Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C do autor
1" ediçõo 2000
'r impress6o 2001
~
;f
... , . Coleção AMENCAR
3"i~2002
-~.
<4" impressóo 2003 '
5" impressão 2()().4
6" impressão 2005
7" impress6o 2006
8" impressõo 2008
9" impressóo 2009
•.'
l
24 - CtHno Elaht1ror Pmjtta.r? Cmrw Eloboror Pmjeto:r? - 25
Curva do Aprendizado
Ação continuada
~eflexão
~ Aprendizado
(Sistematização)
J2 • Culrtn Eluborr1r Proj,tos? CfHrlll Eúlborur Pmjeros? • JJ
As atividades do ciclo do projeto ~ormam um todo integrado e Objetivos Específicos do projeto, de acordo com a estratégia de
coerente, no qual os diferentes momentos representam etapas sucessi- intervenção definida.
vas e interligadas, necessárias para levar o projeto a cabo. À medida, • pela proposição de Resultados Imediatos
porém, que o projeto avança, o ciclo do projeto vai se transformando de Quando são propostos Resultados a serem alcançados a
uma mera sucessão de etapas em uma verdadeira curva (espiral) de curto prazo, os quais são condição indispensável para o alcan-
ação-reflexão em que a distinção entre planejamento, monitoramen- ce dos Objetivos do Projeto.
to, avaliação e sistematização vai se tomando cada vez mais difícil. • pela indicação de Atividades e Ações . ,
Os objetivos e atividades relativas a cada momento do ciclo de Quando são formuladas Atividades-chave necessánas a
um projeto são: produção dos Resultados, assim como as ações que compõem
cada Atividade.
• Fase de Identificação • pela análise da lógica da intervenção
A fase de identificação é caracterizada: Quando é realizada uma análise crítica de ações - Ativida-
• pela identificação da oportunidade da intervenção des - Resultados, Objetivo do Projeto e ,Objetivo Geral, de for-
Essa é a hora de identificar a oportunidade da interven- ma a checar os vínculos de necessidade e suficiência desses ele-
ção, delimitando-se o seu objeto e o seu âmbito, identificando- mentos do projeto. Isto é, há que checar se as ações listadas são
se hipóteses explicativas preliminares sobre a situação-proble- necessárias e suficientes para realizar as Atividades-chave defi-
ma a ser enfrentada e identificando-se as eventuais limitações i
I
nidas, assim também com as Atividades em relação aos Resulta-
institucionais que devam ser levadas em conta. i.
dos Imediatos e desses com os Objetivos do Projeto e desses, por
• pelo exame preliminar da sustentabilidade da idéia sua vez. cç;m o Objetivo Geral. Mais uma vez. percebe-se como
Nesse momento, realiza-se uma análise preliminar da viabi- tudo se encadeia.
lidade da idéia, de forma a s6 seguir-se à frente se tal análise • pela identificação dos fatores de risco
indicar que a idéia é, de fato, promissora. Os testes mais impor- Definindo como a intervenção será feita, é imprescindível que
tantes aqui são o exame da sustentabilidade politica, da susten- se proceda à análise das Premissas e/ou dos fatores de risco do
tabilidade técnica e da sustentabilidade financeira. projeto, de forma a poder mantê-los. quanto possível, sob controle.
• pelo diagnóstico da problemática • pela definição dos Indicadores, Meios de Verificação e
Uma vez que a oportunidade da intervenção esteja clara- procedimentos de Monitoramento & Avaliação
mente definida e a análise preliminar da sustentabilidade seja Esse é o momento de formular ao parâmetros pelos quais o
positiva, passa-se ao estudo da problemática em questão, condi- projeto será continuamente monitorado e avaliado. Parte-se, en-
ção fundamental para a análise da situação-problema e dos atores tão, para a elaboração dos Indicadores e dos respectivos Meios de
envolvidos e para a formulação adequada de objetivos, estraté- Verificação. Os Indicadores são os padrões ou sinais que nos indi-
gias, resultados e atividades. cam se alcançamos nossos propósitos. enquanto os Meios de Verifi-
cação são as fontes de dados/informações e a forma de sua coleta
• Fase de Elaboração e registro. Aqui, definem-se também os procedimentos concretos do
A fase de elaboração é caracterizada: conjunto do sistema de M&A: além de Indicadores e Meios de Veri-
• pela formulação do objetivo do projeto ficação. define-se a sistemática de registro de informações. crono-
Quando definem-se, com base nas possibilidades e limita- grama de reuniões, responsabilidades específicas, formas de parti-
ções indicadas na fase de identificação, o Objetivo Geral e os cipação de beneficiários e/ou outros atores envolvidos. etc.
------·------------~
• pela análise da sustentação lógica do projeto vos estipul~dos. Durante a implementação, ocorrem também ativida-
Procede-se então à análise do Marco Lógico (confira defi- des de momtoramento e avaliação.
nição na seção 4.3) para. se ter certeza de que a equação lógica
na qual se sustenta o projeto é, de fato, plausível e adequada. • Fase de AvaJiação
Esse é o momento em que a relação entre Recursos- Atividades A fase de avaliação propriamente dita corresponde ao mo-
-Resultados Imediatos- Objetivos do Projeto- Objetivo Geral mento de avaliação do projeto após um certo período de tempo (no
- Indicadores e Pretnissas (fatores de risco) é analisada, poden- final de cada ano, por exemplo, ou no final de um triênio) ou mesmo
do levar a revisões de partes do projeto. ao momepto da avaliação quando o projeto muda de natureza ou se
• pela montagem do Plano Operacional encerra. E quando nos perguntamos pelos efeitos e impactos de todo
Uma vez que se tenha segurança da qualidade do projeto e de ~ es!orço e,recursos investidos. Essa avaliação distingue-se da ava-
sua sustentabilidade, procede-se à montagem do Plano Operacio- haçao contmua que ocorre durante a execução do projeto (Monitora-
nal, pelo qual definem-se os Resultados, com suas Atividades e ações mento & Avaliação) por ser um evento que ocorre a espaços maio-
e seus respectivos prazos, responsáveis e recursos necessários. res de tempo, ao. fi.nal ~e períodos marcantes para 0 projeto e, geral-
• pela determinação dos custos e da viabilidade financeira mente, com partJcJpaçao de avaliadores externos.
Nesse momento, quando o projeto está elaborado, passa-
se então ao cálculo dos custos necessários para a sua imple- • Fase de Replanejamento
mentação, devendo-se identificar os custos segundo o crono- Com base na.av.aliação, entra-se na fase de replanejamento,
grama de atividades (Plano Operacional). b~s~ando rever objetivos, resultados, premissas/fatores de risco e
• pela redação do projeto attvJdad:s em funç~o das liyões do período de implementação e das
Finalmente, chega a hora de redigir o documento de apre- conclusoes da avahação. E a hora de planejar novamente, só que
sentação do projeto, sistematizando as principais definições da desta vez tendo a vantagem da experiência transcorrida.
intervenção, de forma a justificar solidamente a iniciativa para
que quem vá analisar a relevância do projeto tenha em mãos Para refletir - - - - - -
todas as informações necessárias.
• Como ti~eram início os projetos que você conhece?
• Fase de Aprovação Como a ongem desses projetos pode ter influenciado as
A fase de aprovação é marcada pela aprovação de recursos
suas chances de êxito?
para a implementação do projeto. Embora a busca por recursos deva
dar-se desde o início, esse é o momento em que se devem assegurar • Quai~ os r~s~os de iniciar um projeto sem um diagnósti-
os recursos para a iniciativa. co satisfatono da situação?
É recomendável que o projeto só seja inicia'tl.à uma vez'que a
• É possível realizar o. monitoramento e a avaliação d
maior parte dos recursos necessários tenham sido assegurados.
forma participativa? e
mentos, a qual deve ser válida e coerente o suficiente para que o 4) Por fim, com base nesses elementos, monta-se um sistema
projeto seja viável. de gerenciamento do projeto (Monitoramento e Avaliação) com base
2) A seguir, passa-se para a identificação das Premissas ou nos Indicadores e Meios de Verificação e calculam-se os recursos
fatores de risco do projeto (4• coluna), em cada um dos níveis hori- necessários para a implementação do projeto.
zontais da matriz.
3) Então, chega o momento de formular Indicadores e seus Para refletir -------....
Meios de Verificação específicos para cada nível horizontal da Ma-
triz (2• e 3• colunas). • No projeto em que você está envolvido/a, costuma-se
distinguir as Atividades a serem desenvolvidas dos Re-
Descrição Indicadores Meios de Premissas sultados esperados? E esses Resultados dos Objetivos
Sumária Verificáveis Verificação (fatores de risco) do Projeto?
• O projeto é gerenciado (monitorado e avaliado) tendo
Objetivo Geral; Indicadores de Fontes de dados e por base Indicadores?
Objetivo hierarqui- Impacto: informações e
camente superior Evidenciam até meios de coleta/ • As Premissas (fatores de risco) do projeto são explicita-
para o qual o que ponto e como registro para o
objetivo do projeto o projeto contribui Indicador de das?
contribui para o alcance do Impacto.
Objetivo Geral.
Esta seção tem por objetivo apresentar os passos sucessivos e • exame da sustentabilidade técnica: a organização promotora e
o's instrumentos utilizados no processo de elaboração de um projeto, seus potenciais aliados na iniciativa detêm os recursos técni-
utilizando-se o instrumento do Marco Lógico como parâmetro orien- cos e a capacidade (know-how) necessários?
tador básico. • exame da sustentabilidade financeira: qual a dimensão de re-
cursos financeiros necessários? Quão provável é que os re-
cursos sejam captados? Em que condições? Quando?
5.1 Identificação da oportunidade
para uma ação social estratégica
5.3 Diagnóstico
A oportunidade da intervenção pode emergir tanto da avaliação
"O vento que não se respeita
de projetos existentes, de desafios resultantes do planejamento estra-
é sempre um obstáculo. "
tégico institucional ou ainda por delegação de instância superior ou
mesmo por sugestão de agências fi nanei adoras.
Com a oportunidade da intervenção definida e a análise prelimi-
nar da sustentabilidade positiva, é hora de avançar na compreensão da
Nessa fase inicial, é fundamental:
problemática em questão. Assim, pode-se partir para a formulação de
• certificar-se de que a idéia do projeto é coerente com a mis-
objetivos, estratégias, resultados e atividades através do diagnóstico.
são e o planejamento institucionais,
• formular hipó~eses explicativas básicas sobre a situação pro-
5.3.1 Orientações gerais
blemática, e
• promover a sensibilização dos atores sociais relevantes sobre
Importante: o diagnóstico não é neutro -ele é conduzido e
a questão e a mobilização de órgãos e instituições potencial-
estruturado pela visão político-ideológica da situação-problema e pe-
mente aliados.
las hipóteses preliminares sobre a estrutura e dinâmica da problemá-
tica•. estabelecidos na fase de identificação.
O diagnóstico deve promover:
5.2 Sustentabilidade preliminar • O levantamento detalhado de dados e informações que pos-
sam caracterizar as condições de vida dos potenciais benefi-
"(. .. )ficou claro que 11ão era nada
ciários da intervenção, obtendo-se, assim, uma visão da "situ-
impossível fazer uma li11da viagem sem esse
circo de problemas. Mas para isso era
ação inicial" dos potenciais beneficiários. É a partir dela que
preciso estar preparado." os progressos do projeto serão avaliados no futuro.
• A identificação das dinâmicas sócio-políticas, econômicas e
Passa-se então a analisar de forma preliminar as chances de culturais que explicam a situação-problema (ver seções 5 .3.2
êxito do projeto, de acordo com três fatores-chave: e 5.3.3 a seguir).
• exame da sustentabilidade política: haverá apoio suficiente à • A identificação e avaliação das iniciativas similares relevan-
iniciativa dentre os potenciais beneficiários, dentre outros ato- tes, sejam elas de caráter público ou privado.
res relevantes e mesmo dentro da organização promotora? • A identificação das percepções, das experiências e das expec-
tativas dos potenciais beneficiários em relação à problemática.
H· Ct~mu · Eiubnrar Pmjetus? Como Elaboror Projetos? • 45
A listagem dos atores pode ser feita Jistando-se todos os atores Lembramos novamente que a definição desses parâmetros deve
relevantes, identificando-se, para cada um deles, seus interesses em ser feita com a maior participação possível de todos os atores institu-
relação aos problemas/desafios a serem enfrentados pelo projeto e cionais potencialmente envolvidos elou afetados pelo projeto, em es-
os seus objetivos. A seguir, deve-se identificar o grau e tipo de im- pecial, seus supostos beneficiários diretos.
pacto provável de seus interesses sobre o projeto e. então, definir A definição do Objetivo Geral, dos Objetiv~s d? Projeto, dos Res~l
uma priorização dos atores envolvidos em termos de que interesses o tados Imediatos e das Atividades preenche a pnmetra coluna da Matnz
projeto deve assegurar. Lógica, denominada de "Descrição Sumária". Tais elementos formam
A análise de cada ator pode ser feita da seguinte forma: uma "hierarquia de objetivos", em que uns devem levar aos outros.
1. Quais são as expectativas de cada ator em relação ao proje- As perguntas a serem respondidas aqui sã~: . .?
to? · • Qual o objetivo mais geral parao qual o proJeto quercontnburr.
2. Quais são os prováveis benefícios/prejuízos do projeto para • Para que tal contribuição possa se efetivar, qual deve(m) ser
cada ator? então o(s) objetivo(s) específico(s) do projeto?
3. Que recursos cada ator tenciona (ou não) disponibilizar para • Para atingir tal objetivo(s), quais as situ~ções e os resultados
o projeto? essenciais a serem produzidos?
4 . Que outros interesses têm os atores que podem entrar em • Para produzir tais resultados, que atividades devem ser desen-
conflito com o projeto? volvidas?
5. Como cada ator envolvidos percebe/considera os demais • Para realizar essas atividades, que tipo e volume de recursos
atores listados? devem ser disponibilizados?
O resultado da análise deve levar a: (a) integração de novos objeti- Para facilitar a compreensão da metodologia da matriz do
vos do Projeto, Resultados e Atividades, quando for possível contornar Marco Lógico, utilizaremos daqui para a frente o exemplo de
os riscos identificados, integrando novas ações ao projeto e (b) integra- um projeto concreto na área do atendimento a crianças de rua,
ção dos fatores de risco na coluna das Premissas no Marco Lógico, de o "Projeto Travessia".
forma a indicar-se a necessidade de monitoramento de tais fatores.
ocasiões, o Objetivo Geral já está definido (por outros níveis da insti- Como formular Resultados?
tuição), quando se começa a elaborar o projeto. Cada Objetivo específico do Projeto requererá um pequeno nú-
mero de Resultados correspondentes. Além dos Resultados diretamente
Projeto Travessia relacionados ao alcance do Objetivo do Projeto, pode-se também in-
OBJETIVO GERAL: O Projeto Travessia pretende contri- cluir um ou mais Resultados específicos para a fase de implantação do
buir de forma siQniHcatlva para a melhoria das condi- projeto e outro ainda relativo às Atividades de gerenciamento do proje-
ções de vida dos setores mais exclufdos da sociedade
no município de Capela. fazendo parte do Programa
to. A proposição de Resultados deve partir do diagnóstico da situação-
Promoção da Odadanla. problema e de suas relações de causa e efeito mais importantes, de
forma a satisfazer as exigências colocadas pelo Objetivo do Projeto 17•
ATIVIDADES (se~undo Resultados e sem detalha- das vantagens do uso do ML é justamente que ele exige a explicitação
mento de ações respectivas): dessas relações, sempre presentes nos projetos, mas nem sempre defini-
das. A maior ou menor validade dessas relações lógicas será determina-
1.1 Definir proposta pedagó!21ca, organização e coor- da pela qualidade do diagnóstico, pela qualidade do conhecimento da
denação do trabalho e programa de atividades do
Centro de Apolo. problemática pela equipe do projeto e pela sua experiência acumulada.
1.2 Selecionar e capacitar educadores de rua e profts- Para proceder a essa análise, deve-se responder às seguintes
slonals nas áreas médica, psicológica, le~al e de es- perguntas:
porte. arte & lazer afinados com os objetivos do pro- • As ações listadas são necessárias e suficientes para realizar
jeto.
1.3 Estabelecer convênios com prefeitura e Institui- as Atividades?
ções de assistência social. • As Atividades previstas conduzem necessariamente à produ-
1.4 Reformar a casa na qual vai funcionar a Casa de ção dos Resultados definidos?
Apolo.
• Os Resultados indicados, uma vez produzidos, têm que chan-
2.1 Estabelecer acompanhamento IndiVIdual à crian- ces de levar ao alcance do Objetivo do Projeto?
ça na rua e na Casa de Apolo.
2.2 Localizar. dla~nostlcar e contatar a comunidade
• O alcance do Objetivo Específico do Projeto tem que probabi-
de oriQem e a família. lidade de contribuir de forma relevante para um Objetivo Ge-
2.3 VIsitar regularmente a família. ral superior ao projeto?
3.1 Identificar e contatar escola apropriada à Inserção
da criança. O diagrama abaixo ilustra essa cadeia de hipóteses (possibilidades):
3.2 Realizar oficinas de formação dos professores e
pais da 'escola sobre Inserção de crianças de rua.
3.3 Ministrar aulas de preparação e reforço escolar na
casa de Apolo.
3.4 Acompanhar reQularmente as crianças na escola e
os seus professores.
4.1 Elaborar cursos técnicos apropriados (lnformátl·
SE Objetivo do Projeto, ENTÃO Objetivo Geral
ca, desenho arquitetônico. música e dança. artesana-
to, etc.) em conjunto com SENAC, SENAI e outras Ins-
tituições.
4.2 Realizar diversos cursos técnicos na casa de Apolo.
4.3 Estabelecer convênios com ~ênclas de estágios e
. empresas dispostas a oferecer empregos. SE Resultados, ENTÃO Objetivo do Projeto
.;
56 - C11mo Etubmur Pmjdt~.•?
da evolução não desejada de certos fatores de risco. Projetos exito- 5.5.2 A importância dos fatores externos
sos, muitas vezes, são obrigados a devotar uma quantidade de tempo
razoável para "garantir.. que as premissas evoluam de forma favorá- No processo de elaboração do projeto, deve-se identificar os
vel ao alcance dos seus objetivos. Evita-se, assim, desgaste desne- fatores externos relevantes para realizar os Resultados, o Objetivo
cessário de energia institucional, de tempo e de recursos. do Projeto e o Objetivo Geral. Se um determinado fator externo é
Com o preenchimento da 1• e da 4• colunas da matriz, temos, muito importante para o êxito do projeto, deve-se procurar colocá-lo
então. um encadeamento lógico um pouco mais complexo, represen- no processo, transformando-o em Resultado a ser perseguido. Se isto
tado no diagrama abaixo: não for possível, tal fator externo converte-se então numa Premissa,
sendo indicado na 4• coluna do ML. Por outro lado, se um fator exter-
no for essencial para o projeto e tiver grande probabilidade de com-
1• Coluna 4~ Coluna portar-se de forma contrária aos interesses do projeto, recomenda-se
mudar completamente a estratégia de intervenção do projeto.
~r
Importantes do Projeto Travessia são:
• como condição para que as Atividades levem
Premissas de fato aos Resultados:
SE E - a) Prefeitura aberta a convênio com o Projeto e sinto-
~
nia entre os Objetivos do Projeto e a política social
municipal;
~I
SE Premissas b) disponibilidade de SENAI, SENAC, etc. a estabeleci-
mento de parceria;
c) sensibilidade e abertura de escolas e pais e mestres
SE AtiVIdades I E Premissas
para Inserção de crianças de rua; d) Famílias existem,
são localizáveis e estão em condições e dispostas a
acolher de volta suas crianças etou retomar relações;
e) existência de empresas dispostas a oferecer vaqas
de estáÇ!Io/emprego para ex-crianças/adolescentes de
rua.
Entenda o diagrama: • Como condição para que os Resultados levem
ao Objetivo do Projeto:
SE as Atividades forem realizadas E determinadas condições a) comportamento dos adultos que controlavam o
externas (Premissas) evoluírem favoravelmente, ENTÃO é bem trabalho das crianças na rua e a venda de drogas e
prostituição não lnvlablllza o projeto;
provável que se produzam os Resultados esperados; SE os _Resulta- b) atitude da polícia civil e militar na área em relação
dos forem produzidos E as condições externas necessánas (Pre- às crianças em transição da vida na rua para uma
missas) se confirmarem, ENTÃO é provável que o Objetivo do outra vida é favolável.
• como condição para que o Objetivo do Projeto
Projeto seja alcançado de forma substancial; finalmente, SE o Ob- contribua para o Objetivo Geral:
jetivo do Projeto for alcançado E determinados fatores_ ext~rnos a) existência de dinâmica econômica favorável no
(Premissas) comportarem-se conforme esperado, ENTAO e pos- município;
b) existência de políticas públicas de estímulo à Intro-
sível que o projeto efetivamente contribua para o Objetivo Geral ao
dução de jovens no mercado de trabalho.
qual ele está vinculado.
l
1
l
5H - Cmr111 Elcr/wror Pr<~jtlo.f? Como Elalwrur Pmjl!lll.f? - 59
tura corporal como indicação de doença, isso não nos faz acreditar
que a febre seja a causa da doença, menos ainda que seja a própria
doença 13•
!I C11n111 Elaht1rur Pmje/11.<? - 6.1
• Indicadores de Efetividade: Indicam os efeitos que o uso i • Utilizar um número de Indicadores adequado para o projeto, o
dos Resultados pelos beneficiários geraram. Usualmente, indicam ~ que é determinado pelo equilíbrio entre ter-se informações e
mudanças na qualidade de vida, no comportamento e em atitudes e/ dados em excesso e não se ter informações suficientes para
ou na forma de funcionamento de organizações. Sua definição é
bem mais difícil do que a dos Indicadores Operacionais e de De-
l
I
julgar o progresso das ações 19•
• Fazer com que o processo de seleção e definição dos Indi-
sempenho. A função-chave desses Indicadores é demonstrar até
que ponto os Objetivos do Projeto foram alcançados. Dado que a 1 cadores seja o mais participativo possível, envolvendo to-
dos os principais atores envolvidos no Projeto, a começar
tendência é levar um certo tempo para que o conjunto dos Resulta- pelos seus beneficiários. Um bom sistema de indicadores é
dos surta Efeitos junto aos beneficiários, é recomendável avaliar a aquele que é reconhecido por todos como válido, adequado
Efetividade depois de transcorrido um certo tempo (alguns meses a e viável.
um ano, pelo menos) a partir da produção dos Resultados. Sugere- 1 • Realizar discussões regulares entre os atores envolvidos no
se, ainda, que os Indicadores de Efetividade não sejam mais do que projeto, de forma a poder-se captar Resultados e/ou Efeitos
um ou dois, o que ajuda a focalizar o Monitoramento & Avaliação J não previstos, sejam eles positivos ou negativos.
do projeto. • Integrar não apenas Indicadores Objetivamente Verificáveis
(IOVs), mas também questões abertas relativas a cada nível
•Indicadores de Impacto: São aqueles que indicam os bene- 1 do Marco Lógico de forma a estimular a reflexão e o apren-
fícios mais amplos e de mais longo prazo gerados pela realização dos dizado acerca do progresso do projeto, sem ficar refém dos
Objetivos do Projeto. Os Indicadores de Impacto referem-se à con- 1 IOVs.
tribuição do Objetivo do Projeto para alcançar um Objeto Geral hie- • Explicitar os Meios de Verificação, assim como a indicação
rarquicamente superior, de maior alcance e mais complexo (o objeti-
vo de um programa setorial, por exemplo). Por isso, eles normalmen-
te são indicadores indiretos, os quais evidenciam metas que estão
I da responsa':>ilidade pela coleta, registro e análise dos dados.
• Ser enxuto em termos de uso de recursos e relativamente
fácil de entender e operacionalizar.
fora do alcance direto do projeto. Isto é, os Indicadores de Impacto • Buscar ao máximo dados e informações já existen_tes ou de
dão evidência de que o projeto contribuiu efetivamente para o Obje- fácil produção para economizar recursos e tempo.
tivo Geral mais amplo e de mais longo prazo.
Indicadores e (Meios de Verificação) no
Marco Lógico:
5.6.6 Critérios de um bom sistema de Indicadores
• Indicadores de Impacto: a) aumento da renda
mensal média dos jovens envolvidos no projeto 24
Um bom sistema de Indicadores de Monit~rame~~t~ & Avalia- meses após terem saído da rua [pesquisa de acompa-
nhamento dos e~ressos]; b) manutenção de pelo
ção deve: , . , . menos 70% das crianças e jovens na escola 24 meses
• Ter mais Indicadores na base do Marco Logtco, nos mve1s da após terem saído da rua [consulta às escolas].
Atividades/Recursos e dos Resultados e menos no topo, nos
níveis de Objetivo do Projeto e do Objetivo Geral. Tende-se a • Indicadores de Efetlllldade: a) redução de pelo
menos 40% no número de crianças/jovens que vivem
reduzir a dois ou três os Indicadores de Efetividade e a apenas
e trabalham nas ruas de Capela após 24 meses do
um Indicador de Impacto, o qual pode ser desdobrado em su- projeto [levantamento realizado pelos educadores
bindicadores mensuráveis. de rua do Projeto e pesquisa da Prefeitura e Universi-
C.mw Elt~lwrar Pmjt'/11.>? • 69
68 • Cunw ElabiJror Pr<Jjeltl.<?
dade); b) pelo menos 80% das trlanças e jovens que 5.7 Gerenciamento do projeto
deixaram a rua continuam fora dela depois de 12 me-
ses do ocorrido fflchas de acompanhamento Indivi-
"(. ..) é a capacidade de entendei; a todo instante,
dual d? Projeto e consulta ao Conselho Tutelar}.
onde os ajustes devem ser feitos, questionar-se
• Indicadores de Desempenho: a) Casa de Apolo e sempre sobre o procedimento que está sendo
} utilizado, ou a estratégia a ser adotada afim de
Rede de Educadores de Rua em operação re~ular [pelo
menos 80% das Atividades previstas sendo desenvol-
v~das em até 6 meses); b) pelo menos 50% da popula-
çao-alvo contatada re~ularmente nas ruas e um mini-
l se conseguir um desempenho melhor. "
ções do Monitoramento. Por iss'), trata·se ambos como uma unidade, 5.7.2 Para elaborar um sistema de M&A
expressa na sigla M&A 20 -
Em resumo, o M&A do pr )jeto é a observação e revisão cons- Ainda na fase de elaboração do projeto, deve-se formular o
tantes das informações, análise:; e hipóteses nas quais o projeto se seu sistema de gerenciamento, pelo qual definem-se atividades, pro-
baseia, a partir de: cedimentos c responsabilidades específicas no acompanhamento do
• mudanças na realidade cc' ereta ao longo da execução; projeto. Isto é tanto mais essencial quanto mais complexo for o
• evolução do próprio projt' e projeto e quanto maior for o número de grupos e instituições com
• do avanço da reflexão e dt xendizado individual e coletivo21 • ele envolvidos.
As despesas previstas p ara pôr em marcha o sistema de
O M&A do projeto vai, em o, realizar o acompanhamento dq M&A de um projeto devem ser incluídas no seu orçamento, já que
projeto, tendo por base três instru 1entos: o M&A é tão importante que é considerado uma parte do projeto.
• Marco Lógico, através de qual se controla a lógica geral do Em geral, aceita-se que o custo específico do sistema de M&A
projeto e o grau de alcanct de Resultados e Objetivos; de um projeto consuma até 5% do orçamento total. Em ca:...>s
• Plano Operacional, com o ·1ual se controla a realização de excepcionais, pode-se tentar negociar um custo de 5 a lO% do
Atividades e ações de acorc o com prazos, responsáveis e re- total do projeto 22 .
cursos necessários e, ainda, O sistema de M&A, para gerenciar um projeto social, deve
• orçamento do projeto, com o qual se deve buscar que o uso atender às seguintes orientações:
dos recursos pelo projeto esteja de acordo com a oferta de
recursos prevista originalmente. • A equipe executora do projeto deve ter a responsabilidade
principal pelo seu controle, assim como deve ter participação
O M&A de um projeto tem um caráter de duplo controle: a) efetiva na análise das informações do M&A e nas decisões
controle da equipe responsável pelo projeto sobre o seu andamento e sobre o projeto.
b) controle daqueles com poder de decisão fi iial sobre o projeto (gerên- • É importante manter um fluxo de infonnações regular sobre o
cias superiores, diretorias da instituição, consórcio de organizações, etc.) andamento do projeto para o público interno da(s) organiza-
em relação àequipe executora do projeto. Nesse último sentido, o M&A ção (ões) envolvida(s).
tem uma função de responsabilização e de transparência. • Deve-se analisar os sistemas de M&A das instituições envol-
Mas o M&A do projeto tem um papel que vai muito além do vidas no projeto e sua cultura institucional de forma a cons-
controle, o qual diz respeito ao espaço de reflexão c1ítica e de aprendi- truir-se um sistema ele M&A que funcione e seja reconhecido
zado por parte da equipe executora, condição fundamental para o êxito como adequado.
de qualquer projeto. Para que isso possa de fato ocor:er, é fundamental • Deve-se definir com clareza e transparência como o projeto
que a equipe tenha autonomia suficiente, ao mesmo tempo em que se estrutura e como são tomadas as decisões. Isto é, deve-se
assume sua responsabilidade perante as instâncias superiores. indicar quais são os grupos, equipes e instâncias responsáveis
Resumindo: os mecanismos de M&A devem tentar equili- pela execução do projeto, assim como as instâncias que to-
brar esses dois objetivos - promover o controle sobre o mam decisões no projeto (quem delas participa, sobre que
alcance dos resultados e objetivos e uso dos recursos (res- questões tomam decisões, qual o fluxo de informações, quais
ponsabilização) , mas t~mbém a gara11tia de· espaços de as competências específicas, etc.) 23 .
autonomia e reflexão própria da equipe executora.
JV\ARCO LÓGICO DO PROJETO TRAVESSIA