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ÁLGEBRA LINEAR
1.1. Introdução
1
É usual dividir o plano cartesiano em 4 quadrantes. Tais quadrantes
apresentam-se no sentido anti-horário do 1º ao 4º, tal como indicado na
figura anterior.
A interseção dos dois eixos corresponde à origem do plano cartesiano,
representada pelo ponto O na figura anterior.
Os dois eixos são normalmente designados pelas letras maiúsculas X e
Y.
2
Exemplo 1: Calcular a distância entre os pontos A (-4,3) e B (3,-2).
Solução
̅̅̅̅̅̅
𝐏 2 2
𝟏 𝐏𝟐 = √(−1 − 5) + (−3 + 1) = √36 + 4 = √40 = 2√10
̅̅̅̅̅̅
𝐏 2 2
𝟐 𝐏𝟑 = √[5 − (−2)] + (−1 − 10) = √49 + 121 = √170
̅̅̅̅̅̅
𝐏 2 2
𝟏 𝐏𝟑 = √[−1 − (−2)] + (−3 − 10) = √1 + 169 = √170
3
Exemplo: calcular as coordenadas do ponto médio do segmento ̅̅̅̅
𝐀𝐁,
sendo:
A (4,-1) e B (-2,-3).
Solução
xM = (4 - 2)/2 = 1
yM = (-1-3)/2 = -2
tan() =
Vale lembrar que m é um número real, que pode ser positivo, negativo
ou nulo. Tem-se, então, as seguintes situações:
4
m < 0: reta “sobe” à esquerda
m = 0: reta horizontal
= 0o
5
Esta equação ou fórmula é conhecida como equação de uma reta no
plano sendo conhecidas sua inclinação e as coordenadas de um ponto
nela contido.
Exemplo: Determinar a equação da reta que passa pelo ponto A (1,2) e
que possui coeficiente angular = 1/2.
Solução
y - 2 = 1/2 (x - 1) 2y - 4 = x - 1
ou:
x - 2y + 3 = 0
Y
3
1
h
X
0
0 1 2 3 4 5
x - 2y + 3 = 0
2y = x + 3
6
ou ainda:
m = 1/2 e h = 3/2
2y = 5x - 4
m = 5/2 e h = -2
x - 2y + 3 = 0
7
Ax + By + C = 0
Equação: y = K (constante)
Equação: x = K (constante)
Equação: Ax = By ou y = Kx
(K = constante)
8
Em termos de suas equações cartesianas, para duas retas paralelas, r1
e r2, tem-se:
r1: Ax + By + C1 = 0
r2: Ax + By + C2 = 0
C1 C2
Demonstra-se que, se duas retas s1 e s2 são perpendiculares entre si,
suas inclinações guardam a seguinte relação: m1.m2 = -1.
Em outras palavras:
s1 s2 m1.m2 = -1
9
1 1 + 2 −1 − 1 2
= =
12 + 22 5
Sejam duas retas paralelas entre si, cujas equações cartesianas são
r1: ax + by + c 1 = 0
r2: ax + by + c 2 = 0
Demonstra-se que a distância entre r1 e r2 é dada pela seguinte fórmula:
10
1.15. Problemas
1) Determinar a equação da reta que passa pelo ponto P (-2,3) e que forma
com o eixo das abcissas o ângulo = 135o.
Dado: tan (135o) = -1
Solução
Pelo fato do ângulo que a reta forma com o eixo das abcissas ser > 90o,
conclui-se que se trata de uma reta que sobe “à esquerda”, ou que m < 0.
Nesse caso, m = tan (135o) = -1
Usando a equação reduzida da reta e considerando que:
xo = -2
yo = 3
escreve-se:
y - 3 = -1[x - (-2)] y - 3 = -(x + 2) x + y - 3 + 2 = 0
x + y - 1 = 0 (resposta do problema)
3y = -x + 7
11
3) Sejam os seguintes pontos no plano cartesiano:
A (5,2), B (2,-3) e C (0,5).
Demonstrar que os pontos A, B e C constituem os vértices de um triângulo
retângulo.
Solução
Para que os pontos em questão formem um triângulo retângulo, o produto das
inclinações de 2 dos lados do triângulo deve ser igual a -1 (ver item 1.11).
Calculam-se:
segmento ̅̅̅̅
AB:
̅̅̅̅:
segmento AC
segmento ̅̅̅̅
BC:
Portanto, como m1.m2 = -1, conclui-se que o triângulo formado pelos pontos em
questão é retângulo, sendo os catetos formados pelos lados AB e AC.
Recomenda-se que os alunos, com auxílio de papel milimetrado, localizem os
pontos do exercício no plano cartesiano e desenhem o triângulo formado.
M:
12
Os alunos devem verificar que qualquer ponto pertencente a esta reta mediatriz
é equidistante dos pontos P e Q. Por exemplo, A (4,-8).
Solução
Uma vez que as temperaturas variam de forma linear, pode-se considerar um
espaço a 2 dimensões no qual os eixos são C e F e cujos pontos
correspondem aos pares de temperaturas em graus Celsius e graus Farenheit.
A figura a seguir ilustra esse espaço, bem como os dados informados no
enunciado.
250
F
200
(100,212)
150
100
50
(0,32)
0
0 20 40 60 80 100 120
C
Usando, por exemplo, o ponto (0,32) e aplicando a equação da reta que passa
por esse ponto e possui inclinação m = 9/5, tem-se:
(1)
9C - 5F + 160 = 0
13
Os alunos devem certificar-se que, ao colocar a equação (1) acima de outra
forma, chega-se à conhecida expressão normalmente utilizada para relacionar
as duas escalas de temperatura:
Solução
Solução
x1 + x2 = 2
y1 + y2 = 4
Uma vez que P deve estar sobre a reta r e Q sobre a reta s, suas coordenadas
devem satisfazer as equações dessas retas. Portanto, conclui-se que:
y1 = x1
e
y2 = 4x2
14
Substituindo esses valores nas equações acima, chega-se ao seguinte sistema
de duas equações a duas incógnitas:
x1 + x2 = 2
x1 + 4x2 = 4
15
2. MATRIZES
2.1. Introdução
Idade
Nome Altura (m) Peso (kg)
(anos)
Paulo 1,70 70 23
Maria 1,75 60 22
Ana 1,60 52 25
Carlos 1,81 72 30
1,70 70 23
1,75 60 22
1,60 52 25
1,81 72 30
2.2. Definições
Uma matriz é referenciada pelo número de linhas e de colunas - nessa
ordem - que ela contém.
É comum utilizar-se uma letra maiúscula para referir-se a uma matriz e
duas letras minúsculas, em geral m e n, para denotar a quantidade de
linhas e colunas, respectivamente, de tal matriz
Assim, chama-se A3x4 (diz-se A, 3 por 4) a matriz abaixo que contém 3
linhas e 4 colunas:
2 1 -3 7
A= -3 0 8 0
4 5 3 -2
Ou seja: m = 3 e n = 4
Ao elemento de uma matriz associa-se a letra minúscula correspondente
ao nome da matriz e duas letras minúsculas, em geral i e j, para denotar
o número da linha e o número da coluna na qual tal elemento se situa.
Assim, bij é o elemento da i-ésima linha e j-ésima coluna da matriz B.
16
Desta forma, para a matriz A acima, tem-se:
a23 = 8 (i = 2 e j = 3)
a14 = 7 (i = 1 e j = 4)
Esquematicamente:
a1j
a2j
.
. são os elementos da coluna j
.
amj
2 -4 0
A= 1 -5 7
3 0 8
A= 1 2 -3 B= -2 1 5
3 4 0 0 3 -4
C= 1-2 2+1 -3 + 5 = -1 3 2
3+0 4+3 0-4 3 7 -4
17
O mesmo procedimento é válido para a subtração. Considerando as
mesmas matrizes A e B anteriores, fazendo D = A - B, obtém-se:
D= 3 1 -8
3 1 4
B = A bij = .aij
-2 1 6 -3
A= 0 3 B = A = 0 -9
5 -4 -15 12
18
Fica evidente que o produto de matrizes não é comutativo.
6 -3
F= 0 -9 Ft = 6 0 -15
-15 12 -3 -9 12
2.7. Problemas
Solução
19
Para que duas matrizes sejam iguais, todos seus elementos devem também
ser iguais. Portanto, obtêm-se as seguintes relações:
a-1=1a=2
b-2=1b=3
c - 3 = -1 c = 2
d - (-1) = 1 d = 0
e-0=1e=1
f - (-2) = -1 f = -3
g-4=3g=7
h - (-3) = -2 h = -5
i-5=1i=6
Solução
A3 x 3 x B3 x 2 = C3 x 2
20
3. SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
3.1. Introdução
3.2. Definições
Uma equação é dita linear quando são iguais a 1 (um) os expoentes das
variáveis que nela aparecem. Exemplo: a equação
2x + 4y - 6z = 3
é denominada uma equação linear em x, y e z.
Na equação anterior, tem-se:
x, y e z: variáveis;
2, 4, -6: coeficientes das variáveis;
3: termo independente
De forma genérica, escreve-se uma equação linear com n variáveis:
a1x1 + a2x2 + ..... + anxn = b
sendo:
- variáveis: x1, x2, ..., xn;
- coeficientes: a1, a2, ..., an;
- termo independente: b
21
- coeficientes: aij, i varia de 1 a m e j varia de 1 a n;
- termos independentes: bj.
Nesta disciplina, a atenção recairá sobre sistemas nos quais o número
de equações é igual ao número de incógnitas.
Por exemplo, o sistema de equações a seguir:
x + 2y = 1
2x + y = 0
2x + y - 3z = 5
3x - 2y + 2z = 5
5x - 3y - z = 16
=
e
X = A-1 x B
Matriz 3 x 3
Nesse caso, para resolver é necessário duplicar as duas primeiras
colunas à direita da 3a coluna da matriz. Em seguida, a sequência de
multiplicações é semelhante à anterior - ver figura a seguir. Sendo:
2 1 -3
A= 3 -2 2
5 -3 -1
2 1 -3 2 1
3 -2 2 3 -2
5 -3 -1 5 -3
23
det A = 2(-2)(-1) + 1x2x5 + (-3)3(-3) - [5(-2)(-3) + (-3)2x2 + (-1)3x1] =
= 4 + 10 + 27 - (30 - 12 - 3) = 41 - 15 = 26
2 1 -3
3 -2 2 Soma dos produtos em azul: sinal positivo
5 -3 -1 Soma dos produtos em vermelho: sinal negativo
2 1 -3
3 -2 2
2x + 3y - z = 1
3x + 5y + 2z = 8
x - 2y - 3z = -1
24
Novamente, aplicando a Regra de Sarrus, calcula-se:
det Ax = 66 (os alunos devem verificar!)
x = det Ax / det A
x = 66 / 22 = 3
det Ay = -22
det Az = 44
y = det Ay / det A
z = det Az / det A
y = -22 / 22 = -1
z = 44 / 22 = 2
x=3
y = -1
z=2
25
3.8. Problemas
1) Calcule os valores de k para os quais o determinante da matriz a seguir é
nulo.
Solução
2k2 - 4k = 0 2k(k - 2) = 0,
4x + 5y = 2
11x + y + 2z = 3
x + 5y + 2z =1
Solução
para a qual calcula-se, pela Regra de Sarrus (os alunos devem verificar):
det A = -132
det Ax = -36
det Ay = -24
Solução
a + b + c = -3
9a + 3b + c = -7
16a + 4b + c = -6
y(x) = x3 - 6x2 + 2x + 10 = 0
28
4. VETORES
⃗ ou 𝐀𝐁
O vetor a seguir pode ser representado por 𝐕 ⃗⃗⃗⃗⃗ , sendo A e B suas
extremidades.
Um vetor não possui posição fixa, pode ser aplicado em qualquer ponto,
tanto no plano, como no espaço a 3 dimensões;
É comum e conveniente referir-se a um vetor a partir das coordenadas
de seus pontos extremos, seja no R2 ou no R3. Por exemplo:
⃗ = (1,2), no plano cartesiano;
𝐕
⃗⃗⃗ = (3,-2,4), no espaço a 3 dimensões.
𝐖
29
4.3. Soma, subtração e produto de vetor por número
30
Por sua vez, o produto de um vetor 𝐕 ⃗ por um número fornece como
resultado outro vetor, cujo significado é:
|| > 1 o módulo do vetor aumenta;
|| < 1 o módulo do vetor diminui;
< 0 inverte-se o sentido do vetor.
Mais uma vez, esta operação é bastante simples a partir das
coordenadas do vetor. Sendo:
= -3 e 𝐕
⃗ = (1,0,4) 𝐖⃗⃗⃗ = 𝐕
⃗ = [(-3)x1,(-3)x0,(-3)x4] = (-3,0,-12)
Na figura a seguir ilustra-se esta última operação para um valor do
número > 1.
Y
V
Vy
Vy
Vx Vx
X
⃗ (x1,y1) ‖𝐕
𝐕 ⃗ ‖ = √𝐱 𝟏 𝟐 + 𝐲𝟏 𝟐
⃗ (x1,y1,z1) ‖𝐗
𝐗 ⃗ ‖ = √𝐱 𝟏 𝟐 + 𝐲𝟏 𝟐 + 𝐳𝟏 𝟐
Exemplos:
A (1,1,-1) e B (6,4,-2) 𝐀𝐁 ⃗⃗⃗⃗⃗ = [6-1,4-1,-2-(-1)] = (5,3,-1)
X (-2,3) e Y (0,-4) 𝐗𝐘
⃗⃗⃗⃗⃗ = [0-(-2),-4-3] = (2,-7)
Para calcular o módulo de um vetor a partir das coordenadas de seus
pontos extremos as fórmulas são análogas às do cálculo da distância
entre dois pontos, seja no R2 ou no R3.
No R2, sendo B (xB,yB) e A (xA,yA)
Exemplo:
A (3,1) e B (0,-2) ||𝐀𝐁
⃗⃗⃗⃗⃗ || = √(0 − 3)2 + (−2 − 1)2 = √9 + 9 = √18
No R3, sendo C (x1,y1,z1) e D (x2,y2,z2)
⃗ ou 𝐖
= 0, se 𝐕 ⃗⃗⃗ é nulo;
⃗ .𝐖
𝐕 ⃗⃗⃗
⃗⃗⃗ ||.cos, sendo o ângulo formado entre os 2 vetores.
⃗ ||.||𝐖
= ||𝐕
32
Entretanto, como se deseja normalmente obter o menor ângulo entre os
vetores, modifica-se a fórmula anterior, obtendo-se:
⃗ (1,1) e ⃗𝐁
1) Calcular o ângulo formado entre os vetores 𝐀 ⃗ (4,3)
Solução
⃗ || = √12 + 12 = √2
||𝐀
⃗⃗ || = √42 + 32 = √25 = 5
||𝐁
⃗ .𝐁
𝐀 ⃗⃗ = 1x4 + 1x3 = 7
Usando a fórmula, obtém-se: = 8,1º
Solução
O (0,0,0) D (1,1,1)
C
Y
A
X B (1,1,0)
34
a fórmula que relaciona os módulos de dois vetores 𝐕
⃗ e𝐖
⃗⃗⃗ multiplicados
vetorialmente entre si e o do vetor resultado, bem como o ângulo
formado entre os dois vetores é:
X
Sendo dois vetores 𝐕 ⃗ (vx,vy,vz) e 𝐖⃗⃗⃗ (w x,w y,w z), calcula-se o resultado do
produto vetorial entre eles, 𝐔⃗ =𝐕 ⃗ x𝐖 ⃗⃗⃗ , por meio do seguinte
determinante simbólico, no qual 𝐢, 𝐣 e 𝐤 representam os vetores
unitários:
Exemplo:
⃗ = 𝐢 + 2𝐣 - 2𝐤 (1,2,-2) e 𝐁
sendo 𝐀 ⃗⃗ = 3𝐢 + 𝐤 (3,0,1), segue que,
= 2 - 7 -6 (2,-7,-6)
35
⃗ . (𝐁
n=𝐀 ⃗⃗ x 𝐂), sendo n um no real
Exemplo. Considerando:
⃗ = 2i - j + 3k
𝐔 ⃗ (2,-1,3)
𝐕⃗ = -i + 4j + ⃗k (-1,4,1)
⃗⃗⃗
W = 5i + j - 2k ⃗ (5,1,-2)
o produto misto 𝐔 ⃗ .(𝐕
⃗ x𝐖⃗⃗⃗ ) é calculado por:
36
Demonstra-se que o módulo do resultado do produto misto corresponde
ao volume do paralelepípedo formado entre os 3 vetores, o que é
ilustrado na figura a seguir.
Decorre também do produto misto o fato que, se o resultado desta
operação é nulo, os 3 vetores são coplanares. Ou seja, se:
𝐀 ⃗⃗ x⃗⃗⃗𝐂) = 0 𝐀
⃗ . (𝐁 ⃗,𝐁
⃗⃗ e 𝐂 pertencem a um mesmo plano.
4.9. Problemas
1) Calcular os ângulos internos do triângulo cujos lados são A (1,2), B (-1,-1) e
C (2,-2).
Solução
1 = 47,73º
2 = 74,74º
37
3 = 57,53º
Solução
⃗ 𝐕
Se 𝐔 ⃗ , então o produto escalar entre eles é nulo. Assim, escreve-se:
(x,y,1).(1,3,4) = 0 x + 3y + 4 = 0 x = -4 - 3y (1)
x2 + y2 + 1 = 3 x2 + y2 - 2 = 0 (2)
⃗ .(2𝐢 + 3𝐣 + 4𝐤) = 9
𝐀
⃗ x (-𝐢 + 𝐣 - 𝐤) = -2 𝐢 + 2𝐤
𝐀
Solução
38
(x,y,z).(2 i+ 3j+ 4⃗k) = 9 (x,y,z).(2,3,4) = 9. Desenvolvendo, obtém-se:
2x + 3y + 4z = 9 (1)
y+z=2
x-z= 0 x= z
x+ y= 2
x+ y= 2 x+ y= 2
6x + 3y = 9 2x + y = 3
⃗⃗⃗ (1,1,1).
Portanto, a resposta do problema é: 𝐀
39
Solução
⃗⃗⃗⃗⃗ .(𝐀𝐃
Calcula-se o produto misto 𝐀𝐁 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ x ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐀𝐄), cujo resultado obtém-se por
meio do seguinte determinante:
Solução
E, analogamente,
40
Observação: demonstra-se que, para qualquer vetor no espaço a 3
dimensões, a seguinte relação é obedecida:
41
5. ESTUDO DO PLANO
5.1. Conceitos geométricos
𝐖
X
π 𝐕
x = xo + t.x1 + s.x2
y = yo + t.y1 + s.y2
z = zo + t.z1 + s.z2
42
Esse conjunto de equações é conhecido como equações paramétricas
do plano.
Embora essa abordagem seja suficiente para resolver todas as questões
relativas ao estudo do plano, ela não será priorizada neste curso. Será
utilizado o formalismo conhecido como equação cartesiana do plano,
apresentado a seguir.
P (x,y,z)
Po (xo,yo,zo)
ax + by + cz + d = 0,
na qual d é uma constante, cujo valor é igual a (axo + byo + czo).
Em relação a esta equação devem ser assinalados os seguintes pontos:
trata-se de uma equação do 1 o grau em x, y e z. Fica evidente a
analogia entre a equação do plano no espaço a 3 dimensões e a
equação de uma reta no plano cartesiano: Ax + By + C = 0;
43
as coordenadas do vetor normal ao plano encontram-se multiplicadas
às variáveis x, y e z, facilitando sobremaneira o estabelecimento da
equação deste plano, como mostrado no exemplo seguinte.
4x + 2y - 5z + 25 = 0
B (xB,yB,zB)
A (xA,yA,zA)
C (xC,yC,zC)
9x + y - 5z - 16 = 0
Outra solução possível para este problema pode ser obtida igualando-se
a zero o determinante cuja primeira linha se escreve:
x - a, y - b e z - c,
sendo a, b e c as coordenadas x, y e z, respectivamente, de qualquer
um dos pontos A, B e C, e as linhas restantes correspondentes às
⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝐀𝐂
coordenadas dos vetores 𝐀𝐁 ⃗⃗⃗⃗⃗ . Usando, por exemplo, as cordenadas
do ponto C, tem-se:
det
Po (xo,yo,z0)
45
Fazendo o produto vetorial 𝐕 ⃗ x𝐖 ⃗⃗⃗ obtém-se o vetor normal ao plano
definido neste caso. Novamente, por meio das coordenadas de Po,
chega-se ao valor da constante d na equação do plano.
Exemplo: determinar a equação do plano paralelo a 𝐕 ⃗⃗⃗ (1,2,-1) e
⃗⃗⃗ (2,0,3) e que contém Po (1,0,1)
𝐖
Solução
⃗ x𝐖
𝐕 ⃗⃗⃗ = 𝐍
⃗⃗ = 6𝐢 - 5𝐣 - 𝟒𝐤 = (6,-5,-4)
Os alunos devem verificar o cálculo do produto vetorial. Portanto a
equação parcial de é: 6x - 5y - 4z + d = 0
Usando as coordenadas de Po, obtém-se:
6x1 - 0 - 4x1 + d = 0 d = -2
Consequentemente, a equação do plano fica:
6x - 5y - 4z - 2 = 0
Assim como no caso anterior, esta equação pode ser obtida igualando-
se a zero o determinante indicado a seguir, no qual a primeira linha é
escrita a partir das coordenadas do ponto Po e as outras correspondem
às coordenadas de 𝐕 ⃗ e𝐖
⃗⃗⃗ .
det
B (xB,yB,zB)
A (xA,yA,zA)
2x - y - 5z = 0
47
Uma das propriedades do plano mediador é que qualquer ponto
pertencente a este plano é equidistante dos pontos extremos do
segmento que lhe deu origem.
Uma vez que a reta definida pelos pontos extremos - pontos A e B
na figura anterior - é perpendicular ao plano, o vetor cujas
extremidades são estes pontos é o próprio vetor normal do plano
mediador. Tal fato será mostrado mais adiante em um exemplo
numérico.
48
Considerando um ponto qualquer desse plano, por exemplo o
ponto P (0,3,3), calculam-se as distâncias:
distância de P a A, d(P,A) =
5.7. Problemas
1) Determinar a equação do plano paralelo ao plano P1 cuja equação é
2x - y + 5z - 3 = 0 e que passa pelo ponto A (1,-2,1).
Solução
O vetor normal ao plano P1, 𝐍⃗⃗ (2,-1,5), é também normal ao plano procurado.
Chamando este último de P2, a equação parcial de P2 é: 2x - y + 5z + d = 0
Substituindo as coordenadas de A nesta equação, segue que:
2x1 - (-2) + 5x1 + d = 0 d = -9
Desta forma, a equação de P2 se escreve:
2x - y + 5z - 9 = 0
Solução
Se um plano é perpendicular simultaneamente a outros dois, então seu vetor
normal é paralelo ao produto vetorial dos vetores normais de tais planos. Neste
caso, tem-se:
plano P1 → ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 = (1,2,-3);
plano P2 → ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 = (2,-1,4).
𝐍𝟏 x 𝐍𝟐 (verificar!) = 5𝐢 - 10𝐣 - 5𝐤 = (5,-10,-5) (1,-2,-1)
⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗
Portanto, a equação parcial do plano procurado é: x - 2y - z + d = 0
Com base nas coordenadas do ponto A, escreve-se:
2x1 - 2(-1) + d = 0 d = 0
Logo, a equação deste plano é:
x - 2y - z = 0
Solução
A equação do plano P1 pode ser reescrita na forma y - z = 0
Sendo assim, o vetor normal desse plano é ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 (0,1,-1).
Se o plano deve ser perpendicular a P1, então o vetor ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 é paralelo ao plano
procurado e estamos diante do caso 3 apresentado no item 2.4 - plano paralelo
a um vetor e contendo dois pontos de coordenadas conhecidas.
A partir das coordenadas de A e B, calcula-se:
49
⃗⃗⃗⃗⃗ = (0,0,1)
𝐀𝐁
Em seguida, determina-se:
⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐍𝟏 = -𝐢 = (-1,0,0) (1,0,0)
⃗⃗⃗⃗⃗ x ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 (vetor normal do plano procurado) = 𝐀𝐁
Desta forma, a equação parcial de P2 é x + d = 0
Com base nas coordenadas de qualquer dos pontos, por exemplo A (1,0,0),
calcula-se d = -1. Logo, a equação solução é:
x - 1 = 0 ou x = 1
50
6. ESTUDO DA RETA NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL
6.1. Conceitos geométricos
⃗
P = Po + t𝐕
Observações
Devido aos fatos que o ponto P pode assumir qualquer posição na reta
⃗ pode apresentar diversos módulos, além de direção
R e que o vetor 𝐕
contrária àquela indicada na figura anterior, é possível formular diversas
equações vetoriais à mesma reta.
51
Do ponto de vista geométrico, pode-se interpretar a figura anterior
imaginando R como uma régua na qual Po é o ponto-zero e que o
módulo de 𝐕⃗ , ||𝐕
⃗ ||, é a unidade de medida de tal régua. Uma vez que Po
⃗
e 𝐕 podem variar, tanto em posição, como em intensidade, a reta R não
fica descaracterizada devido a tais variações. Ou seja, é a única que
passa por Po e é paralela a uma direção conhecida.
⃗ (a,b,c)
P (x,y,z) = Po (xo,yo,zo) + t𝐕
x = xo + at
y = yo + bt
z = zo + ct
52
7 = 1 + 2t t = 3
Levando este valor de t nas outras duas equações, obtém-se:
y = -2 + 3 = 1
z = 2 + 3x3 = 11
No que se refere ao ponto P3, tomando sua coordenada y, tem-se:
0 = -2 + t t = 2
Com este valor de t nas demais equações, obtém-se:
x = 1 + 2x2 = 5
z = 2 + 3x2 = 8
Conclui-se, pois, que P2 (7,1,11) pertence, enquanto P3 (2,0,6) não
pertence a r.
2x - y - 3 = 0
53
Observação importante
𝐱− 𝟐 𝐲 𝐳−𝟑
= =
𝟑 𝟐 −𝟒
𝟐
Desta forma, é possível identificar que se trata da reta que contém o
⃗ (3/2,2,-4). Reescrevendo, na
ponto Po (7/2,0,3) e cujo vetor diretor é 𝐕
forma de equações paramétricas, tem-se:
x = 7/2 + 3/2t
y = 2t
z = 3 - 4t
• A estratégia para resolver este caso é fazê-lo recair no caso base. Com efeito,
conhecendo-se as coordenadas de 2 pontos distintos é possível determinar as
coordenadas do vetor definido a partir de seus pontos extremos. Uma vez que
tal vetor é paralelo à reta desejada, ele pode ser considerado como sendo seu
vetor diretor. Utilizando as coordenadas de qualquer um dos dois pontos
escreve-se de forma trivial as equações paramétricas da reta em questão.
• Exemplo: escrever as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos
A (2,4,-1) e B (5,0,7).
Solução
P2
P1
R
Demonstra-se que o vetor obtido por meio do produto vetorial dos vetores
normais dos dois planos é paralelo ao vetor diretor da reta interseção. Tal fato
pode ser melhor visualizado analisando-se os traços - retas de interseção - dos
2 planos em um terceiro plano perpendicular a ambos, como indicado na figura
abaixo
55
P2
P1
Uma vez determinadas as coordenadas do vetor diretor da reta interseção,
basta obter um ponto pertencente a esta reta para chegar à sua equação.
Exemplo: determinar as equações da reta interseção dos planos:
P1: 3x - y + z = 0
P2: x + 2y - z = 1
Solução
Os vetores normais dos 2 planos são:
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 (3,-1,1) e ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 (1,2,-1).
Seu produto vetorial fornece (verificar!):
𝐕⃗ = -𝐢 + 4𝐣 + 7𝐤 (-1,4,7), sendo 𝐕
⃗ o vetor diretor da reta interseção.
Para o cálculo de um ponto contido nesta reta, deve-se considerar que tal
ponto é uma solução do seguinte sistema de equações:
3x - y + z = 0
x + 2y - z = 1
Uma das formas mais práticas para calcular uma solução para este sistema de
equações - indeterminado, vale salientar - é considerar nula uma das 3
variáveis e, em seguida, resolver o sistema de duas equações a duas
incógnitas resultante. Neste exemplo, fazendo x = 0, tem-se:
-y + z = 0
2y - z = 1
x = -t
y = 1 + 4t
z = 1 + 7t
56
Como exercício, recomenda-se que os alunos resolvam o sistema de equações
anterior fazendo y = 0, o que leva à obtenção das seguintes equações
paramétricas para a reta interseção:
x = 1/4 - t
y = 4t
z = -3/4 + 7t
x = 1/7 - t
y = 3/7 + 4t
z = 7t
x = 2 - 3t
y=5+t
z=2
x = 2t
y=4
z = 3 - 4t
x= 3
y = 1 + 2t
z = 3 - 4t
57
6.6.2. Retas paralelas a dois planos cartesianos
x= 2
y=t
z=1
Obs.: esta reta passa, por exemplo, pelo ponto P1 (2,0,1) e é perpendicular ao
plano XZ. Seu vetor diretor é paralelo ao vetor unitário 𝐣 (0,1,0).
x= t
y=1
z=2
Obs.: esta reta passa, por exemplo, pelo ponto P (0,1,2) e é perpendicular ao
plano YZ. Seu vetor diretor é paralelo ao vetor unitário 𝐢 (1,0,0).
x= 4
y=3
z=t
Obs.: esta reta passa, por exemplo, pelo ponto P (4,3,0) e é perpendicular ao
plano XY. Seu vetor diretor é paralelo ao vetor unitário 𝐤 (0,0,1).
6.7. Problemas
Solução
Com base no enunciado, conclui-se que os vetores diretores das retas são:
⃗⃗⃗⃗𝟏 (2,2,1) e 𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 (1,1,1). O produto vetorial entre eles fornece o vetor normal do
plano procurado. Logo,
⃗⃗⃗⃗𝟏 x 𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 = 𝐍
⃗⃗ = 𝐢 - 𝐣 = (1,-1,0) (verificar!)
58
Tomando um ponto qualquer das 2 retas, por exemplo, P (2,0,0), determina-se
o valor da constante d = -2. Logo, a equação do plano procurado é:
x-y=2
Solução
A partir do enunciado, determina-se imediatamente as coordenadas do vetor
normal do plano P:
⃗⃗ = (1,-1,2)
𝐍
Assim, as equações da reta procurada são:
Paramétricas Simétricas
x= 1+ t
y = -1 - t
z = 2 + 2t
3) Achar a equação da reta que passa por A (1,0,1) e é paralela aos planos:
P1: 2x + 3y + z + 1 = 0
P2: x - y + z = 0
Solução
Se uma reta é paralela simultaneamente a 2 planos, ela é paralela à sua
interseção e, nesse caso, seu vetor diretor é paralelo ao produto vetorial dos
vetores normais dos 2 planos. Com base no enunciado, tem -se os seguintes
vetores normais:
⃗⃗⃗⃗
𝐍1 = (2,3,1) e ⃗⃗⃗⃗
𝐍2 = (1,-1,1) e determina-se:
⃗ = ⃗⃗⃗⃗
𝐕 𝐍2 (conferir!) = 4𝐢 - 𝐣 - 5𝐤 (4,-1,-5)
𝐍1 x ⃗⃗⃗⃗
Portanto, as equações da reta procurada são:
x = 1 + 4t
y = -t
z = 1 - 5t
Solução
Inicialmente determina-se o vetor diretor da interseção dos 2 planos. Seus
vetores normais são:
⃗⃗⃗⃗
𝐍1 = (1,1,-1) e ⃗⃗⃗⃗
𝐍2 = (2,-1,3)
Assim como no exercício anterior,
⃗⃗⃗⃗𝟏 = ⃗⃗⃗⃗
𝐕 𝐍2 (conferir!) = 2𝐢 - 5𝐣 - 3𝐤 (2,-5,-3)
𝐍1 x ⃗⃗⃗⃗
Para determinar um ponto da reta interseção procede-se como indicado no
59
item 3.5.2, ou seja, resolve-se o sistema das equações dos planos:
x+ y-z= 0
2x - y + 3z = 1
Fazendo z = 0, deve-se achar a solução do seguinte sistema de equações 2x2:
x+ y= 0
2x - y = 1
Os alunos devem verificar que tal solução é x = 1/3 e y = -1/3. Portanto, o
ponto P (1/3,-1/3,0) é um ponto pertencente à reta interseção, cujas equações
paramétricas se escrevem:
x = 1/3 + 2t
y = -1/3 - 5t
z = -3t
Escolhendo um ponto contido nesta reta, que pode ser o próprio ponto P
acima, determinam-se as coordenadas do vetor 𝐀𝐏 ⃗⃗⃗⃗⃗ , obtendo-se:
⃗⃗⃗⃗⃗ = [1/3 - 1, -1/3,0 -(-1)] = (-2/3,-1/3,1)
𝐀𝐏
Por comodidade, pode-se multiplicar este vetor por -3, a fim de evitar o trabalho
com coordenadas fracionárias. Desta forma, tem-se:
⃗ = -3𝐀𝐏
𝐔 ⃗⃗⃗⃗⃗ = (2,1,-3)
O produto vetorial 𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟏 x 𝐔
⃗ fornece o vetor normal do plano procurado. Os
cálculos indicam:
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟑 = 𝐕 ⃗ (conferir!) = 18𝐢 + 12𝐤 (3,0,2)
⃗⃗⃗⃗𝟏 x 𝐔
De posse deste resultado, escreve-se a equação parcial do plano desejado:
3x + 2z + d = 0
Finalmente, lançando as coordenadas de A nesta última equação, obtém-se o
valor do termo independente d = -1. Assim, a solução do problema é:
P3: 3x + 2z = 1
60
7. POSIÇÕES RELATIVAS E INTERSEÇÕES DE OBJETOS NO
ESPAÇO TRIDIMENSIONAL
x = xo + at x = x1 + a’s
y = yo + bt y = y1 + b’s
z = zo + ct z = z1 + c’s
61
introduzem-se os valores de s e t assim determinados nas equações da
3a variável;
se os valores calculados da 3 a variável forem idênticos, tem-se o caso
de retas concorrentes. Nesse caso, calculam-se os valores das duas
variáveis utlizadas para o estabelecimento do sistema 2x2;
se os valores calculados da 3 a variável diferem entre si, tem-se o caso
de retas reversas. Trata-se de outra situação na qual é vazia a
interseção das duas retas.
Exemplo. Determinar a posição relativa e, se for o caso, calcular as
coordenadas do ponto de interseção das retas:
x= 3+ t x = 1 + 2s
reta r y=t reta s y = 2 - 2s
z = -1 + t z = 1 - 2s
Solução
Com base nessas equações, escreve-se:
⃗⃗⃗⃗𝟏 (reta r) = (1,1,1) e 𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 (reta s) = (2,-2,-2). Tais vetores são LI, logo as
retas podem ser concorrentes ou reversas.
Utilizando o roteiro anteriormente descrito e selecionando as variáveis x
e y, escreve-se:
3 + t = 1 + 2s
t = 2 - 2s
que é equivalente a:
t - 2s = -2
t + 2s = 2
A resolução desse sistema fornece t = 0 e s = 1. Levando tais valores às
equações da variável z, obtém-se:
reta r z = -1
reta s z = -1
Uma vez que os valores de z calculados são idênticos, constata-se que
as retas são concorrentes.
Usando os valores calculados de t e s em ambas as equações das reta,
calcula-se:
x = 3 e y = 0.
Conclui-se que a retas são concorrentes e que P (3,0,-1) é o seu ponto
de interseção.
x = -1 + t
r: y = -1 - t e : 2x + 2y + z + 1 = 0
z=0
Solução
Com base nessas equações, determina-se:
⃗ = (1,-1,0) e 𝐍
𝐕 ⃗⃗ = (2,2,1)
Calcula-se o produto 𝐕 ⃗ .𝐍⃗⃗ = 0
Há, pois, duas hipóteses: r e são paralelos entre si ou r é uma reta
contida em .
Usando as coordenadas do ponto Po (-1,-1,0) na equação do plano,
obtém-se:
2(-1) + 2(-1) + 0 + 1 = -3.
Uma vez que Po não satisfaz a equação do plano, conclui-se que ele
não está contido no plano, indicando que r e são paralelos entre si.
r: e : x + 2y - z = 10
63
y=2+2=4
z = -1 + 2x2 = 3
Portanto, Po (5,4,3) é o ponto de interseção entre r e .
7.8. Problemas
Solução
Inicialmente, escrevem-se as equações da reta r na forma paramétrica:
x = -1 + 2t
y=t
z = -t
64
⃗⃗⃗⃗𝟏 (2,1,-1).
observa-se que o vetor diretor de r é 𝐕
x = 1/3 + 5s
y = 2/3 + 4s
z = 3s
65
Solução
Solução
Do enunciado, conclui-se que o vetor normal de P1 é ⃗⃗⃗⃗⃗𝐍𝟏 = (1,-2,2). Em relação
ao plano P2, sabe-se que seu vetor normal é dado por ⃗⃗⃗⃗⃗𝐍𝟐 = 𝐔⃗ x𝐖⃗⃗⃗ . Fazendo tal
produto por meio do determinante simbólico, obtém-se (os alunos devem
verificar):
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 = -3𝐢 - 4𝐣 + 𝐤 = (-3,-4,1) ≡ (3,4,-1).
Uma vez que os dois vetores normais são LI, conclui-se que OS DOIS
PLANOS SÃO CONCORRENTES.
Sabe-se que a equação parcial do plano P2 é:
3x + 4y - z + d = 0
Substituindo as coordenadas do ponto A contido em P2, calcula-se o valor do
termo independente d. Desta forma, tem-se:
-1 + d = 0 d = 1
A equação de P2 é, pois:
3x + 4y - z + 1 = 0
Para determinar a equação da reta interseção entre os dois planos
determinam-se, inicialmente, as coordenadas de seu vetor diretor, sabendo-se
que 𝐕 ⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 x ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 . Feito o cálculo através do determinante simbólico, obtém-se
(os alunos devem verificar):
𝐕⃗ = -6𝐢 + 7𝐣 + 10𝐤 = (-6,7,10) ≡ (6,-7,-10)
Para determinar um ponto contido na reta interseção procede-se como descrito
no capítulo 6, item 6.5.2. Inicialmente, considerando a coordenada x = 0,
resolve-se o seguinte sistema 2x2:
-2y + 2z = -1
4y - z = -1
A solução deste sistema fornece y = -1/2 e z = -1.
66
Portanto, o ponto B (0,-1/2,-1) é um ponto da reta interseção. Desta forma, a
solução do problema é:
x = 6t
y = -1/2 - 7t
z = -1 - 10t
r:
Solução
67
5) Determinar o valor de m para que os planos:
P1: 2x + 3y + 2z + n = 0
⃗ (m,1,1) e
P2: plano que contém o ponto A (1,1,0) e é paralelo aos vetores 𝐕
⃗⃗⃗ (1,1,m), sejam planos paralelos nos dois casos a seguir:
𝐖
a) n = -5
b) n = 1
Solução
Com base no enunciado, sabe-se que ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐍𝟏 = (2,3,2). Para que um plano lhe seja
paralelo, é necessário que seu vetor normal seja igual ou múltiplo de ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟏 .
Por sua vez, o vetor normal do plano P2 é obtido a partir do produto vetorial de
𝐕⃗ e𝐖 ⃗⃗⃗ . Fazendo o determinante simbólico - os alunos devem verificar -
obtém-se:
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐍𝟐 = (m - 1) 𝐢 + (1 - m2) 𝐣 + (m - 1) 𝐤
P2: 2x + 3y + 2z - 5 = 0
68
Conclui-se que, em função do valor calculado de m, os planos somente são
paralelos quando n = 1. Para m = -5/2 e n = -5, os dois planos são
coincidentes. Ou seja, a solução do problema é m = -5/2 e n = 1 e, quando
n = -5, não existe nenhum valor de m para o qual P1 e P2 sejam planos
paralelos.
69
8. ÂNGULOS ENTRE OBJETOS NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL
8.1. Conceitos iniciais
x = -5/2 + 1/2t
r: y = 2 + t s: 3x = 2y - 16 = z
z=t
70
Solução
⃗⃗⃗⃗𝟏 . 𝐕
O produto escalar entre os dois vetores, 𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 = 1/6 + 1/2 + 1 = 5/3
cos = = 20/21
71
A fórmula para a determinação do ângulo é:
Solução
cos = = 1/3
+ = 90º
72
Entretanto, o ângulo de interesse é aquele entre a reta R e o plano P. Da
trigonometria, sabe-se que sen = cos, uma vez que os 2 ângulos são
complementares.
De posse de tais conceitos, chega-se à fórmula para a determinação do
ângulo existente entre uma reta e um plano:
⃗ .𝐍
𝐕 ⃗⃗ = 0
x = -t
r: y = 1 - t P: y + z - 10 = 0
z=0
Solução
8.5. Problemas
73
Solução
Inicialmente, reescrevem-se as equações da reta s na forma paramétrica:
x= s
y = 1/2s 𝐕
⃗⃗⃗⃗𝟐 = (1,1/2,1/2)
z = 1/2s
P (1,1,1)
s
A B
(1)
Por outro lado, o produto escalar entre os dois vetores diretores fica:
⃗⃗⃗⃗𝟏 . 𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 = (1,1/2,1/2) . (s-1,1/2s-1,1/2s-1) = 3s/2 - 2 (2)
74
3s2 - 8s + 5 = 0,
cuja solução fornece as seguintes raízes:
s1 = 1
s2 = 5/3
Em vista desse resultado, determinam-se as coordenadas dos dois possíveis
vetores diretores da reta procurada:
⃗⃗⃗⃗𝟏 = (1-1,1/2-1,1/2-1) = (0,-1/2,-1/2)
𝐕
⃗⃗⃗⃗′ = (5/3-1,5/6-1,5/6-1) = (2/3,-1/6,-1/6)
𝐕 𝟏
Logo, as equações da reta procurada se escrevem:
x=1 x = 1 + 2/3t
y = 1 - 1/2t y = 1 - 1/6t
z = 1 - 1/2t z = 1 - 1/6t
⃗⃗⃗⃗′
⃗⃗⃗⃗𝟏 e 𝐕
Os alunos devem verificar que as coordenadas calculadas para 𝐕 𝟏
permitem obter o valor de cos = 1/√𝟑 indicado no enunciado do problema.
Solução
O vetor normal do plano P1 é 𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟏 (2,-1,1) ‖𝐕
⃗⃗⃗⃗𝟏 ‖ = √𝟔.
Por sua, vez o vetor 𝐖 ⃗⃗⃗ é o próprio vetor normal de P2, para o qual tem-se:
⃗⃗⃗⃗𝟐 = (1,-2,1) ‖𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 ‖ = √𝟔.
⃗⃗⃗⃗𝟏 .𝐕
𝐕 ⃗⃗⃗⃗𝟐 = (2,-1,1).(1,-2,1) = 2 + 2 + 1 = 5
Usando a fórmula para o cálculo do ângulo, obtém-se:
cos =
Solução
Este problema é mostrado sob o ponto de vista geométrico na figura a seguir:
A (1,1,0)
r
B B C
= 60º 75
A solução do problema consiste em obter as equações de duas retas que
contenham o ponto A e que formem com a reta r dois ângulos de 60º. Uma vez
que a soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180º, com dois
ângulos valendo 60º cada, o terceiro também assume este mesmo valor, o que
define um triângulo equilátero.
⃗ (0,1,-1) ‖𝐕
Por outro lado, sabe-se que o vetor diretor de r é 𝐕 ⃗ ‖ = √𝟐.
Sabendo que cos60º = 1/2, utiliza-se a fórmula do ângulo entre esses dois
vetores para chegar à seguinte equação, sabendo também que:
⃗ .𝐁𝐀
𝐕 ⃗⃗⃗⃗⃗ = (0,1,-1).(0,1,-1) = 2t - 1:
̅̅̅̅, 𝐀𝐂
Os alunos devem verificar que as distâncias 𝐀𝐁 ̅̅̅̅ e 𝐁𝐂
̅̅̅̅ são todas iguais a
√𝟐, o que confirma a existência do triângulo equilátero ABC.
76
9. DISTÂNCIAS ENTRE OBJETOS NO ESPAÇO
TRIDIMENSIONAL
dAB =
r
Q
P T
r
A B
77
Ainda em relação à figura anterior, tem-se o triângulo APB, cuja área
vale a metade do produto ̅̅̅̅
𝐀𝐁 x h. Usando a propriedade dos vetores,
sabe-se que o comprimento de ̅̅̅̅ ⃗⃗⃗⃗⃗ ||.
𝐀𝐁 = ||𝐀𝐁
Por outro lado, a área do triângulo APB é igual à metade da área do
paralelogramo APTB.
Ao combinarem-se as afirmativas anteriores, tem-se:
área APB =
Solução
⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝐀𝐁
O produto vetorial entre 𝐀𝐏 ⃗⃗⃗⃗⃗ , cujo resultado é obtido por meio do
determinante simbólico, fornece (os alunos devem verificar):
⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐀𝐁 = 4𝐢 - 2𝐣 - 𝐤 = (4,-2,-1) √𝟏𝟔 + 𝟒 + 𝟏 = √𝟐𝟏
𝐀𝐏 x ⃗⃗⃗⃗⃗
78
Entrando na fórmula para cálculo da distância, obtém-se:
d (P,r) =
Po
P
Q
π
Por sua vez, o comprimento do segmento ̅̅̅̅ 𝐏𝐐 equivale à projeção
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗
⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
ortogonal do vetor 𝐏𝐏𝐨 sobre 𝐍, sendo 𝐏𝐏𝐨 o vetor obtido ao unirem-
se tais pontos.
Demonstra-se que:
d (Po,) =
79
É evidente a analogia entre a fórmula anterior e aquela usada para o
cálculo da distância entre um ponto e uma reta no plano cartesiano:
Solução
d (Po,) =
s
π
Neste caso, existe um único plano que é paralelo às duas retas e
que contém uma delas, a reta s na figura acima.
Uma vez determinada a equação de , a distância entre r e s - o
segmento tracejado na figura anterior - equivale à distância de
qualquer ponto da reta r ao plano .
80
Desta forma, apresenta-se a seguir o roteiro para o cálculo da
distância entre duas retas reversas:
a) Calculam-se as coordenadas do vetor normal de : 𝐍 ⃗ =𝐕⃗⃗⃗⃗𝟏 x 𝐕
⃗⃗⃗⃗𝟐 ;
b) De posse das coordenadas de um ponto em uma das retas - reta s
na figura anterior - determina-se a equação cartesiana de ;
c) Escolhe-se um ponto contido na outra reta - reta r, figura anterior - e
calcula-se a distância de tal ponto ao plano por meio da fórmula
apresentada no item 6.3.
Solução
⃗⃗⃗⃗𝟐 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐕 𝐍𝟐 = 2𝐢 + 3𝐣 + 3𝐤 (2,3,3)
𝐍𝟏 x ⃗⃗⃗⃗⃗
81
-1 + t = 1 + 2s
t = 3s
A solução deste sistema fornece t = 6 e s = 2. Levando tais valores
nas equações de r e s e calculando o valor da coordenada z, chega-
se aos seguintes resultados:
reta r y = 2 + 3t = 2 + 18 = 20
reta s y = 2 + 3s = 2 + 6 = 8
Uma vez que os valores da coordenada z obtidos, diferem entre si,
conclui-se que as retas são reversas.
d (r,s) d (P,) =
Solução
x=t x=3+s
r: y = 3 + 2t s: y = -1 + 2s
z=2+t z=2+s
82
r
P (0,3,2)
A (3,-1,2)
r P1 P2
π
83
Exemplos
1) Calcular a distância entre a reta r: x = y - 1 = z + 3 e o
plano P: 2x + y - 3z = 9.
Solução
d (A,P) = d (r,P) =
Solução
d (O,) = d (OX,) =
84
Para o cálculo de tal distância pode-se utilizar o mesmo
procedimento apresentado no item anterior, a saber:
considera-se um ponto em um dos planos;
calcula-se a distância desse ponto ao outro plano por meio da
fórmula apresentada no item 9.3.
Entretanto, é possível utilizar a fórmula a seguir que permite calcular
diretamente a distância entre os planos paralelos P1 e P2:
d (P1,P2) =
Vale salientar que esta fórmula apresenta forte analogia com aquela
utilizada para o cálculo da distância entre duas retas paralelas no
plano cartesiano:
d (r1,r2) =
Solução
85
Lançando mão da equação acima, calcula-se:
d (P1,P2) =
86
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
STRANG, G., Álgebra linear e suas aplicações. São Paulo: Cengage Learning,
2014. 444 p. ISBN 9788522107445.
87