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Espírito Santo é o termo usado para traduzir o termo hebraico Ruach HaKodesh, utilizado na Bíblia

hebraica (Velho Testamento) para se referir à presença de Deus na forma experimentada por um ser
humano. Nos Cristianismo o Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Entre os cristãos,
o Espírito Santo também é chamado de CONSOLADOR ( do grego Parácleto), que significaa alguém
enviado para ficar ao lado de outrem (João 14.16).

Índice [esconder]

1 A visão judaica do Espírito Santo

2 Dons do Espírito Santo

3 Pentecostes

4 Perspectivas cristãs do Espírito Santo

4.1 Novo Testamento

4.2 Perspectivas de diferentes denominações

5 O género do Espírito Santo

6 Na cultura popular

7 Ver também

8 Referências

[editar]A visão judaica do Espírito Santo

A literatura midrash contém muitas afirmações acerca do Espírito Santo. É escrito que o Espírito Santo,
sendo de origem celeste, é composto, como tudo aquilo que vem do céu, de luz e de fogo. Quando
descansou sobre Finéias, a sua face ardeu como um archote (Midrash Lev. Rabbah 21). Quando o Templo
foi destruído e o povo de Israel foi para o exílio, o Espírito Santo regressou ao céu, o que é indicado em
Eccl. 12:7: "o espírito voltará para Deus" (Midrash Eccl. Rabbah 12:7). O espírito por vezes fala com voz
masculina, e outras com voz feminina (Eccl. 7:29). Isto é, como a palavra "ruah" é tanto masculina como
feminina, o Espírito Santo foi concebido como sendo por vezes como um homem e outras como uma
mulher.

De acordo com a tradição Judaica, o Espírito Santo se apresenta apenas a uma geração digna, e a
frequência das suas manifestações é proporcional à retidão. Não se registraram manifestações deste no
tempo do Segundo Templo (Talmude, Yoma 21b), embora se dessem muitas no tempo de Elias (Tosefta
ao Talmude Sotah, 12:5). De acordo com Jó 28:25, o Espírito Santo repousa sobre os Profetas em vários
graus, alguns profetizando o conteúdo de apenas um livro, outros preenchendo dois livros (Midrash Lev.
Rabbah 15:2). Ainda assim não repousava sobre eles continuamente, mas apenas por períodos de
tempo.

Os estágios de desenvolvimento, dos quais o mais elevado é o Espírito Santo, são os seguintes: zelo,
integridade, pureza, santidade, humildade, temor do pecado, o Espírito Santo. O Espírito Santo conduziu
Elias, o qual traz os mortos à vida (Yer. Shab. 3c, acima, e passagem paralela). O pacto sagrado através do
Espírito Santo (Midrash Tanhuma, Vayeki, 14); qualquer um que ensine a Torah em público partilha do
Espírito Santo (Midrash Canticles Rabbah 1:9, end; comp. Midrash Lev. Rabbah 35:7). Quando Finéias
pecou, o Espírito Santo apartou-se dele (Midrash Lev. Rabbah 37:4).

A tradição Judaica divide os livros da Bíblia Hebraica em três categorias, de acordo com o nível de
profecia que os seus autores terão alcançado.

Os resultados visíveis da actividade do Espírito Santo, de acordo com a concepção Judaica, são os livros
da Bíblia, os quais terão sido, na sua totalidade, compostos sob a sua inspiração. Todos os Profetas
falaram "no Espírito Santo"; e o sinal mais característico da presença do Espírito Santo é o dom de
profecia, no sentido em que a pessoa sobre a qual ele repousa vê o passado e o futuro. De acordo com o
Talmude, com a morte dos três últimos profetas, Ageu, Zacarias, e Malaquias, o Espírito Santo cessou de
se manifestar em Israel; mas o Bat Kol (voz celestial) ainda estava disponível.

A Torah (cinco livros de Moisés) diz-se ter sido escrita por Moisés através de uma revelação verbal
directa de Deus.

Os Nevi'im (profetas) são livros escritos por pessoas que receberam um elevado nível de profecia.

Os Ketuvim (escritos, agiógrafa) são escritos por pessoas que possuem um menor nível de profecia
conhecido como inspiração divina, Ruach HaKodesh.

De acordo com uma das perspectivas do Talmude, o Espírito Santo estava entre as dez coisas que foram
criadas por Deus no primeiro dia (Talmude Bavli, Hag. 12a, b). Embora a natureza do Espírito Santo, na
realidade, não esteja descrita em lugar algum, o seu nome indicia que era concebido como uma espécie
de vento que se manifestava através de som e luz.

De especial interesse é a distinção feita pelas antigas autoridades Judaicas entre o "Espírito do Senhor"
(o qual é o termo mais comum para referir o Espírito Santo no Tanakh) e a Shekinah, a presença de Deus.
Esta distinção é feita no Talmude, o qual nos dá uma lista das coisas que se encontravam no primeiro
Templo de Jerusalém, mas ausentes do segundo Templo. Esta lista inclui o Espírito Santo e a Shekinah. A
diferença não é facilmente compreendida, mas parece que a glória da Shekinah era, de alguma forma,
mais tangível do que o Espírito. Isto poderia referir-se à presença literal de Deus no Santo dos Santos, e à
presença de Deus que dele emanava em alguma forma especial, em oposição à presença do Espírito
Santo, o qual estaria em muitos locais mundo fora, e especialmente em indivíduos. No Tanakh,
entretanto, esta presença do Espírito é reservada para os reis, profetas, sumo sacerdotes, etc. e não é
concedida ao crente comum.

O Espírito Santo é referido com menor frequência nos Apócrifos e pelos escritores Judeus Helénicos; isto
pode significar que a concepção do Espírito Santo não era proeminente entre o povo Judeu da época,
especialmente na Diáspora.

Na profecia de I Macabeus 4,45. 14,41 é referido como algo há muito perdido. Sabedoria 9,17 refere-se
ao Espírito Santo enviado por Deus dos céus, através do qual os decretos de Deus são reconhecidos. A
disciplina do Espírito Santo protege do logro (ib. i. 5). Diz o Salmo de Salomão, 17,42, em referência ao
Messias, o filho de David: "ele é poderoso no Espírito Santo"; e em Susana, 45, que "Deus elevou o
Espírito Santo num jovem, cujo nome era Daniel."

[editar]Dons do Espírito Santo

Dons do Espírito Santo, segundo a Bíblia, são atributos proporcionados sobrenaturalmente aos cristãos
pelo Espírito Santo. Segundo o texto bíblico da 1ª carta de Paulo aos Coríntios,[1] existem nove
diferentes dons possíveis de serem alcançados pelo cristão. Estes dons são postos em prática em
comunidades cristãs, independentemente de sua razão confessional, por pessoas reconhecidamente
cristãs em sua fé e prática. Foram bastante importantes na igreja cristã primitiva para a evangelização do
mundo então conhecido. Atualmente, verifica-se a utilização de tais dons na renovação carismática,
movimento que tem seu esteio na Igreja Católica Apostólica Romana, nas igrejas evangélicas
pentecostais e neopentecostais. É uma expressão estudada na teologia cristã. Segundo o autor da
Primeira Epístola aos Coríntios, seria doado para o que fosse útil (12:7), e repartido a cada um segundo a
vontade do Espírito Santo (12:11); existindo diferentes tipos de dons:

A enumeração dos dons é proferida na Primeira Epístola aos Coríntios, no capítulo 12, sendo eles:

Palavra da sabedoria;

Palavra do conhecimento;

Fé;

Dons de curar;

Operação de maravilhas;

Profecia;

Discernimento de espíritos;

Variedade de línguas;
Interpretação de línguas.

[editar]Pentecostes

Pentecostes era uma festa do Antigo testamento que se comemorava cinquenta dias após a Páscoa.
Segundo os relatos da Sagradas Escrituras após ter se cumprido o dia de Pentecostes, estavam os
discipulos reunidos e de repente, veio do céu um som , como de vento veemente e impetuoso e encheu
toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas línguas repartidas como que de fogo, as quais
pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem(Atos 2.1-4).

[editar]Perspectivas cristãs do Espírito Santo

Representação do dia de Pentecostes, (At 2,1-13).

Nas principais correntes do Cristianismo, o Espírito Santo é uma pessoa da Trindade, co-igual com o Pai e
o Filho (i.e. Jesus Cristo), parte da Deidade.O estudo do trabalho do Espírito Santo é chamado de
Pneumatologia.

[editar]Novo Testamento

O Espírito Santo é frequentemente simbolizado pelo sinal de uma pomba branca, baseado no relato do
Espírito Santo a descer sobre Jesus Cristo, após este ter sido batizado no rio Jordão, embora o texto
bíblico não diga que foi em forma de pomba, e sim como uma pomba, numa comparação. O livro de Atos
descreve o Espírito Santo a descer no lugar onde os Apóstolos estavam durante o Pentecostes na forma
de um vento e línguas de fogo, que tocam nos Apóstolos. Baseado nesta imagem, o Espírito Santo é
frequentemente simbolizado por uma chama.

No Evangelho de João, no Novo Testamento, a ênfase é colocada, não no que o Espírito Santo fez por
Jesus, mas no facto de Jesus ter dado o Espírito aos seus discípulos. No Cristianismo tradicional, o qual
foi o mais influente para o desenvolvimento posterior da doutrina da Trindade, Jesus é visto como o
cordeiro sacrificial, e como vindo aos homens para conceder o Espírito de Deus à humanidade.

Embora a linguagem utilizada ao descrever Jesus a receber o Espírito Santo no Evangelho de João seja
um paralelo dos relatos nos outros Evangelhos, João relata este episódio com o objectivo de mostrar que
Jesus tinha uma especial posse do Espírito para que o podesse conceder aos seus seguidores, unindo-os
a Si mesmo, e em Si mesmo unindo-os também com o Pai. (Ver Raymond Brown, The Gospel According
to John, capítulo sobre Pneumatologia).
[editar]Perspectivas de diferentes denominações

Os Cristãos crêem que é o Espírito Santo que conduz as pessoas à fé em Jesus Cristo e aquele que lhes dá
a capacidade para viverem um vida Cristã e dá credito. O Espírito Santo figurativamente habita dentro de
cada cristão verdadeiro, e se manifesta em ações de graça. Ele é descrito como um "ajudador" (em gr.
paraclite), guiando-os no caminho da verdade. O 'Fruto do Espírito' (isto é, o resultado da sua influência)
é "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança" (Gálatas 5:22).
Ele também concede dons (isto é, habilidades) aos Cristãos tais como os dons de profecia, línguas e
conhecimento, embora alguns Cristãos acreditem que isto apenas aconteceu nos tempos do Novo
Testamento.

O movimento Pentecostal e Neo-pentecostal coloca uma ênfase especial nas obras do Espírito Santo, em
especial nos dons acima mencionados, acreditando que estes são ainda hoje concedidos. Os
Pentecostais acreditam que o batismo no Espírito Santo é uma obra distinta do novo nascimento. Os
Pentecostais crêem que é Jesus quem batiza com o Espírito Santo, e que este batismo é evidenciado pelo
falar em línguas estranhas. Uma parte minoritária dessas Igrejas afirmam que esse batismo do Espírito
Santo é o verdadeiro sinal de Cristianismo numa pessoa, ou seja, que até uma pessoa ter experimentado
o baptismo do Espírito Santo, ela não pode estar certa da sua salvação.

De acordo com os dispensacionalistas, estamos agora a viver a Era do Espírito. O período do Velho
Testamento, nesta corrente, pode ser chamado a Era do Pai; o período coberto pelos Evangelhos, a Era
do Filho; do Pentecostes até ao segundo advento de Cristo, a Era do Espírito.

Há ainda os cristãos que creem que o Espírito Santo é apenas um meio de manifestação de Jesus Cristo.
Ou seja, Espírito Santo é mais um Título Santo dado à Jesus, o Deus encarnado.

[editar]O género do Espírito Santo

A palavra hebraica presente na Bíblia para espírito é ruwach, que significa vento fôlego, inspiração; o
substantivo é, gramaticalmente, feminino. No Cânticos dos Cânticos, o mais antigo hinário cristão, o
Espírito Santo é, gramaticalmente, feminino. A palavra grega para espírito, pneuma, não tem género
gramatical. O Espírito Santo é traduzido para o masculino apenas em línguas como o Latim e o Inglês.

[editar]Na cultura popular

Coroa do Espírito Santo, Ilha de Santa Maria (Açores, 2008).

Ver artigo principal: Irmandades do Divino Espírito Santo


O culto ao Divino Espírito Santo, em suas diversas manifestações, é uma das mais antigas e difundidas
práticas do catolicismo popular brasileiro. Sua origem remonta às celebrações realizadas em Portugal a
partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com banquetes e
distribuição de esmolas aos pobres.

Essas celebrações aconteciam cinquenta dias após a Páscoa, comemorando o dia de Pentecostes,
quando o Espírito Santo desceu do céu sobre os apóstolos de Cristo sob a forma de línguas como de
fogo, segundo conta o Novo Testamento. Desde seus primórdios, os festejos do Divino, realizados na
época das primeiras colheitas no calendário agrícola do hemisfério norte, são marcados pela esperança
na chegada de uma nova era para o mundo dos homens, com igualdade, prosperidade e abundância
para todos.

A devoção ao Divino encontrou um solo fértil para florescer nas colônias portuguesas, especialmente no
arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova
Inglaterra, nos Estados Unidos da América, e diversas partes do Brasil.

É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas
de colonização. Hoje, a festa do Divino pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país,
do Rio Grande do Sul ao Amapá, apresentando características distintas em cada local, mas mantendo em
comum elementos como a pomba branca e a santa coroa, a coroação de imperadores e a distribuição de
esmolas.

[editar]Ver também

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