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CAPÍTULO II
GRÁFICOS DE CONTROLE
1.- INTRODUÇÃO
Quando é fabricado um produto (bem ou serviço), as características deste produto irão
apresentar uma variabilidade inevitável, devido a variação sofrida pelos fatores que compõem
o processo produtivo. Estas variações podem resultar de diferença entre máquinas, mudanças
nas condições ambientais, variação entre lotes de matérias-primas diferença entre
fornecedores, entre outras. Apesar de um esforço considerável ser especificamente
direcionado para controlar a variabilidade em cada um desses fatores, existirá sempre a
variabilidade no produto acabado de cada processo de uma empresa. Portanto, é importante
que esta variabilidade também seja controlada, para que possam ser fabricados produtos de
boa qualidade.
É importante verificar a estabilidade do processo, já que processos instáveis
provavelmente irão resultar em produtos defeituosos, perda de produção, baixa qualidade e,
de modo geral, em perda da confiança do cliente.
Em 1924 Shewardt, um estatístico americano apresentou os chamados Gráficos de
Controle ou Cartas de Controle, como um método para a análise e ajuste da variação de um
processo em função do tempo. Descreviam o processo considerando duas características
fundamentais: CENTRALIZAÇÃO - determinada pela média - e DISPERSÃO - verificada
pelo desvio-padrão ou amplitude.
De um modo geral podemos dividir os Gráficos de Controle em dois grandes grupos:
i.- Gráficos de Controle para Variáveis;
ii.- Gráficos de Controle para Atributos.
Chamaremos de:
VARIÁVEIS - dados que podem ser medidos, ou sofrem variação contínua, tais
como, resistência à tração dureza, uma dimensão, etc...
ATRIBUTOS - dados que só podem ser contados ou classificados, tais como,
passa/não passa, claro/escuro, com trinca/sem trinca, etc...
1.3.2 – Desvios
Embora neste caso os pontos estão dentro dos limites de controle, o processo esta fora
de controle estatístico. São situações como, 6 a 8 pontos numa seqüência acima ou abaixo da
linha media, qualquer grupo de 4 de 5 pontos consecutivos na região de 2 e 3- sigmas, 2 de 3
pontos consecutivos próximos a qualquer limite de controle, 10 de 11 pontos consecutivos
estão abaixo ou acima da linha media,...
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1.3.3 – Tendência
A tendência de pontos em gráficos e a contínua movimentação para cima ou para
baixo, por pontos consecutivos ou não.
Geralmente a tendência e causada por desgaste de ferramentas, de dispositivos de
posicionamento e de travamento, por defeitos de temperatura e de umidade, por deterioração
de reagentes, por acumulação de poeira, por folgas em fixações e em furos. (ver Figura 19, no
Anexo 1).
1.3.4 – Ciclos
Ciclos são arranjos que se repetem mostrando picos e vales. São indicativos de causas
atribuíveis afetando periodicamente processos. Geralmente esses comportamentos esta
associada com efeitos sazonais, razoem mecânicas diferenças causadas por desvios, etc. A
ciclicidade também pode provir de desgaste, excentricidade, fadiga, troca de operadores. No
caso da amplitude pode indicar rotação de dispositivo de fixação, medidores ou moldes, uso
excessivo da ferramenta ou ferramenta cega (ver Figura 20, no Anexo 1).
Exemplo 1 ( Gráfico X - R)
Um determinado tipo de rosca produzido por uma indústria de autopeças é submetido
a uma operação de usinagem em um torno de comando numérico computadorizado. O
diâmetro primitivo usinado da rosca é uma das principais características da qualidade de
interesse para a empresa. Para avaliar a estabilidade estatística do processo de usinagem, em
relação a esta variável, a indústria pretende passar a utilizar os gráficos de controle X - R. A
Tabela 1 apresenta 25 amostras de tamanho 5 do diâmetro das peças, que foram coletadas
para a implantação dos gráficos de controle.
Tabela 1. Diâmetros (mm) de roscas produzidas por uma indústria de autopeças
Amostra i Xi1 Xi2 Xi3 Xi4 Xi5 X Ri
1 7,10 7,09 7,10 7,105 7,105 7,101 0,01
2 7,10 7,10 7,095 7,105 7,10 7,10 0,01
3 7,12 7,105 7,10 7,12 7,10 7,09 0,02
4 7,115 7,12 7,115 7,115 7,12 7,117 0,005
5 7,09 7,095 7,11 7,12 7,105 7,104 0,03
6 7,11 7,10 7,105 7,10 7,10 7,103 0,01
7 7,105 7,095 7,1 7,105 7,085 7,098 0,02
8 7,10 7,115 7,095 7,105 7,125 7,108 0,03
9 7,065 7,09 7,11 7,105 7,105 7,095 0,045
10 7,125 7,13 7,095 7,10 7,115 7,113 0,035
11 7,105 7,10 7,11 7,095 7,075 7,098 0,04
12 7,10 7,11 7,085 7,09 7,08 7,093 0,03
13 7,115 7,09 7,085 7,09 7,11 7,098 0,03
14 7,095 7,09 7,095 7,10 7,08 7,092 0,02
15 7,11 7,07 7,095 7,10 7,11 7,097 0,04
16 7,07 7,075 7,08 7,10 7,09 7,083 0,03
17 7,09 7,13 7,10 7,11 7,10 7,106 0,04
18 7,10 7,10 7,09 7,095 7,08 7,093 0,02
19 7,08 7,07 7,09 7,11 7,10 7,09 0,04
20 7,10 7,11 7,07 7,11 7,11 7,10 0,04
21 7,095 7,105 7,095 7,095 7,10 7,098 0,01
22 7,105 7,07 7,11 7,11 7,11 7,101 0,04
23 7,10 7,10 7,11 7,11 7,105 7,104 0,01
24 7,10 7,105 7,11 7,11 7,08 7,10 0,03
25 7,12 7,115 7,13 7,13 7,115 7,118 0,02
Média X 7,101 R =0,0262
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7 ,1 25 1
7 ,1 20 1
Sample Mean
7 ,1 15 3 ,0 S L = 7 ,1 1 6
7 ,1 10
7 ,1 05
7 ,1 00 X = 7 ,1 0 1
7 ,0 95
7 ,0 90
7 ,0 85 -3 ,0 S L = 7 ,0 8 6
7 ,0 80 1
S u b g ro u p 0 5 10 15 20 25
0 ,0 6
3 ,0 S L = 0 ,0 5 4 9 8
0 ,0 5
Sample Range
0 ,0 4
0 ,0 3
R = 0 ,0 2 6 0 0
0 ,0 2
0 ,0 1
0 ,0 0 -3 ,0 S L = 0 ,0 0 E + 0
Figura 2.1. Gráfico X - R das medidas de roscas (diâmetro em mm) produzidas por uma
indústria de autopeças
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UTILIZANDO O MINITAB
Control Charts Xvar-R
Stat
Subgroups across rows of:
eficiente estatisticamente. Veja-se na Seção 2.6 que elucidara esta afirmação. Alem disto, para
a determinação de S, implica em treinamento e calculadoras apropriadas. Apresenta-se a
seguir as expressões para o cálculo dos limites de controle dos gráficos X e S.
Gráfico da Média X :
LSCX = X +A3* s
LMCX = X
LICX = X – A3* s
Gráfico do Desvio Padrão S:
LSCs = B4* s
LMCs = s
LICs = B3* s ,
sendo:
1 n
X = ∑ Xi ,
m i =1
em que X i : a média da i-ésima amostra, para i =1,2,...,m;
1 n
s = ∑ Si ,
m i =1
em que Si , é o desvio padrão da i-ésima amostra, para i =1,2,...,m;
1 n
Si = ∑ ( X ij − X i ) 2 ;
n − 1 j =1
Os valores de A3, B3 e B4 são obtidos de pesquisa em tabela adequada disponível no Anexo 2.
~
2.4 Gráfico X e R (Mediana e Amplitude)
Em certos casos é interessante adotar este procedimento uma vez que facilita muito ao
operador na locação de ponto intermediário, após a ordenação dos dados. Para construir a
Carta correspondente composta por dois gráficos, adotam-se como limites:
Gráfico da Mediana:
~
LSCX= X + A2* R
~
LMCX= X
~
LICX = X – A2* R
Gráfico da Amplitude:
LSCR = D4* R
LMCR= R
LICR = D3* R ,
~
Em que: X é a média das medianas de cada amostra e os valores de A2, D3 e D4 são obtidos
de pesquisa em tabela adequada, disponível no Anexo 2.
Exemplo 2
Uma substância química, cuja produção envolvia a realização de reações químicas muito
lentas, era produzida em uma indústria por meio de um processo descontínuo em bateladas
(corridas). Uma das características da qualidade de interesse desta substância era seu teor de
pureza, o qual devia ser superior a 85%, segundo as especificações do mercado. A indústria
desejava implementar gráficos de controle para o monitoramento da estabilidade do processo
produtivo, em relação a essa característica da qualidade. No entanto, como cada batelada da
substância demorava várias horas para ser fabricada, a taxa de produção era muito baixa para
permitir a utilização de tamanhos amostrais superiores a 1. Em vista deste fato, a indústria
decidiu utilizar os gráficos de controle para medidas individuais.
O teor de pureza medido para 24 bateladas da substância é apresentado na Tabela 2,
que mostra também os valores da amplitude móvel AMi de suas observações sucessivas.
Tabela 2. Medidas do Teor de Pureza da Substância Química
Número da Teor de Pureza (%) Amplitude Móvel
Amostra i Xi AMi
1 92,9 -
2 94,9 2,0
3 89,8 5,1
4 95,2 5,4
5 92,8 2,4
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6 92,2 0,6
7 88,3 3,9
8 90,4 2,1
9 89,1 1,3
10 90,7 1,6
11 93,0 2,3
12 93,9 0,9
13 94,8 0,9
14 96,4 1,6
15 91,4 5,0
16 89,2 2,2
17 93,7 4,5
18 90,8 2,9
19 91,8 1,0
20 93,1 1,3
21 89,9 3,2
22 93,4 3,5
23 87,2 6,2
24 92,2 5,0
Médias X = 91,96 AM = 2,82
Gráfico AM:
A partir dos dados da Tabela 2, foram calculados os seguintes valores para os limites
de controle do gráfico AM:
LSCAM = D4* AM = (3,267)*(2,82) = 9,21
LMCAM = AM = 2,82
LICAM = D3 AM =0*(2,82) =0
Em que, D3 e D4 foram obtidos da tabela do Anexo 2, para n = 2.
O gráfico de controle AM, no qual já foram lançados os m = 23 valores amostrais da
amplitude móvel AMi, está apresentado na Figura 2.2. Como nenhum dos pontos extrapolou
os limites de controle, foi possível concluir que o processo estava sob controle no que diz
respeito à variabilidade. A seguir foi construído o gráfico de controle para as medidas
individuais do teor de pureza da substância química.
R=2,822
0 -3,0SL=0,00E+00
0 5 10 15 20 25
Observation Number
substância química.
Gráfico X:
A partir dos dados da Tabela 2, foram calculados os seguintes valores para os limites
de controle do gráfico X:
LSCX = X + 3* AM /d2 = 91,96 + 3*(2,82/1,128)= 99,46
LMCX = X = 91,96
LICX = X – 3* AM /d2 = 91,96 – 3*(2,82/1,128)= 84,46.
Como foi utilizada uma amplitude móvel de duas observações, então d2 foi obtido da tabela
do Anexo 2, para n = 2.
O gráfico de controle para as médias individuais, no qual já foram lançados os m =
24 valores de Xi da Tabela 2, está apresentado na Figura 2.3. Observando o gráfico, os
técnicos da industria não perceberam indicações de falta de controle do processo.
100
3,0SL=99,47
Individual Value
95
X=91,96
90
85
-3,0SL=84,46
0 5 10 15 20 25
Observation Number
Figura 2.3. Gráfico de controle X para as medidas individuais do teor de pureza da substância
química
Como as capacidades do processo em atender às especificações também estão
adequadas, os dois gráficos construídos passaram a ser utilizado para o controle atual e futuro
do processo de produção da substância química.
I and MR Chart for Teor
100 3,0SL=99,47
Individual Value
95
X=91,96
90
85 -3,0SL=84,46
Subgroup 0 5 10 15 20 25
10
3,0SL=9,219
Moving Range
R=2,822
0 -3,0SL=0,00E+0
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Figura 2.4. Gráfico de controle X -AM para as medidas individuais do teor de pureza da
substância química.
n Eficiência Relativa
2 1
3 0,992
4 0.975
5 0,955
6 0,930
10 0,850
Amostra 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
X1 8 6 16 7 11 15 9 15 8 14
X2 12 13 9 13 7 10 8 7 6 15
X3 14 9 13 10 10 11 12 10 9 12
X4 16 11 15 12 16 14 10 11 12 16
Faça os Gráfico de controle X - R .O processo esta sobre controle estatístico?
2. . Em uma fabrica de médias, 200 pares são analisados diariamente. No 25 dias úteis de um
mês obtiveram-se os seguintes números de pares defeituosos. O processo está sobre controle
Estatístico?
Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Defeituosos 13 8 10 15 12 9 6 4 7 11 14 10 7
Amostra 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Defeituosos 9 12 13 8 11 9 12 15 11 8 6 10
Prof. Dr. Miguel Angel Uribe Opazo- Estatístico 25