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Resumo
Durante a vida produtiva de um poço de petróleo equipado com BCP (Bombeio por Cavidade
Progressiva) é necessário o monitoramento frequente do nível de fluido presente no espaço
anular, já que se a bomba trabalhar à seco pode causar desgaste por atrito, superaquecimento
no estator, baixa eficiência volumétrica, vida útil da bomba comprometida, dentre outros. O
Inflow Perfomance Relationship (IPR) é a representação gráfica da pressão x vazão, para assim
obter uma melhor avaliação do potencial produtivo de um reservatório. Através dos dados de
IPR, é possível calcular o nível de fluido que ocupa o espaço anular e o seu comportamento
durante a operação de bombeamento. Dessa forma, este trabalho propõe o desenvolvimento de
um simulador dinâmico para obter o nível de submergência do espaço anular de um sistema de
bombeio por cavidades progressivas instalado no Laboratório de Elevação Artificial da UFBA.
Abstract
During the productive life of an oil well equipped with BCP (Progressive Cavity Pump)
frequent monitoring of the level of fluid present in the annular space is necessary, since if the
pump works dry it can cause frictional wear, overheating in the stator, low volumetric
efficiency, compromised pump life, among others. The Inflow Perfomance Relationship (IPR)
is the graphical representation of the pressure x flow, in order to obtain a better evaluation of
the productive potential of a reservoir. Through the IPR data, it is possible to calculate the fluid
level occupied by the annular space and its behavior during the pumping operation. Thus, this
work proposes the development of a dynamic simulator to obtain the submergence level of the
annular space of a progressive cavity pump system installed in the UFBA Artificial Lift
Laboratory.
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Graduanda, Engenharia de Petróleo – Estácio
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Graduanda, Engenharia de Petróleo – Estácio
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Doutorando, Programa de Pós-Graduação em Mecatrônica – UFBA
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Doutorando, Programa de Pós-Graduação em Mecatrônica – UFBA
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Doutorando, Programa de Pós-Graduação em Mecatrônica – UFBA
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Doutor, Engenharia Química – Departamento de Controle e Automação - UFBA
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Doutor, Engenharia Eletrônica e Computação – Departamento de Engenharia Química - UFBA
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1. Introdução
Ao longo da vida produtiva de um poço que opera pelo método BCP, faz-se necessário
o acompanhamento do nível de fluido presente no espaço anular. O espaço anular é a região
entre a coluna de produção e a coluna de revestimento. O volume de fluido que preenche este
espaço é a diferença entre a vazão do reservatório e a vazão de descarga, visto que a segunda
vazão é maior que a primeira na maior parte do tempo de produção (VIDAL,2005).
Segundo Rebouças (2005), caso a bomba do BCP esteja operando com o nível de fluido
insuficiente pode ocorrer o aumento na temperatura no fundo do poço Com isso, o estator deixa
de ser lubrificado e resfriado danificando a bomba.
Uma forma de obter o comportamento dinâmico de submergência do anular, é através
do conhecimento da produção (IPR) que rege esse processo. O índice de produtividade consiste
em obter uma melhor avaliação do potencial produtivo de um reservatório. A capacidade de
produção do reservatório pode ser avaliada por modelos específicos de acordo com o fluído
produzido, como o modelo linear e o modelo por Vogel. O modelo utilizado neste estudo é o
Linear, representando reservatório homogêneo, com espessura constante e fluxo monofásico
(SOUZA, et al., 2014).
Este trabalho tem como objetivo a simulação dinâmica de submergência de nível de
fluido no anular no sistema BCP, tornando possível a análise do comportamento das variáveis
envolvidas no processo.
O BCP é um método de elevação artificial que utiliza uma bomba helicoidal composta
por: um rotor na forma de uma hélice simples e um estator no formato de hélice dupla, cuja
principal função é produzir cavidades progressivas que serão responsáveis por dotar o fluido de
energia capaz de realizar a sua surgência. Tolerância a teores de areia, maior facilidade em
operação com óleos viscosos e facilidade de operação e manutenção, podem ser apontados
como vantagens deste método. Por outro lado, ainda apresenta limitações quanto à vazão de
bombeio, altas temperaturas, produção de óleos contendo aromáticos, riscos operacionais
elevados, dentre outros (ASSMANN, 2008).
O sistema BCP pode ser subdividido em quatro partes, a saber: i) bomba de fundo; ii)
cabeça de acionamento; iii) coluna de hastes e tubos e iv) equipamentos auxiliares. O seu
funcionamento tem início na cabeça de acionamento que transfere movimento de rotação às
hastes, que por sua vez transferem essa rotação à bomba. Na Figura 1, podem ser observados
os componentes citados.
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Conforme Vidal (2005), o modelo dinâmico de líquido no anular do poço, é descrito por
uma equação diferencial ordinária, como sendo:
dhd
𝑄𝑟 − 𝑄𝑏 = dt 𝐴𝑝 , (2)
na qual: 𝑄𝑟 já foi definido na equação (1); 𝐴𝑝 é a área da seção transversal do anular do poço,
calculada da seguinte forma:
π(Dia 2 − Di𝑏 2 )
𝐴𝑝 = , (3)
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𝑄𝑏 é o vazão da bomba BCP, conforme a rotação observado na Tabela 1.
Contudo, pode-se estimar outros pontos de vazão através da rotação de operação por
meio da equação (4), pois observa-se na Tabela 1 que o comportamento é aproximadamente
linear.
5. Resultados e Discussão
O IPR do poço é um dos mais importantes parâmetros quando se trabalha com o nível
de fluido no Bombeio por Cavidades Progressivas, o qual possibilita a análise da quantidade de
fluido que ainda poderá ser produzida no reservatório. Para definir o IPR do poço LEA-UFBA
descrito na seção 3, considerou-se no primeiro instante a válvula de realimentação do poço
fechada, ou seja, a vazão de reservatório 𝑄𝑟 = 0 e o sistema BCP operando com uma rotação
de 220 RPM. Depois de alguns minutos, foi encontrado o nível de fluido mínimo do anular que
neste caso foi de aproximadamente de 1,88 m, e por conseguinte encontrou-se a menor pressão
de fundo 𝑃𝑤𝑓 . Por outro lado, foi coletada a pressão estática 𝑃𝑒 , na qual o BCP foi desligado e
com 𝑄𝑟 ≠ 0 o poço preencheu a coluna de produção. A Figura 6 demonstra o resultado
experimental adquirido no poço LEA-UFBA.
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No bloco “azul”, apresenta a vazão de reservatório dada pela equação (1), nas quais
𝑃𝑒 = 𝛾𝑔𝐻𝑒 e 𝑃𝑤𝑓 = 𝛾𝑔ℎ𝑑 . Em “preto”, define o valor da constante relacionado a equação
(3). Já no bloco “vermelho”, demonstra a equação (4) implementada. Por fim, no bloco
“verde”, indica o cálculo da massa específica que necessário para definir a densidade do fluido
no simulador.
A simulação inicia-se com o nível dinâmico igual a 25 metros (poço cheio), conforme a
Figura 8. Nos instantes iniciais (0 – 4000 s), o BCP encontra-se desligado, ou seja, 𝑄𝑏 = 0. Em
seguida, o sistema começa a operar com uma rotação constante de 𝟐𝟐𝟎 𝑹𝑷𝑴, por conseguinte,
observa-se o nível dinâmico diminuindo ao longo do tempo por causa de 𝑄𝑏 > 𝑄𝑟 no intervalo
de 4000 até 9000 s. Logo após, o nível assume um valor de aproximadamente 13 metros em
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regime permanente a partir dos 10000 s. Vale ressaltar que o sistema em regime permanente
está operando com o nível de submergência acima da bomba, pois o conjunto (bomba e tubo de
extensão) instalado no LEA-UFBA tem aproximadamente 5,0 metros de comprimento no fundo
do poço. Por outro lado, após 13000 s, a rotação da bomba foi reduzida para um valor constante
de 𝟏𝟎𝟎 𝑹𝑷𝑴 , sendo assim, 𝑄𝑟 > 𝑄𝑏 em regime transitório, em seguida o sistema passou a
operar em regime permanente após 20000 s. Como pode ser observado na Figura 8:
6. Conclusões
Neste trabalho foi apresentado um modelo simulado do nível de fluido no anular, com
base na variação de pressão e vazão que o poço sofre ao decorrer de sua vida produtiva. Através
do método proposto foi possível adquirir dados como o valor do IP do poço LEA, a partir deste
constatar a variação do nível dinâmico do anular e controlar as variáveis que alteram o nível.
Este estudo possibilita prevenir que a bomba por cavidades progressivas trabalhe à seco, o que
pode ocasionar sua cavitação e a deformação do elastômero.
Os resultados apresentados demonstram que o sistema apresenta potencial para
realização de estudos posteriores e testes relacionados ao método de elevação artificial BCP.
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Agradecimento
Referências
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