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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

PARTE GERAL

Introdução: o direito somente existe por que vivemos em sociedade, a relação entre um
homem e outro faz com que o direito exista e esse convívio entre as pessoas recebe o nome
de relação jurídica,

Relação jurídica: é o que nos liga ao nosso semelhante.

Divisão do Direito:

• Direitos não patrimoniais: não tem valor econômico, como o direito da personalidade
e direito de família.
• Direitos patrimoniais: tem valor econômico.
o Direitos reais: integram o direito das coisas. Disciplinam a relação entre a
pessoa e a coisa.
o Direitos obrigacionais, pessoais ou de crédito: integram o direito das obrigações.
Disciplina a relação jurídica entre sujeito ativo e passivo em que o primeiro
pode exigir uma prestação do segundo.

Obrigação: é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor


e cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econômica, positivo ou negativa, devida
pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.

Elementos Constitutivos:

• Elemento subjetivo ou pessoal: duplicidade de sujeitos e estes devem ser determinados


ou determináveis.
• Elemento material: é a conduta humana, que consiste em dar, fazer ou não fazer
alguma coisa em benefício do credor.
A respeito desta prestação: deverá ser suscetível a uma avaliação econômica, lícita,
possível, determinada, determinável e patrimonial.

Vínculo Jurídico: é resultado de várias fontes e sujeita o devedor a prestar determinado


favor ao credor. Divide-se em débito (debitum) e reponsabilidade (obirgatio), são elementos
essenciais que sujeitam o devedor a realizar um ato positivo ou negativo ao credor, estes
se complementam e formam uma unidade.
Debitum: é a relação pessoal entre as partes contratantes.
Obrigatio: é a responsabilidade pelo devedor, a consequência jurídica patrimonial do
descumprimento da relação obrigacional.
Fontes Geradoras de Obrigações: fonte de obrigação é o seu elemento gerador. Investigar
fontes do direito é buscar as razões pelas quais alguém se torna devedor ou credor.

Fontes do Direito Romano:


• Contratos
• Quase contratos
• Delitos
• Quase delitos

Fontes das Obrigações:

• Vontade do estado: lei (fonte primária e imediata de todas as obrigações).


• Vontade Humana: contratos, declarações unilaterais e atos ilícitos. Pode se
manifestar de forma voluntária e involuntária.
• Segundo o CC as fontes de obrigação são:
• Contratos (arts.581 a 853).
• Declarações Unilaterais de vontade (arts. 854 a 886).
• Atos ilícitos dolosos e culposos (art.186, 187, 927 e
s).
• Lei.

CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:


1. Quanto ao vínculo:
• Obrigações civis.

• Obrigações morais.

• Obrigações naturais.

2. Quanto ao objeto:
• Obrigações de dar.

• Obrigações de fazer.

• Obrigações de não fazer.

3. Quanto aos seus elementos:


• Simples.

• Compostas:
• Obrigações compostas pela multiplicidade de objetos: obrigações cumulativas ou
conjuntivas, alternativas ou disjuntivas e obrigações facultativas.
• Obrigações compostas pela multiplicidade de vínculos: obrigações divisíveis,
indivisíveis e solidárias.
4. Quanto a conteúdo:
• Obrigações de meio.

• Obrigações de resultado.

5. Quanto aos elementos:


• Obrigações puras e simples.

• Obrigações condicionais (art.121).

• Obrigações a termo (art.131).

• Obrigações modais (art.133).

6. Quanto ao momento:

• Obrigações de execução continuada.

• Obrigações de execução diferida.

• Obrigações de execução continuada ou trato sucessivo.

7. Quanto a liquidez:

• Obrigações liquidas.

• Obrigações ilíquidas.

Obrigações principais:

Obrigações acessórias:

Obrigações propter rem:


Obrigações civis, morais e naturais:

Os elementos essenciais da obrigação: sujeitos, objeto e vinculo jurídico.

• Obrigação civil: há um vínculo que sujeita o devedor a fazer uma prestação em


proveito do credor, seja ela positiva ou negativa. Criando um liame entre os
sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada e sua responsabilidade em caso de
pagamento. Possibilita ao credor buscar uma interferência estatal para obter a
prestação, sendo sua única garantia o patrimônio do devedor.

• Obrigação moral: é um dever de consciência que se faz por mera liberdade. Nesse
caso é impossível obrigar o devedor a cumpri-la, o credor carece do direito de ação.
O descumprimento resulta apenas em reprimenda social. E se houver o
cumprimento, este será irrevogável.

• Obrigação natural: é aquela em que o credor não pode exigir do devedor certa
prestação, embora, em caso de adimplemento espontâneo ou voluntário, possa rete-
la a título de pagamento e não mera liberalidade. Trata-se de uma obrigação
imperfeita e incomplete, pelo fato de que o credor não possui direito de ação para
compelir o devedor a pagar.

Obrigações de dar, fazer e não fazer.

1. Obrigação de dar: é aquela em que o devedor se compromete a entregar bem móvel


ou imóvel ao credor, seja para constituir novo direito ou restituir a coisa a seu
titular. Consiste na tradição de algo pelo devedor ao credor.
A obrigação de dar constitui um compromisso de entrega, pois gera direito a um
crédito e não direito real. Somente se confere DIREITO REAL com TRADIÇÃO E
TRANSCRIÇÃO.
a. Obrigação de dar coisa certa: quando o objeto da prestação é constituído por
um corpo certo e determinado, estabelecendo entre as partes um vínculo em
que o devedor deve entregar ao credor coisa individualizada. Trata-se de
coisa inconfundível.
Responsabilidade pela perda e pela deterioração: no CC perda e deterioração
são separados em dois momentos, antes e depois da tradição. Até a tradição a
responsabilidade é do DEVEDOR e após a tradição a responsabilidade é do
ADQUIRENTE. A coisa desaparece junto com o dono.
Perda SEM culpa: art.238 do CC e Perda COM culpa: art.239 do CC
Deterioração SEM culpa: art.240 do CC e deterioração COM culpa: art.240 do
CC.
b. Obrigação de dar coisa incerta: consiste na relação em que o objeto indicado
de forma genérica no início da obrigação, seja determinado mediante escolha
(a escolha se efetiva com a concentração), por ocasião de seu adimplemento.
Antes da escolha não se fala em caso fortuito, perda ou deterioração (art.246
do cc). Normalmente só existe referência ao gênero e quantidade.

c. Obrigação de restituir: se caracteriza por envolver uma devolução. Nesse caso


o credor é dono da coisa, este possui direito real e pode requerer a apreensão
judicial da coisa.

2. Obrigação de fazer: há o vinculo entre o devedor à prestação de um serviço ou ato


positivo, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de outrem. Possui por objeto
qualquer comportamento humano, lícito e possível do devedor ou de terceiro.
a. Obrigação de fazer de natureza infungível: aquela que só pode ser executada
pelo DEVEDOR. Trata-se de uma obrigação intuitu personae ou
personalíssima. Levam em conta as qualidades pessoais do DEVEDOR, que
deve ser insubstituível por conta da sua capacidade, idoneidade, reputação e
outras qualidades.
b. Obrigação de fazer de natureza fungível: aquela em que a prestação do ato
pode ser realizada pelo devedor OU por terceiro.
Obrigação de fazer SEM culpa: art.248 e art.393 do CC e obrigação de fazer
COM culpa: art.248 e art.249 do CC.

3. Obrigação de não fazer: aquela em que o DEVEDOR assume o compromisso de


abster-se de algum ato que poderia praticar normalmente se não estivesse obrigado.
Trata-se de uma obrigação negativa e de caráter PESSOAL, pois vincula apenas o
DEVEDOR. Por sua vez, ela poderá ser geral ou abstrata, configurando o
DIREITO REAL.
Obrigação de não fazer SEM culpa: art.250 do CC e obrigação não de fazer COM
culpa: art.251 do CC.
OBRIGAÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS

Obrigações compostas por multiplicidade de objetos:

• Obrigações cumulativas: é uma relação obrigacional múltipla, ou seja, pode


conter duas ou mais obrigações de dar, fazer ou não fazer algo, decorrentes da
mesma causa. Deverão ser realizadas totalmente, pois o inadimplemento de
uma, causa o descumprimento total da obrigação. O credor não está obrigado a
receber uma sem a outra, porém o pagamento pode ser simultâneo.

• Obrigações alternativas: são aquelas que possuem duas ou mais prestações, com
objetivos distintos, em que o devedor se libera com o cumprimento de apenas
uma mediante escolha do credor. Após a escolha terá a individualização da
coisa. O ato de escolha é chama de: concentração.
Características:
o Dualidade ou multiplicidade de obrigações.
o Exoneração do devedor com o cumprimento de apenas uma obrigação.

• Obrigações facultativas: são aquelas que possuem por objeto apenas uma
prestação, porém permite a lei ou contrato ao devedor substituí-la por outra,
facilitando o pagamento. Se a prestação se tornar impossível, ainda que
decorrente de caso fortuito ou força maior, a escolha não recairá na prestação
substitutiva. O credor não poderá reclamar a substituição, mas o devedor
poderá optar por ela, se quiser.

Obrigações compostas por multiplicidade de sujeitos:

• Obrigações divisíveis: são aquelas cuja a prestação é suscetível de cumprimento,


parcial, sem prejuízo de sua substância ou de seu valor. Segundo a regra concursu
partes fiunt, cada co-credor e cada co-devedor poderá exigir e responder somente
pela parte que lhes caiba, excetuando-se as obrigações indivisíveis e as solidárias.

• Obrigações indivisíveis: são aquelas cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro,
não comportando, por sua natureza, cisão em várias obrigações parceladas e
distintas. A obrigação poderá ser indivisível: Fisicamente: caneta, estátua, quadro,
cavalo; Legalmente: disposição legal, terreno 125 m2; Por convenção ou contrato:
1000 toneladas de açúcar por inteiro; Judicialmente: indenização em acidente de
trabalho por inteiro
• Obrigações solidárias: sé aquele que nos casos de multiplicidade de credores e
devedores, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse um
único credor e cada devedor está obrigado pelo débito todo, como se fosse o único
devedor.
Características:
o Pluralidade de devedores, credores ou ambos.
o Multiplicidade de vínculos
o Unidade da prestação
o Co-responsabilidade dos interessados

Solidariedade ativa: é a relação jurídica entre vários credores de uma obrigação, em


que cada um tem direito de exigir do devedor a realização da prestação por inteiro,
e o devedor se exonera do vínculo obrigacional pagando o débito a qualquer um dos
co-credores. O credor, ao receber sozinho, deverá reter a sua parte e entregar a
quota dos demais credores. O inconveniente é se este credor se tornar insolvente
perante os demais.
Solidariedade passiva: é a relação obrigacional oriunda da lei ou da vontade das
partes, sem multiplicidade de devedores, sendo que cada devedor responde pelo
cumprimento da obrigação na sua totalidade, como se fosse o único devedor.

SOLIDAREDADE E INDIVISIBILIDADE

• Na obrigação solidária, o co-devedor deve a sua prestação por inteiro, já na


indivisibilidade, deve apenas a sua quota-parte, mas é compelido ao pagamento total
porque o objeto é indivisível.
• A fonte da solidariedade é próprio título, resulta da lei ou da vontade das partes,
enquanto a fonte da indivisibilidade é a própria natureza da prestação, que não
comporta execução fracionada.
• A solidariedade perdura quando a obrigação se converte em perdas e danos, enquanto
isso não ocorre com a obrigação indivisível.
QUANTO Á IMPORTÂNCIA
OBRIGAÇÕES PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS

As obrigações são autônomas, dotas de existência própria, mas excepcionalmente,


existem obrigações que dependem de outras.

• Obrigações principais: existem por si só, sem sujeição a outras relações jurídicas.
• Obrigações acessórias: necessitam da obrigação principal para sua existência.

QUANTO À LIQUIDEZ
OBRIGAÇÕES LÍQUIDAS E ILÍQUIDAS

• Obrigações líquidas: são obrigações certas quanto a sua existência, e determinadas


quanto ao seu objeto, que é certo e individuado. Sua prestação é relativa a uma
coisa determinada quanto a espécie, quantidade e qualidade.
• Obrigações ilíquidas: são aquelas incertas quanto a quantidade e que se tornam
certas pela liquidação (ato de fixar o valor da prestação momentaneamente,
indeterminada para que possa ser cumprida).

OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO IMEDIATA, DIFERIDA E


CONTINUADA.

• Obrigações imediatas: são aquelas que se consumam num só ato e em certo


momento. Ex: pagamento à vista.
• Obrigações diferidas: são aquelas cujo cumprimento se realiza num só atoa, por´m
em momento futuro. Ex: entrega de mercadoria.
• Obrigações continuadas: são aquelas cujo o cumprimento se prolonga no tempo. Ex:
financiamento.
OBRIGAÇÕES DE MEIO E DE RESULTADO

• Obrigações de meio: são aquelas em que o devedor se compromete a usar a


prudência e diligência na prestação de algum serviço para atingir um resultado sem
se vincular a obtê-lo. O conteúdo é a atividade prudente e diligente do devedor. Se
houver inadimplemento contratual, é imprescindível a análise do comportamento
do devedor.
• Obrigações de resultado: são aquelas em que o credor tem direito de exigir do
devedor a produção de um resultado sem o que se terá o inadimplemento da
obrigação. O inadimplemento é suficiente para demonstrar a responsabilidade do
devedor. Basta que o resultado não seja atingido para que o credor tenha direito à
indenização pelo devedor, que só estará isento de responsabilidade se demonstrar
que não agiu com culpa.

QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS

O negócio jurídico, além dos elementos essenciais, pode conter, cláusulas acessórias,
pelas quais as partes modificam os seus efeitos naturais. Essas cláusulas são
elementos acidentais. Classificam-se em:

1. Obrigações puras e simples: não estão sujeitas a qualquer condição, termo ou


encargo.
2. Obrigações condicionais: sua eficácia está subordinada a evento futuro e incerto.
A obrigação poderá receber mais de uma condição ou não. A condição poderá
ser:
• Suspensiva: quando se protela os efeitos do contrato até a ocorrência
de um fato futuro e incerto.
• Resolutiva: quando vigora o negócio jurídico até o implemento da
condição. Verificada a condição, a obrigação se desfaz
retroativamente.
3. Obrigação a termo: sua eficácia está subordinada a evento futuro e certo, a uma
determinada data. O termo pode ser inicial, final, certo ou incerto.
4. Obrigações modais: são aquelas oneradas com algum gravame. O onerado passa
a ter o dever que, se não houvesse a cláusula, ele não estaria vinculado à
prestação alguma. Normalmente, fica restrita àqueles que recebem uma
liberdade.
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

MODOS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

1. Extinção da obrigação por meio direto ou pagamento


2. Extinção da obrigação por meio indireto:
• Pagamento por consignação: consiste no depósito judicial ou extrajudicial, pelo
devedor, com propósito de liberar-se da obrigação. Não caberá a consignação do
pagamento nas obrigações de fazer e não fazer, exceto se a obrigação vier
seguida pela obrigação de dar. Após a reforma no art. 890 do CPC, permitiu o
depósito extrajudicial em estabelecimento bancário quando o credor, sem justa
causa, se recusar a receber o pagamento em dinheiro. Porém, o CC admite o
depósito de qualquer objeto que seja passível de depósito bancário. Caso o
credor, sem justa causa, recusar receber o pagamento em dinheiro, poderá o
devedor optar pelo depósito extrajudicial ou pelo ajuizamento da ação de
consignação. A ação de consignação em pagamento não é mais considerada,
como outrora, ação executiva inversa, somente admissível quando se a dívida
fosse de valor líquido e certo, mas sim ação de natureza declaratória, podendo
ser ajuizada também quando houver dúvida sobre o exato valor da obrigação.

• Pagamento com sub-rogação: sub-rogação é a transferência da qualidade de


credor para aquele que paga obrigação de outrem ou empresta o necessário para
isso. As partes são: sub-rogado e sub-rogante. Há uma exceção á regra de que o
pagamento extingue a obrigação. A extinção ocorre apenas em relação ao credor
primitivo, que não poderá cobrar mais nada, tudo permanece igual para o
devedor, visto que o sub-ogado passa a ter direito de cobrar a dívida.
o Sub-rogação legal
o Sub-rogação convencional

Características:

o O novo credor (sub-rogado) será um credor privilegiado, se o primitivo o era.


o A sub-rogação legal ocorre na exta proporção do valor desembolsado.
o Nada se altera para o devedor, que deverá pagar o terceiro.
o O sub-rogado não tem ação contra o sub-rogante, em caso de insolvência do
devedor.
• Da imputação do pagamento: a imputação consiste na indicação ou
determinação da dívida a ser quitada, quando uma pessoa se encontra obrigada,
por dois ou mais débitos, da mesma natureza, a um só credor, e efetua
pagamento não suficiente para saldar todas. Quem pode imputar o pagamento?
O devedor, primeiramente. Se não o fizer, o credor. E se nenhum dos dois se
manifestar, a lei resolve com a imputação legal.
Requisitos da imputação pelo devedor:
o Existência de vários débitos entre o mesmo devedor e credor.
o Identidade de sujeitos.
o Débitos de mesma natureza, fungíveis entre si, líquidos e vencidos.
o A prestação oferecida deve bastar ao pagamento de ao menos uma das
dívidas, pois ninguém é obrigado a receber por partes.

• Da dação em pagamento: é o acordo de vontades entre credor e devedor, por


meio do qual o credor concorda em receber do devedor, para exonerá-lo da
dívida, objeto diverso do que possui a obrigação. O credor de acordo com o art.
313 do CC não é obrigado a receber coisa diversa, ainda que mais valiosa. O
credor pode consentir em receber dinheiro por coisa, coisa por outras, assim
como coisa por obrigação de fazer.
Requisitos:
o Existência de um débito vencido.
o Animus solvendi.
o Diversidade de objeto oferecido em relação ao devido.
o Concordância do credor.

• Da novação: é a criação de obrigação nova, para extinguir a obrigação anterior.


É a substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. Possui
natureza contratual, jamais por força de lei.
Requisitos:
o Existência de uma obrigação anterior
o Constituição de uma nova obrigação
o Animus novandi
Espécie:
o Objetiva: altera-se o objeto da prestação (art.360, I do CC)
o Subjetiva: ocorre substituição dos sujeitos na relação jurídica (art.360, II e
III do CC)
▪ Novação subjetiva passiva: a substituição ocorre por delegação ou
por expromissão (art.362 do CC).
▪ Novação subjetiva ativa: ocorre um acordo de vontade dos três
▪ Novação subjetiva mista: ocorre alteração do devedor e credor. (não
há previsão no CC).
Obs: nesse caso não há importância caso tenha alteração de prazo,
mudança de lugar de cumprimento, alteração no valor da dívida, aumento
ou diminuição de garantias. E cria-se uma nova obrigação.

• Da compensação: é o meio de extinção das obrigações entre pessoas que tem a


condição recíproca de credor e devedor ao mesmo tempo. Visa eliminar a
circulação inútil da moeda. Pode ser: total, parcial, legal, convencional, judicial.
Requisitos:
o Compensação legal e judicial:
▪ Reciprocidade de obrigações (art.376 e art.371 do CC).
▪ Liquidez certeza e exigibilidade da dívida.
▪ Fungibilidade das prestações (art.370 do CC)
▪ Existência e validade do crédito compensante.
o Dívidas não compensáveis:
▪ A exclusão poderá ser legal (art.373 do CC) ou convencional (art.375
do CC).

• Da confusão: nesse caso há mistura de sujeito passivo e ativo, logo a obrigação


se extingue. Pode resultar do usufruto mortis causa ou intervivos, de casamento,
com regime de comunhão.
Espécies:
o Total
o Parcial
o Expressa
o Tácita

• Da remissão: a remissão das dívidas é a liberação graciosa do devedor, pelo


credor, que abre mão dos seus direitos creditórios de forma voluntária, com o
propósito de extinguir a obrigação, mediante consentimento expresso ou tácito
do devedor.
Espécies:
o Total
o Parcial
o Expressa
o Tácita (art.386 e 387 do CC)
3. Extinção da obrigação sem pagamento.
4. Execução forçada, em razão de sentença judicial.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

Regra: pacta sunt servanda

O não cumprimento gera perdas e danos (art.389 do CC) e o cumprimento imperfeito gera
mora (art.394 e 395 do CC).

Inadimplemento voluntário art.389 do CC:

• Absoluto: ocorre quando a obrigação não foi cumprida, total ou parcialmente.


• Relativo: ocorre quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e forma
devidos, porém será proveitoso para o credor, hipótese que se terá a mora.

Nesses casos a sanção pe a mesma, o inadimplemento responde por perdas e danos e a


indenização deverá ser proporcional ao prejuízo causado ao credor.

Inadimplemento involuntário art.393 do CC:

MORA (art.394 do CC)

É o cumprimento imperfeito da obrigação

• Mora solvendi ou deitoris: quando o devedor não cumpre a prestação na forma,


tempo e lugar devido. Pode ser:
o Ex re: quando a lei ou o vencimento da obrigação questiona o homem
(art.397 do CC)
o Ex persona: quando há necessidade de questionamento judicial ou
extrajudicial (art.397, parágrafo único do CC).

Princípio dies interpellat pro homine: Significa que, regra geral, o devedor está
automaticamente constituído em
mora a partir da data do vencimento da obrigação, independente de interpelação,
pois "o dia interpela em lugar do homem". É a chamada "mora ex re".
• Mora accipiendi ou creditioris: quando ocorre a injusta recusa do credor em aceitar
o adimplemento da obrigação no tempo, forma e lugar devidos(art.400, do CC).
Pressupostos:
o Vencimento da obrigação, pelo fato de que antes disso a prestação não é
exigível.
o Oferta da prestação pelo devedor.
o Recusa injustificada em receber pelo credor.
o Constituição em mora, mediante a consignação em pagamento.

• Mora de ambos: quando as moras são simultâneas, uma elimina a outra por
compensação.

• Purgação da mora: cumprimento a obrigação acrescida dos encargos moratórios:


correção monetária, juros, perdas e danos da mora, honorários e custas.

PERDAS E DANOS (art.402 do CC)


O ressarcimento do dano deve cobrir todo o prejuízo experimentado e comprovado pela
vítima. Em alguns casos, o valor do ressarcimento já vem estimado pelas partes.

• Dano emergente: prejuízo efetivamente sofrido


• Lucro cessante: aquilo que a vítima deixou de lucrar.

DOS JUROS LEGAIS

Os juros são os rendimentos do capital, Representam remuneração pela utilização de


capital alheio.

• Juros compensatórios ou remuneratórios: previstos pelas partes no contrato, com


limite de 2%
• Juros moratórios: previstos ou não em contratos.
o Moratórios convencionais: (1% ao mês).
o Moratórios legais: (taxa segundo a lei).

A indenização a que tem direito o credor não satisfeito pode ser representada por até
cinco consectários.
DOS CONSECTÁRIOS

PERDAS E DANOS

JUROS Devidos em qualquer circunstância

CORREÇÃO MONETÁRIA

RESPONSÁBILIDADE CIVIL (art.186, 188 e 927 do CC)

Todo aquele que causa prejuízo a outrem fica obrigado a ressarcir o dano.

• Responsabilidade civil objetiva: responsabilidade sem culpa


• Responsabilidade civil subjetiva: há dolo ou culpa,
• Responsabilidade civil contratual: há vínculo contatual. Funda-se na culpa. Dai a
necessidade de apreciar o comportamento do obrigado.
• Responsabilidade extracontratual: não há ligação obrigacional.

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

• Cessão de crédito: é o negócio jurídico bilateral, gratuito e oneroso, pelo qual o


credor de uma obrigação transfere o todo ou uma parte a outrem, independente da
autorização do devedor, de seus direitos na relação obrigacional, com todos os
acessórios e garantias, sem a extinção do vínculo obrigacional. Assemelha-se a uma
venda, mas tem como objeto um bem incorpóreo.
REGRA: todos os créditos podem ser objeto de cessão, exceto os de caráter
personalíssimo (art.286 do CC).
• Cessão de débito: é o negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a outrem sua
posição na relação jurídica (art.299 do CC). É necessário que o credor da obrigação
concorde. Poderá liberar o antigo devedor ou não.
o Expromissão: acordo entre credor e terceiro, com ou sem liberação do
devedor.
o Delegação: acordo entre devedor e terceiro.

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