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Em um contexto de intensas mudanças, a educação também vem mudando pois a

sociedade vem se transformando, e junto com ela os estudantes também, com uma
geração com mais tecnologia onde passa grande parte do seu dia em meios
tecnológicos é necessário reestabelecer as formas de aprendizado. Como forma de
atender a essas demandas, a escola precisa estabelecer estratégias de ensino que
desenvolvam os estudantes e os preparem para as necessidades reais da sociedade,
pois, para suprir os anseios da era digital, “longas aulas expositivas centradas no
professor, com poucas possibilidades de interação e elevado grau de passividade, são
desmotivadoras e carentes de significado” (OLIVEIRA; ARAUJO; VEIT, 2016, p. 4).
Adicionalmente, é necessário que o sistema educacional ofereça uma abordagem
pedagógica inovadora, capaz de atender a complexidade do processo ensino-
aprendizagem, que vá além da memorização excessiva do conteúdo e que exija a
necessidade de se conhecer metodologias e estratégias pedagógicas capazes de
estabelecer a ligação entre saberes escolares e saberes do cotidiano, favorecendo,
assim, uma aprendizagem mais reflexiva e crítica dos conteúdos (FREIRE, 1987;
DELIZOICOV; ANGOTTI, 2000; SEGURA; KALHIL, 2015).

As metodologias ativas surgiram na década de 1980 como alternativa a uma tradição


de aprendizagem passiva, onde a apresentação oral dos conteúdos, por parte do
professor, se constituía como única estratégia didática. Contrariamente ao ensino
tradicional, as metodologias ativas procuram um ambiente de aprendizagem onde o
aluno é estimulado a assumir uma postura ativa e responsável em seu processo de
aprender, buscando a autonomia, a autorregulação e a aprendizagem significativa.

O termo “aprendizagem ativa” começou a ser utilizado pelo professor inglês R. W.


Revans (1907–2003) na década de 1930. Fazendo um breve apanhado das definições
do termo, podemos definir a aprendizagem ativa como todo tipo de atividade que vai
além do mero “escutar”, isto é, ler, escrever, discutir ou trabalhar na resolução de
problemas. Ativa porque a audição, principalmente quando considerada a tradicional
transmissão do conhecimento por meio de aulas expositivas, é uma atividade que
“pouco” exige mentalmente dos alunos. Além disso, é difícil saber se a atenção do
aprendiz estaria voltada ou não para aquilo que está sendo ouvido.
Conforme o tradicional e discutível Bloom (1956), a aprendizagem ativa deve engajar
os estudantes em atividades reflexivas de ordem superior.

Por curiosidade, a Aprendizagem Ativa é estudada desde a década de 90, por autores
como Bonwell, Eison, Barnes e tantos outros, que defendem um ambiente adequado,
formas de interações e diferentes estratégias de ensino/aprendizagem. Perceba que
as palavras utilizadas estão todas no plural, assim como MetodologiaS AtivaS,
portanto, não é uma única ferramenta, técnica ou atividade.
Para ativar e envolver, é preciso, antes de tudo, motivar cada indivíduo, dialogar,
explorar as histórias de vida, incentivar as experiências e atender as necessidades de
cada um deles.

As metodologias ativas são modelos de ensino que visam a desenvolver a autonomia


e a participação dos alunos de forma integral. Com isso, as práticas pedagógicas são
beneficiadas e todo o processo educativo é melhorado.

A metodologia ativa de aprendizagem (MAA) com foco no ensino de Ciências é


uma forma inovadora de fazer com que o aluno construa novos conhecimentos
a partir do momento em que o professor traz para dento do ambiente escolar,
um problema relacionado com as vivências destes estudantes, assim
estimulando-os a fazer novas pesquisas.
O ensino de Ciências está diretamente relacionado com a formação docente e
discente plena, pois, alinha-se ao processo de construção e expansão do
conhecimento, de descobrir, de investigar e de criar oportunidades que possam
auxiliar o processo de ensino-aprendizagem garantindo uma educação de
qualidade. O Ensino de Ciências consiste em uma disciplina escolar, cuja área
é de grande relevância para o aprimoramento dos conhecimentos e articulação
com as vivências e experiências envolvendo o meio ambiente, o
desenvolvimento humano, transformações tecnológicas entre outras temáticas.

Um dos desafios de ensinar Ciências é construir princípios que permitam que o


aluno interaja com o assunto abordado em aula, direcionando a aprendizagem
para uma situação cultural mais ampla, e possibilitando o aprendente tomar
decisões fundamentadas e críticas. Para suprir essa necessidade na forma de
ensinar e na educação científica, surgem as Metodologias Ativas de
Aprendizagem (MAA). Essas metodologias buscam inserir o aluno de forma ativa
dentro da sala de aula, passando-o de ouvinte para agente do seu próprio
conhecimento.

As metodologias ativas consistem na mudança do paradigma do aprendizado e da


relação entre o aluno e o professor. O aluno passa então a ser o protagonista e
transformador do processo de ensino, enquanto o educador assume o papel de um
orientador, abrindo espaço para a interação e participação dos estudantes na
construção do conhecimento.
Além disso, essas metodologias estimulam a resolução de problemas práticos,
contribuindo para o desenvolvimento de competências como o pensamento crítico. Os
estudantes também conseguem trabalhar a autonomia, a responsabilidade, a
proatividade, o trabalho em equipe e a independência.
Isso significa que essas metodologias podem contribuir com o desenvolvimento tanto
da dimensão cognitiva quanto da socioemocional dos estudantes. Isso porque os
alunos aprendem a lidar com problemas devido ao trabalho da sua segurança e
confiança para enfrentar situações complexas, na escola quando e na vida. Os alunos
desenvolvem mecanismos e aprendem a expor sua opinião e a respeitar pensamentos
diferentes.

As metodologias ativas podem ser aplicadas de diversas formas no ensino. Conheça


as principais delas:

1 - Ensino Híbrido
O ensino híbrido consiste na união do ensino tradicional e presencial com aquele a
distância (EAD). O uso da tecnologia no ensino facilita o contato do aluno com o
conhecimento, permitindo que o estudante busque fontes, informações e dados online
rapidamente com a finalidade de complementar o que foi dito em sala.

2 - Sala de aula invertida


A sala de aula invertida consiste na inversão do modelo tradicional, no qual o
professor passa o conteúdo e em seguida, em casa, o aluno tenta resolver os
exercícios e identificar suas dúvidas. A intenção é que os estudantes tenham o
primeiro contato com o conteúdo antes de chegarem na escola, para então serem
auxiliados pelo educador em relação às dúvidas e à resolução de questões.

3 - Gamificação
O objetivo da gamificação é trazer a experiência dos jogos para o ensino. O ponto
principal dessa metodologia é fazer com que os alunos entrem em uma competição
saudável, estimulando o pensamento “fora da caixa” e a motivação e a dedicação para
o estudo.
Aprendizagem entre pares
O aprendizado entre pares parte do mesmo princípio da sala de aula invertida, que
citamos acima.
Entretanto, o objetivo dessa metodologia específica é que o aluno estude previamente
um conteúdo já disponibilizado pelo professor. Assim, na aprendizagem entre pares, o
direcionamento dos estudos é mais específico.
Para aprofundar os conhecimentos dos estudantes e testar suas habilidades, o
professor deve aplicar questionários online. Tudo com base nas propostas de estudo
prévio, claro.
Um outro benefício dos testes é que, com os resultados em mãos, os professores
conseguem identificar os pontos fortes e fracos da turma.

4. Aprendizagem baseada em problemas


Como o próprio nome sugere, esse tipo de metodologia ativa orienta os professores a
proporem problemas para seus alunos, que devem buscar formas de solucioná-los.
A aprendizagem baseada em problemas estimula os alunos a serem mais autônomos
e criativos.
Além disso, é comum que os estudantes se engajem muito nesse tipo de atividade,
que tendem a ser mais práticas e associadas ao campo profissional da graduação.

5. Aprendizagem baseada em projetos


A aprendizagem baseada em projetos se assemelha à metodologia acima. Entretanto,
nesse cenário, o professor deve propor um projeto prático aos alunos.
Esse projeto deve estar relacionado às possíveis vivências que os estudantes
enfrentarão profissionalmente na área da graduação.
E para que essa metodologia seja aplicada corretamente, o professor deve atuar como
orientador e observar o desenvolvimento dos alunos.
Os estudantes, por sua vez, devem elaborar planos de ações para os projetos,
executá-los e demonstrar seus resultados alcançados.

6. Cultura Maker
A chamada “cultura maker” se baseia na cultura do “faça você mesmo”.
Esse tipo de metodologia ativa estimula que os alunos criem ou produzam projetos
com as próprias mãos. Eles ficam livres para desenvolver suas habilidades e
criatividade.
Construir maquetes, projetos e protótipos são exemplos de projetos que podem ser
considerados como parte da Cultura Maker.
Aqui, mais uma vez, é importante que os alunos tenham autonomia e que os
professores sirvam como orientadores e avaliadores.
PERGURTAR AOS ALUNOS QUAIS METODOLOGIAS ATIVAS ELES SE
LEMBRAM EM SEU TEMPO DE ESTUDANTE DO ENSINO FUNDAMENTAL E
MEDIO?

Referencias
http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/8161
https://andragogiabrasil.com.br/metodologias-ativas/
https://www.blogs.unicamp.br/apedra/2017/10/12/aprendizagem-ativa-e-mais-antiga-
do-que-voce-imagina/
http://urisantiago.br/multicienciaonline/adm/upload/v2/n3/7a8f7a1e21d0610001959f086
3ce52d2.pdf
https://www.somospar.com.br/metodologias-ativas-como-essa-tendencia-pode-
beneficiar-as-praticas-pedagogicas/
https://blog.saraivaeducacao.com.br/tipos-de-metodologias-ativas/
https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/view/4333
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/19629_9505.pdf

https://www.somospar.com.br/metodologias-ativas-como-essa-tendencia-pode-
beneficiar-as-praticas-pedagogicas/

https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/view/4333/2821

1. Desenvolver a autonomia do estudante

Ver um estudante protagonizar o seu aprendizado significa, entre


outras coisas, oferecer-lhe autonomia, estimulando-o a buscar
informações e a construir conhecimento caminhando com as próprias
pernas.

Isso não corresponde a deixá-lo à própria sorte, mas, sim, mediar o


processo de aprendizagem, acompanhando os projetos dele desde o
início até a finalização. Nesse novo formato, o professor abre os
caminhos para que o estudante pesquise os conteúdos e descubra a
melhor maneira de aprendê-los.
3. Estimular a criatividade

Outra vantagem considerável de transmitir o protagonismo para o


estudante é estimular a sua capacidade criativa. Fazer isso é essencial,
pois a criatividade é uma função nobre da inteligência que o motiva a
desenvolver o olhar multifocal, a pensar fora da caixa e a sair do lugar-
comum. Assim, trabalham-se as seguintes habilidades:

 analisar as situações;
 fazer escolhas;
 corrigir rotas;
 estabelecer metas;
 administrar as emoções;
 gerenciar os pensamentos.

Se o ambiente não é favorável, o estudante se torna desinteressado e


perde a curiosidade natural pelas coisas.

4. Incentivar o pensamento complexo

Perceber que uma situação pode ser vista de diferentes formas e por
diversos pontos de vista é importante para uma educação que visa ao
protagonismo. Isso acontece porque o estudante que é capaz de
perceber a realidade sob muitos ângulos, desenvolvendo o
pensamento crítico e fazendo relações entre as ideias, compreende
que não há uma única forma de enxergar o mundo e aprende a expor
ideias e opiniões sobre vários assuntos sem imposição .

5. Melhorar a cooperação na sala de aula

O resultado de ter o aluno como protagonista no processo de


aprendizagem é positivo e contribui muito para a cooperação na sala
de aula. É claro que é necessário estabelecer algumas regras para
que essa dinâmica funcione, mas o objetivo é aproveitar o que cada
pessoa tem de melhor para um aprendizado compartilhado.

Esse modelo permite explorar melhor as dificuldades e facilidades de


cada um, o que favorece a criação de um ambiente mais
compreensivo e colaborativo.

6. Demonstrar ao estudante que ele também é fonte de conteúdo

Oferecer um espaço em sala de aula para que cada pessoa possa


partilhar suas experiências e adquirir novos conhecimentos é a
essência de um trabalho voltado para o protagonismo na educação.
Todos temos algo a ensinar e muito a aprender. Isso significa dar voz a
todos e enxergar, em cada um, a capacidade de construir a partir de
suas particularidades.

O professor não é ausente, tampouco omisso em um modelo de


metodologias ativas. Ao contrário, ele é bastante relevante, pois atua
como um mediador e orientador nessa nova configuração de ensino.
Isso significa tirar dúvidas, acompanhar e apresentar possíveis
caminhos a serem trilhados pelos estudantes na busca pelo
conhecimento, em vez de solucionar os seus desafios prontamente.

Além disso, o próprio docente aprende muito nesse cenário. Essa


metodologia proporciona uma relação de troca de saberes com os
estudantes, em uma via de mão dupla, em que ambas as partes se
desenvolvem construtivamente.

O professor não é ausente e muito menos sem importância, pelo contrario ele é de
grande importância pois atua como mediador e orientador.

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