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5. Revisão bibliográfica
O abacate (Persea americana Mill.) é um fruto pertencente ao gênero Persea da família
Lauraceae, originário do continente americano, especialmente do México. Possui qualidade
nutricional devido ao seu conteúdo de lipídios, associado a proteínas, vitaminas e minerais;
apresenta também grande potencial econômico, pois vários de seus componentes podem
ser utilizados em várias vertentes como na indústria farmacêutica, de
cosméticos,notadamente pelas suas características físicas e químicas, uma vez que tem em
sua composição a fração insaponificável responsável por propriedades regenerativas da
epiderme. Além dessa propriedade, o óleo de abacate apresenta fácil absorção pela pele,
sendo usado como veículo de substâncias medicinais (REIS, 2019).
Um exemplo de substância derivada do abacate que é amplamente utilizada nas indústrias
citadas é o seu óleo, dotado de alto grau de hidratação, sendo rico em vitaminas, proteínas
e potássio, auxilia na cicatrização, na formação do colágeno e pode ser utilizado como
transportador de ativos medicinais (REIS, 2019). Devido ao alto teor de vitamina E (α-
tocoferol) em sua composição, confere propriedades regenerativas e fácil absorção no
tecido epidérmico. Na área industrial, o abacate também é utilizado para extração de azeite
e etanol, visando à geração de biocombustível e fabricação de tintas (NOGUEIRA-DE-
ALMEIDA, et al., 2018).
O fruto é composto por casca, polpa e caroço. É possível extrair óleo dos três segmentos. A
taxa de hidratação do óleo pode variar de 70% a 82%, por essa razão, esse se torna
vastamente utilizado na indústria de cosméticos. O óleo também pode ser usado para
formar emulsões com facilidade e absorver odores característicos, o que é imprescindível
para produção de sabonetes e cremes (ROHR, 2018).
Na medicina popular é vastamente utilizado: as folhas do abacateiro são usadas para
confecção de chá diurético e carminativo, ou seja, elimina gases intestinais; o caroço
combate diarreia e disenteria desde que tostado e moído; o azeite combate dores
reumáticas, problemas digestivos, flatulências, problemas de pele, entre outros; as cascas
são utilizadas para combater hemorragias (LEONEL, et al., 2008).
Segundo Credidio (2004), estudos foram feitos em vários países, incluindo o Brasil, mas
principalmente no México, relatando o papel de prevenção e tratamento dos componentes
presentes no abacate das cardiopatias. Além disso, segundo o autor, já foram publicadas
em 1992 evidências científicas que comprovem a eficácia do abacate como fonte de ácidos
graxos monoinsaturados em pessoas saudáveis, reduzindo o colesterol total, o colesterol de
baixa densidade (LDL) e os triacilgliceróis e aumentando níveis do colesterol de alta
densidade (HDL).
Coco nucifera L.é uma planta monocotiledônea, pertencente à família Arecaceae, com até
25 metros de altura. Sua palmeira é nativa do Sudeste Asiático e ilhas do Oceano Índico e
do Pacífico, sendo posteriormente transferida para a Índia e África Oriental, e
posteriormente para os Estados Unidos e outras regiões tropicais. Essa planta no Brasil é
comumente referida como Coco da Bahia, Coco da Praia, Coco e outros nomes (Lima et
al., 2015).
O óleo de coco é amplamente utilizado em diversos setores, como o alimentício,
farmacêutico, cosmético e também em biocombustíveis devido aos ésteres metílicos
presentes no óleo (DAUBER, 2015).
Segundo Rabelo (2019), é considerado um fitocosmético e incorporado em diversas
formulações, não só pela tendência mundial do consumo de produtos que, em suas
formulações, substituem os produtos sintéticos por componentes naturais, mas
principalmente pelas características que este óleo possui. O óleo do coco de babaçu é rico
em ácidos graxos, como ácido láurico e palmítico, que compõem alguns cosméticos para
pele e cabelos (SILVA NETO, et al., 2020).
Fabian Laszlo (2017) demonstrou que o coco possui propriedade altamente hidratante e
umectante essencial no desenvolvimento de produtos cosméticos para o cuidado com a
pele, em especial pela alta concentração de ácido láurico, um tipo de ácido graxo com
propriedades antissépticas, eficaz no combate de micro-organismos causadores de doenças
de pele (SILVA NETO, et al, 2020).
A extração do óleo é feita por prensagem, a partir da polpa do coco quando está seca.
Segrega-se o tegumento, higieniza-o, depois, inicia-se sua fragmentação em moinhos até
adquirir um tamanho desejado. Em seguida, os fragmentos do coco são destinados à prensa
hidráulica ou centrífuga para obter a emulsão (água). A partir desse estágio, inicia-se a
separação do óleo de coco presente na emulsão, e posteriormente o envase e venda
(PINHO; SOUZA, 2018).
Ao óleo de coco estão sendo atribuídas propriedades antiobesidade devido ao seu conteúdo
de ácido láurico, considerado termogênico, e que contribui para a perda de gordura e peso
corporal e redução de gordura abdominal, prevenindo doença arterial coronariana
(CREDIDIO, 2010).
A agregação de óleos vegetais em produtos cosméticos constitui uma estratégia
revolucionária e competitiva. Tal abordagem está ligada a questões de sustentabilidade,
valorização da biodiversidade brasileira e alinha-se com a busca crescente dos
consumidores por produtos que contenham ingredientes naturais (ACHILLES, 2019).
- Referências consultadas dos últimos 5 anos
PINHO, Ana Paula Santos de; SOUZA, Aline Francisca de. Extração e caracterização do
óleo de coco (Cocos nucifera l.). 2018. Disponível em:
https://ojs3.perspectivasonline.com.br/biologicas_e_saude/article/view/1241/1005. Acesso
em: 17 mar. 2021.
RABELO, Renata Soares. Desenvolvimento de formulação base condicionadora para
cabelos com incorporação dos óleos de Attalea speciosa mart. ex Spreng e
Astrocaryum huaimi mart. e análise comparativa. 2019. Disponível em:
https://bdm.ufmt.br/bitstream/1/1244/1/TCC_2018_Renata%20Soares%20Rabelo.pdf.
Acesso em: 11 mar. 2021.
REIS, Laissa Aparecida Praxedes dos. Desenvolvimento e caracterização de
microemulsões de óleo de abacate para uso cosmético. 2019. 51 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Química) - Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Ponta Grossa, 2019.
ROHR, Bruna Natália. Desenvolvimento de emulsão contendo óleo de abacate como
adjuvante no tratamento das alterações epiteliais de pacientes oncológicos. 2018.
Disponível em: https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/2863/1/Bruna%20Nat
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SAMPAIO, Isabella; FERREIRA, Solange; JUIZ, Paulo. Estudo Prospectivo Relativo ao
Uso do Fruto Coco como Matéria-prima para Fabricação de Cosméticos. 2018.
Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/nit/article/viewFile/27238/17046.
Acesso em: 11 mar. 2021.
SANTOS, Francisco Dimitre Rodrigo Pereira et al. Uso do óleo de coco babaçu (Attalea
speciosa) como emoliente em formulação fitocosmética com ação hidratante. 2020.
Disponível em: http://www.ojs.unirg.edu.br/index.php/1/article/view/3227. Acesso em: 11
mar. 2021.
SILVA NETO, Alfredo Soares da; SILVA, Lerner Mayner Santos; MELO NETO,
Bernardo. Utilização do óleo de coco na produção de cosméticos: uma revisão
bibliográfica. 2020. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10397/9315. Acesso em: 11 mar. 2021.
SOUZA, Fransklim Abel Pinheiro de et al. Incidência de produtos naturias em
procedimentos estéticos caseiros. 2019. Disponível em:
http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mostrabiomedicina/artic
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TANGO, João Shojiro et al. Caracterização física e química de frutos de abacate
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
29452004000100007&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 11 mar. 2021.
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