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NA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS
Aspectos e impactos ambientais / Produção Mais Limpa
1. INTRODUÇÃO
Com a ameaça da escassez dos recursos naturais, vêm-se buscando alternativas para um
“Desenvolvimento Sustentável”. A preocupação com os problemas ambientais aparece
como um elemento importante a respeito do crescimento material e econômico e da
qualidade de vida. A busca da sustentabilidade pode ser entendida como a capacidade
das gerações presentes alcançarem suas necessidades, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras também fazê-lo.
A vantagem das medidas de P+L destaca-se ainda mais, se contrastada com o alto custo
operacional do tratamento e da gestão dos resíduos gerados pelas empresas, o que
mostra claramente que esta é uma ferramenta de interessante utilização prática. É
essencial, portanto, o esforço de várias empresas do setor em transformar seus
empreendimentos industriais, e buscar sempre avançar em direção à sustentabilidade
socioambiental.
Este trabalho consiste na apresentação da descrição dos processos produtivos, com as
etapas genéricas e as entradas de matérias-primas e saídas de produtos, efluentes e
resíduos. Também são abordados os potenciais impactos ambientais gerados pela
emissão de rejeitos dessa atividade produtiva, além de alguns exemplos de
procedimentos de P+L aplicáveis à produção: uso racional da água com técnicas de
economia e reuso; técnicas e equipamentos para a economia de energia elétrica;
utilização de matérias-primas menos tóxicas e reciclagem de materiais, entre outros.
2. PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Em linhas gerais, o conceito de P+L pode ser resumido como uma série de estratégias,
práticas e condutas econômicas, ambientais e técnicas, que evitam ou reduzem a
emissão de poluentes no meio ambiente por meio de ações preventivas, ou seja,
evitando a geração de poluentes ou criando alternativas para que estes sejam
reutilizados ou reciclados. A P+L começa com a aplicação do “bom senso” aos
processos, que evolui com o tempo até a incorporação de seus conceitos à gestão do
próprio negócio.
3. INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS
Cosmético é aquilo que é relativo à beleza humana. Alguns produtos de higiene pessoal
podem ser considerados cosméticos. O termo cosmético designa substâncias de origens
diversas, usadas sobre a pele e cabelos para limpar, suavizar, encobrir imperfeições e
embelezar.
3.1 Histórico
A palavra “cosmético” deriva da palavra grega ko·sme·ti·kós, que significa “hábil em
adornar”. Há milhares de anos homens e mulheres utilizam cosméticos. Arqueólogos
encontraram em túmulos egípcios de aproximadamente 3.500 a.C. sinais do uso de
pintura para os olhos e unguentos aromáticos.
As civilizações orientais faziam amplo uso dos cosméticos, bem como os povos
indígenas da América e da África. No século XX, massificaram-se a produção e o uso
de cosméticos, sobretudo graças ao aperfeiçoamento das embalagens e à promoção
publicitária desses produtos. Entre as inovações da indústria de cosméticos destacam-se:
o tubo descartável, em fins do século XIX, e os produtos químicos para ondulação dos
cabelos, os xampus sem sabão, os laquês em aerossol, as tinturas de cabelo menos
tóxicas, e a pasta de dentes com flúor, no século XX.
3.2 Cosméticos - Visão Industrial
A diversidade empresarial é marcante no setor cosmético, no qual se verifica a presença
de grandes empresas tanto nacionais como internacionais, diversificadas ou
especializadas nas diversas categorias de produtos do setor de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos. Esta diversidade também é confirmada com a presença de um
grande número de pequenas e médias empresas com atuação focalizada em categorias
específicas de produtos do setor.
4.2.2 Armazenagem
Para cada produto a ser obtido, as matérias-primas são previamente separadas e pesadas
de acordo com as quantidades necessárias, e encaminhadas à produção. Os insumos
recebidos a granel e estocados em tanques ou silos podem ser conduzidos ao setor
produtivo por linhas de distribuição, dependendo do nível tecnológico da empresa.
4.2.4 Produção
4.2.5 Análises
4.2.6 Envase/Embalagem
Num galpão central, funcionários preparam massa que leva ceras (carnaúba, de abelha e
outras), pigmentos para dar a coloração pretendida, vitamina E e A, filtro solar,
emolientes, hidratante e fragrância. Depois de a massa ser fundida, é colocada em molde
e levada ao refrigerador. Após determinado tempo, é retirada do equipamento e o batom
sai em forma bala (formato conhecido). Logo após o desmolde, coloca-se cada bala em
uma embalagem. Em uma esteira, o batom passa por flambagem, processo no qual
ganha brilho por meio de chamas de fogo. Durante todo o processo, o material passa por
testes no laboratório para verificação da qualidade e comparação com produto padrão da
empresa. O processo se encerra com a rotulagem.
5. ASPECTOS AMBIENTAIS
5.1 Água
A utilização de água no setor se dá em larga escala e para diversos fins. Considerável
parcela é incorporada ao produto, parte é empregada nas operações de limpeza e
lavagem de máquinas, equipamentos e instalações industriais, além do uso na área de
utilidades e manutenção, tais como em sistemas de aquecimento e refrigeração.
O uso de recursos hídricos subterrâneos tem sido a alternativa mais atraente para a
indústria. No entanto, a exploração desregrada tem levado à crescente degradação das
reservas, apontando para a urgência do desenvolvimento de uma política de exploração
racional desses recursos. A diminuição (rebaixamento) do nível dos aqüíferos
subterrâneos, pela perfuração exagerada ou exploração excessiva de poços já existentes,
gradativamente levam a um aumento dos custos de bombeamento, diminuição do
rendimento da operação, afundamento (recalque) de terrenos e, em casos extremos, à
exaustão dos aqüíferos. É necessário conscientizar os usuários quanto a formas de
minimizar o consumo de água não apenas na planta produtiva, mas também nas práticas
cotidianas de cada indivíduo.
5.2 Energia
É comum o uso de caldeiras alimentadas por óleo combustível e, nesses casos, é
essencial o controle rígido da queima, de modo a minimizar as emissões de monóxido
de carbono, óxidos de enxofre (SOx) e material particulado para a atmosfera. O
emprego do gás natural, considerado mais adequado ambientalmente e de custo
razoável, também demanda medidas de controle das emissões. Por fi m, é possível citar
a utilização de caldeiras elétricas que podem ser chamadas de caldeiras “limpas”, mas
que necessitam de grande quantidade de energia a alto custo.
5.4.2.1 Embalagens
A geração de resíduos de embalagens é um dos impactos mais significativos do setor,
considerada a variabilidade de tipos de caixas de papel/papelão, frascos, potes, sacos ou
galões plásticos, tambores, latas, rótulos e afins, utilizados em grandes quantidades para
o acondicionamento de matérias-primas e produtos. Trata-se de uma questão complexa,
uma vez que a geração ocorre durante o processo produtivo e também no pós-consumo.
Nos casos em que é possível reutilizar ou reciclar, é aconselhável que a indústria atente
para que suas embalagens sejam encaminhadas a empresas regulamentadas pela
autoridade ambiental, para que haja garantia de que as operações envolvidas sejam
realizadas de forma a garantir a integridade do meio ambiente.
Sistema “just in time”: permite reduções consideráveis nas dimensões das áreas de
armazenamento de matérias-primas e produtos auxiliares.
Sistema FIFO (first in first out): medida eficiente na redução de perdas de produtos,
pois consiste basicamente em utilizar primeiro o que chegou primeiro.
Na atualidade, isso pode parecer um ideal inatingível, mas é preciso sempre perseguir a
redução de todas as perdas materiais e energéticas, uma vez que essas se revestem de
um significado econômico, ambiental e social. Uma vez cessadas essas perdas passíveis
de redução, o próximo passo é buscar a redução daquelas perdas que não foi possível
eliminar em primeira instância, tendo em mente que a ação mais nobre sempre consiste
em possibilitar, via medidas de segregação e identificação, o reuso e a reciclagem de
bens e insumos.
8. REFERÊNCIAS
ALVES, S.M & OLIVEIRA, J.F.G., 2007. Adequação ambiental dos processos
usinagem utilizando Produção mais Limpa como estratégia de gestão ambiental.
Prod. v.17 n.1 São Paulo jan./abr.