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EFEITOS DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA SAÚDE DE MINERADORES

Effects of a gymnastic program at work on the health of mining workers


Catharina Manganelli Coimbra de Carvalho1, Claudia Roberta de Castro Moreno2

RESUMO
O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito em saúde de um programa de
ginástica laboral através da percepção do estado geral de saúde de trabalhadores.
Para tanto, realizou-se um estudo longitudinal, em que foram executadas duas
observações, uma antes e outra três meses após a implantação do programa de
ginástica laboral. Fizeram parte do estudo 30 trabalhadores, todos do sexo masculino,
com idade média de 32,4 anos. A coleta de dados foi efetuada utilizando-se um
questionário englobando dados sociodemográficos e um instrumento sobre “estado
geral de saúde” (SF-36). Aplicou-se o coeficiente alfa de Cronbach com o objetivo de
analisar a confiabilidade do instrumento. O teste t de Student para dados emparelhados
foi utilizado para a comparação dos dados antes e depois da implantação do programa.
A média (± desvio padrão) dos escores dos participantes obtidos através do instrumento
sobre o estado geral de saúde foi de 76,1 ± 9,7, antes da implantação do programa,
e de 82,4 ± 9,7 ao final do estudo (p=0,02). Conclui-se que os trabalhadores se auto-
avaliaram como em melhor condição de saúde após a introdução da ginástica laboral
na empresa.

PALAVRAS-CHAVE
Ginástica, saúde dos trabalhadores, qualidade de vida

ABSTRACT
The aim of this study was to verify differences between the workers’ self-evaluation of
their general health state before and after three months the implementation of a
gymnastic program at work. Thirty workers took part in this study, all of them were
male, and the mean age was 32,4 years. Data were collected using a survey questionnaire
divided in two blocks containing a social-demographic form and an instrument assessing
the workers general health state (SF36). The Cronbach´s Alpha coefficient was applied
in order to analyze the reliability of the instrument. The t test was used to compare
the mean scores of the SF36 before and after the program implementation. The mean
score (± standard deviation) was 76,1 ± 9,7, before the program implementation, and
82,4 ± 9,7, at the end of the study (p=0,02). We conclude that the workers reported
better general health state after the gymnastic program at work was applied.

1
Mestre em Saúde Coletiva. Docente da Fundação de Ensino Superior Helena Antipoft. End.: Rua Ermani
Agrícola, 320/1014 - Bairro Buritis. Belo Horizonte - MG - CEP: 30455-760 - e-mail:
catharinacarvalho@terra.com.br
2
Doutora em Saúde Pública. Professora da Faculdade de Saúde Pública. Universidade de São Paulo.

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CATHARINA MANGANELLI COIMBRA DE CARVALHO, CLAUDIA ROBERTA DE CASTRO MORENO

KEY WORDS
Gymnastics, occupational health, quality of life

1. INTRODUÇÃO
No contexto das sociedades industrializadas e em desenvolvimento, o estilo
de vida e, em particular, a atividade física, tem sido um fator decisivo na qualidade
de vida relacionada à saúde (Nahas, 2001). Os benefícios de recrutar, gerenciar e
manter um grupo de funcionários saudáveis está diretamente ligado ao desempenho
geral da empresa. Pensando neste beneficio, algumas empresas brasileiras estão
introduzindo a ginástica no trabalho como atividades de prevenção de agravos à
saúde (Marchi, 2001).
A ginástica laboral é um programa de prevenção e compensação, cujo
objetivo é a promoção da saúde dos trabalhadores e visa despertar o corpo e
reduzir acidentes de trabalho, prevenir doenças por traumas cumulativos, corrigir
vícios posturais, aumentar a disposição para o trabalho, promover integração
entre os funcionários e evitar a fadiga gerada pelo trabalho (Polito, 2002).
Segundo a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS,
1970), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Para
Pegado (1990), saúde é um estado de plena realização do potencial do ser
humano que depende das condições de vida a que as pessoas estão expostas.
Pitanga (2002) define saúde como uma condição humana com dimensões físicas,
sociais e psicológicas, caracterizada por pólos negativos e positivos que influenciam
o indivíduo, podendo ser de caráter ambiental, social, biológico e também do
estilo de vida. Aliando-se a essa idéia, alguns autores como Pitanga (2002) e
Nahas (2001) relacionam a saúde do trabalhador à natureza da função exercida
no trabalho, assim como à sua conduta perante as requisições ambientais.
Rouquayrol e Almeida Filho (1999) tem olhar diferenciado, pois, para ela, o
adoecer e morrer dos trabalhadores extrapola os fatores presentes no ambiente
de trabalho e incorpora os significados culturais, econômicos e sociais que a
sociedade lhe atribui.
Na trajetória evolutiva do trabalho, observam-se que os processos industriais
modernos introduzem permanentes novos riscos ao ambiente de trabalho. Alguns
provocam mortes ou invalidez de trabalhadores, mas esses são rapidamente
detectados. Outros os agridem paulatinamente, levando algum tempo para se
tornar evidentes, porém, sendo igualmente incisivos e certeiros.
Dessa forma, o trabalho também leva o estigma de interferir significativamente
na deterioração da saúde dos trabalhadores. Graças ao intenso movimento social,
essa situação começa a se modificar, levando políticos e legisladores a introduzirem

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medidas legais de controle das condições ambientais de trabalho, o que gerou


modificações de impacto nas leis sociais com a redução da jornada de trabalho, a
regulamentação da idade mínima para o trabalho e medidas de melhoramento
ambiental (Mendes, 1995).
Com a criação de comitês, comissões de segurança e saúde no trabalho, além
da prática do direito de expressão dos trabalhadores, observa-se uma modificação
na própria estrutura da relação social interna das empresas. Essa nova forma de
organização, segundo Pretto (1993), valoriza o trabalho coletivo, como um
trabalho realizado em cooperação diferindo da noção de coletivo, que era
reconhecida pela organização taylorista do trabalho.
Compreende-se, finalmente, que o trabalho deverá ser não somente um meio
de sobrevivência, mas também uma motivação, permitindo tanto a satisfação física
como mental. Segundo Dejours (1991), a atividade profissional não é só um modo
de ganhar a vida, é também uma forma de inserção social em que o aspecto
psíquico e físico está fortemente implicado.
A partir destas idéias, poder-se-ia pensar em qualidade de vida no trabalho,
definida, atualmente, como uma forma de pensamento que envolve pessoas,
trabalho e organização, em que se destacam as preocupações com o bem-estar
do trabalhador e com a eficácia organizacional e a participação dos trabalhadores
nas decisões e nos problemas do trabalho (Barros, 1999).
Neste contexto, enquadra-se a ginástica laboral, que, para Polleto (2002),
pode ser considerada como um programa de melhoria da qualidade de vida no
trabalho e também um agente motivador para a mudança de estilo de vida das
pessoas. Deve-se ressaltar, entretanto, que a ginástica laboral pode ser vista como
um “apaziguador” das tensões do mundo do trabalho e de sua utilização como
elemento compensatório às perdas inevitáveis na saúde dos trabalhadores. Há,
sem dúvida, um interesse empresarial em manter as condições de trabalho, muitas
vezes danosas à saúde dos trabalhadores e apenas implantar medidas que aumen-
tem a produtividade, independente da melhoria ou não das condições de saúde
dos trabalhadores. É justamente em função desse viés sobre a adoção de medidas,
muitas delas ineficazes em relação à melhoria das condições de trabalho, que se
situa esse estudo.
Alguns estudos foram realizados para conhecer e efetividade do programa de
ginástica laboral. Ladeira (2002), por exemplo, realizou um estudo de caso em
uma empresa multinacional que atua em diversos segmentos. A unidade estudada
era responsável pela produção de detergentes em pó. Nesse processo de produção,
as várias etapas exigiam dos trabalhadores do setor de produção a movimentação
braçal de cargas e embalagens, operação de máquinas e empilhadeiras. Os resul-
tados mostraram que a maioria dos sujeitos percebeu a diminuição da ansiedade,

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depressões, dores corporais, além de ter aumentado a disposição para desempenhar


suas tarefas, após a implantação da ginástica laboral. Os participantes do estudo
ressaltaram ainda que as relações interpessoais foram fortalecidas.
Pinto (2003) avaliou a ginástica laboral em um estudo com 37 cirurgiões-
dentistas de Florianópolis. O autor relata que, após dois meses de ginástica
laboral individualizada, os cirurgiões-dentistas reconheceram que o programa
contribuiu para minimizar sintomas de dor e desconforto corporal, assim como
a fadiga muscular.
No Brasil, o Serviço Social da Indústria (SESI) tem sido uma das instituições
que vem implantando o programa de ginástica laboral em várias empresas. Em
uma avaliação deste programa, realizada pelo próprio SESI, foram investigadas
seis empresas. O objetivo foi avaliar a percepção dos trabalhadores em relação à
contribuição do programa nas possíveis mudanças referentes ao estilo de vida e à
melhoria das relações interpessoais no local de trabalho. Os resultados encontrados
evidenciaram um aumento da prática de atividade física entre os trabalhadores
(o sedentarismo passou de 71% para 56%) e a diminuição do tabagismo (22% eram
fumantes e depois da intervenção este percentual caiu para 16%). Além disso,
antes da intervenção 49% dos pesquisados afirmavam se relacionar com todos os
colegas e depois da intervenção este percentual aumentou para 63%.
De um modo geral, os estudos sobre ginástica laboral parecem mostrar que,
apesar de representar uma medida compensatória aos danos à saúde dos traba-
lhadores, assim como o pagamento de adicionais de insalubridade ou periculosidade,
por exemplo, há modificações de hábitos e estilos de vida dos trabalhadores que
surgem após a implantação do programa de ginástica laboral.
A implantação de programas de ginástica laboral merece, portanto, maior
atenção por parte de pesquisadores na área, pois seus resultados, apesar de não
modificarem as condições de trabalho, podem gerar efeitos indiretos na melhoria
da qualidade de vida do trabalhador. Neste sentido, o presente estudo teve como
objetivo avaliar o efeito de um programa de ginástica laboral através da percepção
do estado geral de saúde dos trabalhadores.

2. METODOLOGIA
Realizou-se um estudo de coorte no qual foram realizadas duas observações
em momentos diferentes, antes e depois da implantação do programa de
ginástica laboral.

2.1. POPULAÇÃO
O estudo foi realizado em uma empresa de grande porte, produtora de
minério de ferro, com 500 trabalhadores, situada a 80 km da região metropolitana

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de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Todos os trabalhadores do Setor de


Manutenção Hidráulica participaram deste estudo, totalizando 30 trabalhadores,
do sexo masculino, com idade média de 32,4 anos, tendo uma jornada diária de
oito horas em turnos diurnos (08:00 às 17:00h).
Todos os trabalhadores participaram deste estudo de maneira voluntária e
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O projeto foi aprovado
pelo comitê de ética da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Os trabalhadores eram responsáveis pela construção de poços artesianos no
fundo das minas. Eles realizavam a montagem e os reparos, quando necessários,
de tubos (com 1 metro de comprimento com 30 cm de diâmetro, pesando no
mínimo 1,5 kg) que fariam a retirada das águas do fundo das Minas. Essas águas
formam um grande lago artificial. Eles carregavam os tubos em carrinhos, em
caminhões ou guindastes, de acordo com a quantidade necessária para o serviço.
O trabalho que eles realizavam necessita de grande força física e destreza para
sua correta realização. Neste tipo de atividade a força muscular é muito exigida nas
tarefas diárias. Muitos trabalhadores sobrecarregavam as costas no momento de
levantar ou transportar certos equipamentos, mas, de maneira geral, não foram
observadas tarefas repetitivas. Este grupo de trabalhadores utilizava os seguintes
equipamentos de proteção individual (EPI): capacete de segurança, luvas e botas.
Os macacões utilizados faziam parte do uniforme da empresa. Como era expres-
samente proibido andar a pé, todos os transportes de trabalhadores aos seus locais de
trabalho dentro da mina eram realizados por veículos motorizados (vans, peruas etc.).

2.2. COLETA DE DADOS

2.2.1. ENTREVISTAS EXPLORATÓRIAS


Em um primeiro momento foram realizadas entrevistas com os trabalhadores
para a obtenção de informações sobre a atividade realizada e os esquemas de
trabalho adotados. O roteiro de entrevistas seguiu o modelo apresentado a seguir:

1. Como é sua jornada de trabalho? (horário e turno);

2. Existe um sistema de pausa implantado? Caso afirmativo, identificar qual


o sistema de pausa, sua freqüência (diária e semanal);

3. Quais as atividades realizadas?

2.2.2. QUESTIONÁRIOS
O questionário foi dividido em dois blocos, um com dados sociodemográficos
(Cañete, 1996), e o segundo, com a versão em português do Medical Outcomes

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Study 36 – Item short form health survey, conhecido como questionário do Estado
Geral de Saúde (SF-36). Este questionário foi traduzido e validado por Ciconelli
(1997) e possui 30 itens no total, sendo que 19 relativos a dados
sociodemográficos e 11 referentes ao estado geral de saúde. Esse questionário
foi aplicado antes da implantação do programa de ginástica laboral e após
três meses de realização do programa.

2.2.3. PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL


A ginástica foi aplicada por professores de educação física, no próprio
local de trabalho de forma preparatória, ou seja, no início da jornada de trabalho.
O protocolo de exercícios adotado na empresa está apresentado no Quadro 1.

Quadro 1
Protocolo de exercícios adotado na empresa.

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2.2.4. ANÁLISE DE DADOS


Os dados foram analisados através do software SPSS (Statistical Package for Social
Sciences). Aplicou-se o coeficiente alfa de Cronbach com o objetivo de analisar a
confiabilidade do instrumento usado junto ao grupo pesquisado.
Considerando a melhor situação de cada uma das questões do questionário,
têm-se um total de 149 pontos para a pontuação máxima da escala, enquanto
que a pontuação mínima é de 36 pontos. Os valores desta escala foram transfor-
mados para o intervalo de 0 a 100 pontos somente para facilitar a análise dos
resultados. Após a realização do teste de normalidade para averiguar se os dados
seguiam uma distribuição normal, foi aplicado o teste t de Student para dados
emparelhados com o intuito de comparar a pontuação obtida no início do estudo
e após três meses de participação no programa.

3. RESULTADOS
Os resultados serão apresentados em dois blocos: informações socioeconômicas
e estado geral de saúde (SF-36).
Na ocasião da aplicação do questionário, 60% dos trabalhadores estavam
com idades variando dos 26 aos 42 anos. A média de idade dos participantes foi
de 32,4 anos (Tabela 1). A escolaridade predominante foi de 1ª a 5ª série do
ensino fundamental com 56,8% de trabalhadores; 36,6% encontravam-se na
faixa da 5ª a 8ª série do ensino fundamental, e apenas 6,6% estavam entre a 1ª e
a 3ª série do ensino médio.

Tabela 1
Características dos trabalhadores.

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O grupo de não-fumantes constituiu a maioria (80%), em contrapartida


observou-se um percentual acentuado entre os trabalhadores que faziam consumo
de bebida alcoólica (70%). Os que beberam no passado constituíram um total de
23,3% e apenas 6,7% disseram nunca terem bebido em momento algum de suas
vidas. Entre os 70% que relataram consumir bebidas alcoólicas, a bebida de
maior preferência foi a cerveja com 63,3%. Quanto ao consumo diário, 38,1%
dos trabalhadores relataram beber entre 3 a 5 doses diárias e 14,3% relataram
consumir mais de seis doses de bebidas alcoólicas diariamente. A cerveja também
foi citada como a bebida preferida entre aqueles que relataram beber no passado,
mas o consumo apresentado era de, no máximo, duas doses.
O grupo fisicamente ativo constituiu a maioria (73,3%), sendo o futebol a
atividade física mais praticada entre eles. A altura predominante verificada em
50% dos trabalhadores variou entre 1,66 a 1,70 m. O grupo de participantes foi
constituído em sua maioria de eutróficos. A média do índice de massa corporal
(IMC) observada foi de 24,7kg/m2.
A prática de esporte, no presente estudo, era realizada por 73,3% dos traba-
lhadores em seu momento de lazer. Realizada com uma freqüência média de 2,6
vezes por semana, apenas 26,6% disseram não praticar qualquer tipo de atividade
física. Entre os que praticavam atividade física, a maioria (80%) relatou que
praticava o futebol; o restante possuía preferência pela prática de exercícios em
academias (10%) ou caminhadas (10%). O tempo de prática de atividade física
relatado variou entre 50 min e 1h30 min.

Tabela 2
Confiabilidade estatística estimada pelo coeficiente alfa de Cronbach.

Observou-se na melhoria do estado geral da saúde dos participantes. Após a


transformação da pontuação obtida na aplicação do questionário SF-36 para
uma escala de 0 a 100, a diferença nos escores entre o início do estudo e após três
meses de participação no programa foi estatisticamente significante (p=0,02), e a
média ± desvio padrão dos escores dos participantes foi de 76,1 ± 9,7 e 82,4 ± 9,7
nesses dois momentos, respectivamente.

4. DISCUSSÃO
O foco deste estudo foi observar se a prática de ginástica laboral influenciava
o estado geral de saúde referido pelos trabalhadores pertencentes ao setor de

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manutenção hidráulica da indústria de mineração. Não foram realizados diagnós-


ticos, o objetivo do estudo dizia respeito ao depoimento dos trabalhadores em
relação ao seu estado geral de saúde.
Os resultados referentes ao efeito da ginástica laboral antes e depois da
implantação do programa de ginástica laboral revelaram que os trabalhadores
referiram melhor condição de saúde após três meses da prática da ginástica. A
população deste estudo estava em faixas etárias diferentes, o que pode gerar
conflitos de interesses em relação à atividade física. Patê et al. (1995) verificaram
que o tempo gasto com exercício vigoroso e esportes em geral diminui com a
idade. Porém, Santos (2003) ao avaliar um programa de ginástica laboral realizado
no Paraná observou, ao contrário, que o interesse pela prática desta atividade foi
maior entre os trabalhadores da faixa etária dos 31 aos 40 anos de idade (42%),
seguida pela faixa etária dos 40 aos 50 anos de idade (30%), ficando em último
lugar os mais jovens (idade inferior aos 31 anos).
Apesar da pouca escolaridade observada entre os participantes do presente
estudo, observou-se que a prática de esporte associada a diferentes tipos de
exercícios físicos era realizada por 73,3% dos trabalhadores, o que está em desacordo
com outros estudos, os quais sugerem uma correlação positiva entre prática de
atividade física e escolaridade (Patê et al., 1995; Barros, 1999).
Segundo Patê et al. (1995), pessoas com níveis de instrução mais elevados
participam em mais atividades físicas durante seu tempo livre que aquelas com
níveis mais baixos de escolaridade. Resultado semelhante foi encontrado por
Barros (1999), o qual observou que o dispêndio energético aumenta com o nível
de escolaridade e diminui com a idade.
Chama a atenção nos resultados do presente estudo os dados relativos ao
tabagismo. Observou-se que 80% da população estudada não possuem compro-
metimento com o tabaco e são fisicamente bastante ativos. Estudos transversais
têm mostrado que a prevalência de fumo entre pessoas que se exercitam é menor
que a população em geral. Além disso, a proporção de sujeitos fisicamente inativos
tende a ser maior entre fumantes (Nieman, 1999). Resultados idênticos são
encontrados nos estudos de Griep et al. (1998), nos quais são descritas a prevalência
de tabagismo e sua associação com outros fatores de risco que causam doenças
crônicas entre funcionários dos centros de processamento de serviços e comunicação
de uma empresa bancária. De uma amostra de 647 funcionários, por exemplo, a
prevalência de tabagismo foi de 29,5% com uma média de consumo de 20
cigarros por dia. O autor também concluiu que a freqüência de tabagismo foi
maior entre os que não praticavam exercício físico.
No presente estudo, observou-se um percentual mais acentuado entre os
trabalhadores que faziam consumo de bebida alcoólica (70%). Nos Estados Unidos,

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o álcool está associado a mais de 100 mil mortes ao ano (Nieman, 1999). No
Brasil, o consumo de bebida de forma excessiva parece ser mais prevalente entre
os homens (Nahas, 2001). Barros (1999) verificou a inter-relação de consumo de
bebidas alcoólicas e a prática de atividade física, observando que, entre os
homens, 60,9% eram fisicamente ativos entre os alcoolistas em potencial contra
39,1% entre os etilistas moderados ou abstêmios. Esses resultados encontrados
por Barros (1999) na população masculina corroboram os dados observados no
presente estudo em que os homens que consomem mais álcool são também os
mais fisicamente ativos.
Estudos epidemiológicos mostraram que os níveis baixos da atividade física
habitual e os níveis baixos da aptidão física estão associados com aumento de
taxas de mortalidade (Blair & Chanlat, 1994). Estima-se que, das 250.000 mortes
por ano nos Estados Unidos, aproximadamente 12% do total sejam atribuídas à
falta da atividade física regular (Patê et al., 1995).
Em levantamento envolvendo servidores da Universidade Federal de Santa
Catarina, observou-se que 55% dos sujeitos não realizavam atividade física no
lazer (Nahas, 2001). Em estudos internacionais sobre esse mesmo tema, com
grandes populações, constatou-se que as prevalências de sedentarismo no tempo
de lazer foram de 28,9% para mulheres e 24,2% para homens em países da
União Européia (Martinez-González et al., 2001). As mudanças de estilo de vida
sedentária para ativa podem ocorrer à medida que as pessoas conheçam os
benefícios desta decisão (Cañete, 1996).
A população do presente estudo constituiu-se em sua maioria de eutróficos,
com média do índice de massa corporal de 24,7kg/m2. Barros (1999) encontrou
semelhante resultado em seus estudos ao constatar que 64,1% dos seus 4.225
trabalhadores estudados apresentavam peso adequado aos critérios estabelecidos
pela Organização Mundial de Saúde.
Os efeitos da ginástica laboral obtidos neste estudo foram bastante positivos e
podem ser comparados com outros estudos semelhantes que também tiveram
como objetivo avaliar a ginástica laboral em seus ambientes de trabalho para a
melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. Pode-se citar como exemplo
pesquisas realizadas por Cañete (1996), Dias (1994), Faria Junior (1990), Ladeira
(2002), Pinto (2003), Polleto (2002), e pesquisadores americanos, como Manniche
(1993) e Nieman (1999), dentre outros que constataram que atividades físicas
proporcionam bons resultados à manutenção geral da saúde.
Pinto (2003) em estudo com 37 cirurgiões-dentistas de Florianópolis constatou
que 67,5% relataram dor e desconforto corporal. Os resultados de seu estudo
mostraram que 35% já tinham contraído tendinites, 22% apontaram dores no
ombro, 19% dores na região cervical, no braço, antebraço e mão, 16% reclamaram

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de bursites e 11% de síndrome do túnel do carpo. Após dois meses de ginástica


laboral individualizada, os dentistas reconheceram que o programa contribuiu
para minimizar os sintomas de dor e desconforto corporal, assim como a fadiga
muscular. Este resultado encontrado por Pinto (2003), que demonstra a
contribuição da ginástica para minimizar as dores corporais, corrobora a melhoria
observada no presente estudo relativa às queixas de dores no corpo e à inter-
ferência da dor no desempenho do trabalho. Em outro estudo, realizado em
Minas Gerais, observou-se que, dos 194 trabalhadores participantes do estudo,
59,1% achavam que o tipo de trabalho que eles executavam era capaz de deixá-
los doentes, 41,4% se queixaram de irritação e estresse e 61% realizaram menos
tarefas que gostariam em seu trabalho. Após a aplicação da ginástica laboral, foi
constatado que 72,3% relatavam redução de sua ansiedade, assim como dimi-
nuição de dores corporais e melhora das relações interpessoais (Ladeira, 2002).
De maneira geral, os trabalhadores que participaram deste estudo relataram
alterações positivas em seu estado geral de saúde e bem-estar, o que pôde ser
observado pelo escore mais alto no questionário (melhor auto-avaliação dos
participantes) após a prática da ginástica laboral. Resultado semelhante foi
observado por Wainstein et al. (2001) em relação aos resultados obtidos após
implantação da ginástica laboral em uma instituição bancária. Os autores apontaram
que 75% dos trabalhadores aumentaram os cuidados com a saúde, 54,5%
alteraram seu estilo de vida e 18,2% passaram a se exercitar com maior freqüência.
Para Polleto (2002), a ginástica laboral vem sendo implantada nas organizações
com um sentido mais amplo do que prevenir doenças relacionadas ao trabalho.
Surge como um programa de melhoria da qualidade de vida no trabalho e
também como agente motivador para a mudança de estilo de vida das pessoas.

5. CONCLUSÕES
Os resultados desse estudo sugerem que a ginástica laboral contribua para o
aumento do bem-estar dos trabalhadores. Apesar da adoção da ginástica laboral não
modificar ou melhorar as condições de trabalho, parece ser um fator de estímulo
para a adoção de práticas saudáveis pelos trabalhadores. Tal prática pode motivar a
articulação de trabalhadores no sentido de revindicar melhores condições de traba-
lho, uma vez que estimula os trabalhadores à reflexão sobre sua saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação. UFSC, Florianópolis.

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I NSTRUÇÕES PARA OS COLABORADORES

Os Cadernos Saúde Coletiva publicam trabalhos inéditos considerados


relevantes para a área de Saúde Coletiva.
SERÃO ACEITOS TRABALHOS PARA AS SEGUINTES SEÇÕES:
Artigos (resultantes de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual,
ou ensaios teóricos e/ou de revisão bibliográfica crítica sobre um tema específico; máximo
de 25 páginas); Debate (a partir de apresentações orais em eventos científicos, transcritos e
sintetizados; máximo de 20 páginas); Notas (relatando resultados preliminares ou parciais
de pesquisas em andamento; máximo de 5 páginas); Opiniões (opiniões sobre temas
ligados à área da Saúde Coletiva, de responsabilidade dos autores, não necessariamente
refletindo a opinião dos editores; máximo 5 páginas); Cartas (curtas, com críticas a artigos
publicados em números anteriores; máximo de 2 páginas); Resenhas (resenhas críticas de
livros ligados à Saúde Coletiva; máximo de 5 páginas); Teses (resumo de trabalho final
de Mestrado, Doutorado ou Livre-Docência, defendidos nos últimos dois anos; com nome
do orientador, instituição, ano de conclusão, palavras-chave, título em inglês, abstract e
key words; máximo 2 páginas).

APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS:


Serão aceitos trabalhos em português, espanhol, inglês ou francês. Os originais
devem ser submetidos em três vias em papel, juntamente com o respectivo disquete
(formato .doc ou .rtf), com as páginas numeradas. Em uma folha de rosto deve constar:
Título em português e em inglês, nome(s) do(s) autor(es) e respectiva qualificação
(vinculação institucional e título mais recente), endereço completo do primeiro autor
(com CEP, telefone e e-mail) e data do encaminhamento. O artigo deve conter título do
trabalho em português, título em inglês, resumo e abstract, com palavras-chave e key
words. As informações constantes na folha de rosto não devem aparecer no artigo.
Sugere-se que o artigo seja dividido em sub-itens. Os artigos serão submetidos a no
mínimo dois pareceristas, membros do Conselho Científico dos Cadernos ou eventual-
mente ad hoc. O Conselho Editorial dos Cadernos Saúde Coletiva enviará carta resposta
informando da aceitação ou não do trabalho.
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos autorais de
publicação nesta revista, a qual terá exclusividade de publicá-los em primeira mão. O
autor continuará a deter os direitos autorais para publicações posteriores.
Caso a pesquisa que der origem ao artigo encaminhado aos Cadernos tenha sido
realizada em seres humanos, será exigido que esta tenha obtido parecer favorável de um
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, devendo o artigo conter a referência a
este consentimento, estando citado qual CEP o concedeu, e cabendo a responsabilidade
pela veracidade desta informação exclusivamente ao autor do artigo.
• Formatação: Os trabalhos devem estar formatados em folha A4, espaço duplo,
fonte Arial 12, com margens: esq. 3,0 cm, dir. 2,0 cm, sup. e inf. 2,5 cm. Apenas a
primeira página interna deverá conter o título do trabalho; o título deve vir em negrito e
os subtítulos em versalete (PEQUENAS CAPITAIS) e numerados; palavras estrangeiras e o que
se quiser destacar devem vir em itálico; notas explicativas, caso existam, deverão vir no pé
de página; as citações literais com menos de 3 linhas deverão vir entre aspas dentro do
corpo do texto; as citações literais mais longas deverão vir em outro parágrafo, com recuo
de margem de 3 cm à esquerda e espaço simples. Todas as citações deverão vir seguidas
das respectivas referências.
• Ilustrações: o número de quadros e/ou figuras (gráficos, mapas etc.) deverá ser
mínimo (máximo de 5 por artigo, salvo exceções, que deverão ser justificadas por escrito
em anexo à folha de rosto). As figuras poderão ser apresentadas em nanquim ou produzi-
das em impressão de alta qualidade, e devem ser enviadas em folhas separadas e em
formato .tif. As legendas deverão vir em separado, obedecendo à numeração das ilustra-
ções. Os gráficos devem ser acompanhados dos parâmetros quantitativos utilizados em
sua elaboração, na forma de tabela. As equações deverão vir centralizadas e numeradas
seqüencialmente, com os números entre parênteses, alinhados à direita.
• Resumo: todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resu-
mo na língua principal (Resumo ou Resumen, de 100 a 200 palavras) e sua tradução em
inglês (Abstract); os artigos em francês deverão ter resumo na língua principal (Résumé) e
em português e inglês. Deverão também trazer um mínimo de 3 e um máximo de 5
palavras-chave, traduzidas em cada língua (key words, palabras clave, mots clés), dando-se
preferência aos Descritores para as Ciências da Saúde, DeCS (a serem obtidos na
página http://decs.bvs.br/).
• Referências: deverão seguir a Norma NBR 6023 AGO 2000 da ABNT. No corpo
do texto, citar apenas o sobrenome do autor e o ano de publicação, seguido da página
no caso de citações (Sobrenome, ano: página). No caso de mais de dois autores, somente
o sobrenome do primeiro deverá aparecer, seguido da expressão latina ‘et al.’. Todas as
referências citadas no texto deverão constar nas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ao final do
artigo, em ordem alfabética, alinhadas somente à esquerda, pulando-se uma linha de
uma referência para outra, constando-se o nome de todos os autores. No caso de mais
de uma obra do mesmo autor, este deve ser substituído nas referências seguintes à
primeira por um traço e ponto. Não devem ser abreviados títulos de periódicos, livros,
locais, editoras e instituições.
Seguem exemplos de, respectivamente, artigo de revista científica impressa e veicula-
do via internet, livro, tese, capítulo de livro e trabalho publicado em anais de congresso
(em casos omissos ou dúvidas, referir-se ao documento original da Norma adotada):

ESCOSTEGUY, C. C.; MEDRONHO, R. A.; PORTELA, M. C. Avaliação da letalidade hospitalar do


infarto agudo de miocárdio do Estado do Rio de Janeiro através do uso do Sistema de Informa-
ções Hospitalares/SUS. Cadernos Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.7, n.1, p. 39-59, jan./jul. 1999.

PINHEIRO, R.; TRAVASSOS, C. Estudo da desigualdade na utilização de serviços de saúde por


idosos em três regiões da cidade do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
v.15, n.3, set. 1999. Disponível em: <http://www.scielosp.org/cgi-bin/wxis.exe/iah/>.
Acesso em: 2 jan. 2005.

ROSEN, G. Uma história da Saúde Pública. Rio de Janeiro: Abrasco. 1994. 400p.

TURA, L. F. R. Os jovens e a prevenção da AIDS no Rio de Janeiro. 1997. 183p. Tese (Doutorado
em Medicina) - Faculdade de Medicina. UFRJ, Rio de Janeiro.

BASTOS, F. I. P.; CASTIEL, L. D. Epidemiologia e saúde mental no campo científico con-


temporâneo: labirintos que se entrecruzam? In: AMARANTE, P. (Org.) Psiquiatria social e
reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. p. 97-112.

GARRAFA, V.; OSELKA, G.; DINIZ, D. Saúde Pública, bioética e equidade. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA, 5., 1997, Águas de Lindóia. Anais. Rio de Janeiro:
Abrasco, 1997. p. 59-67.
cadernos
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