Paracoccidioides brasiliensis
e duplo contorno, com brotamentos múltiplos de
- O gênero Paracoccidioides é composto por fungos com
dimorfismo termo dependente que crescem como
micélio à temperatura de 25 °C e como levedura à 37
°C (temperatura dos hospedeiros), possuem urease e
proteases (insuficiente para a identificação da espécie);
- A forma micelial em ágar-Sabouraud gera colônia
filamentosa de cor branca a creme, elevada com pregas
e dobras e aspecto de pipoca estourada; possui hifas
septadas com artroconídios e clamidoconídios
intercalares e é possível obter colônias de leveduras pela
transferência para ágar BHI (infusão de cérebro e coração
de carneiro) e elevação da temperatura à 37 °C e seu
metabolismo é aeróbio; sua parede celular possui
principalmente beta-glucana e quitina; trata-se da
forma sabrobiótica do fungo e é encontrada na natureza
em solo;
Macromorfologia do micélio
- A forma de levedura possui aspecto enrugado,
cerebriforme e de cor creme; observa-se células
Thalison R. Moreira
leveduriformes redondas ou ovaladas de parede espessa
blastoconídios (células filhas) ligados por uma base
estreita à célula central (célula mãe) e seu metabolismo
é anaeróbio, caracterizando-as sugestivamente como
“roda-de-leme” ou “Mickey mouse”; a parede é
constituída de alfa-glucana (exclusivamente na
levedura), beta-glucana e quitina;
- Observou-se com estudos in vitro que há a inibição
da transformação de micélio para a forma de levedura
quando o 17-beta-estradiol está presente no meio, o
que indica que os hormônios femininos atuam na
redução da patogenicidade em mulheres;
- Ambas as formas possuem em suas células múltiplos
núcleos, organelas comuns, grumos de glicogênio e
vesículas de lipídios;
- Diversas moléculas têm sido identificadas como
antígeno sendo uma delas a GP-43 (43 KDa) com
atividade de protease é usada no diagnóstico sorológico
para a doença;
- Não há relato de transmissão pessoa-pessoa, sendo a
principal forma de infecção a inalação da forma micelial
ou de conídios (esporos de propagação) e é encontrado
no meio ambiente em solos e vegetação e acomete
principalmente pessoas em contato com a zona rural; a
doença está relacionada com o cultivo de café em
grandes lavouras (trabalhadores dessas lavouras são de latência, manifestando-se em pacientes há anos fora
mais susceptíveis à doença causada pelo fungo devido à das zonas endêmicas;
maior exposição); são encontrados em outros animais
Forma aguda ou juvenil
homeotérmicos como macacos e tatus, sendo o último
considerado um possível reservatório natural da doença - Desenvolvimento rápido e progressivo, afeta o sistema
além de seu ciclo saprobiótico; fagocitário, hepatoesplenomegalia, lesões de pele e ossos,
emagrecimento, síndrome de compressão da veia cava
Paracoccidioidomicose (PCM) superior e diarreia;
- Doença endêmica da américa latina (do México à Forma crônica ou adulta
Argentina) é adquiria após a inalação de formas do fungo
- Maior incidência na população, adinamia, lesões de
(micélio ou conídio) e geralmente não manifesta
pele (cavidade bucal, anal e nasal), comprometimento
sintomas, permanecendo latente por meses ou anos e
pulmonar maciço, envolve também outros órgãos e
retorna com reação granulomatosa e crônica; há
sistemas (linfático, supra renais, intestino, SNC, ossos e
disseminação do fungo para linfonodos, baço e fígado e,
articulações, trato genital, globo ocular, aorta e pericárdio
aliada a uma resposta imunológica insuficiente, observa-
(em caso de coinfecção com Mycobacterium tuberculosis
se manifestação de doença; consegue escapar da ação
há casos de febre constante);
da imunidade inata devido à mecanismos de
sobrevivência ao processo de fagocitose; - O fungo possui tropismo pela cavidade bucal devido a
sua temperatura levemente inferior àquela notada no
- Maior incidência em clima tropical, subtropical e
restante do corpo; a coleta de amostra bucal deve ser
úmido sem distinção de etnia ou idade; mais incidente
realizada com pincel sem ponta para que não haja lesões
em crianças <10 anos com fase aguda;
(criação de vias de acesso sanguíneo);
- A disseminação do fungo para órgãos e sistemas
- Mucosa bucal: menor do que a temperatura corporal,
ocorre por via hematogênica ou linfática, formando focos
podem surgir vesículas ou pápulas ulceradas iniciais, há
secundários em outros locais que, por sua vez,
disseminação pela mucosa bucal por lesões cutâneas e
disseminam para os tecidos vizinhos;
linfáticas e gera placas brancas e pontos avermelhados;
- Há indícios de que lesões na boca, orofaringe, mucosa
nasal, vias respiratórias superiores, intestino e vias
biliares originem-se em tecidos linfáticos das
proximidades; a doença possui uma grande capacidade

Thalison R. Moreira
Diagnóstico diferencial: Micromorfologia da levedura
- Doenças pulmonares: pode estar relacionada com
tuberculose, histoplasmose, coccidioidomicose e
sarcoidose;
- Manifestações cutâneas: leishmaniose tegumentar,
esporotricose, cromoblastomicose, lobomicose, - Aspecto de “Mickey Mouse” e de roda de leme;
hanseníase, sífilis (e outras doenças causadas pelo gênero acervo pessoal;
treponema) e neoplasias de pele;
Diagnóstico laboratorial:
- Exame direto de amostra com KOH a 40/% (destrói as
células humanas da amostra) permite a visualização (em
40x) de células características de levedura da espécie;
- Cultura em meio Fava-Neto à 37 °C com colônias
amareladas e de aspecto cerebriforme (imagem abaixo
de fundo azul); já em temperatura ambiente surgem Exame direto com KOH 40%: apontada pela seta está
colônias brancas, algodonosas e pouco rugosas; levedura multibrotante com célula-mãe ao centro e
Macromorfologia da levedura células filhas ao redor;

Exame anatomopatológico: apontada pela seta está

levedura multibrotante parasitando tecido do
hospedeiro, coloração pela prata;

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- Reações sorológicas como imunodifusão em gel,
fixação do complemento; pesquisa por biópsia; reação
intradérmica utilizando o antígeno paracoccidiodina;
método animal através de inoculação via testicular em
camundongos ou coelhos;
Coccidioidomicose (pág. 266 – Sidrim)
- Coccidioides immitis e posadasii.
- Micose profunda ou sistêmica adquirida por inalação
e com disseminação via linfática; comprometimento
pulmonar e disseminação orgânica (pele, laringe, ossos,
meninges, etc.); doença antrozoofílica (humanos e outros
animais, com enfoque em cães);
- Dimorfismo atípico, ascomiceto e geofílico; forma
filamentosa (infectante) a 25 °C, micélios em forma de
barril intercalados com artroconídios; forma de levedura
a 37 °C, forma esférica com endósporos interiores;
- No solo encontra-se o ciclo saprobiótico como forma
micelial em desertos, semiáridos e solos alcalinos;
micélios septados produzem artroconídios que são
dispersos pelo ar que podem ser aspirados e causar a
doença ou se estabelecer em novo local do solo; nos
pulmões as esférulas sofrem maturação e
endoesporulação, libera endósporos livres que se
disseminam no organismo; em caso de produção
exagerada de endósporos pode haver liberação em
gotículas e retorna ao solo;
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- Típica de regiões secas, arenosas e alcalinas, com
plantas xerófitas; Califórnia, Texas, Utah, Novo México,
Arizona e Nevada, México, Maranhão, Piauí e Ceará
(maior incidência em caçadores e cães de caça de tatus);
- Ciclo biológico:
Micélio: encontrado no solo profundo (reservatório) e
surge a partir de revolvimento antrópico (caça de tatus)
ou grandes ventanias; forma altamente infectante por
anemofilia (veiculação aérea) devido à presença na
extremidade das células restos de parede celular; os
artroconídios são liberados a partir da ruptura das hifas
por ação mecânica (ventos e ação humana ou animal),
gerando poeiras contaminadas;
Exame direto da fase miceliana: hifas septadas com
artroconídios em forma de barril;
- Uma vez nos pulmões, a temperatura gera mudança
morfológica para esférulas contendo grande quantidade
de endósporos que podem ser liberados gerando mais
esférulas ou caindo no solo e fechando o ciclo;
Patogenia e aspectos clínicos
- C. immitis é o agente fúngico mais virulento existente
e a coccidioidomicose é a micose mais infectante; a
doença é definida como uma doença crônica,
caquetizante, com anorexia progressiva e
comprometimento pulmonar, podendo cursar com
dispneia e tosse; a transmissão da doença ocorres
apenas por inalação de artroconídios sendo que a
transmissão entre pessoas e animais não ocorre;
- Após inalados, os artroconídios se instalam nos
pulmões (órgão-alvo), onde se convertem para esférulas
contendo endósporos e causam a formação de
granulomas epitelióides; as lesões podem ser leves,
graves, generalizadas e quase sempre são fatais;
- Existem quatro formas clínicas básicas: aguda,
assintomática, cutânea primária e disseminada; apenas
o aparelho gastrointestinal é poupado pelo fungo, sendo
todos os outros passíveis de acometimento;
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- Lesões cutâneas
A primária é rara e surge de inoculação de estruturas
fúngicas na pele por meio de procedimentos
laboratoriais; as lesões secundárias são comuns e
surgem com pápulas, pústulas, placas, nódulos, úlceras,
abcessos e lesões proliferativas;
- Forma disseminada: muito grave e rara, envolvendo
muitos órgãos e sistemas, dentre eles o SNC e o sistema
cardiovascular;
- Coccidioidomicose pulmonar primária: a maior parte
da população consegue alcançar a cura espontânea, e em
caso de prosseguimento do quadro há sintomas gripais,
febre, sudorese noturna, dor pleurítica e pode
desenvolver pneumonia;
- A carga fúngica inalada está relacionada com a
gravidade da doença; pode haver tosse não produtiva,
eritema nodoso ou multiforme; lesões pulmonares
residuais e pode surgir aspecto neoplásico;
- Febre, tosse, dor no peito e tosse com sangue; com discreto micélio aéreo; apresenta hifas hialinas
septadas produtoras de artroconídios de parede celular
- Coccidioidomicose progressiva: sintomas não
espessa e intercalados por células disjuntoras; para a
específicos e levam semanas, meses ou anos; febre
levedura a reversão é complexa e exige temperatura de
baixa, anorexia, perda ponderal e fraqueza; presença de
40 °C e microaerofilia com 20% de CO2 em meio Levine;
eritema nodoso e comprometimento pulmonar intenso;
cianose, dispneia progressiva, escarro mucopurulento e - O diagnóstico histopatológico é obtido através do
sanguinolento; lesões extra pulmonares localizadas encontro das esférulas com endósporos em tecidos ou
dependem do local; líquidos corados por PAS, HE ou Gomori-Grocott; as
esférulas são responsáveis pelas reações granulomatosas;
Tratamento: no geral a terapia se dá com anfotericina B
e cetoconazol e em caso de paciente intolerante a
anfotericina B, itraconazol e fluoconazol são boas
alternativas;
Diagnóstico: aspirado brônquico, exame direto com KOH
40% deve-se encontrar esférulas com paredes
birrefringentes (duplas) contendo numerosos
endósporos; em temperatura ambiente deve-se
identificar forma micelial com artroconídios (aspecto de Exame anatomopatológico de pele: leveduras
barril); denominadas esférulas (esporângio) contendo
- Métodos de cultura são geralmente evitados devido endósporos (esporangiósporos) em seu interior, coloração
ao elevado potencial de disseminação da espécie e, HE;
quando escolhido, deve ser realizado em cabines de
segurança NB II, mas quando de escolha a identificação
é feita em TA de ágar Sabouraud e cloranfenicol e
busca-se identificar: hifas com artroconídios com
aspecto de barril;
- Em temperatura de 25 °C há desenvolvimento rápido
com colônias brancas e algodonosas à amarelo-
acinzentadas e as colônias maduras são membranosas e
Exame anatomopatológico de nódulo na nuca: presença

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de esporângio contento em seu interior endósporos,
coloração por HE;
- Na sorologia busca-se anticorpos coccidioidianos por
métodos de fixação de complemento, ELISA, aglutinação
em látex e imunoeletroforese (CIE); IgM é identificado
no soro a partir do oitavo dia de infecção até o terceiro
mês da doença enquanto IgG surgem a partir do terceiro
mês;
Criptococose (pág. 276 – Sidrim)
- Forma teleomórfica (sexuada) recebe nomenclaturas
específicas para var. neoformans: Filobasidiella
neoformans; e var. gattii: Filobasidiella bacillispora;
- Forma anamórfica ou leveduras são chamadas de
Criptococcus neoformans (solo) e C. neoformans
variedade gatii; reprodução sexuada (teleomórfica) e
assexuada (anamórfica), sendo a última causadora de
doença; levedura haploide, globosa ou ovalada e
capsulada; colônia de cor branca a creme, brilhante, de
textura mucoide, margem lisa e inteira e não produz
pseudo-hifas ou micélio quando em cultivo a 25 °C;
- C. neoformans var neoformans é cosmopolita assim
como a micose que origina, devido à sua relação com
habitats de pombos urbanos; criadouros de outras aves
de cativeiro também são reservatórios do fungo, assim
como se pode observar sua associação a madeira em
decomposição em diferentes árvores tropicais no Brasil;
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- Basidiomicetos com basidiósporos; variedade
neoformans tem habitat em solos alcalinos com
compostos nitrogenados (fezes de aves, como pombos) e
sais minerais;
- C. neoformans var gattii tem seu habitat natural em
troncos de árvores (eucaliptos), principalmente na
Austrália, mas também no Brasil, EUA, México e Itália
- Micose oportunística que surge a partir de
comprometimento do sistema imunológico; sendo que
há grande resistência de populações imunocompetentes
ao fungo;
- A inalação é a principal porta de entrada do fungo no
organismo, podendo ser isola de orofaringe, narinas,
escarro e mão e pés; há disseminação para o SNC por
meio da lâmina cribriforme e nervo olfativo; seus
principais fatores de virulência são a termotolerância à
37 °C, síntese de melanina e presença da cápsula;
variantes genéticas não possuidoras de cápsulas são
incapazes de causar doença em animais;
- Manifestações clínicas: pulmonar regressiva
(normalmente assintomática e passa desapercebida),
pulmonar progressiva (presença de massa cística
povoada com grandes quantidades de células fúngicas)
e disseminada (maior frequência dentre as formas);
- Criptococose disseminada: quadros de localização
extrapulmonar por meio de disseminação hematogênica
com enfoque para o SNC sendo a mais frequente
manifestação a meningoencefalite subaguda ou crônica
com cefaleia occipital; a apresentação é indistinguível da
meningoencefalite tuberculosa;
- Infecção aguda com febre, tosse, dor no peito, perda
de pesa e fraqueza, com sintoma característico a rigidez
da nuca; disseminação (linfática e hematogênica) para o
SNC e atinge pele, mucosa, ossos e vísceras;
- Neoformans: sorotipos A (ubíquo) e D; e gatti: B e C;
- Variedade gatti possui associação com eucaliptos e - Isolamento de espécimes oriundos de trato
árvores tropicais e subtropicais; há ocorrência em respiratório, urinário e digestivo se dá em meio guizotia
animais domésticos (cães, gatos e bovinos); abyssinica (base em alpiste) a partir de solo de pombais;
- Doença comum em indivíduos que trabalham com variedade neoformans gera escurecimento do meio por
pombais, cosmopolita e maior incidência em indivíduos oxidação e na variedade gatti causa esverdeamento do
que vivem com o HIV; a variedade gatti é restrita a meio;
zonas tropicais e subtropicais; - Cultura em ágar Sabouraud dextrose com
Mecanismo da doença: inalação de leveduras (a forma cloranfenicol (para espécimes contaminado como escarro
sexuada pode causar doença), leva a comprometimento e urina) de coloração branco-amarelado e cremosa;
pulmonar e pode atravessar a barreira hematocefálica, colônias com leveduras encapsuladas onde a contagem
causando inflamação de meninges, levando a meningite; das leveduras é um indicador de resposta ao tratamento
e deve ser observada;
- Meningoencefalite cirptococócica (alta mortalidade):
rigidez de nuca, criptococoma (resposta granulomatosa
residual); tegumentar (pápulas e abcessos); mucosas
(nódulos e úlceras em gatos);
Diagnóstico: exame direto com tinta da china ou
nanquim e busca-se leveduras encapsuladas; não se usa
o KOH para que não haja dificuldade de identificar a
cápsula;
Colônia leveduriforme: aspecto úmido e viscoso, branca
no início e torna-se creme e pardacenta;

Thalison R. Moreira

Blastoconídios encapsulados com ou sem brotamento
- Na biópsia deve-se corar a amostra com mucicarmim
de Meyer que evidencia a cápsula em vermelho e buscar
células leveduriformes encapsuladas no tecido; método
de prata de Gomori-Grocott pode ser usado, porém não
discrimina a cápsula, apenas a parede celular das
leveduras; HE pode ser utilizada pra a análise do padrão
das lesões e pode evidenciar a cápsula;
Lâminas de biópsias coradas com mucicarmim,
evidenciando as cápsulas das leveduras e blastoconídios
- Como método de sorologia pode-se empregar a
aglutinação em partículas de látex sensibilizadas (prova
do látex) e possui excelente rendimento no líquor, mas
pode apresentar reação cruzada com o fator reumatoide;
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Pneumocistose (pág. 310 – Sidrim)
- Distribuição universal por meio de inalação e pode
permanecer com estado latente por vários anos,
podendo haver manifestação caso o hospedeiro sofra
algum transtorno imunitário;
- Estão mais susceptíveis à infecção por Pneumocystis
jiroveci pacientes portadores de HIV e crianças
desnutridas originando pneumonia;
- O fungo adere à superfície dos pneumócitos do tipo I
e multiplicam-se no espaço extracelular e levam ao
congestionamento dos pulmões com exsudato
espumoso alveolar; há necrose dos pneumócitos aos
quais se ligaram as partículas fúngicas
- Micose oportunística que assume papel patogênico
após desequilíbrio no organismo; causada por fungo
ascomiceto que leva a acometimento pulmonar (doença
primária) devido ao tropismo por esse órgão;
- Sintomatologia típica: dificuldade respiratória, tosse
seca, febre, calafrios, dor torácica e cansaço excessivo;
- Pacientes com AIDS ou outro debilitante do sistema
imunológico; pacientes neoplásicos e transplantados;
- Cosmopolita e de infecção inalatória, causa doença
também em animais e com frequência em prematuros,
pacientes neoplásicos, uso de imunossupressores ou
portadores de AIDS;
- Focos primários inativos (que se manifesta a partir de
imunodebilitantes), pneumonia intersticial bilateral e
aguda, opacificação da região peri-hilar e leva a dispneia,
taquipneia, tosse seca e derrame pleural e espuma
eosinofílica na luza dos alvéolos;
- Na cavidade pulmonar há ciclo sexuado (equilíbrio
microbiológico) e assexuado;
Ciclo de vida de P. jiroveci;
- Diagnóstico: não há possibilidade de cultivo e o
diagnóstico depende da identificação tecidual dos
espécimes a partir de coloração; é possível obter amostra
por meio de lavado bronco alveolar, escarro ou biópsia;
Lavado bronco alveolar: agregado de formas císticas de
P. jiroveci evidenciadas, coloração de Grocott-
metenamina
Thalison R. Moreira
- Esfregaço tratado com solução mucolítica e confecção
de lâmina com os corantes PAS, azul de toluidina, branco
de calcofluor, Gomori-Grogott e prata-metenamina;
- Gomori-Grocott: o método mais utilizado e é um teste
citoquímico para glicogênio e mucina.
Formas císticas de P. jiroveci com evidenciando
morfologia e presença da parede celular possuindo em
seu interior corpos intracísticos;
Histoplasmose (pág. 246 – Sidrim)
- Fungo termodimórfico e, à temperatura ambiente,
identifica-se colônia filamentosa esbranquiçada ou
acastanhada composta por hifas hialinas finas, septadas
e ramificadas; produz dois tipos de conídios presentes
lateralmente ou nas extremidades terminais das hifas e
podem apresentar-se como macroconídios, redondos ou
piriformes de parede lisa e numerosas projeções
digitiformes semelhantes a tubérculos ao ponto de se
tornarem macroconídios tuberculosos ou rugosos e
microconídios, ovalados com parede lisa na extremidade
dos conidióforos;
- Micose sistêmica e oportunística e adquirida por
inalação; infecção primária e assintomática do trato
respiratório; regressão espontânea, se seguir a doença,
pode causar quadro agudo, subagudo e crônico;
- Histoplasma capsulatum var capsulatum e var duboisii
(endêmica do continente africano); H. capsulatum é a
forma assexuada (agente etiológico), sendo a forma
sexuada chamada de Ajellomyces capsulatus;
- Fungo termodimórfico: micélio é a forma filamentosa
(infectante) entre 25 °C a 32 °C; forma leveduriforme
(etiológica); trata-se de um fungo ascomiceto por sua
reprodução sexuada por ascósporos; fungo telúrico (nível
de solo);
- Habita comumente cavernas por pH ácido, compostos
nitrogenados a partir de guano de aves e morcegos;
constitui um ambiente altamente periculoso para
imunodeprimidos;
- Doença cosmopolita com conídios leves e com alta
capacidade de dispersão por anemofilia;
Mecanismo da doença: conídios presentes na forma
micelial infectam o sistema respiratório superior de
indivíduos, transmutando para a forma de levedura nos
pulmões;
Clínico: a mais comum e é assintomática com cansaço
de final de tarde, tosse seca, cefaleia, mal estar geral, dor
esternal e hepatoesplenomegalia; pode ser diagnóstica
Thalison R. Moreira
por imunorreação positiva, raio x (identifica calcificações)
e imunodifusão e reação de fixação do complemento;
não há memória imunológica permanente contra a
histoplasmose;
- A doença aguda gera quadro grave relacionado à
idade, quantidade de fungos inalados e grau de
sensibilidade; formação de histoplasmonas (granulomas);
- A doença disseminada: fase aguda em crianças com
idade inferior a 10 anos, causa febre, hepatoesplenoma,
diarreia, vômito, tumefação abdominal e tosse e fatal em
4 ou 5 semanas; subaguda em adultos jovens entre 10
e 20 anos, comprometimento da imunidade e lesões
cutâneas e é fatal em meses ou anos; na fase crônica
adultos acima de 40 anos é adquirida por
microtraumatismo, causa lesões na língua, lábios, faringe,
laringe, etc; no último caso o comprometimento
pulmonar é raro e há persistência por mais de 10 anos;
- Pulmonar crônica: indivíduos com mais de 40 de anos
e resulta de reinfecção e causa pneumonia intersticial;
em caso oportunístico pode envolver apenas os
pulmões;
Diagnóstico laboratorial: exame corado direto com coleta
por seringa sem agulha; utiliza-se Leishman, Giemsa e
Wright para coloração; é possível observar células
leveduriformes com retração de citoplasma;
- Exames diretos com emprego de KOH, Giemsa e
Wright são de baixo rendimento e de visualização quase
impossível devido ao tamanho reduzido da forma
parasitária e a similaridade com outros fungos
patogênicos; os melhores métodos de avaliação são a
cultura e esfregaço submetido a pigmentação pela prata;
em punção de medula óssea é possível notar com
coloração Giemsa a presença das células do fundo dentro
dos macrófagos;
- A cultura é método diagnóstico complementar
obrigatório para suspeitas de histoplasmose: os meios de Fase miceliana: conídios globosos e na extremidade do
escolha são ágar Sabouraud com cloranfenicol e ágar conidióforo (estalagmósporos);
Mycosel (Sabouraud acrescido de cloranfenicol e - É importante atentar-se que é necessária conversão
actidiona) e o crescimento se dá de 6 a 12 semanas; em para a forma de levedura para confirmação da micose
25 °C observa-se colônias glabras que se tornam devido à similaridade com Sepedonium e
filamentosas, aéreas e algodoadas, bege-claras com Chrysosporium; cultivo em meios enriquecidos como
delicadas hifas septadas, microconídios, macroconídios ágar sangue ou BHI acrescido de cisteína e meio de
de parede lisa ou rugosa (mamilonada); conversão, entre 35 e 37 °C apresenta colônias
esbranquiçadas, glabras e lisas e microscopicamente
leveduras ovais, unibrotantes e de morfologia uniforme;

Fase miceliana: 25 °C, algodonosa, membranosa e aérea;

Fase de levedura: 37° C, lisa, pastosa e branco-

amarelada;

Thalison R. Moreira

Corte histológico com leveduras diminutas localizadas
intra e extracelular, coloração prata metenamina;
- Biópsia: coloração por PAS, HE e Gomori e presença
de estruturas arredondadas dentro de fagócitos
(macrófagos) lembrando ninho de leishmania;
Biópsia de paciente com histoplasmose: estruturas
pequenas e arredondadas intracelulares (podem ser
extracelulares devido ao rompimento dos fagócitos),
coloração HE;
Thalison R. Moreira
Lacaziose ou Doença de Jorge Lobo (pág. 187
- Sidrim)
- Também conhecida como doença de Jorge Lobo, é
uma doença granulomatosa, crônica e subcutânea
podendo ser profunda causada pela espécie Lacazia loboi
Taborda;
- Micromorfologia: globoide de núcleos basofílicos e
anfofílicos, membranas de duplo contorno e refringente;
reprodução por gemulação ou brotamento em dois ou
mais pontos, e aspecto de “bico de limão”; pode-se
encontrar células fúngicas em macrófagos ou livres em
tecidos; formas catenuladas (em cadeias) ligadas por
pedúnculos e com até 20 células; é possível notar
presença de melanina constitutiva na parede celular por
meio de coloração com Fontana-Masson
(diferentemente de P. brasiliensis e outros ascomicetos);
- O patógeno não pode ser cultivado em meios artificiais
e precisa ser inoculado em animais de laboratório ou
ovos de galinha;
- A lobomicose está concentrada na faixa amazônica
brasileira devido a sua floresta tropical de clima quente
e úmido e temperatura média anual de 24 °C com
grandes bacias d’água e alta pluviosidade; o solo,
vegetação e a água são seus reservatórios naturais;
maior incidência em homens devido às relações de
trabalho nos gêneros; atinge em grande maioria aqueles
que desenvolvem atividades nas florestas como
agricultores e seringueiros; há também incidência em
indígenas como os Caiabis;
- Patogênese: a doença é adquirida por meio de
implantação traumática cutânea com incubação de 1 a
2 anos;
- Normalmente restrita à região subcutânea com lesões
tuberosas e muitas vezes volumosas com aspecto
tumoral, podem ter aspecto liso e brilhante simulando
queloides;
- Pode atingir seres humanos e golfinhos, as lesões são Exame anatomopatológico: células globóides catenuladas
verrucosas, infiltravas, ulcerosas, gomosas e queloidianas; (em cadeia) ligadas por pedúnculos, método de
sua localização típica é o pavilhão auditivo; ausência de impregnação pela prata (Grocott-Gomori);
disseminação linfática, indução ao processo crônico, sem
resposta imunológica, não há comprometimento
visceral; leve prurido e surge por microtraumatismo; Rinosporidose (pág. 213 – Sidrim)
Diagnóstico: não é possível realizar cultura e as amostras - Doença granulomatosa de evolução crônica e benigna
de exame direto ou biópsia devem ser obtidas mais afetando preferencialmente as mucosas nasal e
profundamente (subcutânea) com cureta; conjuntival; raros relatos de infecção generalizada ou
visceral;
- É causada pelo fungo Rinosporidium seeberi, um
Phycomyceto; há questionanmento quanto à sua
classificação como fungo, sendo uma das hipóteses a de
que possa ser uma alga devido a sua associação
epidemiológica com a água; trata-se do maior fungo
patogênico conhecido;
Exame direto com KOH: células de leveduras com
aspecto de “bico de limão” ligadas entre si por
pedúnculos;

Thalison R. Moreira
 facilidade de identificação; a busca por grandes
esporângios com paredes espessas e quitinosas
possuindo em seu interior grande número de esporos
(esporangiósporos); a quantidade de esporângios varia,
podendo em alguns casos chegar a ocupar todo o campo
visual;

Exame anatomopatológico: esporângio com parede

espessa contendo grande quantidade de esporos em seu
interior;
- Suas formas de transmissão são: através do uso de
águas estagnadas e via aérea (ventos, tempestades e
locais empoeirados); afeta mais frequentemente Biópsia da conjuntiva: diversos esporângios com paredes
mucosas nasal e ocular; há maior incidência de casos na espessas contendo inúmeros esporos em seu interior;
Índia e no Sri Lanka, com presença de casos também na
América do Sul, sendo que no Brasil há descrição da
doença humana e animal em quase todas as regiões do
país;
- Caracteriza-se por presença de massa polipoide
unilateral na cavidade nasal (concha nasal superior, septo
e assoalho nasal) ligada por pedículo, é avermelhada,
salpicada com pontos brancos que são os esporângios Esporângio contendo esporos em maior aumento;
maduros e sangra com facilidade; o segundo local mais
- Não há métodos de cultura e sorologia para
acometido é a conjuntiva e o saco lacrimal com sintomas
diagnóstico dessa micose;
de conjuntivite;
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Diagnóstico: o exame anatomopatológico com coloração
por HE pode ser empregado e apresenta-se com

Thalison R. Moreira