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Barra do Garças - MT
2019
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Guia Para Experimentação com Foguetes de Garrafa PET
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LISTA DE IMAGENS
Figura 1. Partes que constituem um foguete padrão. Fonte: Nogueira et al, 2009, p. 299. .... 11
Figura 2. Balão de cheio de ar. Fonte: O autor. ..................................................................... 11
Figura 3. Balão de látex (bexiga de festas) e foguete. a) em equilíbrio b) em movimento.
Fonte: Nogueira et al, 2009, p. 317. ........................................................................................ 12
Figura 4. Forças que atuam em um foguete em voo. Fonte: Adaptado de SARRADET JR,
2009, p. 140. ............................................................................................................................. 13
Figura 5. Lançamento do minifoguete visto de lado – lançamento oblíquo. Fonte: Adaptado
de: Podesta (2007, p. 47). ......................................................................................................... 18
Figura 6. Maneira de estabelecer o centro de massa do foguete. Fonte: Adaptado de NASA
(2001, p. 118) e Mesquita (2014). ............................................................................................ 21
Figura 7. Método geométrico para determinação do CP num foguete de garrafa PET. Fonte:
Adaptado de SOUZA, 2007, p. 7. ............................................................................................ 22
Figura 8. Localização estável do CP e do CM num foguete. Fonte: adaptado de SARRADET
JR, 2009, p. 145. ....................................................................................................................... 22
Figura 9. Esfera metálica colocada sobre uma superfície a) circular voltada para baixo b)
plana c) circular voltada para cima d) fixa. Fonte: Aerodinâmica e estabilidade do foguete,
2009. ......................................................................................................................................... 22
Figura 10. Esfera metálica colocada sobre uma superfície a) circular voltada para baixo b)
plana c) circular voltada para cima d) fixa. Fonte: (Aerodinâmica e estabilidade do foguete,
2009). ........................................................................................................................................ 23
Figura 11. Diagrama de um foguete de garrafa PET movido à água pressurizada. Fonte:
MENEZES, 2014. ..................................................................................................................... 26
Figura 12. Diagrama de um foguete de garrafa PET movido a bicabornato e vinagre. Fonte:
Adaptado de: Podesta (2007, p. 47). ......................................................................................... 26
Figura 13. Modelo de aleta A .................................................................................................. 37
Figura 14. Modelo de aleta B .................................................................................................. 37
Figura 15. Modelo de aleta C .................................................................................................. 37
Figura 16. Pontos de corte nas garrafas ................................................................................... 38
Figura 17. Construção de um foguete...................................................................................... 39
Figura 18. Encontrando o centro de massa do foguete ............................................................ 45
Figura 19. Encontrando o centro de pressão do foguete ......................................................... 45
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LISTA DE TABELAS
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Sumário
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 49
Apêndice 2 – Erros físicos nas narrativas espaciais de Júlio Verne comparadas à realidade .. 52
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Cronograma de aplicação do minicurso
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A FÍSICA DOS FOGUETES
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1. ESTUDANDO OS FOGUETES
Um foguete, em síntese, é uma câmara contendo gás sobre pressão em seu interior.
Uma pequena abertura em uma das extremidades da câmara permite que o gás escape, e,
fazendo isso, fornece uma força que propulsiona o foguete na direção oposta (NASA, 2001).
Um foguete existe para transportar cargas ou pessoas ao espaço.
1
Essas obras foram a principal fonte de consulta para a escrita dessa seção.
10
Antes de tratarmos das forças que atuam sobre o foguete, é necessário que
tenhamos claro as principais partes que o compõe, pois estas são fundamentais para o
desempenho do foguete. Um foguete padrão é mostrado na figura 1.
Figura 1. Partes que constituem um foguete padrão. Fonte: Nogueira et al, 2009, p. 299.
Daremos algumas breves informações sobre cada uma das partes constituintes
acabe (NOGUEIRA et al, 2009).
Coifa – serve para proteger a carga que está sendo transportada. Essa carga pode
ser animada (astronautas) ou inanimada (experimentos, satélites, etc). A sua forma afunilada
serve para diminuir o atrito do foguete com a atmosfera da Terra.
Paraquedas – utilizada para diminuir o impacto da carga útil sempre que esta
necessitar ser recuperada.
Propulsor – transporta o combustível (propelente) do foguete.
Tubeira – por onde escapam, em alta velocidade, os gases resultantes da
combustão.
Aletas – são tipos de asas localizadas na base do foguete. São elas que conferem
estabilidade durante o voo. Sem elas o foguete em voo não se manteria em linha reta, e teria
um movimento em torno de si próprio.
A partir daqui, iniciaremos nossa explicação sobre a física dos foguetes com a
análise de um balão de látex (bexiga) cheio com ar.
Enquanto o bico do balão está fechado, o sistema mantém o equilíbrio e nenhum
movimento é observado, conforme indica a figura 2.
Figura 3. Balão de látex (bexiga de festas) e foguete. a) em equilíbrio b) em movimento. Fonte: Nogueira et
al, 2009, p. 317.
A aerodinâmica, por sua vez, é o ramo da Ciência que estuda a interação dos
corpos com os fluidos, buscando entender como atuam as forças nos corpos neles emersos. De
um modo mais voltado ao nosso objeto de estudo, podemos dizer que a aerodinâmica é o
estudo do movimento do ar, sobretudo quando interage com objetos em movimento (o
foguete). Num foguete, algumas forças só existem porque ele se move através do ar.
Um conceito importante no estudo da aerodinâmica é o vento relativo, que é o
movimento do ar em relação a um objeto. Os modelos de foguetes dependem da aerodinâmica
para voar corretamente, assim como os aviões. O desempenho de voo de qualquer foguete é o
resultado dos efeitos combinados das quatro forças básicas que atuam sobre ele, como
veremos mais adiante.
As forças que atuam num foguete em voo são: peso, arrasto, empuxo e
sustentação, indicadas na figura 4.
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Figura 4. Forças que atuam em um foguete em voo. Fonte: Adaptado de SARRADET JR, 2009, p. 140.
Força peso
A força peso é devido à atração gravitacional da Terra sobre o foguete. Essa força
atua em todos os corpos sujeitos ao campo gravitacional terrestre. Ela atua sempre em direção
ao centro da Terra, puxando os corpos para baixo.
A gravidade afeta o foguete esteja ele parado ou em movimento e em ambas as
situações sempre aponta no mesmo sentido: em direção ao centro da Terra (direção vertical
nas proximidades da Terra).
Como essa força está sempre presente é necessário que haja outras forças que
possam suplantá-la e fazer o foguete voar.
Força de empuxo
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A intensidade dessa força depende, dentre outros fatores, da quantidade e da
velocidade de escape dos gases. A direção do empuxo é normalmente ao longo do eixo
longitudinal do foguete através do centro de gravidade.
Num foguete a força de empuxo é gerada por reação química provocada pela
mistura do propelente ou pela pressurização hidráulica de uma bomba. Outro ponto a ser
observado é que a força de empuxo atua enquanto os motores estiverem funcionando. Assim
que o combustível acabar, a força de empuxo desaparece e o foguete cai, sob ação da
gravidade.
Força de sustentação
Força de arrasto
Quando um corpo sólido (em nosso caso, o foguete) se move por meio de um
fluido (gás ou líquido), este resiste ao movimento. O corpo sólido é submetido a uma força
aerodinâmica em uma direção oposta ao movimento; essa é a força de arrasto
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A força de arrasto é uma força resistiva como a força de atrito (de deslizamento entre
superfícies sólidas). Essa força á altamente dependente da velocidade. Devido à geometria do
foguete, suas diferentes partes geram diferentes forças de arrasto. Uma delas é a fricção entre
as moléculas do ar e a superfície sólida do foguete em movimento.
A geometria do foguete, incluindo a forma das aletas e o “nariz” (coifa), influi
fortemente na força de arrasto. O projeto do foguete e de seu lançamento são feitos de modo a
garantir que este objeto em questão seja aerodinamicamente estável e produza um mínimo de
arrasto.
Podemos resumir o que acontece no voo do foguete do seguinte modo:
Agora precisamos falar sobre duas partes bastante importantes para o sucesso da
estabilidade de um foguete durante o voo: seu centro de massa (ou de gravidade) e de pressão.
O centro de gravidade de qualquer corpo – pequeno ou grande, maciço ou oco – é o
ponto onde toda a massa do corpo está equilibrada. Então, o centro de gravidade de um
foguete refere-se ao ponto em torno do qual seu peso é equilibrado. É neste ponto que atuam
as forças peso e de empuxo. O centro de pressão, por sua vez, refere-se ao ponto do foguete
onde todas as forças aerodinâmicas externas, que nele atuam, estão centralizadas e só existam
enquanto o foguete está passando através do ar. Assim, as forças de sustentação e de arrasto,
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que são forças aerodinâmicas, atuam através do centro de pressão. Adiante nesta seção
voltaremos a tratar destes pontos, dando maiores detalhes.
Leis de Newton
As leis que regem os movimentos dos foguetes podem ser explicadas pela
Mecânica Clássica. É importante dizer que há vários desdobramentos matemáticos pelo fato
da massa do foguete não ser constante – como ele perde combustível, que geralmente contém
cerca de 80% do seu peso, sua massa está continuamente variando. Um tratamento completo
desse tema foge ao escopo de nosso trabalho e aqui vamos tão somente mostrar como as leis
de Newton se explicam ao estudo do foguete.
De um modo geral podemos dizer que: no estado inicial, antes do lançamento, o
foguete encontra-se em repouso, isto é, no estado de Inércia, de modo que ele só passará a se
mover se uma força (Empuxo) suficientemente grande, para superar a força Peso, o coloque
em movimento. Depois que o gatilho é acionado e o bocal liberado, forçando (Princípio
Fundamental) o foguete a se movimentar (reação) no sentido contrário ao da atuação do
Empuxo (ação), conforme explicado pela Terceira Lei de Newton. A seguir, trataremos de
cada uma das forças separadamente.
1ª Lei
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Essa outra força aparece quando os motores dos foguetes são ligados, e pelo efeito
dos gases expelidos surge a força de impulso. Essa força é superior à da gravidade e o foguete
se coloca em movimento. Essa força atuará enquanto houver combustível e os gases estiverem
sendo expelidos. Se o combustível acabar, essa força passa a ser nula e o foguete cai.
Uma vez que a massa do foguete não é constante, a força que o impulsiona
também não é constante. Há dois momentos distintos em que ele é acelerado: o primeiro
momento corresponde àquele em que o foguete está cheio de propelente e, o segundo, àquele
em que o foguete é acelerado apenas pelo gás que ainda está pressurizado dentro dele; neste
caso, como o foguete está vazio, sua massa é menor, e, consequentemente, sua aceleração é
maior do que no primeiro instante.
2ª Lei
Sabemos que, para os casos em que a massa é constante, a segunda lei de Newton diz
que:
⃗ ⃗ (1)
onde m é a massa (constante) do corpo, ⃗ é a resultante das forças que atuam sobre ele e ⃗ é
a aceleração que o corpo adquire sob a influência da força resultante.
Mas, no caso dos foguetes, em que a massa é variável (pela perda de
combustível)?
No caso em que a massa é variável a segunda Lei é escrita como
⃗⃗
⃗ ⃗ (2)
⃗⁄
onde indica a como o vetor momento linear varia com o tempo, ⁄ indica como a
massa varia com o tempo e ⃗⁄ ⃗ indica como o vetor velocidade varia com o tempo,
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O movimento do foguete é bastante complexo pois, ao longo do voo, ele vai
perdendo carga e, assim, sua massa permanece variável mesmo quando o combustível acaba.
A velocidade que aparece na equação (2) é dependente da velocidade de exaustão dos gases e
também da taxa com que a massa varia no tempo. Um tratamento completo para o movimento
dos foguetes deve levar em conta a lei de conservação do momento linear em sistemas de
referência acelerados.
Obviamente a dependência da massa com o tempo torna impossível utilizar as
equações da cinemática para descrever a trajetória dos foguetes. Mais precisamente, a
cinemática poderia ser utilizada, numa primeira aproximação, a partir do momento que o
combustível acabe (o que implica a força de empuxo nula), pois a partir daí o foguete teria a
massa constante (figura 5).
Nos referimos acima à “primeira apro ima o”, porque as for as de sustenta o e
arrasto ainda atuariam sobre o foguete e nesta aproximação deverão ser consideradas
constantes, o que na maioria das vezes não ocorre.
Figura 5. Lançamento do minifoguete visto de lado – lançamento oblíquo. Fonte: Adaptado de: Podesta (2007,
p. 47).
3ª Lei
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A terceira Lei está sempre atuando independente de o foguete estar se movendo
dentro ou fora da atmosfera terrestre.
Utilizando a segunda e a terceira Leis e o fato de que a massa do foguete está
sempre diminuindo durante o voo, é possível mostrar que à medida que a massa do foguete
diminui sua aceleração deve aumentar.
(4)
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É importante considerar que o vinagre utilizado contém apenas 4% de ácido acético.
Logo, para uma garrafa comum de vinagre (750 ml) existe apenas 30 ml de ácido. Sabendo
que a densidade do ácido acético é de 1,05 g/ml, vemos que uma garrafa possui apenas 42 g
de ácido acético.
Tem-se que 1 mol ácido acético possui 60 g, enquanto 1 mol de bicarbonato de sódio
possui 84 g; logo, a proporção ideal de bicabornato a ser misturado ao vinagre seria:
( ) ( )
( ) ( )
( )
Como podemos observar, a quantidade exata para que a mistura ficasse homogênea
seria de 42 g de ácido acético para 58,8 g de bicarbonato de sódio.
Em nosso trabalho, preferimos não especificar uma quantidade exata de vinagre e
bicabornato. Optamos por deixar que os estudantes fizessem os testes e, de forma
experimental, descobrissem qual seria a melhor mistura dos componentes, comparando os
melhores resultados obtidos pelos grupos ao final da atividade.
Já vimos (seção 3.2) que o centro de massa (CM) e o centro de pressão (CP) são
importantes para a estabilidade dos foguetes.
Devido às limitações de cálculo matemático, não mostraremos como calcular,
matematicamente, o CM de uma distribuição contínua de cargas (como um foguete). No
entanto, explicaremos aqui como calcular o CM de uma distribuição discreta de cargas, como
no caso de 03 (três) esferas de massa que distem, respectivamente, ⃗ , ⃗ e ⃗ de
uma origem comum. O CM, ressaltando-se que é uma distância, é dado por:
⃗ ⃗ ⃗
⃗ (5)
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A determinação do centro de massa de um objeto é feito por meio de fórmulas,
todavia, há casos em que esta pode ser feita através da análise da geometria do corpo. É o
caso da garrafa PET (e do foguete já construído). A primeira conclusão a que se chega é que
CM da garrafa PET está ao longo de uma linha imaginária que divide a garrafa exatamente ao
meio. Resta, então, determinar a localização desse ponto.
Para determinar o ponto que localiza o CM basta tentar equilibrá-lo com um fio
fino, conforme indica a figura 6. Para a garrafa PET o CM está dentro da garrafa, em cima da
linha imaginária que divide a garra ao meio.
Um raciocínio parecido pode ser utilizado com o foguete (garrafa mais aletas)
desde que se utilize uma garrafa cilíndrica, que garantirá uma simetria radial, e que as aletas
sejam coladas simetricamente umas em relação às outras (SOUZA, 2007).
Figura 6. Maneira de estabelecer o centro de massa do foguete. Fonte: Adaptado de NASA (2001, p. 118) e
Mesquita (2014).
Agora passemos ao CP. Este ponto não é afetado pela massa que o foguete carrega,
mas sim pela forma do corpo, mais precisamente a área de cada uma das suas partes. Num
corpo homogêneo, o CP coincide com o CM.
Para determinarmos a localização do CP de um foguete de garra PET, podemos
realizar uma aproximação semelhante àquela utilizada para determinar o CM. Para isso é
preciso:
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Figura 7. Método geométrico para determinação do CP num foguete de garrafa PET. Fonte: Adaptado
de SOUZA, 2007, p. 7.
Quando o equilíbrio for alcançado, desenhar uma linha reta no papelão no local onde
passa a régua.
Marcar o centro da linha com um ponto. Esse é o centro de pressão de seu foguete.
Figura 8. Localização estável do CP e do CM num foguete. Fonte: adaptado de SARRADET JR, 2009, p. 145.
Figura 9. Esfera metálica colocada sobre uma superfície a) circular voltada para baixo b) plana c) circular
voltada para cima d) fixa. Fonte: Aerodinâmica e estabilidade do foguete, 2009.
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Na situação a, a esfera pode rolar para qualquer um dos lados, sem que retorne a
condição inicial. Na letra b, vemos que a esfera é posta sobre uma superfície perfeitamente
plana. Aqui, não importa a direção que ela seja arremessada, ela manterá o novo curso. Na
letra c, vemos que, embora uma força atue sobre a esfera, ela sempre tenderá a retornar para a
posição inicial no centro da região circular, que é onde a esfera tem menor energia; para que
saia dessa posição, ela deve receber uma quantidade de energia suficientemente grande, e na
direção de uma das extremidades, para que seja deslocada para fora do vale circular. Na letra
d, a esfera a é posta num local em que se manterá fixa. Nessa posição, ela não tem
mobilidade, ainda que uma força atue sobre ela.
No caso dos foguetes temos algo semelhante ao exemplo das esferas, existindo
também 04 (quatro) possibilidades, todas ligadas à posição relativa entre o CM e o CP. A
figura 10 retrata esse fato, mostrando um foguete que se desloca com velocidade ⃗, sendo
açoitado pelo vento:
Figura 10. Esfera metálica colocada sobre uma superfície a) circular voltada para baixo b) plana c)
circular voltada para cima d) fixa. Fonte: (Aerodinâmica e estabilidade do foguete, 2009).
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Tabela 2. Relação entre o centro de massa o e o centro de pressão em um foguete. Fonte: Adaptado de
MATHIAS, RIBEIRO e GRECO JUNIOR, 2012.
Comportamento Tamanho da aleta Relação entre o Consequências sobre o voo
comparada ao CM e o CP
diâmetro do foguete
Instável Inexistente ou muito CM abaixo do O foguete possui trajetória
pequena CP imprevisível, uma vez que
qualquer força de empuxo
irá alterar seu momento
angular
Indiferente Muito pequena CM e o CP O foguete é veloz, porém não
coexistem no mantém sua trajetória
mesmo ponto original, sendo facilmente
impelido na direção do vento
Estável Aletas do mesmo CM está a cerca O foguete manterá a
tamanho do diâmetro de 1,5 cm acima trajetória do lançamento
do foguete do CP
Super estável Muito grande CM está muito Devido a má distribuição
acima do CP de massa, o foguete não
chega a grandes altitudes,
de modo que ele é mais
lento e se desvia de sua
trajetória original,
passando a voar contra o
vento
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do estado de Mato Grosso e estamos trabalhando para melhorar nossa classificação nas
Mostras futuras.
Os estudantes do nível constroem os seus foguetes a base de canudos de
refrigerante, enquanto os do nível II, de canudo de papel, já os do nível III constroem uma
base de lançamentos e o seu foguete de garrafa PET, movido a ar comprimido, que é bastante
parecido com o foguete nível IV, com a diferença de que este é movido exclusivamente pelos
gases gerados na reação química entre o bicarbonato de sódio e o vinagre a 4%.
A figura 11 mostra o diagrama de um foguete de água, incluindo detalhes dos
sistemas de lançamento. A figura 12 mostra um esquema do foguete de bicabornato de sódio e
vinagre.
Figura 11. Diagrama de um foguete de garrafa PET movido à água pressurizada. Fonte: MENEZES, 2014.
Figura 12. Diagrama de um foguete de garrafa PET movido a bicabornato e vinagre. Fonte: Adaptado de:
Podesta (2007, p. 47).
Há, efetivamente, pouca diferença entre esses dois modelos propostos pela OBA,
de modo que a construção do corpo do foguete é o mesmo nos dois casos. A diferença básica
entre os dois se encontra em suas finalidades, sendo que o foguete do nível III, pressurizado
com uma bomba de encher pneus, é projetado para ser lançado a 90°, buscando a maior
altitude, enquanto o foguete do nível IV, pressurizado devido a reação química entre o
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bicarbonato de sódio e vinagre, é projetado para obter o maior alcance. Devido a essas
diferenças, o foguete do nível III leva internamente um paraquedas, sendo que depois que o
propelente interno acaba, e o foguete inverte o seu sentido, a coifa se desprende do corpo do
foguete liberando o paraquedas e fazendo com que o foguete tenha uma aterrissagem suave no
solo. Uma vantagem técnica dos foguetes de ar comprimido é que eles podem ser
reaproveitados após o lançamento.
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PROTOCOLOS DE SEGURANÇA
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2. PROTOCOLOS DE SEGURANÇA
CONCIENTIZAÇÃO DE RISCOS: Com isso, contamos com você para conscientizar sua
equipe que, ainda que essa atividade seja divertida, ela também passível de acidentes, que em
sua maioria, podem evitados com medidas simples de prevenção.
Em caso de dúvida, peça ajuda ao professor, ou a algum tutor presente durante a atividade.
Essas pessoas estão preparadas para aconselharem, ou para intervirem com eficiência em
alguma situação de risco, garantindo assim a segurança de todos os presentes.
FIXAÇÃO DA BASE DE LANÇAMENTO: É obrigatório que toda base seja fixada, presa
ao chão e isso independentemente do peso da base. Nenhuma base deverá ser "segurada"
com as mãos, pés e/ou pedras, pois isso pode causar dano a alguma das pessoas presentes. Por
isso, caso a base não estiver bem fixa no chão, a equipe não poderá lançar seu foguete.
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COMBUSTÍVEIS: É obrigatório que o combustível do foguete seja vinagre (4%) e
bicarbonato de sódio, misturados a qualquer proporção. As equipes não poderão adicionar
nenhuma outra substância dentro do foguete ou da base, exceto água. O combustível poderá
ser aquecido, porém sem uso de botijões de gás no local.
LIXO E DESORDEM
Seja educado e não deixe lixo, ou qualquer outra espécie de resíduo no local em que
realizarem seus lançamentos. Caso alguma equipe deixe lixo na sua raia de lançamentos, ou
após os lançamentos não descartar devidamente os resíduos, toda a sala será punida com a
perda de 1,0 ponto na nota final da atividade.
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ATIVIDADES EXPERIMENTAIS
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Atividade Experimental 1 – Preparação do kit 1
Objetivos: Preparar o kit 1 com o material que será utilizado durante a atividade
Experimental 2
Duração: 40 min.
Instruções pré-montagem
Esta atividade é a primeira de uma sequência de 07 atividades que são necessárias até
que o foguete esteja em perfeitas condições de ser lançado, e tenha seus dados tratados.
Instruções iniciais
2) Lixe as extremidades dos canos para que eles sejam fixados com mais facilidade.
Coloque os pedaços de cano que foram cortados dentro de uma caixa e guarde-os em
segurança até que nós iniciemos a montagem da base lançadora de foguetes.
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Atividade Experimental 2 – Construção da Base Lançadora de
Foguetes
Instruções pré-montagem
Esta atividade é a segunda de uma sequência de 07 atividades que são necessárias até
que nosso foguete seja lançado e tenha os dados tratados.
Instruções iniciais
Instruções de montagem
2
Esse vídeo é de nossa autoria, e descreve de forma detalhada a construção da base de lançamentos e do foguete,
podendo ser assistido em: https://www.youtube.com/watch?v=VwXusYlbaZM.
34
Essa fixação deve ser muito feita, de modo a não permitir que esse material se desprenda.
7) Gire o manômetro de modo que ele voltado para você no momento do lançamento.
8) Agora temos que escolher o ponto em que o foguete ficará preso. Para tanto faça o
seguinte:
- fixe as braçadeiras de plástico na extremidade do cano de cano de 20 cm;
DICAS:
i) Utilize pelo menos 8 dessas braçadeiras, porém esse valor pode mudar
dependendo do tamanho das braçadeiras.
ii) Use uma fita adesiva comum ou de dupla face para prender essas braçadeiras,
depois as fixe com as duas braçadeiras de metal.
iii) Aperte bem firme as braçadeiras de metal ao cano, de modo a garantir que as
braçadeiras de plástico não irão se soltar.
iv) O excesso das braçadeiras de plástico deve ser cortado, por motivos meramente
estéticos.
9) Recorte o anel de dois balões de festa e encaixe-os ao cano de 20 cm onde o bocal da
garrafa havia ficado encaixado, enrolando-os com a fita veda rosca.
Obs. Para melhor fixação destes, pode-se usar uma pequena serra para fazer
uma pequena raia para que os anéis fiquem mais bem encaixados.
Instruções pré-montagem
Instruções iniciais
Instruções de montagem
3
Esse vídeo é de nossa autoria, e descreve de forma detalhada a construção da base de lançamentos e do foguete
e pode ser acessado em: https://www.youtube.com/watch?v=VwXusYlbaZM.
4
https://www.youtube.com/watch?v=SEDSDPg-tqQ.
36
Montagem das aletas – Modelos A e B.
1) Marque na pasta de documentos os pontos onde serão feitos os cortes.
Utilize a régua para acertar o tamanho dos lados, e para dividir os locais que deverão ser
cortados (linha vermelha pontilhada). Colocamos um desenho para servir de modelo pra
você.
Para o modelo C:
37
Montagem do corpo do foguete
Ao cortar a garrafa você deverá deixa um “saiote” com cerca de 14 cm, algo
como que um funil no bico da garrafa, sendo que a parte debaixo será Figura 16. Pontos de
corte nas garrafas
descartada.
É estritamente importante que as aletas sejam bem fixadas ao saiote, de modo que elas
fiquem paralelas ao corpo do foguete, e simétricas umas em relação às outras. Caso isso não
seja feito, o seu foguete sairá da base de lançamentos “rebolando”, o que comprometerá o
desempenho no lançamento.
DICA:
Para melhorar a aerodinâmica do seu foguete, encaixe um chapéu de festa na ponta do
foguete fixando-o com fita adesiva.
Tome bastante cuidado para que o encaixe não fique torto, comprometendo a estabilidade do
foguete durante o voo.
8) Encha um balão com cerca de 160 ml de água o fixe dentro do “funil” formado com a parte
dianteira da garrafa pet, de modo que ele fique preso na sua tampa.
Na hora da fixação é importante que o balão fique bem distribuído dentro da garrafa, para
garantir que o foguete não penda nenhum dos lados. Caso prefira, você poderá recortar a
parte sobressalente do balão que ficar do lado de fora da garrafa.
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O seu foguete deve ter ficado igual a imagem 17 ao lado:
Montagem do gatilho
1) Faça um furo em cada um dos lados do cano de 40 mm, de modo que estes estejam
nivelados à mesma altura e passando pelo centro do cano.
2) Passe o barbante de 5 m de comprimento dentro dos orifícios feito nesse cano, amarrando-
os bem.
3) Encaixe o gatilho na base de lançamentos.
Agora que você já possui o foguete e a base lançadora, imaginamos que você não vê a hora de
fazer o seu primeiro lançamento. Espere só mais um pouco, pois na próxima atividade
experimental te passaremos instruções sobre como esse lançamento deve feito.
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Atividade Experimental 4 – Lançamento do Foguete
Instruções pré-lançamento
Utilize um balão de numeração 7. Esse procedimento não é obrigatório, mas com certeza ira
ajudar na hora de colocar o foguete com bicarbonato de sódio e vinagre.
40
3) Coloque o balão e o tubo da caneta dentro do foguete, de modo que uma parte do bico e
uma parte da caneta fiquem para fora da garrafa.
4) Encha o balão com ar o máximo possível.
5) Tape a ponta do balão com o dedo.
6) Retire a tampa do frasco de vinagre, e o conecte ao balão aperte o frasco com cuidado até
que a quantidade de vinagre a ser utilizado chegue à quantidade que você deseja.
Você perceberá que o vinagre irá deslizar facilmente para dentro da garrafa pet. Caso queira
adicionar mais vinagre, encaixe outro frasco de vinagre ao balão.
IMPORTANTE!!!
Depois que o balão estiver cheio, o tubo de caneta poderá ficar preso. Caso isso ocorra,
amarre o balão, e empurre-o juntamente com o tubo de caneta para dentro do foguete.
Depois, vire o foguete com o bocal para baixo, e retire o tubo de caneta.
7) Adicione o bicarbonato de sódio dentro do foguete, você pode colocá-lo puro ou diluído
em água.
Tome muito cuidado para que o balão não estoure antes da hora.
Coloque a base no ponto em que ela ficará fixada no momento do lançamento para verificar
se os grampos foram colocados nos locais corretos.
FAÇA UM CHECKLIST!!!
Depois que o balão for estourado, haverá pouco tempo para que vocês:
Prendam o foguete a base de lançamentos,
Prendam a base no chão.
Filmem o lançamento.
Façam a contagem regressiva
Lancem o foguete.
Isso ainda pode ser agravado se o foguete perder pressão ou começar a vazar logo após ser
pressurizado. É nesse instante em que as coisas podem dar errado. om a “euforia” do
“inesperado” podemos cometer erros bobos, os quais acabam comprometendo a nossa
segurança e a das pessoas a nossa volta. Caso a falha seja irremediável, puxe a válvula de
segurança e aborte o lançamento.
DICA: Repita cada um dos passos do lançamento várias vezes antes de tentar
efetuar algum lançamento. Façam isso até que esses procedimentos se tornem uma rotina
pra você e para toda sua equipe. Caso algo dê errado no momento do lançamento, vocês já
estarão tão habituados com essa situação, que irão resolver o problema quase que de forma
automática.
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11) Tire a base de lançamentos do chão.
12) De um solavanco (sacuda) na base de lançamentos para estourar o balão.
13) Prenda novamente a base de lançamentos no chão.
14) Alinhe o foguete na direção do lançamento.
15) Avise que vai lançar.
Você deve avisar as outras equipes que já está prestes a lançar. Você pode gritar: “Equipe
FULANO DE TAL”.
Faça a contagem regressiva em voz alta, de preferência com 10 segundos. Lembre-se que as
outras pessoas por perto precisam de um tempo para poder se proteger.
A base de lançamentos deverá ficar bem fixa no chão. Caso ela fique “bamba” o seu foguete
poderá pender para o lado e atingir alguém. Tome muito cuidado com isso!
Lembre-se que você nunca pode apertar ou manusear o foguete pressurizado, nem ao menos
passar na sua frente nesse instante, pois todo projeto é passível de falhas, e você pode acabar
se machucando ou machucando outra pessoa.
Instruções pós-lançamento
Limpe o local onde vocês realizaram os lançamentos, pois é comum alguns estilhaços
de balão serem arremessados ao longo da raia de lançamentos.
Responda o questionário 1 utilizando os dados coletados nos lançamentos testes.
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Atividade Experimental 5 – Corrigindo erros na Base de Lançamentos
e no Foguete
Instruções pré-montagem
Esta já é a nossa quinta atividade, e você deve estar louco pra saber o que
aconteceu de errado com o projeto de vocês. É provável que tenham acontecido erros tanto na
base de lançamentos como no foguete, e por isso, disponibilizamos esta atividade. Talvez
depois de fazer alguns lançamentos, vocês tenham percebido que o seu foguete não é assim
tão preciso, e que as vezes até costuma dançar no ar, ou então que assumi direções diferentes
àquela que você havia lançado. Mesmo assim não se preocupe com essas coisas. Nós temos a
solução pra você.
Instruções iniciais
- Deixe o kit 1 ao lado a disposição, para o caso de você precisar realizar algum reparo
Instruções de montagem
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Tabela 3. Erros mais comuns apresentados por bases lançadoras e por foguetes de garrafa pet. Fonte: O autor.
1 A base se moveu Má fixação no solo Utilize mais grampos (estacas) para prender a base ao
do lugar solo. Caso já esteja utilizando, e mesmo assim o
problema persiste, procure fixa-las mais fundo usando
um martelo ou marreta. Quanto mais grossos, e bem
fixados forem os grampos, menor é a possibilidade de
movimentação da base.
33 – As presilhas de metal
não foram bem fixadas
3 O foguete ficou As presilhas plásticas Dobre as presilhas de plástico para traz. Isso fará com
preso a base travaram o foguete que no instante em que a corda for puxada, e o tubo
plástico liberado do bocal da garrafa, o foguete saia em
alta velocidade.
4 Vazamento entre o Vedação mal feita Passe outra fita veda rosca. O ideal é que a vedação seja
foguete e a base refeita após cada lançamento para evitar vazamentos.
Caso o problema persista, talvez seja melhor verificar se
o anel do balão está devidamente fixado. Sugere-se
raspar o cano com a serra, de modo a produzir um
sulco. Após isso, coloque o anelzinho dentro e vede
novamente o cano.
Bom, agora que a base de vocês já foi corrigida, guarde sua base num local seguro, e
siga para a próxima atividade: corrigir o foguete.
Instruções iniciais
- Disponha o material do kit 2 e um foguete novo*, entenda sem uso, sobre a bancada.
- Deixe próximo a bancada as ferramentas e os acessórios dos outros itens (kit 2).
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Instruções de montagem
5) Coloque o foguete sobre o papelão, de modo que a sobra deste seja projetada sobre o
papelão
6) Recorte a figura do foguete projetada sobre o papelão
7) Coloque o recorte de papelão apoiado sobre uma régua de modo a se determinar o seu
ponto de equilíbrio
8) Marque uma linha reta no local onde a régua equilibra a imagem projetada do foguete
sobre o papelão
O CP estará localizado bem no meio de reta indicada pela régua. Gostaríamos de dizer que
também poderíamos determinar matematicamente a posição do Centro de Pressão, porém
acreditamos que isso estaria muito acima do nível esperado para o Ensino Básico, e que o
ganho alcançado com isso seria muito pequeno, frente a todo o trabalho que vocês teriam.
9) Gire o foguete em volta do seu corpo e veja quão estável é o seu foguete.
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ESSA É A HORA DA VERDADE!!!
Depois de feitos todos esses procedimentos, você vai saber se o seu foguete tem peso e área
bem distribuídos. aso ele “voe” paralelo ao solo... Parab ns!!! Você não precisa fazer
nenhuma correção.
Mas... se algo de errado ocorreu, é um sinal que você deverá corrigi-lo...
Tabela 4. Erros mais comuns nos foguetes de garrafas pet. Fonte: O autor.
Item Problema no Causa Correção
lançamento
5 O foguete não Há algum vazamento na base Coloque um pouco de combustível de uma garrafa pet,
pega pressão lançadora, ou no foguete e encaixe na base de lançamentos. Verifique possíveis
vazamentos na base de lançamentos. Os pontos
danificados costumam minar “água”. Feito isso,
aborte 2o lançamento e despressurize a garrafa.
Depois, caso seja necessário, retire o (s) cano (s) que
apresentaram defeito, substituindo-o (s), ou passando
fita veda rosca, ou apenas aplicando cola de cano na
medida certa.
6 O foguete fica Excesso ou falta de carga na Desmonte a parte dianteira do foguete e reequilibre
com o bico parte dianteira do foguete, o que seu peso.
apontado para indica, respectivamente, que o
baixo ou para CM está muito adiantado, ou
cima muito atrasado ao corpo do
foguete
7 O foguete sai Um foguete assumi esse Realize os testes 1 e 2 desse manual, e localize o CM e
“dançando” no ar comportamento quando sua o CP. Durante os testes, você descobrirá qual o
massa é mal distribuída, ou problema do seu foguete. Depois disso, desmonte a
quando suas aletas são muito parte dianteira do foguete e reequilibre seu peso, caso
pequenas em relação ao seu constate problema no teste 1, ou adapte o tamanho das
diâmetro, de modo que seu CM aletas para o tamanho do seu foguete, caso o problema
fica abaixo do CP, o que facilita o seja verificado no teste 2. Lembre-se que ao aumentar
torque o tamanho das aletas, você estará deslocando o CP
para a traseira do foguete, e ao diminuir o seu
tamanho, estará deslocando-o para sua parte
dianteira.
8 Mudança de O CM e o CP coincidem no Aumente o tamanho das aletas, pois isso fará com que
trajetória, em que mesmo ponto. o CP seja deslocado para a retaguarda do foguete, ou
o foguete passa a então aumente o peso na parte dianteira, o que levará
voar a favor do o CM para a dianteira.
vento
10 O foguete fica Os primeiros instantes do Construa uma guia de lançamento para seu foguete.
instável no início lançamento são os apresentam
do lançamento, maior instabilidade no voo, pois Você pode fazer isso simplesmente prolongando o
mas depois se as aletas ainda não produzem comprimento do cano em que o foguete está acoplado,
estabiliza uma estabilidade significativa, e a ou até mesmo adaptando um duto por onde o foguete
força de sustentação é muito seja obrigado seja obrigado a passar.
pequena quando comparada ao
empuxo gerado pelas rajadas de
vento
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QUAL A MELHOR MONTAGEM DE UM FOGUETE?
Bom, isso depende de muitos fatores, mas talvez todos eles girem em torno do CM e para
o CP do foguete. A estabilidade do foguete, ou do foguete é garantida quando o CM está
ligeiramente acima do CP, com no mínimo 1,5 cm de distância entre um e outro. Quanto
maior for essa distância, maior será a atuação das aletas. Um foguete com essas
características será capaz de corrigir sua trajetória durante o voo, de modo a garantir a
precisão e a segurança do lançamento, sem que as forças atuantes sobre ele produzam um
torque.
Outro fator que também é muito importante é escolher bem os materiais que serão
utilizados. Escolha garrafas em bom estado de conservação, sem emendas e de preferência
lisas. Procure não reutilizar peças de outros foguetes que já foram lançados, mas caso opte
por isso, veja se elas não estão danificadas.
Instrução pós-montagem
Pronto. Agora você já possui tudo que precisa pra fazer bons lançamentos com seu
foguete. Esperamos agora que seu foguete voe bem longe, e de uma forma bem eficiente.
Sabemos que você não vê a hora de testa-lo novamente, mas antes, lembre-se de todos
os protocolos de segurança que nós te ensinamos. Então, espere as condições ideais, e daí sim,
faça novos testes.
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Atividade Experimental 6 – Realizar novos lançamentos
Objetivo: Realizar novos lançamentos, de modo que os resultados sejam melhores que os dos
lançamentos anteriores
Duração: 8 min.
Instruções pré-montagem
Nesta atividade você e sua equipe deverão efetuar um novo lançamento, assim como
fez na atividade experimental 4, porém agora com o material adaptado. Gostaríamos de te
lembrar de que, ainda que você e sua equipe já tenham feito alguns lançamentos, não quer
dizer que vocês possam fazer isso de qualquer forma. Sigam os protocolos de lançamento, e,
caso julguem necessário, assistam novamente um dos lançamentos feitos pela nossa equipe.
Lembre-se que ambos os materiais foram entregues a cada um dos grupos.
Não se esqueçam de filmar o lançamento, pois isso, além de auxilia-los a trabalharem
em equipe, também lhes possibilitará corrigir pequenos erros no futuro.
As instruções que nós daremos aqui são praticamente as mesmas feitas na Atividade
Experimental 4, sendo que no Anexo 4 vocês também têm acesso a informações mais
detalhadas de como o lançamento dever ser realizado. Com isso:
Instruções pós-lançamento:
Feitos os lançamentos, anote os resultados obtidos. Não deixe isso pra depois, pois vai
que vocês se esquecem de algo importante... Procurem também responder o questionário 2
com toda equipe reunida.
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REFERÊNCIAS
MENEZES, R. Saiba como construir um foguete a água para praticar o espaço-modelismo. Clube
de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná CACEP, 2014. Disponível em:
<https://www.cacep.com.br/saiba-como-construir-um-foguete-a-agua-para-praticar-o-espaco-
modelismo/>. Acesso em: Jul. 2016.
PODESTA , M. D. A guide to building and understanding the physics of Water Rockets. 1.02. ed.
National Physical Laboratory (NPL), 2007.
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SOUZA, J. A. Um foguete de garrafas PET. Física na Escola, São Carlos, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 4-
11, 2007.
VERNE, Julio. Da Terra à Lua. Tradução e adaptação de Maria Alice de A. Sampaio Doria. São
Paulo: Melhoramentos, 2005.
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Apêndice 1 – Semelhanças entre as narrativas espaciais de Júlio
Verne e a realidade
Tabela 5. Semelhanças entre as narrativas espaciais de Júlio Verne e a realidade. Fonte: Adaptado de VERNE,
2005.
Toda imprensa e população mundial acompanhou o Toda imprensa e população mundial acompanhou o
caso caso
O foguete era feito de alumínio (30 cm de A nave era feita de alumínio
espessura)
Lançado estado da Florida EUA no mês de Lançado estado da Florida EUA no mês de dezembro
dezembro
Havia três tripulantes Havia três tripulantes
Pelos riscos da viagem, enviaram antes um gato e Os americanos enviaram macacos, sendo que um deles
um esquilo morreu na reentrada
Os soviéticos enviaram uma cadela, Laika, num voo
orbital, porém ela morreu horas após o lançamento
Havia retropropulsores no foguete para diminuir a Os americanos fizeram o mesmo
velocidade do foguete ao chegar a Lua
Ocorreu uma falha na viajem, eles não puderam Os americanos falharam várias vezes, sendo que o
pousar na Lua, e então, usaram os retrofuetes para primeiro voo que deu certo foi o da Apolo 11
dar a volta no satélite e voltar a Terra Falar das missões que não deram certo
Foram resgatados pela marinha Foram resgatados pelas forças armadas americanas
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Apêndice 2 – Erros físicos nas narrativas espaciais de Júlio Verne
comparadas à realidade
Tabela 6. Erros físicos nas narrativas espaciais de Júlio Verne comparadas à realidade. Fonte: Adaptado de
VERNE, 2005.
Sensação da falta de gravidade apenas no ponto A “falta de gravidade” seria sentida assim que se
neutro entre a terra e a lua chegasse ao espaço e o foguete deixasse de ser
acelerado
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APÊNDICE 3 – MAPA CONCEITUAL: DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES DOS
FOGUETES
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