ano N, de acordo com a NCRF, sabendo-se que a
cotação no final do ano era de 0,70€ por ação e que é intenção da empresa deter este investimento para
negociação.
Resolução:
De acordo com a NCRF – 27, parágrafo 15, alínea c), devem ser mensurados ao justo valor, através de
resultados, os ativos financeiros detidos para negociação. De referir que na mensuração inicial de ativos
e passivos financeiros ao justo valor, os custos de transação não devem ser incluídos, sendo levados
diretamente para resultados.
Exercício 3
Uma entidade adquiriu, no dia 30-06-N, um lote de 5.000 ações da Lda., Lda. a 1€ cada. Não existe um
mercado ativo para as referidas ações. No ano de N+1, a Lda., Lda. entrou em processo de insolvência,
cujo desfecho se desconhece. Efetue os lançamentos contabilísticos aplicáveis no ano de N e N+1.
Resolução:
De acordo com a NCRF 27, estamos perante um instrumento financeiro que deve ser mensurado ao
custo menos perdas por imparidade - Parágrafo 11 alínea a): “Instrumentos de capital próprio de uma
entidade que não sejam negociados publicamente e cujo justo valor não possa ser obtido de forma fiável.
(…) devem ser mensurados ao custo menos perdas por imparidade.”
V. Conclusão
Neste trabalho foi abordado a NCRF 27 - Instrumentos Financeiros, nomeadamente o seu
Enquadramento Contabilístico, o Reconhecimento e Classificação dos Instrumentos Financeiros, a
Mensuração e Aplicação Prática.
Relativamente aos instrumentos financeiros, concluiu-se que devemos reconhecer um ativo financeiro,
um passivo financeiro e um instrumento de capital próprio quando a entidade se torne parte das
disposições contratuais do instrumento.
É importante também salientar que os instrumentos financeiros devem ser mensurados ao Custo ou
Custo amortizado, menos qualquer perda por imparidade; ou ao Justo valor, com alterações de justo
valor a serem reconhecidas na demonstração de resultados.
Os objetivos propostos para a elaboração do presente trabalho foram alcançados uma vez que foram
abordadas todas as temáticas exigidas na elaboração do mesmo.
Com a elaboração desse trabalho foi possível aprofundar os conhecimentos sobre os Instrumentos
Financeiros, uma vez que me permitiu ficar a conhecer melhor a respetiva norma, os seus critérios de
reconhecimento, classificação e mensuração.