tradicionais instrumentos de coleta de dados da metodologia de pesquisa: o questionário, a entrevista, o grupo focal e a

observação.

Questionário:

Questionário é uma ferramenta metodológica para coleta de dados, constituído por uma série de perguntas em sequência, que
devem ser respondidas por escrito, sem o entrevistador estar presente. Questionários podem ser aplicados em uma sala para um
grupo de pessoas, ou ser enviados para os informantes responderem e devolverem depois de algum tempo.

Entrevista:

Podemos dizer que uma entrevista é um encontro entre duas pessoas para que uma delas obtenha as informações de que
necessita a respeito de um determinado assunto. Nessa técnica de coleta de dados, o pesquisador se apresenta frente ao
investigado e fórmula perguntas, em uma espécie de diálogo assimétrico, no qual uma das partes busca coletar dados enquanto a
outra se apresenta como fonte de informação.

Classificação Tipos de entrevista:

• Estruturada: o entrevistador deve seguir um roteiro predeterminado, não podendo inverter a ordem, adaptar perguntas ou
propor novas questões.

• Não estruturada: esse tipo de entrevista costuma durar mais tempo que o modelo anterior. Permite perguntas abertas, e o
entrevistador pode desenvolvê-las durante a conversa, como ocorre em um bate-papo. Não possui um roteiro predeterminado.

• Semiestruturada: trata-se de um modelo híbrido de entrevista, que se baseia em todo um conjunto de questões previamente
estabelecidas, mas permite ao entrevistador incluir perguntas não planejadas inicialmente.

Grupo focal (Focus Group):

O focus group é uma técnica que possibilita levantar as reações e opiniões das pessoas em relação a um determinado assunto ou
produto. Esse instrumento pode ser utilizado em projetos de design para auxiliar a selecionar a melhor solução, dar ideias para o
desenvolvimento de novo produto ou sugerir melhorias em um modelo ou protótipo.

Observação:

Como instrumento de coleta de dados, a observação é o processo sistemático que consiste em registrar os padrões de
comportamento das pessoas sem interrogá-las ou comunicar-se com elas. Baseia-se no uso dos sentidos com vistas a adquirir as
informações necessárias para o bom desenvolvimento do projeto.

Classificação:

Tipos de observação segundo a participação do observador:

• Observação participante: consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou o grupo, podendo ocorrer de dois
modos:

- Natural: quando o observador realmente pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga.

- Artificial: quando o observador se integra ao grupo com a finalidade de obter informações.

• Observação não participante: o observador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada sem se integrar a ela
durante o processo, permanecendo como um elemento externo.
Identificando as necessidades do consumidor ou usuário

É preciso observar cuidadosamente o comportamento humano e perceber como os usuários interagem de maneira física
e emocional com o ambiente, produtos e serviços.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 5

Pesquisa das necessidades do consumidor ou usuário

Descrição: consiste em uma pesquisa que visa identificar as necessidades e entender os desejos do consumidor ou usuário-alvo do
projeto.

Aplicação: o designer deve investigar o comportamento dos consumidores para identificar novas tendências e oportunidades de
projeto. O levantamento das informações pode ser realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, mas a melhor fonte costuma
se constituir dos próprios indivíduos que integram o grupo visado (questionários, entrevistas, focus group).

Outras nomenclaturas: pesquisa de mercado.

Pesquisa Visual

Materiais de natureza visual também são uma rica fonte de informação de pesquisa.

Recorrer às imagens como fontes de pesquisa é uma ação essencial também quando se objetiva desenvolver a identidade visual
de uma empresa, um produto ou um serviço.

Além disso, a coleta de materiais de natureza visual pode oferecer aos designers a possibilidade de compreender melhor o
repertório dos indivíduos para os quais seu trabalho se direciona, apontando caminhos para a configuração de produtos que se
comunicarão melhor com um determinado tipo de público.

Considerando o aspecto comunicacional do design, podemos concluir que, para desenvolver um bom projeto, é
necessário compreender o contexto no qual a produção será inserida. Isso significa que o designer não deve apenas focar as
necessidades, desejos e comportamentos de seu público-alvo. Ele precisa também levantar e avaliar os materiais e as mensagens
visuais presentes no contexto e com os quais o trabalho poderá competir.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 6

Livro de pesquisa

Descrição: o livro de pesquisa consiste em um caderno com colagens, esboços e anotações que viabiliza a organização e o registro
de uma pesquisa baseada em fontes de natureza visual.

Aplicação: “os livros de pesquisa não são somente álbuns de recortes”, eles apresentam as informações visuais processadas pelo
designer de algum modo. As figuras e os materiais que foram coletados podem ser manipulados por meio de colagens e vir
acompanhados por comentários, desenhos e gráficos feitos pelo projetista. Não deve haver, no entanto, a preocupação com a
elaboração de páginas. A montagem desse caderno tem por meta promover uma reflexão sobre as fontes visuais que foram
levantadas.

Instrumentos para a análise de dados

Após a coleta de dados, a etapa seguinte da pesquisa é a de análise e interpretação. Essa fase tem por objetivo organizar e
sumarizar as informações de modo que elas possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.
Visa ainda à “procura de um sentido mais amplo das respostas".
FERRAMENTA METODOLÓGICA 7

Análise das relações

Descrição: é uma técnica que permite visualizar todas as relações entre o produto a ser desenvolvido com o contexto em que ele
irá se inserir: define os possíveis usuários que irão interagir com o produto, as circunstâncias envolvidas em sua utilização, os tipos
de ambientes onde ele vai se encontrar ao longo de seu ciclo de vida etc.

Aplicação: construir um painel com a palavra da função a ser atendida ou uma imagem representativa do produto a ser
desenvolvido no meio e dispor a seu redor (em palavras ou desenhos) todas as relações possíveis entre o produto a ser
desenvolvido e o ambiente natural, cultural e social no qual ele será utilizado.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 8

Análise funcional

Descrição: é um diagrama hierárquico, construído em formato de árvore ao contrário, que permite visualizar todas as funções de
um produto.

Aplicação: deve-se dispor de um produto concorrente para analisar todas as suas funções. Primeiro é definida a função principal,
ou seja, o que o produto faz. Em seguida, essa função é decomposta em subfunções, respondendo à pergunta: “Como?” De modo
sucessivo deve-se prosseguir com esse procedimento até que tenham se esgotado todas as funções do produto. Para conferir se a
análise está correta, pergunta-se “Por quê?”, de baixo para cima.

Outras nomenclaturas: função síntese.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 9

Análise da tarefa

Descrição: é um método desenvolvido na ergonomia para avaliar as condições das atividades desenvolvidas por alguém para
cumprir uma determinada tarefa. Permite identificar como o design pode intervir para tornar mais confortável e segura a
interface entre o produto e seu usuário.

Aplicação: as técnicas empregadas para análise ergonômica da tarefa baseiam-se na análise de documentos, em observações
sistemáticas e entrevistas. É necessário registrar em vídeo, fotografias ou desenhos o passo a passo da realização da tarefa,
indicando os aspectos que geram desconforto e as possíveis soluções para melhorar a usabilidade do produto ou serviço.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 10

Análise diacrônica

Descrição: é um levantamento das características do produto a ser desenvolvido (ou da função a ser satisfeita) mostrando suas
mudanças ao longo do tempo. Permite perceber como um determinado artefato foi instituído socialmente. Esse tipo de análise
consiste em uma importante ferramenta para desenvolver produtos nostálgicos ou projetos de redesign. Sua aplicação ajuda
também a evitar reinvenções ou plágios.

Aplicação: devem ser levantados os fatores técnicos, sociais e culturais que influenciaram o design do produto para a satisfação de
necessidades. É interessante estabelecer critérios para análise (como data, estilo, país, materiais) e utilizar o formato de tabela.

Outras nomenclaturas: análise histórica.

FERRAMENTA METODOLÓGICA 12

Análise paramétrica

Descrição: “serve para comparar os produtos em desenvolvimento com produtos já existentes ou àqueles concorrentes,
baseando-se em certas variáveis, chamadas de parâmetros comparativos”.

Aplicação: Aplicação: a análise paramétrica pode ser aplicada nas etapas finais de um projeto para resolver algum aspecto falho
do produto. No entanto, ela também pode ser útil nas etapas iniciais de projeto para avaliar e observar os pontos positivos e
negativos de produtos concorrentes. Para a análise do produto devem ser definidos parâmetros, ou seja, os critérios que irão ser
considerados ao longo do processo. Esses critérios podem ser quantitativos e qualitativos. Parâmetros quantitativos são aqueles
passíveis de ser expressos numericamente (como peso, velocidade, preço etc.). Já os critérios de ordem qualitativa apresentam
medidas absolutas e podem se configurar como parâmetros de classificação indicando certas características do produto entre
diversas alternativas possíveis definidas previamente, como estilo (sofisticado, casual, arrojado ou alternativo).

Outas nomenclaturas: análise sincrônica, análise do valor.