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Migrações nordestinas

As migrações nordestinas tiveram influência por diversos fatores, com destaque


para o setor econômico. Após os fluxos migratórios do Nordeste em direção ao Norte,
durante o ciclo da borracha, também ocorreram, por volta de 1950, um fluxo em direção
ao sudeste, devido, principalmente, a industrialização. Esse fator atraiu grande parte
dos nordestinos, pois eles encontram, nesse avanço tecnológico, uma oportunidade de
emprego e uma consequente melhora na qualidade de vida. Ademais, sob a perspectiva
capitalista do Sudeste, não era interessante dinamizar a mão-de-obra do Nordeste, pois
era muito mais vantajoso para o sistema contratar uma mão-de-obra barata.
A mudança no sentido do fluxo só começou a inverter com as medidas de política
pública, como por exemplo a implantação de cisternas, em regiões rurais, o programa
de bolsa família, entre outras políticas mitigadoras que visavam a melhora social das
pessoas dessa região. Dessa forma, inicia-se um processo de migração de retorno.
Ademais, vale destacar outras medidas como a diminuição dos impostos para a
implementação de indústrias no Nordeste, como também, subsídios de luz e água que
corroboram para uma diminuição dos gastos estruturais de uma empresa. Por outro
lado, embora as fabricas estejam sendo enviadas para o Nordeste, a suas sedes
permanecem na região Sudeste.
Em outra análise, a migração de retorno também pode ocorrer por meio de um
planejamento familiar. Consoante a isso, a estudiosa Cláudia Cristina, autora do livro “A
migração de retorno para o estado da Bahia”, comenta sobre esse outro tipo de
migração como sendo temporário, pois o trabalhador sai de sua terra natal com o
objetivo de conquistar bens e benefícios e quando este atingir uma idade mais avançada
volta para desfrutar com sua família a suas conquistas.
A vinda de imigrantes estrangeiros
Em primeiro lugar, desde a colonização do Brasil até 1808 a vinda de
estrangeiros só era autorizada com a permissão da corte portuguesa. Foi somente com
a chegada da família imperial que esse cenário começou a mudar. Isso porque foram
autorizadas a entrada de alguns estrangeiros, como alemães, açorianos e italianos.
Porém, os latifúndios, principalmente da região nordeste do país, e a escravidão,
dificultavam o trabalho livre e assalariado desses imigrantes.
Diante disso entre 1808 a 1850, algumas medidas progressivas de extinção da
escravatura, como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários, foram estabelecidas.
A ressalva, é importante mencionar que os africanos escravizados foram os imigrantes
que mais entraram no Brasil, contudo suas vindas eram realizadas involuntariamente.
Somente em 1888, com a Lei Aurea, a escravidão foi proibida e com isso o índice de
imigrantes em busca de trabalho também aumentou.
A vinda de imigrantes no Sul
Em 1823 o sul do Brasil começou a chamar a atenção, pois essa região era
pouco habitada. Por esse motivo, iniciou-se algumas medidas que visassem contribuir
para o aumento de sua povoação. Somando-se a isso, o Brasil tinha medo de perder
essa região, uma vez há pouco tempo ele deixou de ter posse do atual Uruguai. Em
vista disso, doações de pequenas terras foram entregues a alemães, austríacos,
ucranianos, entre outros estrangeiros.
Cabe analisar alguns aspectos da região Sul, como o sistema agrícola que era
caracterizado por pequenas terras e baseado por agricultura familiar que garantia o
comércio interno. Tais fatores se distingue da realidade nordestina da época, a qual era
formada por latifúndios que praticavam a agricultura comercial voltada para a
exportação. Essas diferenças foram de extrema importância para o desenvolvimento
dessas regiões. Isso porque com a entrada de estrangeiros no Sul, foi possível
estabelecer um aumento nas relações de vendas e troca de produtos, que
proporcionaram uma crescente circulação da economia interna na região.
Entrada do café no Brasil
Após a exploração do pau-brasil, a intensa atividade de cultivo de cana-de-
açúcar e o extrativismo do ouro, a corte portuguesa passou a procurar outras formas de
movimentar a economia. Nesse sentido, o café recebeu atenção.
Por volta de 1727, o oficial português Francisco de Mello Palheta foi enviado à
Guiana Francesa com o objetivo de trazer mudas de café ao Brasil. Assim, essa planta
foi cultivada em diversas regiões do país, com destaque para as regiões de climas
tropicais, como o Sudeste, evidenciando sua importância econômica para o Brasil.

Bibliografia:
COSTA, C.C.R.C. A migração de retorno para o estado da Bahia. 2007, 162 p.
Dissertação (Mestrado em Geografia) - Tratamento da Informação Espacial, PUC/MG,
Belo Horizonte, 2007.

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