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Arranjo para Musicalização

Infantil

Brasília-DF.
Elaboração

Juliana Melleiro Rheinboldt

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL.............................................................................................. 9

CAPÍTULO 1
CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................... 9

UNIDADE II
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS........................................................................... 15

CAPÍTULO 1
VOZ INFANTIL.......................................................................................................................... 15

CAPÍTULO 2
INSTRUMENTOS MUSICAIS........................................................................................................ 17

CAPÍTULO 3
OBJETOS SONOROS ............................................................................................................... 45

UNIDADE III
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL.................................................................... 53

CAPÍTULO 1
ARRANJOS COM CANTO E INSTRUMENTOS MUSICAIS.............................................................. 53

CAPÍTULO 2
ARRANJOS INSTRUMENTAIS...................................................................................................... 60

CAPÍTULO 3
ARRANJOS VOCAIS................................................................................................................. 69

CAPÍTULO 4
SONORIZAÇÃO DE HISTÓRIAS E PAISAGENS SONORAS............................................................ 75

CONCLUSÕES.................................................................................................................................. 81

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 82
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
A disciplina “Arranjo para Musicalização Infantil” está dividida em três unidades.
Na primeira unidade, contextualizaremos, brevemente, o que são arranjos musicais
e suas possibilidades na aplicação didática. Na segunda unidade, abordaremos
especificidades da voz infantil, bem como possíveis classificações de instrumentos
musicais e objetos sonoros. Nessa unidade, também apresentaremos fotos e
descrições detalhadas dos instrumentos mencionados.

Na terceira unidade, exemplificaremos alguns arranjos vocais e/ou instrumentais,


por meio de partituras e da descrição minuciosa de estratégias didáticas para
trabalhá-los com crianças de diversas faixas etárias e em diferentes estágios do
desenvolvimento musical, desde os bem iniciantes aos mais avançados.

Há muitos enfoques e maneiras de se pensar arranjos musicais para musicalização


infantil e, aqui, partilhamos um pouco da nossa experiência sobre o assunto. As
informações apresentadas nessa apostila foram embasadas em relevantes referências
bibliográficas e em nossa prática docente, com educação musical escolar, regência e
preparação vocal de coros infanto juvenis.

Esperamos que a disciplina e os conteúdos selecionados sejam úteis e verdadeiramente


contributivos à formação dos(as) estudantes e que possam fomentar a ampliação de
conhecimentos, o incentivo a novas pesquisas e a construção ou aquisição de novos
materiais de forma a incrementar a prática instrumental.

Abaixo, os objetivos da nossa disciplina:

Objetivos

»» Contextualizar o termo “arranjo musical”.

»» Sugerir estratégias didáticas para trabalhar com arranjos.

»» Ampliar conhecimentos sobre a voz infantil e a organologia.

»» Propor e analisar arranjos para turmas de musicalização de diferentes


faixas etárias e níveis de desenvolvimento musical.

»» Estimular a criatividade.

»» Contribuir para a formação profissional dos graduandos desta disciplina.

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ARRANJO PARA
MUSICALIZAÇÃO UNIDADE I
INFANTIL

CAPÍTULO 1
Contextualização

Há muitas maneiras de se musicalizar uma criança: por meio do canto, dos


instrumentos, da escuta, do corpo, da brincadeira, da criatividade etc. Dentre as
inúmeras abordagens pedagógicas possíveis, estudaremos o arranjo musical, pelo
qual é possível vivenciar todos esses aspectos citados.

Bandinha rítmica X Arranjo musical


Por muito tempo, a bandinha rítmica foi a principal prática instrumental em aulas de
musicalização infantil. Podemos defini-la como uma atividade musical de execução
de trechos rítmicos, por meio de um conjunto instrumental formado, basicamente,
por instrumentos de percussão. Os trechos rítmicos reproduzidos são determinados
em arranjos que podem ou não ter o acompanhamento de melodias, em sua maioria,
folclóricas e/ou eruditas. (BRITO, 2003, p. 173; ALMEIDA, 1998a, p.1; GOMES et al.,
1998, p. 66).

O contato com os instrumentos e com o repertório proposto pela bandinha rítmica


é bastante relevante, porém, o enfoque principal na imitação e na reprodução de
padrões rítmicos predeterminados é contrário aos ideais de exploração, vivência,
criação e conscientização musicais, os quais costumam nortear os trabalhos de
Musicalização Infantil atuais. Muitos destes trabalhos seguem ou são influenciados
pelas pedagogias ativas de Educação Musical, surgidas no século XX, a partir de
Émille Jacques-Dalcroze (1865-1950).

Além da abordagem imitativa e pouco criativa, Gomes et al. (1998) relata que a bandinha
rítmica adquiriu uma conotação depreciativa, de uma atividade em que “(...) crianças
‘batiam’ alguns “instrumentinhos” de percussão nas festinhas da escola” (GOMES et al.,
1998, p. 66). Não há problema em apresentar os resultados das atividades das aulas de
9
UNIDADE I │ ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

musicalização em eventos escolares, contudo, tais aulas não podem acontecer somente
em função desses eventos. Quando acontecem, podem se tornar ensaios constantes
e enfadonhos e performances pouco musicais e sem sentido, tal como relatado pelas
citadas autoras.

Brito (2003) aponta que: “as bandinhas por imitação têm sua importância, mas é
preciso ampliar o trabalho incluindo a criação e a elaboração de arranjos junto com
as crianças.” (BRITO, 2003, p. 173). Quando musicalizamos crianças bem pequenas,
a imitação costuma estar bastante presente, porém, ela não deve ser uma abordagem
exclusiva. Ao trabalhar com instrumentos e com a prática em conjunto, é possível
explorá-los de forma lúdica e divertida, respeitando os processos de aprendizagem e
dialogando com a criatividade e a espontaneidade das crianças. Arranjos elaborados
para bandinhas rítmicas podem ser trabalhados em turmas de musicalização, porém,
a abordagem escolhida pode e deve ir além da imitação e da mera reprodução dos
arranjos.

Concatenando todas essas ideias, podemos definir o termo “arranjo musical” como a
execução de trechos rítmicos e melódicos, por meio de instrumentos, da voz e de outras
fontes sonoras, com base em composições inéditas ou já existentes, propostas tanto por
educadores quanto pelos próprios estudantes.

Arranjo pode ser um tipo de composição musical e uma adaptação de peças já


existentes, bem como um tipo de atividade utilizada em aulas de musicalização infantil.
Nesta apostila, adotaremos o termo “arranjo musical” para designar tanto o resultado
composicional quanto a atividade musical, que vai além da antiga bandinha rítmica,
explorando a criatividade e a musicalidade de forma ampla.

Para que fiquem mais claras as diferenças entre as abordagens pedagógicas da


bandinha rítmica e do arranjo musical, elaboramos a tabela abaixo. Vale ressaltar que
as informações descritas são tendências genéricas e que podem existir exceções, nas
bandinhas e nos arranjos.

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ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE I

Tabela 1. Diferenças entre bandinha rítmica e arranjo musical.

Aspectos Bandinha rítmica Arranjo musical


Abordagem pedagógica Imitação Imitação
Reprodução de trechos rítmicos predeterminados Reprodução de trechos
rítmicos e melódicos
predeterminados
Criação musical
Material utilizado Voz Voz
Instrumentos de percussão Instrumentos de percussão
Instrumentos melódicos
Outras fontes sonoras
Repertório Folclórico Folclórico
Erudito Erudito
Popular
Étnico
Composição inédita

Fonte: (Elaboração nossa, com base em BRITO, 2003, p. 173; ALMEIDA, 1998a, p.1; GOMES et al., 1998, p. 66).

Conteúdos e etapas de trabalho com arranjos


Ao trabalharmos com arranjo musical, podemos desenvolver uma série de conteúdos
musicais e extramusicais. Segundo Gomes et al. (1998), o trabalho com o RITMO pode
se dar pela aprendizagem de pulso, acento, desenho rítmico, células e figuras rítmicas
específicas (semibreve, mínima, semínima, colcheias, semicolcheias, pausas etc). O
trabalho com a MELODIA e com a HARMONIA pode estar associado à fraseologia
musical, por meio de perguntas e respostas (rítmicas e melódicas, com ou sem texto),
frases, cadências e períodos. O contato com os INSTRUMENTOS pode estimular as
habilidades psicomotoras, a escuta, a apreciação e a execução musical consciente. Quanto
aos aspectos EXTRAMUSICAIS, podem ser desenvolvidos memória, concentração,
repeito mútuo, coletividade, prazer em fazer música, entre outros. (GOMES et al., 1998,
p. 66, 67 e 70).

As possibilidades de arranjos e enfoques pedagógico-musicais são diversas e cabe


ao educador(a) analisar as necessidades da turma e os objetivos almejados a fim de
escolher e criar arranjos e atividades adequados. Brito (2003) elucida um pouco dessas
inúmeras possibilidades:

Experimentar, tocar, gravar, ouvir, comentar são etapas que integram


o processo de construção de um arranjo, por mais simples que ele seja.
Tocar marcando o pulso, o acento, tocando apenas em um momento

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UNIDADE I │ ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

especial, só no refrão da canção, dividindo o grupo de crianças para


que alguns toquem e outros cantem, revezando, experimentando todos
juntos: primeiro, voz (quando é o caso); depois, instrumentos etc. As
possibilidades não se esgotam; ao contrário, se nos dispusermos a
trabalhar nesse sentido, criaremos – sempre – mais e melhores arranjos
musicais. (BRITO, 2003, p.175)

Ao trabalhar a prática coletiva com instrumentos musicais, percebemos que há


especificidades, de acordo com cada faixa etária. Com crianças menores de 06/07 anos,
a exploração dos instrumentos e das maneiras de tocá-los, bem como a vivência das
canções trabalhadas é mais importante do que uma performance “perfeita” da obra.
Por exemplo, nem sempre a pulsação e as células rítmicas propostas serão executadas
com precisão; ou o canto pode ser parcial, falado e/ou estar em processo de afinação.
Habilidades como a precisão rítmica, o respeito ao momento de tocar e silenciar, a
afinação e a memorização devem ser estimuladas, porém, o(a) educador(a) precisa
ter em mente que, com crianças pequenas, possivelmente, tais habilidades não serão
plenamente alcançadas, dadas as características de desenvolvimento cognitivo,
psicomotor e musical delas. Na primeira infância, é preciso desenvolver um trabalho
de base musical, com vivências múltiplas e significativas para que, aproximadamente, a
partir dos 06/07 anos de idade, seja possível executar peças com maior precisão e nível
de complexidade musical, instrumental e vocal.

Na unidade 3, apresentaremos exemplos de arranjos musicais e suas estratégias


didáticas específicas, porém, gostaríamos de sugerir algumas abordagens e gradações
de trabalhos a serem desenvolvidos conforme as faixas etárias e a musicalidade das
turmas.

Em nossa prática docente, como educadora de crianças de Educação Infantil (02 aos
05 anos) e Ensino Fundamental I (06 aos 10 anos), sempre iniciamos as atividades de
arranjos instrumentais com a vivência das canções trabalhadas, por meio do canto,
do uso de movimentos corporais e do deslocamento espacial para a aprendizagem
e a memorização das canções. Com crianças da Educação Infantil, geralmente,
privilegiamos canções em uníssono; com textos curtos, de fácil memorização e com
temáticas do universo infantil; em português ou outros idiomas. Com crianças do Ensino
Fundamental I, em geral, utilizamos canções em uníssono ou a duas vozes; com textos
um pouco mais longos e com temáticas variadas; em português ou em outros idiomas;
além de trechos de músicas somente instrumentais e/ou composições autorais. Vale
ressaltar que, para que a interpretação das canções seja mais significativa e mais bem
assimilada, faz-se importante explicar o significado de palavras desconhecidas, bem
como a tradução do que se é cantado em outros idiomas.

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ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE I

Após a vivência inicial com as canções, em arranjos por imitação e com padrões
rítmicos predeterminados, costumamos explorar tais padrões com percussão corporal;
definir a ordem e os instrumentos a serem utilizados; dividir a turma; e distribuir os
instrumentos musicais. No momento de distribuição, brincamos de deixar o instrumento
“dormindo”, ou seja, não o tocamos até que todos recebam seus instrumentos. Quando
todos já os receberam, deixamos a turma explorá-los livremente, descobrindo maneiras
de manipulá-los e de produzir sons. As descobertas podem ser partilhadas e imitadas
na brincadeira “Siga o mestre”. Também é possível imitar o(a) docente de tal forma que
explorações instrumentais e sonoras sejam dirigidas e a concentração e atenção das
crianças possa ser alcançada.

Com as séries iniciais da Educação Infantil, em geral, distribuímos o mesmo tipo


de instrumento para toda a turma e a prática coletiva instrumental costuma ser por
exploração e imitação rítmica. Com as séries finais da Educação Infantil e com o Ensino
Fundamental I, distribuímos mais instrumentos e organizamos a turma em pequenos
grupos/naipes. Para que todos possam vivenciar todos os instrumentos, costumamos
repetir as canções algumas vezes e fazer um revezamento dos instrumentos, o qual
chamamos de “percurso”. Por exemplo, se o arranjo é realizado por tambores, pandeiros
e maracas, a criança que tocou o tambor, na primeira vez, pode tocar o pandeiro
na repetição da atividade e as maracas, na terceira vez. A mesma rotatividade pode
acontecer nos outros grupos. Em apresentações públicas, costumamos definir quem
toca qual instrumento e apresentamos a canção apenas uma vez.

Inicialmente, os padrões rítmicos executados podem ser ensinados por imitação.


Com o passar do tempo, pode-se desenvolver a leitura musical e partituras podem ser
adotadas como guias. Caso os arranjos e canções sejam compostos por educadores(as) e
alunos(as), as relatadas etapas de exploração, distribuição e alternância de instrumentos
também podem ser realizadas. A diferença será o que tocar e cantar, partindo da criação,
análise e reflexão do arranjo composto. Em arranjos baseados em canções já existentes,
ouvir e comparar gravações e interpretações da mesma peça pode ser bastante válido e
contributivo para a ampliação da escuta, do senso crítico e da criatividade.

Conteúdos que podem ser desenvolvidos em arranjos

»» Ritmo: pulso, acento, desenho rítmico, células e figuras rítmicas.

»» Melodia e harmonia: frases, cadências e períodos.

»» Instrumentos musicais: habilidades psicomotoras, escuta, exploração.

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UNIDADE I │ ARRANJO PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

»» Aspectos extramusicais: memória, concentração, respeito mútuo,


coletividade, prazer em fazer música.

Etapas de trabalho com arranjos.

»» Vivência das canções (canto, movimentos corporais, deslocamento


espacial, memorização, interpretação e tradução).

»» Divisão da turma.

»» Imitação, criação e/ou leitura (partitura) dos padrões a serem


executados pelos instrumentos.

»» Distribuição dos instrumentos musicais.

»» Exploração instrumental.

»» Execução dos arranjos.

»» Revezamento de instrumentos (opcional).

»» Análise e reflexão sobre a performance.

»» Apresentação pública (opcional).

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VOZ,
INSTRUMENTOS
MUSICAIS UNIDADE II
E OBJETOS
SONOROS
Tendo contextualizado o que é um arranjo musical para musicalização infantil, seus
conteúdos e etapas de trabalho, agora, vamos conhecer melhor alguns recursos que
podem ser utilizados nos arranjos: a voz, os intrumentos musicais e outras fontes
sonoras.

CAPÍTULO 1
Voz infantil

Em aulas de musicalização, o canto costuma estar bastante presente e arranjos com


canto e instrumentos são comuns. Dito isto, é importante prestar atenção em alguns
aspectos do trabalho vocal com crianças. O aparelho fonador infantil bem como outros
órgãos e estruturas corporais estão em pleno desenvolvimento, por isso, é necessário que
o(a) educador(a) seja responsável e tenha muita cautela para que não sejam causados
danos irreparáveis à saúde vocal dos(as) jovens cantores(as).

Até a muda vocal (que acontece na puberdade), a voz dos meninos e das meninas têm,
praticamente, as mesmas características, tessitura e extensão, podendo divergir um
pouco quanto ao timbre. Ao contrário do que alguns pensam, a tessitura vocal infantil
– região em que se tem maior conforto e qualidade vocal para cantar – é médio-aguda.
Às vezes, professores(as) optam por cantar em tonalidades adequadas a suas próprias
vozes e que não condizem com a tessitura vocal infantil, podendo, assim, ocasionar
desafinação, falta de envolvimento e até vícios vocais danosos.

Considerando que nas aulas de musicalização o canto é presente, mas que nem sempre
o desenvolvimento técnico-vocal é priorizado (exercícios de respiração, vocalises etc),
recomendamos que notas muito graves ou extremamente agudas sejam evitadas e que
as peças abarquem a tessitura Sib 2 a Ré 4 (figura 1), considerando o Dó central do
piano como Dó 3. (RHEINBOLDT, 2018, p.46). Lembrando que essa tessitura pode

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UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

variar de acordo com a idade e com a maturação vocal de cada criança, e pode ser
ampliada com o passar do tempo e a evolução técnico-vocal. Tonalidades que, em geral,
tendem a se adequar bem à voz infantil são Dó, Ré, Fá e Sol Maior.

Figura 1. Tessitura vocal infantil.

FONTE: Elaboração nossa, com base em RHEINBOLDT, 2018, p. 46.

O(a) educador(a) musical e o(a) regente de coral são os principais modelos vocais para
seus (suas) estudantes e podem chegar a ser os(as) únicos(as) “professores de canto”
que as crianças venham a ter em suas vidas. Cantar com vícios vocais (má qualidade
de emissão vocal, portamentos, ataques vocais bruscos etc) e com afinação imprecisa
influem diretamente na maneira como as crianças cantarão, pois elas imitarão
exatamente o que o professor(a) fizer. Portanto, antes de ensinar crianças a cantarem, é
importante que os(as) docentes tenham pleno domínio de suas vozes, aprimorando-as
em aulas de canto e/ou em bons coros adultos que priorizem o preparo vocal.
Como já mencionado, sugerimos que o trabalho com canto inicie-se em uníssono, até que
se consiga cantar de forma afinada, com boa emissão e sonoridade, e haja maturidade
musical para começar o canto em vozes. Por exemplo, é preferível que se cante somente
em úníssono, mas afinado, até o final do Ensino Fundamental I a que se cante a duas ou
mais vozes, de forma desafinada e sem musicalidade. Ao desenvolver o canto em vozes,
em arranjos vocais, pode-se seguir a gradação de cantar com perguntas e respostas, em
seguida, com sobreposição de melodias distintas (quodlibet), cânones e, por fim, com
arranjos polifônicos mais elaborados, com independência de vozes.

Recomendações para o canto com crianças

»» Tessitura vocal: Sib 2 a Ré 4.

»» Tonalidades: Dó, Ré, Fá e Sol Maior.

»» Gradação do repertório: em uníssono e depois em vozes, começando


por perguntas e respostas, melodias sobrepostas, cânones e
independência de vozes.

»» Educador(a) musical: responsável pelo ensino, modelo e zelo vocal das


crianças.

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CAPÍTULO 2
Instrumentos musicais

Sobre a origem dos instrumentos musicais, Brito (2003) relata que:

Do contato com os sons da natureza e do manuseio de materiais naturais


surgiram as primeiras flautas de bambu, os primeiros tambores (feitos
de troncos de árvore e peles de animal) e instrumentos de cordas (feitos
com tripas de animais). A observação e a imitação de sons presentes na
natureza, bem como a necessidade de transcendê-los, deram origem e
desenvolvimento à lutheria – arte da confecção de instrumentos musicais
que, como extensões do corpo humano, ampliaram as possibilidades
de expressão musical para além dos sons vocais e corporais. (BRITO,
2003, p. 59)

A autora complementa a ideia, ressaltando que “a criação de instrumentos musicais


(dos mais primitivos aos mais sofisticados) seguiu uma trajetória coerente, adequada
às necessidades e possibilidades dos seres humanos, em cada época e em cada lugar.”
(BRITO, 2003, p. 59). Com base nessas citações, podemos perceber que os instrumentos
foram surgindo e modificando-se com o passar do tempo, tanto em relação às matérias-
primas quanto em prol das necessidades e das tendências musicais de cada época. Tal
desenvolvimento não é estanque e continua a se aprimorar, dia a dia.

Na musicalização infantil e, sobretudo, no trabalho com arranjos, muitos tipos


de instrumentos podem ser utilizados, desde os convencionais (encontrados em
orquestras, lojas e cursos livres de música) até os não convencionais (antigos, étnicos,
objetos sonoros, do cotidiano etc). Tais instrumentos também podem ser misturados
e combinados de diversas formas, o que torna a sonoridade e o trabalho desenvolvido
ainda mais interessantes.

Na ORQUESTRA, os instrumentos são divididos em quatro famílias: das CORDAS


(violino, viola, violoncelo, contrabaixo, harpa, piano etc), das MADEIRAS (flauta,
oboé, clarinete, fagote, corne inglês, contrafagote, clarone etc), dos METAIS (trompete,
trompa, trombone, tuba etc) e da PERCUSSÃO (tímpanos, caixa clara, triângulo,
pandeiro, gongo, castanholas, carrilhão, pratos, vibrafone, xilofone etc).

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UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Para conhecer mais sobre os intrumentos orquetrais e ouvir seus sons, assita
ao vídeo “Instrumentos da Orquestra”, elaborado por Júlio Feliz, disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=lYCE8IqO-tI (Acesso em 04 ago. 2019)

Em 1914, os musicólogos Sachs e Hornsboestel propuseram uma classificação com


base em princípios acústicos, ou seja, em como o som é produzido nos instrumentos e
em como vibram os materiais que os compõem. Essa classificação permite agrupar, em
IDIOFONES, MEMBRANOFONES, AEROFONES e CORDOFONES, instrumentos
com ou sem afinação e altura definida, de qualquer tipo e época, assim como diversos
objetos sonoros. (BRITO, 2003, p. 60 e 61; ALMEIDA, 1998b, p. 1). A seguir,
entenderemos melhor essa classificação, com explicações e exemplos visuais.

Idiofones
Segundo Almeida (1998b) e Brito (2003), idiofones são instrumentos em que o
som é produzido ao percutir, raspar, chacoalhar ou beliscar o corpo dos próprios
instrumentos, visto que os materiais que os constituem são elásticos e naturalmente
sonoros. As autoras também afirmam que idiofones são adequados para iniciar o
processo de musicalização, sobretudo, de crianças menores de 03/04 anos, uma vez
que são empregados gestos motores simples e factíveis à faixa etária (sacudir, raspar,
percutir etc, como já mencionado).(ALMEIDA, 1998b, p.1 e 2; BRITO, 2003, p.60 e 64).

Em ordem alfabética, alguns exemplos e fotos1 de idiofones utilizados para


acompanhamento e efeitos sonoros em arranjos instrumentais são:

»» Agogô (figura 2).

»» Boomwhackers2 (figura 3).

»» Carrilhão (figura 4).

»» Castanhola (figura 5).

»» Caxixi (figura 6).

»» Coco ou conguê3 (figura 7).

»» Gongo (figura 8).


1 As fotos de nossa autoria foram produzidas, exclusivamente, para a elaboração dessa apostila. Os instrumentos fotografados
são de nosso acervo pessoal e do Colégio Lumen Verbi, de Paulínia, São Paulo, Brasil.
2 Instrumento de plástico com alturas definidas, cujo som é produzido ao percuti-lo contra as pernas ou o chão. Os boomwhackers
da foto formam a escala diatônica de Dó Maior. No Brasil, são vendidos e disseminados pelo educador musical Uirá Kuhlmann,
pelo site www.musicaemovimento.com.br
3 Conguê: coco de plástico

18
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

»» Guizo ou guizeira (figura 9).

»» Kalimba (figura 10).

»» Maraca (figuras 11 e 12).

»» Metalofone4 (figura 13).

»» Ovinho5 (figura 14).

»» Pratos (figura 15).

»» Reco-reco (figura 16).

»» Sino (figura 17).

»» Triângulo (figura 18).

»» Xequerê/afuxê (figuras 19 e 20).

»» Xilofone6 (figura 21).

»» Xylo-tong ou xilindró (figura 22).

Figura 2. Agogô e baqueta.

Fonte: http://www.ccta.ufpb.br/intrum/contents/categorias/idiofones/agogo. Acesso em 04 ago. 2019.

4 Feito com lâminas de metal, com altura definida


5 Chocalho em forma de ovo
6 Feito com lâminas de madeira, com altura definida

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UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 3. Boomwhackers.

Fonte: Próprio Autor

Figura 4. Carrilhão.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/xilofone-percuss%C3%A3o-m%C3%BAsicas-musical-1946778/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 5. Castanholas.

Fonte: http://www.percussionista.com.br/instrumentos/castanhola.htm. Acesso em 04 ago. 2019.

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VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 6. Caxixi.

Fonte: http://www.ccta.ufpb.br/intrum/contents/categorias/idiofones/caxixi. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 7. Cocos (acima) e conguê (abaixo).

Fonte: Próprio Autor

21
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 8. Gongo.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/gong-lago-quebrar-c%C3%A9u-som-relax-2305383/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 9. Guizos e guizeiras.

Fonte: Próprio Autor

22
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 10. Kalimba.

Fonte: https://pt.freeimages.com/photo/kalimba-1412008. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 11. Pares de maracas de metal (à esquerda) e plástico (à direita).

Fonte: Próprio Autor.

Figura 12. Maracas feitas por índios brasileiros

Fonte: Próprio Autor.

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UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 13. Metalofone soprano.

Fonte: Próprio Autor

Figura 14. Ovinho (chocalho).

Fonte: Próprio Autor

24
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 15. Pratos.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 16. Reco-reco (à direita) e baqueta (à esquerda).

Fonte: Próprio Autor.

25
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 17. Sinos de louça (à direita) e de metal (ao centro e à esquerda).

Fonte: Próprio Autor.

Figura 18. Triângulos e baqueta (ao centro).

Fonte: Próprio Autor.

26
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 19. Xequerê.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 20. Afuxê.

Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=48298&picture=percussion-cabasa. Acesso em 04


ago. 2019.

27
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 21. Xilofone Soprano.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 22. Xylo-tong ou xilindró

Fonte: Próprio Autor

Membranofones
Membranofones são instrumentos cujo som é produzido pela vibração de uma
membrana – podendo esta ser de pele de animal, acetato, naylon etc – esticada sobre
uma caixa de ressonância que amplifica o som. (ALMEIDA, 1998b, p.1; BRITO, 2003,
p. 60).

Alguns exemplos de membranofones, em ordem alfabética, são:

»» Atabaque (figura 23).

»» Bumbo (figura 24).

»» Caixa (figura 25).

»» Pandeiro (figura 26).

28
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

»» Tambor (figura 27)

»» Tímpanos (figura 28)

Figura 23. Atabaque.

Fonte: https://free-images.com/display/atabaque_in_street.html. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 24. Bumbo.

Fonte: cantinhodomusico.com/instrumentos-de-uma-orquestra/. Acesso em 04 ago. 2019.

29
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 25. Caixa e baquetas.

Fonte: http://www.ccta.ufpb.br/intrum/contents/categorias/membranofones/caixa. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 26. Pandeiro.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/tamborim-percuss%C3%A3o-m%C3%BAsicas-som-219732/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 27.Tambor e baquetas.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/tambor-tambor-de-madeira-instrumento-107048/. Acesso em 04 ago. 2019.

30
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 28. Tímpanos.

Fonte: https://cantinhodomusico.com/instrumentos-de-uma-orquestra/. Acesso em 04 ago. 2019.

Aerofones
Aerofones são os chamados instrumentos de sopro. O som é produzido através da
vibração de uma massa de ar no ou pelo instrumento, através do sopro de um bocal ou
o uso de palhetas ou foles. (BRITO, 2003, p. 61; ALMEIDA, 1998b, p. 1)

Exemplos de aerofones, novamente em ordem alfabética, são:

»» Acordeon (figura 29).

»» Apito (figura 30).

»» Clarinete (figura 31).

»» Flauta de pan (figura 32).

»» Flauta doce (figura 33).

»» Flauta transversal (figura 34).

»» Harmônica (figura 35).

»» Ocarina7 (figura 36).

»» Órgão de tubos (figura 37).

»» Saxofone (figura 38).

»» Trompa (figura 39).


7 Flauta andina feita de cerâmica

31
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

»» Trompete (figura 40).

»» Tuba (figura 41).

Figura 29. Acordeon.

Fonte: https://free-images.com/display/leticce120bxspreto_png.html. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 30. Apito.

Fonte: https://pt.freeimages.com/photo/whistle-fffffff-1421405. Acesso em 04 ago. 2019.

32
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 31.Clarinete.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/m%C3%BAsica-clarinete-instrumento-musical-1744419/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 32. Flautas de pan.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flauta-de-bambu-de-volta-de-fundo-2897460/. Acesso em 04 ago. 2019.

33
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 33. Flautas doces.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flauta-gravador-de-1758799/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 34.Flauta transversal.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flauta-m%C3%BAsica-instrumento-jogado-893911/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 35.Harmonica.

Fonte: https://pt.freeimages.com/photo/harmonica-1558929. Acesso em 04 ago. 2019.

34
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 36. Ocarina.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 37.Órgão tubular.

Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=253300&picture=veremark-hall-pipe-organ. Acesso


em 04 ago. 2019.

35
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 38. Saxofone.

Fonte: https://free-images.com/display/saxophone_music_still_life.html. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 39.Trompa.

Fonte: https://cantinhodomusico.com/instrumentos-de-uma-orquestra/. Acesso em 04 ago. 2019.

36
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 40. Trompete.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/trombeta-instrumento-de-bronze-7975/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 41. Tuba.

Fonte: https://cantinhodomusico.com/instrumentos-de-uma-orquestra/. Acesso em 04 ago. 2019.

Cordofones
Em cordofones, o som é produzido quando uma ou várias cordas esticadas sobre
uma caixa de ressonâcia são percutidas, dedilhadas ou raspadas. Desta classificação
derivaram-se muitos eletrofones, instrumentos elétricos e eletrônicos. (ALMEIDA,
1998b, p.1; BRITO, 2003, p. 61 e 62)

37
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

São exemplos de cordofones:

»» Bandolim (figura 42).

»» Banjo (figura 43).

»» Contrabaixo (figura 44).

»» Harpa (figura 45).

»» Piano8 (figura 46).

»» Ukulele (figura 47).

»» Violão (figura 48).

»» Violino (figura 49).

São exemplos de eletrofones:

»» Guitarra elétrica (figura 50).

»» Piano digital (figura 51).

»» Sintetizador (figura 52).

Figura 42. Bandolim.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/bandolim-instrumento-ac%C3%BAstico-3883302/. Acesso em 04 ago. 2019.

8 Piano: cordofone de cordas percutidas por martelos, os quais são acionados pelas teclas do piano.

38
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 43. Banjos.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/banjo-m%C3%BAsica-seq%C3%BC%C3%AAncia-de-caracteres-1504539/. Acesso em 04


ago. 2019.

Figura 44.Contrabaixo

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/contrabaixo-m%C3%BAsica-instrumento-3687442/. Acesso em 04 ago. 2019.

39
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 45.Harpa.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/harpa-195635/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 46. Piano.

Fonte: https://free-images.com/display/piano_grand_piano_black.html. Acesso em 04 ago. 2019.

40
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 47. Ukulele.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 48. Violão.

Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=2173&picture=acoustic-guitar. Acesso em 04 ago.


2019.

41
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 49. Violino e arco.

Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/en/view-image.php?image=5385&picture=violin. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 50. Guitarra elétrica.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/guitarra-instrumento-para-carregar-895730/. Acesso em 04 ago. 2019.

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VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 51. Piano digital.

Fonte: Próprio Autor.

Figura 52. Sintetizador.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/sintetizador-do-vintage-crumar-1601941/. Acesso em 04 ago. 2019.

»» Para saber mais sobre instrumentos musicais, existem alguns


dicionários voltados a esta temática. Recomendamos a leitura
complentar de FRUNGILLO, Mário D. Dicionário de percussão. São
Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial de Estado, 2000.

»» Como educadores musicais também é interessante pesquisar sobre


instrumentos adaptados ao público infantil, atentando nas suas
dimensões, materiais e qualidades sonoros. Para isto, sugerimos visitar
lojas de instrumentos musicais físicas ou digitais. Alguns sites de
lojas digitais, que podem ser consultados são: http://www.jogmusic-

43
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

ecommerce.com.br/; https://www.bandinharitmica.com.br/; https://


www.plander.com.br/infantis.

»» Instrumentos musicais podem ser classificados em idiofones,


membranofones, aerofones, cordofones e eletrofones, de acordo com
sua maneira de produção sonora.

»» Idiofones: som produzido ao percutir, raspar e chacoalhar o corpo do


próprio instrumento.

»» Membranofones: som produzido pela vibração de uma membrana.

»» Aerofones: som produzido pela vibração de ar no ou pelo instrumento.

»» Cordofones: som produzido ao percutir, dedilhar ou raspar cordas


esticadas sobre uma caixa de ressonância.

»» Eletrofones: instrumentos elétricos e eletrônicos.

44
CAPÍTULO 3
Objetos sonoros

Além dos instrumentos convencionais já mencionados que, em sua maioria, são


comercializados por lojas de instrumentos musicais ou artesãos, outros objetos,
brinquedos e materiais sonoros também podem ser adquiridos, construídos,
reaproveitados e utilizados em aulas de musicalização infantil.

Construir e/ou reaproveitar um objeto sonoro pode envolver o trabalho com temas
interdisciplinares - como a sustentabilidade, a reciclagem, as artes visuais, o folclore,
entre outros – e oportunizar a ampliação do acervo de instrumentos musicais, sobretudo,
quando são escassas as verbas para a compra de materiais musicais. Agrega-se a isso
o fato de que atividade de construção de instrumentos é muito válida e prazerosa a
crianças de diversas idades. As crianças costumam ficar encantadas ao confeccionar
seus próprios instrumentos e ao acompanhar a transformação dos materiais utilizados.

Brito (2003) afirma que é possível fazer música com qualquer fonte/material sonoro
que produza ou propague o som, por exemplo, com o corpo humano, a voz e os
objetos do cotidiano. A respeito dos objetos, ela nos alerta para que sejam avaliadas
a qualidade sonora e a periculosidade dos materiais (se são perfurantes, cortantes,
inflamáveis, asfixiantes etc), visto que eles serão manipulados por crianças. Por fim, a
autora recomenda que instrumentos convencionais, não convencionais e de materiais
variados (madeira, metal, plástico etc) sejam pesquisados, explorados e mesclados em
arranjos instrumentais a fim de enriquecer a sonoridade e a vivência musical. (BRITO,
2003, p. 59, 64 e 65)

Brinquedos e objetos sonoros


Alguns exemplos de brinquedos e objetos sonoros do cotidiano que podem ser utilizados
e reaproveitados como instrumentos para acompanhamento e para efeitos sonoros em
arranjos musicais são:

»» Brinquedos de plástico com apitos (figura 53).

»» Buzina (figura 54).

»» Martelos de brinquedo (figura 55).

»» Rói-rói ou berra-boi9 (figura 56).


»» Utensílios domésticos (figuras 57, 58 e 59).
9 Rói-rói: brinquedo infantil. O som é produzido ao girá-lo.

45
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 53. Brinquedos de plástico com apito interno.

Fonte: Próprio Autor

Figura 54. Buzina.

Fonte: Próprio Autor.

46
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Figura 55. Martelos de brinquedo.

Fonte: Próprio Autor

Figura 56. Rói-roi ou berra-boi.

Fonte: Próprio Autor.

47
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 57. Assadeira/fôrma (à esquerda), colher de pau (centro) e frigideira/panela (à direita).

Fonte: Próprio Autor

Figura 58. Potes de plástico que viraram “tambores”

Fonte: Próprio Autor

Figura 59. Colheres com extremidades de metal e plástico.

Fonte: Próprio Autor

48
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

Construção de instrumentos
Alguns exemplos de instrumentos construídos com materiais recicláveis, do cotidiano
e de baixo custo, podem ser:

»» Carrilhão de chaves (figura 60): as chaves podem ser usadas, como efeito
sonoro, separadamente ou como um carrilhão. Na foto, as chaves antigas
e em desuso foram amarradas, com linha de naylon, em um cabide de
madeira.

Figura 60. Carrilhão de chaves.

Fonte: Próprio Autor.

»» Chocalhos (figura 61): Os chocalhos da foto foram feitos com embalagens


de leite fermentado. Grãos de arroz foram colocados dentro das
embalagens, as quais foram vedadas e embrulhadas com retalhos de
tecido. Outros tipos de grãos e embalagens também podem ser utilizados
para confeccionar chocalhos.

49
UNIDADE II │ VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS

Figura 61. Chocalhos feitos de embalagem plástica, arroz e retalhos de tecido.

Fonte: Próprio Autor.

»» Ganzás de lata (figura 62): Os ganzás da foto foram feitos com pares de
latas de metal e de potes de plástico. No interior dos ganzás, há sementes
de variados alimentos, tocos de lápis de cor e chaves avulsas. A decoração
foi feita com tinta guache e fita metaloide. Após contruídos, atividades
de percepção auditiva podem ser realizadas com os ganzás, por exemplo,
para ordená-los por alturas (do mais grave ao mais agudo) e por tipo de
material que existe em seu interior.

Figura 62. Ganzás / chocalhos de lata (à esquerda) e de plástico (à direita).

Fonte: Próprio autor.

50
VOZ, INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBJETOS SONOROS │ UNIDADE II

»» Maraca de garrafa pet (figura 63): A maraca da foto foi confeccionada com
a união do bico e do fundo de uma garrafa pet. Dentro, foram colocadas
sementes variadas. Um cabo de vassoura foi cortado, encapado com fita
adesiva e colocado no bico da garrafa.

Figura 63. Maraca de garrafa pet.

Fonte: Próprio Autor

Na internet, ao buscar o termo “construção de instrumentos musicais”, é


possível encontrar diversos materiais escritos e audiovisuais para a confecção
de idiofones, membranofones, aerofones e cordofones de materias sonoros
e recicláveis. Sugerimos a pesquisa e a construção de alguns desses objetos
sonoros com suas turmas de musicalização!

»» Objetos sonoros: brinquedos, utensílios domésticos, embalagens


recicláveis, materiais reutilizáveis e outros materiais que podem ser
utilizados para construir instrumentos musicais não convencionais e
integrar os arranjos trabalhados em turmas de musicalização infantil

»» Construção de instrumentos: atividade recomendada a crianças de


diferentes idades

51
EXEMPLOS DE
ARRANJOS PARA UNIDADE III
MUSICALIZAÇÃO
INFANTIL

Conhecida a abordagem pedagógica e os recursos que podem ser utilizados no trabalho


com arranjos em turmas de musicalização infantil, na terceira unidade, trazemos alguns
exemplos de arranjos e estratégias didáticas, os quais podem ser aplicados a diferentes
faixas etárias e etapas do desenvolvimento musical.

CAPÍTULO 1
Arranjos com canto e instrumentos
musicais

Exemplo 1

Figura 64. Exemplo 1 de arranjo com canto e instrumentos musicais: “Eu perdi o Dó” (Folclore brasileiro)

Fonte: GOMES, 1998, p. 126. Elaboração nossa da partitura.

52
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Ao trabalhar a canção folclórica brasileira, “Eu perdi o dó”, os principais objetivos são
apresentar os instrumentos musicais e seus respectivos timbres, expandir o vocabulário
e o conhecimento musical e conseguir a atenção e o respeito dos alunos para ouvir os
colegas e ser ouvido tocando sozinho.

Primeiramente, pode-se aprender a cantar a canção. No trecho “o pandeiro toca assim”


(compassos 09 a 16), é possível substituir a palavra “pandeiro” pelo nome de cada
aluno(a), o(a) qual pode solar, no final do compasso 11 e início do 12 e no final do 15 e
início do 16, com movimentos e percussões corporais, por exemplo.

Tendo vivenciado o canto, instrumentos musicais variados podem ser distribuídos e


explorados livremente. Em seguida, o canto pode recomeçar e cada instrumento pode
ser apresentado nos momentos de solo. Para ficar mais interessante, cada criança pode
portar um instrumento ou objeto sonoro diferente. Havendo tempo, ainda se pode
intercambiar os materiais.

Em “o pá camará”, anacruse do compasso 17 até o final da canção, cada criança pode


continuar a tocar sozinha ou a turma pode tocar junto esse trecho. Sugerimos que o(s)
instrumento(s) sejam percutidos na sílaba “pa”, de forma que sejam evidenciados os
tempos fortes e a pulsação, alternando-se de dois em dois compassos. Após a prática
dessa atividade, os conceitos de tempo forte e pulsação podem ser teorizados.

Exemplo 2

Na canção folclórica francesa a seguir, o principal objetivo do trabalho é vivenciar os


conceitos de tempo forte, pulsação e desenho rítmico. Como no exemplo anterior e nos
que seguirão, a aprendizagem pode se iniciar pelo canto e pela memorização da canção.
Por meio de percussões corporais, os conceitos mencionados podem ser vivenciados
antes da distribuição dos instrumentos musicais. Por exemplo, a parte A (compassos
01 a 08), que evidencia os tempos fortes (apoio métrico), pode ser marcada com o bater
dos pés no chão, alternando-os; na parte B (compassos 09 a 16), a pulsação pode ser
marcada com batidas nas coxas, alternando as mãos e, na parte C (compassos 17 a 24),
o desenho rítmico, ou seja, a rítmica da canção e do seu texto, pode ser percutido com
palmas.

Após a vivência vocal e corporal, três tipos de instrumentos musicais ou objetos


sonoros podem ser distribuídos para a execução das partes A, B e C. Uma sugestão de
instrumentação é tocar a parte A com tambores, pratos e/ou chocalhos, a parte B com
triângulos, reco-recos e/ou pandeiros e a parte C com cocos, conguês e/ou colheres
(instrumentos que poderão executar o desenho rítmico com maior precisão e agilidade).

53
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Para trocar os instrumentos musicais, expandir a vivência musical e evitar o


desapontamento de crianças que têm curiosidade de tocar um ou outro instrumento
específico, pode-se elaborar um percurso, de forma que, quem tocou a parte A (grupo 1)
da primeira vez, toque a B da segunda vez e a C na terceira repetição da canção. Quem
tocou a parte B (grupo 2) da primeira vez, pode tocar as partes C e A, em seguida. E
quem tocou a parte C (grupo 3) primeiro, pode tocar as partes A e B posteriormente.
Elaboramos uma tabela para que fique mais fácil entender tal percurso.

Tabela 2. Possibilidades de percurso para a troca de instrumentos musicais

Repetições X Grupos Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3


1ª vez Parte A Parte B Parte C
2ª vez Parte B Parte C Parte A
3ª vez Parte C Parte A Parte B

Fonte: Próprio Autor

Novamente, após a prática musical, os conceitos abordados podem ser teorizados e


aplicados arranjos futuros, de outras músicas.

54
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Figura 65. Exemplo 2 de arranjo com canto e instrumentos musicais: “Molhe o pão no molho” (Folclore francês).

Fonte: Adaptação com base na partitura encontrada em MAHLE,1969, p. 4. Elaboração nossa da partitura.

55
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Exemplo 3

Figura 66. Exemplo 3 de arranjo com canto e instrumentos musicais: “Havia um pastorzinho” (Folclore brasileiro).

Fonte: BRITO, 2003, p. 134. Elaboração nossa da partitura.

Em mais esta canção folclórica do Brasil, os objetivos são alternar instrumentos com e
sem alturas definidas e abordar notas musicais da escala diatônica maior. Ao apresentar
a canção com o canto, o recurso da “manossolfa” (solfejo por meio de gestos manuais,
integrante da pedagogia musical do húngaro Zoltán Kodály - 1882-1967) pode ser
utilizado para entoar as notas musicais.

Uma sugestão de execução e instrumentação para esse arranjo é a de tocar xilofones,


metalofones, sinos com alturas definidas e/ou boomwhackers quando o nome das
notas musicais são cantadas (compassos 8 a 16 e 24 a 32) e tocar instrumentos de
percussão sem altura definida (pandeiro, tambor, maracas etc) nas estrofes (anacruse
do compasso 1 a 8 e anacruse de 17 a 24), marcando os tempos fortes ou ostinatos
rítmicos, criados por professores(as) e alunos(as), em conjunto.

Exemplo 4
Nessa canção brasileira, tradicional de festas juninas, mais instrumentos e elementos
musicais podem ser abordados. Os principais objetivos são executar perguntas e
respostas com desenho rítmico e marcar os tempos fortes, a pulsação (semínima) e a
subdivisão da pulsação em duas partes (colcheias).

56
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Conforme proposto por Almeida (1998b, p. 2), na anacruse do compasso 1 e


no compasso 2 e na anacruse do compasso 5 até o 6, clavas de madeira ou cocos
e pandeiros alternam perguntas e respostas com os desenhos rítmicos, tal como
cantado na melodia. Em seguida, na anacruse do compasso 3 ao 4 e na anacruse
do compasso 6 ao 8, seguem fazendo o desenho rítmico em uníssono. Os triângulos
fazem a marcação dos tempos fortes (acento métrico) durante toda a canção. Já os
tambores marcam a pulsação e as maracas subdividem-na em duas partes, do início
ao fim da canção.

Figura 67. Exemplo 4 de arranjo com canto e instrumentos musicais: “Cai, cai, balão” (Folclore brasileiro)

57
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

FONTE: ALMEIDA, 1998a, p. 2. Elaboração nossa da partitura.

Esse arranjo de “Cai, cai, balão” pode ser adaptado, incluindo e/ou suprimindo
instrumentos e linhas rítmicas predeterminadas. Ele também é um bom arranjo para
abordar figuras rítmicas específicas e leitura musical, utilizando a partitura como guia
para a execução musical.

A melodia pode ser acompanhada e tocada por instrumentos harmônicos e/ou


melódicos (piano, violão, flauta, xilofone etc) e pode ser cantada também. Muitas vezes,
por estarem concentradas em tocar os instrumentos percussivos e em ler a partitura,
as crianças deixam de cantar. Com o passar do tempo e a memorização da execução
instrumental, o canto pode ser novamente estimulado, para ampliar o desenvolvimento
musical e tornar a performance ainda mais interessante.

58
CAPÍTULO 2
Arranjos instrumentais

Exemplo 1
A canção “Brilha, brilha estrelinha” é uma versão em português da canção “Twinkle
twinkle little star”, mundialmente conhecida. No arranjo a seguir, propomos que a
melodia seja tocada na flauta doce, um instrumento bastante utilizado em aulas de
musicalização infantil.

Além da flauta, sugerimos que triângulo e pandeiro “dialoguem” com perguntas e


respostas, com o ritmo da melodia, nos oito compassos iniciais. A partir do compasso
09, sugerimos que toquem juntos. Enquanto um deles toca o ritmo da melodia, o outro
acentua o primeiro e o terceiro tempo, ambos vivenciando as duas possibilidades de
acompanhamento. Nos compassos 09 e 10, o triângulo executa o ritmo da melodia,
enquanto o pandeiro realiza os mencionados acentos. Nos compassos 11 e 12, há uma
troca, o pandeiro executa o ritmo da melodia a o triângulo, os acentos.

59
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Figura 68. Exemplo 1 de arranjo instrumental: “Brilha, brilha, estrelinha”

FONTE: Elaboração nossa da partitura e do arranjo instrumental.

60
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Este é um arranjo bastante simples, ideal para turmas iniciantes de musicalização


infantil. Para que as crianças compreendam as perguntas e respostas e os acentos,
pode-se vivenciá-los cantando e com movimentos corporais, de forma que as crianças
se movam nos momentos de tocar e permaneçam estáticas, brincando de “estátua”,
quando for o momento de ouvir a linha do outro instrumento.

Exemplo 2
A “Marcha Turca” de Ludwig van Beethoven (1770-1827) é uma peça originalmente
escrita para piano. Visconti e Biagioni (2003, p. 34) propõem, a seguir, um arranjo
instrumental com um excerto desta peça. Antes de executar o arranjo, as crianças podem
apreciar a peça por meio da escuta e vivenciá-la por meio de movimentos corporais,
deslocamentos espaciais, dramatizações, desenhos etc. Também é bastante válido
contextualizar um pouco da vida e da obra do compositor e informações da própria
peça.

Passada a vivência inicial, as linhas rítmicas de cada instrumento podem ser praticadas
com percussões corporais e/ou lidas em partituras. Em seguida, os instrumentos
podem ser distribuídos e a turma dividida nos respectivos naipes. Nesse arranjo, as
autoras propõem o uso de pandeiros, triângulos, chocalhos, cocos e reco-recos e pratos.
Os instrumentos e linhas rítmicas podem ser adaptados e a melodia pode ser tocada por
meio de gravações ou do piano, ao vivo.

61
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Figura 69. Exemplo 2 de arranjo instrumental: “Marcha turca” (Beethoven).

62
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

63
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

64
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

65
UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

FONTE: VISCONTI e BIAGIONI, 2003, p. 34. Elaboração nossa da partitura.

Analisando as linhas do arranjo, notamos que o pandeiro executa um ostinato (padrão)


rítmico que se repete nos compassos 01 a 04; 13 a 16; 35 a 38; e 43 a 46. Nos compassos
09 a 12, há a marcação dos tempos fortes. E nos compassos 23 e 24 29 e 30, a marcação
da pulsação.

Na linha do triângulo, há a marcação dos tempos fortes nos compassos 05 a 08; 17 a


20; 22; 25; 31; 39, 40 e 42; e 48. Há um ostinato rítmico nos compassos 09 a 12 e a
marcação da pulsação nos compassos 21 (uníssono com chocalhos); 26 a 28; 32 a 34;
41; e 47.

Na linha do chocalho, há a marcação da pulsação nos compassos 01 a 04; 09 a 16; 21;


35 a 38; e 43 a 46. Acentuação do tempo forte nos compassos 22 e 48. E resposta ao
desenho rítmico perguntado pelos cocos e reco-reco, nos compassos 23 e 24; e 29 e 30.

Cocos e reco-reco subdividem a pulsação em duas partes (colcheias) nos compassos


05 a 08; 10 a 12; 17 a 19; 39 a 41. Perguntam ao chocalho, com ostinato rítmico, nos
compassos 21 e 22; 25 a 28; 31 a 34; e 47. E acentuação do tempo forte nos compassos
09; 20; 42; e 48.

Por fim, os pratos acentuam os tempos fortes nos compassos 01 a 03; 13 a 16; 22; 32 a
37; 43 e 46. Marcam pulsação nos compassos 04 e 38. Executam ostinato rítmico de
09 a 12; 25 a 29; 41 e 42; e 46 a 48. E desenho rítmico em 19 e 20; 21 (semínima no
primeiro tempo).

66
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Analisando a peça como um todo, podemos notar indicações de acentos e dinâmicas, as


quais devem ser praticadas e diferenciadas. Também percebemos variadas densidades
instrumentais no transcorrer da obra. Por exemplo, no início, pandeiro, chocalhos e
pratos tocam ao mesmo tempo, alternando-se com os naipes do triângulo e dos cocos
ou reco-reco. No compasso 09, todos os instrumentos tocam suas linhas ao mesmo
tempo. Há, ainda, perguntas e respostas rítmicas entre instrumentos e alguns uníssonos
rítmicos. Saber estas variações de densidade pode auxiliar o ensaio e a correção das
nuances interpretativas da peça em questão.

O arranjo da “Marcha Turca” é um pouco mais complexo do que os demais apresentados


até o momento, portanto, não o recomendamos a turmas iniciantes e a crianças bem
pequenas. Outras peças e arranjos podem ser trabalhados de forma mais elementar, sem
ignorar a ampliação do repertório e a contribuição ao desenvolvimento da musicalidade
que os arranjos exclusivamente instrumentais podem propiciar.

67
CAPÍTULO 3
Arranjos vocais

Exemplo 1
Com crianças um pouco mais velhas (08/09 anos em diante), afinadas e musicalizadas,
há um tempo, faz-se possível cantar em vozes. Como abordado na unidade anterior, um
dos tipos de arranjo para trabalhar a polifonia vocal é o quodlibet, ou seja, duas os mais
melodias distintas que podem ser sobrepostas em inúmeras combinações. Ao trabalhar
com esse tipo de arranjo vocal, as crianças podem ser as “regentes” e podem criar as
sobreposições melódicas.

O arranjo abaixo é parte integrante de nossa tese de doutorado e foi criado com base
em um curso que fizemos sobre a pedagogia musical do alemão Carl Orff (1895-1982).
Nessa pedagogia, a prática coletiva de arranjos vocais e instrumentais é evidenciada
e, dentre outros instrumentos característicos, metalofones e xilofones são bastante
utilizados. Recomendamos o acesso a materiais e o estudo futuro desta pedagogia,
pois há uma grande variedade de arranjos para musicalização infantil, os quais podem
complementar esta apostila e ampliar os conhecimentos da temática estudada.

Nosso processo de criação deste arranjo foi o de escolher o material melódico, a escala
pentatônica; a tonalidade adequada a vozes infantis, Dó Maior; e uma temática de
interesse infantil e que, talvez, seja desconhecida para alguns: comidas japonesas e seus
nomes. Primeiramente, explicamos do que são feitas as comidas e mostramos fotos de
cada uma delas. Depois, dividimos a turma em quatro grupos e ensinamos cada linha
vocal. É importante notar que a melodia principal está na primeira linha, então, as
crianças devem ser guiadas a perceber e saber executar a linha solista e as demais linhas
de acompanhamento, dosando a intensidade ao cantar cada linha.

Após aprenderem as melodias e as sobreporem, cantando, solicitamos às crianças que


criassem um movimento corporal para suas linhas melódicas. Dessa forma, além da
sobreposição das vozes, também vivenciamos a sobreposição de movimentos, tornando
a atividade ainda mais significativa. Nesta atividade também é possível realizar um
percurso, para que toda a turma vivencie as linhas melódicas e os movimentos corporais
criativos.

68
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

No início do canto em vozes, as crianças podem se confundir um pouco, por isso,


recomendamos o auxílio do piano acompanhador, do(a) professor(a) e de crianças que
estejam mais seguras para liderarem cada grupo.

Figura 70. Exemplo 1 de arranjo vocal: “Japão-sushi” (Juliana Melleiro).

FONTE: Adaptação com base em RHEINBOLDT, 2018, p. 156. Elaboração nossa da partitura.

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UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Exemplo 2

Figura 71. Exemplo 2 de arranjo vocal: “Onda de ninar” (Juliana Melleiro e Otávio Piola).

FONTE: RHEINBOLDT, 2018, p. 154. Elaboração nossa da partitura.

Nesse cânone, também de nossa autoria e harmonizado pelo pianista Otávio Piola,
associamos o movimento natural das ondas do mar à amplitude dos intervalos.
Geralmente, uma onda começa grande, chega menor à beira do mar e recua praticamente
sem tamanho. Para representar a forma da onda grande, utilizamos o salto intervalar
de 6ª Maior ascendente e o movimento descendente. Para representar a onda menor,
os saltos de 2ª Maior. E o recuo da onda, uma nota longa, em semibreve. No cânone, é
possível perceber a fluência e ininterrupção das ondas, tal como acontece no mar, uma
vez que ondas se formam e quebram, enquanto outras recuam ao mesmo tempo. A
melodia também explora o modo mixolídio.

Antes de ensinar este cânone, apresentamos o ocean drum (tambor do mar, idiofone
que reproduz o som das ondas do mar) e as conchas marinhas para que os sons do mar
pudessem ser escutados. Em seguida, trabalhamos com paisagens sonoras, buscando
encontrar e reproduzir o som o mar com tais instrumentos e com percussões vocais
e corporais. Também construímos ocean drums com caixas de bolo (com ranhuras),

70
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

sagu colorido com corante alimentício azul e papel celofane azul, para que o movimento
das ondas ficasse mais visível. Por fim, ensinamos a melodia em uníssono e depois
dividimos os grupos em duas (ou mais) vozes. A performance final começou com
a paisagem sonora, seguiu com o canto em uníssono, depois em cânone e, por fim,
novamente em uníssono com um decrescendo. Por meio de uma simples melodia, foi
possível musicalizar nossa turma de diversas maneiras.

Exemplo 3

Figura 72. Exemplo 3 de arranjo vocal: Pout-pourri “Lua, lua / Luar do sertão”.

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UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Fonte: Elaboração nossa da partitura e do arranjo vocal.

Pout-pourri é um arranjo de trechos de duas ou mais canções. No exemplo acima,


unimos as canções “Lua, lua”, de Caetano Veloso, e “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão
Cearense e João Pernambuco, as quais têm em comum a temática lunar. Fizemos uma
adaptação da adaptação de Gisele Cruz, do arranjo de Marcos Leite.

Em nossa adaptação, primeiramente, expomos os temas em uníssono e, em seguida,


os sobrepomos em duas vozes. Finalizamos o arranjo em uníssono, novamente. Ambas
formas não são elementares e oportunizam às crianças a vivência de complexos aspectos
melódicos, rítmicos, harmônicos e de fraseologia musical, bem como o aprimoramento
da afinação e a ampliação da tessitura vocal e do vocabulário (palavras desconhecidas
devem ter seus significados explicados às crianças).

Contextualizar as peças e seus compositores e ouvir diversas gravações das canções


abordadas, refletindo sobre as diferenças estéticas e interpretativas de cada uma delas

72
EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

pode refinar a escuta e a musicalidade das crianças. Também é possível criar um arranjo
instrumental, em parceria com as crianças, quando o arranjo vocal for executado de
maneira satisfatória.

Esse arranjo foi realizado com crianças de 11 e 12 anos, em um contexto escolar, na


abertura de um seminário sobre o Universo, no qual a interdisciplinaridade entre
Ciências e Música esteve presente. Em nossa performance, cantamos nos movimentando
pelo palco e utilizamos bexigas brancas para representar a lua. Embasamos esta
performance na interpretação de “Lua, lua”, do “São Vicente a cappella”, coro juvenil do
Rio de Janeiro, regido por Patrícia Costa. É possível apreciar a interpretação deste coro
em https://www.youtube.com/watch?v=RuwvTEL4KJk (Acesso em 04 ago. 2019).

73
CAPÍTULO 4
Sonorização de histórias e paisagens
sonoras

Utilizando os saberes adquiridos sobre instrumentos musicais, fontes sonoras,


construção de instrumentos e criação de arranjos musicais, é possível realizar as
atividades de sonorização de histórias e paisagens sonoras.

Sonorizar uma história é criar efeitos sonoros durante a narrativa, por exemplo, os sons
de bater na porta, do telefone tocar, de elementos da natureza (chuva, sons de animais,
vento etc) ou, até mesmo, uma trilha sonora para determinado momento da história.

As possibilidades de histórias são diversas e podem ser adaptadas a faixas etárias


distintas. Recomendamos que, primeiramente, se trabalhe a história sem a sonorização,
compreendendo-se o enredo, ambientações e novos vocabulários. Em seguida, é possível
definir em quais momentos cabem os efeitos e por quem e como eles serão executados,
se com instrumentos convencionais e/ou outras fontes sonoras.

As paisagens sonoras são atividades para reproduzir os sons característicos de


determinados ambientes e situações, por exemplo, a fazenda, o trânsito de grandes
centros urbanos, a escola etc. Tanto para a sonorização de histórias quanto para a
representação de paisagens sonoras, é necessário um intenso trabalho de pesquisa
de fontes sonoras; de reflexão sobre quais sons são funcionais e se assemelham às
almejadas ambientações; e de criatividade e colaboração entre estudantes e docentes.

Para elucidar e inspirar o trabalho com paisagens sonoras, recomendamos a escuta


do álbum “Cuadros sonoros (Cotidiáfonos)”, da educadora musical argentina, Judith
Akoschky, o qual é fruto do trabalho de musicalização com crianças de Educação Infantil e
está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wnbJpgFeUaA&list=PLwkVv-
05wg1VK62mPjiUqQzEqpqecGMiG (Acesso em 04 ago. 2019). Com esse álbum, é
possível propor atividades de apreciação musical e ampliação da escuta. Sugerimos que
as crianças tentem adivinhar quais paisagens cada faixa representa e que anotem quais
sons escutam, para que depois eles sejam discutidos e comparados.

Com crianças bem pequenas, é possível abordar a sonorização de sons cotidianos e


da natureza por meio de explorações vocais, de movimentos corporais e do uso de
placas visuais. O(a) educador(a) pode mostrar as placas e pedir para que as crianças
reproduzam os sons característicos. Algumas sugestões de imagens para a elaboração
dessas placas são:

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EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Figura 73. Sugestão 1 para atividade de sonorização de imagens: cachorro.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/filhote-de-cachorro-retriever-dourado-1207816/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 74. Sugestão 2 para atividade de sonorização de imagens: leão.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/le%C3%A3o-predador-juba-gato-grande-3317670/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 75. Sugestão 3 para atividade de sonorização de imagens: pássaro.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/sparrow-pardal-ave-sentado-asa-3894775/. Acesso em 04 ago. 2019.

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UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Figura 76. Sugestão 4 para atividade de sonorização de imagens: cavalo

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/cavalo-passeio-hipismo-acoplamento-3611921/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 77. Sugestão 5 para atividade de sonorização de imagens: peixe

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/fada-wrasse-bodi%C3%A3o-peixe-3975299/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 78. Sugestão 6 para atividade de sonorização de imagens: abelha e mosca.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/n%C3%A3o-esquecer-me-hoverfly-voar-bloom-257176/. Acesso em 04 ago. 2019.

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EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Figura 79. Sugestão 7 para atividade de sonorização de imagens: escovar os dentes.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/escova-de-dentes-sorriso-dentes-2696810/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 80. Sugestão 8 para atividade de sonorização de imagens: beijo.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-mulher-m%C3%A3e-crian%C3%A7a-beb%C3%AA-2566854. Acesso em 04 ago.


2019./.

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UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Figura 81. Sugestão 9 para atividade de sonorização de imagens: cantar

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/microfone-menino-est%C3%BAdio-gritando-1209816/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 82. Sugestão 10 para atividade de sonorização de imagens: risada.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/riso-alegria-divers%C3%A3o-detskijsmeh-1369402/. Acesso em 04 ago. 2019.

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EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL │ UNIDADE III

Figura 83. Sugestão 11 para atividade de sonorização de imagens: trovão.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flash-trovoada-super-celular-tempo-2568381/. Acesso em 04 ago. 2019.

Figura 84. Sugestão 12 para atividade de sonorização de imagens: avião.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/avi%C3%A3o-avi%C3%B5es-v%C3%A1-embora-voo-acima-983991/.
Acesso em 04 ago. 2019.

O educador musical canadense Murray Schaffer (1933 - ), em seu livro “O ouvido


pensante”10, nomeia as atividades de percepção e ampliação de escuta como
atividades de “limpeza de ouvidos” e nos alerta sobre a redução de ruídos
excessivos - fruto da nossa sociedade atual – e a preservação de sons cotidianos
que podem se extinguir, como o de uma maria fumaça (trem antigo) ou de
animais extintos, por exemplo. Recomendamos a leitura complementar desse
importante livro a educadores musicais, sobretudo, em formação.

10 Livro de 2011, traduzido por Marisa Fonterrada e comercializado pela Editora UNESP.

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UNIDADE III │ EXEMPLOS DE ARRANJOS PARA MUSICALIZAÇÃO INFANTIL

Conclusões

Finalizados os conteúdos de nossa apostila, podemos concluir que:

»» Arranjos são atividades utilizadas em aulas de musicalização infantil e


podem ser abordados de diversas maneiras, com canto, instrumentos
musicais e objetos sonoros, juntos ou separados; e associados a
outras atividades de musicalização (paisagens sonoras, construção de
instrumentos musicais etc.).

»» Os arranjos podem ser predeterminados ou criados por educadores(as)


e crianças.

»» O(a) professor(a) de música ou o(a) regente coral é responsável pela saúde


vocal de seus(suas) cantores(as) e deve estar atento(a) a tonalidades
adequadas à voz infantil e aos modelos vocais que fornece às crianças.

»» Muitos são os instrumentos e objetos sonoros e eles podem ser classificados


entre idiofones, membranofones, aerofones, cordofones e eletrofones.

»» Para que os arranjos fiquem mais significativos e explore diversos timbres,


é possível utilizar instrumentos variados, feitos com materiais distintos
(madeira, metal, plástico etc.).

»» Apresentações públicas dos arranjos podem ser realizadas, porém, não


devem ser o principal foco do trabalho com arranjos. O principal foco deve
ser a ampliação da musicalidade, da percepção auditiva, do repertório e
das vivências artísticas proporcionadas às crianças.

»» Com estudo, pesquisa, criatividade e respeito ao desenvolvimento musical


de cada criança, é possível estruturar um trabalho de educação musical
eficaz, por meio de arranjos.

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Referências

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musical. Módulo IV, no 22. Montando um pequeno conjunto musical. Semana de 29/6
a 5/7/1998. São Paulo: Produção da Autora, 1998a.

ALMEIDA, M. Berenice S.. Fax musical: Dicas semanais para o ensino de iniciação
musical. Módulo IV, no 13. Construindo instrumentos musicais. Semana de 27/04 a
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BRITO, Teca Alencar. Música na educação infantil: propostas para a formação


integral da criança. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2003.

GOMES, Neide Rodrigues; BIAGIONI, Maria Zei; VISCONTI, Márcia. A criança é a


música. 2. ed. São Paulo: Editora Fermata, 1998.

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VISCONTI, Márcia; BIAGIONI, Maria Zei. Bandinha rítmica. São Paulo: Produção
das autoras, 2003.

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