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Introdução
Literatura em língua alemã desde o século VIII até nossos dias, incluindo as
obras de autores austríacos e suíços. É dividida em períodos que correspondem ao
desenvolvimento da língua alemã e ao crescimento e unificação da Alemanha como
nação. Ver também Literatura austríaca.
No final do século XV, o teatro em alemão começou a tomar forma secularizada nas
Fastnachtsspiele (representações de carnaval). Entre os dramaturgos mais importantes
estão Burkard Waldis, Nikodemus Frischlin e Hans Sachs.
No princípio do século XVII, o crítico Martin Optiz defendeu a imitação dos
modelos literários franceses. Nesta época, poetas como Simon Dach, Paul Flemming,
Johann Scheffler, comumente chamado Angelus Silesius, o barão Friedrich von Logau e
Paul Gerhardt alcançaram uma maior individualidade de expressão.
Os efeitos da Guerra dos Trinta Anos podem ser sentidos na obra do romancista
Hans Jakob Christoph von Grimmelshausen. As comédias do satírico Andreas Gryphius
também descrevem o desencanto posterior à guerra.
Século XVIII
No começo do século XVIII ocorre um importante movimento que rompe com
as influências estrangeiras e aparece o realismo no romance. No primeiro período,
chamado pré-clássico, destacam-se: Christian Fürchtegott Gellert, Friedrich Gottlieb
Klopstock — autor do poema épico religioso Messias — e Christoph Martin Wieland.
August Wilhelm von Schlegel (1767-1845) foi, junto com seu irmão Friedrich,
um dos críticos importantes do primeiro período romântico alemão. Escreveu Preleções
sobre literatura e arte (1801) e Sobre literatura e arte dramática, entre outras obras.
Ficaram célebres suas traduções de Shakespeare, Calderón de la Barca, Luís Vaz de
Camões, Garcilaso, Lope de Vega, Petrarca e Torquato Tasso.
Os dramas de Gotthold Ephraim Lessing estão na origem do teatro moderno
alemão e do florescimento do espírito iluminista na Alemanha.
O filósofo Johann Gottfried von Herder foi a figura dominante do Sturm und
Drang, movimento que tomou por empréstimo o nome de uma obra teatral de Friedrich
Maximilian von Klinger. Este movimento defendia o uso de elementos nacionais e foi
inspirado na Volkslied (poesia popular) cujos princípios podem ser encontrados nos
primeiros dramas de Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich von Schiller.
O período clássico se manifesta na evolução de Goethe e Schiller, durante a
transição do romantismo para o classicismo, circunstância que também se apresenta na
obra do poeta Friedrich Holdërlin, do dramaturgo e autor de romances curtos Heinrich
von Kleist e nas narrativas do humorista Johann Friedrich Richte (mais conhecido pelo
pseudônimo de Jean Paul).
Em 1798, a crescente tendência romântica tornou-se dominante com a primeira
aparição do periódico Das Athenäum, editado por três amigos: o escritor Ludwig Tieck
e os críticos August Wilhelm von Schlegel e Friedrich von Schlegel. Das Athenäum
influenciou poetas como Ernst Moritz Arndt e Karl Theodor Körner. A obra do filósofo
Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling deu ao movimento uma base filosófica,
enquanto que as narrativas populares e a mitologia recebiam uma atenção nas
compilações feitas pelos irmãos Grimm. Uma notável coleção de canções populares
alemães foi compilada pelo poeta e dramaturgo Clemens Maria Brentano e seu cunhado
Achim von Arnim.
Os temas românticos caracterizam a obra de Novalis, Ludwig Tieck, Joseph von
Eichendorff, Adelbert von Chamisso, Ludwig Uhland, Eduard Mörike, Nikolaus Lenau
e E. T. A. Hoffmann, o mestre do conto fantástico.
Revolução e Reação
Durante a década de 1830, o movimento chamado Junges Deutschland (Jovem
Alemanha) — do qual participava Heinrich Heine — apoiou os liberais na tentativa de
modificar o poder absoluto dos príncipes feudais.
As idéias políticas dominaram o teatro alemão do século XIX. Além de Christian
Dietrich Grabbe, destacam-se o dramaturgo revolucionário Georg Büchner, pioneiro do
realismo psicológico, Friedrich Hebbel, o austríaco Franz Grillparzer, Ferdinand
Raimund, Johann Nepomuk Nestroy e Ludwig Anzengruber. O compositor Richard
Wagner exerceu uma profunda influência no teatro alemão do século XIX.
Entre os narradores mais populares do século XIX encontram-se Adalbert
Stifter, o romancista suíço Gottfried Keller, Jeremias Gotthelf, Wilhelm Raabe, Conrad
Ferdinand Meyer, Theodor Storm e Theodor Fontane.
O idealismo dominante foi substituído pelo materialismo que se manifesta na
obra de autores como Paul Johann Anselm von Feuerbach, Leopold von Ranke —
considerado o fundador da escrita objetiva da história —, Theodor Mommsen e Jakob
Burckhardt.
O desenvolvimento da psicologia e da história, combinados com a concepção de
Nietzsche de ser o artista um crítico radical da sociedade, inspiraram os movimentos
literários mais importantes do final do século XIX e princípio do XX: o naturalismo, o
expressionismo e o teatro épico.
O movimento naturalista apareceu depois do apogeu do realismo. Entre seus
maiores expoentes figuram Arthur Schnitzler e Gerhart Hauptmann.
No princípio do século XX, outros movimentos importantes da literatura alemã
XX foram o neoclassicismo, neo-romantismo, o simbolismo, o surrealismo, o dadaísmo
— e, com uma maior importância para as letras alemãs à qual está intimamente
vinculado — o expressionismo que insiste em enfatizar os problemas psicológicos.
Além do dramaturgo Frank Wedekind, destacam-se Walter Hasenclever, Ernst Toller,
Fritz von Unruh, Georg Kaiser, Carl Zuckmayer, Georg Trakl, Georg Heym e Franz
Werfel.
O dramaturgo mais original e sugestivo do período moderno foi Bertolt Brecht.
Começou como expressionista, mas logo desenvolveu seu próprio estilo que encontraria
continuidade nas obras de Peter Weiss, Rolf Hochhuth e Heinar Kipphart. Outros
autores teatrais importantes são Friedrich Dürrenmatt e Max Rudolf Frisch.
https://www.historiadomundo.com.br/germanica/literatura-alema.htm