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COMBATES AÉBEOS
.AVIÕES FAMOSOS
l
PUBLICAÇÃO
SEMANAL
ILUSTRADA

GRÁTIS: _
PÓSTER EM CORES
> DO BUCCANEER ^
S.Mk 2

MiGxSABRE* MIRAGEM
COMBATES AÉREOS

A paz frustrada
Durante as negociações de paz sobre a Coreia, a supremacia
aérea representava uma fonte de vantagens políticas.
Quando 250 mil soldados do poderoso premacia aérea. A partir de outubro de derno. Entretanto, seu desempenho ainda
Exército chinês chegaram à Coreia do Nor- 1950, um número crescente de caças a jato se mostrava ligeiramente inferior ao do
te, em 26 de novembro de 1950, as forças Mikoyan-Gurevich MiG-15, pilotados por MiG-15, e o armamento leve (seis metra-
do general MacArthur foram apanhadas de chineses e baseados em território chinês, lhadoras de 12,7 mm) não se equiparava
surpresa. Empenhadas numa série de ofen- passou a cruzar os céus da Coreia. aos canhões da aeronave soviética (um de
sivas localizadas, sem reservas substanciais Os Estados Unidos tiveram de reforçar 37 mm e dois de 23 mm).
e com sua rede de abastecimento bastante seu poder ofensivo, colocando em atrvida- O aparente desequilíbrio de forças via-
vulnerável, as Nações Unidas tiveram de de porta-aviões adicionais e requisitando se parcialmente compensado pela experiên-
improvisar planos para a evacuação ime- outros da reserva, especialmente unidades cia e qualidade do treinamento dos pilotos
diata de todas as suas tropas do Norte. rápidas da classe Essex. americanos. Muitos deles tinham mais de
Também se tornou necessário reposicionar Para enfrentar os MiG-15, entrou em l .200 horas de voo em jatos e haviam par-
o suporte aéreo e naval ao Sul, para con- ação o 4.° Regimento de Caças Intercep- ticipado de combates na Segunda Guerra
ter os chineses. Nessa operação, 300 mil tadores, equipados com jatos North Ame- Mundial (a faixa etária dos pilotos dos Sa-
militares é civis foram transportados a par- rican F-86A Sabre. Embarcados no porta- bre estava por volta dos 26 anos). Entre os
tir de Hungnam, Inchon, Wonsan e aviões de escolta Cape Esperance, essas ae- pilotos dos MiG, em geral bem mais jo-
Chinnampo. ronaves chegaram a Kimpo nos primeiros
Esse esforço deu resultados: no final de dias de dezembro. Na mesma época, o 27.°
janeiro de 1951, o avanço do Exército chi- Regimento de Caças de Escolta também Em 1952, o major Charles Loring,
nês era detido. A nova frente cortava a pe- desembarcava do porta-aviões ligeiro Ba- piloto de um Lockheed F-80C como
nínsula um pouco ao norte do Paralelo 38. taan seus Republic F-84D Thunderjet. este, numa base na Coreia, atirou seu
A intervenção chinesa deu novo rumo à De todos os caças americanos em com- avião danificado contra posições de
guerra, enfatizando a importância da su- bate na Coreia, o F-86A-5 era o mais mo- artilharia inimigas.

Èt-fc

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COMBATES AÉREOS
Um Republic F-84E da 9. "
Esquadrilha do 49. °
Regimento. A marca de uma
estrela debaixo do pára-brisa
simboliza o primeiro MiG
abatido, em 19 de setembro
de 1951.

tajosa, pelo que a tática foi abandonada. na e outros integrantes das forças aéreas
O primeiro combate entre os Sabre e os das Nações Unidas na Coreia, como, por
MiG travou-se a 17 de dezembro, ao sul do exemplo, a Esquadrilha n.° 77 da Força
rio Yalu, quando uma esquadrilha de qua- Aérea australiana, baseada no Japão. Com
tro F-86 enfrentou quatro MiG-15 a 7.620 aviões F-51 Mustang, essa esquadrilha em-
m de altura. O líder da esquadrilha, coro- preendeu missões de ataque ao solo e es-
nel Bruce Hinton, atingiu uma das aero- colta a bombardeiros, sendo substituída no
naves chinesas, marcando o primeiro ten- final de 1950 pelos Gloster Meteor F.Mk
to americano. 8 da Grã-Bretanha.
Os North American T-6 Texan, por sua Depois de quatro dias sem perdas signi- Em pouco tempo, porém, os Meteor fo-
baixa maneabilidade e velocidade, ficativas para nenhum lado, ocorreu a pri- ram relegados a funções de ataque ao so-
foram encarregados da supervisão dos meira derrota dos F-86: a 22 de dezembro, lo, depois de sofrerem grandes perdas nos
campos de batalha e da localização de um MiG abateu o avião pilotado pelo ca- combates com os MiG.
posições de artilharia. pitão Lawrence Bach. Mais tarde, nesse Na verdade, a Força Aérea britânica de-
mesmo dia, oito F-86 (liderados pelos co- sempenhou reduzido papel na Coreia, em-
ronéis John Meyer e Glenn Eaglestone) de- pregando poucas unidades em combate.
vens que os americanos, poucos acumula- frontaram-se com um grupo de quinze Foram usados dois porta-aviões ligeiros e
vam mais de 200 horas de voo em apare- MiG. Combatendo a partir de uma altura um pequeno contingente de pilotos britâ-
lhos a j ato. de 9.145 m e baixando rapidamente até 305 nicos atuou em rodízio com as forças aé-
m, os americanos travaram uma batalha reas dos Estados Unidos e da Austrália.
Táticas de combate memorável, abatendo seis aviões inimigos. Registrou-se ainda a presença de alguns pi-
Os americanos voavam em formação de O bom desempenho do 4.° Regimento lotos de outros países pertencentes à Co-
quatro unidades, bem espaçadas entre si, de Caças não teve continuidade, pois a base munidade Britânica.
o que facilitava as manobras e dificultava de Kimpo ficou ameaçada pelo avanço chi- A Marinha e a Força Aérea naval da
sua localização pelo radar. Nos combates, nês e os Sabre tiveram de operar da distante Grã-Bretanha atuaram ainda no apoio à
operavam em duplas: um avião dava co- Base Aérea Johnson, no Japão. Força-Tarefa 77, da Marinha americana.
bertura a seu líder. Já os chineses voavam Mesmo com os caças F-86 longe da Co- O porta-aviões ligeiro Theseus serviu na
em grupos de até vinte aviões e cada pilo- reia, porém, os chineses não conseguiram Coreia até ser substituído por seu irmão gé-
to combatia de forma independente. fornecer cobertura aérea adequada às tro- meo Glory, posteriormente rendido pelo
No início, os Sabre usaram o artifício de pas em terra. Eles relutavam em combater australiano Sydney. Todos eles transpor-
voar em baixa velocidade, sugerindo tratar- com seus antigos bombardeiros a hélice, tavam caças-bombardeiros Fairey Firefly
se de aviões antigos. Dessa forma, procu- sem escolta — e as frentes de batalha esta- e Hawker Sea Fury.
ravam atrair os caças inimigos para um vam além do alcance das bases aéreas dos Nos porta-aviões dos Estados Unidos,
confronto. Por outro lado, sua lenta ace- MiG, ao norte do rio Yalu bastante requisitados para conter a ofen-
leração deixava os F-86 em posição vanta- Havia ainda outra dificuldade: Pequim
tinha proibido o uso das bases na Manchú-
ria por parte dos caças-bombardeiros em Para combater os MiG-15, os Estados
Fotografado em pleno combate, um operação na Coreia, receando um contra- Unidos enviaram imediatamente o 4. °
MiG-15 atingido por um F-86, em 1. ° ataque americano sobre território chinês. Grupo de Caças. Em 13 de dezembro
de abril de 1952. Momentos antes de o Nessa etapa da guerra, tiveram atuação de 1950, um reduzido destacamento de
avião pegar fogo, o piloto seria ejetado. destacada os aviões da Marinha america- F-86A fazia seu primeiro voo na Coreia.

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COMBATES AÉREOS
Inferior ao MiG-15, o caça
britânico Gloster Meteor foi
destinado a missões de
ataque ao solo.

O aparecimento dos caças a


jato MiG-15 teve enorme
influência nos combates
aéreos na Coreia. Este
modelo, com as insígnias da
Força Aérea da Coreia do
Norte, trazdirecionadoresde
fluxo sobre as asas.

siva comunista no inverno de 1950/51, a A ofensiva da primavera


maioria das operações restringiu-se a aviões Em 1950, era óbvio que o envolvimento
com motor a pistão — entre eles os Dou- dos EUA na Coreia não tinha sido corre-
glas AD Skyraider e os Vought F4U Cor- tamente avaliado pelas forças comunistas.
sair, capazes de pousar nos deques de ma- Além de subestimar a capacidade da indús-
deira existentes nos porta-aviões que ope- tria aeronáutica americana, a China Popu-
ram esse tipo de caça. O primeiro porta- lar dependia basicamente da entrega de
aviões construído especialmente para ope- aviões soviéticos — Yakovlev Yak-9 e
rar com aviões a jato, mais pesados, que Yak-17, Lavochkin La-11, Ilyushin 11-1,0,
exigiam convés de aço, foi o Oriskany, co- Mikoyan-Gurevich MiG-15 e MiG-9, além
missionado em setembro de 1950. dos bombardeiros bimotores Tupolev
Tu-2.
Para compensar essa deficiência, duran- Com seus F-51D Mustang, a 77. "
Um bombardeiro Sea Fury ataca em te o inverno de 1950/51 os comunistas es- Esquadrilha da Força Aérea australiana
mergulho acentuado. Aparelhos como forçaram-se em melhorar as condições de juntou-se ao 35. ° Grupo, em Pohang,
este levavam quatro foguetes de 6 suas bases na Coreia do Norte. Cetca de combatendo pela primeira vez em 11 de
polegadas ou duas bombas de 227 kg. duzentos MiG-15 ainda permaneciam na agosto de 1950.
COMBATES AÉREOS
O Vought Corsair confirmou
na Coreia sua posição de
melhor caça naval com
motor a pistão já fabricado.
O F4U-5N tinha radar e
quatro canhões de 20 mm.

Um Vought F4U-4 é municiado a bordo


do Sicily antes de partir em missão
noturna. Esse porta-aviões de escolta
foi utilizado na Coreia de 1950 a 1953.

Decotando do porta-aviões Boxer, este tos para reagir; seus pilotos lançaram-se so- won. As patrulhas aéreas também recebe-
Douglas AD-1 Skyraider carregado de bre as superfortalezas B-29, assim que elas ram reforços, passando de quatro para seis
bombas dirige-se para as duas pontes saíram de formação para bombardear o al- Sabre. A 22 de abril, duas patrulhas foram
fluviais ao norte da localidade de vo. Três B-29 foram abatidos e outros sete atacadas por 36 MiG; tiveram a ajuda de
Hungnam. ficaram seriamente danificados, doze F-86, que derrubaram quatro caças
registrando-se a morte de 32 tripulantes. Os chineses.
F-84 não conseguiram atingir os MiG, em- No final de maio, o 4.° Regimento de
Manchúria e novos pilotos eram treinados bora quatro caças chineses tenham sido Caças Interceptadores já registrava um to-
por instrutores soviéticos. atingidos pelos Sabre. Os artilheiros dos tal de 3.550 saídas em apenas cinco meses,
A Força Aérea americana, ao contrário, B-29 reivindicaram a destruição de nove com saldo de 22 MiG-15 destruídos, con-
limitou-se a reequipar o 27.° Regimento de MiG, além de sérios danos causados em tra a perda de um único Sabre em comba-
Caças de Escolta, com modelos aperfeiçoa- outros seis. te. No entanto, por essa época, os velhos
dos do F-84E. O 4.° Regimento de Caças Em resultado da batalha de 12 de abril, aviões com motor a pistão — Skyraider e
Interceptadores era o único que contava deslocou-se a 336.a Esquadrilha, com seus Corsair — ainda constituíam a base do
com os F-86 quando, em março de 1951, F-86A, para uma frente mais avançada, apoio aéreo às operações terrestres na
previu-se uma ofensiva chinesa e norte- juntando-se à 334.a Esquadrilha em Su- Coreia.
coreana. No dia 1.°, nove MiG fizeram um
único mergulho sobre uma formação de
dezoito B-29, atingindo dez deles. Só no dia
6 de março chegaram a Suwon os primei-
ros Sabre da 334.a Esquadrilha. Nessa épo-
ca, a 336.a Esquadrilha se deslocava para
Taegu, deixando a 335.a disponível, no Ja-
pão, para os rodízios de substituição. O to-
tal de F-86 Sabre na Coreia chegou a 48
unidades.
O grosso do contingente de MiG, porém,
era mantido longe da zona de maior peri-
go. Em março, houve 940 incursões de
F-86, mas apenas três MiG foram abatidos.
O maior de todos os combates aéreos
ocorreu a 12 de abril de 1951, num ataque
à ponte ferroviária sobre o rio Yalu. Par-
ticiparam 48 B-29, escoltados por 36
F-84E, além de dezoito F-86A na cobertu-
ra de topo. Todos os MiG baseados em An-
tung — 75 ao todo — estavam no ar, pron-

Em 1.° de maio de 1951, oito AD-1


Skyraider do Princeton utilizaram
torpedos para destruir a represa de
Hwachon, de enorme importância
estratégica.
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COMBATES AÉREOS

A China intervém
A China Popular apoia o Norte, os EUA apoiam
o Sul: o confronto na Coreia adquire nova dimensão.
Apesar do fracasso da ofensiva comunista ser obtida uma trégua precária, as posições Ornar Bradley, um dos mais respeitados co-
na primavera de 1951, o comando militar das tropas em confronto cortavam diago- mandantes americanos da Segunda Guer-
das Nações Unidas temia um novo e mais nalmente o Paralelo 38. ra Mundial, "levar a melhor sobre os chi-
profundo envolvimento chinês na Coreia. A suspensão dos combates em terra te- neses não é um passo decisivo, não garan-
Na ocasião, os serviços de informação da ve como contrapartida a intensificação da te o término da guerra na Coreia e talvez
ONU estimavam o poderio aéreo da Chi- luta pela supremacia aérea, pois quem con- não obrigue a China Vermelha a dobrar os
na em 1.050 aeronaves de fabricação so- trolasse os céus da Coreia disporia de um joelhos". Isso significa que a vitória no
viética, das quais setecentas se encontra- poderoso instrumento de barganha, a ser campo de batalha, mais que provável em
vam em bases próximas à zona de conflito. utilizado na mesa de negociações.
Essa concentração de forças levou os A curto prazo, porém, os Estados Uni-
EUA e seus aliados a desistir do projeto de dos nada podiam fazer para enfrentar o nú- Um Lockheed F-80C ataca um alvo
unificar pela força, sob o controle de Seul, mero crescente de jatos de fabricação so- com foguetes. Apesar do destaque dado
os territórios do norte e do sul. A ONU de- viética nos céus da Coreia. Na verdade, os aos combates aéreos, a função mais
cidiu, em vez disso, promover negociações EUA estavam muito mais preocupados importante dos aviões das Nações
diplomáticas para a solução do conflito. As com a possibilidade de intervenção sovié- Unidas era apoiar as tropas em terra e
primeiras conversações de paz realizaram- tica do que com a intervenção efetiva da cortar as linhas de suprimento dos
se em Kaesong, a 10 de julho de 1951. Ao China Popular. Nas palavras do general chineses e norte-coreanos.

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COMBATES AÉREOS
No inicio do conflito, a
Força Aérea sul-coreana
dispunha de um reduzido
número de aviões de
combate. Este North
American F-51D é um dos
aparelhos cedidos pela USAF
à Coreia em agosto de 1950.

mantida no Mediterrâneo, com seus três deveriam atingir todas as estradas, ferro-
porta-aviões de 45.000 t — o Midway, o vias, túneis e pontes de uma área com-
Coral Sea e o Franklin D. Roosevelt — e preendida entre os paralelos 38° 15' N e
modernos bombardeiros North American 39° 15' N. A operação mobilizaria aero-
AJ-1 Savage, impulsionados a jato (e a pis- naves de todas as forças das Nações Uni-
tão) e armados com ogivas nucleares. das — a USAF, a aviação da Força-Tarefa
77 (aparelhos dos porta-aviões Bon Hom-
A guerra sob controle me Richard, Boxer e Princetorí) e a Força
A autorrestrição no emprego dos meios de Aérea do Corpo de Fuzileiros Navais. Os
combate estendeu-se a todos os aspectos alvos situados a oeste ficavam a cargo dos
das operações. Em termos de poderio aé- bombardeiros médios e aviões de ataque da
reo, por exemplo, os únicos aparelhos ame- USAF; os da frente central sofreriam os
ricanos de desempenho equivalente ao do ataques da aviação embarcada e os do les-
MiG-15 eram os North American F-86A te seriam golpeados pelas esquadrilhas dos
Sabre. Decididos a superar o rival, os EUA Marines, baseados em terra.
deram prioridade ao desenvolvimento de Apesar dos ataques com napalm, fogue-
um modelo aperfeiçoado, com desempe- tes e bombas de ação retardada, o projeto
nho aumentado pela instalação de pós- fracassou totalmente. Os comunistas pas-
queimadores. No entanto, para evitar uma saram a utilizar estradas rústicas, de fácil
eventual retaliação que ampliasse o confli- manutenção, sem que as atividades nas
to, os Sabre aperfeiçoados só começaram frentes dessem sinal de terem sido afetadas.
a chegar à Coreia em setembro de 1951. A reação chinesa, no entanto, foi impla-
Os F-86A do 4. ° Regimento de Caças A Força Aérea dos EUA contava, ain- cável. Sabendo que os Sabre F-86 opera-
Interceptadores foram os primeiros da, com bombardeiros mais avançados,^co- vam a partir de Suwon, os chineses adota-
Sabre a chegar à Coreia. mo, por exemplo, o quadrijato North ram uma tática usada por alemães e sovié-
American B-45 Tornado. Se esse aparelho ticos na Segunda Guerra Mundial: sobre-
fosse enviado à Coreia, a resposta da voar as pistas inimigas durante a noite, em
termos militares, era tida como inconve- União Soviética teria sido, muito provavel- baixa altitude, e despejar bombas de frag-
niente do ponto de vista político, pois cria- mente, a introdução imediata do novo ja- mentação sobre os aviões estacionados.
ria a possibilidade de um perigo maior: a to Ilyushin 11-28 (que só entrou efetivamen- O primeiro desses reides ocorreu na ma-
guerra total contra os soviéticos. te em ação em abril de 1953). drugada de 17 de junho de 1951, com re-
Prova desse receio é que Washington res- Assim, para não ampliar em excesso o sultados desastrosos para as Nações Uni-
tringiu seu aparato bélico no conflito, en- conflito, o comando das forças das Nações das. Um Sabre foi destruído, quatro fica-
viando à Coreia apenas três porta-aviões Unidas contentou-se com dois regimentos ram seriamente danificados e outros qua-
rápidos, da classe Essex de 36.0001, equi- de Douglas B-26 e três de Boeing B-29. Es- tro foram atingidos de leve. Um único bi-
pados com aeronaves de pistão. Enquanto tes últimos praticamente se limitavam a plano Polikarpov Po-2, voando à veloci-
isso, a poderosa VI Frota americana era bombardeios diurnos e requeriam urna for- dade máxima de 150 km/h e equipado com
te escolta.
Outro exemplo de autocontenção mani-
Um F-51D do 18. ° Regimento de festou-se no terreno político, com a subs- Caças McDonnell F2H-2 Banshee
Caças-Bombardeiros. Em seus ataques tituição do comandante-em-chefe das for- sobrevoam o Fujiyama, no Japão. Além
ao solo, os F-51 dispararam 183.034 ças das Nações Unidas na Coreia. O agres- de apoiar as forças em terra, os aviões
foguetes, superando o total dos outros sivo general MacArthur entregou o coman- protegiam as rotas marítimas entre a
aviões que atuaram na Coreia. do ao general Matthew Bunker Ridgway, Coreia e o Japão.
cujos objetivos proclamados eram "restau-
rar a paz e evitar o confronto com a China
e a União Soviética".
Operação Estrangulamento
Um dos últimos projetos desenvolvidos sob
a supervisão de Douglas MacArthur foi a
Operação Estrangulamento, que pretendia
isolar as fontes de abastecimento da fren-
te comunista por meio de ataques aéreos
às vias de acesso e transporte. As bombas
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COMBATES AÉREOS
Este Grumman F9F-5P atuou
na Coreia como avião de
reconhecimento. Um modelo
idêntico abateu um MiG em
9 de novembro de 1950.

O Yakovlev Yak-18 (com


cores e insígnias norte-coreanas)
desempenhava funções
de treinamento. Chegou a ser
empregado em missões de
patrulha, até que o número
de perdas tornou-se proibitivo.

duas bombas de 11 kg, conseguiu, em pou- surpreendidos pelos F-86 comandados pé- Quando a guerra começou, a Coreia do
cos segundos, causar mais destruição do Io coronel Gabreski (famoso piloto da Se- Sul tinha menos de uma dúzia de
que todos os MiG-15 em sete meses de gunda Guerra Mundial), que destruíram aeroportos que se prestassem para
combates aéreos. três MiG. Uma semana mais tarde, 34 Sá- operações aéreas. Nos três anos
bre em operação de resgate defrontaram-se seguintes, o número subiu a cinquenta.
"Alameda dos MiG"
Após esse ataque, os comunistas redobra-
ram seus esforços para conter as ativida-
des dos F-86 ao longo da frente e do rio
Yalu — um espaço aéreo inicialmente do- o^X"
minado pelos MiG-15, conhecido como
"Alameda dos MiG". Dois F-86 foram <?;\
abatidos a 17, e um terceiro a 22 de junho;
em contrapartida, seis MiG-15 foram des-
truídos pelos Sabre a!7, 1 8 e l 9 d o mes- Antung

mo mês. Dias depois, o coronel Eaglesto-


ne, comandante do regimento de F-86, foi
atingido por três projéteis dos canhões dos MAR DO JAPÃO
MiG. Apesar das avarias, conseguiu fazer
um pouso forçado em Suwon.
A 20 de junho, os pilotos chineses e nor-
te-coreanos empreenderam novo ataque em Linha de cessar-fogo estabelecida
grande escala: trinta bombardeiros Ilyus- a 27 de julho de 1953

hin 11-10 escoltados por Yak-9 investiram


contra uma ilhota dominada por tropas das
Nações Unidas. Foram rechaçados pelos Paralelo 38 N

Mustang da Força Aérea sul-africana.


Principais bases aéreas
Os combates prosseguiram por todo o
das Nações Unidas
mês de julho. No dia 8, jatos chineses que
K-1 Pusan West
atacavam uma formação de F-51 foram K-2 Taegu
K-3 Pohang
K-8 Kunsan
K-9 Pusan
Pilotos dos Republic F-84E, do 27. ° K-10 Chinhae
K-13 Suwon
Regimento de Caças preparam-se K-14 Kimpo
para executar uma missão de K-16 Seul
K-46 Hoengsong
reconhecimento armado sobre a Coreia K-47 Chunchon
K-55 Osan
do Norte (dezembro de 1950).

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COMBATES AÉREOS
Recordista de 122 missões,
este McDonnell F2H-2P
Banshee fazia
patrulhamento. Tinha
MARINES câmaras no nariz.

ferroviário de Wojin, a apenas 27 km da roviária ao norte, indispensável para o


fronteira chinesa. Os aviões receberam transporte de material para a zona de com-
equipamento de bombardeio de precisão, bate. Percebendo a manobra das forças das
mas ambas as operações fracassaram: o Nações Unidas, os comunistas deslocaram
mau tempo e o receio de invadir o espaço outro destacamento de MiG-15 em versão
aéreo chinês contribuíram para que a cida- bis, equipados com modernos turbojatos
de escapasse às bombas. A terceira tenta- VK-1 em lugar das antigas turbinas RD-45.
tiva, porém, teve êxito absoluto. Os efeitos dessa mudança foram imediatos,
Carregados com duas bombas de 227 kg, A 25 de agosto, 35 B-29 foram escolta- resultando em pesadas perdas para as Na-
dois Republic F-84 Thunderjet do dos pelos McDonnell F2H-2 Banshee e ções Unidas: cinco B-29 abatidos, oito da-
49. ° Regimento de Caças-Bombardeiros Grumman F9F Panther, lançados do Es- nificados e 55 tripulantes mortos, contra
decolam da base aérea de Taegu com a sex. Calcula-se que 29 bombardeiros te- apenas nove MiG derrubados.
ajuda de foguetes. Mesmo com nham chegado a Wojin, aí despejando um A maior batalha aérea ocorreria no fi-
equipamento auxiliar de decolagem, o total de mais de 300 t de bombas sobre o nal de outubro, quando oito B-29 ataca-
F-84 necessitava de cada centímetro da alvo. Em seguida, os aviões retornaram a ram Namsi com a cobertura de 55 F-84 e
pista para levantar voo. suas bases sem encontrar oposição alguma 34 F-86. De repente, surgiram cem MiG,
dos caças inimigos. que cercaram a escolta; outros cinquenta
Em função desse ataque, os chineses pu- avançavam e atacavam os bombardeiros.
com trinta MiG, resultando num saldo de seram em ação uni novo regimento de Em 5 minutos, três B-29 foram derruba-
três caças comunistas abatidos. Gom o ele- MÍG-Í5, baseado em Antung, próximo à dos, quatro sofreram danos e se perdeu um
vado número de perdas, os comunistas ti- fronteira coreana. Isso provocou o desloca- F-84, contra apenas seis MiG perdidos (três
veram de reduzir suas atividades aéreas. mento do 4.° Regimento de Caças Intercep- abatidos por bombardeiros, dois pelos Sa-
Enquanto era realizada a Operação Es- tadores F-86 para a base de Kimpo. A essa bre e um por um F-84 Thunderjet).
trangulamento, os chineses colocaram em altura, já haviam sido eliminadas muitas fa- As forças comunistas tinham intensifi-
ação defesas antiaéreas orientadas pelo ra- lhas mecânicas dos Sabre, que em agosto cado a guerra aérea a um ponto máximo,
dar, capazes de atingir bombardeiros a derrubaram quatro MiG seríi sofrer perdas. empregando grupos de até oitenta jatos de
mais de 6.000 m. Com isso, as Nações Uni- caça em cada incursão de combate. Com
das perderam, em junho e julho, 13 B-29 O clímax da guerra aérea isso, o comando das Nações Unidas foi for-
e vinte tripulantes — um número signifi- Assim, em setembro, os combates aéreos çado a abandonar os bombardeios diurnos
cativo, considerando o total de 99 B-29 en- foram intensificados com a entrada em ce- com os B-29, rnuito vulneráveis a ataques
viados à Coreia. . na dos novos F-86E, em substituição aos maciços. Em compensação, cresceu o nú-
Em agosto, as Nações Unidas responde- F-86A perdidos em combate. Dos 911 MiG mero de bombardeios noturnos realizados
ram à ofensiva com dois reides de B-29, avistados durante esse mês, catorze foram a partir dos porta-aviões. Nesses reides
que despejaram bombas sobre o porto e nó abatidos por aeronaves F-86 e F-84. Ao eram utilizados Corsair e Skyraider, que
mesmo tempo, as operações navais sofre- normalmente cuidavam do patrulhamento
ram um retrocesso, devido a um incêndio e davam proteção aos porta-aviões. A au-
O 314.° Grupo de Transporte de a bordo do Essex. O porta-aviões ficou em sência de iniciativa do adversário no mar
Tropas era uma das unidades que reparos durante três semanas, deixando permitiu que esses aparelhos fossem des-
garantiam apoio na retaguarda. Mesmo sem cobertura as esquadrilhas de ataque. locados para a nova tarefa de ataque às fer-
em más condições climáticas, os A Operação Estrangulamento já chega- rovias ao norte. Tais incursões contaram
Fairchild C-119 chegavam às zonas de va ao fitn, e passou a ser acionado um no- também com a participação de Skyraider
lançamento previstas. vo plano, destinado a destruir a rede fer- pertencentes aos Fuzileiros Navais.

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AERONAVES FAMOSAS

Dassqu It-Breguet
irage III
Considerado o melhor interceptador por vários especialistas,
é operado por 21 forças aéreas, além da francesa.

O Dassault Mirage III é o caça supersônico europeu mais bem- subsônicos, para uma velocidade de cruzeiro Mach 0,9 combina-
sucedido em termos de unidades produzidas. Nesse sentido, su- da a um grande volume de combustível. Mas foi com o Fairey
perou o Hawker Hunter, ao dominar o mercado de exportação FD.2, cujo primeiro voo se deu em 1954, que a Grã-Bretanha con-
de aviões de combate. Incluindo o Mirage 5 e o 50 — basicamen- quistou o recorde mundial de velocidade: 1.811 Km/h, ou Mach
te o modelo III com designações revistas para comercialização l ,7. Esse projeto é às vezes apontado como inspirador do Mira-
—, chegou a 1.400 aparelhos fabricados, servindo a 21 forças aé- ge III. No entanto, havia tanta atividade relacionada a asas em
reas, além da francesa. delta na metade da década de 50 que não parece razoável atri-
Decorridos vinte anos de sua entrada em serviço, a produção buir a nenhum projeto em particular o início da série francesa,
contínua das séries III, 5 e 50 atesta a qualidade de seu projeto embora as atividades da Fairey possam ter injetado confiança adi-
básico. cional à Dassault.
A busca de um caça em delta de alto desempenho começou na O desenvolvimento da asa em delta da Dassault teve início em
Alemanha, antes da Segunda Guerra Mundial. Quem orientou meados da década de 50, depois da Guerra da Coreia. Uma das
O projeto foi o professor Alexander Lippisch, mais tarde respon- lições desse conflito foi a evidência de que a União Soviética po-
sável pelo Messerschmitt Me 163 Komet, interceptador-foguete dia fabricar caças de alto desempenho, ainda que a primeira ge-
sem empenagem, com velocidade máxima de 954 Km/h, a 9.145 ração de asas enflechadas,(Mikoyan-Gurevich MiG-15) estivesse
m. As pesquisas alemãs sobre o comportamento de asas em delta calcada na aerodinâmica alemã e num impulsor britânico. O fa-
no túnel de vento foram estudadas pelos aliados após a guerra, to é que não havia um só caça europeu que se igualasse ao me-
servindo de base para o projeto do Convair XF-92A, avião expe- lhor dos soviéticos. Inicialmente, na Europa, desenvolveu-se o
rimental subsônico que voou pela primeira vez a 18 de setembro Gloster Meteor (por incrível que pareça, para dar cobertura ao
de 1948. Os resultados obtidos pelo XF-92A encorajaram a Con- North American F-86 Sabre), que logo acabou relegado a ata-
vair a insistir na asa triangular. Seu sucessor, o YF-102 Delta Dag- ques ao solo. Entre os caças americanos, excetuando-se o Sabre,
ger, rompeu a barreira do som em 21 de dezembro de 1954. nenhum sobreviveria a um combate com o MiG-15.
A Avro também executou projetos de asas em delta, começan- Ao projetar novos caças ocidentais que pudessem igualar ou
do pelo Type 707, avião experimental de 1949, e chegando ao Vul- superar os Mig-15 e seus sucessores, os fabricantes buscaram au-
can, que voou pela primeira vez em 1952. Eram todos projetos mento de empuxo, pela incorporação de pós-queimadores e ré-

O MD.550 Mirage I voou em junho de 1955, impulsionado Em Dijon (França), os Mirage IIIC da Força Aérea francesa,
por dois turbojatos Rolls-Royce Viper. Com um foguete da Esquadrilha de Caças 3/2 "Alsace", recebem combustível
auxiliar, atingiu Mach 1,3 em dezembro do ano seguinte. e são revisados.
45
AERONAVES FAMOSAS
Modelo experimental IIIE,
armado com um míssil
antinavio Aérospatiale AM39
Exocet. Esse engenho é o
mesmo usado pelos Super
Étendard franceses e
argentinos, pelos Sea King
do Paquistão e pelos Super
Frelon iraquianos. O
número 118 indica a base.

dução do arrasto aerodinâmico, graças a fuselagens mais delgadas. Nomenclatura do Dassault Mirage IIIE
Americanos e soviéticos seguiram esse caminho, chegando, res-
pectivamente, ao North American F-100 Super Sabre e ao MiG-19;
ambos voaram em 1953. Dois anos depois, os franceses desen-
volveram o Dassault Super Mystère. Os três modelos tinham del-
gadas asas enflechadas, eram dotados de pós-queimadores e
1 Carenagem da antena (de fibra
atingiam Mach 1,1 a 1,3. Eram bons aparelhos e permaneceram de vidro)
2 Antena VHF
em serviço por longo tempo; mas, em termos de desempenho ab- 3 Luzes de navegação e
anticolisâo
soluto, constituíram apenas etapas rumo ao caça de Mach 2. 4 Antena do radar de aviso
5 Estrutura do leme
Os projetistas sabiam que as velocidades chegariam rapidamente 6 Lcngarina principal da deriva
7 Antena de radar passiva
8 Antena de UHF
à faixa de Mach 2 e 2,5, limite de temperatura do alumínio. Esta 9 Acionador hidráulico do leme
10 Detector magnético
seria uma barreira difícil de ultrapassar. Quem conseguisse pro- 11 Liberador do pára-quedas
12 Compartimento do pára-quedas
duzir um bom aparelho Mach 2 poderia, portanto, vendê-lo por de frenagem
13 Carenagem do pára-quedas
muitos anos, ficando seu fabricante em privilegiada posição. A 14 Cobertura do bocal do jato
15 Bocal do jato, de geometria
variável
Lockheed produziu o F-104 Starfighter, com uma asa curta, de 16 Atuadores dos flapes do bocal
17 Aberturas para ar de
enflechamento quase nulo e razão espessura/corda incrivelmen- refrigeração
18 Duto do escapamento
te reduzida (3,3%). Tal valor significava metade da espessura alar 19 Estrutura posterior da
fuselagem e retorçadores
dos caças anteriores e exigia técnicas de construção especiais, não 20 Carenagem do bordo de fuga
da raiz da asa
apenas do ponto de vista estrutural, mas principalmente quanto 21 Estrutura principal de fixação
da deriva
22 Fixação da longarina da deriva
à colocação do atuador do aileron dentro da asa. Circulavam his- 23 Passagem de cabo de
comando
tórias, na época, de pessoal de manutenção que se feria no bor- 24 Revestimento térmico do
compartimento da turbina e do
do de ataque do F-104. Mas este, de fato, é arredondado e muito escapamento
25 Duto do pós-queimador
menos perigoso que o bordo de fuga de qualquer caça conven- 26 Atuador hidráulico do
compensador do elevcn
cional. 27 Tanque de combustível v
28 Berço do molor, suporte
As asas do Starfighter de pouco servem para armazenar com- principal
29 Estrutura principal da
fuselagem/longarina da asa
bustível ou trens de aterragem, e a principal desvantagem desse 30 Junção da longarina principal
31 Gerador acionado por caixa de
caça está em sua elevada velocidade de pouso. Como seu peso redução do motor

aumenta com equipamentos extras (em especial um radar de vi-


gilância), isso exige um sopro de ar auxiliar, sangrado da turbi-
na, nos flapes. O resultado é um avião difícil de manobrar a baixa
32 Compartimento de
acessórios do motor
33 Turbina SNECMA Atar 9C com
pós-queimador
34 Tomadas de ar do sistema de
refrigeração
35 Trocador de calor
36 Tanque de óleo do motor
37 Antena IFF
38 Tanque de combustível
inteiriço da asa esquerda
(capacidade interna total de
3.330 litros)

39 Elevon inlerno
40 Elevon externo
41 Luz de navegação esquerda
42 Nervuras curvas do bordo de
ataque
43 Fixação do suporte da asa
esquerda
44 Dente do bordo de ataque
45 Tanque de combustível do
bordo de ataque esquerdo
46 Eixo de articulação do trem de
aterragem principal
47 Dutos dorsais da fuselagem
Dois aparelhos de treinamento da Esquadrilha de Caças 2/2 48
49
Tubulação do sistema de ar
Tomada de ar da turbina
50 Compartimento do motor de
"Cote d'Or", baseada em Dijon (França). O 2-FN é um partida
51 Tanques de combustível da
IIIB, e o 2-ZJ, um IIIBE, com equipamento mais sofisticado. fuselagem

46
AERONAVES FAMOSAS
O guerreiro Sioux pintado na
deriva indica que este IIIE
pertence à Esquadrilha de
Caças 2/4 "La Fayette", da
BA 116, em Luxeuil
(França).

Mirage 5BA da 2. a
Esquadrilha de
Caças-Bombardeiros
belga, unidade baseada em
Florennes com os Mirage
5BR da 42. a Esquadrilha,
de reconhecimento tático.

52 Filtro de ar do sistema de 67 Controlador de programa do 85 Radar de controle de fogo 105 Caverna de pressão traseira da 123 Atuador hidráulico do freio 140 Suporte interior direito
refrigeração radar Thomson CSF Cyrano II nacele aerodinâmico 141 Hastes de controle
53 Regulador de vollagern dos 68 Trava externa da capota 86 Antena parabólica do radar 106 Tornada para o ar-condicionado 124 Freio aerodinâmico (faces 142 Suporte lança-míssil
computadores 69 Articulação da capota 87 Cobertura do radar (de fibra de 107 Difusor móvel superior e inferior abertas) 143 Míssil ar-ar AIM-9 Sidewínder
54 Garrafas de oxigénio 70 Carenagem de acesso ao vidro) 108 Entrada de ar direita 125 Compartimento do freio 144 Módulo JL-100 de combustível
55 Sistema de combustível para compartimento eíetrônico 88 Tubo Pitot 109 Porta do trem dianteiro aerodinâmico e fogueies (250 litros de
voo de dorso 71 Aletas estabilizadoras do 89 Míssil ar-ar Matra 530 110 Atuador de movimento do 126 Tanque de combustível do combustível mais 18 foguetes
56 Dutos de entrada tanque 90 Carenagem do radar Doppler difusor bordo de ataque direito de 68 rnrn não-guiados)
57 Computador para mísseis 72 Tanque auxiliar de 1.300 litros 91 Antena do radar Doppler de 111 Equipamento de ar- 127 Míssil ar-superfície teleguiado 145 Suporte externo da asa
Matra 530 (ou de 1.700 litros, navegação Thomson CSF condicionado AS.37 Martel 146 Fixação do suporte externo da
58 Transmissor/receptor VH F alternativamente) 92 Caverna de pressão dianteira 112 Duto de sangria de ar da 128 Míssil ar-ar AS.30 Nord asa
59 Multiplicador da plataforma 73 Tanque alijável de 600 litros da nacele camada-limite 129 Roda do trem de aterragem 147 Longanna dianteira
giroscópica 74 Capota 93 Pedais do leme 113 Suporte ventral de bombas direito 148 Luz de navegação direita
60 Transceptor Doppler 75 Atuador hidráulico da capota 94 Tela do radar 1 4 Bombas HE de 400 kg 130 Porta do trem 149 Atuador hidráulico do elevon
61 Computador do sistema de 76 Apoio de cabeça 95 Manche 1 5 Canos dos canhões 131 Tesouras de Iorque externo
navegação 77 Alça de disparo do assento 96 Piso da nacele 1 6 Canhões DEFA de 30 mm, com 132 Amortecedor 150 Tanque de combustível integral
62 Computador de dados ejetável 97 Console lateral direito 250 projéteis cada 133 Eixo de fixação do trem de da asa direita
aerodinâmicos 78 Assento ejetável Martin-Baker 98 Portas da roda do nariz 1 7 Módulo ventral dos canhões aterragem 151 Atuador hidráulico do elevon
63 Codificador de míssil Nord (licença da Hispano) RM.4 99 Perna do trem de aterragem 1 8 Tomada de ar auxiliar 134 Atuador hidráulico de interno
64 Transceptor do radioaltímetro 79 Painel do console esquerdo 100 Luzes de pouso e táxi 1 9 Painel de manutenção do recolhimento 152 Estrutura da asa, de nervuras
65 Computador corretor de 80 Moldura da capota 101 Suspensão articulada sistema elétrico 135 Acumulador hidráulico do trem e longarmas múltiplas
orientação e inercial 81 Visor ao nível dos olhos 102 Roda do nariz 120 Canhão interno DEFA de 30 de aterragem 153 Longarina traseira
66 Caixa de conexões dos 82 Painéis do pára-brisa 103 Amortecedor de trepidação mm, direito 136 Longarina principal da asa 154 Construção do elevon externo
armamentos 83 Cobertura do painel de (shimmy) 121 Junção da longarina dianteira 137 Tubulação de combustível 1b5 Construção do elevon interno
instrumentos 104 Haste de recolhimento 122 Tubulação do sistema de 138 Suporte sob a asa 156 Compensador do elevon
84 Sensores de pressão para os hidráulico combustível 139 Dente do bordo de ataque 157 Tanque auxiliar ventral (500
instrumentos litros)
AERONAVES FAMOSAS

DassQuIt Mirage II) 1


Características
Dassault Mirage IIICJ
Tipo Caça para defesa aérea, com
capacidade secundária de ataque ao solo.
Propulsão Turbo j ato SNECMA Atar 9C,
com 6.000 kg de empuxo, pós-queimadores,
mais possibilidade para um foguete SEPR
841, de 1.680 kg de empuxo.
Desempenho Velocidade máxima com
mísseis ar-ar, acima de 2.112 km/h, ou
Mách 2,0 a 11.000 m (36.090 pés); atinge
12.000 m (39.370 pés) a Mach 1,8, em 6
min, com o foguete SEPR, levando míssil
ar-ar; teto operacional, 20.000 m (65.615
pés); raio de combate para ataque ao solo
de 1.200 km.

Pesos Vazio, 6.575 kg; máximo de


decolagem, 12.700 kg.
Dimensões Envergadura, 8,22 m;
comprimento, 14,75 m; altura, 4,50 m; área
alar, 35 m 2 .
Armamento Dois canhões de 30 mm
DEFA, capacidade para dois mísseis AIM-9
Sidewinder e um Matra 530, mais cinco
suportes para 2.268 kg de carga bélica.

48
AERONAVES FAMOSAS

Um Mirage IIIC da Força Aérea israelense (Heyl


Ha'Avir), armado com dois Shafrir, mísseis ar-ar
de curto alcance, e portando tanques externos
supersônicos. Os emblemas pintados no nariz
indicam que este avião abateu onze oponentes
egípcios. Israel opera os Mirage IIIC J e BJ.
AERONAVES FAMOSAS
Unidade da Esquadrilha de
Caças 3/10 "Vexin",
formada na Base Aérea 188,
em Djibuti, em 1.° de
janeiro de 1979, quando doze
Mirage IHC substituíram
seus Super Sabre.

.\

Mirage IIIEE da 112. "


Esquadrilha, do 11."
Regimento de Caças, baseado
em Manises, Valência
(Espanha). A Força Aérea
espanhola opera um total de
24 Mirage IIIEE.

velocidade. Apesar desses inconvenientes, o F-104 venceu o Mi- supersônicas com um impulsor francês de baixo empuxo. Isso
rage ao se tornar o caça-padrão da OTAN e ao ser escolhido pa- assegurou-lhe mais flexibilidade operacional, enquanto o Starfigh-
ra produção no Japão. ter mostrou-se mais adequado ao voo em alta velocidade a baixa
A Avions Mareei Dassault (que, em 1971, passou a chamar-se altitude.
Dassault-Breguet) adotou caminho oposto ao da Lockheed: ao O primeiro avião de asa em delta da Dassault voou em 25 de
invés de uma asa reta pequena, optou por uma grande asa em junho de 1955. Foi o MD.550 Mirage I, que utilizou dois turbo-
delta de 60 graus; tão grande que dispensava os flapes para sus- jatos Rolls-Royce Viper, com 794 kg de empuxo estático cada.
tentação extra e o plano horizontal de cauda. Em lugar de um Depois ele recebeu também um motor-foguete SEPR 66 de l .500
delgado aerofólio, que exigiria novas técnicas de construção, a kg de empuxo e, com essa propulsão mista, atingiu Mach 1,3 em
Dassault optou por uma seção de 5,0% construída pelos méto- dezembro de 1956. A combinação de turbina "de cruzeiro" com
dos tradicionais. Em combinação com as grandes cordas do del-
ta, tal projeto fornecia espessura de asa suficiente para acomodar
o trem de aterragem (inclusive as rodas) e uma considerável quan- Mirage IHCZ da Força Aérea sul-africana abre fogo contra
tidade de combustível. Essa asa era estreita o suficiente para re- alvos no solo. Esse equipamento confere ao país enorme
sultar em pequeno arrasto, possibilitando elevadas velocidades poder de ataque ao longo de suas fronteiras.
AERONAVES FAMOSAS
A Força Aérea colombiana
opera catorze
caças-bombardeiros 5COA
(como este 3029), dois de
reconhecimento COR e dois
biplaces de treinamento
COD.

foguete era muito usada na época como artifício para incremen- trazia metralhadoras e suportes para armamento externo. O IIID
tar a razão de subida e o teto operacional da aeronave. A maio- era similar, também biplace, com ênfase na versatilidade opera-
ria das forças aéreas logo abandonou essa ideia, em vista das cional do uso misto (mas ainda sem radar "olhando" para a fren-
dificuldades relacionadas ao manuseio de combustível, com ex- te). Foi originalmente projetado segundo especificações
ceção da França, que insistiu nessa combinação. australianas.
Produziram-se cerca de 180 Mirage III/5 biplaces, sendo a sub-
Refinamentos para Mach 2 série mais potente a do Mirage IIID2Z, sul-africana, com motor
O projeto inicial do Mirage II, sucessor do MD.550, previa dois Atar 9K-50 de 7.200 kg de empuxo, em lugar do Atar 9C padrão,
turbpjatos Gabizo, com 1.500 kg de empuxo cada. Após o can- de 6.000 kg.
celamento desse conjunto impulsor, a fuselagem foi modificada A variante seguinte, o Mirage IIIE, monoplace, teve três pro-
para receber apenas urna turbina SNECMA Atar 101G, com pós- tótipos; o primeiro voou em S de abril de 1961. O IIIC atua uni-
queimadores e 4.500 kg de empuxo. Rebatizado depois como Mi- camente como interceptador, mas o IIIE tem equipamento para
rage III-001, esse avião fez seu primeiro voo em 18 de novembro a defesa aérea e ataque ao solo em quaisquer condições de tem-
de 1956. Com a adição de um motor-foguete semelhante ao que po, com radar multimodo CSF Cyrano IIB, radar de navegação
equipara o MD.550, em 27 de janeiro de 1957 ele atingiu Mach Doppler e fuselagem mais alongada, para aumentar a capacida-
1,8, em voo nivelado, uma velocidade considerada notável para de de combustível. As entregas começaram em 1964, e mais de
a época. quinhentos logo foram produzidos. Embora desenvolvido para
Para chegar ao mágico número de Mach 2, todavia, alguns re- a Força Aérea francesa, o Mirage IIIE, fabricado sob licença, é
finamentos ainda se faziam necessários. Redesenhou-se a asa, operado também pela Austrália e Suíça, e, mediante compra di-
substituindo-se o perfil constante de 5% por um 4,5% na raiz reta, por uma dezena de outros países.
e 3,5% na ponta. A turbina passou a ser uma Atar 9B de 6.000
kg de empuxo, auxiliada por um módulo ejetável de foguetes Outras versões -
SEPR 841, de 1.680 kg de empuxo. O Mirage IIIR, uma versão de fotorreconhecimento, deriva do
Construiu-se uma pré-série de dez aparelhos, designados co- IIIE,aliviado da maior parte do armamento e com o radar do na-
mo Mirage IIIA. O primeiro do lote, o Mirage IIIA-01, voou em riz substituído por equipamento óptico. O primeiro protótipo de-
12 de maio de 1958 e já em 24 de outubro daquele mesmo ano colou em novembro de 1961, e mais de 150 IIIR e 5R foram
atingia Mach 2 em voo nivelado, com a turbina apenas. No ano fabricados para oito forças aéreas. As duas subséries-principais
seguinte, durante um voo de avaliação por pilotos estrangeiros, são a sul-africana, Mirage IIIR2Z, com motor Atar 9K-50, e o
registrou a velocidade de Mach 2,17. Esses dez Mirage IIIA fo- Mirage IIIRD, que tem um radar Doppler, espaço para equipa-
ram usados para desenvolvimento dos diversos sistemas usados mento SAT Cyclope de varredura infravermelha e dois tanques
em aeronaves e adaptados a vários padrões. Os três últimos já de 1.700 litros.
se configuravam praticamente idênticos aos primeiros produzi- Houve muitos modelos experimentais do Mirage III. Um de-
dos em série, os Mirage IIIC. O primeiro IIIC fez seu voo de es- les, o IIIO, foi testado pela Austrália com uma turbina Rolls-
treia ein 9 de outubro de 1960, logo sendo exportado para Israel Royce Avon RB. 146. Outro, o Mirage IIIT, serviu para ensaio
e África do Sul. do turbofan SNECMA TF-106, de 9.000 kg de empuxo. O Bal-
O protótipo do primeiro Mirage biplace — o IIIB — voou em zac era um VTOL (vertical take-offand landing, decolagem e ater-
21 de outubro de 1959. Não possuía a maior parte dos equipa- ragem vertical) de pesquisa, e com o Mirage IIIV, um VTOL
mentos eletrônicos, uma vez que se destinava a treinamento, mas maior, testaram-se turbinas ascensionais Rolls-Royce, propondo-
se sua produção à Força Aérea francesa. Ambos obtiveram rela-
tivo sucesso, mas o programa de caças franceses VTOL sofreu
interrupção no começo da década de 60.
O Mirage 5 é uma versão do III com equipamento simplificado.
Desenvolvido para se adequar às necessidades dos países do Orien-
te Médio, que têm tempo excelente a maior parte do ano (dispen-
sando, pois, radar), coloca ênfase na pouca manutenção requerida.
A eletrônica, antes atrás da nacele, foi simplificada e deslocada pa-
ra o nariz, cedendo espaço para mais 15% de combustível. Em eta-
pa posterior, a nova geração de aviônicos permitiu a ação, neste
ponto, de instalar aí um confiável equipamento de radar multifun-
ção e de um sistema de navegação inercial. O Mirage 5 voou em
19 de maio de 1957, e até meados da década de 80 contavam-se cer-
ca de quinhentos aparelhos fabricados (incluindo modelos de fo-
torreconhecimento e biplaces de treinamento).
Em consequência do embargo de armas imposto pelo governo
Este é o membro mais recente da série III, o Mirage 50. francês aos israelenses depois da Guerra dos Seis Dias e do ata-
Trata-se basicamente de um Mirage 5 com turbina Atar que ao aeroporto de Beirute, em dezembro de 1968, cinquenta
9K-50, como na série F. L Mirage 5F deixaram de seguir para Israel e foram incorporados
51
AERONAVES FAMOSAS
Caça da Força Aérea
australiana (Mirage HIO),
baseado em Butterworth
(Malaísia ocidental). Por um
acordo, Austrália, Nova
Zelândia e Grã-Bretanha
defendem a Malaísia e
Cingapura.

Mirage 5M (M413) da Força


Aérea do Zaire, que opera
monoplaces como este e
também biplaces 5DM.

às esquadrilhas 111/13 "Auvergne" e 11/13 "Alpes". Esses aviões Mirage IHEP: rnonopiace para o Paquistão.
servem com sete esquadrilhas de Mirage IIIE e um regimento do Versões do Mirage III Mirage MIEV: monoplace para a Venezuela.
Mírage HtA: dez pré-série, com Atar 98. - Mirage IHEZ: rnonopiace para a África do Sul.
Mirage IIIR do Comando Aéreo Tático, e um regimento de Mi- Mlrage HIB: primeiro biplace de série usado pela
Força Aérea francesa.
Mirage HIO: monoplace da série E produzido na
Austrália.
rage II1C do Comando das Forças de Defesa Aérea. Mirage HIBE: biptace de treinamento, de produção Mirage )11R: versão de fotorreconhecimento derivada
mais recente, da Força Aérea francesa, equipamento da série do Mirage IME, usado peia Força Aérea
A última versão da família do Mirage III é o 50. Trata-se basi- iguaf ao Mjrage litD. francesa.
Mirage IHBJ: biplace de treinamento para Israel. Mirage MIRD: versão de fotorreconhecimento com
camente do Mirage 5 com o possante Atar 9K-50 instalado nos Mirage 1HBS: biplace de treinamento para a Suíça. radar Doppler de navegação, espaço para
modelos IIIR2Z, IIID2Z e F. l. Essa série apresenta equipamento Mirage MIBZ: biplace de treinamento para a África do
Sul, série jnieiai.
equipamento de varredura infravermelha, e dois
tanques alijáveis de 1.700 litros; para a Força Aérea
com diversos graus de sofisticação, incluindo o radar Cyrano IV Mirage (HC: primeiro monoplace da série.
primariamente para defesa aérea, depois para ataque
francesa.
Mirage ÍIIRP: versão de fotorreconhecimento para o
ou Agave (como no Mirage F. l e Super Étendard, respectivamen- ao soio. equipado com radar Cyrano l e turbina Atar
9C. É da Força Aérea francesa,
Paquistão.
Mfrage IIIRS: versão de fotorreconhecimento para a
te), radar de navegação Doppler ou inercial, e visor ao nível dos Mfrage IMCJ: monoplace para ísrael. Suíça.
Mlrage IHCZ: rnonopiace para a África do Sul, série Mirage H(RZ: versão de fotorreconhecimento para a
olhos. O modelo 50 fez seu voo inicial em 15 de abril de 1979. África do 'Suí.
Mirage ÍIID: biplace de treinamento de série final Mirage IIIR2Z: igual ao Mirage ÍIIRZ, mas com
com sistema de ataque e navegação rnais sofisticado turbina Alar 9K-50.
Superioridade discutível que o IMB; usado pela Austrália.
Mirage ItIDA: biplace para a Argentina.
Mirage ÍIIS: avião da série Mirage liíE, produzido na
Suíça, com radar Hughes e mísseis HM-55 Falcon.
A asa em delta sem empenagem confere indiscutíveis méritos ao Mírage iilDBR: biplace para o Brasil.
Mirage IIIDE: biplace para a Espanha.
Mfrage IMT: plataforma de teste para o íurboían
SNECMA TF-106.
Mirage III, mas sua superioridade aérea em combate e ataque é Mirage IliDL: biplace para o Líbano.
Mirage 1HDP: biplace para o Paquistão.
Mirage IIIV: protótipo VTOL de caça de ataque, com
turbina TF-106 de propulsão e oito turbinas RB 162 de
questionável, bem como seu desempenho nas aproximações para Mirage HIDZ: biplace para a África do Sul: empuxo vertical; muito maior que o Mirage Hf.
Mirage IHD2Z: iguai ao Mirage ÍMDZ, mas com Mirage 5: originalmente, um Mirage III simplificado,
pouso. Nos conflitos de 1967 e 1973 no Oriente Médio — a Guerra turbina Atar 9K-5Q. sem os sviônicos atrás do cockpii, removidos em
Mirage IIIÉ; segunda série principal de monoplaces, favor de mais combustível; os últimos Mirage 5 se
dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur — os Mirage israelenses com a mesma ênfase em--defesa aérea e ataque ao vaiem da mimaturizaçào e trazem completo urn radar
superaram os MiG das forças aéreas dos países árabes, fato que soto, fuselagem alongada para mais 500 litros de
combustível; equipado com radar Cyrano il e radar de
de navegação e ataque no nariz; usados peta França
(5F), Abu Dhabi (5AD, 5EAD, 5DAD e 5RAD), Béfgica
resultou num substancial aumento de vendas da Dassault. No en- navegação Doppier. Usado pela Força Aérea
francesa.
(5BA, 5BD e 58R), Coiômbia (5COA, 5COD e 5COR),
Egito (5SOE, 5SDD e 5SDR), Gabão (5G e 5DG), Líbia
tanto, os pilotos do Mirage III acham que a asa em delta não se Mírage JIIEA: monoplace para a Argentina.
Mirage iHEBR: rnonopiace para o Brasil.
(5D, 5DE. 5DD e 5DR), Paquistão (5PA), Peru Í5P e
5DP), Venezuela Í5V e 5DV) e Zaire (5M e 5DM).
revela melhor em curvas acentuadas, de vital importância num Mlrage fltEE: monoplace para a Espanha. Mlrage 50: igual ao Mirage 5, rnas com turbina Atar
Mirage tlIEL: monoplace para o Líbano. 9K-50; encomendado pelo Chile (50C e 50DC).
combate aéreo. O baixo comportamento em curvas de alta sus-
tentação se deve ao pequeno alongamento desse tipo de asa, que
produz maior arrasto, e à elevada carga para baixo nos elevons
(num delta, os elevons somam as funções dos ailerons e dos pro-
fundores). Essa carga induz também um elevado arrasto de com-
pensação. Pode-se acrescentar, ainda, que os impulsores franceses
têm menor potência que os modelos americanos e britânicos da
mesma geração.
A carga para baixo nos elevons sob acentuados ângulos de ata-
que apresenta um efeito adverso nas manobras de pouso, exigin-
do velocidades de aproximação mais altas a fim de evitar a
oscilação pendular chamada "efeito Dutch Roll". Além disso,
o tamanho do delta resulta em consideráveis respostas às rajadas
de vento nos voos de alta velocidade a baixa altitude.
Foi visando solucionar todos esses problemas que a Dassault
criou o Mirage F. l com asa enflechada convencional em lugar
da delta. Surgiu um avião operacionalmente mais flexível, se bem
que limitado quanto à velocidade máxima. Porém, a indústria
francesa voltou ao delta sem empenagem (no caso, ao modelo
2000), pois hoje é possível ter-se um avião basicamente instável,
no qual as cargas nos compensadores dos elevons atuem para ci-
ma, ao invés de para baixo.
O Mirage III obteve sem dúvida notável sucesso, proporcio-
nando a numerosas forças aéreas um genuíno Mach 2 a um custo
relativamente baixo, embora seus méritos tenham sido exagera- Vista inferior de um Mirage IIIE da Força Aérea francesa,
dos, em vista dos resultados obtidos por Israel contra adversá- ressaltando o delta clássico e a carenagem ventral, que pode
rios menos treinados. receber um foguete auxiliar ou combustível adicional.
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