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MASTERCLASS

Fundamentos
da abertura à
vida
Sejam todas bem vindas a essa masterclass sobre os
fundamentos da abertura à vida! Antes de tudo eu queria
falar com vocês o que não é a abertura à vida, o que não é.
Abertura à vida não é número de filhos, não é fulano tem
sete filhos, ciclano tem nove filhos, fulano tem onze filhos
e não é ter filho todo ano, um atrás do outro, isso não tem
nada a ver com abertura à vida.

Às vezes as pessoas colocam como se a abertura à vida


fosse: vou ser aberta à vida, então quer dizer que vou ter
quinze filhos; vou ser aberta à vida, então quer dizer que
eu vou ter todo ano um filho, não é bem assim que é a
coisa.

O que é abertura à vida?

É a disposição de entregar a fecundidade do casal a Deus e


avaliar dentro desse casamento se há naquele momento,
um momento, vamos dizer assim, bom pra ter uma nova
gestação naquele momento ou não.

Então o que acontece?

O que muita gente erra é que isso as vezes sai da própria


cabeça da pessoa, tipo ela fala: agora eu não vou ter um
filho porque não, esse ano a gente quer viajar pra Portugal
e a gente tem que juntar o dinheiro da viagem, tem as
despesas da viagem, então assim, como a gente já está
planejando essa viagem é melhor a gente não ter filho
então esse ano e ter só o ano que vem.
Nesse caso, vocês estão vendo que tem um motivo aí que é
um motivo, vamos dizer, torpe. Só porque o casal vai viajar,
ele quer dizer que naquele ano eles não vão ter um filho,
porque o dinheiro vai ser pra viagem, porque eles não
querem que um filho, vamos dizer, atrapalhe a viagem
naquele momento. Ou outros tantos motivos que tem por aí,
às vezes um curso que vai fazer, uma outra coisa que vai
fazer e vão se colocando certos penduricalhos.

Pra gente entender abertura à vida, não tem como entender


abertura à vida se a gente não entende o que é o
matrimônio. O erro da maioria dos casais, que já entra no
casamento sem saber o que de fato é o casamento. Então se a
gente entra no casamento sem a ideia clara do que ele é, não
tem como a gente pensar em abertura à vida, não tem como,
por quê? Porque a gente vai, entra com uma ideia de
casamento: ah! Todo mundo casa, todo mundo casa gente, os
espíritas casam, os evangélicos casam, os católicos casam, os
budistas casam, todo mundo casa. Todo mundo casa e tem
filho.

O casamento, ele é um direito natural do ser humano, desde


os tempos dos primórdios, o ser humano se casa, o ser
humano se casa, então é um direito natural.

É natural do ser humano casar, não é só os católicos que se


casam, todo mundo, de todas as religiões, até os ateus, os
sem religiões, todo mundo se casa, é um direito natural.
O que aconteceu quando Cristo veio à terra? Ele
transformou o direito natural, o que já era próprio do ser
humano, Ele elevou à condição de sacramento. E o que é
elevar à condição de sacramento? Ele tornou sagrado, Ele
tornou o casamento algo sagrado. Pra nós católicos, dentro
da doutrina católica, o casamento quando ele tem a benção
da igreja, ele se torna sagrado. Mesmo os que não tem a
benção da igreja, eles tem, vamos dizer entre aspas, tem que
ter um certo respeito, porque naturalmente o casamento vai
transmitir filhos, vai formar uma família que é a base da
sociedade. Então há respeito pelo casamento e pela família
mesmo se esse casamento não é católico.

Só que para nós, católicos, isso se torna um sacramento e


isso tem promessas, isso tem deveres. Então pra nós ele é
indissolúvel, ou seja, não se quebra, não se desfaz.

Pra nós, nós temos a promessa de aceitar os filhos que o


Senhor mandar, quando a gente está lá casando, são três
perguntas que o padre faz: uma sobre fidelidade, se vai ficar
junto do cônjuge e a terceira é sobre aceitar os filhos que o
Senhor enviar e a gente responde que sim. Então a partir
daquele momento, o natural, o natural para o jovem casal,
seria entender que ele entrou no casamento e que aquilo é
um sacramento e é o caminho de santidade. E que a partir
dali, o maior ato de generosidade de um casal para com a
sociedade, para com a igreja, será dar filhos pra Deus.
A gente fica meio assim, mas existe uma hierarquia na
questão do casamento, o casamento tem três finalidades. Já
anotem aí uma encíclica que vocês precisam ler casti
connubii. A casti connubii é uma encíclica que foi escrita em
1930 pelo papa Pio XI. Por que essa encíclica foi escrita? Eu
vou dizer aqui pra vocês porque essa encíclica foi escrita.

Em 1930 existia uma conferência anglicana, anglicana é da


igreja anglicana gente, na igreja anglicana existia uma
conferência chamada de Lambeth, na Inglaterra. E nessa
conferência, foi a primeira vez que toda a igreja anglicana se
reuniu e a partir disso eles começaram a aceitar a
contracepção, a anticoncepção no caso. Porque até então,
tanto os católicos como os protestantes, os evangélicos,
todos pensavam da mesma forma. Todo mundo casava e
tinha filhos, era natural. Então não se pensava, por exemplo,
numa família casar e ter dois filhos, a não ser que aquela
família tivesse um problema de infertilidade, que era outros
quinhentos.

Mas a normalidade era todo mundo, tanto católicos, quanto


os protestantes que se casavam e tinham filhos e as famílias
eram de certa maneira grandes. Só que daí, a partir dessa
conferência de Lambeth, passou-se, vamos dizer, a ala
evangélica, passou a aceitar a contracepção. E nesse ano de
1930, um padre chamado Davi Lorde, ele combateu,
escreveu algumas coisas sobre o que isso ia acontecer a
partir dessa brecha que eles abriam, a igreja tinha que se
pronunciar, a igreja católica no caso tinha que se
pronunciar, porque até então como eles estavam tomando
um caminho diferente, a igreja precisava tomar um certo
partido, dizer: não, nós ficamos aqui.
E aí os protestantes começaram a aceitar a contracepção, a
anticoncepção e fala aqui, o padre Davi Lordi fala aqui: “o
controle da natalidade destrói a diferença entre as prostitutas
e as mulheres respeitáveis porque elimina o ideal da
maternidade, substituindo pelo prazer da auto satisfação
pessoal. O controle da natalidade conduz à infidelidade,
porque destrói o autocontrole e autodisciplina, no caso dos
solteiros ele elimina o medo às consequências. Ao rejeitar a
cooperação com Deus na criação dos filhos, o controle da
natalidade bloqueia uma nobre faculdade substituída pelo
prazer. O controle da natalidade afeta o futuro, substitui os
filhos pela gratificação própria e assim ataca a própria fonte
da vida humana”.

Então o que aconteceu? A partir de 1930 todas as


denominações protestantes de importância foram
abandonando a sua posição contra a anticoncepção,
começaram a incentivar o uso de métodos contraceptivos.
Nessa época já estava se esperando a tão aplaudida pílula
anticoncepcional, então ela já estava às beiras de ser colocada
no mercado e nessa época os protestantes já começaram a
usar a contracepção e aqui fala: “a igreja católica defende
sozinha a continuidade do ensinamento cristão de todos os
séculos”.

Então o que aconteceu, a igreja ficou sozinha defendendo a


questão da abertura à vida, a questão de que a contracepção é
um mal, é um erro.
E voltando a questão do que eu estava falando do
matrimônio, se você não tem a ideia clara de que o
matrimônio ele é um sacramento que é um caminho de
santidade, você não consegue entender a abertura à vida.

Então aqui, a encíclica casti connubii, guardem esse nome


gente, casti connubii é uma encíclica escrita pelo papa Pio XI
e fala aqui dos bens do matrimônio: o primeiro bem do
matrimônio são os filhos, o segundo bem é a união dos
esposos, a unidade, a fidelidade conjugal e o terceiro é o
sacramento, aí vem a indissolubilidade, a ordem do amor.
Então são três bens que o casamento tem, sendo que nesses
bens existe uma hierarquia, o que é hierarquia?

Um vem após o outro e o primeiro nessa hierarquia serão a


geração e educação da prole, então não tem como falar em
casamento se a gente não pensar que eu me caso para gerar e
educar uma prole, ter filhos, se isso não acontece por
problema de saúde aí é outra coisa. Mas em geral o casal se
casa pra ter uma família, ninguém se casa para poder curtir a
dois, a igreja não entende assim, porque o casamento ele é
um sacramento de serviço assim como o sacerdócio.

O sacerdócio não é um
sacramento de serviço gente?
O padre não se ordena para
poder servir os fiéis, servir a
igreja, ministrar os
sacramentos? O casal se casa
também para servir à igreja e
servir à sociedade. E como ele
serve à sociedade e a igreja?
Tendo filhos e educando esses
filhos.
É dessa família que saem os futuros engenheiros, os médicos,
os músicos, os professores, os bombeiros, enfim, é da família
que saem os futuros profissionais e é da família que saem as
vocações, então porque está servindo à sociedade - base da
família - está servindo a igreja com as vocações. É da família
que saem novos padres, as freiras, os celibatários, os
missionários, todos esses tiveram uma família e saíram do
seio de uma família.

E se os casais passam a não ter filhos e não educá-los na fé, o


que acontece?

Vai minguando a população na sociedade e na igreja, então


por isso é um sacramento de serviço. Entender isso, isso
precisa estar bem claro, de que eu não me caso pra ser feliz,
eu não me caso para curtir a vida, eu não me caso para ficar
confortavelmente na minha casa bonita, espaçosa, curtindo
meus finais de semana, viajando. Claro que isso tudo é bom,
mas a finalidade maior na minha vida, no meu casamento não
é essa, a finalidade é ter filhos, educar esses filhos e conduzir
uma família com retidão, por quê? Porque a minha
santificação depende desse caminho, a minha santificação
pessoal, a santificação pessoal do meu esposo depende dessa
entrega, a santificação pessoal dos esposos depende dessa
entrega, um ao outro e os dois pelos filhos.

Por isso é um sacramento de


serviço, você vai servir à igreja
dando filhos para a igreja e para a
sociedade. Mas nenhum filho meu
quiser ser padre, quiser ser freira?
Não tem problema, vai servir a
sociedade, vai ser um profissional,
vai ajudar a sociedade a se manter,
a população a se manter.
Porque não sei se vocês sabem, pra uma população continuar
se mantendo precisa mais de dois, cada casal precisa de mais
de dois filhos, por quê? Vai acontecendo que as pessoas vão
envelhecendo e quando essas pessoas vão envelhecendo elas
morrem e se não surgir novas pessoas essa sociedade vai
morrendo e a população não vai se renovando. Então isso
pode acontecer uma devastação de uma região, de um país.

Por exemplo, vou citar a Europa, a Europa está morrendo,


porque lá a taxa de natalidade é muito baixa, é menos de 2,1 e
não preenche, não se renova a população da Europa. Então o
que acontece? Há muitos velhos, os velhos vão morrendo, não
há crianças nascendo e aí daqui uns anos a Europa vai morrer,
por quê? Porque lá já está cheio de mulçumanos, os
muçulmanos procriam como coelhos, vamos dizer, eles tem
muitos filhos, muitos filhos, os europeus não tem e conforme
os anos vão se passando a Europa vai ser totalmente tomada
pelos mulçumanos e por pessoas de outros países, porque
eles não, vamos dizer assim, não tem essa preocupação com a
questão da taxa de natalidade.

Então entender que o casamento, o casal, eles tem esse,


vamos dizer, é um mandado, Deus pede ao casal, é uma
cooperação que o casal faz que precisa doar-se e essa doação
passa pelo corpo da mulher, geração dos filhos e pelo corpo
do homem, em si o homem tem que trabalhar pra ajudar a
cuidar desses filhos, ele tem que prover. Esse homem e essa
mulher eles tem que estar dispostos a generosamente
contribuir com a igreja e com a sociedade.
A igreja chama o sacramento do matrimônio de sacramento
magnum, é um sacramento grande, é uma grandiosidade no
sacramento, por quê? Nós que somos casados, nós temos o
estado de graça, é o que vai conduzir a nossa vida, a nossa
vocação e das finalidades do casamento que é a geração dos
filhos e a unidade dos dois.

Entendendo o que é o casamento a gente entende o que é


abertura à vida, então o que é o casamento?

O casamento é pra ser como se fosse o casamento da igreja,


quando a gente entende o que é o casamento, como tem que
ser esse casamento? Está lá na sagrada escritura, Cristo
casou-se com a igreja, vocês entendem? Quando vocês leem
efésios 5 , lá está escrito que o casamento de Cristo com a
igreja, Cristo que se sacrifica pela igreja, então a união dos
esposos tem que imitar essa união de Cristo com a igreja. E
dessa união gera-se os frutos, os frutos são os filhos, então é
isso que nós somos chamados, nós somos chamados a viver o
matrimônio como uma vocação, como um caminho de
santidade, como um caminho de generosidade e essa
generosidade não está só em servir a igreja em uma pastoral,
na missa, na catequese, não está só nisso.

Essa generosidade está em nos dispormos a abrirmos à vida e


gerar filhos para a igreja e para a sociedade.

Vamos entrar na questão: o que é abertura à vida mesmo? A


abertura à vida ela é quando o casal se casa, eu vou falar de
um modo bem sem palavras difíceis, não vou usar as palavras
do catecismo, da humanae vitae, não vou usar, vou usar as
minhas palavras aqui, depois vou mostrar pra vocês onde é
que está, mas vou falar com palavras fáceis pra vocês
entenderem.
O casal se casa e ele não usa nenhum meio contraceptivo
ilícito, ele não usa nenhum meio que a igreja não aprove,
então é um casal que não usa pílula, não usa DIU, não
usa camisinha, não usa coito interrompido, esse casal se
casa estando aberto à vida, ele se casa já esperando que
daquele casamento, daqui uns dias a mulher vai estar
grávida, então isso é um, vamos dizer assim, todo
casamento católico deveria ser assim, deveria.

A gente sabe que na prática isso não acontece por conta


de má formação, existe muita má formação dos casais,
mas na prática o casal se casa e automaticamente já
forma uma família, não tem essa questão de: vamos
passar um ano viajando, vamos passar um ano se
adaptando, vamos passar um ano pra gente comprar
nosso carro primeiro, vamos passar um ano pra gente
primeiro decorar nossa casa, não existe isso.

Existe a questão de que se você está pronto para casar,


você está pronto para ter filhos, por quê? Se você está
pronto para casar e usar do sexo, você também está
pronto para assumir as consequências do sexo. E quais
são as consequências do sexo? A consequência do sexo é
uma vida.

E isso assim, isso tinha que ser muito claro na cabeça das
pessoas e era, até 1930 era, era normal para as pessoas
casarem e terem filhos, não existia nada alarmante
quando uma mulher aparecia com um filho no braço e
outro na barriga e outro pequenininho, ninguém se
incomodava com isso, porque era o normal.
E aí quando os protestante abriram a brecha para essa
anticoncepção, já com advento da pílula, o que
acontece? Concílio Vaticano II acontece, a pílula
também começou a ser colocada no mercado e aí
começou a bagunça. Os especialistas, os alarmistas de
superpopulação começaram a pressionar a igreja pra
que ela se posicionasse e abrisse uma brecha para os
fiéis católicos usarem a pílula, no caso. E foi uma
pressão muito grande em cima de João XXIII, na época
o papa era João XIII, ele estava à frente do Concílio
Vaticano II.

E essa pressão foi tão grande, tão grande, tão grande


que o papa reuniu uma comissão pra estudar sobre a
questão da superpopulação, pra estudar sobre a pílula,
pra estudar sobre os efeitos, pra estudar se isso era
mesmo viável para os cristãos católicos usarem e
acabou que o papa João XXIII, ele morreu e não
terminou de dar o veredito dele sobre essa questão,
eles discutiram isso no concílio, mas não chegaram a
dar um veredito, não chegaram a ter uma posição a
respeito da pílula.

E aí o nosso querido papa Paulo VI assumiu em 1967,


eu acho que ele assumiu, e começou em cima dele a
pressão pra poder ele falar o que a igreja, como que a
igreja ia se posicionar a respeito da pílula, tinha muita
mulher já, muitos casais já felicíssimos, que agora a
gente pode ter relação sexual e não ter filhos e isso é
maravilhoso, segundo a cabeça do povo da época.
E o papa reuniu a comissão que o outro papa tinha feito e
falou: vocês precisam estudar ainda mais sobre os efeitos
da pílula, sobre o que vai acontecer, sobre a
superpopulação, se isso é mesmo verdade. E nessa reunião
ele chegaram e entregaram um relatório pronto para o
papa, dizendo que sim que a igreja tinha que abrir, se abrir
à pílula, se abrir aos métodos anticoncepcionais.

O papa olhou que a maioria da comissão, gente de uma


comissão, como se 80% era a favor de usar pílula e 20%,
10% contra, era bem pouquinha gente que era contra. E o
papa viu os dois relatórios, ele leu os dois relatórios e
antes de se posicionar, ele passou uma noite em oração,
uma noite ele foi pra capela e passou uma noite inteira em
oração e quando ele saiu desse tempo de oração dele, ele
ficou com a minoria, ele falou que não, que a igreja não ia
se abrir a anticoncepção.

Ele escreveu a humanae vitae, que é essa encíclica, ela é


fininha, vocês acham ela em qualquer livraria e online
também, ela é bem fininha, de 1968.

Ela foi um tapa na cara de muita gente


e foi, como dizia o papa, foi a
crucificação desse papa, porque ele
não aceitou a contracepção e escreveu
que não os católicos iam continuar
abertos à vida, os católicos iam
continuar vivendo a finalidade
principal do casamento e ele colocou
aqui os pontos, porque ele via no
futuro o que ia acontecer quando se
abria essa brecha da anticoncepção,
então o papa ele foi muito profético.
Essa encíclica ela é muito profética, porque a partir
daquele momento é como se ele enxergasse em 68, ele
enxergasse o que a gente vive hoje, em 2021. Então lá ele
enxergava: maridos que vão querer usar as mulheres só
por prazer e se pode fazer sexo só por prazer, sem
nenhuma consequência, vai existir adultério. Porque aí
os maridos podem pular a cerca e não vai haver
gravidezes fora do casamento, a maioria hoje não tem.

Quantos adultérios que a gente acompanha, os casos de


adultério que eram poucos, não é que não existiam
naquela época, existiam sim, mas hoje a porcentagem de
adultérios que acontecem hoje é infinitamente maior do
que naquela época, é muito, muito maior, por quê?
Porque não há consequências não há consequências. Se é
só por prazer, vai se admitir futuramente todo tipo de
bestialidade, então abre o caminho para o
homossexualismo, abre o caminho pra zoofilia, abre o
caminho pra satisfação sexual sozinho, porque se é só
por prazer, se o sexo se torna um objeto só por prazer
desvinculado da procriação vai poder fazer tudo.

E a banalização do sexo começou aí, o que a gente vê


hoje, essa banalização do sexo, a promiscuidade, essa
hiper sexualização, em todo canto que a gente vê só fala
de sexo, só são músicas com apelo sexuais, na televisão
só tem gente quase sem roupa, parece que tudo gira em
torno disso.

Por que? Porque o sexo passou a ser visto só como prazer


e visto só como prazer, tirou-se, vamos dizer assim,
vulgarizou, o que era sagrado ficou banalizado e com a
ideia de vulgaridade, é isso que o sexo é hoje.
O papa meio que já sabia que tudo isso ia acontecer, por
isso ele escreveu a humanae vitae. Essa encíclica, ela foi
assim um divisor de águas na igreja, por que foi um divisor
de águas? Muitos padres e muitos bispos ficaram com o
papa, mas muitos não ficaram e não concordaram com o
que o papa decidiu.

Então quando vocês me perguntam: Tati, mas porque que a


gente vai em certos sacerdotes e eles não falam da abertura
à vida, eles apoiam laqueadura, apoiam vasectomia,
justamente por isso, porque há uma dissidência, uma má
formação dos sacerdotes.

Há sacerdotes, vamos dizer assim, eles são contra o que o


magistério decidiu, é como se eles quisessem ir contra o
magistério, entende? Na época dessa encíclica já aconteceu
de muitos padres e muitos bispos começarem a aconselhar
os fiéis a mesmo assim usarem a anticoncepção, que o papa
não se modernizou, que a igreja estava com um olhar
antiquado e muitas coisas.

O que acontece? O papa só estava antevendo o que ia


acontecer nos nossos dias hoje: divórcio, adultério,
promiscuidade, homossexualidade, zoofilia, aborto. E nós
acabamos caindo nessa mentalidade que existe hoje, a
mentalidade contraceptiva, a mentalidade meio que de
cultura da morte mesmo. Hoje em dia as pessoas se
assustam com uma família com mais de quatro filhos, as
pessoas se assustam quando tem um bebê um pertinho do
outro, as pessoas se assustam se veem uma mulher
segurando um bebê com a barriga já esperando outro, tudo
isso é muito assustador hoje em dia, por quê? Porque
criou-se uma mentalidade contraceptiva, a cultura da
morte que é o que o papa João Paulo II tanto fala.
Papa João Paulo II foi um defensor ferrenho da família e
como um defensor ferrenho da família ele falava: a gente não
pode deixar que a cultura de morte entre em nossas famílias,
porque as nossas famílias já foram moldadas pra pensar
assim. Então, as novelas fizeram as nossas avós, as nossas
mães pensarem assim, os filmes, as conversas, os jornais, os
especialistas, então tudo foi levando a sociedade ao que ela
está hoje. Por isso que as pessoas se escandalizam com
questão da abertura à vida, por isso que ninguém entende
mais o que é abertura à vida.

Na verdade se a gente fosse falar claramente, não devia nem


existir esse termo, vocês entendem? Não devia existir esse
termo: abertura à vida. Por que a gente tem que ficar falando
isso? Porque é uma coisa que se perdeu, algo que era comum
até 1930, algo que era comum, todo mundo casava e tinha
filho, ninguém falava: eu sou aberto à vida, ninguém falava
isso. Todo mundo era normal, casava e falava: vou ter filhos.
Não tinha esse termo, esse termo a gente tem que ficar
batendo nele hoje em dia, abertura à vida, abertura à vida,
por quê? Porque hoje as pessoas são fechadas à vida.
Hoje as pessoas se casam para curtirem a vida matrimonial,
mas não querem o ônus dos filhos, porque filho dá trabalho. E
como o casamento é um sacramento de serviço, as pessoas
não querem servir. E aí olhando o casamento como algo meio,
que vamos dizer assim, sem esse olhar sobrenatural, sem esse
olhar de elevar ele a um sacramento, se a gente não tiver olhar
sobrenatural para o casamento a gente não tem olhar
sobrenatural do serviço que o casal presta à igreja. Esse
serviço da doação mútua, a cooperação com Deus para a vinda
dos filhos.

E aí vamos dizer aqui, nessa época, 1968, 1969, humanae vitae,


e aí o papa lançou encíclica, o que ia se fazer? E quando o casal
realmente tivesse motivos justificados pra que não viessem
filhos, como que ia fazer?

Então o papa pediu ao casal Billings, doutor John Billings e


Evelyn Billings, foi o casal, que vamos dizer assim, que
melhorou a antiga tabelinha. Existia a antiga tabelinha, as
mulheres, muitas mulheres usavam essa tabelinha, até então
naquela época tinha uma maior porcentagem de acertos, mas
com o advento da modernidade, a mulher ficando cada vez
mais estressada, a alimentação foi mudando, os hormônios
foram mudando, as mulheres começaram a não serem, vamos
dizer, mais um reloginho.

Então tinha que se achar um método que se adequasse a


várias mulheres e esse método poderia ser usado para espaçar
as gestações com motivos justificados. Foi então que o casal
achou este método, que era a partir da auto observação da
mulher, a mulher se observava e através do seu corpo, através
do muco cervical, ela ia entendendo quando ela estava no
período infértil e quando ela estava no período fértil.
E aí identificado isso, o casal começava a fazer o uso dos
períodos infecundos, então se divulgou o método billings. Foi
maravilhoso? Foi maravilhoso. É maravilhoso? É maravilhoso.
Mas usado com motivos graves e justos, porque nem mesmo
um método billings, ele é, vamos dizer assim, incentivado
pela igreja. A igreja não fala assim: olha, vocês casem e usem o
método billings, vocês planejem direitinho os filhos, tenham
espaçamento entre os filhos, ela não fala isso.

O que a igreja fala é: dentro de uma paternidade responsável,


vocês se casem, sejam abertos à vida e tenham filhos, e se
acontece algo que o filho não pode vim naquele momento e
tem de espaçar, você vai lá e pega e faz uso do método
billings. Então o método billings ele é um método, vamos
dizer assim, de urgência. Vocês entendem? Ele é um método
que é pra ser usado quando eu realmente tenho um motivo
que se vier uma criança a gente não vai dar conta de cuidar, a
gente não vai dar conta de manter e não estou falando só de
questão financeira não.

Às vezes a mãe pode estar com um problema de saúde, o pai


pode estar com um problema de saúde, então naquele
momento uma criança, não que a criança vá atrapalhar algo,
não é isso, mas que é uma responsabilidade maior não deixar
vir um bebê naquele momento. Então o que você vai usar,
você vai fazer uso dos períodos infecundos e nesse caso
precisa de uma maior continência, precisa de uma maior
atenção do casal à fertilidade feminina.
Precisa realmente ter, eu conheço casais que tem motivos tão
graves pra poder não vir uma gestação, que eles tem que fazer
uso de dois a três métodos naturais de uma vez só, porque
eles não podem, não pode haver falha no método deles e eles
usam, e tem que viver uma continência muito maior do que
casais que são, vamos dizer assim, casais que são totalmente
saudáveis. Eles tem motivos de saúde e o que acontece? Esses
casais que tem motivos gravíssimos eles precisam fazer uso
do método com métodos auxiliares às vezes e muitos deles
tem que viver um período de continência mesmo, continência
quer dizer abstinência, continência e abstinência quer dizer
sem sexo.

Se não é seguro naquela época, se realmente se está em


dúvida, precisa haver a continência. Mas os métodos, eles são
verdadeiramente aplicáveis e às vezes eu fico até chateada,
quando eu conheci os métodos naturais, eu fiquei encantada
com a realidade dos métodos, eu fiquei encantada. E quando
eu descobri a técnica, porque assim, eu estudei bastante
método natural, então assim, se eu falar pra vocês que eu não
sei o método é mentira, eu sei tudo como ele funciona, no
meu corpo então é batata, eu sei, eu sei, só que é como se eu
sou uma mulher saudável, meu marido é saudável, a gente até
então não tinha motivos graves nem justos pra poder espaçar.

Então não tinha pra quê ficar fazendo uso de método natural,
só que eu só fui entender isso do quarto filho em diante, por
que do primeiro para o segundo eu usava, e do segundo para o
terceiro eu ainda usei um pouco, graças a Deus que a Catarina
veio e já me tirou isso.
Então eu tinha essa ideia de manipulação do método
natural, o que é você manipular o método natural? É você
ter tanta ciência de como o seu corpo acontece, como o seu
corpo trabalha, você aplica o método numa eficiência tão
grande, que ele se torna também um contraceptivo
também. Você usa um método natural respeitando o corpo
dos esposos, mas com uma mentalidade totalmente
contraceptiva, uma mentalidade que não é de espaçamento,
é uma mentalidade de não quero ter filho agora e você não
tem nenhum motivo justo para aquilo e você está fazendo
uso do método natural.

Então não é que a igreja, ela está incentivando o povo a usar


o método natural, a igreja incentiva o casal a se pode ser
generoso e quando ele não pode, ele faz uso do método
natural. Seria simples, simples se as pessoas entendessem
isso, tive um filho, tive uma cesariana, precisa espaçar? Vou
lá pego o método natural e começo a aplicar, se precisa
aplicar dois métodos naturais, aplique, se preciso de
segurança, aplique três, aplique, espace. Se precisa espaçar
por causa da cesariana, espace. Mas o que não pode é
quando se não tem motivo nenhum você vai lá e fica
fazendo uso de método natural.

Por que você não vai ter filhos? Porque a gente passou um
aperto, a casa está pequena. Gente, desde quando a minha
casa está pequena? Acho que desde o quinto filho, desde o
quinto filho que a minha casa está pequena e isso nunca foi
motivo, porque eu não acho que seja um motivo justo,
porque ainda dá pra colocar as crianças direitinho, nós não
estamos pecando com o cuidado com as crianças, nesse
sentido, então ainda não é um motivo.
E quando for um motivo, um motivo justo sério eu vou
saber. Por isso que é preciso a gente ter uma consciência
reta a respeito disso, o que é uma consciência reta? Por isso
que existem os documentos, por isso que é de suma
importância a gente ler os documentos, pra poder ir
moldando essa consciência, quando a gente molda a
consciência a gente vai saber se na minha circunstância eu
preciso do uso, de um método pra um espaçamento ou não.
E aí vamos, eu queria ler um pouquinho pra vocês aqui, esse
livro aqui ele é assim quase que um dever gravíssimo pra
vocês todas, todos lerem, chama O amor que dá vida.

Muita gente deve ter lido, muita gente deve conhecer, esse
livro ele tem tudo sobre abertura à vida está aqui. Ela
conseguiu assim, pegar todas as coisas e colocar aqui, desde
do que tem escrito nas encíclicas até a sagrada escritura,
tudo, ela conseguiu fazer um apanhado e mais a história
pessoal dela. Então, tem uma parte aqui que eu queria ler
pra vocês, ela começa contando do testemunho dela, esse
testemunho da Kimberly. Ela chega no Scott e pergunta:
Scott quantos filhos você quer ter? Aí ele fala assim que ele
quer ter filhos, mas não muito, não demasiados. Ela já fica
meio assim, aí eu vou casar com um homem que ele é
daquele povo crescimento zero de população. Ai ela
pergunta pra ele: quantos são não demasiados? Aí ele
responde: penso que não poderíamos passar de cinco ou
seis. Aí ela responde: sim, é melhor que a gente não passe de
cinco ou seis.
E aí ela vai conversar com o pai dela, que era pastor protestante e o
pai dela já indica pra que ela, qual método contraceptivo que ela
vai usar no casamento e ela já diz que a pílula e tudo bem ela inicia
o casamento dela usando pílula. Ambos, ela e o marido eram
protestantes. Acontece que ela foi fazer um trabalho, no curso que
ela fazia e escolheu o tema da abertura à vida, não da abertura à
vida, mas da contracepção. Ela escolheu o tema da contracepção e
foi estudar esse tema e quando ela foi estudar, ela bateu de cara de
que: as igrejas protestantes, elas aceitavam a anticoncepção e
única igreja que não aceitava era a igreja católica.

Então foi aí que a Kimberly começou o caminho de conversão dela,


através da abertura à vida e aí ela foi ler as escrituras e ver como
que Deus já tinha deixado tudo nas escrituras, o cresci e
multiplicai-vos, os filhos como a benção de Deus, como louvava a
questão da vida, como São Paulo falava da maternidade, que a
mulher será salva pela maternidade, como que era a questão do
casamento, essa questão do Cristo e a igreja, o esposo e a esposa
tem que ser como Cristo e a igreja, essa sacralidade do casamento.
Então ela foi vendo tudo isso e trouxe tudo isso pra esse livro O
amor que dá vida.

Então a abertura à vida gente não é ter um monte de filhos, mas é


ser generoso. Como que eu posso ser generoso com Deus no meu
casamento? Tendo os filhos que eu puder ter, todos os filhos que
eu puder ter, quando fala todos as pessoas se assustam, porque
elas acham que todos é muito, mas talvez o todos de um casal vai
ser só dois, porque talvez aquele casal vai ter dois filhos e vai estar
tentando depois ter outros e Deus não vai mandar e aquele casal
continua aberto à vida, continua querendo os filhos, mas os filhos
não vem e aí ele vai seguir com aqueles dois filhos e o todos
daquele casal foram aqueles dois filhos, entendem?
De certa forma, o casal que não tem filhos biológicos é chamado
a um amadurecimento, é chamado a uma paternidade, uma
maternidade espiritual pra outras pessoas. A vida deles vai ser
entregue para outras pessoas, já que eles não tem filhos, eles
vão ajudar outras pessoas de alguma forma, seja adotando
crianças, seja contribuindo numa pastoral, seja ajudando algum
convento, algumas irmã, seja ajudando outros casais que tem
muitos filhos, ele tem de estar inserido também em um serviço,
em um doar-se, numa generosidade.

Porque o casamento deles só vai ser fecundo se existir essa


generosidade, se o filho não vem é preciso ser generoso mesmo
assim e o casal que não tem filhos biológicos, ele só vai entender
e ser feliz a partir do momento que aceitar que Deus não quer
enviar, Deus não quer, não quer enviar, já fez novena, já rezou,
já fez de tudo, já fez exame, Deus não quer enviar. Aceitar
aquela condição e partir ou para adoção, ou partir para um
trabalho generoso, um trabalho de às vezes ajudar em um
orfanato, não adota uma criança, mas estou sempre lá ajudando,
dando atenção às crianças, ajudando as irmãs, ajudando em um
lar de velhinhos, ajudando em uma instituição de caridade e
tem tantas coisas que a igreja tem e que os casais podem estar
ajudando.

Mas a vida não pode ser estéril, a vida de um casal que não tem
filhos biológicos também não pode ser estéril e mesmo esse
casal que não teve filhos biológicos é um casal aberto à vida, por
que é um casal aberto à vida? Porque é um casal que casou e
nunca usou nenhum meio contraceptivo para poder evitar
filhos, vocês estão entendendo porque abertura à vida não tem a
ver com número de filhos? Aí você me pergunta assim: Tati, mas
aonde está falando assim mesmo, aonde que está falando do
documento que a gente não pode usar nada, então vamos lá.
Catecismo da igreja católica, vocês podem pegar o catecismo da
igreja católica, anotem aí, parágrafo 2360, a partir do parágrafo
2360 o catecismo vai falar do amor dos esposos, a partir desse
parágrafo ele vai destrinchar, vai falar da fidelidade, vai falar de
um monte de coisa e a partir do parágrafo 2366 ele vai falar da
fecundidade no matrimônio. Quando ele fala da fecundidade no
matrimônio, ele vai falar da questão de não poder usar meios
ilícitos, então ele vai falar:

2368. “Um aspecto particular desta responsabilidade diz


respeito à regulação da procriação. Os esposos podem querer
espaçar o nascimento dos seus filhos por razões justificadas.
Devem, porém, verificar se tal desejo não procede do egoísmo, e
se está de acordo com a justa generosidade duma paternidade
responsável”.

2370. “A continência periódica (o que é a continência periódica, é


o conter-se, deixar de ter relação sexual em determinados
períodos, isso é continência), os métodos de regulação dos
nascimentos baseados na auto-observação e no recurso aos
períodos infecundos , são conformes aos critérios objectivos da
moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos,
estimulam a ternura entre eles e favorecem a educação duma
liberdade autêntica. Em contrapartida, é intrinsecamente má
«qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer
durante a sua realização, quer no desenrolar das suas
consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio,
tornar impossível a procriação”.
Então tudo que o casal colocar pra tornar impossível a
procriação é um meio ilícito, ou seja, o casal está pecando.
Tati eu peco se eu uso pílula? Sim. Eu peco se uso coito
interrompido? Sim. Eu peco se eu uso vasectomia? Sim. Eu
peco se eu uso camisinha? Sim. Eu peco se eu faço
laqueadura? Sim. Então isso precisa estar bem claro.

O que vai acontecer gente? Existe casais, existem pessoas,


que não tiveram uma catequese acerca disso e por uma
certa pressão familiar, pressão de saúde, pressão de um
parto que não teve um bom profissional, são tantas nuances
que tem a vida que o casal foi e o marido fez uma
vasectomia, a mulher fez uma laqueadura. Na vasectomia
existem casos que dá pra reverter, existem casos de poucos
anos que dá pra reverter, tentar uma reversão. Na
laqueadura é quase que impossível uma reversão, existem
alguns casos que tem como reverter, mas uma boa parte
quando corta a trompa é meio que impossível.

E o que acontece? Essas pessoas que fizeram essa


esterilização, elas vão procurar um sacerdote, vão tem que
confessar-se e de certa forma viver uma vida a partir dali
pra fazer um apostolado, tem que se fazer um apostolado
sobre a escolha errada que fez. Esse casal, ele vai começar a
falar para os casais que tem a intenção de fazer o mesmo pra
não fazerem, dando o exemplo a partir do testemunho
deles: olha, eu fiz e me arrependi, eu fiz e hoje isso me dói,
eu fiz e nosso casamento não ficou tão bom, eu fiz e… Vai
ser um apostolado vivido em torno disso, então esse casal
que tem um método que não tem mais reversão, é um casal
que não pode mais ter filhos, ele vai começar a gerar filhos
no ventre dos outros, fazendo um verdadeiro apostolado de
testemunho do que não se deve fazer.
Eu fiz e me arrependi, pra que outros casais não errem como
eles, eles vão dar o testemunho dizendo que eu fiz e hoje
meu coração sangra, dói, então esse vai ser o apostolado
desse casal. E pedir perdão a Deus, vai a confissão, pede
perdão e seguir a vida né gente, contando com a
misericórdia de Deus. Já que quando fez o ato não tinha
plena consciência do que estava fazendo.

Então aqui, nós temos no catecismo, a partir do parágrafo


2360, pra vocês lerem, até 2370, vocês podem ler tudo, que lá
está falando dos métodos naturais, não fala métodos
naturais, fala de continência periódica, métodos da
regulação da natalidade, métodos de auto observação. E a
humanae vitae vai falar, nós vamos voltar agora quando que
devem ser usados os métodos naturais? Os métodos
naturais devem ser usados quando tem motivos graves e
justos. Quais são esses motivos graves e justos? A humanae
vitae, lá no parágrafo 10:

“Em relação com os processos biológicos, paternidade


responsável significa conhecimento e respeito pelas suas
funções: a inteligência descobre, no poder de dar a vida, leis
biológicas que fazem parte da pessoa humana”.

“Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e


sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a
deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma
família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos
graves e com respeito pela lei moral, de evitar
temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um
novo nascimento”.
Gente, olha que bonito é esse parágrafo, quando fala de
paternidade responsável, ele dá dois significados, ele dá um
significado de quando os esposos tem a deliberação de fazer
com generosidade crescer uma família numerosa, isso
também é paternidade responsável e também é
paternidade responsável evitar temporiamente ou até
mesmo por tempo indeterminado um nascimento se você
tem um motivo justo e grave. Então quando se fala em
paternidade responsável gente, não é o mesmo que uma
certa prudência covarde.

Vocês entendem o que estou falando? Paternidade, quando


se fala em paternidade responsável, não quer dizer que: é
porque eu tenho que ter plano de saúde pra todo mundo, eu
tenho que ter uma reserva de dinheiro para todos os filhos,
eu tenho também que ter uma conta, um dinheiro para
todas essas crianças, a escola de todas essas crianças e
também dinheiro para essas crianças fazerem faculdade, e
também… Não é disso que a igreja está falando.

Paternidade responsável é ter os filhos, cuidar deles com


afinco, cuidar deles, vamos dizer, dar o melhor que você
pode dar sem deixar que esses filhos se tornem moloides
por causa de conforto demasiado, que até isso atrapalha no
caminho de educação de filhos. Então, o pai e a mãe, eles
tem que estar de olho até nisso e a gente vai ver como é
bonito isso olhando para a vida dos santos.
Se vocês lerem a vida de São Luís e Santa Zélia, vocês vão
perceber que eles eram um casal muito bem de situação
financeira, eles tinham dinheiro, ela era empresária, eles
conseguiram uma vida, vamos dizer boa, tinham
empregados. Mas as meninas filhas deles nunca tinham um
vida, vamos dizer assim, muito confortável, muito cheia de
coisas, era sempre uma vida vivida mais de maneira austera.

Por que? Porque se entende que conforto demasiado


quando é dado aos filhos isso estraga eles, torna-os adultos,
vamos dizer, moles e que não buscam verdadeiramente, não
aguentam muita coisa da vida. Então quando se fala aqui em
paternidade responsável não quer dizer que o casal tenha
que ter um planner pra poder ter filhos, mas quer dizer que
o casal tem que ter os filhos e conseguir educar, e cuidar e
criar esses filhos. Então basicamente é: vestir as crianças,
dar alimentação adequada para as crianças, saúde para as
crianças, cuidar da saúde das crianças, a educação das
crianças e educação não é a escola mais cara, educação ela
vem dos pais, então muitas vezes esses pais vão ter que se
sacrificar ajudando a educar essas crianças.

Às vezes tem
crianças que
estudam na escola os
pais vão ter que
estudar em casa,
ajudar a
complementar essa
instrução que eles
recebem na escola,
então tem tudo isso.
E quando o casal tem um motivo justo, um motivo de saúde,
um motivo vamos dizer, financeiro que está beirando meio
que a miséria, aí é hora de espaçar. Aí a paternidade
responsável desse casal é realmente buscar o espaçamento e
usar aquele espaçamento com responsabilidade, pra poder
não fazer vim uma nova criança naquele momento e quando
as coisas melhorarem, aí sim um novo nascimento.

Quando eu aprendi método natural, que eu tinha a total


ciência da técnica do método, eu quis fazer esse
planejamento, eu planejei o meu segundo filho, eu planejei
quando a minha primeira filha tivesse três anos eu ia ter o
segundo filho, eu já usava o método a uns oito meses mais
ou menos e fui fazendo o método, totalmente certinho com
aqueles gráficos, com aquelas tabelas e veio o meu segundo
filho, depois logo veio a terceira e eu lembro que quando eu
falava de motivos justo da minha primeira para o meu
segundo eu sempre alegava que a minha casa era pequena
demais, que eu morava no fundo da casa da minha sogra,
que minha casa era pequena demais por isso que eu não ia
ter outro filho.

Eu lembro que um dia eu fui pedir conselho para um padre,


eu cheguei e o padre me conhecia, conhecia minha casa,
conhecia minha realidade, eu cheguei contei pra ele e disse:
padre, eu não quero ter outro filho agora por causa disso,
disso e disso, falei pra ele da casa que era pequena, só tinha
um quarto e dei lá os meus motivos. O padre olhou pra mim
e falou assim: você sabe que esse é um motivo egoísta
porque a sua sogra teve oito filhos, com os oito dentro de
um quarto só, todo mundo em cima de beliches e graças a
generosidade da sua sogra que hoje você tem o seu marido
que é o sétimo filho.
E assim, aquilo de certa forma me sacudiu bastante, depois
disso eu me abri, tive a segunda filha e quando eu falava nesse
motivo justo que era o meu motivo ele não doía em mim, ele
não me causava desconforto, eu usava método natural e
estava tranquila eu tinha um motivo (entre aspas). Quando eu
me abri verdadeiramente à vida, que eu tive a terceira, que eu
tive a quarta filha, que eu tive a quarta filha, aí eu tive um
problema de saúde, eu tive depressão pós parto na quarta
filha. Ela começou no finalzinho da gestação, passou pelo
puerpério e depois aquelas oscilações de tristeza que tinha no
puerpério elas não foram embora, elas continuaram.

Então a nenê fez dois meses, três meses e nada, isso só foi se
agravando. Então foi chegando um tempo que eu fui tendo
problemas de dores musculares, eu tinha muitas dores no
braço a ponto de eu não conseguir carregar nada, porque eu
sentia dor desde a hora que eu acordava até a hora que eu ia
dormir, tinha dia que doía tanto que queimava meus braços e
eu andava com meus braços só assim porque eu não
conseguia nem segurar nada, até o fato de mexer os meus
braços, eles doíam, queimava tudo aqui, doía, era como eu
sentisse que tivesse hematomas por todo meu braço e todas
as minhas costas. E aí eu fui diagnosticada, estava como
fibromialgia e depressão, e eu vivia apática, eu tinha quatro
filhos na época, a bebê era novinha, era a Bárbara, eu vivia
apática, não conseguia mais cuidar das crianças, o meu
marido teve que reduzir a carga de trabalho dele muito, ele
teve que ficar mais em casa, ele teve que fazer comida,
arrumar a casa, dar banho nas crianças, porque tinha dia que
eu simplesmente não conseguia nem ao menos levantar da
cama e não era preguiça, era realmente doença, eu estava
assim, era como se nada fizesse sentido pra mim mais, eu
vivia num estado vegetativo.
Eu fiquei mais ou menos uns três a quatro meses assim, até
começar com uma medicação pra começar a fazer efeito,
pra começar... Nessa época, eu entendi o que era um
motivo justo, porque aí a Bárbara foi crescendo, seis meses,
sete meses, oito meses, foi começando a caminhar e eu
ainda tentando sair daquela doença, então eu olhava as
crianças e pensava: será que um dia eu vou ser aquela mãe
novamente? Será que um dia eu vou dar conta de dar
banho nos meus filhos, de fazer comida, de manter a casa
em ordem, de ter alegria, de estar com eles, de estar feliz,
eu não via saída para aquilo.

Então naquele momento se viesse uma criança eu não ia


conseguir criar aquela criança, eu não ia conseguir cuidar
daquela criança, que eu não estava conseguindo cuidar
nem dos quatro que tinha nem de mim, como eu ia ter mais
um filho? Então naquele momento, paternidade
responsável pra mim pro Walter era espaçar e foi a época
que a gente espaçou, então quando vocês veem que os
meus filhos, eles tem entre a Laura e Bárbara tem um
tempinho maior, vocês podem ver que elas tem uma
diferença de idade maior é porque eu estava espaçando,
porque eu estava doente e dessa doença eu não podia ter
filhos.
Então nesse momento fizemos uso do método natural porque
não podia vir filhos, quando depois de um ano fazendo
tratamento, que eu fiquei melhor, comecei a voltar à ativa, eu
comecei a ver luz no fim do túnel, que eu comecei a gerenciar a
minha casa novamente, cuidar dos meus filhos, ficar normal,
quando eu consegui sair disso, aí sim foi a hora que eu falei:
agora o método natural, coloca ele lá na estante, lá onde ele tem
que ficar e agora a gente volta ao foco, agora a gente pode se
abrir aos filhos e aí já não faz mais gráfico, já não faz mais
anotação, eu não tenho que ficar mais com neura em método
natural, por quê? Porque daquele momento em diante eu já
estava bem, já poderia ter outra criança, e aí foi o que
aconteceu: veio a Laura, depois veio a Tereza, depois veio a
Joana.

Então se eu vou me sentindo bem, se eu estou bem, se eu estou


vamos dizer assim, psicologicamente saudável eu posso sim ter
filhos, corporalmente saudável, eu posso sim ter filhos, se meu
marido está bem, se vamos dizer assim, se nós não estamos
tendo motivos financeiros a ponto de que beire a penúria, está
bem, temos que ter filhos, temos que ser generosos.

E aí fazer uso do método natural quando realmente existir um


motivo grave pra isso e esse motivo grave também pode ser
crise no casamento, pode ser razões psicológicas, que foi como
eu falei, razões econômicas, a família às vezes está passando
por um aperto tão grande, tão grande, que está faltando
comida, não está podendo comprar o básico, as coisas básicas,
não está dando conta de pagar a conta de água, conta de luz,
não está dando conta de pagar nem o aluguel, como essa família
vai ter outro filho? Nesse momento é hora de fazer uso da
paternidade responsável, não é porque é deixar de ter um filho
porque quero trocar de carro, porque eu quero reformar minha
casa, porque eu quero comprar novos móveis, é realmente
motivos justos.
Então existem vários motivos que, à luz de uma reta
consciência, também com ajuda de um sacerdote vocês
podem sabem se vocês devem ou não usar o método natural.
E mesmo quando eu estou usando o método natural eu
continuo aberto à vida, pode não vim um filho naquele
momento, mas você não fechou, você não cortou, você não
está impedindo, não há um impedimento, você está usando
dos períodos infecundos, aquilo é eficiente, mas você não está
impedindo, como um DIU, como uma pílula, como uma
vasectomia, não está impedindo, então você está aberto a
vida, porém você está espaçando por um motivo justo.

Eu acho que eu já consegui elucidar tudo que fala de abertura


à vida, eu vou deixar agora aberto pra vocês fazerem as
perguntas e eu poder responder, nisso eu vou começar
indicar aqui os livros pra vocês se aprofundarem nesse tema:
a encíclica casti connubii, que eu já falei, vocês acham essa
encíclica onde? Acham no site do vaticano, chama casti
connubii, no site do vaticano tem ela, tem como vocês
imprimirem; aí tem a encíclica humanae vitae, vocês podem
comprar ela em alguma loja tipo Paulus, Ave Maria, essas
lojas católicas, livrarias católicas ou vocês podem também
baixar ela no site do vaticano, imprimir do site ou até mesmo
ler online.

Esse livro Amor que dá vida, acho ele de suma importância,


ele vai falar aqui de tudo, inclusive quando a gente fala de
motivos justos, a Kimberly pega vários motivos e coloca aqui
nesse livro, os motivos frequentes, medo de ter filhos,
motivos financeiros, motivos psicológicos, motivos
espirituais, ela coloca vários motivos, coloca bem mais
especificado com exemplos de outras pessoas, então ficou
muito bom essa parte nesse livro, livro O amor que dá vida.
É um livro que você não pode ler só uma vez, você tem que
ler ele engolir seco, rezar e ler de novo e se continuar
engolindo seco tem que rezar mais e lendo de novo, e se
continuar engolindo seco tem que rezar muito mais até que
isso saia da sua cabeça e entre no seu coração, porque pra
gente que tem uma mentalidade de cultura de morte quando
lê um livro desse a gente se vê impactado, a gente se vê
realmente impactado.

Então tem esses três livros, tem esse aqui que é maravilhoso
também Amor e responsabilidade do papa João Paulo II, mas
na época era o cardeal Karol Wojtyla, tem esse livro aqui que
eu tenho carinho muito especial por esse livro, gosto
bastante, do padre Matheus Pigozzo Vida matrimonial, tem
esse e o Matrimônio cristão, são ambos dele, muito bom esses
livros; tem esse aqui Amor e casamento do Comarc Burke, ele
é um livro que vocês acham na quadrante, um livro que
também vai falar sobre abertura à vida, sobre filhos, tem o
livro 270 perguntas e respostas sobre amor e sexo do Dom
Rafael Lano Cifuentes e tem muitos livros, só esses aqui já dá
uma base de tudo que vocês quiserem saber sobre abertura à
vida, nesses livros aqui vocês já conseguem.

Tem o livro Sede fecundos, do padre Léo, acho que é só. Tem
muitos outros, mas acho que vai fazer uma confusão na
cabeça de vocês e vai virar mais do mesmo, esse aqui é o
principal que vocês precisam ler sobre abertura à vida vai
estar nesses livros aqui. Eu queria saber se vocês tem alguma
pergunta, agora estou disposta a responder as perguntas, se
tiver alguma, se ainda ficou meio turvo, motivos justos e
graves, abertura à vida, ter filhos, vou esperar um pouquinho,
vê se aparece alguma pergunta.
Vocês estão assistindo, como é que está? Esse aqui é mais
difícil, falar nessa modalidade que é um pouco mais difícil que
os comentários de vocês demoram aparecer aqui. Catecismo
gente, eu dei os parágrafos, 2360.

Participante: Idade interfere nessa decisão?

Tatiane: Olha, questão da idade é só no sentido de quando a


mulher vai envelhecendo, porque de certa forma não vamos
falar que a mulher assim, vai ser aberta à vida até cinquenta
anos, vai ter uma hora que a idade vai pesar. Vai ter uma hora
que ela já não vai mais ter tanta saúde pra poder ter filhos,
então, geralmente quando chegar essa idade o casal vai ter que
começar a espaçar por tempo indeterminado e já não é mais
um espaçamento, vamos dizer assim... Eu tenho quarenta e seis
anos, minha saúde já está ruim, já realmente não dou conta
mais, estou falando quarenta e seis porque eu acho que é algo
que seria meu caso.

Cheguei aos quarenta e seis anos, não consigo mais ter filhos, a
saúde já está fraca, não consigo mais, seria a hora de pegar usar
os métodos naturais para evitar os filhos por tempo
indeterminado. Ou seja, não é aquele espaçamento de um filho
para o outro quando eu espaço e daqui um tempo eu vou deixar
de espaçar e vai vim um filho, não, geralmente já estou velha
demais para procriar por motivos de saúde, há riscos de saúde
e aí vou usar por tempo indeterminado os métodos naturais
pra poder não vir mais filhos. Quando já começa a ter riscos pra
mulher.
Participante: É importante e interessante ter conhecimento
sobre o MOB (Método de Ovulação Billings) ou não há
necessidade para quem é aberto à vida?

Tatiane: Olha, eu acho importante no ponto de vista da saúde


feminina, porque o MOB, ele pode ser, vamos dizer assim, você
tem que ter um certo conhecimento de como funciona seu
corpo, como funciona a questão do muco cervical, questão do
colo do útero, é bom que você saiba isso e não que você use as
regras. Olha, uma coisa é você entender de MOB, outra coisa é
aplicar as regras na sua vida. Usar as regras é quando realmente
o casal ou precisa conceber ou precisa espaçar, aí ele vai lá e usa
as regras do MOB e faz nos dias que, por exemplo, casal quer
engravidar vai fazer no período fértil, o casal que não quer vai
usar dos períodos infecundos.

Mas isso não quer dizer que você não possa ter o conhecimento
do MOB, que pode te ajudar vê se você está com infecção, que
pode te ajudar ver que não está ovulando, estou tendo relação
sexual, não estou engravidando já tem alguns meses e se você
olhar seu gráfico você vai ver lá que você não está ovulando.
Então assim é interessante ter essa noção, não quer dizer que
você vai ter que ficar presa em gráficos, mas é interessante ter
a noção, por quê? Se eu não entendesse de MOB, quando eu
fiquei doente, eu não teria capacidade de aprender quando eu
estava doente, vocês entendem? Se eu não entendesse de MOB
na época que eu adoeci, eu não ia ter a capacidade de aprender
naquela época.

Então, eu sabia de MOB, eu fui tendo os filhos, tendo os filhos,


quando chegou na quarta que eu tive depressão, foi aí que ai eu
fiz uso do MOB. Então, depois que passou a depressão, larguei o
MOB, eu nem lembro mais como é que é MOB.
Se acontecer alguma coisa, vamos dizer hoje, acontecer
alguma coisa que eu precise pegar o MOB e usar e vou lá e,
vou pegar meu graficozinho, começar a notar, começar a
escrever e usar o MOB novamente. Teve uma pessoa que me
perguntou dos maridos.

Participante: Quando o cônjuge não é aberto à vida.

Tatiane: Gente é a aquela história de vida de entrega de


santidade mesmo, porque é a hora que você vai ter que rezar
pelo seu marido e rezar pela conversão dele e não só no
sentido de abertura à vida não, você tem que rezar pela
conversão do coração desse homem, uma verdadeira
conversão, uma conversão sincera. Então é rezar mesmo e
quando eu falo rezar não é uma ave-mariazinha ali de vez
enquanto não, é realmente rezar com afinco, pôr o joelho no
chão, jejuar, fazer mortificação, penitência. Se vocês lerem a
história das santas em que os maridos se converteram, foi
assim que elas fizeram, então é o caminho de rezar. Se você vê
que está existindo uma abertura, uma certa abertura, nem
que seja um pouquinho, conversando devagarinho: amor, a
gente podia ter um filho.

Não é falar assim: amor, você devia ser aberto à vida. Gente,
tem homem que vai tomar abuso desse termo. Vocês não tem
que falar: amor você devia ser aberto à vida. Não. Amor eu te
amo tanto, queria ter mais um filho contigo. Então é rezar,
rezar, rezar com afinco mesmo.
Participante: mesmo querendo ser aberta à vida é natural
que eu me assuste com a gravidez? Estou grávida do quinto
filho e tive medo quando soube que estava grávida
novamente, sinto que pequei por sentir medo.

Tatiane: gente é normal, a gente não é anjo e nem santo


ainda. Embora vocês e eu estejamos buscando a santidade,
nós somos humanos. Eu acabei terminando esses dias a
novena de santa Gianna, ela morreu pra dar à vida a filha
dela, Gianna Emanoela e mesmo sabendo que ia morrer,
próximo a morrer, Gianna teve medo, era uma entrega de
vida e ela tinha medo, é normal que eu e você sintamos
medo, normal gente. Sentir medo não é a mesma coisa de
sentir repulsa, vocês estão entendendo? Nosso Senhor Jesus
Cristo também sentiu medo, quando teve a agonia dele lá
quando suou sangue, ele sabia que ia passar pela
crucificação e ele suou sangue, e ele teve medo naquele dia.

Então é normal do ser humano sentir medo, medo da morte,


medo do futuro, medo das coisas que ele não tem controle, é
absolutamente normal. Seria anormal se diante das
situações, diante de uma entrega que você sabe que vai
colocar teu couro ali à prova, tuas costas à prova, você vai
dar o seu corpo à prova, você não sentir medo. Seria
anormal, anormal, você é uma pessoa anestesiada, é normal
que sinta medo mesmo, não é normal sentir pavor, é
diferente, aquele apavoramento ao ponto de que já tem
quatro meses da gestação e até hoje a pessoa está
apavorada, a pessoa não toma uma atitude, a pessoa não
organiza a vida, não pensa como vai fazer para dar conta do
bebê que vem, dos outros filhos, isso não é normal aí tem
alguma coisa errada.
Mas o medo inicial da gestação, ele é normal, normal. Então
assim, da Tereza eu ainda senti um medinho assim, quando eu
soube que estava grávida da Tereza, eu não senti medo da
Joana, mas é porque da Joana eu fui preparada, eu já saia que
eu ia engravidar logo, eu fui preparada, porque eu já sabia que
espaçando ou não, querendo espaçar ou não, qualquer coisa
ou não, eu ia engravidar. Eu já sabia, então da Joana eu não
tive medo, mas da Laura eu tive, da Bárbara eu tive. É aquele
medo inicial, até você pegar o teste, aquele positivo, passou ali
os primeiros meses e você começa a achar normal a gestação.

Participante: é pecado mortal quando se usa um


contraceptivo por exigência do cônjuge?

Tatiane: olha, existe uma coisa que o padre Matheus fala,


padre Matheus Pigozzo, ele estuda muito moral católica. Mas
ele fala de uma cooperação com o mal, uma cooperação. Por
exemplo, a mulher ela deveria bater o pé com todas as forças
pra não usar pílula anticoncepcional, nem DIU, nem nada que
fosse no corpo dela, porque mesmo que o corpo dela pertence
ao marido, nesse caso, é no corpo dela que vai sentir os
malefícios daquele meio contraceptivo.

Então DIU é no corpo dela, pílula é no corpo dela, agora se o


marido não quer realmente ter filhos e ele não aceita o
método natural de jeito nenhum, deve-se propor que seja ele
a usar o meio contraceptivo, vocês entendem? Isso eu já
perguntei pra vários sacerdotes, então o que acontece? Você
consegue fazer com que o seu marido seja ele a usar e não
você, porque o que acontece? De certa forma é como se ele
não quer dar o passo pra ser aberto à vida, ele não quer e não é
justo que por conta dele você fique sem comunhão, não é
justo que por conta dele você viva uma vida de pecado.
Então é sentar e jogar as cartas sério: se você não quer, você
usa então preservativo. É ruim pra mulher? É. É uma
situação ruim gente? Eu acredito que seja muito ruim,
muito ruim; mas nesse caso entra como mal menor, vocês
entendem? Entre uma pílula anticoncepcional e um
preservativo, o mal menor é o preservativo. Entre uma
laqueadura, uma vasectomia e usar o preservativo, o mal
menor é o preservativo, vocês entendem? E aí nesse caso
essa esposa, ela não participa do pecado do esposo, eu
acredito que se sente usada, eu acredito que é ruim, eu
acredito que é uma dor no coração.

Mas, de certa forma não vai ajudar seu marido a se abrir, se


toda vez que vocês tiverem relação você chorar ou você
fazer aquilo de contragosto, com má vontade.

A postura seria você entregar aquele sofrimento a Cristo,


oferecer mesmo aquela sensação de vazio e de ser usada,
oferecer a Deus pedindo pela conversão daquele homem,
isso dá fruto, isso dá fruto, entende? Então você vai oferecer
aquele momento, aquele dissabor, porque você sabe que
você está se entregando a um homem que não quer você por
inteira, ele não quer também se entregar por inteiro e isso
dói. Você vai entregar aquela dor a Cristo, vai oferecer
mesmo, pedindo pela conversão daquele homem e tentar
não deixar transparecer esse sentimento de dor, porque o
que acontece? O marido que vai copular com a esposa e a
esposa mostra aquele semblante de tristeza, mostra aquele
semblante de repulsa, ela é fria, ela não se entrega por
inteiro na relação, o que acontece? Ele vai ficar cada vez
com mais raiva, isso não vai dar muito certo, ele vai ficar
com mais raiva.
Ele vai sentir não só raiva de você, ele vai sentir raiva da
igreja, porque cada vez que essa mulher lê as coisas da
igreja, lê as coisas da igreja, mais frígida ela fica, vocês
entendem? Não dá pra arrastar um homem assim, então
quanto mais conseguir transmitir ternura, docilidade,
quanto mais, vamos dizer assim, a relação sexual você
conseguir estar dentro dela, mesmo que o marido esteja
usando preservativo sem o teu apoio, você não concorda
com aquilo, você está oferecendo aquilo pra Deus. Mas, a
partir desse momento que o seu marido vai começar dar
passos, se tiver que dar alguns passos é assim que ele vai
dar e não com você chorando e nem dizendo assim: eu me
sinto usada toda vez que você faz isso e toda vez isso se
torna um motivo de discussão, então tenta entregar esse
sofrimento e tenta ir pra cruz com alegria.

A relação sexual pode ser prazerosa, boa, mas você


sempre vai sentir aquela dor de que o marido não quer se
entregar totalmente ou que não quer viver o método
natural junto com você. É bem difícil essa situação, mas do
campo de vista dos sacramentos, você não precisa ficar
sem comungar porque teu esposo usa preservativo,
entende? Mas já se você usar pílula, você precisa ficar sem
comungar, então isso é o que acontece.
Participante: viver a castidade no casamento também é
pecado?

Tatiane: gente, castidade no casamento não quer dizer


continência, castidade não quer dizer ficar sem sexo. A
castidade no casamento ela é justamente se entregar um
ao outro. O que você querendo dizer aí é viver a
continência, se é de comum acordo não é pecado, se é de
comum acordo, visando um bem maior para a família, não
é pecado. Mas, se é só a mulher que quer viver essa
castidade pra não ter mais filhos ou o homem, ou porque
ele está com vícios em algumas coisas ou a mulher com
medo de engravidar e aí querem viver uma continência
onde não é de comum acordo, aí é porque você não vai
estar cumprindo com o débito conjugal.

Débito conjugal é assunto pra outra hora, débito conjugal,


eu falo dele no intimidade conjugal eu falo do débito
conjugal, que é a assistência sexual que os dois cônjuges
tem que dar um ao outro, tanto o marido quanto a mulher.
Deu pra entender? Castidade então, a relação sexual do
casal ela é casta. Se vocês não usam nenhum tipo de coisa
imoral dentro da relação ela é uma relação casta, porque
vocês estão vivendo justamente o que é pra ser vivido
como casados, ter relação sexual, ter ato conjugal, isso é
viver a castidade, a fidelidade no casamento, isso é viver a
castidade conjugal. Diferente de viver continência,
continência deve ser feita de comum acordo. Tem mais
alguma pergunta?
Participante: depois de quanto tempo procurar um
profissional para saber o motivo de não ter engravidado?

Tatiane: gente, olha, se eu perceber que tem oito meses que


estou tentando e não engravido, já pode procurar. Porque aí
pode ter um SOP (Síndrome do Ovário Policístico), uma
obstrução de trompa, pode ter tanta coisa, então aí pode
procurar mesmo. Então oito meses e não engravidou, pode
procurar. A maioria das mulheres quando tem essas
dificuldades de engravidar, uma boa parte é síndrome do
ovário policístico, então isso é regularizado com exercício
físico, com dieta, rapidamente a mulher consegue engravidar.
Aí problemas mais difíceis é que o médico vai fazer uma
investigação nos ovários, nas tubas uterinas e aí, se não tiver
nada com a mulher parte para o marido. Mas uns oito meses
pode procurar que deve ter algo que não está muito dentro do
padrãozinho.

A aula de hoje era mais técnica mesmo, era pra falar da


abertura à vida o que a igreja diz sobre abertura à vida. Se
vocês querem saber como isso se dá de maneira prática, aí
vocês assistem as lives das famílias numerosas, que lá eles vão,
os casais vão falando, o marido ou a mulher, e aí vai falando de
maneira prática.

Participante: Já temos um filho de dois anos e três meses,


somos abertos à vida, mas até hoje não engravidei novamente
mesmo sem tomar nada.

Tatiane: dá uma olhada pra ver se você está ciclando


direitinho, será que você está ovulando direitinho? Você pode
estar com problema de SOP, SOP não dá só em mulheres que
nunca tiveram filhos, ele dá durante uma gestação e outra.
Então o SOP, o que ele é? A mulher às vezes está com uma
retenção de açúcar, ele é como se fosse uma pré diabetes, o
SOP. E aí a dificuldade de ovulação, acontece em um período
que há muco cervical fértil, você vê muco cervical fértil, mas
o folículo ele não amadurece a ponto de ovular, então você
fica com microfolículos dentro de você e não acontece uma
ovulação. E aí você está achando que está ovulando, mas
você não está ovulando, é bom checar isso aí.

Participante: quanto tempo teremos acesso a essa aula?

Tatiane: mais de ano gente, vocês podem voltar e acessar


novamente. E como eu disse, aqui a parte grossa, vocês
podem pegar e afinar, ler humanae vitae, mas foi tudo que eu
disse aqui. Lê o livro Amor que dá vida e eu acho que o que
mais assim coloca, de certa maneira, fala mais ao coração é
ver as famílias numerosas, vê como vai acontecendo, vê
como os casais aberto à vida procedem. Mesmo aqueles que
tem muito e aqueles que tem poucos filhos.

Participante: tem alguma indicação pra aprender o método


natural ?

Tatiane: gente eu não estou com meu livro aqui senão eu ia


mostrar pra vocês. Mas tem um livro chamado Método
Billings, que é do John Billings e da Evelyn Billings. Ele é um
livro grosso assim, grande, eu aprendi método natural por
ele, eu engoli aquele livro, eu li aquele livro umas cinco
vezes. Eu li, depois comecei a fazer gráfico e depois que eu
fui estudar em outros, aquele livro lá é ótimo. E hoje em dia
tem pessoal fazendo trabalho no Instagram também viu
gente, tem o tal de Pamela MOB, tem a página Fertilidade
Inteligente, tem uma outra que eu esqueci o nome, que ela
também trabalha com MOB, então assim tem como, não é
impossível não.
O pessoal do Cenplafam também, que eles tem instrutor de
MOB. O livro chama O método billings. O doutor Filipe, já
tinha esquecido, o doutor Filipe Duarte tem um curso
sobre MOB e ele também explica MOB viu gente. Gente o
método natural ele não é impossível de ser aprendido não ,
o problema. Sabe qual o grande problema do método
natural? Vou dizer pra vocês.

Eu já fui instrutora do método natural, e no ano que eu


fiquei, acho que foi dois anos que eu fiquei como
instrutora, sabe o que eu mais via? Casal furando as regras
do método natural, então o casal fura a regra ou as vezes a
mulher mesmo quer ceder aquele momento ao marido,
momento de relação sexual mesmo estando em dúvida se
ela está infértil ou não, ela tem dúvida, ela não tem clareza
da percepção, da observação dela durante o dia, durante
dois dias. E naquele dia o marido investe ali pra poder ter
uma relação sexual, ela não sabe dizer não, ela acaba
cedendo e aí acontece uma gestação.

A maioria gente, 98% dos casos que eu acompanhei


gestação de MOB, gente querendo espaçar estava fazendo
MOB engravidou é por ter furado regra de método natural.
Então existem muito, acontece demais, demais, demais.
Porque quem é instrutor fala: na dúvida é continência, na
dúvida é continência. Você está com dúvida, você
realmente precisa espaçar, o seu motivo é realmente justo.

Se você hoje teve uma observação que você não sabe que
está fértil ou não é continência, hoje você não tem que ter
nada até que você tenha certeza que está totalmente
infértil, até que você tenha certeza de como teu ciclo está.
Então assim, o que acontece na maioria das vezes que eu
vejo é por esse motivo, o motivo do casal é justo, mas não é
um motivo tão gravíssimo a ponto de que o casal tem que
se virar pra poder não acontecer uma nova gestação.
Porque no dia que é motivo de saúde mesmo, aí o bicho
pega, aí tem que fazer o método direitinho, anotar, ter
método auxiliar se for preciso, porque senão né. No meu
caso, eu uso quando eu precisei espaçar, eu usava o
método sintotérmico, eu não uso somente o billings, eu
uso o billings acompanhado com temperatura basal, que é
o que eu uso quando preciso realmente espaçar. Aí quando
não precisa eu não uso nada.

Eu agradeço à todas vocês. Conforme vocês forem tendo


dúvidas, vocês podem me perguntar lá no Instagram, a
gente vai se falando. Assistam as lives de famílias
numerosas gente, lá dá pra entender, dá pra entender toda
essa teoria que eu falei aqui. Isso aqui é teórico, toda essa
teoria aqui lá vocês veem na prática, o que os casais
entendem o casamento, como é que acontecem as
conversões, como vão se abrindo, como vão entendendo,
como Deus vai provendo.

Muito obrigada a todas vocês, espero que tenha sido útil o


que eu falei aqui e vou tentar deixar essa bibliografia que
eu passei, vou pedir para o Leandro colocar lá na
plataforma com os nomes, Eu vou anotar direitinho dos
livros e pedir para o Leandro colocar na plataforma pra
vocês, das duas encíclicas, dos livros, pra quem quiser ter
acesso poder estar lendo. Muito obrigada a todos, tenham
uma boa noite e até a próxima.

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