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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Sumário

Citologia
Módulo 1 – Características gerais dos seres vivos / Bioquímica
Módulo 2 – Membrana plasmática
Módulo 3 – Organelas não produtoras de energia
Módulo 4 – Respiração e fotossíntese
Módulo 5 – Núcleo / Síntese de proteínas / Divisão celular

Histologia
Módulo 6 – Tecido epitelial
Módulo 7 – Tecido conjuntivo
Módulo 8 – Tecido muscular / Tecido nervoso

Seres Vivos
Módulo 9 – Programa de saúde / Doenças / Sistema imune / Profilaxia
Módulo 10 – Vírus e Bactérias
Módulo 11 – Reio Protista
Módulo 12 – Reino Fungi e Algas
Módulo 13 – Reino Plantae: Briófitas e Pteridófitas
Módulo 14 – Reino Plantae: Gimnospermas e Angiospermas
Módulo 15 – Reino Animal: Poríferos e Cnidários
Módulo 16: Reino Animal: Platelminto e Nematelminto
Módulo 17: Reino Animal: Artrópodes
Módulo 18: Reino Animal: Anelídeos e Moluscos
Módulo 19: Reino Animal: Equinodermos e Cordados

Fisiologia
Módulo 20: Digestão e Respiração
Módulo 21: Circulação e Excreção
Módulo 22: Sistemas integradores e Órgãos dos sentidos
Módulo 23: Reprodução e Métodos anticoncepcionais

Genética
Módulo 24: 1º e 2º Leis de Mendel
Módulo 25: Alelos múltiplos / Sistema ABO / Rh
Módulo 26: Interação gênica e Herança sexual
Módulo 27: Freqüência gênica e Genética populacional

Evolução
Módulo 28: Evidências da evolução e Teorias evolucionistas
Módulo 29: Especiação e Evolução humana
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Ecologia
Módulo 30: Cadeia alimentar / Teia alimentar / Pirâmides
Módulo 31: Sucessão e Ciclos biogeoquímicos
Módulo 32: Relações ecológicas e Poluição

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MÓDULO 1

CITOLOGIA - CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS E BIOQUÍMICA CELULAR

Características Celulares

- Diferença entre procariotos e eucariotos

A evolução fez com que os seres primitivos, vindos de uma imensa sopa de elementos químicos,
adquirissem formas mais complexas.
Essa sopa, por meio de conglomerados orgânicos, deu origem à célula.
Esta estrutura básica produz diferentes reações morfológicas e fisiológicas nos seres vivos, sendo
considerada então uma unidade morfofisiológica.
A biodiversidade da Terra é formada por dois padrões celulares: as células procariotas e eucariotas.
A diferença entre elas é a ausência de envoltório nuclear. O cromossoma nos procariotos encontra-se em
contato com o protoplasma, em um espaço denominado de nucleóide. As células eucariotas possuem núcleo com
envoltório nuclear. Além disso, as procariotas não possuem organelas membranosas, enquanto as procariotas as
possuem.

- Diferenças entre células vegetal e animal

As células eucariotas, ao contrário das procariotas, apresentam grande diversidade de estruturas envolvidas
com o metabolismo celular. Se tratando de células animais e vegetais, há ocorrência ou ausência de estruturas nos
dois tipos, devido a diferenças metabólicas. Parede celular e cloroplastos são estruturas típicas de células vegetais,
enquanto os lisossomos e centríolos caracterizam células animais.

Composição química dos seres vivos

Todos os seres vivos são constituídos por substâncias orgânicas e inorgânicas. A necessidade dessas
substâncias varia entre as espécies, e dentro do próprio ser, dependendo do tecido e do órgão.
- Água

O volume de água dentro do ser vivo varia entre 60-70%, onde a idade, a atividade do tecido e a espécie
avaliada são fatores importantes para se saber o volume de água necessário.
Tem como principais funções: atuação como solvente, meio de transporte, reações químicas (hidrólises) e
controle de temperatura (elevado calor específico).

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- Sais minerais

As concentrações iônicas e o estado encontrado (dissolvido ou imobilizado) irão depender da necessidade


do organismo. Podemos citar como exemplo: cálcio (formação de ossos e coagulação do sangue), fósforo
(formação de ossos e dente e participa da transferência de energia), sódio (equilíbrio eletrolítico), cloro (formação de
HCl), Magnésio (formação da clorofila), ferro (formação da hemoglobina), etc.

- Carboidratos

Formados por carbono, hidrogênio e oxigênio. São utilizados como fonte de energia pelos organismos vivos,
mas também temos carboidratos com função estrutural.
São classificados como:
✓ Monossacarídeos
Os principais são: ribose e desoxirribose (com 5 carbonos), constituintes dos ácidos nucléicos. Também
temos neste grupo, a glicose, a frutose e a galactose (com 6 carbonos), que são utilizados como energéticos.
✓ Oligossacarídeos
Formados pela união de 2 a 12 monossacarídeos. Os mais importantes são os dissacarídeos, como a
frutose, a maltose e a lactose.
✓ Polissacarídeos
Formados por milhares de polissacarídeos, originando polímeros. Os mais importantes são a celulose
(estrutural), amido (reserva vegetal) e glicogênio (reserva animal).

- Lipídios

Formados pela união de ácidos graxos e um álcool.


Apresentam certa insolubilidade à água e solubilidade aos solventes orgânicos.
Os principais lipídios são:

✓ Glicerídeos
São os óleos e as gorduras. A diferença entre os dois se encontra no ponto de fusão. O álcool que participa
da formação dos glicerídeos é o glicerol.
✓ Fosfolipídios
São lipídios associados a um grupo fosfato. A membrana plasmática, por exemplo, é formada por duas
camadas de fosfolipídios.
✓ Cerídeos
São lipídios semelhantes aos glicídios, mas possuem o álcool constituído por vários carbonos na cadeia, o
que os torna muito insolúveis em água.
✓ Esteróides
São lipídios que possuem o álcool que o constitui, com cadeia cíclica. O colesterol é o esteróide mais
conhecido, que juntamente com os fosfoglicerídeos, formam um dos componentes mais importantes das
membranas celulares de animais. Também é importante na fabricação dos hormônios sexuais masculinos e
femininos.

- Proteínas

São macromoléculas formadas pelo encadeamento de vários aminoácidos.


Em um aminoácido temos um carbono alfa ligado a um grupamento carboxílico (-COOH), a um grupo amina
(-NH2) e a um radical que irá variar de acordo com o aminoácido.
A ligação entre eles chama-se peptídica, ocorrendo após a desidratação entre um grupo amina de um
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aminoácido e o grupo carboxila de outro.


A união de aminoácidos cria moléculas chamadas peptídeos. Muitos peptídeos unidos formam os
polipeptídeos. As proteínas, na verdade, são polipeptídeos.
Existem aproximadamente 20 tipos de aminoácidos. Os aminoácidos podem ser considerados essenciais,
quando o organismo não consegue sintetizá-los e, por isso, precisam ser obtidos através da alimentação; e
não-essenciais, quando é possível sintetizá-los.
Alterações como temperatura, acidez, concentração de sais podem provocar mudanças na configuração
espacial das proteínas, o que as impediria de funcionar. Essa mudança na constituição espacial é chamada de
desnaturação protéica.
As proteínas têm como função: estruturação do organismo (participando da montagem de células e fibras),
estruturação de hormônios (como a insulina) e formação de anticorpos (proteínas de defesa do organismo).

- Enzimas

As enzimas têm um papel essencial no metabolismo orgânico.


São proteínas catalisadoras, ou seja, aceleram as reações químicas sem que sofram alterações.
Elas possuem determinadas regiões, chamada sítios ativos, que se ligam ao substrato modificando-o para
produzir um ou mais produtos finais. Essa reação é naturalmente reversível, o que confere à enzima o poder da
reversibilidade.
As enzimas apresentam grande especificidade ao seu substrato de ação: pH e temperatura.

- Ácidos Nucléicos

São macromoléculas essenciais aos organismos


vivos, denominadas DNA (ácido desoxirribonucléico) ou RNA (ácido ribonucléico).
Essas macromoléculas são formadas por nucleotídeos.
Os nucleotídeos são formados por uma base nitrogenada (podendo ser pirimídicas – T, C e U ou purínicas –
A e G), um carboidrato (pentose) e uma molécula de fosfato.

DNA

Possui uma forma espacial formada por dois

tipos de nucleotídeos ligados por pontes de H em forma


helicoidal. O DNA possui capacidade de replicação ou autoduplicação considerada semiconservativa, pois para cada
molécula nova existe um filamento de DNA original.
Composto pelas bases A, T, C, G (A-T e C-G).

RNA

Estruturação da molécula semelhante a do DNA, quanto ao encadeamento dos nucleotídeos. Mas difere
quanto á forma espacial, visto que a molécula é formada por uma única cadeia e ao invés de timina possui uracila e a
desoxirribose é substituída pela ribose.
Existem três classes principais: o mRNA (RNA mensageiro), o tRNA (RNA transportador) e o rRNA (RNA
ribossômico).
Todos participam da síntese protéica, em que o mRNA leva a informação genética, o tRNA identifica e
transporta as moléculas de aminoácidos e o rRNA participa da montagem dos ribossomos.
A essa transferência do DNA para o RNA denominamos transcrição e do RNA para a síntese de proteínas,
tradução.

- Vitaminas

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São substâncias orgânicas essenciais, obtidas através de alimentos, já que o organismo não pode
sintetizá-las. As vitaminas, na sua maioria, funcionam como cofatores enzimáticos. Algumas são hidrossolúveis (C),
e outras lipossolúveis (A, D, K).

EXERCÍCIOS

1. (FUVEST)- Um estudante escreveu o seguinte em uma prova: “as bactérias não têm núcleo nem DNA”. Você
concorda com o estudante? Justifique.

2. (UNESP) – Os açúcares complexos, resultantes da união de muitos monossacarídeos, são denominados


polissacarídeos.
a) Cite dois polissacarídeos de reserva energética, sendo um de origem animal e outro de origem vegetal.
b) Indique um órgão animal e um órgão vegetal em que cada um destes açúcares pode ser encontrado.
3. (UERJ) – A síndrome conhecida como “vaca louca” é uma doença infecciosa que ataca o SNC de animais e até do
homem.
O agente infeccioso dessa doença é um príon – molécula normal de células nervosas – alterado em sua estrutura
tridimensional. Os príons, assim alterados, têm a propriedade de transformar príons normais em príons infecciosos.
Os príons normais são digeridos por enzimas do tipo tripsina. Curiosamente, os alterados não o são, o que, entre
outras razões, permite a transmissão da doença por via digestiva.
Tais dados indicam que a molécula do príon é de natureza:
a) Glicolipídica
b) Polipeptídica
c) Polissacarídica
d) Oligonucleotídica
4. (Unicamp) – Os lipídios têm papel importante na estocagem de energia, estrutura de membranas celulares, visão,
controle hormonal, entre outros. São exemplos de lipídios: fosfofolipídios, esteróides e carotenóides.
a) Como o organismo humano obtém os carotenóides? Que relação tem com a visão?
b) A quais das funções citadas no texto acima os esteróides estão relacionados? Cite um esteróide importante
para uma dessas funções.

5. (UFRN) – Uma prática corriqueira na preparação de comida é colocar um pouco de “leite” de mamão ou suco de
abacaxi para amaciar a carne. Hoje em dia os supermercados já vendem um amaciante de carne industrializado.
a) Explique o amaciamento da carne promovido pelo componente presente no mamão, no abacaxi ou no
amaciante industrializado e compare esse processo com a digestão.
b) Se o amaciante, natural ou industrializado, for adicionado durante o cozimento, qual será o efeito sobre a
carne? Por quê?

6. (UNESP - adaptada) – Os biólogos moleculares decifraram o código genético. No modelo proposto, códons
constituído por três bases nitrogenadas no RNA, cada base representada por uma letra, codificam os 20
aminoácidos. Considerando as quatro bases nitrogenadas responda.
a) Por que foram propostos no modelo códons de três letras, ao invés de códons de duas letras?

MÓDULO 2

CITOLOGIA - MEMBRANA PLASMÁTICA

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Citologia

O desenvolvimento do estudo da célula caminhou junto com o desenvolvimento da microscopia.


Após estudos realizados por Robert Hooke, em 1667, vários cientistas começaram a desenvolver pesquisas
no campo citológico, sendo que, em 1838, dois pesquisadores alemães, Schleiden e Schwann, formularam a teoria
celular, em que todos os seres vivos são formados por células.
Os vírus, única exceção a esta teoria, são dependentes das células para reprodução.

- Membrana plasmática

É o envoltório celular presente em todos os tipos celulares.


A membrana plasmática possui um modelo de mosaico fluido, descrito por Singer e Nicholson, em 1972,
onde observamos duas camadas fosfolipídicas e proteínas.
A camada fosfolípidica atua como isolante em relação ao meio externo da célula. As proteínas, que se
movimentam nesta camada, formam canais que permitem a troca de substâncias entre a célula e o meio
extracelular.
Esta troca não é realizada de qualquer jeito. Existe uma seleção das substâncias que passam pela
membrana. A essa seleção denominamos permeabilidade seletiva.
A membrana plasmática possui em sua superfície algumas especializações, como o glicocálix, a parede
celular, os desmossomos, os nexos, as interdigitações e as microvilosidades.

O glicocálix consiste em uma camada de carboidratos que se associa á camada fosfolipídica e protéica da
membrana. Tem como funções: atuação como uma barreira contra agentes físicos e químicos do meio; permite o
reconhecimento celular, pois o glicocálix é diferente de acordo com o tipo celular; e retém nutrientes e enzimas em
volta da célula, mantendo um meio externo ideal.
A parede celular é variável, dependendo da célula. As bactérias e as cianofíceas possuem uma parede celular
formada por peptidoglicano. Os fungos são organismos uni ou pluricelulares, com parede formada por quitina. Em
alguns protistas, a parede é de sílica. Mas o revestimento mais conhecido é a parede celular dos vegetais, formada
por celulose, que é basicamente permeável, deixando o controle com a membrana plasmática.
Os vegetais podem ter ainda, junto com a celulose, a presença de lignina e suberina, o que aumenta o poder
de resistência.
As células vegetais possuem alguns pontos de contato entre as suas paredes, onde, por não ocorrer a
deposição de celulose, formam-se pontes citoplasmáticas. Essas pontes são chamadas de plasmodesmos, o que
facilita o intercâmbio entre as células.
Os demossomos existentes entre células dos tecidos epiteliais possuem a finalidade de aumentar o poder de
coesão entre elas. Os desmossomo são acúmulos de fios de queratina e substância adesiva, como o ácido
hialurônico.
Os nexos são canais formados pelas junções de duas proteínas das membranas plasmáticas que se
encontram unidas. Estão presentes em células embrionárias, cardíacas e hepáticas.

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As interdigitações são encaixes que aumentam o poder de coesão entre as células e a superfície de troca
entre elas.
As microvilosidades são dobras da membrana plasmática que aumentam a área de absorção dessas
membranas. São encontradas na parede interna do intestino delgado.
Trocas celulares

A permeabilidade da membrana plasmática permite trocas seletivas entre o meio intracelular e o meio
extracelular. Essas trocas podem ser passivas ou ativas. A diferença entre elas está no gasto ou não de energia pela
célula para poder realizá-la.
Normalmente, existe uma diferença entre a quantidade de solvente e a de soluto. A essa relação entre
solvente e soluto chamamos concentração, ou seja, a quantidade de soluto dissolvida pelo solvente de uma solução
determina sua concentração.
Quando comparamos duas soluções e elas apresentam a mesma concentração, dizemos que ocorre isotonia
ou os meios são isotônicos.
Quando ocorrer diferença entre eles, o meio que apresentar maior concentração é chamado hipertônico e o
que apresentar menor concentração é chamado hipotônico.
Quando um meio possui mais soluto ou solvente do que o outro, ele poderá ceder sem que a célula se
esforce para isso. Nesse caso, o mecanismo será passivo. Caso contrário, ele será ativo, pois para ir contra um
gradiente de concentração, o gasto de energia torna-se obrigatório.

- Transporte passivo

Difusão

É o processo de movimentação das partículas do lugar em que elas estão em maior quantidade para o lugar
em que estão em menor quantidade.

Osmose

É a difusão das moléculas de solvente (água) através de membranas semipermeáveis.


O solvente difunde-se do meio hipotônico para o meio hipertônico, com o objetivo de igualar as
concentrações.
Se um meio é hipotônico é porque ele apresenta pouco soluto e muito solvente, logo, o meio hiper apresenta
muito soluto e pouco solvente. O solvente move-se então, do lado que existe mais para o lado que existe menos.
A tendência desse mecanismo é de igualar os lados, sendo que nem sempre isso é possível.
A célula quando colocada em meio hipertônico tende a perder água e quando colocada em meio hipotônico,
a ganhar água.
Se for uma célula animal, a perda excessiva de água gerará um murchamento, chamado crenação. Caso
ocorra o inverso, ou seja, o ganho excessivo de água, ocorrerá um rompimento da membrana plasmática,
denominado lise celular ou plasmoptise (caso a célula animal seja uma hemácia, denominamos hemólise).
Em uma célula vegetal túrgida, quer dizer cheia d’água, a perda acarretará a plasmólise. Se colocarmos esta
célula em um meio hipotônico, ela voltará a ganhar
água, chamando-se, então, deplasmólise.
Pressão osmótica é a capacidade de uma substância em receber água por osmose. Logo, quanto mais
concentrada for uma substância, maior será a sua
pressão osmótica.

Difusão facilitada

A passagem de substâncias pela membrana plasmática é favorecida pela presença de proteínas


carregadoras. Isso acontece porque grande parte das substâncias possui moléculas grandes para passarem pela
camada fosfolipídica.

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As permeases (proteínas carregadoras) funcionam de forma semelhante a uma enzima, que se liga à
substância de um lado e a solta do outro.
É dessa forma que os aminoácidos, glicose e alguns íons atravessam a membrana plasmática. Não
esquecendo que este transporte é passivo, pois as proteínas transportam substâncias do lado mais concentrado
para o menos concentrado.

- Transporte ativo

Muitas vezes, a célula necessita transportar substâncias do lado menos concentrado para o lado mais
concentrado. Nesses casos, o gasto de energia é inevitável.
Esse mecanismo é possível devido ao fato de existirem proteínas especiais na membrana plasmática que,
alterando sua forma, transportam as substâncias de um lado para o outro. Essa alteração da forma é que promove o
gasto energético.
Essa energia é conseguida pela quebra de moléculas de ATP por essas proteínas. Por essa razão são
consideradas um tipo especial de enzimas, as ATPases, por quebrarem as moléculas de ATP e liberarem energia.

O mecanismo de transporte ativo mais conhecido, realizado pela membrana, é o de Bomba Sódio e Potássio,
que mantém as concentrações desses íons sempre diferentes entre o meio interno e o meio externo.
Se isso não ocorresse, a tendência seria igualar os meios.
A concentração de sódio do meio externo é maior que o meio interno. O potássio apresenta maior
concentração no meio interno.
A célula bombeia constantemente o sódio para fora e o potássio para dentro, mantendo assim a diferença
entre as concentrações. Isto é importante por três motivos básicos:
✓ Permite a diferença entre cargas elétricas do meio interno e do meio externo, favorecendo os fenômenos
elétricos que ocorrem em células nervosas e musculares.
✓ Evita que a concentração de sódio seja maior no meio interno, pois isso acarretaria a entrada de água em
excesso, podendo provocar a ruptura da membrana plasmática.
✓ A entrada de sódio por difusão facilita o transporte de aminoácidos e glicose, que são arrastados por ele.

- Endocitose e Exocitose

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Algumas células possuem mecanismos que atuam de maneira diferente.


O englobamento de partículas pela célula é denominado endocitose, que é dividido em fagocitose e
pinocitose.
A fagocitose é o mecanismo de englobamento de partículas grandes e pinocitose é o englobamento de
partículas pequenas.
A fagocitose é realizada por células de poríferos, cnidários, bactérias e protozoários e consiste em, criar
pseudópodes, que envolvem a partícula, colocando-a no interior da célula. Essa cavidade criada no interior irá
desenvolver a digestão intracelular.

EXERCÍCIOS

1.(UNIRIO – adaptada) – Se colocarmos uma célula animal e outra vegetal em uma solução de NaCl a 1,5%, o que
iremos observar?

2.(UFRJ) – As halobactérias são classificadas como halófilas extremas porque vivem em ambientes com uma
concentração muito alta de Na+. Nessas bactérias, ao contrário do que ocorre na maioria das células, existem
sistemas enzimáticos que bombeiam o K+ para o seu interior de tal forma que a concentração de potássio no interior
é maior do que a concentração de Na+ no exterior. Em geral, nas outras espécies de microrganismos essas
concentrações são iguais. De que forma o mecanismo de concentração de K+ é importante para as halobactérias?

3.(UFRJ) – Na membrana citoplasmática existe uma proteína que faz o transporte ativo (com gasto de ATP) de sódio
para fora da célula.
Outro tipo de proteína da membrana funciona como uma espécie de portão que pode abrir ou fechar, permitindo ou
não a passagem do sódio. Com o portão fechado, o sódio acumula-se do lado de fora da célula, o que aumenta a
pressão osmótica externa, compensando a grande concentração de soluto orgânico no citoplasma. Isso evita a
entrada excessiva de água por osmose.
a) Que estrutura celular torna menos importante esta função de equilíbrio osmótico do sódio nas células
vegetais? Justifique sua resposta.
b) Entre as duas proteínas descritas, qual delas permite o movimento do sódio a favor do seu gradiente de
concentração? Justifique.

4.(Unicamp) – Foi feito um experimento utilizando a epiderme de uma planta e uma suspensão de hemácias. Esses
dois tipos celulares foram colocados em água destilada e em solução salina concentrada. Observou-se ao
microscópio que as hemácias, em presença de água destilada, estouravam e, em presença de solução concentrada,
murchavam. As células vegetais não se rompiam em água destilada, mas em solução salina concentrada notou-se
que o conteúdo citoplasmático encolhia.
a) A que tipo de transporte celular o experimento está relacionado?
b) Em que situação ocorre este tipo de transporte?
c) A que se deve a diferença de comportamento da célula vegetal em relação à célula animal? Qual a diferença
em água destilada e em solução?

MÓDULO 3

CITOLOGIA - ORGANELAS NÃO PRODUTORAS DE ENERGIA

Citoplasma

Consiste em um material gelatinoso que fica compreendido entre a membrana plasmática e o núcleo das

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células eucarióticas. Lembre-se que nas células procarióticas, como não existe núcleo individualizado, o citoplasma
preenche praticamente todo o espaço interno.
O citoplasma é dividido em citosol ou hialoplasma, que também pode ser chamado matriz citoplasmática, e
os órgãos citoplasmáticos.
O citosol é formado por água que dissolve íons e moléculas orgânicas, formando um colóide, que gera um
aspecto gelatinoso.
Esse aspecto pode ser mais fluido ou menos fluido, o que caracteriza o colóide em estado sol ou em estado
gel. Normalmente temos o hialoplasma no estado gel próximo à membrana plasmática e o estado sol no interior,
próximo ao núcleo.
No interior do citosol encontramos o citoesqueleto, que é formado por microtúbulos (tubulina) e por
microfilamentos (actina). O citoesqueleto permite à célula manter sua estrutura, bem como a sua movimentação.
O citosol possui também uma corrente citoplasmática, chamada ciclose, que é característica de células
vegetais, dependendo da contração da actina. Essa corrente facilita a distribuição de substâncias.

- Organelas não produtoras de ATP


São organelas que se encontram imersas no citoplasma, mas que não têm como finalidade a produção de
compostos energéticos. Essas organelas são chamadas de não produtoras de ATP, e estão representadas por:

- Ribossomos

Os ribossomos são grânulos formados pela união de rRNA e proteínas.


O ribossomo é formado por duas subunidades de tamanhos e densidades diferentes.
Todo ser vivo celular possui ribossomos, sendo que os procariontes apresentam ribossomos menores que os
eucariontes.
O ribossomo está envolvido na síntese de
proteínas e pode estar livre no citoplasma ou aderido a uma rede de canais denominada de Retículo Endoplasmático
Granular (REG). Quando vários ribossomos estão associados a um RNA para a montagem de várias proteínas são
denominados polirribossomos ou polissoma.
Normalmente, os ribossomos livres do citoplasma formam proteínas que serão usadas pela própria célula,
enquanto os aderidos do REG lançam as proteínas para o interior do retículo, onde as mesmas, geralmente, são
exportadas.

- Retículo Endoplasmático

O retículo pode se apresentar de dois tipos. Um com ribossomos aderidos, chamado granular (REG) e outro
sem ribossomos aderidos, chamado agranular (REA).
O primeiro está envolvido na síntese de proteína, que pode ser utilizada pela própria célula para montagem de
membranas, e para exportação, como é o caso do REG de células glandulares e produtoras de anticorpos.
Como essa rede de canais está aderida à membrana plasmática, a absorção de substâncias fica favorecida,
como é o caso de gotículas de gordura ingeridas por pinocitose. Nesses casos, essas substâncias presentes no REG,
podem se ligar as proteínas presentes nele, por exemplo, as glicoproteínas.
Todas as proteínas produzidas no REG para a exportação passarão antes por um conjunto de vesículas
achatadas, chamado Complexo Golgiense.
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O REA não possui ribossomos, por isso não está ligado à síntese de proteínas. O REA produz vários tipos de
lipídios, como os fosfolipídios da membrana plasmática, hormônios sexuais, os corticosteróides etc.
No fígado, as células hepáticas possuem REA bem desenvolvido, o que permite o trabalho de desintoxicação,
devido ao fato de essas células possuírem enzimas que incorporam hidroxilas às substâncias tóxicas, favorecendo a
sua eliminação.
No músculo, retículo agranular é denominado retículo sarcoplasmático e está envolvido no mecanismo de
contração pelo armazenamento e transporte de íons cálcio e ATP.

- Complexo Golgiense

É um conjunto de vesículas achatadas presentes em eucariotos, e apresenta as seguintes funções:


✓ Encapsulamento de proteínas formadas no REG
✓ Síntese de glicídios e mucopolissacarídeos que participam da formação da parede celular de vegetais,
glicocálix, formação do muco protetor do sistema digestório e respiratório e etc.
✓ Participa da formação do acrossomo, que contém a enzima hialuronidase.
Essa enzima é importante no processo de fecundação, porque durante o mecanismo de formação do
espermatozóide, as vesículas do complexo golgiense se fundem formando o acrossomo. Essa região é pressionada
contra a corona radiata, liberando a enzima que ataca o ácido hialurônico. Esse ácido é responsável pela integridade
da corona radiata. Assim, a corona se desfaz, permitindo a entrada do espermatozóide.

- Lisossomos

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São estruturas membranosas derivadas do complexo golgiense que participam do processo de digestão
intracelular.
No seu interior, encontramos enzimas digestivas, como as proteases ácidas, que atuarão como um
maquinário digestivo.

- Peroxissomas

São vesículas presentes em células eucarióticas, que contêm enzimas capazes de reagirem o oxigênio com
os hidrogênios produzidos em reações celulares, produzindo peróxido de hidrogênio. Como o peróxido de hidrogênio
é extremamente tóxico, o peroxissoma produz a catalase, que o decompõem, liberando oxigênio.
Os peroxissomos também possuem enzimas que promovem a oxidação dos ácidos graxos para a respiração
celular, e oxidação de substâncias tóxicas como o álcool. O fígado, por exemplo, é rico em peroxissomas.

- Glioxissomas

Presente em células vegetais, onde promove a oxidação de lipídios em glicídios simples, armazenados nas
sementes.

- Vacúolos

São cavidades existentes nas células. Originam-se a partir de invaginações da membrana plasmática ou de
dilatações do retículo endoplasmático.
Os protozoários de água doce possuem vacúolo contrátil, que elimina o excesso de água, que o protozoário
ganhou por osmose, visto que ele é hipertônico em relação à água. Assim, o protozoário mantém o equilíbrio
osmótico e elimina substâncias tóxicas juntamente com a água.
Os vegetais possuem o vacúolo de suco celular. Este é grande e está ligado à função de armazenamento de
substâncias nutritivas, enzimas digestivas e controle osmótico.
Lembrando que, todas as células possuem vacúolos, que podem ser grandes ou pequenos, dependendo da
célula.

- Centríolo, cílio e flagelos

O centríolo é formado por microtúbulos, com organização cilíndrica, de modo que cada centríolo
apresente nove trincas de microtúbulos.
Nas células, geralmente encontramos dois centríolos formando um ângulo reto entre eles, em forma de cruz.
Eles são responsáveis pela organização do fuso acromático, cílios e flagelos, e são capazes de se multiplicar,
a partir da orientação dos microtúbulos do citoplasma.
Os cílios e flagelos são estruturas semelhantes que participam da movimentação de células. Apresentando
uma configuração cilíndrica, com nove pares de microtúbulos periféricos e um par central.
A diferença entre eles consiste no tamanho e na quantidade, visto que os cílios são curtos e numerosos,
enquanto os flagelos são longos e em pequena quantidade.

- Lisossomos e a digestão intracelular

Os lisossomos, como vimos anteriormente, são responsáveis pela digestão intracelular.


São formados a partir de vesículas que se soltam do complexo golgiense. No seu interior, encontramos
enzimas denominadas hidrolases ácidas, que não atacam a própria membrana dos lisossomos por serem revestidas
internamente por glicoproteínas.
Após a ocorrência da fagocitose, o material incorporado fica retido dentro de uma vesícula criada pela
invaginação da membrana plasmática, denominada fagossomo.
O lisossomo se liga ao fagossomo formando o vacúolo digestivo. Essa vesícula formada pela união do
fagossomo e do lisossomo possui a partícula ingerida e as hidrolases ácidas.

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Durante o processo de digestão, as moléculas produzidas são atravessadas para o hialoplasma pela
membrana do vacúolo digestivo.
Terminada a digestão, o vacúolo que acumula o material não absorvido transforma-se em um vacúolo
residual.
Esse vacúolo pode se ligar à membrana plasmática, promovendo a exocitose ou clasmocitose, ou pode
permanecer dentro da célula.
Ocasionalmente, a falta de nutrientes pode promover o englobamento de organelas celulares, que
englobadas pelos lisossomos formam os chamados vacúolos autofágicos, realizando o processo de autofagia. Além
de suprir as necessidades nutricionais, esse mecanismo também é utilizado para troca de organelas velhas.
Existe também outro mecanismo chamado autólise, que ocorre quando há um derramamento de
enzimas lisossômicas no interior do citoplasma, promovendo a digestão de toda célula e em seguida a sua morte.
Esse mecanismo ocorre quando células velhas se autodestroem, como por exemplo, a redução da cauda nos
anfíbios.

EXERCÍCIOS

1.(Unicamp) – No citoplasma das células são encontradas diversas organelas, cada uma com funções específicas,
mas interagindo e dependendo das outras para o funcionamento celular completo. Assim, por exemplo, os
lisossomos estão relacionados ao complexo Golgiense e ao retículo endoplasmático granular, e todos às
mitocôndrias.
a) Explique que relação existe entre os lisossomos e o complexo Golgiense.
b) Qual a função dos lisossomos?
c) Por que todas as organelas dependem das mitocôndrias?

2.(PUC-Campinas, adaptada) – Uma célula secretora apresenta, como organela mais desenvolvida, o retículo
endoplasmático agranular. Qual é a substância produzida por esta célula?

3.(Unicamp) – A mudança na cor da pele de algumas espécies de peixes se deve ao deslocamento, ao longo dos
microtúbulos, de grânulos de pigmentos que podem agregar-se no centro da célula ou dispersar-se pelo citoplasma.
a) O que são microtúbulos? Qual é a sua composição química?
b) Apresente outro exemplo de função desempenhada pelos microtúbulos, explicando seu papel.
c) Para que o peixe muda de cor?
4.(Unicamp) – Certo tipo de macromolécula destinada á membrana plasmática celular depende de etapas nucleares
e citoplasmáticas para sua produção, de acordo com os percursos esquematizados a seguir:

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a) Por que essas etapas começam no núcleo?


b) Qual é a composição da macromolécula ao final do percurso 1? E do percurso 2? Esclareça a diferença,
baseando-se nas funções das organelas citoplasmáticas envolvidas em cada percurso.

5.(Unicamp) – Suponha que as células de um tecido foram fragmentadas, separando-se um tipo de organela em
cinco tubos de ensaio. Em seguida, alguns componentes químicos de três tubos foram identificados, como
especificado a seguir.
Tubo I – Grande quantidade de DNA e RNA; proteínas histônicas e proteínas de membrana.
Tubo II – Fosfolipídeos; proteínas de membrana, RNA ribossômico e proteína de ribossomos.
Tubo III – Fosfolipídeos; proteínas de membrana e clorofila.

a) Qual é a organela presente em cada um dos três tubos?


b) Cite outro componente químico que poderia ter sido encontrado no tubo III.
c) Cite duas organelas que poderiam ter sido encontradas nos tubos IV e V, indicando um componente químico
característico de cada uma delas.

6.(Unicamp) – Os fumantes causam maiores danos às suas vias respiratórias ao introduzir nelas partículas de
tabaco e substâncias como nicotina em concentrações maiores do que as existentes no ar. Essas substâncias
inicialmente paralisam os cílios na traquéia e brônquios e posteriormente os destroem. Além disso, a nicotina
provoca a liberação excessiva de adrenalina no sangue, aumentando os riscos de acidentes vasculares.

a) A que tipo de tecido estão associados os cílios?


b) Qual é a conseqüência da paralisação e da destruição dos cílios das vias respiratórias?
c) Explique como os efeitos fisiológicos da liberação da adrenalina podem aumentar o risco de acidentes
vasculares.
d) Onde é produzida a adrenalina?

MÓDULO 4

CITOLOGIA - RESPIRAÇÃO E FOTOSSÍNTESE

Órgãos produtores de energia

- Mitocôndria

As mitocôndrias foram descobertas no século XIX e são fonte de produção de energia.


Estão presentes em praticamente todas as células eucarióticas e sua quantidade varia de acordo com o tipo
celular.
É constituída por duas membranas lipoprotéicas, semelhantes à membrana plasmática, sendo que a
membrana externa é lisa e a interna contém dobras, constituindo as chamadas cristas mitocondriais, que são
projetadas para o interior da organela.
A mitocôndria é preenchida internamente por um colóide, constituído por DNA, RNA, enzimas e ribossomos,
formando a matriz mitocondrial.
Dentro da mitocôndria ocorre o processo de respiração celular, que é responsável pela produção de energia,
sendo neste caso aeróbio, pois temos a participação do oxigênio, com produção de gás carbônico e água.

Respiração anaeróbia ou fermentação

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A fermentação ou respiração anaeróbia é um simples processo de degradação, que tem como finalidade a
produção de energia. Vamos considerar que essa degradação ocorrerá com a glicose, que é a substância mais
empregada para essa finalidade, mas sem esquecer que qualquer molécula orgânica pode ser degradada.
A célula usará duas moléculas de ATP para ativar a glicose, transformando-a em frutose 1,6-difosfato, ou seja, uma
molécula que possui seis carbonos e dois fosfatos.
Cada uma delas terá dois fosfatos energéticos. Como existem duas moléculas, obteremos quatro fosfatos,
que serão transferidos para quatro moléculas de ADP, convertendo-as em quatro moléculas de ATP. Como o
processo inicial utilizou duas moléculas, teremos um saldo de duas moléculas de ATP.
Ao final dessas reações, o gliceraldeído se converterá em ácido pirúvico.
Esse procedimento chama-se glicólise ou piruvato.
A partir desse ponto, podemos ter três caminhos, o que determinará o tipo de fermentação.
O ácido pirúvico poderá dar origem ao ácido láctico, álcool etílico ou ácido acético, o que caracterizará a
fermentação como láctica, alcoólica ou acética, respectivamente.
Algumas bactérias e leveduras fermentam açúcares produzindo gás carbônico e álcool etílico, usado na
fabricação de pães, bolos, bebidas.
Os lactobacilos fermentam a lactose, o açúcar presente no leite, produzindo o ácido láctico, utilizado na
fabricação de iogurtes e queijos.
As acetobactérias (um grupo especial de bactérias) fermentam o suco de frutas, como, por exemplo, a uva
produzindo o vinagre. O produto dessa fermentação é o ácido acético.

Respiração aeróbica

É um processo muito mais eficiente que o anaeróbico, pois é capaz de produzir, a partir da mesma molécula
de glicose, 38 moléculas de ATP.
É um processo muito mais complexo, que envolve além da glicólise, outros dois mecanismos, chamados
Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória.
A glicólise ocorre da mesma forma que no processo anaeróbico, e acontece no citoplasma da célula. Nesse
processo, como já foi visto, existe a produção de duas moléculas de ácido pirúvico.
Durante o processo são liberados quatro hidrogênios, que vão se ligar com uma molécula denominada NAD
(nicotinamida adenina dinucleotídeo), que recebendo dois hidrogênios, passará à condição de NADH2, além de
produzir dois ATPs pela energia liberada no processo.
O ácido pirúvico penetra dentro da mitocôndria reagindo com uma substância chamada coenzima A ou CoA,
originando três produtos: acetilcoA, gás carbônico e hidrogênios.
O gás carbônico é liberado e os hidrogênios se ligam ao NAD, formando NADH2.
A molécula de acetilCoA se combinará com uma molécula de ácido oxalacético, resultando em ácido cítrico e
CoA.
Esses fenômenos ocorrem na matriz mitocondrial.
Durante o processo, cada ácido cítrico será decomposto em vários produtos, liberando gás carbônico e
hidrogênios, que serão capturados por aceptores chamados NAD e FAD (flavina adenina dinucleotídeo), que irão
conduzi-los para a cadeia
respiratória, formando novamente ácido oxalacético.
Esse mecanismo é chamado ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico.
Devemos lembrar que durante o processo de glicólise, ocorreu a produção de duas moléculas de cido
pirúvico. Logo, teremos duas voltas no ciclo de Krebs.
Não existe consumo de CoA nem de ácido oxalacético durante o processo.
Durante o ciclo ocorre uma pequena liberação de energia, mas com força suficiente para produzir uma
molécula de ATP. Como temos dois ciclos, produziremos duas moléculas de ATP.
Os hidrogênios liberados durante o processo de glicólise e o ciclo de Krebs serão encaminhados para a
cadeia respiratória. O ponto máximo de produção de energia ocorre nas cristas mitocondriais.
As moléculas de NAD e FAD liberam os hidrogênios para uma série de moléculas intermediárias encontradas
nas cristas mitocondriais.
Essas moléculas são: coenzima (flavina mononucleotídeo (FMN) e a coenzima Q; proteínas -(citocromos e
proteínas com átomos de ferro e enxofre.

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Essas substâncias formam uma seqüência que os elétrons, ao percorrerem, liberam energia para incorporar
um fósforo inorgânico ao ADP, formando moléculas de ATP.
Recordando que, na verdade o que é transportado por essas moléculas é o elétron de hidrogênio e não o
hidrogênio todo. Os prótons ficam dissolvidos na matriz.
Essas moléculas são, na realidade, transportadoras de elétrons que se oxidam e se reduzem, com a saída e a
entrada de elétrons ao longo da cadeia.
O último transportador se oxidará ao passar os elétrons ao oxigênio que, incorporando os íons hidrogênio,
formará água.
O fornecimento contínuo de oxigênio à célula é necessário, porque caso contrário, o último transportador
ficará reduzido, interrompendo o processo, pois não conseguiria receber novos hidrogênios.
A cadeia respiratória é chamada de fosforilação oxidativa, pois a incorporação do fósforo se dá devido aos
processos de oxidação.
A cadeia respiratória produz em seu processo de oxidação 34 moléculas de ATPs. Se somarmos as duas
produzidas na glicólise e duas no ciclo de Krebs, teremos um saldo de 38 moléculas de ATP.

- Plastos

São organelas citoplasmáticas exclusivamente vegetais, que variam no tamanho e na quantidade de acordo
com o tipo celular.
São classificados em cromoplastos e leucoplastos.
Os primeiros têm pigmentos em seu interior, sendo o principal pigmento a clorofila, mas não o único.
O segundo tipo é o plasto branco que não possui pigmento, sendo um plasto de armazenamento, como o
amiloplasto, que armazena amido.

- Cloroplastos

São os cromoplastos responsáveis pela fotossíntese.


O cloroplasto é uma organela discóide com duas membranas, sendo que a interna forma lamelas, que
originarão pequenas vesículas, os tilacóides, onde encontramos a clorofila.
O interior do cloroplasto é preenchido por um colóide, chamado estroma.
A fotossíntese é o processo que permite aos seres autotróficos fabricarem seu próprio alimento a partir de
matéria inorgânica. Para que possam fazer isso, a maioria utiliza a luz como fonte de energia.

6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2 + 6H2O

O processo fotossintético é dividido em dois momentos. As chamadas reações de claro (fotoquímica) e as


reações de escuro (química).
O primeiro tipo é essencialmente produtor de compostos energéticos, enquanto o segundo é químico,
responsabilizando-se pela síntese.
Ressaltando que, as reações de escuro não ocorrem necessariamente na ausência de luz, só não depende
dela para ocorrer.

- O mecanismo fotossintetizante

O conjunto de clorofila, aceptores de elétrons, enzimas e pigmentos acessórios são chamados


fotossistemas.
Os fotossistemas são classificados de acordo com a capacidade de absorção luminosa. O fotossistema I
(P700) absorve luz com comprimento de onda na faixa de 700 nm, enquanto o fotossistema II (P680), o comprimento
de onda é na faixa de 680 nm.
Devemos ressaltar que como principal elemento do fotossistema é a clorofila, os sistemas P700 e P680
também são relacionados como a clorofila a e a clorofila b, respectivamente.

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Inicialmente, o processo apresenta as reações denominadas reações de claro, que consistem nos
mecanismos de fotofosforilação cíclica e acíclica e
fotólise da água.
Na fotofosforilação cíclica, o fotossistema

participante será o P700 e na acíclica o P700 e o P680.


Quando o sistema P700 é atingido pela luz, seus elétrons ficam excitados devido à energia absorvida e
saltam para fora da clorofila. Nesse instante, são capturados por aceptores de elétrons, preferencialmente pela
ferridoxina, que os transfere para outros aceptores, chamados de citocromos. Durante o trajeto, os elétrons perdem
energia, que é utilizada para incorporação do fósforo em moléculas de ADP, formando ATP. No final do trajeto, os
elétrons já não possuem mais a energia inicial, retornando ao P700.
A fotofosforilação acíclica começa no P700. Os elétrons recolhidos pela ferridoxina serão transferidos para
um aceptor chamado NADP (nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato). Se não
houver NADP, a ferridoxina os transfere para os citocromos, fechando o ciclo (fosforilação acíclica). No caso de
existir NADP, ele fica temporariamente reduzido e o fotossistema I oxidado.
A clorofila do fotossistema II emite elétrons que estão excitados pela luz, sendo capturados pelo aceptor
chamado plastoquinona, que os transfere para um conjunto de aceptores que os transportarão até o fotossistema I.
Durante o trajeto, a energia dos elétrons é liberada e utilizada para a incorporação de fósforo nos ADPs, montando os
ATPs.
Como os elétrons são transferidos para a fotossistema I, ele volta ao normal, visto que estava oxidado.
O fotossistema II ficou agora sem elétrons. Esse procedimento provoca a oxidação da água (fotólise da
água), que libera prótons para o fotossistema II, recompondo-o. Os prótons, provenientes do hidrogênio da água, são
encaminhados para o NADP, que estava reduzido, passando á condição de NADPH2.
À medida que a molécula de água vai sendo quebrada, começa a ocorrer um acúmulo de íons OH-, que irão se
organizar, formando O2 e H2O.
Resumidamente, podemos dizer que a finalidade da fase luminosa ou fotoquímica é produzir ATP e NADPH2,
possuindo como resíduo H2O e O2.
Produzidos os compostos energéticos, que ocorreu nas membranas internas do cloroplasto, passamos à
fase escura, em que ocorrerá a síntese de matéria orgânica.
Essa via metabólica de síntese é conhecida como ciclo de Calvin-Benson.

O CO2, proveniente do ar atmosférico, irá reagir com moléculas de RDP (ribulose 1,5 difosfato). Na verdade,
são seis moléculas de gás carbônico que
reagem com seis moléculas de ribulose, produzindo 12 moléculas de ácido fosfoglicérico, que formarão uma
molécula de glicose e dez moléculas de gliceraldeído 3 fosfato (PGAL), que irão regenerar as seis moléculas de
ribulose.
Após a formação de glicose, ela será utilizada em vários mecanismos metabólicos, como a respiração
celular.
A velocidade em que a fotossíntese ocorre é influenciada por vários fatores, como a intensidade luminosa, a
concentração de gás carbônico e a temperatura.

EXERCÍCIOS

1.(FUVEST) – Em uma situação experimental, camundongos respiraram ar contendo gás oxigênio constituído pelo
isótopo O18. A análise de células desses animais deverá detectar a presença do isótopo, primeiramente,
a) no ATP
b) na glicose
c) no NADH
d) no gás carbônico
e) na água

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2.(UFRS) – As hemácias humanas foram selecionadas ao longo da evolução de modo a que desempenhassem hoje
em dia suas funções de modo eficiente. Durante esse processo evolutivo, as mitocôndrias e os núcleos foram
perdidos na fase madura. Quais dos processos biológicos a seguir continuam a ocorrer, nas hemácias maduras,
apesar desta adaptação?
a) Cadeia transportadora de elétrons
b) Ciclo de Krebs
c) Glicólise
d) Replicação
e) Transcrição

3.(Unicamp) – Uma das hipóteses mais aceita para explicar a origem das mitocôndrias sugere que estas organelas
se originaram de bactérias aeróbicas primitivas, que estabeleceram uma relação de simbiose com uma célula
eucarionte anaeróbica primitiva.
a) Dê uma característica comum a bactérias e mitocôndrias que apóie a hipótese acima.
b) Qual seria a vantagem dessa simbiose para a bactéria?E para a célula hospedeira?
c) Que outra organela é considerada também de origem simbiótica?

4.(UFRJ) – A cachaça é obtida pela fermentação da


cana-de-açúcar por uma levedura. O produto final é uma mistura que contém fragmentos do glicídio inicial, como o
álcool etílico,o metanol e outras substâncias.
Quando essa mistura é mal destilada, a cachaça pode causar intoxicações graves nos consumidores, devido à
presença de metanol.
Considerando os tipos de degradação de glicídios nos seres vivos, explique por que a degradação de glicose nas
nossas células não produz metanol.

MÓDULO 5

CITOLOGIA - NÚCLEO, SÍNTESE DE PROTEÍNAS E DIVISÃO CELULAR

Núcleo

O núcleo é o centro de controle das atividades da célula e arquivo das informações genéticas.
Em células eucariotas, encontra-se delimitado por uma membrana, a carioteca, enquanto nas células
procariotas, o material genético encontra-se disperso no citoplasma.
Dependendo do tipo de célula eucariota, poderá existir mais de um núcleo, como por exemplo, as fibras
musculares estriadas.
O núcleo possui alguns componentes como: a carioteca, a cariolinfa, o nucléolo e a cromatina.
A carioteca tem uma dupla camada lipoprotéica, como a maioria das membranas celulares, existindo um
espaço entre as membranas, chamado de espaço perinuclear. A sua face externa se comunica com o retículo
endoplasmático granular (REG), apresentando ribossomos em sua superfície.
A cariolinfa tem sua constituição semelhante a do hialoplasma, mas com uma maior concentração protéica.
O nucléolo apresenta-se como um corpúsculo denso e arredondado, constituído por proteínas, grãos de
ribonucleoproteína (RNA associado a proteínas) e uma baixa concentração de DNA.
O nucléolo é o local onde são fabricados os RNA ribossômicos, que se associando às proteínas, formarão os
ribossomos, que irão para o citoplasma participar da síntese protéica.
O DNA existente no nucléolo pertence ao cromossomo que organiza o nucléolo, que possui uma região
chamada de zona SAT (zona organizadora do nucléolo).
A cromatina é um conjunto de filamentos formados por proteínas simples chamadas histonas, que se ligam
às moléculas de DNA. Esses filamentos recebem a denominação de cromossomos.
A cromatina apresenta-se em determinadas regiões mais condensada e em outras mais frouxas. A mais
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condensada recebe o nome de heterocromatina ou falso nucléolo, que possui baixa atividade, e a mais frouxa, recebe
o nome de eucromatina, com alta taxa de transcrição.
A célula apresenta-se durante a sua vida em dois momentos: o chamado período metabólico, ou intérfase, e
o período divisional, que poderá ser mitótico ou meiótico.
Na intérfase a cromatina é um novelo de filamentos (cromonemas), no qual não se pode visualizar muito
bem os cromossomos.
Além disso, o DNA com os nucleossomos adquire uma forma helicoidal, como se ele se enrolasse sob o seu
próprio eixo. Essa é a forma básica do cromossomo, denominando-se de cromonema.
A preparação do cromossomo tem início com a condensação dos filamentos cromossômicos, onde as
regiões de eucromatina sofrem uma espiralização maior do que as regiões de heterocromatina. Com isso, nota-se
que o filamento cromossômico, agora mais grosso e curto, apresenta regiões de estrangulamento, chamadas de
constricções.
O cromossomo apresenta uma constricção primária que é chamada de centrômero. Qualquer outra que
existir será chamada de constricção secundária. A zona SAT do cromossomo organizador de nucléolo está situada
após uma região que apresenta constricção secundária.
O centrômero divide o cromossomo em duas partes, que são chamadas de braços cromossômicos.
Cada ser vivo celular possui no seu núcleo, uma determinada quantidade de cromossomos, o que caracteriza
cada espécie. O conjunto de cromossomos de uma espécie chama-se cariótipo.
Se tomarmos a espécie humana como exemplo, observaremos que o cariótipo da nossa espécie é de 46
cromossomos. Mais importante do que a quantidade de cromossomos é a informação que está contida neles. As
informações genéticas estão localizadas dentro dos genes, e estes nada mais são do que fragmentos de DNA.
Logo, os cromossomos são um conjunto de informações (genes) capazes de comunicar todas as proteínas
necessárias à
formação e ao funcionamento de um organismo.
Como temos 46 cromossomos em nossas células e somos formados pela soma do material contido nos
cromossomos proveniente dos pais, podemos concluir que os gametas têm apenas a metade desse padrão
cromossômico, ou seja, 23 cromossomos. Quando os gametas se fusionam, a primeira célula formada é o zigoto,
que terá então 23 cromossomos vindos do pai e 23 cromossomos vindos da mãe.
Esses cromossomos não se posicionam de forma aleatória e sim aos pares, onde cada cromossomo
formará um par com outro cromossomo semelhante a ele. Esse par cromossômico formado denomina-se de par
homólogo e seus cromossomos de cromossomos homólogos.
Dessa forma, cada par possuirá cromossomos com semelhanças genéticas e morfológicas.
As células que possuem pares de cromossomos homólogos são chamadas de diplóides e representadas
pelo símbolo 2n.
As células que têm apenas um tipo de cada cromossomo, como é o caso dos gametas, são chamadas
haplóides e representadas por n.
Se os cromossomos dos pares são semelhantes na forma e na seqüência de genes, podemos dizer que os
genes se colocam lado a lado no par homólogo. Esses genes são chamados de genes alelos e cada local ocupado
por esse gene é chamado de loco gênico.
Se os genes que ocupam o mesmo loco gênico no par homólogo forem iguais, dizemos que a condição é
homozigótica, se não, a condição passa a ser heterozigótica.
Quando dizemos que os genes são iguais ou diferentes, nos referimos à qualidade do gene e não à
característica informada por ele. Essa característica tem que ser obrigatoriamente igual, isto é, um gene pode
determinar que o cabelo de uma pessoa seja ruivo e o outro que seja loiro. Observe que a qualidade dos genes são
diferentes (um para ruivo, outro para loiro), mas ambos determinam a característica cor de cabelo.

Cariótipo humano

A espécie humana possui 46 cromossomos ou 23 pares, sendo que 44 cromossomos, ou 22 pares são
formados por cromossomos chamados autossomos, pois são equivalentes. O 23° par é chamado de heterossomo ou
cromossomo sexual.

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Cariótipo da mulher: 44AA + XX, ou 46, XX


Cariótipo do homem: 44 AA + XY ou 46, XY

Alterações cromossômicas

O cariótipo humano pode apresentar algumas alterações, que são conhecidas como aberrações
cromossômicas ou mutação cromossômica. Podem ser numéricas, quando é alterada a quantidade de
cromossomos, ou estruturais, quando a estrutura do cromossomo é alterada.

- O controle metabólico

As instruções da síntese de proteína se encontram em frações de DNA, chamadas genes.


Nós somos formados pela fusão dos gametas, que originam o zigoto e a partir do zigoto ocorre a duplicação
das células para originar um indivíduo com milhares de células. Mas como isso ocorre?
Esse fenômeno só é possível devido ao fato do DNA possuir uma propriedade chamada autoduplicação, ou
seja, a molécula de DNA é capaz de produzir duas novas moléculas a partir de si mesma.
Esse processo consiste em quebrar as pontes de hidrogênio que ligam os dois filamentos da molécula de
DNA e incorporar novos nucleotídeos nesses filamentos. As duas molécula produzidas são idênticas à original.
Repare que as duas novas moléculas de DNA possuem cada uma um filamento da molécula original. Por isso
dizemos que o processo é semiconservativo.
Para que esse processo ocorra, é necessária a participação de várias enzimas, onde podemos citar uma das
mais importantes, que é a DNA polimerase, que é a responsável pela incorporação de novos nucleotídeos.
Se as proteínas são formadas por aminoácidos, podemos concluir que os genes informam a seqüência de
aminoácidos para a montagem da proteína.
A teoria “um gene, uma enzima”, formulada por Beadle e Tatum, diz que, se os genes determinam as
características através das enzimas, logo, cada gene deverá determinar apenas uma enzima.

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- Transcrição e Tradução

Para que a informação genética seja promovida é necessário que o DNA gere condições para que isso
ocorra. Essas condições são justamente a montagem das moléculas de RNA, que irão desenvolver o trabalho de
síntese da molécula de proteína. Essa montagem do RNA, independentemente do tipo, chama-se transcrição.
O que devemos lembrar é que, as instruções genéticas são frações do DNA (genes) que necessitam ser
interpretadas pelo maquinário celular. É para isso que o DNA cria os RNAs, que irão interpretar e executar as
instruções genéticas.
Existem três tipos de RNAs, que são:
✓ RNAm (mensageiro) – possui a transcrição do código genético do DNA.
✓ RNAt (transportador) – transporta os aminoácidos para o local de síntese de proteínas.
✓ RNAr (ribossomial) – participa da estrutura dos ribossomos, onde ocorre a síntese da proteína. Os RNAr são
transcritos pela zona SAT.
O DNA é constituído por quatro bases nitrogenadas: A, T, C e G.
O gene é uma combinação dessas bases, isto é, a seqüência em que elas se encontravam no filamento. Com
isso, podemos imaginar o incontável número de genes que é possível existir combinando apenas essas quatro bases.
A transcrição ocorre a partir de um filamento do DNA, denominado de filamento de transcrição, que se afasta de
seu filamento complementar e através da RNA polimerase, ocorre o encaixe dos nucleotídeos que formarão o RNA, a
partir do DNA, que foi utilizado como molde.
O encaixe dos nucleotídeos obedece a paridade das bases: se no filamento de DNA tivermos uma guanina (G), o
nucleotídeo do RNA será uma citosina (C). Se no filamento de DNA tivermos uma adenina (A), então em vez de
encaixarmos uma timina (T), colocaremos uma uracila (U), lembrando que a timina é uma base exclusiva do DNA e a
uracila do RNA.
Dessa forma se o molde de DNA tiver uma seqüência do tipo ATTCGCTAA, o RNA montado será UAAGCGAUU.
Estudos desenvolvidos a partir de 1977 demonstraram que existem frações do DNA que não são capazes de
transcrever RNAm. Logo, essas frações não conteriam a capacidade de promover nenhuma informação. Esses
segmentos ou frações são chamados de íntrons, que se encontram no meio do gene funcional, chamado de éxons.
Logo, pode-se concluir
que, os genes são constituídos por frações funcionais e não-funcionais.
As frações funcionais representam apenas 10% do total do DNA existente na célula. Os 90% não-funcional,
duplicam-se juntamente com todo DNA. Acredita-se que esse DNA não-funcional, que hoje aparentemente não possui
função, tenha tido papel relevante no processo evolutivo, pois é possível que os íntrons facilitem a formação de
novos genes, através de novas combinações do DNA, que caracteriza a variabilidade genética da população.
Durante a transcrição, nota-se que os íntrons e os éxons são transcritos normalmente na montagem do RNAm.
Sendo que, antes do RNAm sair do núcleo em direção ao citoplasma, onde será realizada a síntese protéica, os
segmentos desse RNAm que corresponde aos íntrons são removidos, permanecendo apenas os segmentos
funcionais.
A tradução do código genético, ou seja, a montagem da proteína será feita pelo RNAm, que contém o código
genético transcrito.
Existem 20 aminoácidos que podem participar da proteína. Se só existem quatro bases, como isso seria
possível? Se combinarmos as bases duas a duas, obteríamos no final 16 combinações, o que ainda não seria
suficiente.
Mas se combinarmos três bases, obteremos no final, 64 combinações diferentes e possíveis entre si. Nesse caso
teríamos combinações mais do que suficientes para a indicação de 20 aminoácidos.
Observe a tabela abaixo que indica as combinações entre as bases e o aminoácido correspondente.

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Essa trinca de bases do RNAm que informa o aminoácido é chamada de códon.


O RNAm que foi transcrito migra para o citoplasma, onde ocorrerá a síntese protéica.
Quando ele encontra-se no local da síntese, a subunidade menor de um ribossomo se acopla à molécula de
RNAm. Logo, chega um RNAt carregando um aminoácido e a subunidade maior do ribossomo.
O RNAt é uma molécula que possui em uma extremidade uma trinca de bases chamada de anticódon, que
promove a identificação do aminoácido. Na outra extremidade temos uma base chamada adenina (A), onde o
aminoácido está ligado.
O ribossomo possui dois sítios de ligação chamados sítio A e sítio P, onde se ligam os RNAt.
O ribossomo se liga à molécula de RNAm e os RNAt aos sítios. A posição da ligação dos RNAt é determinada
pela relação códon-anticódon. Assim se o códon do RNAm for ACC, o único transportador que pode se ligar nessa
posição é aquele que possuir o anticódon UGG.
Uma enzima presente no ribossomos permite que o aminoácido de um RNAt, que esteja alojado no sítio P,
sofra uma reação química com o aminoácido do RNAt que esteja no sítio A.
Essa reação entre os aminoácidos promove a formação de uma ligação peptídica entre eles.
Quando isso ocorre,o primeiro aminoácido se desliga do RNAt, que se desprende do ribossomo.
Agora os dois aminoácidos ligados ficam presos somente no segundo RNAt.
Nesse momento o ribossomo desliza sob o RNAm, cobrindo o terceiro códon.O RNAt que ocupava o sítio A
passa para o sítio P, e outro RNAt, com seu respectivo aminoácido, se liga ao terceiro códon, repetindo o processo.
Dessa maneira, à medida que o ribossomo se desloca sob o RNAm, uma cadeia de aminoácidos vai sendo
formada. Essa cadeia de aminoácidos é chamada de polipeptídio.
O processo chega ao fim quando o ribossomo desliza sobre um códon que não possui correspondência com
nenhum RNAt. O último RNAt se desliga do ribossomo e do peptídeo formado e as subunidades se desacoplam.
O processo se torna mais rápido quando, após ter sido iniciado por um ribossomo, outro ribossomo inicia
também a síntese no mesmo RNAm. Á medida que esse segundo ribossomo se desloca, outro encaixa e começa um
novo processo de síntese protéica. Com isso várias proteínas vão sendo formadas ao mesmo tempo.
A esse conjunto de RNAm com vários ribossomos, denominamos de polissomo ou polirribossomo.

Divisão celular
Vimos anteriormente que, somos criados a partir da fusão de dois gametas, produzindo uma célula chamada
zigoto.
Vimos também que os gametas são células haplóides que, ao se fundirem, produzem células diplóides.
Esses dois fenômenos só são possíveis graças a um processo chamado de divisão celular.
O processo de divisão celular é apenas uma parte de um processo mais complexo, chamado de ciclo celular.
Neste observamos a existência de um período longo, que antecede a divisão propriamente dita, chamado de
intérfase.
A intérfase se divide em 3 momentos: G1, S e G2.
O G1 é o momento mais longo e antecede a duplicação do DNA. O S é o momento de duplicação do DNA e o
G2, que é o momento mais curto, compreende o espaço entre a duplicação do DNA e a divisão.
Na verdade o G1 é o próprio período de vida da célula, onde ela realiza as suas atividades metabólicas. O G2
também é um período metabólico, mas a célula produz apenas o que é interessante para a divisão celular.

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No período S, o DNA duplica-se. Cada cromátide passa a ter uma cópia idêntica, ligada pelo centrômero.
Agora, cada cromossomo é formado por duas cromátides-irmãs

O processo de divisão celular pode ser de dois tipos: a mitose, que é um processo equacional e a meiose, que
é um processo reducional, mas que possui uma fase equacional.

Mitose

Esse processo apresenta duas etapas: a mitose, e a citocinese.


O processo mitótico é dividido em quatro partes: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
É importante para os processos de segmentação, cicatrização e regeneração.

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Meiose

É um processo de natureza reducional, pois reduz a quantidade de cromossomos de uma célula diplóide em
duas células haplóides.
Esse mecanismo é importante para a existência da reprodução sexuada, pois sem ele os gametas não
seriam formados.
Todas as células eucariotas com reprodução sexuada, realizam em algum momento de sua vida o processo
meiótico.
O fenômeno que pode ocorrer na meiose, chamado permutação ou crossing over, é de grande importância no
aspecto evolutivo das espécies sexuadas, visto que isso permite que fragmentos dos cromossomos sejam trocados,
promovendo uma troca genética entre as cromátides. Com isso aumenta-se a variabilidade genética dos indivíduos.

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EXERCÍCIOS

1.(FUVEST) – Quantos cromossomos existem em cada um dos seguintes tipos de células humanas normais:
muscular, nervosa, espermatozóide e zigoto? Justifique sua resposta.

2.(FUVEST) – Por que a ausência de nucléolo compromete a síntese de proteínas em uma célula eucarionte?
3.(Unicamp) – Comente esta frase: “Cromossomos e cromatina são dois estados morfológicos dos mesmos
componentes celulares de eucariotos.”

4.(FUVEST adaptada) – Quais são os dois processos que ocorrem na meiose que são responsáveis pela variabilidade
genética dos organismos que se reproduzem sexuadamente.

5.(UNESP) – Criadores e sitiantes sabem que a mula (exemplar fêmea) e o burro (exemplar macho) são
híbridos estéreis que apresentam grande força e resistência. São o produto do acasalamento do jumento (Equus
asinus, 2n = 62 cromossomos) com a égua (Equus caballus, 2n = 64 cromossomos).
a) Quantos cromossomos têm o burro ou a mula? Justifique sua resposta.
b) Considerando os eventos da meiose I para a produção de gametas, explique por que o burro e a mula são
estéreis.
6.(Unicamp) – A colchicina é uma substância de origem vegetal, muito utilizada em preparações citogenéticas para
interromper as divisões celulares. Sua atuação consiste em impedir a organização dos microtúbulos.
a) Em que fase a divisão celular é interrompida com a colchicina? Explique.
b) Se, em lugar da colchicina, fosse aplicado um inibidor de síntese de DNA, em que fase ocorreria a
interrupção?

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1.(UFF) – Tomando uma grande dose de vitamina A, uma pessoa pode suprir suas necessidades por vários dias;
porém se fizer o mesmo em relação à vitamina C, não terá o mesmo efeito, necessitando de reposições diárias dessa
vitamina.
Essa diferença na forma de administração se deve ao fato de a vitamina:

a) A ser necessária em menor quantidade.

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b) A ser sintetizada no próprio organismo.


c) A ser lipossolúvel e ficar armazenada no fígado.
d) C ser mais importante para o organismo.
e) C fornecer energia para as reações metabólicas.

2.(UNIRIO) – A purificação e análise de uma molécula biológica indicou a presença de nove diferentes monômeros.
Podemos afirmar que se trata de um (a):
a) Ácido nucléico
b) Glicerídeo
c) Esteróide
d) Proteína
e) Vitamina

3.(UERJ) – A síndrome conhecida como vaca louca é uma doença infecciosa que ataca o sistema nervoso central de
animais e até do homem.
O agente infeccioso dessa doença é um príon – molécula normal de células nervosas – alterada em sua estrutura
tridimensional. Os príons assim alterados têm a propriedade de transformar príons normais em príons infecciosos.
Os príons normais são digeridos por enzimas do tipo da tripsina. Curiosamente, os alterados não o são, o que, entre
outras razões, permite a transmissão por via digestiva.
Tais dados indicam que a molécula do príon é de natureza:

a) Glicolipídica
b) Polipeptídica
c) Polissacarídica
d) Oligonucleotídica

4.(UFF) – A vitamina K – vitamina lipossolúvel descoberta em 1939 – é uma vitamina:


a) Que,como todas as vitaminas lipossolúveis, deve ser ingerida em grandes quantidades, por ser considerada
substrato energético importante para nossas células;
b) Importante para a síntese de rodopsina e sua carência resulta em maior dificuldade de adaptação a ambiente
mal iluminados;
c) Que participa ativamente da absorção intestinal de cálcio e da sua fixação nos ossos e dentes;
d) Que participa ativamente da síntese de colágeno e sua carência provoca escorbuto;
e) Essencial para a formação de protrombina e de alguns outros fatores envolvidos na coagulação sanguínea.

5.(UFF) – Não é necessário que a alimentação seja rica em gordura para que esse tipo de molécula se acumule no
corpo, pois ela pode ser produzida a partir do excesso de glicose. É por esse motivo que alimentos ricos em glicídios
podem engordar.
A vantagem de o organismo transformar o excesso de glicose em gordura está no fato de que os lipídios:

a) Quando metabolizados pelo organismos, produzem menos energia que os glicídios, mas geram mais calor.
b) Sendo insolúveis em água, permitem ao organismo formar uma reserva energética sem aumentar muito o
volume corporal.
c) Por serem formados por moléculas menores do que a dos glicídios, facilitam o trabalho mitocondrial de
produção de energia.
d) Por difundirem bem o calor, depositam-se sob a pele, permitindo trocas de calor entre o organismo e o
ambiente.

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e) Como são formados por moléculas apolares, constituem os principais componentes do sistema coloidal da
célula.

6.(UERJ) – Quando ganhamos flores, se quisermos que elas durem mais tempo, devemos mergulhá-las dentro d’água
e cortarmos, em seguida, a ponta de sua haste. Este procedimento é feito com o objetivo de garantir a continuidade
da condução da seiva bruta.
Tal fenômeno ocorre graças à diferença de osmolaridade entre a planta e o meio onde ela está, que são,
respectivamente:

a) Hipotônica e isotônico
b) Isotônica e hipotônico
c) Hipertônica e isotônico
d) Hipotônica e hipertônico
e) Hipertônica e hipotônico

7.(UERJ adaptada) – Justifique por que o mecanismo de excreção de sal pelas brânquias de peixes ósseos marinhos
deve ser ativo.

8.(UFF) – Na membrana celular existem muitas proteínas diferentes. No entanto, apenas algumas participam da
comunicação celular, pois são capazes de enviar sinais do meio extracelular para o meio intracelular, ativando-as ou
desativando-as.
Explique por que nem todas as proteínas existentes na membrana celular podem funcionar como receptores.

9.(UFRJ) – Os hormônios são substâncias lançadas no sangue que controlam diversas atividades do organismo. A
maior parte dessas substâncias é fabricada por agrupamentos de células epiteliais, as glândulas endócrinas. Cada
hormônio age como um mensageiro químico, atuando em determinados tecidos do corpo, os tecidos-alvo.
Por que os hormônios, uma vez lançados no sangue, só atuam nos tecidos-alvo, e não em todos os tecidos do corpo?

10.(UNIRIO) Nos últimos tempos, tem-se notado uma tendência crescente da utilização de suplementos alimentares
(aminoácidos, creatina, proteínas, vitaminas, L-carnitina, extratos vegetais e etc.) na busca de uma melhor
performance na atividade física ou da estética perfeita.
Motivados por um eficiente trabalho de marketing que se criou para explorar um segmento de mercado de grande
crescimento ou por orientação de amigos e vendedores, muitos jovens praticantes de atividade física vêm utilizando
os referidos suplementos alimentares sem a ajuda de um nutricionista ou especialista no assunto para a orientação
sobre a necessidade ou não da sua utilização.
Uma das orientações para quem utiliza doses elevadas de aminoácidos, proteínas e creatina é a ingestão de uma
quantidade maior de água. Justifique este procedimento.

11.(UFRJ) – Estudos recentes compararam as seqüências completas de DNA mitocondrial de indivíduos de várias
regiões geográficas do planeta.
Os resultados revelaram que a variabilidade genética no DNA mitocondrial de indivíduos africanos era quase o dobro
da observada no DNA mitocondrial de não-
africanos. Esses resultados foram importantes para corroborar a idéia de que o ancestral comum mais recente do
Homo sapiens viveu na África há cerca de 200.000 anos.
Explique por que a maior diversidade do DNA mitocondrial apóia a idéia de origem africana do Homo sapiens.

12.(UNIRIO) – Cientistas propõem a hipótese de que certas organelas celulares originaram-se de organismos que há
mais de um bilhão de anos passaram a viver simbioticamente com eucariotos antigos. Apóiam-se no fato de que
essas organelas possuem DNA próprio, semelhante ao das bactérias, podendo se autoduplicar. Essas organelas são:

a) Mitocôndrias e ribossomos

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b) Mitocôndrias e cloroplastos
c) Mitocôndrias e dictiossomos
d) Dictiossomos e cloroplastos
e) Dictiossomos e ribossomos

13.(UFF) - O aparecimento de novas mitocôndrias no citoplasma de uma célula se deve a:

a) Reprodução de mitocôndrias preexistentes


b) Síntese de precursores no retículo endoplasmático
c) Montagem de subcomponentes citoplasmáticos
d) Diferenciação de cisternas do complexo Golgiense
e) Diferenciação de cristas em vacúolos precursores

14.(Cesgranrio) – Em relação às etapas da respiração, provavelmente a glicólise foi a primeira a surgir por que:

a) É a etapa mais rica na produção de ATP


b) O oxigênio é fundamental para que todo processo ocorra
c) A maioria dos seres depende de oxigênio livre
d) Os organismos primitivos devem ter surgido em atmosfera sem oxigênio

e) A produção de ATP não se faz sem a molécula de oxigênio

15.(FUVEST – SP) – Quando as células clorofiladas de uma planta estão no escuro, o gás carbônico que nelas
se acumula torna ácido seu meio interno. Em meio ácido, a enzima fosfolrilase favorece a conversão do amido em
glicose. Se colocarmos essas células em um ambiente bem iluminado, o valor de sua pressão osmótica (sucção
interna):

a) Aumenta
b) Diminui
c) Não se altera
d) Torna-se negativo
e) Torna-se zero

16.(UFF) – Em 1977 cientistas a bordo do submarino de pesquisa Alvin foram os primeiros a identificar, no oceano
Pacífico, comunidades abissais vivendo em profundidades superiores a 2,5 km, formadas por grande número de
seres, alguns, inclusive, de grande porte. Essas comunidades se desenvolvem em torno de fontes termais submersas,
constituídas por fendas da crosta terrestre que liberam gases, onde a água do mar penetra e é aquecida. A formação
da matéria orgânica que mantém essas comunidades está associado ao processo de:

a) Fotossíntese realizada por algas


b) Quimiossíntese de bactérias autotróficas
c) Síntese abiótica com uso de energia térmica
d) Sedimentação de excretas de seres da superfície
17.(UFF) – Um bactéria sofre uma mutação pontual em uma região do seu DNA, que era:
TAC CTT ATA GAT

Ocorreu uma mudança na terceira base, que passou de citosina a guanina. Indique o RNA mensageiro codificado pela
seqüência de DNA mutada.

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a) ATC GAA TAT CTA


b) ATG GAA TAT CTA
c) AUC UAU AAG GUA
d) AUG GAA UAU CUA
e) AUG GAA UAU CUA

18.(Cesgranrio) – Os polissomas, que são organelas ativas na síntese de proteínas, são formados por agregados de
ribossomos e:
a) DNA nuclear
b) RNA mensageiro
c) RNA transportador
d) RNA ribossômico
e) DNA mitocondrial

19.(UERJ) - Para a clonagem em bactérias do hormônio do crescimento humano a partir de seu RNAm, é inicialmente
necessário que sejam, sintetizadas em laboratório cópias em DNA desse RNA. As cópias, depois de introduzidas em
plasmídios, serão expressas em culturas de bactérias contendo os plasmídios modificados.
Essas cópias de DNA são sintetizadas em laboratório com o auxílio de uma preparação de enzima denominada:

a) RNA replicase
b) RNA polimerase
c) Desoxirribonuclease
d) Transcriptase reversa

20.(UERJ) – A partir de um ovo fertilizado de sapo, até a formação do girino, ocorre uma série de divisões celulares.
A distribuição percentual dos tipos de divisão celular, nesta situação, é a seguinte:
a) 100% mitose
b) 100% meiose
c) 50% meiose – 50% mitose
d) 75% mitose – 25% meiose

21.(FUVEST) – Admitamos como correta a hipótese de que a causa da divisão celular seja a duplicação do DNA (que
é interfásica). Se pudéssemos, nos organismos adultos, bloquear especificamente a síntese de DNA, em
determinados locais, estaríamos

a) Impedindo que o organismo crescesse


b) Induzindo o organismos a aumentar suas mitoses
c) Bloqueando o desenvolvimento de um eventual tumor
d) Favorecendo o desenvolvimento normal do organismo
e) Produzindo células com menor quantidade de DNA

22.(Cesgranrio) – Nos processos de divisão celular o posicionamento dos cromossomos na metáfase e anáfase é
importante por que garante:

a) A distribuição equitativa dos cromossomos pelas células-filhas


b) O pareamento cromossômico p-ara a ocorrência do crossing-over
c) A duplicação de DNA indispensável à continuidade do processo
d) A formação de cromossomos homólogos e

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independentes
e) O alinhamento de cromossomos necessários à formatação de sinapses.

23.(UNIRIO) – Comparando a anáfase com a anáfase I, é correto afirmar que:

a) Durante a anáfase, ocorre a separação de cromossomos-irmãos e, durante a anáfase I, a separação de


cromossomos homólogos
b) Ocorre duplicação dos centrômeros tanto na anáfase quanto na anáfase I
c) A duplicação dos centrômeros ocorre apenas durante a anáfase I
d) Somente durante a anáfase os centrômeros permanecem ligados às fibrilas do fuso acromático
e) Somente a anáfase permite a separação dos cromossomos homólogos, em função das tétrades da placa
equatorial

24.(UFRJ) - Há um cuidado que deve ser tomado quando se compra um alimento enlatado. Devemos observar que
não só a data de fabricação e o prazo de vencimento do produto, mas também o aspecto da lata que não deve se
apresentar com a tampa estufada. Se a tampa estiver estufada, pode ter se desenvolvido, dentre outras bactérias, a
produtora do botulismo, uma doença freqüentemente fatal.

a) Que tipo de respiração essa bactéria mantém no interior da lata fechada?


b) No caso do produto contaminado, o que causou a pressão no interior da lata, estufando a tampa?

25.(UFRJ) – Existem plantas adaptadas as condições do deserto, nas quais a fotossíntese é do tipo CAM.
Essa fotossíntese se caracteriza pela absorção do gás carbônico pelos estômatos, durante a noite. O gás carbônico
se acumula dentro da célula, ligando-se ao ácido málico.
Durante o dia os estômatos se fecham, mas a planta pode usar na fotossíntese, o gás carbônico retido no ácido
málico.
Explique do ponto de vista evolutivo, a existência da fotossíntese CAM em muitas plantas que vivem no deserto.
26.(Unicamp) – Uma célula que apresenta grande quantidade de síntese protéica tende a apresentar, em geral, um
grande nucléolo. Explique esta relação.

27.(UFRJ) – Um pesquisador comparou as estruturas de duas proteínas. Cada uma dessas proteínas foi obtida de
uma espécie animal diferente.
A pesquisa revelou dois resultados importantes: primeiro que na seqüência de aminoácidos, havia 66% de homologia
entre elas; e segundo, na seqüência dos genes precursores das duas proteínas estruturadas, a homologia observada
foi de apenas 45%.
Explique a discrepância observada entre essas duas porcentagens.

MÓDULO 6
HISTOLOGIA - TECIDO EPITELIAL
Histologia animal

Os organismos pluricelulares são constituídos de muitos tipos de células que se especializam em


determinadas funções.
Nós já observamos que, essas células são originadas a partir de determinados grupamentos celulares
embrionários. Esses grupamentos são chamados de folhetos embrionários, que ao longo do desenvolvimento
embrionário sofrerão especializações, originando um grupo de células de mesma origem especializadas em uma
determinada função. A esse grupo chamamos tecido.
31
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Os tecidos são agrupados de acordo com algumas características, como: presença ou não de substância
intercelular, tipo de função realizada e origem embrionária.
Assim temos:
ECTODERMA – Tecido epitelial e nervoso
ENDODERMA – Tecido epitelial
MESODERMA - Tecido epitelial, conjuntivo e muscular

- Tecido epitelial

O tecido epitelial, também chamado de epitélio, desempenha várias funções, como proteção, absorção,
secreção e percepção, dependendo da sua localização no organismo e também da sua origem embrionária.
Os epitélios podem ser formados
por células poliédricas, justapostas, apresentando bem pouca substância extracelular.
As células epiteliais aderem-se firmemente umas às outras, formando camadas contínuas que revestem
superfícies externas e internas (cavidades).
Os epitélios são classificados em:
✓ revestimento,
✓ glandular
O tecido epitelial não apresenta vasos sangüíneos. Sua nutrição é feita através da difusão de substâncias e
oxigênio do tecido conjuntivo, que sempre é encontrado abaixo do tecido epitelial.
Entre os epitélios e o tecido conjuntivo existe
uma estrutura chamada lâmina basal, que contém principalmente colágeno e glicoproteína.
Em determinadas regiões do organismo existe um acúmulo de fibras reticulares e complexos protéicos, que
associadas à lâmina basal formam a membrana basal.

A lâmina basal não é exclusiva de tecidos epiteliais. Ela é encontrada também ao redor de células
musculares, das células de Schwann (tecido nervoso) e células adiposas.
As células epiteliais apresentam especializações chamadas desmossomos, que aumentam a força de
coesão das células e as microvilosidades que aumentam a área de absorção.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Epitélio de revestimento

Formado por células justapostas, com pouco ou nenhuma substância intercelular, composto por uma única
camada de célula ou por várias camadas. Quando composto por uma única camada é chamado de simples ou
uniestratificado e, quando formado por várias camadas chama-se estratificado. Existe ainda um epitélio que, por
apresentar células com diferentes tamanhos, dá a impressão de ser estratificado. Por esse motivo chama-se
pseudoestratificado.
Quanto à forma, os epitélios podem ser classificados como:
✓ pavimentosos (células achatadas)
✓ cúbicos (em forma de cubo)
✓ prismáticos (alongadas em forma de colunas).

- Epitélio de secreção

De acordo com o arranjo das células epiteliais, são classificadas em três tipos:
✓ Glândulas endócrinas: Suas células se dispõem em cordões maciços com capilares sanguíneos dilatados,
que recolhem os produtos elaborados pela glândula. São exemplos a adrenal, hipófise e paratireóide.
✓ Glândulas exócrinas: Nestas glândulas geralmente se distinguem duas partes, uma porção secretora e o
ducto excretor, que transporta o produto de secreção para o exterior da glândula. Temos como exemplos as
glândulas salivares e sudoríparas.
✓ Glândulas mistas: Possuem porções exócrinas e endócrinas. Exemplo: pâncreas.

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EXERCÍCIOS

1 – Cite uma região do organismo que apresenta uma região com epitélio pseudo-estratificado
2 – O epitélio que forma os capilares tem que ter porosidade para que as trocas possam ocorrer entre o sangue e o
meio extra-sanguíneo. Que tipo de célula forma o epitélio das capilares?

3.(UFF) – Suponha que após se encontrar o corpo de um ser extraterrestre (E.T.) em uma cidade brasileira seus
órgãos tenham sido encaminhados para análise. Realizou-se, então, um estudo histológico que revelou a existência
de certo tecido caracterizado por células prismáticas organizadas em pseudo-estratificação com cílios na região
apical.
Considere a hipótese de terem sido utilizados os conhecimentos sobre a classificação e localização dos tecidos nos
seres humanos para se interpretar o resultado do estudo histológico mencionado.
Nesse caso, o tecido analisado poderia ser:
a) O tecido epitelial da traquéia
b) O tecido conjuntivo do oviduto
c) O tecido epitelial da mucosa intestinal
d) O tecido conjuntivo da trompa de Falópio
e) O tecido epitelial dos túbulos renais

4.(UFMG) – Em alguns locais do corpo humano, existem epitélios extremamente ativos na troca de substâncias com
as cavidades por eles revestidas ou com o sangue.
A alternativa que contém o local com o epitélio menos ativo é:
a) Alvéolos pulmonares
b) Glândulas endócrinas
c) Intestino delgado
d) Intestino grosso
e) Túbulos renais

5.(PUC-MG) – São afirmativas válidas a respeito de alguns tecidos, exceto:


a) Os epitélios não são vascularizados, sendo nutridos por difusão a partir do conjuntivo subjacente
b) Os capilares sangüíneos são constituídos apenas por tecido epitelial pavimentoso chamado endotélio, de
origem mesodérmica.
c) Enquanto nos tecidos epiteliais de revestimento as células são justapostas, no conjuntivo elas são separadas
por grandes quantidades de substâncias intercelulares.
d) O sangue é um tecido líquido com grande variedade de células e proteínas solúveis.
e) Todos os tecidos conjuntivos são de origem mesodérmica e vascularizados, exceto o ósseo e o
cartilaginoso.

6.(Unicamp) – A pele é o maior órgão do corpo humano, revestindo toda a sua superfície e protegendo-o contra as
radiações solares, particularmente os raios ultravioleta.
a) Por que as pessoas de pele clara que se expõem muito ao sol têm maior probabilidade de desenvolver o
câncer de pele?
b) Cite um efeito benéfico imediato da exposição ao sol.
c) Indique os tecidos que compõem a pele e suas respectivas origens embriológicas.

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MÓDULO 7

HISTOLOGIA - TECIDO CONJUNTIVO

Tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo representa um conjunto de tecidos que possuem origem embrionária comum (derivado
do mesoderma) e apresentam como função básica a união e a sustentação de outros tecidos.
Esse tipo de tecido apresenta tipos celulares diferentes, separadas por grande quantidade de material
extracelular, denominado de substância intercelular ou intersticial.
O tecido conjuntivo pode ser classificado em frouxo, denso, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo.

- Tecido conjuntivo frouxo

É chamado também de tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD), pois realiza o preenchimento do
organismo, estando presente em basicamente todos os órgãos.
É constituído por três tipos de fibras e a substância fundamental ou amorfa (substância intercelular), que
apresenta aspecto gelatinoso.
As fibras são constituídas por proteínas chamadas colágeno, elastina e reticulina, que formam,
respectivamente, as fibras colágenas, as elásticas e as reticulares.
O colágeno é a proteína mais abundante no reino animal, pois confere resistência às estruturas que a
possuem.
As fibras colágenas estão presentes no TCPD sem nenhuma organização, o que confere a característica de
um tecido frouxo, pois possui grande flexibilidade.
A flexibilidade está mais relacionada às fibras elásticas, que conferem elasticidade aos tecidos, porém com
uma certa resistência devido ao colágeno.
As fibras reticulares formam um forte trançado, ligando o TCPD aos tecidos vizinhos.
Nesse tipo de tecido encontramos várias células, como:
✓ Fibroblastos – são as células responsáveis por fabricar as fibras e a substância amorfa. São estreladas, com
um núcleo grande e um REG bem desenvolvido. São responsáveis pelo processo de cicatrização. Quando
essas células diminuem ou param sua atividade metabólica, são chamados fibrócitos.
✓ Macrófagos – são células grandes que possuem características amebóides e tem grande poder de
fagocitose. São responsáveis pela defesa e limpeza do TCPD, fagocitando restos celulares e agentes
infecciosos. Tem como papel também alertar o sistema imunológico sobre a invasão de substâncias
perigosas para o organismo.
✓ Plasmócitos – são células capazes de fabricar anticorpos específicos que combatem os agentes invasores.
Essas células se originam nos linfócitos B do sangue e migram para o TCPD.
✓ Mastócitos – são células responsáveis pela produção de heparina e histamina. Os mastócitos são
produzidos na medula óssea vermelha. A heparina é um anticoagulante natural e a histamina é
vasodilatadora, o que aumenta a permeabilidade capilar.
O TCPD pode apresentar uma função mais específica quando existe um grande número de uma determinada
célula, chamada adipócito, que é uma célula responsável pelo armazenamento de gordura. Nesse caso, o TCPD
passa a ser chamado de tecido adiposo.
O tecido adiposo atua como uma reserva de energia, sendo que em mamíferos, que são animais homeotérmicos
ou endotérmicos, o tecido adiposo forma uma camada logo abaixo do pêlo, chamada de panículo adiposo. A função
desse panículo é isolar o organismos do meio ambiente, evitando com isso a perda de calor para o meio.

35
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Tecido conjuntivo denso

É caracterizado pela presença de muitas fibras colágenas, que dependendo da sua organização, classificará
o tecido conjuntivo denso em:
✓ Tecido conjuntivo denso fibroso ou não-modelado – apresenta as fibras colágenas entrelaçadas, o que
confere elasticidade e resistência. Esse tipo de tecido está presente na formação das cápsulas envoltórias de
diversos órgãos como: o fígado, o baço e os rins.
✓ Tecido conjuntivo denso modelado ou tendinoso – apresentas as fibras colágenas com organização paralela,
o que a torna muito resistente, mas com baixa elasticidade. Este
tecido forma tendões, que ligam os músculos aos ossos, e os ligamentos que unem os ossos das
articulações.

- Tecido cartilaginoso

É um tecido conjuntivo que apresenta alta resistência e que irá desempenhar funções de suporte,
revestimento e permitirá o crescimento ósseo.
As funções exercidas pelo tecido dependem da constituição da matriz cartilaginosa, pois como qualquer
tecido conjuntivo, ela apresenta uma substância intercelular chamada matriz e um conjunto de células chamadas
condrócitos, que ficam em lacunas chamadas de condroplastos.
A matriz é composta por fibras colágenas e elastina, glicoproteínas e um mucopolissacarídeo chamado
condrina (formado a partir do ácido condroitino-sulfúrico).
O tecido cartilaginoso é avascular. A nutrição do tecido se deve a uma grande rede vascular que o circunda
pelo tecido conjuntivo envolvente, chamado pericôndrio. Não apresenta também vasos linfáticos ou nervos.
O tecido cartilaginoso surge na fase embrionária através do mesênquima, onde as suas células sofrem
modificação, originando os condroblastos. Depois disso, os condroblastos iniciam a síntese da matriz, o que provoca
o afastamento das células. Os condroblastos mais centrais começam a adquirir as características dos condrócitos
enquanto as células mesenquimais superficiais começam a formar o pericôndrio.
Durante o processo de síntese das células cartilaginosas e da matriz, os condrócitos ficam presos em
lacunas, os condroplastos. A nutrição das células ocorre por difusão do pericôndrio para a matriz.
O tecido cartilaginoso pode ser de três tipos:
✓ Cartilagem hialina – é o tipo mais comum. É encontrado na traquéia, brônquios e a extremidade dos ossos.
Essa cartilagem forma o molde do esqueleto, onde posteriormente, nos processos de ossificação, a
cartilagem será substituída pelo tecido ósseo.
✓ Cartilagem elástica – forma a orelha, o septo nasal e a epiglote.
✓ Cartilagem fibrosa – apresenta muitas fibras colágenas e é a mais resistente. Encontramos esse tipo de
cartilagem nos ossos pubianos, meniscos e discos invertebrais, Também encontramos esse tipo de
cartilagem em alguns pontos em que tendões e ligamentos se inserem nos ossos.

- Tecido ósseo
Forma a grande parte dos esqueletos dos animais vertebrados, porém, é importante ressaltar que tecido
ósseo não é osso.
Na verdade esse tecido é um dos constituintes do osso, que apresenta outros tipos de tecido conjuntivo em
sua constituição.
O tecido ósseo é um tipo específico de tecido conjuntivo que além de participar da formação do osso que
possui características que permitem a movimentação, proteção e suporte, também funciona como armazenador de
íons, principalmente cálcio e fosfato.
É formado por células chamadas osteócitos, situados em lacunas na matriz óssea, os osteoblastos, que
produzem a parte orgânica da matriz e os osteoclastos, que possui um alto poder de fagocitose, remodela e retira o
tecido ósseo.
O tecido ósseo é revestido por membranas conjuntivas chamadas periósteo, que continuará revestindo o
osso após sua formação.
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Essa síntese protéica é de responsabilidade dos osteoblastos, que são células grandes com expansões
citoplasmáticas que forma longos prolongamentos.
Durante a formação da matriz óssea os condroblastos vão ficando aprisionados. Como a matriz já está
formada, eles sofrem uma retração, o que faz com que a célula, agora denominada osteócito, fique ocupando apenas
uma lacuna formada pela matriz ao seu redor. Como os prolongamentos também sofrem retração, os canais antes
ocupados por eles passam a constituir uma rede de canalículos, que interligam as várias lacunas existentes no
tecido.
É através desses canalículos que o oxigênio e as substâncias nutritivas irão chegar até as células.
Durante a formação da matriz, os osteoblastos se colocam de maneira concêntrica, formando unidades,
chamadas de sistemas de Havers.

Cada sistema apresenta um canal central, por onde passam os nervos e os vasos sanguíneos, que nutrem o
osso.
Os vários sistemas de Havers que formam o osso se comunicam entre si através dos canais de Volk
man.
A superfície externa do osso é recoberta pelo periósteo, que é rico em tecido conjuntivo e células
osteogênicas.
Essas células osteogênicas são semelhantes morfologicamente aos fibroblastos e são capazes de originar
os osteoblastos. Isso é importante nos processos de regeneração óssea.
O tecido ósseo pode se apresentar de duas formas: o tecido ósseo compacto e o esponjoso.

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Nas extremidades dos ossos longos (epífises) o tecido ósseo forma trabéculas ósseas, que se apresentam
entrelaçadas, formando o tecido ósseo esponjoso.
No corpo do osso (diáfise) encontramos a matriz óssea compacta, formando o tecido ósseo compacto, que
apresenta um canal central, chamado de canal medular.
No recém-nascido as cavidades do tecido esponjoso, bem como o canal medular, são ocupadas pela medula
óssea vermelha, chamada de medula óssea hematógena, pois tem grande capacidade de produção de células
sanguíneas.
Com o avanço da idade, o canal medular é preenchido com tecido adiposo, diminuindo a capacidade de
produção de hemácias e passando a ser um reservatório de gordura.
A célula conhecida como osteoclasto, é responsável pela retirada de áreas lesadas ou envelhecidas, pela
troca constante e pela remodelação óssea, pois essa célula é capaz de retirar matriz óssea, permitindo que os
osteoblastos formem uma nova matriz.
Essa capacidade é dada principalmente pela liberação de uma enzima chamada colagenase, que juntamente
com a liberação de H+ pela célula provoca a destruição da matriz e liberação do Ca++.

- Tecido sanguíneo

É formado por uma matriz líquida, o plasma, e um conjunto de células chamadas de células sanguíneas ou
glóbulos sanguíneos.
O sangue desempenha um papel importante no organismo, pois é o responsável pelo transporte de
substâncias nutritivas, gases respiratórios, hormônios, excretas, além de promover o controle térmico do organismo.
A grande parte das funções exercidas pelo sangue é executada pelo plasma, que é formado basicamente por
água, sais minerais e proteínas, sendo a mais abundante a albumina (responsável por manter a pressão osmótica do
sangue).

- Células sanguíneas

✓ Hemácias – chamadas também de eritrócitos (células vermelhas). São as mais abundantes na corrente
sanguínea, apresentando-se entre 4x106 e 6x106 por mm3 de sangue. São anucleadas bicôncavas e possuem
um pigmento chamado hemoglobina.
Os eritrócitos são formados na medula óssea vermelha a partir de células nucleadas chamadas eritroblastos,
que durante seu processo de formação sintetiza grande quantidade de hemoglobina.
Ao perder o núcleo transforma-se em reticulócito, onde ao ser lançado na corrente sanguínea, perde
mitocôndrias e ribossomos, transformando-se em eritrócitos.
Os eritrócitos são responsáveis pelo transporte dos gases carbônico e oxigênio. Pouca quantidade de gás
carbônico é transportada pelas hemácias.
A perda do núcleo é fundamental para o transporte de oxigênio, pois o centro da célula fica mais fino, o que
favorece o contato do oxigênio com a hemoglobina devido ao fato de
a superfície da célula ficar muito próxima do centro, onde encontramos grande quantidade de hemoglobina.
Os compostos oxi-hemoglobina e carbamino-hemoglobina são considerados compostos instáveis. Porém,

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quando ocorre a combinação do monóxido de carbono com a hemoglobina, este forma a carbo-hemoglobina,
tornando-se estável e impedindo o transporte de oxigênio pela hemoglobina. Esse processo acaba
provocando a morte devido a deficiência de oxigênio nos tecidos.
A quantidade de hemácias é mantida praticamente constante por mecanismos bioquímicos e hormonais. A
estimulação da produção de hemácias (eritropoese) sofre com a redução da pressão do oxigênio e a altitude
que o organismo se encontra. Assim, podemos dizer que a quantidade de hemácias é diretamente
proporcional à altitude e inversamente proporcional à concentração de oxigênio.

✓ Leucócitos – são denominados de células brancas. São esféricas, nucleadas, com quantidade que varia, em
condições normais, entre 5 e 10 mil por milímetro cúbico de sangue. O aumento dessa taxa é chamado de
leucocitose e leucopenia, quando há um decréscimo dessa taxa (imunodepressão).
São responsáveis pela defesa do organismo, sendo capazes de realizar diapedese, que consiste em
atravessar a parede do capilar, penetrando nos tecidos adjacentes.

Os leucócitos são classificados em: granulócitos e agranulócitos.

✓ Granulosos – possuem núcleo irregular e


mostram granulações no citoplasma. São classificados em neutrófilos, basófilos e eosinófilos.

✓ Neutrófilos – são os mais numerosos, constituindo entre 60% e 70% dos leucócitos. Apresentam núcleo
irregular formado por dois a cinco lobos, sendo mais comum com três lobos. São especialistas em fagocitar
bactérias e outros microrganismos. São corados com corante neutro.

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✓ Eosinófilos – constituem de 1% a 3% dos leucócitos. Apresentam núcleo com 2 lóbulos e estão relacionados
com os processos alérgicos e parasitários. São corados com eosina, que é um tipo de corante ácido.
Possuem histamina, juntamente com os aumenta a permeabilidade dos capilares, facilitando o
extravasamento do plasma e com isso provoca um processo de inundação dos tecidos (edema). Essa
dilatação vascular auxilia a diapedese, que é a capacidade dos leucócitos de atravessarem os vasos
sanguíneos.
Ocorre que o excesso de liberação de histamina acaba provocando reações talérgicas.
Os eosinófilos liberam suas enzimas para o meio extracelular e fagocitam complexos antígeno-anticorpo.

✓ Basófilos – são o terceiro tipo de leucócito granulócito, possuindo núcleo volumoso irregular. Constituem
0,5% dos leucócitos do sangue e participam junto de processos alérgicos com os eosinófilos, possuindo
cerca de 50% da histamina do corpo.

✓ Agranulócitos – apresentam o citoplasma homogêneo e são classificados em linfócitos e monócitos.

✓ Linfócitos – constituem cerca de 20% a 30% dos leucócitos do sangue e são os que se apresentam em maior
quantidade depois dos neutrófilos. Podem ser classificados em linfócitos T e linfócitos B, sendo que o T tem
variações.

✓ Monócitos – apresentam-se em uma taxa de 3%


a 8% dos leucócitos. Dão origem aos macrófagos, células com grande poder de fagocitose, existentes no
tecido conjuntivo e quando no tecido ósseo, irão dar origem aos osteoclastos.

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✓ Plaquetas – também chamadas de trombócitos. São fragmentos celulares provenientes de uma célula
chamada megacariócito.
Apresentam-se numa faixa de 300 mil por milímetro cúbico de sangue. Participam do processo de
coagulação do sangue.

Homeostasia e coagulação sanguínea

Quando ocorre alguma lesão de um vaso, as plaquetas aderem as fibras colágenas dos vasos sanguíneos
lesados formando um tampão plaquetário. Esse tampão visa evitar uma perda excessiva de sangue. Esse processo é
chamado homeostasia. As plaquetas, junto com os tecidos lesados, liberam tromboplastina ou tromboquinase.
A tromboquinase é uma enzima que, juntamente com os íons Ca++ do sangue, catalisam a reação de
conversão de uma outra enzima do sangue, chamada de trombina. A trombina é convertida a partir da protrombina,
que é fabricada no fígado, tendo como catalisador dessa reação a vitamina K. Por esse motivo a vitamina K é
considerada anti-hemorrágica.
A trombina, então, converte uma proteína solúvel do sangue, o fibrinogênio, em fibrina, que é uma proteína
insolúvel. Oentrelaçamento da fibrina forma uma malha que bloqueia as hemácias, constituindo o coágulo. Este, por
sua vez, acaba estancando a hemorragia.
Protegida pelo coágulo a parede do vaso tende a sofrer a restauração. Após isso, o coágulo é removido por
ação de enzimas.

EXERCÍCIOS

1.(PUC – RS) – Algumas lesões na pele deixam cicatrizes bem visíveis, que podem permanecer durante toda a vida
do indivíduo. Qual dos tecidos a seguir é o responsável pelo processo de cicatrização?
a) Cartilaginoso
b) Conjuntivo
c) Epitelial
d) Muscular
e) Nervoso

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2.(UFJF) – Os macrófagos e os mastócitos, duas células de grande importância nos mecanismos de defesa, são
encontrados no seguinte tecido animal:
a) Epitelial
b) Linfático
c) Conjuntivo
d) Nervoso
e) Muscular

3.(UNIRIO) – A atividade metabólica de cada tecido depende diretamente das trocas feitas com os capilares
sanguíneos. Considerando os diferentes tecidos, assinale aquele que apresenta a menor taca metabólica:
a) Derme
b) Cartilagem
c) Tecido ósseo
d) Tecido nervoso
e) Tecido muscular

4.(UNIRIO) – Um dos grandes problemas do câncer é a metástase, uma vez que células do tumor se espalham pelo
corpo e invadem outros tecidos. Por serem de rápido crescimento, tais células necessitam de grande suprimento de
nutrientes.
Quando essa invasão ocorre em cartilagens, não há o desenvolvimento do tumor, pois o tecido cartilaginoso:
a) Possui inibidores específicos do crescimento de células cancerosas
b) Não possibilita a formação de vasos sanguíneos
c) Possui muita matriz extracelular, dificultando o crescimento do tumor
d) Não possui muita matriz extracelular, dificultando a instalação dos tumores
e) Possui células fagocitárias que atacam o tumor

5.(PUC – Campinas) – Nos eritroblastos ocorre intensa síntese de hemoglobina. Essa síntese relaciona-se
diretamente com:
a) O complexo Golgiense
b) Os centríolos
c) As mitocôndrias
d) Os lisossomos
e) Os ribossomos

6.(UNIRIO) – É constituído por células uninucleadas que possuem núcleos centrais, Em seu citoplasma encontramos
miofibrilas, formando discos claros e escuros. Para formar o tecido, essas células se colocam em continuidade umas
com as outras, sendo que a adesão entre elas, feita pelos discos intercalares, apresenta contrações rápidas e
involuntárias.
Essa é a descrição do tecido:
a) Epitelial
b) Conjuntivo
c) Muscular estriado cardíaco
d) Muscular liso
e) Muscular estriado esquelético

7.(Unicamp) – Uma das mais importantes propriedades do sangue é a capacidade de coagulação, que interrompe a
hemorragia. Explique como ocorre o processo de coagulação, indicando as principais proteínas envolvidas.

MÓDULO 8

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HISTOLOGIA – TECIDOMUSCULAR E TECIDO NERVOSO

Tecido muscular

É constituído por células longas, chamadas de fibras, que possuem em seu citoplasma microfilamentos
formados pelas proteínas miosina e actina.
Esses microfilamentos são responsáveis pela propriedade de contração da estrutura muscular, assim como
pela movimentação de vários órgãos do corpo, que possuem estruturas musculares na sua constituição.
No tecido muscular, a membrana plasmática é denominada de sarcolema, o citoplasma é chamado de
sarcoplasma e o retículo endoplasmático agranular de retículo sarcoplasmático.
Existem três tipos de tecido muscular: o estriado esquelético, o estriado cardíaco e o liso.

- Tecido muscular estriado esquelético

Constitui a maior parte da estrutura muscular dos vertebrados. Esse tipo de musculatura está ligada aos
ossos, permitindo assim seus movimentos.
A fibra muscular esquelética é uma fibra cilíndrica dotada de vários núcleos, tendo em seu citoplasma várias
miofibrilas paralelas formadas pelas proteínas actina e miosina.
As fibras esqueléticas possuem um sarcolema, que em espaços regulares se dobram para dentro, formando
tubos achatados – os túbulos T – dispostos perpendicularmente às miofibrilas.
Envolvendo as miofibrilas existe uma estrutura membranosa, chamada de retículo sarcoplasmático, que nada
mais é do que um retículo endoplasmático especializado em armazenar Ca++.

- Tecido muscular estriado cardíaco

É encontrado em apenas um lugar, o miocárdio (músculo cardíaco).


As fibras cardíacas possuem características semelhantes às esqueléticas, exceto quanto ao fato de serem
uninucleadas e ramificadas.
As fibras cardíacas são unidas, sendo que entre a união de cada uma das fibras existe uma conexão elétrica,
chamada de discos intercalares, que fazem com que o estímulo recebido por uma fibra seja transmitido a todas as
outras fibras formadoras do músculo. Assim a contração ocorre como um todo.

- Tecido muscular liso

É também conhecido como tecido muscular visceral, pois está presente em todos os órgãos viscerais, como
por exemplo, o tubo digestório.
É formado por células fusiformes e uninucleadas. Não possuem estrias transversais, pois as miofibrilas não
estão arrumadas de forma paralela e sim em espiral.
Isso provoca uma contração mais lenta do que a fibra estriada e em pontos diferentes da fibra, o que
caracteriza a contração ondulatória.
Não possuem sistema de tubos T nem retículo sarcoplasmático.
A musculatura lisa como a estriada cardíaca possui contração involuntária. Já os músculos estriados
esqueléticos apresentam contração voluntária,

43
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- Músculo

O músculo é formado pela união de várias fibras que formam feixes.


As proteínas actina e miosina formam unidades contrácteis chamadas de sarcômeros.
As fibras claras são formadas por actina, mais finas, enquanto as de miosina são mais grossas, formando
fibras mais escuras.
Durante o processo de contração, o espaço existente entre as proteínas de actina, chamadas de faixa “H”,
sofrem uma redução, devido ao deslizamento das actinas sobre as proteínas de miosina como se fosse um trilho.
Esse fenômeno provoca o encurtamento do sarcômero, que provocará o encurtamento da miofibrila. Como
todas as miofibrilas encurtam-se ao mesmo tempo, o músculo reduz seu tamanho, caracterizando a contração.
A redução do espaço “H”, bem como a faixa “T”, finaliza o encurtamento do sarcômero. É evidente que o
deslizamento ocorre devido ao fato de a actina estar ligada por pontes de hidrogênio sobre a miosina.

Essas pontes puxam os filamentos de actina. Esse movimento é possível devido à liberação de energia.

Tecido nervoso

É formado por células com grande grau de especialização, responsáveis pelos mecanismos de regulação
interna e coordenação.
As células fundamentais do tecido nervoso, com as propriedades de irritabilidade e condutibilidade, são os
neurônios.
As células da glia ou neuroglia sustentam o funcionamento dos neurônios.

- Neurônio

São células alongadas, com um corpo celular e ramificações. Normalmente o neurônio tem uma ramificação
principal longa chamada axônio e muitas ramificações curtas chamadas dendritos.
Os corpos celulares são encontrados somente na substância cinzenta do encéfalo, medula, gânglios
nervosos e órgãos sensoriais. Eles são indispensáveis ao metabolismo e à regeneração das ramificações dos
neurônios. No corpo celular existe um núcleo esférico, com um, nucléolo visível, mitocôndrias e retículo
endoplasmático bem desenvolvido. O retículo endoplasmático granular encontra-se difuso no citoplasma,
chamando-se corpúsculo de Nissl.
Os dendritos formam uma extensa arborização, estabelecendo conexões com outras células.
O axônio é um filamento fino que pode ter mais de um metro de comprimento.

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- Mielina

Uma característica marcante dos neurônios é a presença de bainhas envolventes.


A bainha de Schwann é de natureza celular conjuntiva, sendo representada por várias células em toda a
extensão do axônio. O núcleo dessas células é alongado e visível.
As células de Schwann podem crescer em volta do axônio de modo que suas membranas formem um
conjunto de lâminas enroladas em espiral. Esse conjunto de membranas é denominado de bainha de mielina, tendo
sua natureza lipídica.
Cada célula de Schwann envolve uma parte do axônio, constituindo um segmento mais espesso, onde pode
se perceber a mielina, externamente a ela há o núcleo da célula. Nota-se ao longo do axônio várias constrições entre
os segmentos que são os nódulos de Ranvier.
As fibras mielínicas mostram uma alta velocidade na condução do impulso nervoso. Há também as fibras
chamadas amielínicas, nas quais as células de Schwann não se enrolam no axônio. Nelas, a condução do impulso é
mais lenta.

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- Neuroglia

São aquelas células que dão apoio ao funcionamento dos neurônios. São bem menores e muito mais
abundantes.
As concentrações iônicas mantêm uma situação estável na membrana neuronal. Essa propriedade chama-se
propriedade passiva da membrana.
Sabemos que quando em repouso, a membrana do axônio tem carga elétrica externa positiva e interna
negativa. Isso é conseqüência de uma diferença nas concentrações iônicas do meio externo e do meio interno.
O somatório das cargas leva a um favorecimento iônico do meio externo em relação ao meio interno. Por
esse motivo dizemos que a membrana é positiva no meio externo e negativo no meio interno.
Devemos ter em mente que o termo positivo e negativo indica apenas uma diferença de carga elétrica entre
um meio e outro.

- A transmissão do impulso nervoso

Com a membrana em repouso, o potencial da membrana é de -70 mV (interior negativo), sendo o gradiente
de concentração do sódio maior no meio extracelular. Nessa situação dizemos que a membrana está polarizada.
A tendência do sódio seria passar para o meio interno, através do transporte passivo. Isso não ocorre devido
à baixa permeabilidade da membrana para o sódio.
Quando ocorre um estímulo, a permeabilidade para o sódio aumenta rapidamente, provocando uma grande
passagem desse íon para o interior da célula.
A tendência do potencial de membrana é atingir +55 mV, ocorrendo a despolarização da membrana e a
inversão da polaridade, passando o seu interior a ser positivo.
A entrada de sódio cria um ambiente favorável à saída do potássio, que acaba repolarizando a membrana.
Em alguns milissegundos a membrana volta ao seu potencial de repouso, pois as bombas de sódio e
potássio tenderão a restabelecer as concentrações iniciais.

Observação: Atualmente a bomba de sódio e potássio é conhecida como sódio – potássio - ATPase

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O impulso nervoso propaga-se como uma onda dinâmica de inversão de polarização da membrana do axônio
em toda sua extensão.
Essa propagação é típica de um axônio amielínico.
Quando o axônio é mielínico são formadas ondas saltatórias, pois os potenciais de ação são gerados apenas
nos nódulos. Isso aumenta a velocidade de propagação do impulso nervoso.

- Sinapses

É a região de interligação entre as ramificações dos neurônios. È através dela que o impulso nervoso é
transmitido.
Existem dois tipos de sinapses: elétrica e química.
A elétrica ocorre quando existem regiões de aposição da membrana celular de duas células vizinhas em
áreas chamadas de junções comunicantes ou gap junctions. A transmissão da informação se dá por correntes
iônicas, permitindo a passagem simultânea de informações entre as células.
Na sinapse química a transmissão ocorre através de um mediador químico que age sobre a célula seguinte.
As sinapses elétricas são raras em mamíferos, por isso daremos maior importância à sinapse química.

- Sinapse química

Quando o impulso nervoso atinge as terminações do axônio, ocorre a liberação de um mediador químico.
Esse mediador liberado na fenda sináptica estimula a membrana pós-sináptica, provocando nela uma
modificação local de permeabilidade. Surge então um novo impulso.
Existem vários mediadores, como a acetilcolina, norepinefrina, dopamina, serotonina, endorfina etc.
O mais comum é a acetilcolina. Após sua liberação na sinapse, essa substância é destruída pela enzima
colinesterase, impedindo assim a passagem contínua do impulso. A sinapse funciona como se fosse uma válvula,
controlando a passagem do impulso, retardando o impulso nervoso. As placas motoras que são sinapses musculares
permitem a contração do músculo, controlando o tempo de contração da fibra muscular.

- Nervos e gânglios

Na substância cinzenta do encéfalo e da medula, ou nos gânglios, existe uma numerosa concentração de
corpos celulares. A partir daí as expansões dendríticas e axônicas se estendem em várias direções.
Quando essas ramificações saem desses órgãos aparecem como feixes, formando os nervos. Nos nervos,
não existem corpos celulares, apenas ramificações.
Cada axônio mielinizado ou não é protegido por uma camada de tecido conjuntivo, o endoneuro, formado por
uma espécie de tecido conjuntivo frouxo. Cada feixe, é revestido por outra camada conjuntiva, o perineuro. Vários
feixes desses formam o nervo, que é revestido pelo epineuro, sendo este último mais resistente e fibroso.
Quando o nervo sai do encéfalo é chamado de craniano, enquanto que os que saem da medula são
chamados de raquidianos ou espinhais. Quanto à condução do impulso eles podem ser: motores (eferentes),
sensitivos (aferentes) ou mistos. Os motores transmitem os impulsos dos centros nervosos para os órgãos
efetuadores. Os sensitivos fazem o caminho contrário e os mistos apresentam fibras dos dois tipos.
Os gânglios são centros nervosos que se dispõem ao longo da medula ou formam o sistema nervoso
autônomo. Possuem grande quantidade de corpos celulares, funcionando como centro de processamento do
impulso nervoso.

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EXERCÍCIOS

1.(UNIRIO) – Ao microscópio eletrônico nota-se que o tecido muscular cardíaco não é um sincício e que suas fibras
alongadas se unem entre si formando uma estrutura denominada:
a) Sarcômero
b) Faixa isotrópica
c) Faixa anisotrópica
d) Nódulos de Ranvier
e) Discos intercalares

2.(PUC-RIO) – Dentre os tecidos animais, há um tecido cuja evolução foi fundamental para o sucesso evolutivo dos
seres heterotróficos.
Aponte a opção que indica corretamente tanto o tipo de tecido em questão como a justificativa de sua importância.
a) Tecido epitelial queratinizado – permitiu facilitar a desidratação ao impermeabilizar a pele dos animais
b) Tecido conjuntivo ósseo – permitiu a formação de carapaças externas protetoras para todos os animais por
ser um tecido rígido
c) Tecido muscular – permitiu a locomoção eficiente para a predação e fuga por ser um tecido contrátil
d) Tecido nervoso – permitiu coordenar as diferentes partes do corpo dos animais por ser um tecido de ação
lenta
e) Tecido conjuntivo sanguíneo – permitiu o transporte de substâncias dentro do corpo do animal, por ser um
tecido rico em fibras colágenas e elásticas.

3.(FUVEST) – Um atleta, participando de uma corrida de 1500 m, desmaiou depois de ter percorrido cerca de 800 m
devido á oxigenação deficiente de seu cérebro. Sabendo-se que as células musculares podem obter energia por meio
da respiração aeróbica ou da fermentação, nos músculos do atleta desmaiado deve haver acúmulo de:
a) Glicose
b) Glicogênio
c) Monóxido de carbono
d) Ácido láctico
e) Etanol

4.(FUVEST) – Em condições normais, nem todo o gás oxigênio transportado pelo sangue é liberado nos tecidos
corporais; um pouco dele continua retido nas moléculas de hemoglobina. No entanto, um aumento de temperatura ou
uma queda do pH faz com que a hemoglobina libere uma quantidade adicional de gás oxigênio.
a) Explique a relação entre atividade muscular e aumento de temperatura
b) Explique a relação entre atividade muscular e queda de pH
c) Explique de que maneira o comportamento da hemoglobina, descrito no texto, pode ser benéfico para
músculos em atividade intensa.

5.(UFPR) – Com base nos estudos histológicos, é correto afirmar que:


(01) A epiderme humana é formada por tecido epitelial de revestimento estratificado do tipo pavimentoso
queratinizado
(02) Os glóbulos vermelhos do sangue humano são anucleados
(04) As fibras musculares estriadas esqueléticas são muito pequenas, fusiformes e uninucleadas
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(08) Os tendões são formados por tecido conjuntivo denso


(16) O tecido cartilaginoso é altamente irrigado por vasos sanguíneos
(32) O tecido ósseo é uma variedade de tecido conjuntivo em que a substância intercelular apresenta elevada
quantidade de sais de cálcio

Soma ( )

6.(UFV) – Quanto aos tecidos musculares de vertebrados:


a) Classifique-os histologicamente
b) Diferencie-os quanto á contração
c) Cite uma característica morfológica específica de cada um desses tecidos

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1.(UERJ) – O vestibular é um momento decisivo na vida de um estudante, o qual pode apresentar uma certa
ansiedade antes e durante as provas. Nesse momento, o organismo sofre intensas alterações fisiológicas.
Como um exemplo de alteração estimulada pelo sistema nervoso simpático, pode se citar a (o):
a) Contração da bexiga
b) Contração da pupila
c) Diminuição da pressão sanguínea
d) Aumento da freqüência cardíaca
e) Aumento da peristalse intestinal

2.(UERJ) – Com relação ao sistema nervoso, pode-se afirmar:


I – As meninges – a duramáter, a aracnóide e a piamáter – envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
II – A substância branca, no sistema nervoso central, é formada principalmente pelos corpos celulares dos neurônios,
enquanto a substância cinzenta é formada principalmente pelos axônios.
III – Do encéfalo partem 12 pares de nervos cranianos sensitivos, e da medula 31 pares de nervos mistos.
IV- O sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático inervam apenas órgãos do sistema digestório, do
respiratório e do excretor.
V – A sinapse ocorre entre dois axônios de neurônios distintos.
Está ou estão corretas:
a) Todas
b) Apenas I
c) Apenas I e II
d) Apenas I, II e IV
e) Apenas III, IV e V

3.(UNIFICADO) – O estresse, a chamada doença do século, não é exclusiva da espécie humana. Certamente você já
viu algumas fêmeas defendendo seus filhotes, um animal em fuga de um predador ou ainda um animal acuado e que
deve enfrentar o agressor para sobreviver.
Essas situações típicas de estresse estão associadas ao seguinte par de fatores:
a) Atropina e sistema nervoso parassimpático
b) Adrenalina e sistema nervoso somático
c) Adrenalina e sistema nervoso simpático
d) Noradrenalina e sistema nervoso central
e) Noradrenalina e sistema nervoso somático

4.(UERJ) – Examine a seguinte lista de eventos que ocorrem durante a propagação de um impulso nervoso:

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I – Neurotransmissores são liberados pelas extremidades do axônio


III – O impulso se propaga pelo axônio
IV – O impulso se propaga pelos dendritos
V – O impulso chega ao corpo celular
Que alternativa apresenta a seqüência temporal correta desses eventos?
a) V – III – I – IV – II
b) I – IV – V – III – II
c) I – IV – III – II – V
d) II – I – IV – III – V
e) II – III – I – IV – V

5.(UFF) – Os hormônios esteróides – substâncias de natureza lipídica – são secretados a partir de vesículas
provenientes, diretamente, do:
a) Retículo endoplasmático liso
b) Retículo de Golgi
c) Complexo Golgiense
d) Retículo endoplasmático agranular
e) Peroxissomo

6.(UFF) – Caso a bomba de Na+ seja paralisada, nas células nervosas, pode-se afirmar, com respeito às
concentrações intracelulares de Na+, K+ e Ca2+, que:
a) A de Na+ aumenta e as de Ca2+ diminui
b) As de Na+ e de Ca2+ aumentam e a de K+ diminui
c) As de Na+ e Ca2+ diminuem e a de K+ aumenta
d) As de Na+ e K+ diminuem e a de Ca2+ aumenta
e) A de Na+ diminui e as de Ca2+ e K+ aumentam

7.(UNIRIO) – As aves precisam ter, para voar, uma eficiente coordenação motora.
Considerando a proporção relativa dos componentes do encéfalo, as aves possuem, em relação a outros vertebrados,
um maior desenvolvimento da seguinte estrutura cefálica:
a) Bulbo
b) Cerebelo
c) Hipotálamo
d) Lobo frontal

8.(UNIRIO) – Sabe-se que populações de regiões do Brasil Central têm, como principal fonte de iodo, o sal de cozinha.
Amostras de sal refinado, analisadas recentemente pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, mostraram índices de
iodo muito inferiores aos exigidos pela legislação brasileira.
Entre os distúrbios provocados pela utilização prolongada desse tipo de sal pela população NÃO se inclui:
a) A deficiência mental nas crianças
b) O aumento do metabolismo
c) O atraso do crescimento das crianças
d) O crescimento excessivo da tireóide

9.((Unicamp) – Um atleta morador da cidade de São Vicente, SP (nível do mar), deveria participar de um evento
esportivo em La Paz, Bolívia (3650 metros de altitude). Foi sugerido que ele viajasse semanas antes para essa
cidade. Explique, em termos fisiológicos, a razão da sugestão dada.

10.(UENF) – Dois pesquisadores alemães, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, realizaram um estudo que teve
como objetivo investigar os distúrbios decorrentes da remoção do pâncreas em mamíferos e, para isso, usaram cães
como cobaias.
Depois de realizarem inúmeras cirurgias, eles puderam observar que os animais, em um primeiro momento,
apresentavam o apetite bastante aumentado, perdiam peso e pareciam não ter energia para as atividades
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

musculares. Pesquisando mais detalhadamente, eles verificaram que, para obter energia, os cães operados
começaram a usar a gordura corpórea e a proteína celular, sintomas muito semelhantes àqueles apresentados por
indivíduos submetidos a um longo período de fome.
a) Cite um hormônio produzido pelo pâncreas que atua no metabolismo da glicose. Explique a função desse
hormônio em indivíduos sadios.
b) Explique por que os cães operados passaram a usar a gordura corpórea e a proteína celular para obter
energia.

11.(UNIRIO) – Os fumantes causam maiores danos às suas vias respiratórias ao introduzir nelas partículas de tabaco
e substâncias como nicotina em concentrações maiores do que as existentes no ar. Estas substâncias inicialmente
paralisam os cílios na traquéia e brônquios e posteriormente os destroem. Além disso, a nicotina provoca a liberação
excessiva de adrenalina no sangue aumentando o risco de acidentes vasculares.
a) A que tipo de tecido estão associados os cílios?
b) Qual é a conseqüência da paralisação e destruição dos cílios das vias respiratórias?
c) Explique como os efeitos fisiológicos da liberação da adrenalina podem aumentar os riscos de acidentes
vasculares.

12.(Unicamp) – Uma jovem atleta, desejosa de melhorar seu desempenho, começou a submeter-se a um tratamento
intensivo que consistia em exercícios e injeções intra-musculares periódicas providenciadas pela equipe técnica de
seu clube. Depois de algum tempo, ela notou que sua massa muscular, sua velocidade e sua resistência tinham
aumentado, mas seus cabelos passaram a cair, ao mesmo tempo em que surgiram pêlos em seu corpo e as
menstruações começaram a falhar

a) Que tipo de substância os técnicos do clube estariam ministrando à atleta?


b) Explique por que as menstruações começaram a falhar.

13.(UFMG) – A famosa gordura localizada é uma das principais que leva as pessoas para academias de ginástica.
Ela é formada por camadas de tecido adiposo, que se desenvolve em certos locais do corpo de maneira acentuada.
Contudo, nosso corpo é envolvido, mais ou menos, por uma camada de gordura que fica abaixo da pele. Com base
nessa afirmativa, responda:
a) Como são denominadas as células desse tecido e qual a substância orgânica que armazenam?
b) A presença desse tecido é importante para o metabolismo do organismo. COMENTE sobre uma função da
camada de tecido adiposo existente em nosso corpo.

14.(UFRJ) – Sabe-se que uma característica importante dos seres pluricelulares é a divisão de trabalho entre suas
células. Essas células se reúnem e formam diversos tecidos que vão desempenhar, assim, funções bem específicas.
Considerando a afirmativa acima, identifique a que tecido pertencem os tipos de células abaixo relacionados, citando
a sua principal função.
a) Macrófagos
b) Osteoclasto

MÓDULO 9

SERES VIVOS – PROGRAMA DE SAÚDE/ DOENÇAS/ SISTEMA IMUNE E PROFILAXIA

Princípios básicos de saúde

A OMS (Organização Mundial de Saúde) define como saúde o bem-estar físico e mental do ser humano.
Já a doença é considerada um desequilíbrio dessa condição. Esse desequilíbrio pode ocorrer por diversos
fatores, como a desnutrição, condições precárias de saneamento básico, falta de infra-estrutura habitacional e
medidas de profilaxia médica.
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O nosso organismo em condições orgânicas satisfatórias consegue se defender sozinho da maioria das
patologias existentes.
Geralmente fazemos a distinção entre doenças de caráter somático, ou seja, aquelas que provocam a
alteração de algum órgão (infarto) das psíquicas (de origem mental).
Atualmente essa distinção se tornou mais difícil, pois várias alterações psíquicas acabam causando
alterações somáticas.

Classificação das doenças

As doenças podem ser classificadas, em geral, em: adquiridas, congênitas e hereditárias.

- Adquiridas

São aquelas doenças que o indivíduo contrai no meio em que vive, sem que exista um fator transmitido por
hereditariedade.
A doença pode ser contraída por um agente físico (fogo, eletricidade), químico (ácidos, inseticidas),
mecânico (pau, pedra, faca) ou biológico (bactérias, fungos, vermes).
Existem algumas classificações dependendo do tipo de flagelo que atinge o organismo.
As queimaduras, por exemplo, são classificadas em 1° grau quando provocam vermelhidão na pele (eritema),
sem que exista a formação de bolha.
Quando a queimadura provoca destruição dos tecidos imediatamente abaixo da pele, como o tecido
conjuntivo, elas são classificadas de 2° grau, quando atingem os músculos ou ossos, de 3° grau.

- Congênitas

São aquelas decorrentes de alterações durante o desenvolvimento embrionário, seja pelo próprio embrião ou
transmitida pela mãe através da placenta.
Alguns microrganismos conseguem transpor a placenta, contaminando o embrião. Geralmente essa
contaminação se dá pelo sangue materno para o fetal. Lembrando que o sangue materno não se mistura com o
sangue fetal. As substâncias são transferidas por osmose ou difusão.
Quando o microrganismo consegue transpor a placenta, como é o caso do vírus da Rubéola, o agente
infeccioso provoca alterações celulares, podendo causar lesões irreversíveis, inclusive a morte.

- Hereditárias

Quando são transmitidas a partir dos genes ou por alterações cromossômicas.


Essas doenças são transmitidas de geração em geração porque o problema encontra-se na alteração dos
nucleotídeos dos genes formadores dos cromossomos paternos ou maternos.
Podemos citar como exemplos a hemofilia, a anemia falciforme, o diabetes...

Epidemiologia

É a ciência que estuda os meios de transmissão de uma doença.


As doenças contagiosas podem ser transmitidas de forma direta ou indireta.
Uma doença possui contágio direto quando a contraímos por contato com o doente ou pelo ar, água,
alimentos ou objetos contaminados.
Quando a contaminação se dá por um elemento intermediário entre o doente e o que vai receber a doença,
chamamos de contágio indireto. Nesses casos existe um vetor que fará o papel de propagador da doença. Na
realidade, o vetor acaba se contaminando e para depois contaminar outra pessoa.

- Hospedeiro

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Nem sempre o contágio indireto ocorre por meio de um vetor.


Como já vimos anteriormente, o vetor é aquele que se contamina, para depois contaminar outra pessoa.
Podemos citar como exemplo o mosquito da malária, o Anopheles fêmea, que, ao picar uma outra pessoa
para sugar o sangue, acaba contaminando-a.
Porém existem alguns casos em que o agente causador da doença vive uma determinada fase de seu ciclo
de vida dentro de um ser, para que depois de maduro, possa então contaminar outros indivíduos.
Esse ser que abriga o agente causador da doença denomina-se hospedeiro.
Quando o ser abriga o agente durante a sua fase de amadurecimento larvar, dizemos que esse hospedeiro é
intermediário.
Quando o ser abriga a forma adulta do agente, dizemos que esse hospedeiro é definitivo.
Existem também animais que têm em seu interior agentes etiológicos, porém não apresentam nenhum
sintoma. São os chamados de reservatórios naturais. Esses animais possuem o agente como parte constituinte do
seu organismo.

Observação: Agente etiológico é o microrganismo, parasita, ou qualquer ser capaz de provocar uma doença.

- Classificação dos processos de transmissão

- Endemias

Algumas doenças são crônicas em determinadas regiões do país. Essas doenças são conhecidas pelas
autoridades públicas e por todas as pessoas, participando assim do cotidiano da população.
Isso acontece devido a fatores de ordem social ou ambiental que permitem a permanência desse agente
transmissor no país.
Nesse caso, dizemos que a doença é endêmica.
Podemos dar como exemplo a malária, que é endêmica na região Norte e na região Centro-Oeste do Brasil.

- Epidemias

As epidemias ocorrem quando uma doença aparece de modo repentino, atingindo com grande incidência
uma área, afetando um grande número de pessoas.
Muitas vezes uma doença endêmica pode se transformar em uma epidemia.
A meningite é um exemplo, com ocorrência no Estado do Rio de Janeiro. No inverno é comum o
aparecimento de casos de meningite em crianças e adultos no Estado.

- Pandemias

São doenças contagiosas que se alastram rapidamente por todo um país ou continente, podendo

ser de caráter mundial.


Podemos citar casos históricos de situações pandêmicas, como a Peste Negra do século XIV e a AIDS.
As pandemias estão ficando cada vez mais fáceis de ocorrer devido à globalização, onde os meios de
transporte facilitam a disseminação dessas doenças.

Higiene

Higiene é a aplicação do conhecimento e preceitos que se destinam a cuidar da saúde e preservá-la.


A higiene pode ser dividida em geral, especial e aplicada.

- Higiene geral

É um conjunto de programas voltados para o estudo das condições e recursos que possam proporcionar
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saúde a uma coletividade.


Dessa forma consegue-se evitar doenças de caráter endêmico e epidêmico.
Propõe-se a construção de redes de esgoto, de abastecimento de água, de hospitais, de melhorias nas
condições habitacionais.
Está no âmbito das atividades governamentais.

- Higiene especial

Aplicada diretamente no indivíduo, sendo condicionada ao asseio corporal e mental.


São as orientações para o estudo e o trabalho equilibrado, a boa alimentação, a prática de esportes, ou seja,
qualquer tipo de atividade que mantenha uma boa qualidade de vida social.

- Higiene aplicada

Aplica os conhecimentos adquiridos pela higiene geral e especial.


Abrange os campos da Medicina e de outras áreas, como a Puericultura.
A Puericultura é o conjunto de orientações e técnicas empregadas por profissionais da área de saúde
especializados, para empreender conselhos e cuidados para as mães, com o objetivo de assegurar o perfeito
desenvolvimento da criança desde o momento do seu nascimento até a puberdade.

Meios profiláticos

A profilaxia ou prevenção são todos os cuidados ou recursos destinados a prevenir ou evitar o aparecimento
das doenças.
Existem muitos procedimentos simples que funcionam com métodos profiláticos, além das vacinas.
Podemos citar com exemplo:
- Lavar as mãos após ida ao banheiro ou antes de comer. Esse procedimento simples evita a
contaminação por microrganismos.
- Tomar banho diariamente, pois é um dos melhores métodos profiláticos contra ectoparasitas.
- Uso de preservativos nas relações sexuais, pois evita a contaminação por doenças sexualmente
transmissíveis.

- Vacinação

Consiste em inocular no indivíduo o antígeno (agente causador da doença) de forma atenuada, ou seja, esse
agente não tem a capacidade de provocar a doença.
Esse agente atenuado pode ser uma fração protéica do microrganismo ou uma determinada quantidade do
próprio agente processado em laboratório.
Após a vacinação, o organismo inoculado reage ao antígeno, produzindo anticorpos.
Dessa forma, os anticorpos reagiriam à entrada do antígeno, defendendo o organismo e evitando assim que
uma doença se instale.

O princípio imunológico

Esse sistema tem como objetivo defender o organismo contra agentes externos e internos que tenham
modificado alguma estrutura celular.
O sistema imune consegue proteger o organismo de diversos agentes invasores, desde vírus até substâncias
tóxicas que tenham penetrado no organismo.

- A defesa física

Inicialmente o organismo humano apresenta uma linha de defesa chamada de defesa mecânica, constituída
54
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

pela pele e pelas mucosas.


A camada da pele queratinizada, como também as substâncias químicas liberadas pelo organismo, como as
secreções sudoríparas e sebáceas, atuam com uma barreira física, impedindo assim a entrada de microrganismos.
A pele e as mucosas conseguem barrar a maioria dos microrganismos devido a sua integridade física. Porém
caso haja uma quebra dessa integridade, entra em ação a segunda linha de defesa, formadas por células com grande
capacidade fagocitária, chamadas de fagócitos. Os fagócitos mais importantes são os macrófagos e os neutrófilos.
Os macrófagos estão presentes nos tecidos. São células grandes com alto poder de fagocitose. Têm origem
nos monócitos sanguíneos que migram para o tecido conjuntivo, originando assim os macrófagos.
Os neutrófilos são células sanguíneas capazes de se deslocar para os tecidos, por meio de diapedese, assim
que o organismo detecta a presença de um corpo estranho.
Para ajudar a combater esses microrganismos, existe um processo chamado de inflamação, que é um
mecanismo de defesa. Consiste na liberação de histamina, que irá atuar sobre os vasos sanguíneos, aumentando
assim a permeabilidade. Ocorre um extravasamento plasmático, onde este permitirá a saída das células de defesa,
que posteriormente darão início ao processo de fagocitose. Além disso, o próprio plasma atua como uma espécie de
barreira, impedindo uma penetração maior dos agentes invasores. Com a dilatação dos vasos, a circulação do
sangue aumenta o que provoca a vermelhidão e o aumento da temperatura local, sintomas característicos de
processos inflamatórios. O plasma extravasado será drenado pelo sistema linfático, que irá filtrá-lo e
conseqüentemente o limpará de possíveis resíduos resultantes do processo inflamatório.

- Sistema imune

Além do mecanismo de defesa apresentado, o organismo tem um mecanismo mais específico e complexo,
chamado sistema imunológico ou sistema imune, que confere a imunidade humoral, e é formado por células
especializadas chamadas de anticorpos.
Os macrófagos, como foi visto anteriormente, além de combater os agentes invasores, eles são responsáveis
por avisar o sistema imune que uma invasão está ocorrendo.
Quando ele fagocita um microrganismo ou uma partícula estranha e o digere, algumas partículas
provenientes dos invasores são expostas na superfície dos macrófagos externamente, para que um grupo de células
chamado de Linfócito T auxiliar ou CD4 possa fazer a identificação do invasor e comunicar isso para as outras
estruturas, principalmente para um outro tipo de linfócito, chamado de Linfócito B, que produzirá anticorpos
específicos para neutralizar o agente invasor.
Essa situação de identificação dos antígenos e
posterior fabricação de anticorpos é necessária, pois o sistema imune fabrica um anticorpo específico para cada
antígeno que invada o organismo. Esse processo é chamado de especificidade.
Os linfócitos são produzidos na medula óssea e os linfócitos T migrarão para o timo, onde irão amadurecer.
Os linfócitos B amadurecerão na própria medula óssea. Depois, ambos irão migrar para os órgãos linfáticos (baço e
gânglios), para o sangue e para a própria linfa.
Além do Linfócito T auxiliar existe o Linfócito T citotóxico ou CD8, que destrói as células do organismo que
estão infectadas por vírus ou que apresentem quaisquer alterações, como por exemplo, as células cancerosas. Esse
linfócito é o responsável pela rejeição em casos de transplantes, pois ele reconhece o órgão transplantado como um
corpo estranho e então o considera como um agente invasor.
Existe ainda um linfócito chamado de Linfócito T supressor, que diminui a resposta imunológica, quando já
tiver terminado o combate à infecção.
O sistema imune cria as chamadas células de memória, que são aquelas que registram as informações dos
antígenos. Quando um antígeno entra no organismo e é reconhecido, a célula de memória é capaz de se diferenciar
em linfócito e assim produzir uma resposta de defesa imediata.
Baseado nesse princípio é que a vacina foi desenvolvida. A vacina é uma solução fabricada a partir de
bactérias mortas, vírus mortos ou atenuados, fragmentos protéicos de vírus ou toxinas desativadas, ou seja, qualquer
fração do antígeno capaz de promover uma resposta imunológica e gerar célula de memória.
Esse procedimento é considerado como imunização ativa, pois o próprio organismo fabrica os anticorpos.
Em alguns casos, não é possível esperar que o corpo fabrique seus próprios anticorpos. Para isso utilizamos
anticorpos produzidos por outros animais. A solução que contém esses anticorpos fabricados por outros animais é
chamada de soro.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Os anticorpos do soro começam a agir sobre o antígeno, dando tempo assim de o organismo fabricar seus
próprios anticorpos. Nesse caso, dizemos que a imunização é passiva. O aleitamento materno também é uma forma
de imunização passiva, onde a mãe cede seus anticorpos ao filho através do leite materno.
A imunização passiva realizada através do aleitamento materno é classificada como natural e a do soro
fabricado por outros animais com artificial.
Os anticorpos são proteínas específicas para os antígenos que ele combate. Para cada antígeno o organismo
fabrica um anticorpo específico. Os anticorpos são chamados de imunoglobulinas.

- Alergia

Muitas vezes, o sistema imune responde a um antígeno de forma muito agressiva para o nosso organismo.
Essas reações exacerbadas do sistema imune são chamadas de alergias.
A alergia ocorre quando há grande produção das imunoglobulina IgE e IgG contra os alérgenos.
Os alérgenos são antígenos que causam a alergia.
O que acontece é que quando um indivíduo entra em contato com um antígeno ao qual é sensível, pela
primeira vez, o organismo produz muitas IgE.
Essas imunoglobulinas passam a circular pelo organismo ligando-se à membrana dos basófilos e dos
mastócitos. Quando ocorre uma segunda infecção, o alérgeno se liga a essas IgE das células. Isso provoca a
liberação de histamina, provocando a vasodilatação e posterior liberação de plasma, que provoca o inchaço dos
tecidos, a contração da musculatura lisa do sistema respiratório, que ocasiona falta de ar.
Se o alérgeno, ao invés de penetrar por inalação ou ingestão, entrar pela corrente sanguínea, a reação é muito
mais violenta, podendo provocar um choque anafilático.

EXERCÍCIOS

1.Qual das doenças abaixo citadas pode ser classificada como congênitas?
a) Febre amarela
b) Malária
c) Sífilis
d) Teníase

2.Se uma pessoa com malária conviver com pessoas sadias, a transmissão da doença poderá ocorrer por meio:
a) Do uso comum das instalações sanitárias
b) Do contágio direto, pelo ar ou objetos contaminados
c) Da ingestão de alimentos contaminados pelo doente
d) Das picadas de alguma espécie de mosquito

3.(UFRRJ) – Relacione o agente etiológico à sua classificação e à doença que causa.


a) Wuchereria brancofti (filarias) – nematódio – elefantíase
b) Enterobius vermicularis (oxiúro) – protozoário – malária
c) Ascaris lumbricóides (lombriga) – artrópodo – amarelão
d) Schistosoma mansoni (esquistossoma) – nematódio – amebíase
e) Taenia solium (tênia) – platelminto – toxoplasmose

4.Assinale, dentre as doenças abaixo, a única que é de contágio direto, não dependendo da ação ordinária de
transmissor ou vetor:
a) Amebíase
b) Doença de Chagas
c) Leishmaniose tegumentar
d) Filariose
e) Malária

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

5.(UFRJ) – Uma pessoa só contrai o cólera se ingerir água contendo, no mínimo, 108 vibriões, o microrganismo
causador dessa doença. No entanto, se uma pessoa beber água contendo bicarbonato de sódio – um antiácido – são
necessários apenas 104 vibriões para iniciar a doença.
Por que ocorre essa diferença?

6.(PUC-MG) – No segundo mês de vida, a criança deve receber duas vacinas: a Tríplice e a Sabin. A vacina Sabin
imuniza o organismo contra:
a) Difteria
b) Poliomielite
c) Varíola
d) Tétano
e) Coqueluche

7.(FUVEST) – Os antibióticos atuam contra os agentes causadores das seguintes doenças:


a) Tuberculose, coqueluche e hepatite
b) Tuberculose, sífilis e gripe
c) Tétano, sífilis e gripe
d) Tuberculose, coqueluche e sífilis
e) Coqueluche, sífilis e sarampo

8. Constitui um processo de imunização ativa natural:


a) Uso de vacinas
b) Uso de soros
c) Amamentação
d) Ficar gripado

MÓDULO 10

SERES VIVOS – VÍRUS E BACTÉRIAS

Vírus

Louis Pasteur foi o primeiro a fazer referência sobre vírus no final do século XIX, ao tentar cultivar o agente
causador da raiva.
Foi em 1982 que o botânico russo Dimitri Ivanovski conseguiu caracterizar o vírus do mosaico do tabaco.
Na segunda década do século XX, o vírus que infectava bactérias recebeu o nome de bacteriófago.

- Características virais

Os vírus são acelulares e, portanto, são seres extra-reino.


São considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois não possuem maquinaria celular, dependem
então de infectar células para poderem se reproduzir.
Fora de uma célula os vírus em estado de latência, sem nenhuma atividade, aguardando a oportunidade de
infectar uma célula.

- Estrutura viral

São compostos por uma cápsula protéica, chamada de capsídeo, que envolve um ácido nucléico, formada

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

por unidades de proteínas, os capsômeros, tendo como ácido nucléico constituinte o RNA ou o DNA, nunca os dois
ao mesmo tempo.
O capsídeo, além de servir com invólucro para o vírus, possui a capacidade de se ligar à membrana
plasmática da célula, permitindo, assim a injeção do material genético viral.
A partícula viral quando está fora da célula é chamada de vírion. Cada espécie de vírus apresenta um vírion
característico.
Os vírus apresentam uma especificidade quanto ao caráter de infectar a célula. Isso ocorre devido ao fato de
existir uma afinidade entre o capsídeo viral e o sítio de ligação presente na membrana.
O conjunto formado pelo capsídeo e o ácido nucléico é chamado de nucleocapsídeo. Alguns vírus ainda
possuem um envoltório lipoprotéico ao redor do nucleocapsídeo. Esses vírus são chamados de capsulados ou
envelopados.

Tipos virais

- Bacteriófago

São os vírus que atacam as bactérias. Podem possuir ácido nucléico do tipo DNA ou RNA.
Os mais conhecidos são os que infectam uma bactéria intestinal, chamada de Escherichia coli, conhecidos
como fagos T.
São constituídos por uma cápsula protéica chamada de cabeça, com um formato poligonal, onde
encontramos o ácido nucléico e a cauda por onde se liga à bactéria.
Os bacteriófagos injetam apenas o material genético, permanecendo do lado de fora da cápsula.
Os vírus podem apresentar dois tipos de ciclo: o lisogênico e o lítico.
No ciclo lisogênico, o DNA viral incorpora-se ao DNA celular, não interferindo no metabolismo da célula, que
se reproduz normalmente, transferindo o DNA viral para os descendentes.
No ciclo lítico, O DNA viral passa a comandar o metabolismo da célula, formando vários DNAs virais e
cápsulas protéicas, que se organizam formando vários vírus. Isso acaba provocando a lise da célula, que acaba
liberando-os.

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- Vírus animais

Existem vírus com material nucléico do tipo DNA ou RNA, encapsulados ou não.
A grande diferença é que o vírus penetra totalmente na célula, ou seja, penetram a cápsula e o ácido nucléico.
Quando o vírus é encapsulado, o envelope incorpora-se à membrana da célula hospedeira, penetrando apenas o
nucleocapsídeo.
Se o vírus for um vírus DNA, o DNA viral monta um RNA viral que traduz várias proteínas com a finalidade de
montar um capsídeo. O DNA viral faz autoduplicação e os vírus se formam.
Se o vírus for um vírus RNA, o processo pode ser de duas maneiras. A primeira, o RNA viral é transcrito em
várias moléculas de RNA que passam a comandar a síntese protéica, formando novos vírus. Temos como exemplo,
os vírus da gripe, raiva e poliomielite.
A segunda maneira é quando o RNA viral é transcrito em DNA viral, utilizando a enzima transcriptase reversa,
que é injetada juntamente com o RNA viral, e esta enzima fará a transcrição ao contrário. Esses vírus são chamados
retrovírus, sendo o mais conhecido o HIV.

Principais doenças virais

- Raiva

É uma doença capaz de infectar praticamente qualquer mamífero, provocada por um vírus do grupo
Rhabdovírus.
É uma doença grave, transmitida pela mordida de animais contaminados, pois o vírus encontra-se na saliva.
O principal meio de transmissão para o homem é pelos animais domésticos.
O período de incubação varia de 1 a 3 meses. Os sintomas são: febre, cefaléia, náuseas, evoluindo para
alterações cardiorrespiratórias, agitação e hidrofobia (devido à contração involuntária da musculatura de deglutição).
Freqüentemente a morte ocorre nesta fase.
A profilaxia deve ser feita mediante a vacinação de cães e gatos. Em caso de mordida e com confirmação da
raiva no animal suspeito, deve-se iniciar imediatamente o tratamento com injeções de anticorpos (soro anti-rábico) e
vacinação.

- Poliomielite

O vírus da poliomielite afeta a medula espinhal


e outras regiões do sistema nervoso, como o bulbo.
A forma mais comum da poliomielite é a paralisia dos membros inferiores, por comprometimento dos nervos
motores do sistema locomotor. Pode acabar comprometendo os nervos cranianos, o que acaba provocando a
paralisia da face ou dos músculos respiratórios.
A transmissão geralmente é feita pela saliva de doentes ou portadores que contaminam os alimentos.
A profilaxia é feita por vacinação.
No Brasil, há mais de quinze anos que não existem casos registrados de poliomielite,

- Febre amarela

O vírus do grupo dos Arbovírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti (febre urbana) e
Haemagogus capricorni (febre silvestre).
O mosquito se contamina depois de picar um mamífero infectado. O vírus é introduzido e disseminado pela
corrente sanguínea para o fígado, baço, rins, medula óssea e gânglios linfáticos.
A doença se caracteriza por lesões graves no fígado, febre, vômitos, pele e mucosas amareladas (icterícia),
hemorragias e perda de proteínas pela urina.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Pode provocar degeneração de estruturas renais e cardíacas.


A profilaxia é feita através da vacinação e pelo uso de inseticidas e drenagem de locais de proliferação do
mosquito.

- Dengue

É transmitida pelo mosquito do gênero Aedes.


O vírus provoca uma doença que apresenta sintomas semelhantes aos da gripe, porém com uma
sintomatologia mais forte. Pode evoluir para uma forma hemorrágica, principalmente naqueles pacientes que já
tiveram a forma branda.
A profilaxia é realizada por meio do combate ao mosquito, evitando-se água parada.

- Gripe

É transmitida através das gotículas de saliva de pessoas contaminadas. É um vírus extremamente mutante, e
é classificado como Influenza vírus do tipo A, B e C e vírus parainfluenza dos tipos 1, 2 e 3.
O vírus se instala nos tecidos do sistema respiratório.
A profilaxia, dependendo do subtipo viral, é por vacinação.

- Aids

O vírus HIV é transmitido por transfusões de sangue, uso comum de seringas e relações sexuais.
O vírus ataca o linfócito T (CD4), debilitando o sistema imunológico. O paciente morre por infecções
oportunistas.
A profilaxia é feita com a utilização de preservativos (camisinha), não compartilhamento de seringas, bem
como sua reutilização. Esterilização de material cirúrgico e controle do sangue transfusionado.

Reino Monera

É constituído por seres unicelulares procariontes. Seus representantes são as bactérias e as cianobactérias.
Os seres procariontes são aqueles que não apresentam núcleo individualizado, envolto por uma carioteca.
Atualmente o reino está dividido em dois grupos: Arqueobactérias e Eubactérias.
As Arqueobactérias são formadas por um grupo muito restrito, que vivem em condições ambientais
extremas. Temos as termoacidófilas, que vivem em fontes termais ácidas, onde a temperatura varia entre 60°C e
80°C; as halófilas que vivem em poças d’água dezenas de vezes mais salgadas que a água do mar; entre outras.
As Eubactérias formam o maior grupo existente.
Podem formar colônias ou crescerem isoladas.

- Morfologia bacteriana

As bactérias possuem uma parede bacteriana formada por uma substância chamada peptidoglicano
(associação entre açúcar e aminoácidos)
Sob a parede bacteriana existe uma membrana plasmática, semelhante à membrana das células
eucarióticas.
Não apresentam organelas membranosas, mas possuem muitos ribossomos no citoplasma.
Apresentam uma estrutura unida à membrana plasmática internamente, chamada mesossomo, que é
responsável pela produção de energia em bactérias aeróbicas.
O cromossomo bacteriano é composto por uma única molécula de DNA circular, livre no citoplasma. A região
onde se encontra o cromossomo chama-se nucleóide. Possui ainda fragmento de DNA livres no citoplasma,
denominados de plasmídios.

60
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Associações bacterianas

As bactérias podem estar livres ou associadas.


Quando estão na forma livre, elas podem ser classificadas em:
✓ Cocos – apresentam-se em forma esférica, livres e isolados.
✓ Bastonetes ou Bacilos – apresentam-se em forma de bastão.
✓ Espirilos – apresentam-se em forma helicoidal.
✓ Vibrião – apresentam-se em forma de vírgula.
Quando estão associadas, possuem a seguinte classificação:
✓ Diplococos – quando os cocos estão aos pares
✓ Estreptococos – quando os cocos estão em cadeia
✓ Estafilococos – quando os cocos estão em forma de cacho.

- Fisiologia bacteriana

As bactérias podem realizar sua alimentação através de duas formas: a heterótrofa e a autótrofa.

✓ Autótrofas – quando sintetizam o próprio alimento, seja através da fotossíntese ou da quimiossíntese.


✓ Heterótrofa – quando se alimentam de matéria orgânica pronta. Podem ser saprófitas, quando se alimentam
de matéria orgânica em decomposição, ou parasitas, quando invadem um hospedeiro para se alimentar.
As bactérias autótrofas podem produzir matéria orgânica a partir da fotossíntese em que a substância
fornecedora de hidrogênio pode ser a água ou o ácido sulfídrico.
As bactérias heterótrofas podem ser classificadas em:

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

✓ Aeróbicas – quando obtêm energia através de processos que utilizam o oxigênio.


✓ Anaeróbicas facultativas – quando podem obter energia pela fermentação ou pela respiração.

✓ Anaeróbicas restritas – quando obtêm energia somente através de processos que não utilizam oxigênio.

- Reprodução bacteriana
As bactérias podem fazer reprodução assexuada ou sexuada.
O processo mais comum é a divisão binária ou cissiparidade (reprodução assexuada), na qual uma bactéria
irá dar origem a duas geneticamente iguais.

O processo sexuado é a conjugação na qual as bactérias podem se unir através da formação de um canal
citoplasmático no qual transferem fragmentos de DNA denominado de plasmídio de fertilidade.
Essa transferência é feita pela bactéria doadora (macho) para a bactéria receptora (fêmea).
O plasmídio acaba se incorporando ao material genético da bactéria receptora, que ao se dividir, irá originar
descendentes com novas informações genéticas.

Cianobactérias

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

São fotossintetizantes, sendo predominantes no meio aquático, tanto dulcícolas como marinhos.
Podem ser encontradas isoladas ou em colônias filamentosas.
São bactérias fixadoras do nitrogênio atmosférico.

Principais doenças bacterianas

- Tétano

É causado por uma bactéria anaeróbica restrita chamada Clostridium tetani.


Habitam o solo e contaminam através de ferimentos profundos ou capazes de criar uma situação
anaeróbica.
Geralmente não são parasitas, tornando-se acidentalmente.
Os sintomas são: febre, rigidez de nuca, vômitos em jato, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele.
A profilaxia é realizada através da vacinação.

- Tuberculose

É causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis.


É transmitida pelo ar contaminado através de gotículas de saliva emitidas por pessoas doentes.
Geralmente alojam-se nos pulmões, podendo atacar outros órgãos, como os ossos, os rins e as meninges.
O tratamento é feito mediante medicação específica, distribuída pelos postos de saúde.
A profilaxia é feita através da vacinação (BCG).

- Gonorréia

É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.


É considerada uma DST, pois a contaminação se dá através da relação sexual. A mãe pode transmitir a
bactéria para o filho, durante o parto, o que pode provocar a cegueira na criança.
No adulto ataca os órgãos sexuais, podendo em último grau, provocar a esterilidade.
A profilaxia é feita com a utilização de preservativos e controle médico.

- Sífilis

É causada pela bactéria Treponema pallidum.


Também é uma DST, mas pode ser transmitida por transfusão sanguínea. A mãe também contamina o feto,
porém, neste caso, durante a gravidez (via placenta).
A sífilis pode causar problemas de ordem mental.
A profilaxia é feita com o uso de preservativos e o controle da transfusão de sangue.

- Cólera

É causada pela bactéria Vibrio cholerae.


É transmitida pela água ou alimento contaminados com fezes de pessoas doentes.
Provoca diarréia intensa e pode matar por desidratação.
A profilaxia é feita mediante instalações sanitárias adequadas, fervura da água ou cloração.

- Meningite

É causada pela bactéria Neisseria meningitidis. Mas a meningite também pode ser causada por outros grupos
de bactérias.
É transmitida através do ar contaminado por gotículas de saliva de portadores da bactéria.
A bactéria se instala nas meninges, causando febre, rigidez na nuca, vômitos em jato, cefaléia, podendo
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

provocar a morte ou deixar graves seqüelas.


A profilaxia, dependendo do agente causador, é realizada através da vacinação. O tratamento é feito com
antibióticos.

- Leptospirose

Provocada pela Leptospira interrogans que vive nos rins de roedores e é transmitida pela urina do seu
hospedeiro.
Os sintomas são: febre, cefaléia e insuficiência

renal, que pode levar à morte.


A profilaxia consiste em evitar áreas alagadas ou solo contaminado por urina de roedores.

EXERCÍCIOS

1.Assinale uma alternativa que não contenha uma medida profilática contra doenças bacterianas:
a) Uso de antibióticos
b) Vacinação
c) Limpeza do ambiente
d) Higiene pessoal

2.São doenças causadas por vírus:


a) Sarampo, raiva, tuberculose e gripe
b) Caxumba, hepatite, poliomielite e sífilis
c) Varíola, gripe, sarampo e AIDS
d) Tétano, cólera, raiva e pneumonia
e) Gripe, febre amarela, cólera e AIDS

3.(UFF) – A febre aftosa avança nos pastos do Sul do Brasil, apesar do controle nas fronteiras com países vizinhos, e
espalha pânicos entre os pecuaristas. Os animais doentes não conseguem pastar, perdem peso e morrem.
Adaptado da “Época online” edição 159, 4/62001.
A febre aftosa é uma doença causada por:
a) Protozoário
b) Bactéria
c) Vírus
d) Fungo
e) Príon

4.(FUVEST) – De acordo com a OMS, a dengue voltará com ímpeto. “A Ásia e a América Latina serão duramente
castigadas esse ano...” diz José Esparza, coordenador de vacinas da OMS. (“New Scientist” n° 2354, 3 de agosto de
2002).
O motivo dessa previsão está no fato de:
a) O vírus causador da doença ter se tornado resistente aos antibióticos
b) O uso intenso de vacinas ter selecionado formas virais resistentes aos anticorpos
c) O contágio se dar de pessoa a pessoa por meio de bactérias resistentes a antibióticos
d) A população de mosquitos transmissores aumentar
e) A promiscuidade sexual favorecer a dispersão do vírus.

5.Uma bactéria pode apresentar comportamento respiratório aeróbio e anaeróbio. Algumas possuem a capacidade
de viver tanto em aerobiose quanto em anaerobiose. A bactéria do trato intestinal, chamada de Escherichia coli,
possui essa capacidade. Como são chamadas essas bactérias?

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

a) Aeróbias facultativas
b) Anaeróbias facultativas
c) Anaeróbias restritas
d) Aeróbias restritas

6.(UFF)- Bactérias são encontradas nos mais diferentes


meios. Dentre elas, destaca-se o tétano, sobretudo em populações de baixa renda, também conhecido no caso
neonatal, com “mal de sete dias”.
Com referência ao tétano informe:
a) O agente etiológico e tipo bacteriano envolvido
b) Forma de transmissão
c) Principal sintoma
d) Recursos disponíveis de imunização ativa e passiva, caracterizando-os.

MÓDULO 11

SERES VIVOS – REINO PROTISTA

Reino Protista

Abriga os protozoários e as algas, onde seus representantes são unicelulares e eucariontes.


Veremos primeiramente os protozoários para depois observarmos as algas protistas.

- Protozoários

São organismos unicelulares heterotróficos, não possuem parede celular, sendo sua maioria de vida livre.
São agrupados em quatro filos, de acordo com seu órgão locomotivo em:
✓ Sarcodina ou Rizópoda – locomoção por pseudópodes.
✓ Flagellata ou Mastigophora – locomoção por flagelos.
✓ Cilliata – locomoção por cílios.
✓ Sporozoa – não possui estrutura locomotora.

- Sarcodina

A locomoção desse filo se caracteriza pelo uso de pseudópodes, que são expansões citoplasmáticas.
Os representantes mais conhecidos são as amebas, sendo a maioria de vida livre em ambientes aquáticos.
Outras vivem como comensais, ou seja, vivem no corpo de outros organismos.
No homem, temos várias espécies comensais, como:
✓ Entamoeba gengivalis – vive na boca.
✓ Entamoeba coli – vive no intestino.
Essas amebas não causam nenhum problema para o hospedeiro. Porém, existe uma ameba parasita, que
causa a amebíase ou desinteria amebiana, chamada de Entamoeba histolytica.
Temos como representante também dos sarcodíneos os heliozoários, os radiolários e os foraminíferos,
sendo que as carapaças desses dois últimos são facilmente encontradas no fundo dos oceanos e em rochas
sedimentares petrolíferas, pois eram muito abundantes nos mares primitivos.

- Flagellata

Caracterizam-se por apresentar flagelos, que são prolongamentos utilizados na locomoção e para captura de
alimentos.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

A maioria é de vida livre, mas existem formas parasitas e mutualísticas, como os protozoários que vivem no
intestino de cupins e baratas.

- Cilliata

São dotados de cílios, que são mais curtos e numerosos que os flagelos.
A célula de um cilióforo possui dois núcleos: o micronúcleo e o macronúcleo. O primeiro é responsável pela
reprodução e o segundo pelo metabolismo.
O protozoário mais conhecido desse filo é o Paramécio (gênero Paramecium).
Possui um citóstoma, que é uma abertura que funciona com se fosse uma boca e um “ânus”, o citopígeo ou
citoprocto, que elimina os resíduos alimentares.
Como esse protozoário é dulcícola de vida livre, ele apresenta um problema osmótico, pois sendo hipertônico
em relação ao meio em que vive ganha água constantemente. Devido a isso, possui dois vacúolos contrácteis ou
pulsáteis, que funcionam como bombas, jogando o excesso de água para fora.

- Sporozoa

São todos parasitas, pois não apresentam estruturas locomotoras.


Seu representante mais conhecido é o Plasmodium, transmitido pelo mosquito Anopheles.

- Algas

São fotossintetizantes, unicelulares e apresentam clorofilas a, b e c.


Neste módulo veremos apenas as algas classificadas como Protistas. As outras algas classificadas como
vegetais veremos no Reino Plantae.
As algas protistas são classificadas em três filos: Euglenophyta, Crysophyta e Pyrrophyta.

- Euglenophyta

Não possuem parede celular, realizando normalmente a fotossíntese. Porém em ambientes com pouca
iluminação, a Euglena assume a forma heterotrófica, adquirindo o comportamento de um protozoário flagelado.

- Crysophyta

Também chamadas de algas pardas ou diatomáceas. Possuem carapaça de sílica, sendo o principal
componente do plâncton. A carapaça da diatomácea é utilizada como abrasivos e polidores de metais.

- Pyrrophyta

São conhecidas como dinoflagelados, podendo conter celulose ou não. Algumas formas podem ser
heterotróficas, mas a maioria pertence ao plâncton marinho (fitoplâncton).
Alguns dinoflagelados possuem características de bioluminescência. O aumento excessivo da população de
dinoflagelados provoca um desequilíbrio ecológico conhecido como maré vermelha, pois a água adquire uma
coloração marrom avermelhada. Esse aumento excessivo de dinoflagelados provoca a morte das próprias algas,
liberando um pigmento tóxico que envenena e mata milhares de seres aquáticos.

Principais doenças causadas por protozoários

- Sarcodina

Existe apenas uma doença de interesse provocada por sarcodíneos: a amebíase.

66
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Amebíase

A Entamoeba histolytica é parasita e provoca a desinteria amebiana ou amebíase.


A amebíase provoca diarréia, fraqueza, lesões ulcerativas no estômago e no intestino. A ameba é
hematófaga. Ela causa lesões a fim de permitir o rompimento dos capilares e assim se alimentar das hemácias.
A fraqueza provocada pela amebíase é conseqüência da anemia que se instala devido a atividade
hematófaga da ameba.

- Mastigophora

- Tripanosomíase ou Doença de Chagas

É causada pelo Trypanosomo cruzi, que foi identificado pelo médico sanitarista Carlos Chagas.
Essa doença é transmitida através das fezes de triatomídeos, como o Triatoma infestans e Panstrongylus
megister, sendo o primeiro mais comum
O protozoário é encontrado em tatus, macacos e gambás, que são considerados os reservatórios naturais.
Ao picá-los, o barbeiro, que é hematófago, triatomíneo. Ao picar o homem ele defeca, eliminando juntamente
com as fezes o protozoário, que penetra pelo orifício da picada.
Inicialmente instala-se na pele, perdendo o flagelo e se dividindo por divisão binária. Os protozoários
provenientes da divisão deslocam-se através do sangue para órgãos com o coração, o fígado e outros.
Geralmente o doente vem a óbito por insuficiência cardíaca, pois o protozoário tem preferência pelo coração,
o que provoca com o passar do tempo uma dilatação do miocárdio.
O barbeiro é um animal silvestre, que se instala nas casas de barro (pau-a-pique) devido ao extermínio de seu
habitat natural. Ele fica escondido em frestas na parede, saindo apenas à noite para se alimentar.
A profilaxia é o melhoramento das condições habitacionais (casas de alvenaria).
- Leishmaniose tegumentar americana

É causada pelo protozoário Leishmania braziliensis. Essa doença é conhecida como úlcera de Bauru e é
transmitida pelo mosquito do gênero Lutzomyia.
Essa doença se caracteriza por provocar lesões na pele, geralmente no local da inoculação, essas lesões
acabam se alastrando depois para outras partes do corpo, como o nariz, a boca e a faringe.
A profilaxia é realizada com o combate ao mosquito.

- Tricomoníase

Causada pelo Tricomonas vaginalis. Causa inflamação na uretra e na vagina, com a liberação de um
corrimento branco amarelado.
A transmissão é realizada pelo contato sexual e a profilaxia é feita através do uso de preservativos.

- Giardíase

Causada pela Giardia lamblia, que provoca infecções intestinais e diarréias com grande quantidade de
gordura, pois o protozoário impede que o intestino realize a absorção normal de gordura.
A contaminação se dá pela água e alimentos contaminados e a profilaxia consiste na filtração ou fervura da
água e lavagem dos alimentos.

- Cilliata

O principal protozoário é o Balantidium coli, que invade o organismo através da água e de alimentos
contaminados.
A doença causa um distúrbio no sistema digestório.

67
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

A profilaxia é realizada através da filtração ou fervura da água e da lavagem dos alimentos.

- Sporozoa

Nesse filo, todos os protozoários são parasitas, mas o que apresenta maior interesse é o Plasmodium,
causador da malária.

- Malária

Causada pelo Plasmodium sp, transmitido pelo mosquito Anopheles.


A doença provoca picos de febre (40°C), calafrios e sudorese. Esses sintomas são causados pelo
rompimento das hemácias, provocado pelo ciclo reprodutivo do mosquito.
O mosquito fêmea, ao picar um indivíduo, injeta juntamente com a saliva (anticoagulante) as formas
infectantes chamadas esporozoítos, que se deslocam através do sangue para o fígado e o baço. Nesses órgãos
realizam sucessivas divisões, chamada de esquizogonia, formando os merozoítos.
Os merozoítos saem desses órgãos, indo infectar as hemácias, onde se reproduzem de novo por divisões
sucessivas ou esporulação, provocando o rompimento das hemácias, quando ocorrem os sintomas,
Liberados no sangue, os merozoítos invadem novas hemácias, reiniciando o ciclo.
Após algum tempo, os merozoítos não vão se dividir mais, originando os gametócitos, que são ingeridos pelo
mosquito, quando picam uma pessoa contaminada.
No mosquito, os gametócitos irão dar origem aos gametas, que fecundam e geram ovos chamados de
oocinetos. O oocineto se fixa na parede do intestino, sofrendo multiplicações (esporogonia), produzindo os
esporozoítos, que migram para as glândulas salivares.
O tempo de reprodução dentro das hemácias varia de acordo com a espécie, que pode ser:
✓ Plasmodium vivax – ciclo de 48 horas, provocando a febre terçã benigna.
✓ Plasmodium malariae – ciclo de 72 horas, provocando a febre quartã.
✓ Plasmodium falciparum – ciclo de 36 a 72 horas, provocando a febre terçã maligna (forma mais grave da
doença).
Se a forma infectante for o Plasmodium falciparum, além de causar o pico de febre, a anemia se agrava e também
causa problemas cerebrais.
A profilaxia é realizada através do combate ao mosquito na sua forma adulta e larvar. O tratamento é feito
com medicamentos quimioterápicos, com quinino.

- Toxoplasmose

\Causada por um esporozoário chamado Toxoplasma gondii. É transmitida através do contato com animais
domésticos como cães e gatos ou pela ingestão de carne contaminada.
A doença quando em mulheres grávidas, causa problemas de retardamento mental e até a morte do feto.

EXERCÍCIOS

1.(FUVEST) – Assinale a opção em que todas as doenças são causadas por protozoários:
a) Malária – doença de Chagas – Leishmaniose – Amebíase
b) Malária – doença de Chagas – Peste bubônica – Amebíase
c) Malária – febre amarela – doença de Chagas – Amebíase
d) Peste bubônica – doença de Chagas – Febre amarela – Amebíase

2.São protozoários que se locomovem por meio de pseudópodes:


a) Os sarcodíneos
b) Os mastigóforos
c) Os esporozoários

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

d) Os flagelados
e) Os ciliados

3.(UERJ) – A doença de Chagas foi descrita em 1909 pelo médico brasileiro Carlos Chagas, na região norte de Minas
Gerais. Lá verificou a existência de um inseto chamado popularmente de barbeiro, que à noite, picava os habitantes
da região.
Quando Chagas examinou o barbeiro, viu em seu intestino, microrganismos que ele batizou de “Tripanossoma cruzi”,
em homenagem à Oswaldo Cruz.
Chagas pôde concluir que este inseto era o responsável pela doença quando encontrou o tripanossoma em amostras
humanas de:
a) Fezes
b) Urina
c) Saliva
d) Sangue

4.(UFF) – A malária é uma parasitose que afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo; principalmente
nas regiões tropicais.
Com relação à malária e ao parasito causador desta epidemia, especifique:
a) O grupo e o gênero a que pertence o agente etiológico da doença
b) As células-alvo do parasito
c) Os tipos de reprodução do parasito ao longo de seu ciclo
d) Duas medidas preventivas contra a doença

5.(UFF) – Um certo parasita, que causa uma doença humana, aloja-se no estômago e depois na glândula salivar do
hospedeiro transmissor. A seguir, no ciclo de transmissão da doença para o homem, o parasita invade a corrente
sanguínea, depois o fígado, onde se multiplica, atingindo novamente a corrente sanguínea., depois o fígado, onde se
multiplica, atingindo novamente a corrente sanguínea.
O parasita, o hospedeiro transmissor e a doença descritos são, respectivamente:
a) Trypanosoma gambiensis/ Glossina palpalis/ Doença do sono
b) Trypanosoma cruzi/ Triatoma infestans/ doença de Chagas
c) Leishmania braziliensis/ phlebotomus intermedius/ Leishmaniose
d) Plasmodium vivax/ Anopheles/ Malária
e) Wuchereria brancofti/ Culex fatigans/ Filariose

MÓDULO 12

SERES VIVOS – REINO FUNGI E ALGAS

Reino Fungi

São organismos heterotróficos, unicelulares ou pluricelulares, com parede celular de quitina.


Os fungos unicelulares possuem filamentos microscópicos chamados de hifas, que é preenchido por
citoplasma, onde encontramos os núcleos, pois maioria não apresenta células individualizadas.
As hifas formam um emaranhado, chamado de micélio. Várias espécies de fungos apresentam, em certas
condições, o corpo de frutificação, que se forma a partir de processos sexuados, onde o corpo é formado por hifas
vindas de fungos de sexos diferentes.
Os fungos têm digestão extracorpórea, pois deposita suas enzimas na matéria orgânica, onde depois da
digestão, as hifas absorvem os produtos da digestão. Os fungos fazem parte dos decompositores da cadeia
alimentar.
Alguns fungos são parasitas alojando-se na pele ou dentro do corpo. Os fungos são divididos em dois filos:
Eumycota (fungos verdadeiros) e Mixomycota (fungos gelatinosos).
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Os Mixomycotas reproduzem-se de forma sexuada e suas células não produzem quitina. Os Eumycotas são
divididos em quatro classes, onde se tem como a base de identificação o modo de reprodução.

- Classe Phycomycetes (ficomicetos)

São unicelulares ou filamentosos e não possuem corpo de frutificação.

- - Classe Ascomycetes (ascomicetos)

Unicelulares ou filamentosos, com hifas septadas. A reprodução sexuada é por ascósporos e o corpo de
frutificação chama-se ascocarpo.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Classe Basidiomycetes (basidiomicetos)

São filamentosos, com hifas septadas. A reprodução sexuada é por basidiósporos e o corpo de frutificação é
chamado de basidiocarpo ou cogumelo.

- Classe Deuteromycetes (deuteromicetos)

São filamentosos com hifas septadas, onde a forma de reprodução não é conhecida. São considerados como
fungos imperfeitos.

- Os fungos no contexto econômico

Os fungos apresentam importância ecológica e econômica, porque eles participam de muitos processos
medicamentosos e industriais.

Os fungos são decompositores e juntamente com as bactérias permitem a reciclagem da matéria orgânica.
Essa reciclagem é muito importante para a manutenção da cadeia alimentar, porque sem essa reciclagem, os
produtores não teriam os elementos essenciais para realizar a fotossíntese.
Muitas atividades industriais utilizam os fungos como matéria-prima na produção de alimentos, como por
exemplo, na fabricação de queijos e antibióticos.

- Indústria alimentícia

Os fungos são usados na fermentação de pães e na produção de bebidas alcoólicas, além de ser utilizado na
produção dos famosos queijos roquefort, camembert e gorgonzola.
O fungo Saccharomyces cerevisae ou levedura da cerveja, é um ascomiceto usado na fermentação da cevada.
É muito utilizado na fermentação de pães e bolos.
O fungo, ao realizar a fermentação alcoólica, libera gás carbônico. Essa liberação é que causa o aumento, o
volume e a porosidade da massa de pães e bolos.
Um dos fungos mais utilizados na indústria alimentícia é um basidiomiceto, chamado Agaricus campestris, o
famoso champignon.

- Indústria medicamentosa e micoses

O ascomiceto Penicillium chryogenum foi o grande pioneiro na produção do antibiótico chamado de


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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

penicilina, que revolucionou a medicina.


Alguns fungos são parasitas, como o Candida albicans, que causa o sapinho, uma micose que ocorre na
região da boca e também causa alterações na mucosa vaginal.
Existe também o Tinea pedis que causa lesões que descamam a pele entre os dedos e deixa esta região
avermelhada, e essa micose é conhecida como pé-de-atleta.

Algas

São vegetais pluricelulares que são capazes de realizar fotossíntese. Vivem em ambientes dulcícolas ou
marinhos dependendo da espécie.
Possuem clorofila e pigmentos diversos.
São classificadas em: Chlorophyta, Rhodophyta e Phaeophyta..

- Chlorophyta (clorofíceas)
Possuem muitas espécies de água doce e salgada. Tem como pigmento predominante a clorofila,
principalmente a clorofila a.
Entre as clorofíceas mais conhecidas temos a Spirogyra (dulcícola) e a Ulva ou alface-do-mar, sendo esta
última muito utilizada como alimento pelos orientais.
As clorofíceas têm representantes unicelulares e pluricelulares.

- Rhodophytas (rodofíceas)

São pluricelulares, vivem em água salgada e possuem além da clorofila um pigmento chamado de
ficoeritrina. Esse pigmento confere a essas algas uma cor avermelhada.
Temos como destaque deste grupo a alga Gelidium. São algas que vivem em regiões profundas do mar e é
utilizada para produzir o Agar, que é utilizado como base para alimentos e para cultura biológica.

- Pheophytas (feofíceas)

São pluricelulares, vivem em água salgada e possuem além da clorofila um pigmento chamado fucoxantina,
que confere uma coloração marrom a essas algas e por isso as mesmas são conhecidas como algas pardas.
O gênero mais conhecidos é o Sargas, que formam os chamados sargaços ou sargassum. Essas algas
podem atingir até 50 metros de comprimento e são usadas como adubo, devido à grande concentração de alguns
elementos como o nitrogênio, o fósforo, o iodo e o potássio.
O gênero Laminaria também é utilizado na alimentação

EXERCÍCIOS

1.Qual o pigmento que permite às rodofíceas adquirirem uma coloração avermelhada?


a) Clorofila a
b) Fucoxantina
c) Ficoeritrina
d) Clorofila b

2.Ascos e basídios são:


a) As estruturas microscópicas do corpo dos liquens
b) As associações entre algas e fungos
c) Os esporos flagelados e móveis dos ficomicetos
d) As bolsas produtoras de esporos dos ascomicetos e basidiomicetos

3.(UNIRIO) – O “Lecanora esculenta” que se desenvolve nos desertos, inclusive no Saara, e parece ter sido o “maná
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

caído do céu”, na história bíblica de Moisés, na fuga do Egito com os hebreus, é um exemplo de:
a) Fungo
b) Líquen
c) Mamífero
d) Bactéria
e) Alga

4.(UNIRIO) – Células de levedura “Saccharomyces cerevisae” podem sobreviver tanto aeróbica quanto
anaerobicamente. Qual das duas formas é mais vantajosa à célula? Justifique sua resposta.

5.(UFF) – O pediatra, após observar múltiplos pontos brancos na mucosa da boca de um recém-nascido,
diagnosticou a doença como “sapinho”. À mãe da criança, tranqüilizando-a corretamente informando tratar-se de
uma doença causada por:
a) Protozoários
b) Bactérias
c) Vírus
d) Fungos
e) Algas unicelulares

6.(Cesgranrio) – Um aquário do laboratório apresentava, nas paredes internas, um tom esverdeado com pequenas
bolhas junto às manchas verdes. À noite, as bolhinhas desapareceriam. A explicação do fenômeno é que as manchas
verdes são:
a) Algas e, através da respiração, eliminam gás carbônico.
b) Algas e, através de fotossíntese, eliminam gás oxigênio
c) Musgos primitivos, produzindo gás carbônico fotossintético
d) Bactérias fotossintetizantes, produzindo gás carbônico
e) Liquens aquáticos, produzindo monóxido de carbono

MÓDULO 13

SERES VIVOS – REINO PLANTAE: BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS

Reino Plantae

O Reino é dividido em dois grandes grupos: criptógamas e fanerógamas. Essa classificação se dá porque as
primeiras apresentam sistema reprodutor não evidente e a segunda, o sistema é evidente.
Nas criptógamas podemos encontrar plantas vasculares e avasculares, ou seja, com vasos condutores ou
sem vasos condutores.
O grande marco desse grupo é a necessidade da água para se reproduzir. Nessas plantas não existem
sementes. A característica da reprodução está no fato de que o anterozóide, o gameta masculino, tem que nadar ao
encontro da oosfera, o gameta feminino.
Já nas fanerógamas, essa dependência da água para reprodução já não existe mais, devido ao
desenvolvimento do grão de pólen, onde o gameta masculino é transportado pelo vento ou por animais, processo
chamado de polinização.

- Criptógamas avasculares

- Briófitas

São plantas de pequeno porte e não possuem raiz e caule, possuem radícula e caulículo.
As briófitas apresentam uma estrutura chamada rizóide, que é especializada em absorver água e sais
73
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

minerais, esse transporte é realizado por difusão entre as células, porque não existe vaso condutor.
Os principais representantes são: os musgos e as hepáticas.
Realiza reprodução sexuada com alternância de gerações, onde a forma predominante é a geração haplóide
(n), que origina os gametas, chamando-se então de geração gametofítica. A que predomina menos é a geração
esporofítica, que é diplóide (2n), e forma esporos.
O gametófito tem duas estruturas reprodutoras, o anterídio que fabrica os anterozóides e o arquegônio que
fabrica a oosfera. Lembrando que esses órgãos não estão necessariamente na mesma planta, pois existem plantas
monóicas e plantas dióicas.
Gotículas de chuva, ao atingirem os anterídios, produzem respingos que carregam os anterozóides para uma
região próxima ao arquegônio, onde nadam de forma ativa até encontrar a oosfera, onde apenas um anterozóide
fecundará a oosfera, originando o zigoto.
O zigoto se multiplica por mitose, originando uma planta diplóide, chamada de esporófito. O esporófito
alimenta-se do gametófito até atingir a maturidade, onde formará uma cápsula onde as células diplóides (2n) irão
sofrer meiose, dando origem aos esporos. Estes serão liberados e transportados pelo vento, cairão no ambiente e se
este for favorável, dará origem a um filamento multicelular, chamado protonema, de onde surgirão novas plantas que
quando atingirem a maturidade darão início a um novo ciclo.

- Criptógamas vasculares

- Pteridófitas

Pertencem a este grupo as samambaias e as avencas.


Possuem raiz, caule com folhas diferenciadas, presença de vasos lenhosos ou xilema, que realiza o
transporte de seiva bruta (matéria inorgânica) e vasos liberianos ou floema, que realiza o transporte de seiva
elaborada (matéria orgânica).
A presença de vasos condutores permite a esse grupo atingir grandes tamanhos, o que não se verifica nas
briófitas, devido ao transporte ser realizado por difusão.
Existe a reprodução assexuada nas pteridófitas, mas o mais comum é a reprodução sexuada por alternância
de geração.
Ao contrário das briófitas, a geração predominante é a esporofítica, onde o indivíduo é diplóide (2n).
As pteridófitas desenvolvem estruturas chamadas soros, que se localizam na face inferior da folha. Os soros
estouram e liberam esporos que ao caírem em um lugar úmido, desenvolvem uma plantinha achatada chamada
prótalo, que é um gametófito hermafrodita, ou seja, possuem órgãos masculinos e femininos.
Os anterozóides são liberados pelo anterídio e nadam sob a superfície úmida até chegarem ao arquegô-
nio onde um anterozóide fecundará a oosfera.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Após o zigoto ser formado, ocorre o desenvolvimento do esporófito diplóide, que cresce em cima do prótalo,
formando uma nova planta, que ao chegar à maturidade dará início a um novo ciclo.

EXERCÍCIOS

1.(PUC-MG) – Em um ciclo haplodiplobionte de um vegetal, os esporos são sempre haplóides. Observe o esquema a
seguir, que representa esse ciclo:
TALO (I) ( GAMETA (II) ( ZIGOTO (III) (
TALO (IV) ( ESPOROS (V) ( TALO
A meiose ocorre em:
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

2.Plantas criptógamas incluem APENAS os vegetais que:


a) Não possuem raízes, caules e folhas verdadeiras
b) Possuem flores e sementes, mas não têm frutos
c) Têm um só cotilédone, dificilmente visível no interior das sementes
d) Produzem esporos e gametas em pequenas urnas, chamadas criptas
e) Não produzem flores, frutos ou sementes

3.(FUVEST) – Em que fase do ciclo de vida das pteridófitas há maior quantidade de DNA por núcleo celular?
a) Gametófitos
b) Gametângios
c) Gametas
d) Esporos
e) Esporófito

4.(FUVEST) – Com relação à conquista do meio terrestre, alguns autores dizem que as briófitas são os anfíbios do
mundo vegetal. Justifique sua resposta.

MÓDULO 14
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

SERES VIVOS – REINO PLANTAE: GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS

Reino Plantae

- Fanérogamas

Apresentam como estrutura reprodutora a flor e possui formação de sementes.


A flor é um ramo modificado que se adaptou à reprodução.
A semente é uma estrutura que possui em seu interior um embrião com material nutritivo, que garante o
desenvolvimento do embrião.
As fanerógamas são divididas em gimnospermas e angiospermas.
A diferença é que as gimnospermas apresentam suas sementes nuas, enquanto nas angiospermas as
sementes se alojam dentro do fruto.

- Gimnosperma

São plantas que se adaptaram bem em regiões temperadas, e os representantes mais conhecidos são os
pinheiros, os cedros, os ciprestes e as cicas. Formam grandes florestas, como as taigas no hemisfério norte e a mata
das araucárias no sul do Brasil.
Podem se reproduzir de forma assexuada a partir de um pedaço de caule, processo conhecido com estaquia,
que consiste em plantar um pedaço de caule apropriado que desenvolve raiz e folhas.
A reprodução sexuada é mais comum em gimnospermas e angiospermas.
Apresenta reprodução por alternância de gerações, mas com algumas diferenças em relação às
criptógamas.
A fase que predomina é a esporofítica, onde os esporófitos formam os ramos reprodutivos chamados de
estróbilos, que são as flores das gimnospermas.
O estróbilo possui um eixo central, onde as folhas especializadas, chamadas esporofilos se prendem. Os
esporofilos contêm esporângios e em seu interior encontramos células que sofrem meiose, formando os esporos. Os
estróbilos podem ser femininos ou masculinos.
No estróbilo feminino os esporos femininos acumulam substâncias nutritivas, o que faz com que ele se
desenvolva, chamando-se megásporos, onde geralmente chamamos o estróbilo feminino de megastróbilo e suas
partes de mesgasporófilos e megasporângios.
No estróbilo masculino os esporos são pequenos, chamando-se micrósporos, sendo seu estróbilo chamado
de microstróbilo e suas partes microsporófilos e microsporângios.
Dentro do microsporângio existem células que sofrem meiose, formando os micrósporos. Cada micrósporo
sofre uma divisão mitótica, transformando-se então em um grão-de-pólen. O grão-de-pólen é constituído por duas
células, uma chamada de célula-geradora, que é o gameta em si e a outra a célula do tubo, que dará origem ao tubo
polínico. Ambas são haplóides (n) e revestidas por uma camada protetora.
Dentro do megasporângio, uma célula cresce e acumula substâncias nutritivas sofrendo meiose.Como o
processo meiótico origina quatro células, três delas degeneram e a que sobra passa a se chamar megásporo
funcional.
O megásporo funcional sofre diversas mitoses, dando origem a um conjunto de células haplóides que
preenche o interior do megasporângio. Esse conjunto se chama megaprótalo, correspondendo ao gametófito
feminino.
Algumas células do megaprótalo dão origem a duas estruturas longas, chamadas de arquegônios, dentro das
quais se diferencia a oosfera. O conjunto constituído pelo megasporângio e o gametófito feminino constituem o
óvulo.
Sobre o megasporângio existe um tecido protetor, o tegumento, onde verificamos uma abertura chamada
micrópila.
O transporte do grão-de-pólen até o ovário é chamado de polinização, que no caso das gimnospermas é
realizada pelo vento.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Quando o grão-de-pólen chega ao óvulo, ele germina, onde a célula do tubo forma o tubo polínico que penetra
na micrópila. A célula geradora sofre uma mitose, originando duas células espermáticas, que deslizam pelo tubo até
alcançar a oosfera, onde apenas uma irá fecundar, formando o zigoto que é diplóide.
O zigoto sofre sucessivas divisões mitóticas originando um embrião diplóide (2n). Ao mesmo tempo o tecido
do gametófito que está em volta dele acumula substâncias nutritivas, transformando-se no endosperma primário,
cuja função será a de nutrir o embrião durante o início do desenvolvimento. Os tegumentos do óvulo se espessam,
formando uma casca. Assim o conjunto forma a semente.
A semente se desprende do megasporófilo caindo no solo. Se as condições forem ideais ocorre a
germinação. O embrião então perfura a casca da semente e origina uma nova planta.

- Angiospermas

São as plantas mais conhecidas na natureza e se distribui por todo o mundo.


São divididas em duas classes: Monovotyledoneae (monocotiledôneas) e Dicotyledoneae (dicotiledôneas).
A grande diferença se encontra na presença de um ou dois cotilédones na semente. O cotilédone são folhas
embrionárias que têm como função armazenar e transferir para o embrião substâncias nutritivas.
As angiospermas também possuem a capacidade de se reproduzir assexuadamente. Mas a reprodução
sexuada predomina, e é bem semelhante à das gimnospermas. A fase predominante também é a esporofítica
diplóide (2n).
A flor, que é uma estrutura reprodutora, é constituída por quatro estruturas chamadas verticilos florais. São
um conjunto de folhas modificadas, que se encontram dispostas ao redor de um curto ramo chamado de receptáculo
floral. As folhas mais externas formam as sépalas, geralmente de cor verde, e o seu conjunto se chama cálice.
No interior do cálice, as folhas formam as pétalas, que constituem a corola. Ambas as estruturas são
estéreis, e tem a finalidade de proteger as estruturas reprodutivas e atrair insetos polinizadores, que ao contrário das
gimnospermas, onde a polinização se dá pelo vento, as angiospermas têm a sua polinização feita na grande parte
das vezes por insetos.
O terceiro verticilo floral é o androceu, que é formado por estames, onde se originam os microsporângios.
O quarto verticilo é o gineceu, formado por pistilos ou carpelos, onde ocorrem a formação do megasporângio.
Os carpelos se dobram, formando uma espécie de vaso que abriga os óvulos. Essa estrutura é constituída
por três partes: o ovário, mais dilatada; o estilete, um tubo alongado e o estigma, a parte dilatada do estilete.
O estigma produz uma substância pegajosa que adere ao grão-de-pólen, que germina e faz com que o tubo
polínico penetre pelo estilete até chegar ao ovário.
O revestimento do óvulo da angiosperma é parecido ao do revestimento da gimnosperma, tendo um
tegumento com uma abertura, a micrópila, por onde o tubo polínico penetra.
Dentro do megasporângio, uma célula diplóide (2n) sofre meiose, dando origem a quatro células, onde

77
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

apenas uma irá formar o megásporo funcional.


O megásporo funcional cresce e ocupa todo o interior do megasporângio. Seu núcleo sofre três mitoses
consecutivas, dando origem a oito núcleos haplóides (n). Três irão migrar para a região oposta á micrópila, formando
células chamadas de antípodas. Dois núcleos migrarão para a região central, formando as células polares.
Os três núcleos restantes irão para a abertura da micrópila, onde darão origem a três células, duas chamadas
de sinérgides e uma maior localizada entre as sinérgides que é a oosfera.
Esse conjunto com oito células forma o saco embrionário, que corresponde ao megaprótalo das
gimnospermas.
O processo de polinização e fecundação é parecido com o processo das gimnospermas. A diferença
consiste em que as duas células espermáticas vão participar do processo, enquanto que nas gimnospermas, apenas
uma irá participar.
Uma delas fecunda a oosfera, dando origem ao zigoto. A outra se funde com os dois núcleos polares, e
origina uma célula triplóide (3n).
O zigoto começa a se multiplicar formando o embrião, que apresenta três partes definidas: radícula, que dará
origem a raiz; o caulículo que irá se desenvolver no caule e um ou dois cotilédones.
A célula triplóide (3n) realiza mitoses sucessivas formando o endosperma secundário que absorve
substâncias nutritivas da célula-mãe, armazenando-as e transferindo-as para o embrião através dos cotilédones.
Após a fecundação, o óvulo se transforma em semente.
O embrião que se desenvolve libera hormônios que induzem o espessamento da parede do ovário, originando
o fruto.
O fruto tem como objetivo proteger as sementes e facilitar a sua dispersão, pois os animais, ao se
alimentarem dos frutos, acabam eliminando as sementes no meio ambiente.
Existem frutos que apresentam estruturas que facilitarão sua dispersão, pois os animais, ao se alimentarem
dos frutos, acabam eliminando as
sementes no meio ambiente.

Morfologia das angiospermas

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A grande parte das plantas apresenta duas partes diferentes: uma terrestre e outra aérea. A terrestre ou do
solo é a raiz e a outra parte é constituída pelo caule, folhas, flores e frutos.

- Raiz

São órgãos que fixam as plantas e absorvem água e sais (matéria inorgânica) para que a planta possa
realizar a fotossíntese.
A raiz é constituída por três partes: a coifa, a zona de elongação e a zona pilífera.
A coifa protege a extremidade da raiz e é o local onde encontramos células embrionárias chamadas de
meristema radicular e que tem como função manter o crescimento da raiz.
A zona de elongação possui as células provenientes do meristema, constituindo assim a área de
crescimento.
A zona pilífera é o local onde encontramos os pêlos absorventes, por onde a raiz absorve água e sais.
As raízes também são classificadas quanto à sua forma organizacional em raiz pivotante (apresenta uma
raiz principal com ramificações laterais) e fasciculada (quando parece uma cabeleira, pois as raízes partem de um
mesmo ponto de fixação).

- Caule

São normalmente estruturas aéreas que crescem de forma vertical ao solo. Existem também caules que
crescem de forma horizontal ou de forma subterrânea.
Os caules apresentam as gemas caulinares, que são grupos de células do meristema que possuem
capacidade de multiplicação, o que permite o crescimento de ramos laterais. No ápice sempre existe uma gema
apical que permite a expansão longitudinal.

- Folha

São adaptadas à realização da fotossíntese.


Apresentam estrutura em forma de lâmina com células ricas em cloroplastos.
São classificadas segundo sua disposição no caule, pela forma do limbo, pela forma da borda etc.
Podem sofrer algumas modificações a fim de exercerem funções específicas. Elas podem originar: espinhos,
gavinhas, carnívoras, coletoras.

79
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Flor

É o órgão reprodutivo da planta. Apresenta os quatro verticilos florais, já vistos anteriormente.

- Fruto

Apresenta duas partes: o pericarpo, que é o ovário desenvolvido e a semente, que são os óvulos

fecundados.
O pericarpo é composto pelo epicarpo (camada mais externa), mesocarpo (camada intermediária) e
endocarpo (camada mais interna).
O mesocarpo é a parte carnosa do fruto.

- Pseudofruto

São diferentes dos frutos verdadeiros, pois apresentam uma parte carnosa e comestível que não provêm do
ovário, como o abacaxi, que na verdade sua parte comestível são os receptáculos florais desenvolvidos.

Fisiologia das angiospermas

- Estômatos

São aberturas localizadas na face inferior das folhas.


São formados por duas células chamadas de células-guarda e uma abertura, o ostíolo.
Os estômatos realizam o controle da movimentação dos gases (oxigênio e carbônico) e também controlam a
transpiração nos vegetais.
Se a planta tem água em quantidade suficiente, as células-guarda permanecem túrgidas, mantendo assim o
ostíolo aberto.
Se a planta tem pouca água, as células-guarda perdem a turgidez e fecham o ostíolo, impedindo que a planta
perca mais água.

80
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Condução de seiva bruta e elaborada

A condução de seiva é realizada através dos vasos condutores. O xilema transporta a seiva bruta e o floema
transporta a seiva elaborada.
O xilema é composto pelos vasos lenhosos, com células impregnadas de lignina que conferem resistência.
Ficam localizados na região central do caule.
O floema é composto por células vivas, com parede formada por placas crivadas e ficam localizadas na
periferia do caule.
A hipótese mais aceita para o transporte da seiva bruta é a teoria de Dixon, que diz que a perda de água
através da transpiração realizada pelas folhas, forma uma sucção constante de água pelo xilema.
Como essa perda é constante, as células das folhas se tornam hipertônicas, fazendo assim com que as
células retirem de forma permanente a água do xilema.
Como as moléculas de água possuem uma força de coesão muito grande, elas permanecem fortemente
unidas entre si e são puxadas pela tensão existente, mantendo uma coluna de água contínua.
A água entra no xilema através da raiz, pois os pêlos absorvem sais ativamente, mantendo o interior do
sistema muito hipertônico em relação ao solo.
Isso faz com que as moléculas de água entrem por osmose de maneira intensa.
Um outro fator importante é que os vasos formadores do xilema são finos e longos, o que permite a
existência de um fenômeno chamado capilaridade, que devido à força de coesão das moléculas de água, a água
consegue se deslocar pelo tubo formando uma coluna.
Esse fenômeno sozinho não seria suficiente para conduzir a água em vegetais de grande porte.
A seiva elaborada se desloca da região que realiza a fotossíntese para as outras regiões dos vegetais através
do floema.
A teoria do deslocamento é conhecida como hipótese de fluxo em massa ou fluxo por pressão.
Esse princípio é chamado de translocação e diz que a seiva elaborada se move através do floema por um
diferença do gradiente de concentração. As áreas produtoras seriam as de alta concentração e as áreas de consumo
seriam as de baixa concentração.

- Hormônios vegetais

Os principais hormônios vegetais ou fitormônios, são:

✓ Auxinas – O fitormônio mais conhecido é o AIA (Ácido Indol Acético), que é produzido nos meristemas
apicais da raiz e do caule.
Esse hormônio provoca o alongamento das células, causando o crescimento longitudinal do vegetal.
Concentrações muito elevadas de AIA podem provocar inibição ao invés de crescimento.
As concentrações de auxinas também podem promover também os movimentos orientados a partir de
estimulações do meio. Esses movimentos são conhecidos como tropismo, onde os principais fatores são a
luz e a gravidade terrestre.
✓ Giberelinas – São os hormônios produzidos por
sementes imaturas e frutos.
Promovem a indução a partenocarpia e podem provocar o alongamento das células caulinares. Também
estão envolvidos na quebra da dormência de sementes.
✓ Citocinas – Promovem a divisão celular, estimulando as sementes e as gemas axilares a germinarem,
impedindo também o processo de envelhecimento das plantas.
✓ Etileno – Na realidade é um gás que promove o

81
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

amadurecimento dos frutos.


✓ Ácido abscísico – Inibe o crescimento e o desenvolvimento. Induz a dormência de gemas e sementes; queda
de folhas, flores e frutos e o fechamento dos estômatos.

- Fotoblastismo

É o efeito da luz sobre a germinação dos vegetais.


A semente tem uma estrutura chamada de fitocromo F. Em algumas sementes a luz estimula a germinação,
estimulando o fitocromo. Essas plantas são chamadas de fotoblásticas positivas. Quando ocorre a inibição da
germinação, dizemos que a planta é fotoblástica negativa.

- Estiolação

É o conjunto de características de uma planta quando esta se desenvolve no escuro.


Essas plantas têm como características ausência de clorofila, caule longo e ápice em forma de gancho.

- Fotoperiodismo

As plantas possuem sua floração definida pelas estações do ano, quando ocorre a variação no tempo
dia/noite.
Essa variação é comandada pelos fitocromos que apresentam um fotoperíodo crítico, relacionando este com
a duração do escuro, ou seja, a noite.
As plantas podem ser classificadas como neutras, plantas de dia longo e plantas de dia curto.
As plantas neutras florescem independente da noite, se ela é curta ou longa.
As plantas de dias curtos florescem quando o período de escuro é igual ou maior que seu período crítico.
As plantas de dias longos florescem quando o período de escuro é inferior ao seu período crítico.
Essa fisiologia é controlada pelos fitocromos que liberam hormônios que influenciam na floração. Esses
hormônios são chamados de florígenos ou hormônios de floração.
Existem dois fitocromos: o R e o F.
O fitocromo R é encontrado na forma inativa e o F na forma ativa.
O fitocromo R transforma-se em fitocromo F quando é submetido a um comprimento de onda de 660
nanômetros, considerado vermelho-curto.
Quando isso acontece o fitocromo F provoca respostas fisiológicas que estimulam o vegetal.
Mas, se o fitocromo F absorver freqüências luminosas na faixa de 760 nanômetros (vermelho longo) ou
permanecer no escuro, ele se converte em fitocromo R.

EXERCÍCIOS

1.Considere uma espécie vegetal pertencente ao grupo das angiospermas que possui células com 2n=36
cromossomos. Nessa espécie, o endosperma, a oosfera e o zigoto formado após a fecundação apresentam,
respectivamente:
a) 18, 36 e 54 cromossomos
b) 36, 18 e 54 cromossomos
c) 54, 36 e 18 cromossomos
d) 18, 54 e 36 cromossomos
e) 54, 18 e 36 cromossomos

2.(Fuvest-SP) – A presença de sementes é uma adaptação importante de certos vegetais ao ambiente terrestre.
Caracterizam-se por apresentar sementes:
a) Pinheiros e leguminosas
b) Gramíneas e avencas

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

c) Samambaias e pinheiros
d) Musgos e samambaias
e) Gramíneas e musgos

3.(UNIRIO) – Numa experiência realizada recentemente, mediu-se o número de certas estruturas encontradas nas
folhas de quatro gêneros de plantas fósseis. A finalidade do experimento era medir a concentração de gás carbônico
da atmosfera durante a época em que as plantas estavam vivas, pois se sabe que o número de tais estruturas é
inversamente proporcional à concentração de gás carbônico na atmosfera. Que estruturas são essas?
a) Meristemas
b) Estômatos
c) Pecíolos
d) Grãos de pólen
e) Gametófitos
4.(UFRJ) – No interior das sementes pode ser encontrado o embrião que dará origem a uma nova planta e uma
reserva de alimento que nutrirá o embrião no início de seu desenvolvimento.
Se todos os componentes necessários para a formação de um novo vegetal já estão presentes nas sementes, por
que os grãos de feijão, por exemplo, normalmente não germinam dentro das embalagens nas quais estão contidos?

5.(UFRJ) – Uma criança gravou a inicial de seu nome no tronco de uma jaqueira, a 1,5m do solo. Após alguns anos,
ao observar a árvore percebeu que ela estava muito mais alta e que sua inicial gravada continuava à mesma altura do
solo, mas como desenho bastante alargado.
Explique por que a gravação se alargou com a passagem dos anos.

6.(UERJ) – O controle da abertura dos estômatos das folhas envolve o transporte ativo de íons de potássio.
a) Descreva a importância do potássio no processo de abertura dos estômatos.
b) Nomeie as células responsáveis pelo controle dessa abertura.

MÓDULO 15

SERES VIVOS – REINO ANIMAL: PORFÍFEROS E CNIDÁRIOS

REINO ANIMALIA OU METAZOA

É composto por seres multicelulares, eucariontes e heterotróficos.


Estudaremos dentro deste reino nove filos em que se encontram a maioria das espécies (aproximadamente
1,3 milhões de espécies).

- Filo Porifera

È composto por aproximadamente 5 mil espécies aquáticas, principalmente marinhas. São conhecidos como
esponjas, vivem em colônias ou de forma isolada, de maneira séssil (fixas) no substrato, como madeiras, conchas,
rochas etc.
Não possuem órgãos, pois não formam tecidos verdadeiros, porém algumas espécies possuem esqueleto
formado por espículas calcárias ou silicosas. Outras já apresentam esqueleto macio e flexível, e são usadas como
esponjas de banho.
Os poríferos possuem uma abertura oposta à base do corpo, chamada de ósculo, que desemboca em uma
cavidade central chamada de átrio ou espongiocele.
O corpo das esponjas é revestido externamente por células chamadas pinacócitos e internamente pelos
coanócitos, que são flagelados. Entre essas duas camadas de células temos um material gelatinoso, onde existem
dois tipos celulares: os amebócitos, que tem a capacidade de se converter em pinacócitos, coanócitos ou gametas, e
os arqueócitos, que dão origem ao esqueleto da esponja.
Os poríferos são animais filtradores, que movem os flagelos dos coanócitos, criando uma corrente de água
83
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

que entra pelos poros (formado pelos porócitos) e sai pelo ósculo.
As partículas que ficam suspensas na água são capturadas pelos coanócitos, que realizam a digestão
intracelular e distribuem o alimento já digerido para outras células, através do processo de difusão.
A respiração é feita por difusão direta célula a célula.
A reprodução é assexuada (por brotamento, fragmentação e gemulação) e sexuada, onde a esponja pode ser
monóica ou dióica.

- Filo Coelenterata ou Cnidaria

Abriga espécies aquáticas (marinhas ou de água doce), sésseis ou móveis, chamadas de celenterados ou
cnidários.
Exemplos bastante conhecidos são a anêmona-do-mar que é um cnidário fixo e a água-viva que é um
cnidário móvel.
Algumas formas fixas como alguns pólipos, se associam em colônias flutuantes chamadas de
caravela-portuguesa.
Os pólipos (sésseis) são cilíndricos, com uma base fixada ao substrato e a outra extremidade livre com
tentáculos, onde temos a boca, que se liga à cavidade gastrovascular.
As medusas (móveis) são circulares e a boca se situa no lado côncavo, com os tentáculos ao redor da boca.
São animais diblásticos e possuem dois tipos de tecidos: a epiderme (externa) e a gastroderme (interna).
Entre essas duas camadas encontramos a mesogléia (massa gelatinosa) que dá a sustentação ao animal.
O sistema digestório é incompleto.

84
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

A célula mais importante é o cnidoblasto ou célula urticante que tem uma cápsula (nematocisto) com um
grande tubo enovelado (filamento urticante). Na borda do cnidoblasto tem uma estrutura chamada de cnidocílio que
funciona como um gatilho do nematocisto.
Quando esse gatilho é acionado, através do toque, ele dispara o filamento urticante, que libera uma toxina.
A digestão é feita na cavidade gastrovascular e dentro das próprias células. Por isso dizemos que os
cnidários realizam digestão intracelular e extracelular.
Possui sistema nervoso difuso, constituído por
células sensoriais que se comunicam com as células epiteliais e musculares.
Não existe sistema circulatório, respiratório ou excretor. Em todas essas situações, as células realizam
trocas diretas como o meio, seja para absorver ou para eliminar.
A reprodução é assexuada (por brotamento – comum em pólipos) e sexuada, com liberação de
espermatozóides na água onde irão fecundar o óvulo que pode ser liberado na água ou pode estar no corpo da mãe.
Algumas espécies possuem desenvolvimento direto, ou seja, o embrião se desenvolve originando um animal
adulto. Outras apresentam desenvolvimento indireto, onde é originada uma larva achatada (chamada de plânula) que
nada durante um tempo ates se fixar e se transformar aos poucos em um animal adulto.
Muitas espécies de cnidários possuem um ciclo de vida chamado de alternância de gerações, onde para
algumas espécies a forma predominante é a de medusa
(móvel) e para outras é a de pólipo (séssil).

A alternância de gerações neste caso é diferente da dos vegetais, pois nos cnidários as duas formas são
diplóides (2n), enquanto que nos vegetais uma das formas é haplóide (n).
Este filo se divide em três classes:
✓ Hydrozoa – São os únicos que apresentam forma marinha e dulcícola. Existem representantes que só
possuem pólipos (Hydra), os que só possuem a forma de medusa (Liriope) e os que apresentam as duas
formas (Obelia).
✓ Scyphozoa – A medusa é a forma predominante. Essas medusas são geralmente maiores que as da classe
anterior. A alternância de gerações é comum nesta classe. Temos como exemplo a espécie Aurelia aurita.
✓ Anthozoa – Possui indivíduos somente na forma de pólipos. Existem espécies que vivem isoladas, como as
anêmonas-do-mar e as espécies que formam colônias, como os corais.
A reprodução é assexuada (divisão longitudinal do corpo) ou sexuada, onde é liberada uma larva no meio,
que se fixa para dar origem ao
pólipo.

EXERCÍCIOS

1.Como se denomina a célula urticante dos cnidários?


a) Coanócitos

85
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

b) Porócitos
c) Cnidoblasto
d) Cnidocílio

2.Qual a forma de reprodução onde temos uma fase assexuada e uma sexuada?
a) Reprodução sexuada
b) Reprodução assexuada
c) Metagênese
d) Brotamento

3.Considere o texto a seguir.


“Os corais pétreos, ou corais verdadeiros são os principais organismos formadores dos recifes coralíneos, comuns
na região do Caribe e da Austrália. Possuem um exoesqueleto de carbonato de cálcio secretado pela epiderme do
corpo, produzindo uma taça esquelética dentro da qual o organismo se aloja”.
O texto refere-se a:
a) Poríferos com esqueleto calcário
b) Cnidários hidrozoários
c) Moluscos gastrópodes
d) Poríferos com esqueleto silicoso
e) Cnidários antozoários

4.(PUC-PR) – Um professor de Biologia resolveu montar um aquário marinho em sua escola e, para completar sua
tarefa, resolveu incluir representantes dos filos: cnidários, moluscos e cordados.
Ao selecionar um representante de cada filo, optou, respectivamente, pelos seguintes animais:
a) Coral/Ofiúro/Anfioxo
b) Ouriço-do-mar/Ofiúro/Peixe
c) Medusa/Pepino-do-mar/Cavalo-marinho
d) Estrela-do-mar/Mexilhão/Peixe
e) Anêmona/Ostra/Ascídia

5.(PUC-MG) – Possuem sistema nervoso, exceto:


a) Ágnatos
b) Cnidários
c) Anelídeos
d) Poríferos
e) Moluscos

6.(FUVEST) – Existem semelhanças entre os ciclos de vida de muitos animais celenterados (águas-vivas, por
exemplo) e os de plantas, como os musgos e as samambaias.
a) Qual o tipo de ciclo de vida compartilhado por esses seres?
b) O que caracteriza esse tipo de ciclo?

7.(Unicamp) – Alguns hidrozoários coloniais, como a “Obelia sp.”, ocorrem na natureza sob a forma de pólipos e
medusas
a) Como uma colônia desses hidrozoários se origina? E como essa colônia dá origem a outras colônias?
b) Que estrutura comum aos pólipos e medusas é encontrada somente nesse filo? Qual a sua função?
c)

MÓDULO 16
SERES VIVOS – REINO ANIMAL: PLATELMINTO E NEMATELMINTO

Filo Platyhelminthes
86
CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Os platelmintos são vermes que possuem o corpo achatado, de vida livre ou parasitária e se dividem em três
classes: Turbellaria, Cestoda e Trematoda.

- Classe Turbellaria

Reúne os platelmintos de vida livre chamados de planárias, que podem ser aquáticos (dulcícolas ou
marinhos) ou terrestres.
A espécie mais conhecida é a de água doce Dugesia tigrina, que vive em locais com lagos de água limpa ou
córregos.
São em geral triblásticos, possuem ectoderma, endoderma e mesoderma, que formam o mesênquima (tecido
que dará origem aos músculos e fará também o preenchimento).
São acelomados e possuem simetria bilateral.
Apresentam sistema digestório incompleto, respiração cutânea direta, excreção através de células flama e
pela própria epiderme (difusão direta), sistema nervoso com um par de gânglios cerebrais e dois cordões nervosos
longitudinais e ventrais.
Possuem também um sistema sensorial com capacidade de percepção de estímulos luminosos (ocelos),
mecânicos e químicos.
A reprodução pode ser assexuada (laceração ou divisão transversal) e sexuada, sendo a planária um animal
monóico, ocorre troca de gametas. Após a fecundação dentro do animal, um ovo é liberado para o meio, onde irá
ocorrer o desenvolvimento direto.

- Classe Cestoda

Reúne vermes endoparasitas como a Taenia sp, conhecida como tênia ou solitária.
A tênia vive realmente solitária, daí veio esse termo. A tênia libera substâncias que impedem outra tênia de se
instalar. Com isso ela evita uma superpopulação, que poderia vir a levar o hospedeiro a óbito e conseqüentemente a
própria tênia. Esse fenômeno é chamado de antibiose.
A tênia é constituída de uma parte chamada de escólex, que tem ventosas ou ganchos que se fixam no
hospedeiro. A partir do escólex, ela são constituídas por proglótides ou proglotes, que se repetem formando o corpo
da tênia. A média de proglótides que constituem o corpo da tênia gira em torno de mil unidades. Na extremidade do
corpo, os proglótides são maduros, sendo então chamados de gravídicos, que possuem os órgãos sexuais
masculinos e femininos. Quando os proglótides estão cheias de ovos, são liberados pelas fezes, visto que a tênia
habita o intestino dos vertebrados.

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- Teníase

É causada pela Taenia solium e a Taenia saginata,, ambas parasitas do homem. Possuem como hospedeiro
intermediário o porco e o boi, respectivamente.
O homem infectado libera pelas fezes os proglótides gravídicos cheios de ovos. Esses proglótides estouram
liberando os ovos que contaminam o alimento de animais, como o porco ou o boi.
Dentro do corpo desses animais, o ovo eclode em uma larva (oncosfera), que perfura o intestino do animal e
migra para a musculatura. A larva cresce e se transforma em um cisticerco, que tem em seu interior o escólex da
futura tênia.
Ao se alimentar de carne mal cozida, contendo o cisticerco, o homem acaba se contaminando (com o
cisticerco, que estoura no intestino, liberando o escólex, que vai se desenvolver em uma tênia adulta).
A teníase tem como sintomas a diarréia, prisão de ventre, cólicas e desnutrição, pois competem com o
hospedeiro na absorção de nutrientes presentes no intestino.
Casualmente o homem pode passar à condição de hospedeiro intermediário, quando os ovos eclodem no
intestino dele, liberando a larva, que vai se alojar em tecidos do corpo como o cérebro, o fígado e os rins, o
que ocasiona graves lesões.
Neste caso não ocorrerá teníase e sim cisticercose.
A profilaxia consiste na construção de instalações sanitárias, bem como o cozimento de carne, pois isso
mata o cisticerco, caso este esteja presente.

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- Trematoda

São platelmintos endoparasitas e ectoparasitas.


Os trematódeos têm o corpo revestido por uma cutícula que os proteges contra as defesas do corpo do
hospedeiro.
A principal parasitose é a Esquistossomose, causada pelo Schistosoma mansoni.

- Esquistossomose

As formas adultas vivem nas veias do fígado e do intestino.


Após a fecundação, os ovos são liberados e migram para os capilares sanguíneos da mucosa intestinal. Eles
possuem uma espícula que perfura a parede do intestino, caindo dentro do mesmo e sendo liberados nas fezes.
Os ovos que chegam aos córregos e lagos eclodem, liberando larvas ciliadas, chamadas de miracídios.
Os miracídios nadam de forma ativa a procura de um caramujo, do gênero Biomphilaria, para servir de
hospedeiro intermediário.
Dentro do caramujo, os miracídios se reproduzem de forma assexuada, produzindo larvas
chamadas cercárias.
As cercárias saem do caramujo e, caso encontrem um hospedeiro definitivo, como o homem, perfuram a
pele, penetram nos vasos sanguíneos superficiais, indo para o fígado e para as veias intestinais, onde se
transformam em animais adultos, reiniciando o ciclo.
Convém ressaltar que o esquistossoma é um animal dióico, por isso, para que o homem seja infectado, é
necessário que pelo menos duas cercarias invadam sua pele, sendo uma do sexo masculino e outra dos sexo
feminino.

Filo Nemathelmintes

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

Esse filo é composto por vermes cilíndricos com as extremidades afiladas.


Podem ser de vida livre ou parasitária. Quando de vida livre, habitam o solo, a água do mar e a água doce.
Os nematelmintos são chamados também chamados de nematódeos ou nematóides.
São animais triblásticos com simetria bilateral. Possuem um pseudoceloma.
Possuem tubo digestório completo e realizam troca gasosa direta através da pele.
A excreção é realizada por dois canais excretores, que desembocam em poros excretores, por onde as
excretas são lançadas para fora do corpo do animal.
Não apresentam sistema circulatório. O alimento é distribuído pelo fluido da cavidade pseudocelomática.
Seu sistema nervoso é constituído por um anel nervoso ao redor da faringe, dando origem a dois cordões
nervosos longitudinais e ventrais.
Se reproduzem de forma sexuada, sendo a grande parte das espécies dióicas.
Após a fecundação, os ovos são liberados pelas fêmeas e o desenvolvimento é indireto.

- Parasitoses causadas por nematelmintos

- Ascaridíase

É causada pelo Ascaris lumbricóides, vulgarmente chamado de lombriga.


Os vermes adultos vivem no intestino do homem e do porco. Após a fecundação, as fêmeas liberam os ovos
que são eliminados juntamente com as fezes do hospedeiro.
Os ovos podem contaminar lagos, rios e o solo. Alimentos regados com essa água acabam contaminados.
Ao ingerir esses alimentos, o homem ou o porco acabam ingerindo junto os ovos do parasita, que irão eclodir no
intestino, originando uma larva aproximadamente 0,2 mm.
Essas larvas perfuram a parede do intestino, caem na corrente sanguinea, seguem para os pulmões, onde
furam os alvéolos, passam para a traquéia e aí já possuem 3 mm de comprimento.
Na traquéia, causam uma irritação, que começa com tosse, lançando assim as larvas até a faringe, onde
entram no esôfago, voltam para o intestino, onde terminam seu desenvolvimento e atingem a maturidade sexual.
A grande presença de vermes no intestino pode causar obstrução intestinal, como também pode arrebentar a
alça do intestino, além de provocar perturbações respiratórias se o número de ovos ingeridos for muito grande, o que
causaria uma migração muito acentuada de larvas para o sistema respiratório.
As crianças muito infestadas podem ter convulsões originadas por reações alérgicas devido à liberação de
toxinas pelos vermes.
A profilaxia consiste em melhorias nas instalações sanitárias, lavagem dos alimentos e filtração ou fervura
da água.

- Ancilostomose

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É causada pelo Ancylostoma duodenale e pelo Necator americanus.


A doença é chamada vulgarmente de amarelão.
O ciclo de vida do Ancylostoma é muito parecido com o do Ascaris, sendo que a forma de contaminação
difere porque as larvas penetram na corrente sanguínea, perfurando a pele.
Tem com sintomas lesões na parede do intestino com hemorragia, o que acaba causando anemia. Essa
anemia provoca a palidez e o amarelamento da pessoa.
Esses sintomas ocorrem devido ao fato do verme ser hematófago.
A profilaxia se dá com o saneamento básico, bem como o uso de calçados, que impede a entrada de larvas
pelos pés, que é a forma mais comum de contaminação.

- Filariose

A filariose ou elefantíase é causada pelo Wuchereria brancofti, conhecido como filaria.


As filarias adultas vivem nos vasos linfáticos, principalmente nas pernas, embora possam infestar outros
órgãos.
Os vermes obstruem os vasos linfáticos, o que causa grandes edemas, que acaba deformando o órgão
afetado.
Os vermes são dióicos e os ovos se rompem liberando microfilárias que migram para os vasos sanguíneos e
linfáticos da pele.
O mosquito do gênero Culex, é o responsável por contaminar o homem com as microfilárias através de sua
picada. Os mosquitos são os hospedeiros intermediários.
É importante lembrar que as microfilárias durante o dia encontram-se nos vasos mais profundos. Durante a
noite migram para os vasos superficiais. Co-
mo o mosquito tem hábito noturno, é bem mais fácil ele se contaminar, dando continuidade ao ciclo de vida do
verme.

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- Larva Migrans

Também chamada de “bicho geográfico”, é uma doença causada pelo verme Ancylostoma braziliense, que
parasita o intestino de cães e gatos. O ovo, ao ser liberado juntamente com as fezes de cães ou gatos, eclode
liberando uma larva que pode penetrar na pele humana.
A larva, ao penetrar na pele, forma caminhos subcutâneos, avermelhados com secreção pruriginosa.
A profilaxia está em evitar que animais defequem em áreas onde exista a possibilidade de contato humano.

EXERCÍCIOS

1.Qual é o agente causador da filariose?


a) Ascaris lumbricóides
b) Taenia saginata
c) Wuchereria brancofti
d) Ancylostoma duodenali

2. Qual das afirmativas abaixo apresenta uma medida profilática para a teníase?
a) Lavar as mãos
b) Cozimento de carnes
c) Uso de inseticida
d) Melhoria nas condições ambientais

3.(UFF) – Os platelmintos pertencem ao primeiro grupo de animais a possuir sistema excretor. Este é bastante
primitivo, formado por células-flama. A principal função destas células é:
a) Remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sangue e lançá-los para o intestino.
b) Remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sistema circulatório e lançá-lo para o exterior
c) Remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do tecido epitelial e lançá-los para o intestino
d) Remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do ectoderma e lançá-los para os túbulos de
Malpighi
e) Remover o excesso de água e resíduos nitrogenados do mesoderma e lançá-los para o exterior

4.(Unicamp) – No início do século, o Jeca Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, representava o brasileiro de
zona rural, descalço, mal vestido e espoliado por vermes intestinais. Jeca se mostrava magro, pálido e preguiçoso,
características essas decorrentes da parasitose. Sobre o personagem, Monteiro Lobato dizia: “Ele não é assim, ele
está assim”, e ainda, “Examinando-lhe o sangue assombra a pobreza em hemoglobina”.
a) Que vermes intestinais eram responsáveis pelo estado do Jeca?
b) Tendo em vista que esta parasitose ainda hoje acomete milhões de brasileiros, o que as pessoas devem
fazer para não adquiri-la? Por que?

5.(Unesp) – No exame a olho nu, das fezes de uma criança, foi constatada a presença de uma estrutura
esbranquiçada, similar a pedaços de macarrão, cujo nome técnico é proglote. Sua mãe foi informada por algumas
pessoas que não havia motivos para preocupação, uma vez que eram pedaços de um animal que morreu e estava se
desmanchando.
a) A informação recebida pela mãe é correta? Justifique sua resposta
b) Que parasita o menino apresentava e a que filo pertence o animal em questão?

6.(PUC-Campinas) – Na história evolutiva aceita pela maioria dos zoólogos, o primeiro grupo de animais a apresentar
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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

simetria bilateral acompanhada de processo de cefalização é o dos:


a) Poríferos
b) Cnidários
c) Artrópodes
d) Platelmintos
e) Equinodermos

7.Uma criança, depois de passar férias em uma fazenda, foi levada a um posto de saúde com quadro sugestivo de
pneumonia. Os resultados dos exames descartaram pneumonia por vírus ou bactéria. A doença regrediu
sem necessidade de tratamento. Algumas semanas depois, um exame de fezes de rotina detectou parasitismo por
Ascaris lumbricóides e por Enterobius vermicularis (oxiúro). A mãe foi informada de que um dos vermes poderia ter
causado a pneumonia.
a) Qual poderia ter sido o verme responsável? Justifique sua resposta.
b) Cite um outro verme que pode causar sintomas semelhantes no ser humano.

MÓDULO 17

SERES VIVOS – REINO ANIMAL: ARTRÓPODES

Filo Arthropoda

É o filo mais numeroso, pois reúne mais de um milhão de espécies, nas quais as características comuns a
todos são: exoesqueleto de quitina e as pernas articuladas por juntas móveis.
Atualmente o filo Arthropoda é subdividido em 3 subfilos:Crustacea, Chelicerata e Uniramia.
Estudaremos no subfilo Crustacea, a classe Crustacea, no subfilo Chelicerata veremos a classe Arachnida e
no Uniramia as classes Insecta, Chilopoda e Diplopoda.
Os artrópodes são animais triblásticos celomados, protostomados, que surgiram no período Cambriano da
Era Paleozóica, ocupando vários ecossistemas.
Os artrópodes crescem por muda ou ecdise, que é a troca do exoesqueleto de quitina.

- Classe Crustacea

São animais marinhos que tem como características:


✓ Corpo dividido em cefalotórax e abdome
✓ Dois pares de antenas
✓ Um par de mandíbulas
✓ Vários pares de patas
✓ Brânquias
✓ Ausência de asas
✓ Dióicos
Os crustáceos apresentam várias espécies, como: siri, caranguejo, camarão, lagostas, copépodes, dáfnia,
entre outros.

- Classes Chilopoda e Diplopoda

São animais que possuem muitas patas


Os quilópodes apresentam as seguintes características:
✓ Corpo com cabeça e tronco
✓ Um par de antenas
✓ Um par de mandíbulas
✓ Um par de patas por segmento
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✓ Traquéias respiratórias
✓ Não possuem asas

Os diplópodes têm como características:


✓ Corpo com cabeça e tronco
✓ Um par de antenas
✓ Um par de mandíbulas
✓ Dois pares de patas por segmento
✓ Traquéias
✓ Não possuem asas
Temos como exemplo de quilópodes a lacraia e como diplópodos os gongolos.

- Classe Insecta

A classe Insecta é a que possui maior número de representantes do reino dos animais e desempenha uma
função muito importante dentro do reino dos vegetais: a polinização.
É a única classe de artrópodes que possuem representantes com capacidade de voar, o que permitiu a
disseminação pelos vários ecossistemas do mundo.
Os insetos possuem grande diversidade de aparelhos bucais. Essa diversidade contribuiu para a conquista
do ambiente terrestre.
Os aparelhos bucais possuem muitas funções, como:
✓ Mastigador – apresentam a função de cortar e triturar os alimentos. Temos como exemplo a barata, os
gafanhotos, os besouros etc.
✓ Sugador – apresentam a função de sugar os alimentos. Os animais que possuem essa função são aqueles
que absorvem o néctar das flores, como as borboletas e as mariposas.
✓ Lambedor – possuem a capacidade de cortar, triturar e de sugar os alimentos. São representantes as
moscas, as vespas e s abelhas.
✓ Picador – possuem a capacidade de perfurar e sugar líquidos, como os mosquitos, os percevejos e as
pulgas.
Os insetos possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Possuem respiração traqueal, sistema
digestório completo e circulação aberta.
A excreção é realizada pelos tubos de Malpighi e o sistema nervoso é ganglionar.
Possuem três pares de patas, um par de antenas e podem ter um, dois ou nenhum par de asas.
Podem apresentar desenvolvimento direto ou indireto.
Quanto ao desenvolvimento, podem ser classificados em:
✓ Ametábolos – não realizam metamorfose. O desenvolvimento é direto, ou seja, o animal recém-nascido
possui as mesmas características do que o adulto, só é menor.
✓ Hemimetábolos - fazem a metamorfose parcial, isto é, o ovo origina de uma forma larvar chamada ninfa, que
sofrerá uma alteração originando a forma adulta.
✓ Holometábolos – fazem a metamorfose chama-
da de total, porque a larva origina a pupa que sofrerá uma grande transformação, dando origem a forma
adulta.
Temos como exemplo a traça, o gafanhoto e a borboleta, respectivamente.

- Classe Arachnida

Seus representantes possuem 8 patas, corpo dividido em cefalotórax e abdome, não possuem antenas nem
asas. Possuem dois pares de peças bucais: as quelíceras e os pedipalpos.
Temos como exemplo as aranhas, os escorpiões, os ácaros e os carrapatos.
A grande parte dos aracnídeos possui vida livre, mas alguns são parasitas, como os ácaros.
Apresentam sistema respiratório chamado de filotraqueal, pois apresentam traquéias ramificadas que
trocam gases através de pequenos capilares. Esse sistema também é conhecido como “pulmões foliáceos”.
A excreção é realizada por túbulos de Malpighi e por glândulas coxais situadas nas bases das patas.
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O sistema nervoso é ganglionar e o desenvolvimento é completo.

EXERCÍCIOS

1.No Brasil, são conhecidas várias espécies de aranhas venenosas e de insetos vetores de doenças. Esses animais
pertencem ao grupo dos artrópodes, que constituem mais de um milhão de espécies, das quais cerca de 900 mil são
insetos. O grande sucesso evolutivo dos insetos, quando comparados aos demais artrópodes, pode ser explicado
pela seguinte adaptação:
a) Hábitos alimentares diversificados
b) Pequeno porte
c) Presença de exoesqueleto
d) Presença de patas articuladas

2.Os animais: carrapato, besouro, pulga e percevejo podem ser incluídos no mesmo grupo se considerarmos os
parâmetros abaixo citados, exceto:
a) Excreção por tubos de Malpighi
b) Botar ovos
c) Constituir problema para a Saúde Pública
d) Ser um inseto

3.Qual o tipo de corpo característico dos crustáceos:


a) Cabeça e tronco
b) Cabeça, tronco e abdome
c) Cabeça e abdome
d) Cefalotórax e abdome
4.Cite um exemplo de quilópode:
a) Siri
b) Lacraia
c) Gongolo
d) Barata

5.(UNIRIO) – Durante o verão, podemos ouvir, com freqüência, o canto das cigarras, que é um som emitido pelos
machos para atrair as fêmeas ao acasalamento. Nesse mesmo período, observamos exoesqueletos de cigarras
presos às árvores, que popularmente são mencionados como cigarras “estouradas” de tanto cantar. Sabe-se que, na
verdade, é o resultado do crescimento que ocasiona as “mudas” nos insetos.
O hormônio responsável pelas “mudas” nos insetos é o (a):
a) Feromônio
b) Ácido abscísico
c) Auxina
d) Ecdisona
e) Adrenalina

6.(UFRJ) – Os insetos possuem sistema circulatório aberto e, em sua hemolinfa, não existem pigmentos como a
hemoglobina ou a hemocianina – pigmentos responsáveis pelo transporte de oxigênio em outros animais. A maioria
dos insetos é capaz de voar por períodos longos, o que implica necessariamente grande esforço muscular associado
a um consumo elevado de oxigênio.
Explique como é possível para os insetos, na ausência de pigmentos transportadores, obter o oxigênio necessário ao
vôo.

7.(UERJ) – Recentemente, diversos casos de febre amarela foram confirmados em pacientes que residiam nas
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e haviam viajado para regiões de florestas no interior do país. A forma silvestre

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da doença é endêmica em algumas regiões, mas a febre amarela urbana foi erradicada do Brasil desde 1927.
Identifique o agente transmissor de febre amarela urbana e aponte uma forma de combate desta doença nas grandes
cidades.

8.(UFRJ) – O caranguejo-uçá vive na região entremarés dos manguezais, ambientes pobres em cálcio e magnésio.
Em determinada época do ano, os órgãos internos do caranguejo-uçá ficam com uma cor leitosa. Nessa época, os
catadores o denominam de caranguejo-leite e dizem que “ele não presta para comer porque é amargo, dá tontura e
dor de barriga”. Os catadores experientes reconhecem o caranguejo-leite pelo tato, pois ele apresenta carapaça mole
e quebradiça.
Indique o processo que transforma o caranguejo uca
em caranguejo-leite e explique por que seus tecidos assumem um coloração leitosa.

MÓDULO 18

SERES VIVOS – REINO ANIMAL: ANELÍDEOS E MOLUSCOS

Filo Annelida

É formado por animais segmentados, isto é, possuem o corpo dividido em anéis, dispostos em seqüência.
São triblásticos celomados com simetria bilateral. Possuem sistema digestório completo e sistema
circulatório fechado.
Realiza respiração cutânea indireta ou branquial, possui sistema excretor com nefrídios, sistema nervoso
com gânglios cerebróides desenvolvidos e cadeia nervosa ventral com gânglios em cada segmento.
A reprodução é sexuada, com espécies monóicas e dióicas.
As espécies monóicas não fazem autofecundação e sim fecundação cruzada, onde cada espécie cede
espermatozóide para outra.
Os anelídeos possuem três classes principais:
✓ Olygochaeta – são os anelídeos que possuem poucas cerdas corporais e têm cabeça pouco diferenciada.
Seu representante mais conhecido é a minhoca terrestre.

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

✓ Polychaeta – possuem muitas cerdas corporais e cabeça diferenciada com apêndices sensoriais. A grande
parte é marinha, podendo ser predadoras ou filtradoras.
✓ Hirudinea – não possuem cerdas e a cabeça é pouco diferenciada e o corpo levemente achatado. São
conhecidos como sanguessugas, pois a maioria é hematófaga. Vivem em ambientes dulcícolas, mas existem
algumas espécies terrestres.

Filo Mollusca

É o segundo maior filo. Possui aproximadamente 110 mil espécies descritas, só perde para o filo dos
artrópodes.
São animais de corpo mole, triblásticos celomados, simetria bilateral e podem apresentar ou não concha.
Temos espécies de moluscos terrestres, marinhos e dulcícolas.
Possuem o corpo dividido em cabeça, pé e massa visceral. Os órgãos ficam localizados na massa visceral,
que possui uma dobra chamada de manto onde ocorre a secreção da concha.
Sistema digestório completo com glândulas digestivas, sistema circulatório aberto, com exceção dos
cefalópodes, que possuem sistema circulatório fechado.
Sistema respiratório pulmonar ou branquial dependendo do habitat do animal.
Sistema excretor com nefrídios e sistema nervoso com gânglios nervosos e nervos que atingem todo o
corpo.
Fazem reprodução sexuada, com espécies monóicas e dióicas. Apresentam desenvolvimento direto ou
indireto.
O filo Mollusca se divide em 6 classes:
✓ Monoplacophora – possuem como características a presença de uma única concha em forma de capuz que
recobre totalmente a massa visceral e o pé. Só existem espécies marinhas, que se alimentam por filtração.
Exemplo Neopilina.
✓ Amphineura ou Polyplacophora – possuem concha única em forma de cone, aberta em ambas extremidades.
Possuem pé afilado para cavar. Só existem espécies marinhas, vivendo enterrados sob o solo. Possuem
tentáculos que servem para capturar o alimento. Exemplo: Dentalium.
✓ Pelecypoda ou Bivalvia – possuem concha formada por duas valvas articuladas. Possuem pé afilado,
utilizado para cavar. Vivem em ambientes dulcícolas ou marinhos, enterrados ou fixos em objetos
submersos. São organismos filtradores. Exemplo: Mytilus (mexilhão) e Ostrea (ostras).
✓ Gastrópoda – possuem concha univalva espiralada (caramujos e caracóis) ou sem concha (lesmas). Vivem
em ambientes marinhos, dulcícolas ou terrestres. São organismos raspadores. Exemplo: Helix (caracol),
Biomphalaria (caramujo) e Aplysia (lesma do mar).

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

✓ Cefalópoda – possuem concha interna e apresentam pé desenvolvido, transformando-se em tentáculos com


ventosas. Apresentam glândulas que eliminam tinta (defesa). Podem nadar livremente (lulas) ou caminhar
sob o substrato (polvo). A maioria dos representantes é carnívora. Exemplo: Loligo (lula), Octopus (polvo) e
Sepia (sépia).

Observação: as pérolas são formadas a partir da introdução de uma partícula estranha, como por exemplo
um grão de areia, entre a concha e o manto. Esse objeto vai sendo recoberto por várias camadas de nácar.

EXERCÍCIOS

1.(Mackenzie) – Anelídeos e artrópodes têm em comum:


a) Excreção por túbulos de Malpighi
b) Respiração traqueal
c) Corpo organizado em metâmeros ou segmentos
d) Sistema circulatório fechado
e) Sistema digestório incompleto

2.(Mackenzie) – A ocorrência de sistema circulatório fechado, sangue com hemoglobina, três folhetos embrionários
formando um celoma verdadeiro e corpo metamerizado, são características que aparecem em conjunto pela primeira
vez em:
a) Moluscos
b) Anelídeos
c) Insetos
d) Platelmintos
e) Vertebrados

3.(Mackenzie) – A respeito das minhocas, é correto afirmar que:

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

a) São pseudocelomados
b) Têm sistema circulatório fechado
c) São de sexos separados
d) Têm digestão intracelular
e) Têm desenvolvimento indireto

4.(UFRJ) – Para alguns cientistas, os artrópodes teriam surgido a partir dos anelídeos. Os peripatos seriam os
representantes atuais dos possíveis ancestrais dos artrópodes, uma vez que reúnem características dos anelídeos e
dos artrópodes. Os peripatos apresentam corpo vermiforme, são dotados de traquéias, possuem nefrídios, têm
circulação aberta e cutícula de quitina.
Quais dessas características são próprias dos anelídeos e quais características pertencem aos artrópodes?

5.(UFV) – Os invertebrados preparam uma grande festa zoológica. Entretanto, para manter os bons costumes e evitar
confusão, os convites continham a seguinte advertência: “Aqueles que apresentarem fecundação interna não
entram”. Assim, dos invertebrados abaixo, aquele que poderá participar da festa é:
a) A aranha
b) A lombriga
c) O ouriço-do-mar
d) O gafanhoto
e) O caracol-de-jardim
6.(FGV) – Os moluscos bivalvos (ostras e mexilhões) são organismos economicamente importantes como fonte de
alimento para o homem, por possuir alto valor nutritivo. Eles conseguem filtrar grandes volumes de água em poucas
horas, daí serem comumente chamados “organismos filtradores”, mas, em conseqüência, podem acumular, no seu
trato digestivo, altas concentrações de microrganismos e compostos químicos tóxicos, eventualmente presentes na
água onde vivem, assim pondo em risco a saúde pública e
exercendo grande impacto social e econômico nas áreas de sua criação.
Assinale a afirmativa correta:
a) Os moluscos não possuem sistema digestivo
b) Os moluscos não possuem sistema nervoso ganglionar
c) Os mexilhões possuem concha com apenas uma valva
d) Nos mexilhões, as brânquias têm função respiratória e importante papel na nutrição
e) Os moluscos são sempre hermafroditas.

MÓDULO 19

SERES VIVOS – FILO ECHINODERMATA E CHORDATA

Filo Echinodermata

São animais triblásticos celomados, com simetria bilateral enquanto larvas e radial quando adultos.
Possuem esqueleto interno e são exclusivamente marinhos.
Sistema digestório completo e sistema circulatório ausente.
Sistema respiratório reduzido ou ausente. Não possuem sistema excretor. Sistema nervoso constituído por
um anel em torno da boca, de onde partem nervos radiais.
Possuem um sistema hidrovascular que tem como função a locomoção, fixação, a captura de alimentos,
além de auxiliar na respiração e na excreção. Esse sistema é chamado de pés ambulacrários.
A reprodução realizada é sexuada, com indivíduos dióicos, fecundação externa e desenvolvimento indireto.
Este filo é dividido em 5 classes:
✓ Asteroidea – estrela-do-mar
✓ Echinoidea – ouriços-do-mar e bolachas-da-praia
✓ Holoturoidea – pepinos-do-mar

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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

✓ Crinoidea – lírios-do-mar
✓ Ophiuroidea – serpentes-do-mar

Filo Chordata

São animais triblásticos celomados, deuterostomados e com simetria bilateral.


Apresentam durante o desenvolvimento embrionário algumas características como: notocorda, tubo nervoso
dorsal, fendas branquiais e cauda.
A notocorda é um eixo semi-rígido dorsal, localizado entre o tubo nervoso e o tubo digestivo. É constituída
por células envoltas em material fibroso. Os vertebrados terão a notocorda substituída pela coluna vertebral quando
chegarem ao estágio final do desenvolvimento embrionário.
Os cordados possuem o tubo nervoso na região dorsal, situação contrária ocorre nos invertebrados, que
possuem seu sistema nervoso na região ventral. A região anterior ao tubo nervoso se dilatará, formando o encéfalo e
o resto do tubo a medula espinhal.
Na região lateral das faringes dos embriões, surgirão fendas, e ao redor destas surgirão os arcos
esqueléticos.
Se o animal for aquáticos esse arcos permanecem para oferecer sustentação às brânquias. Se o animal for
terrestre, essas fendas se fecham e os arcos se modificam para poderem formar a mandíbula.
Todos os cordados possuem cauda durante a fase embrionária, que dependendo da espécie irá sofrer
algumas modificações ou desaparecer de vez.
O filo Chordata é dividido em 3 subfilos:
✓ Urochordata ou Tunicata
✓ Cephalocordata
✓ Vertebrata

- Subfilo Urochordata

O animal que representa esse subfilo é a ascídia.

- Subfilo Cephalocordata

O animal que representa esse subfilo é o anfioxo.


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CURSO ARAR BIOLOGIA PRE VEST

- Subfilo Vertebrata

É dividido em 2 superclasses e sete classes.

- Superclasse Pisces (peixes)

É formada por três classes: os peixes ágnatos, os condrictes e os osteíctes.

- Peixes ágnatos

São os peixes sem mandíbula. São conhecidos como ciclóstomos pelo fato de terem uma boca circular.
Possuem nadadeiras ímpares, coração com duas cavidades, respiração branquial e dimorfismo sexual.
Excretam como produtos nitrogenados a amônia e a uréia.
Podemos citar como exemplo as lampreias (marinhas ou dulcícolas) e as feiticeiras (marinhas).
As lampreias são parasitas de outros peixes. A boca circular desses animais funciona da mesma forma que
uma ventosa, fixando o animal ao corpo de outros peixes. São hematófagas.

- Peixes condrictes

Podemos citar como exemplo o tubarão e as raias.


Possuem esqueleto cartilaginoso, olfato bastante apurado, visão que capta baixa luminosidade e apresenta a
linha lateral e a ampola de Lorenzini, que permite ao animal captar vibrações causadas por qualquer tipo de objeto na
água.
Coração com duas cavidades e circulação simples.
Presença de fendas branquiais sem opérculo e trifossole (válvula espiral intestinal), com as nadadeiras em
pares.
Tem como produto nitrogenado excretado a uréia.

- Peixes osteíctes

Apresentam o esqueleto formado por estruturas ósseas, chamadas “espinhas”.


Coração com duas cavidades, circulação simples e respiração branquial, porém possuem suas brânquias
cobertas por um opérculo.
Presença de bexiga natatória, que atua como um órgão hidrostático.
Sistema nervoso cérebro-espinhal e presença de linha lateral.
Apresentam rim mesonefro, excretando como produto nitrogenado a amônia.

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- Superclasse Tetrapoda

Abrange os anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

- Anfíbios

Possuem pele úmida, pois realizam respiração cutânea predominante, além da pulmonar do tipo saculiforme.
Coração com três cavidades e circulação dupla incompleta.
Rim do tipo mesonefro torácico, excretando como produto nitrogenado a uréia.
Apresentam dimorfismo sexual e fecundação externa.

Está dividido em três ordens:


✓ Ápodos – são as cobras-cegas. Não têm patas e possui corpo alongado para cavar em solos úmidos.
✓ Anuros – são os sapos, as rãs e as pererecas. Não possuem cauda na fase adulta e têm a língua presa na
região anterior da boca, para capturar insetos.
✓ Urodelos – são as salamandras. Possuem patas e cauda na fase adulta.

- Répteis

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Conquistaram definitivamente o ambientes terrestre. Com sua pele seca, protegida através de placas
queratinizadas e fecundação interna, com postura de ovos protegidos por uma casca calcária, esses animais
conseguiram evitar o maior estresse do ambiente terrestre: a desidratação.
Possuem sistema digestório completo, respiração pulmonar, coração com três cavidades, exceto nos
crocodilianos que já possuem quatro cavidades.
Circulação completa nos crocodilianos e incompleta nos demais répteis.
Possuem rim metanefro que excreta com produto nitrogenado o ácido úrico.

São divididos em quatro ordens:


✓ Quelônio – apresentam carapaça com placas epidérmicas, não tem dentes e podem ser carnívoros ou
herbívoros. Exemplo: tartaruga, jabuti etc.
✓ Escamados – apresentam escamas córneas com mudas constantes. São classificados em lacertílios
(lagartos) e ofídios (cobras). Exemplo: camaleão, lagartixa, sucuri, etc.
✓ Crocodilianos – apresentam escamas córneas e placas epidérmicas. São animais de água doce ou marinhos.
Exemplo: crocodilo e jacaré.
✓ Esfenodontes – muito parecidos com os lagartos. Apresentam um olho pineal, que capta variações das
radiações de luz. Exemplo: tuatara.

- Aves

De uma forma geral, possuem o corpo coberto por penas, que agem como um controle endotérmico,
lembrando que as aves são animais endotérmicos.
Sistema digestório composto por papo, proventrículo e moela. Possuem circulação fechada, coração com
quatro cavidades e circulação dupla completa.
Respiração pulmonar com a presença de sacos aéreos e ossos pneumáticos, que permitem a diminuição do
peso dos ossos.
Excretam como produto nitrogenado ácido úrico e possuem rim metanefro.
São animais ovíparos.
As aves se dividem em algumas ordens, tais como:
✓ Anseriforme – pato, ganso e cisne
✓ Galiforme – peru e galinha
✓ Psitaciforme – papagaio e araras
✓ Estrigiforme – coruja
✓ Esfenisciforme – pingüim

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- Mamíferos

Possuem pêlos, glândulas mamárias e musculatura diafragmática. Essas características são exclusivas da
classe.
São animais vivíparos, mas existe ainda uma ordem ovípara.
Podem ser classificados de acordo com a evolução dos processos evolutivos, principalmente no
aparecimento da placenta, que conferiu a viviparidade.
Logo, os mamíferos estão classificados como:
✓ Ordem Monotrema – ornitorrinco e équidna