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AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO


Uma pessoa prefere: receber 50 prestações mensais de
R$ 1.000 a partir de hoje ou a quantia de R$ 49.800 à
vista em sua conta bancária?

A maioria das pessoas (senão todas elas) prefere a


quantia de R$ 49.800 à vista, apesar de 50 vezes R$
1.000,00 resultar num montante maior: R$ 50.000. Mas o
que está por detrás dessa nossa decisão? Um conceito
importante que existe em finanças: o valor do dinheiro no
tempo.
“um real hoje não é igual a um real amanhã. Um real hoje vale mais do que um real amanhã”. Em consequência, um
real hoje mais um real amanhã não resulta em dois reais nem hoje e nem amanhã!

um dólar mais um real não resultam em dois reais ou dois dólares


50 prestações de R$ 1.000 não resultam em R$ 50 mil hoje (isto é, em dinheiro de hoje).
O real de hoje é como se fosse uma moeda mais valiosa do que o real de amanhã, de forma que precisamos fazer
também o devido ajuste.

É preciso pensar na inflação para explicar o efeito do valor do dinheiro no tempo, é um argumento irrefutável: a
mesma quantia em dinheiro que compra um ativo hoje muito provavelmente não será suficiente para comprar o
mesmo ativo daqui a um ano, pois a inflação fará com que o preço do ativo aumente. Sim, este é um belo argumento,
mas o que torna a história ainda mais interessante é que mesmo num país com inflação zero, o dinheiro de hoje vale
mais do que o dinheiro de amanhã.

Por que preferimos os R$ 49.800 hoje em vez das 50 prestações de mil reais? Em poucas palavras, porque os R$
49.800 valem mais do que os R$ 50 mil divididos em várias prestações! E o motivo é simples: se você recebe R$
49.800 hoje, é possível fazer muitas coisas com esse dinheiro. Por exemplo, você pode quitar uma dívida com o cartão
de crédito que está cobrando 9% de juros ao mês! Ou então, pode dar entrada num apartamento, comprar um carro
à vista (com um belo desconto!) ou mesmo investir comprando algumas ações de empresas em que você confia ou
cotas de um bom fundo de investimento.

O dinheiro na mão oferece muito mais oportunidades, sem falar que ele pode até servir como uma reserva de
segurança para qualquer necessidade inesperada. Dentro deste contexto, falamos em custo de oportunidade, que
na verdade refere-se ao custo da falta do dinheiro.
Além da inflação e do custo de oportunidade, há ainda
um terceiro argumento para, em muitas situações,
preferirmos menos dinheiro hoje em vez de mais
dinheiro no futuro: o risco. Quando recebe o dinheiro
antes, você dissipa (naquele momento) todo o risco de
não o receber. Logo, ceteris paribus, preferimos
receber um real hoje a receber um real amanhã porque
de hoje para amanhã algo pode acontecer que coloque
em risco esse um real.
Acumulado do IPCA nos
últimos 12 meses é de 8,99%

No mundo corporativo, o custo do valor do dinheiro no tempo se resume a uma No ano, o indicador acumula
taxa de juros que serve para a empresa tomar decisões financeiras, sejam de alta de 4,76% e, em 12 meses,
investimento ou de financiamento. Os montantes futuros são sempre ajustados por 8,99%, ficando acima do
esta taxa e comparados ao montante total presente para balizar a melhor decisão. registrado nos 12 meses
Esta taxa de juros que ajusta o valor do dinheiro no tempo, no âmbito corporativo, é imediatamente anteriores
conhecida como custo de capital e trata-se de uma das mais importantes medidas (8,35%). É a maior taxa desde
corporativas. No campo de finanças pessoais, a ideia é muito semelhante, mas este maio de 2016, quando o IPCA
custo de capital pessoal varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, para quem ficou em 9,32% em 12
está endividado com cartões de crédito e cheque especial, o custo de capital atinge meses.10/08/2021 -
patamares bem superiores ao custo de capital de uma pessoa bem organizada https://agenciabrasil.ebc.com.br/econo
mia/noticia/2021-08/inflacao-pelo-ipca-
financeiramente. E lembre-se: quanto menor o seu custo de capital, melhor para sobe-096-em-julho-inpc-acelera-para-
você (pois é um custo!). 102
Inflação - É o aumento persistente dos preços e envolve toda a São quatro as principais teorias sobre a origem da
economia de um país. Isso, consequentemente, resulta numa inflação: a quantitativa, a keynesiana, a de custos
contínua perda do poder aquisitivo da moeda local. e a estrutural.
Em sua forma mais extrema (chamada hiperinflação), os preços Teoria quantitativa: Segundo a mais antiga das
aumentam tanto que as pessoas procuram não reter dinheiro teorias sobre a inflação, a quantitativa, é a
consigo, nem mesmo por poucos dias, dada a rapidez com que o quantidade de dinheiro circulante no sistema
dinheiro diminui o seu poder de compra. O caso mais grave, de econômico -- base monetária -- que determina o
hiperinflação, ocorreu na Alemanha logo após a primeira guerra nível dos preços. A razão entre a quantidade de
mundial. (Um trilhão por cento, entre agosto de 1922 e dinheiro e as transações anuais do sistema (cuja
novembro de 1923). inversa é a velocidade de circulação da moeda)
depende da freqüência com que se pagam salários,
da estrutura da economia e dos hábitos de
poupança e consumo da população. Na medida em
que esses fatores permaneçam constantes, o nível
de preços será diretamente proporcional ao fluxo
de dinheiro e inversamente proporcional ao volume
físico da produção. Essa teoria, formulada por
David Hume no século XVIII, supõe que toda a
capacidade produtiva de um sistema se encontre
aproveitada. No intervalo entre as duas guerras
mundiais, a teoria quantitativa caiu em descrédito,
ao se comprovar que a utilização da capacidade
produtiva do sistema econômico variava mais e
com maior freqüência do que o nível de preços.
Teoria keynesiana: A teoria econômica de Keynes afirma que a inflação deriva das tentativas de consumir mais bens
e serviços do que o sistema econômico pode produzir. Se os gastos do governo são maiores do que a diferença entre
a produção e o consumo, diz-se que há uma lacuna inflacionária. O mercado preenche essa lacuna aumentando os
preços até um patamar em que a diferença entre a renda e o consumo, em valor monetário, seja suficiente para
acomodar os gastos públicos. Essa teoria foi invalidada pela prática, nas décadas posteriores à segunda guerra
mundial, quando o processo inflacionário se instalou em vários países, sem prévia existência de lacunas
inflacionárias.

Inflação de custos: Supõe que os preços das mercadorias são determinados por seus custos, ao passo que a
provisão de dinheiro é responsável pela demanda. Nessas circunstâncias, o aumento dos custos pode gerar uma
pressão inflacionária que se perpetua por meio da "espiral preço-salário". Admite-se que os assalariados e os
capitalistas aspiram a parcelas do produto nacional que, somadas, ultrapassam o total anualmente produzido, em
situação de pleno emprego. Da impossibilidade de satisfazer os dois grupos ao mesmo tempo surge o embate entre
eles, que é a origem da espiral preço-salário. Os assalariados, quando insatisfeitos, demandam aumentos salariais.
Os capitalistas atendem a essas exigências, pelo menos em parte (geralmente após longa negociação), e diminuem
seus lucros, num primeiro momento. Em seguida, porém, aumentam os preços, para neles embutir o aumento de
custos da produção. Com isso, diminui o poder de compra dos assalariados, que irão, novamente, reivindicar
Um recurso para reduzir a inflação, segundo essa teoria, seria a manutenção de uma porcentagem constante de
desemprego. O recurso é, porém, invalidado na prática pelo fenômeno da estagflação (conjuntura econômica em que
a estagnação ou declínio do nível de produção e emprego se combinam com uma inflação acelerada), fenômeno
típico do período que se seguiu à segunda guerra mundial, que se tem acentuado em quase todas as economias
capitalistas desenvolvidas depois da crise do petróleo de 1973-1979.

Inflação e pobreza: Segundo o economista John Kenneth Galbraith, tanto a inflação quanto os recursos que
geralmente se utilizam para combatê-la prejudicam os mais fracos. A política monetária, de controle inflacionário, age
provocando desemprego e deprimindo os preços dos que exercem menos controle sob seus rendimentos. A política
tributária é um pouco mais eqüitativa do que a monetária, mas também restringe a produção e o nível de empregos.
Assim, o fardo do controle da inflação sempre fica nas costas dos mais fracos e nas costas dos que perdem o
emprego. Há diversos índices que se utilizam para medir a inflação. Para aferir a variação dos preços dos produtos
finais consumidos pela população usa-se o índice de custo de vida (ICV) ou o índice de preços ao consumidor (IPC),
tomando por base os produtos de consumo de uma família-padrão para toda a sociedade ou certa classe. Para medir
a variação nos preços dos insumos e fatores de produção e demais produtos intermediários, usam-se índices de
preços ao produtor ou o índice de preços no atacado (IPA). A inflação no Brasil levou à criação de mais de trinta
índices diferentes para medir a inflação e corrigir a desvalorização da moeda. - Resumo Extraído de Enciclopédias
JUROS - “É o dinheiro pago pelo uso do INFLAÇÃO (desgaste da moeda) - diminuição do poder
dinheiro emprestado ou como aquisitivo da moeda exige que o investimento produza
remuneração do capital empregado em retorno maior que o capital investido.
atividades produtivas”.

UTILIDADE - investir significa deixar de consumir hoje OPORTUNIDADE - os recursos disponíveis para investir
para consumir amanhã, o que só é atraente quando o são limitados, motivo pelo qual ao se aceitar determinado
capital recebe remuneração adequada, isto é, havendo projeto perde-se oportunidades de ganhos em outros; e é
preferência temporal para consumir, as pessoas querem preciso que o primeiro ofereça retorno satisfatório. Para o
uma recompensa pela abstinência do consumo. O prêmio investidor o juro é a remuneração do investimento. Para o
para que não haja consumo é o juro. tomador o juro é o custo do capital obtido por empréstimo.
Chama-se taxa de juros a razão entre os juros J que
serão cobrados no fim do período e o capital VP
inicialmente empregado. Assim,
RISCO - existe sempre a possibilidade do investimento
não corresponder às expectativas. Isso se deve ao fato de
o devedor não poder pagar o débito, o tempo de
empréstimo (as operações de curto prazo são menos
arriscadas) e o volume do capital emprestado. Pode-se
associar ao acréscimo na taxa pelo maior risco, como
sendo um seguro que aquele que oferta os fundos cobra
por assumi-los.
JUROS SIMPLES
Juros Simples
J=C.i.t

Ao trabalhamos com juros, consideramos as seguintes variáveis:


•C: Capital ou principal, é quantia aplicada ou tomada emprestada.
•n ou t: É o período de tempo em que o capital será aplicado.
•j: É o juro resultante da operação.
•i: É a taxa percentual aplicada ao capital para a apuração do juro.
•M: O montante é a soma do capital com o juro produzido em todo o período.
Na modalidade de juros simples o cálculo do juro de cada período é sempre calculado com base no capital inicial.

O valor de R$5.000,00 a titulo de empréstimo que deverá ser quitado em 12 meses a uma taxa de juros de 1% ao
mês no regime de juros simples.
temos:
•J = C × i × t
•J = 5.000 x 0,01 x 12
•J = 600
Logo, o valor dos juros a serem pagos ao final da operação é de R$600,00.
Portanto, quando chegar o momento da quitação da dívida o valor será de R$ 5.600,00, que representa o valor inicial
de R$ 5.000,00 acrescido dos juros de R$ 600,00.
Cálculo de juros simples
=5.000 . 5%
Imagine que você tome emprestado, a juro simples, a
importância de R$ 5.000,00, pelo prazo de 3 meses, à taxa de =5.000 . 5/100
=5.000.0,05
5% ao mês. Qual será o valor que você deverá pagar como juro,
=250
decorrido este período de tempo? Qual o montante a ser pago?

Ou seja ao final de cada período, além dos cinco mil reais emprestados, a empresa estará devendo mais R$ 250,00
correspondente ao juro do período em questão. Compreendida a esquemática por trás do cálculo dos juros, do
explicado acima, podemos deduzir várias fórmulas.

Quando tivermos o valor do capital, a taxa de juros e o


tempo da aplicação, para a obtenção do juro iremos
utilizar a fórmula: J = C. i. n

Quando tivermos o valor do juro, a taxa de juros e o tempo


da aplicação, para a obtenção do valor do capital
utilizaremos a fórmula:
C = J/ i. n
Quando tivermos o valor do juro, o valor do capital e o
tempo da aplicação, para a obtenção da taxa de juros
utilizaremos a fórmula:
i = J/C. n
Quando tivermos o valor do juro, o valor do capital e a
taxa de juros, para a obtenção do tempo da aplicação
iremos utilizar a fórmula:
n = J/ C. i

Para o cálculo do montante utilizaremos a fórmula:


M = C+j

As suas variantes são:

J = M-C C = M-j
Um emprestimo, a juro simples, a importância de R$ 5.000,00, pelo prazo de 3 meses, à taxa de 5% ao mês. Qual
será o valor que você deverá pagar como juro, decorrido este período de tempo? Qual o montante a ser pago?
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:

C = 5.000
A calcular temos: Inicialmente utilizaremos a
I = 5% ao mês = 5/100 = 0,05 i: valor do juros fórmula:
N=3 meses M: O valor do montante.
J=C.i.n
Substituindo o valor dos termos temos:

J=5.000.0,05.3
Logo:
J=750 Para o cálculo do montante utilizaremos a fórmula:

M = C+j
Substituindo o valor dos termos temos:

M = 5.000+750 Portanto: M = 5.750


Ou seja, uma importância de R$ 5.000,00 emprestada a juros simples, pelo prazo de 3 meses, à taxa de 5% a.m.
resultaria em juros totais de R$ 750,00 e em um montante de R$ 5.750,00 como já havíamos apurado anteriormente.
Adquiri um equipamento novo, mas como não tinha o dinheiro todo, fiz um empréstimo para pagá-lo. Ao final do
empréstimo terei pago R$ 4.300,00. Só de juros pagarei R$ 1.800,00. A taxa foi de 3% a.m. Por quantos anos
pagarei pelo empréstimo? Qual o preço do equipamento sem os juros?
Primeiramente iremos calcular o valor do capital.
A diferença entre o montante (R$ 4.300,00) e o valor total do juro (R$ 1.800,00), nos dá o valor do capital:

Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos
converter uma das unidades.

Montando uma regra de três simples direta, temos:


Resolvendo:

Identificando-se os termos disponíveis, temos:


Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:

Substituindo o valor dos termos temos:

Logo:

Portanto: O valor do equipamento sem os juros era de R$ 2.500,00 e o prazo de pagamento foi de 2 anos.
Ao reforma minha empresa, comprei o material pelo qual pagarei um total de R$ 38.664,00. O seu valor à vista era de
R$ 27.000,00 e a taxa de juros é de 2,4% a.m. Por quantos anos eu pagarei por este material?
Em primeiro lugar, devemos calcular o valor do juro total.
Obtemos o valor do juro total ao subtrairmos do montante (R$ 38.664,00), o valor do capital (R$ 27.000,00):

Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão na mesma unidade de tempo. Nestas condições,
devemos converter uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:

Resolvendo:

Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:


Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:

Substituindo o valor dos termos temos

Logo:

Portanto: Eu ficarei pagando pelo material da reforma por 1,5 anos

OBSERVAÇÕES
I. O uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos no Brasil.
As empresas, órgãos governamentais e investidores particulares, costumam reinvestir as quantias geradas pelos fluxos
de fundo:
• juros, no caso de empréstimos.
• lucros e depreciações, nas demais situações.
Na prática emprega-se o JURO COMPOSTO.
II. A metodologia da análise de investimento baseia-se em juros compostos para estabelecer padrões de comparação;
os casos em que não há re-investimento podem ser tratados como re-investimento à taxa nula e analisados pelos
mesmos princípios.
JUROS COMPOSTOS
Certo empresário toma R$ 100.000,00 emprestados, a uma taxa de juros de 1% a.m., qual é o valor total que
deverá ser pago após 100 meses?

Os dados para o cálculo dos juros são:

Na modalidade de juros simples teríamos:

Para o cálculo do montante utilizaremos a fórmula: M = C + j

Substituindo j pela fórmula do juro acima:

Substituindo o valor dos termos:


Ou seja, tomaríamos cem mil e pagaríamos duzentos mil. Cem mil de juros e mais cem mil referentes ao valor
principal.

cálculo na modalidade de juro composto: Os dados para o cálculo seriam os mesmos:

Abaixo temos a fórmula para o cálculo na modalidade de juro composto:

Substituindo as variáveis: Isto é, pagaríamos um montante de R$ 270.481,38. A diferença


de R$ 70.481,38 entre o cálculo realizado na modalidade juros simples
e o cálculo na modalidade de juros compostos se refere aos juros que
foram cobrados sobre os próprios juros apurados no período.
Na modalidade de juros compostos pagaríamos R$ 170.481,38 de
juros, bem mais que os R$ 100.000,00 da modalidade de juros simples.
Esta diferença será percentualmente maior, quanto maior forem a taxa de
juros e o período da operação.
Apenas a título de exemplo, os mesmos R$ 100.000,00 emprestados, a
uma taxa de juros de 5% a.m., após 240 meses produzirão um juros
total de R$ 1.200.000,00 na modalidade simples e
de R$ 12.173.857.374,22 na modalidade composta.
Aplicando-se R$ 15.000,00 a uma taxa de juro composto de 1,7% a.m., quanto receberei de volta após um ano de
aplicação? Qual o juro obtido neste período?
Primeiramente vamos identificar cada uma das variáveis fornecidas pelo enunciado do problema:

Como a taxa de juros está em meses, também iremos trabalhar com o período de tempo em meses e não em anos
como está no enunciado do problema.

Pelo enunciado identificamos que foram solicitados o montante e o juro, utilizaremos, portanto a fórmula abaixo que
nos dá o montante:

Ao substituirmos cada uma das variáveis pelo seu respectivo valor teremos:

Podemos então realizar os cálculos para encontramos o valor do montante:


Logo o montante a receber será de R$ 18.362,96. Sabemos que a diferença entre o montante e o capital aplicado nos
dará os juros do período. Temos então:

Portanto, após um ano de aplicação receberei de volta um total de R$ 18.362,96, dos quais R$ 3.362,96 serão
recebidos a título de juros.
Se um certo capital for aplicado por um único período a uma determinada taxa de juros, em qual das modalidades de
juros, simples ou composta, se obterá o maior rendimento?

Na modalidade de juros simples, temos que o montante pode ser obtido através da seguinte fórmula: M = C + j

O juro é obtido através da fórmula: j = C . i. n

Logo substituindo j na fórmula do montante, chegamos à seguinte expressão: M = C + C . i . n

Que após colocarmos C em evidência teremos: M = C .(1+ i . n)

Como o enunciado diz se tratar de apenas um período de aplicação, ao substituirmos n por 1 e realizarmos a
multiplicação, a fórmula ficará apenas como: M = C . (1 + i )

Já na modalidade de juros compostos, o montante é obtido através da fórmula: M = C . (1 + i)ⁿ

Com a substituição de n por 1, segundo o enunciado, chegaremos à expressão: M = C . (1 + i )


Como já era de se esperar, em ambas as modalidades chegamos à mesma fórmula. Por quê?
Como sabemos, o que difere uma modalidade da outra é que no caso dos juros simples o juro não é integrado ao
capital ao final de cada período, assim como acontece na modalidade de juros compostos. Como há apenas um
período, não há distinção entre uma modalidade e outra, já que após a integração do juro ao valor principal, não
haverá um outro cálculo para um próximo período, por se tratar de apenas um período de aplicação.
Temos então que:

Em qualquer uma das modalidades o rendimento será o mesmo.


AVALIAÇÃO DE EMPRESAS POR
VIABILIDADE
TMA – TAXA MINIMA DE OPORTUNIDADE
Taxa Mínima de Atratividade – TMA
Representa o mínimo que um investidor ou empresa deseja ganhar ao fazer um investimento. Também significa a taxa
máxima que deseja pagar ao celebrar um negócio. Essa taxa designa de forma simples qual é o valor mínimo de
retorno sobre um investimento. Em outras palavras, a TMA define a partir de qual valor se obtém um lucro real sobre
o projeto (empresa, produto, serviço, equipamento, operação).
É a TMA que dirá se o novo projeto, aquisição de empresas, equipamento, expansão da loja é um bom negócio ou
não. A Taxa Mínima de Atratividade é variável. Ela depende de fatores externos e internos, como a Taxa Selic,
apetite ao risco da empresa, tempo de investimento e etc.

Por esses fatores, a TMA não pode ser generalizada. Cada investimento deve possuir sua TMA considerada
individualmente. Uma empresa precisa decidir se adquire ou não um ativo novo. Esse gestor não pode fazer o
investimento apenas porque acha que é correto, ele deve medir o retorno que essa máquina vai trazer para a
empresa. Toda decisão administrativa deve ser tomada com base em dados.
O gestor então deve saber as respostas para: quanto esse projeto custa e quanto ele vai trazer de retorno por ano. A
empresa deve considerar o custo de oportunidade também. Afinal, ao investir esse recurso em uma aplicação de
baixo risco, como um CDB de curto prazo, ela pode ter um retorno muito próximo da Selic. Então, o investimento vale
a pena? Talvez, já que a TMA é composta por outros fatores:

Custo de oportunidade: quanto de retorno o investimento traria em outras aplicações não analisadas como por
exemplo fundos de investimentos, outros projetos e etc. É analisar as opções e identificar qual tem mais potencial de
resultado.
Risco do negócio: o ganho de um projeto ou investimento deve recompensar o risco inerente da nova ação. Afinal,
o rendimento nem sempre é garantido. Então, quanto mais risco houver em um negócio, maior deve ser a
remuneração esperada.
Liquidez: Capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir outra. Analisando
esses outros fatores, pode não ser interessante fazer o investimento na máquina que pode ter um valor de
depreciação natural e pouca liquidez, em caso de venda do equipamento.
Custo de Capital: O custo de capital possui um conceito semelhante à TMA. Ele representa a taxa de retorno que
credores e acionistas (ou seja, os financiadores de recursos) desejam para determinar a viabilidade de investimento
no negócio.
Ou seja, o custo de capital faz parte da TMA, mas eles não são sinônimos. O Custo de Capital é o “preço do dinheiro”
investido e não considera outros fatores que a TMA considera como a liquidez ou até mesmo os riscos do negócio.
É comum que esse capital seja híbrido entre próprio e de terceiros. Por isso, deve-se analisar a estrutura de capital
de uma empresa para entender as diferentes expectativas dos financiadores do investimento e assim satisfazer a
todos com os novos projetos.

Vantagens em calcular a TMA Como esses conceitos se relacionam


A taxa de expectativa serve justamente para A TMA, o Custo de Capital e o Custo de
entender o mínimo de retorno necessário, deixando Oportunidade, juntos, ajudam o
de lado emoções que podem atrapalhar a decisão. empresário a tomar decisões analisando
Trata-se de matemática simples aplicada. É comum o que realmente é importante para
que um gestor apegue-se a ideias e se empolgue qualquer empresa competitiva: o
com elas e suas possibilidades. Assim, ele deseja resultado. Ao mesclar esses conceitos, a
ver essas ideias na prática. Todavia, nem sempre empresa deve ter a consciência completa
elas são viáveis economicamente porque do quanto seu dinheiro deve render,
representam um retorno muito demorado ou muito quanto seus financiadores esperam de
arriscado. A TMA auxilia justamente nesse tipo de resultado e quais oportunidades são
tomada de decisão. deixadas de lado.
TBF – Taxa Básica Financeira - é usada para corrigir valores e aplicações financeiras, como por exemplo o FGTS.
Ela é baseada no custo médio das operações financeiras realizadas no mercado. O seu valor é calculado a partir dos
CDBs e RDBs prefixados que as instituições bancárias geraram no último mês. A Taxa Básica Financeira é a média
ponderada da taxa desses títulos. A TBF também serve como base para a Taxa Referencial.

No que está baseada a TMA


A base é simples e clara: o resultado do investimento deve ser maior que o investimento, considerando todas
as despesas e claro, o custo de oportunidade de aplicar em um título do Tesouro Direto, por exemplo, que rende perto
da Taxa Selic com zero risco. Assim, a análise de uma Taxa Mínima de Atratividade é estimada com base nas principais
taxas de juros praticadas pelo mercado. As que mais exercem influência são:

Todo negócio deve-se basear em resultado, por isso que novos investimentos devem ser analisados com
cuidado, afinal, o capital para investir é finito e possui financiadores que desejam ter um retorno mínimo: o custo de
capital.

TLP – Taxa de Longo Prazo - Essa taxa entrou em vigor em 2017. Ela define o mínimo de rendimento esperado de
empréstimos feitos pelo BNDES. Até 2022, essa taxa deve se equiparar ao rendimento do NTN-B (Tesouro IPCA+), um
dos títulos da dívida pública emitido pelo Tesouro.

TR – Taxa Referencial - Já desempenhou o papel da Taxa Selic, hoje ela cumpre três funções: remunerar alguns
investimentos de renda fixa como a poupança, remunerar o saldo do FGTS e atualizar financiamento imobiliários. Essa
taxa muitas vezes não rende a inflação (IPCA).
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia. A Selic representa o “preço do dinheiro” no mercado. Ou
seja, é a taxa básica de juros. Os investidores de renda fixa têm essa taxa como referência para saber se suas
aplicações estão rendendo pelo menos o mínimo necessário.

Desvantagens da Taxa Mínima de Atratividade – TMA


Não se deve basear as decisões apenas na TMA
A Taxa Mínima de Atratividade é uma expectativa. Apesar de ela ser extremamente positiva, um negócio moderno não
pode basear 100% das suas decisões apenas em escolhas 100% seguras.
Muitas vezes, é preciso arriscar mais no curto prazo para obter resultados mais expressivos no longo prazo.
Por exemplo, se a TMA for uma “lei”, será muito difícil para uma empresa fabricante investir em desenvolvimento de
novos produtos ainda desconhecidos pelo mercado. Afinal, eles podem ter baixa aceitação e gerar prejuízo.
No entanto, um desses produtos poderia trazer uma boa fatia do mercado, surpreendendo
positivamente.
Assim, a TMA não deve ser a única taxa a ser considerada. É fundamental que toda empresa reserve uma parte do
seu capital para investir em projetos mais inovadores, e logo, mais arriscados para manter uma boa competitividade.

TMA x Custo de Capital


Muitos administradores e especialistas consideram o próprio custo de capital como a TMA mais justa. Em outras
palavras, a Taxa Mínima de Atrativa deve ser pelo menos o mínimo esperado pelos financiadores do negócio.
Uma empresa pode bancar seus projetos com capital próprio, capital de terceiros e reinvestimento de
lucro.
Assim, a TMA de projetos que levariam o investimento de sócios ou de terceiros deve pelo menos equivaler ao custo
de capital – o que é justo.
VALOR PRESENTE
Valor Presente Líquido (VPL) É um método que consiste em trazer para a data zero todos os fluxos de caixa de
um projeto de investimento e somá-los ao valor do investimento inicial, usando como taxa de desconto a Taxa Mínima
de Atratividade (TMA) da empresa ou projeto.
Com o cálculo do Valor Presente Líquido é possível fazer os ajustes, descontando as taxas de juros para obter a
verdadeira noção do valor do dinheiro no futuro.
Por esse motivo, o VPL não faz apenas uma comparação do investimento com o retorno que dele se espera. Indo
além disso, como o Valor Presente Líquido leva em consideração a valorização do capital ao longo do tempo, com ele
calcula-se o ganho real de investimento.

Resumindo: O VPL traz ao valor presente um valor


futuro. Ele representa a diferença entre os
recebimentos e os pagamentos de um projeto de
investimento em valores monetários atuais (de hoje).
Valor Presente Líquido em Contabilidade
Em contabilidade gerencial, o cálculo de VPL é
utilizado também como um dos métodos para
calcular o Goodwill, ou Patrimônio de Marca. Este
nada mais é do que os elementos não materiais de
uma empresa que valorizam sua reputação. Para
obter o Goodwill, utiliza-se do fluxo de caixa
descontado.
Ainda em contabilidade, o Valor Presente Líquido é
utilizado para separar de um determinado valor os
efeitos da inflação e das alterações de câmbio.
- Investimento Inicial
Aquisição de uma
2.000,00 2.000,00 empresa
1.000,00 1.500,00

0 1
2 3 4

909,09+1239,66+1.502,63+1366,03 = 5.017,42 – 5.000,00 = 17,42

10%

- 5000,00

VPL >0 =Projeto Aprovado


VPL = 0 tanto faz
VPL < 0 recusado
Valor Presente (PV) e Desconto
Calcular o valor presente de um ativo, título ou investimento, significa calcular quanto vale hoje um determinado valor
que o investidor irá receber em uma data futura. Assim, partimos do valor futuro (valor em uma data futura) e, a
partir da aplicação de uma taxa de juros determinada (taxa de desconto), encontramos o valor presente.

Fórmula matemática para


cálculo o valor presente:

VP = VF VP = Valor Presente
____________ VF = Valor Futuro
( 1 + i )n i = taxa de juros
n = prazo
VF = VP .( 1 + i )ⁿ
Quanto vale hoje $1.200,00 que será resgatado da aplicação de renda fixa
(do exemplo anterior) com taxa de juros de 20% a.a.? VP = Valor Presente
VF = Valor Futuro
VP= 1.200
------ --_________ = 1.000 i = taxa de juros
( 1 +0,2)
n = prazo

Portanto, em um contexto com taxa de juros de 20% a.a., $1.000 hoje ou $1.200 daqui a um ano valem a
mesma coisa, são equivalentes.
Calculando o VPL
Antes de vermos as vantagens e desvantagens do Valor Presente Líquido, vamos ver como funciona seu cálculo.
Para fins de esclarecimento, a fórmula do VPL aborda:
1.Definição do valor do investimento inicial;
2.Definição do período de análise;
3.Definição da estimativa de entrada de caixa para cada período;
4.Definição da taxa de desconto apropriada;
5.Entradas de caixa descontadas;
6.Soma das entradas de caixa descontadas e subtração do investimento inicial;
7.Definição da viabilidade do investimento.

O Valor Presente Líquido de um fluxo de caixa é o valor monetário de todo o fluxo no tempo atual ou ao
iniciar um investimento. Para ter este valor, é necessário somar as receitas líquidas futuras descontadas ao valor
presente com uma taxa de desconto (ou taxa mínima de atratividade).
Mas o que é essa taxa de desconto? Bom, a taxa de desconto tem uma relação com a taxa de lucratividade do
projeto. Em outras palavras, é o retorno mínimo que se espera para um projeto ser aceito.

Onde:
VPL = Valor Presente Líquido
FC = fluxo de caixa
t = momento em que o fluxo de caixa ocorreu
i = taxa de desconto (ou taxa mínima de atratividade)
n = período de tempo
Da seleção de dois ou mais projetos:
Na seleção de projetos, tendo-se que optar por algum, a opção recairá sobre o de maior valor – (maior valor futuro líquido).
 Observações importantes para a análise com a técnica de VFL:
 No VFL, a análise toda é efetuada em cima do custo de capital da empresa;
 Leva-se os fluxos (lucros) de cada período a valor futuro (final do projeto), pela taxa (custo de capital);
 O valor encontrado (valor futuro dos fluxos) deverá ser subtraído do valor do investimento inicial a valor futuro
(final do projeto);
 O resultado encontrado deverá ser comparado com as três situações a seguir:
 VFL > 0 Aceita-se o projeto;
 VFL < 0 Rejeita-se o projeto;
 VFL = 0 Indiferente aceitar, ou não, o projeto.
Valor Presente Líquido (VPL)

É a diferença entre o valor presente das entradas líquidas de caixa associadas ao projeto, devidamente descontadas à
taxa mínima de atratividade (TMA), e o investimento inicial.

TMA = 6% a.a. $200,00 $200,00 $150,00 $100,00

0 1 2 3 4

-$500,00
VPL = 200 200 150 100
+ + + - 500
(1,06)1 (1+0,06)2 (1+0,06)3 (1+0,06)4

VPL = 188,68 + 178,00 + 125,94 + 79,21 = 571,83 - 500 = 71,83

Se VPL > 0 podem ser aceitos,


Se VPL = 0 Tanto Faz
Se VPL < 0 devem ser rejeitados.
Critérios Valor Presente Líquido (VPL)

- Fluxo de Caixa - não são uniformes, mas com periodicidade uniforme - VPL - compara todas as entradas e saídas
de dinheiro na data inicial do projeto, descontando todos os valores futuros do fluxo de caixa na taxa de juros (TMA)
que mede o custo de capital. Sendo o VPL > 0, a soma de todos os capitais do fluxo de caixa é maior que o valor
investido. Podemos dizer então que o capital investido será recuperado a uma determinada taxa (TMA) e o projeto
gerará um lucro extra, na data zero, igual a VPL.
Características VPL (Valor Presente Líquido)

Vantagens:
- Considera o fator tempo no valor do dinheiro
- Estabelece o retorno mínimo a ser obtido para manter inalterado o valor da empresa - quanto o VPL > 0 o projeto
garante um ganho extra
- Analisa todos os fluxos de caixa de um projeto
- Considera o custo de capital
- Embute o risco no custo de capital
- O VPL positivo - indica que o capital investido será recuperado, remunerado na taxa de juros que mede o custo de
capital do projeto e gerará um ganho extra, na data zero, igual ao VPL.

Desvantagens:
- Custo de capital - dificuldade de dimensionar o custo de oportunidade em fluxo de caixa de longo prazo. (qual o
risco ?)
- Projetos com tamanhos diferentes - dificuldade em decidir por qual projetos quando investimentos são bem
diferentes.
VPL - Valor Presente líquido
Custo de capital % a.a.(TMA) 12,00 u.m.

ANO Investimento Inicial Retornos Operacionais (lucro) Valor Presente Saldo

0 (550.000,00) 0,00
1 0,00 115.000,00
2 0,00 85.000,00
3 0,00 145.000,00
4 0,00 185.000,00
5 0,00 230.000,00

Análise:

Recomenda para implantação.


Custo de capital % a.a.(TMA) 12,00 u.m.

Investimento Retornos Operacionais


ANO Inicial (lucro) Valor Presente Saldo

0 -600.000,00 0,00
1 0,00 125.000,00
2 0,00 80.000,00
3 0,00 0,00
4 0,00 250.000,00
5 0,00 380.000,00

Análise:
ESTUDO DE CASO – Analise os dois projetos com base no VPL

Ano Projeto “A” Projeto “B”


Investo. Inicial 42.000 45.000
Entradas caixa operacional (u.m.)
1 14.000 18.000
2 14.000 12.000
3 14.000 10.000
4 14.000 10.000
5 14.000 10.000

O custo de capital é de 10% a.a.


A empresa tem capacidade de caixa para implantar os dois projetos ao mesmo tempo;
Projeto “A” – cálculos:
Projeto “B” – cálculos:
FLUXO DE CAIXA
DFC permite saber quais foram as entradas e
saídas de dinheiro que ocorreram em um período
específico, seja no caixa, nas contas bancárias ou nas
aplicações financeiras que a empresa possui com
liquidez imediata. Com o DFC é possível ainda averiguar
qual o resultado causado na empresa por cada uma
destas movimentações financeiras.
Entre diversas outras informações, a Demonstração de
Fluxo de Caixa aponta onde os recursos financeiros da
empresa foram aplicados e qual a origem desses
recursos, possibilitando uma melhor gestão das
entradas e saídas de dinheiro e evitando desvios e
erros.
A Demonstração do Fluxo de Caixa é de extrema
importância para o gestor analisar e avaliar a
capacidade financeira da empresa, elaborando assim
um planejamento financeiro adequado à realidade do
momento, para que possa evitar que a empresa fique
sem dinheiro disponível em caixa para honrar seus
Demonstrativo de Fluxo de Caixa compromissos ou então decidir quais as aplicações mais
Também conhecido pelo termo Demonstração do Fluxo de vantajosas para investir os recursos financeiros
Caixa ou ainda pelo seu acrônimo DFC, é uma peça contábil
disponíveis, seja investindo em ampliações da própria
(relatório fundamental para análise da empresa) que empresa ou colocando o dinheiro em aplicações
evidencia a posição financeira da empresa em um financeiras externas, como fundos de investimentos.
determinado período de tempo.
Fluxo de caixa descontado
O fluxo de caixa descontado é um método contábil que calcula o valor
presente dos fluxos de caixa projetados para o futuro em uma
organização.
Se o resultado do cálculo for um valor maior que o preço atual do ativo,
pode ser o momento ideal de investir. O objetivo de realizar o cálculo do
fluxo de caixa descontado é conhecer qual será o fluxo de caixa livre de
cada ano considerado na projeção.
Os ativos de uma empresa, a sua reputação no mercado, as marcas e
patentes que possui, o seu histórico de desempenho e o nível de gestão

que opera o negócio são fatores que influenciam a determinação de valor de uma organização, mas serão
relevantes apenas se tiverem a capacidade de gerar caixa livre no futuro — recursos suficientes para remunerar os
seus investidores.
A taxa de desconto a ser aplicada nos valores projetados para os fluxos de caixa futuros, geralmente, é determinada
em função dos custos do capital, associados aos riscos do negócio. Apesar de ser um método de valuation mais
preciso do que o de análise de múltiplos, também está sujeito a distorções provocadas pela aplicação de taxa de
desconto muito elevada, devido a juros de mercado altos sendo praticados no período da avaliação, por exemplo.
Sendo assim, todo e qualquer fator de distorção deve ser ponderado.
Esse método deve ser aplicado a empresas que têm boa previsibilidade de receita e histórico consistente dos
resultados alcançados no passado. Empresas iniciantes no mercado de capitais e startups que ainda não têm dados
históricos para avaliação não podem utilizar o fluxo de caixa descontado.
Fluxo de Caixa Descontado - Também conhecido como FCD, é um aliado muito importante das tomadas de
decisão, sendo uma metodologia utilizada em qualquer situação em que o dinheiro seja aplicado em um ponto e
recebido em outro, no futuro. Em outras palavras: o FCD trabalha com o valor do dinheiro no tempo.
O método do Fluxo de Caixa Descontado é uma técnica de orçamento de capital (como Payback e Taxa Interna de
Retorno) e é utilizado para determinar o valor presente de uma empresa, ativo ou projeto com base no dinheiro que
pode gerar no futuro. O FCD parte do pressuposto de que o investimento gera fluxo de caixa durante um determinado
período.
Observe que o método considera duas importantes variáveis - risco e retorno. Isso significa que a análise de Fluxo de
Caixa Descontado utiliza projeções de fluxo de caixa e descontos para chegar a uma estimativa de valor presente.
Essa estimativa é, então, utilizada para avaliar o potencial de investimento, quais os riscos e as possibilidades
de ROI. Caso o valor obtido da análise de FCD for maior do que o custo atual do investimento, o controller pode dar o
sinal verde, pois a oportunidade pode ser boa
PAYBACK
O que é Payback O investimento vai se pagar?”. “Quanto tempo levará para
Começando primeiro pelo conceito: Payback é um o projeto dar retorno?”. “Como saber o fôlego financeiro
cálculo simples do tempo que levará para um que preciso ter?”. “Esta é a melhor alternativa para
investimento se pagar. O método Payback pode ser investir no momento?”. Citando apenas alguns exemplos,
utilizado tanto por empreendedores iniciando um estas são as linhas de perguntas que surgem tanto para
negócio quanto por gestores que querem quem inicia um negócio, quanto para quem planeja um
implementar uma ideia e precisam saber o tempo de investimento.
retorno do investimento. E é justamente para responder a essas questões que
A importância do Payback para a Análise do existe o Payback, que é o período de recuperação do
Tempo de Retorno do Investimento investimento. Ele funciona como um indicador que
Já que vamos dar uma mão para o time de mostra quanto tempo o empréstimo ou
desenvolvimento de produtos a aprovar o projeto, investimento levará para retornar ao investidor ou
temos que primeiro entender sobre o que vamos à empresa.
falar. Sabemos que para que ocorra o percurso da Trocando em miúdos: ao fazermos qualquer tipo de
ideia sair do papel e ganhar corpo, existem diversos investimento temos que atravessar pelo período de
fatores de decisão a serem avaliados. Os resultados despesas, em que vemos o dinheiro sair do caixa. Mas, se
desses fatores são analisados através de indicadores tudo que vai, volta (pelo menos é o que acontece com
de desempenho e um deles, que é o motivo dessa empresas como a sua, que fazem análise de
nossa conversa, é o Payback. viabilidade de investimentos), chegará um momento
em que as receitas recuperarão o capital investido. E é
este momento - apresentado em período de tempo - que
o método do Payback mostra.
Relação entre Payback e Fluxo de Caixa Com a projeção do fluxo de caixa os administradores têm
Já que tocamos no assunto de um determinado valor sair a total segurança sobre quando aplicar o dinheiro de
do caixa para que um projeto seja viabilizado, é acordo com a captação em determinado período. No fluxo
imprescindível que isso seja muito bem planejado para de caixa falamos em captação e aplicação. Já quando
nenhum administrador ser pego de surpresa. É tratamos de Payback falamos no espaço de tempo para o
exatamente por isso que o Payback está 100% ligado dinheiro que saiu da empresa voltar para seu cofre.
com um Fluxo de Caixa bem feito. Nesse período, é preciso considerar as despesas e receitas
Ou seja, para pensar em Tempo de Retorno do atuais e futuras. É fácil de entender o motivo da relação
Investimento é fundamental que tudo que sair da sua entre Fluxo de Caixa e Payback ser tão forte, não é
empresa esteja programado com o que for entra mesmo?
Facilidade, aliás, é uma das vantagens apontadas para o
método Payback. Além dela, existem outros pontos a se
considerar, conforme veremos.
Vantagens do método Payback
Além da facilidade de entender seu propósito, o Payback
é fácil de aplicar. Não é preciso treinamento adicional
ou algum tipo de especialização. A fórmula, que será
apresentada mais adiante, é simples e direta.
Geralmente, os gerentes utilizam o método de período
de retorno do investimento para fazer rápidas
avaliações de projetos que terão um investimento não tão
alto. Logo, o Payback é o método mais indicado para
startups e pequenas empresas, pois o tempo e o esforço
utilizados para fazer análises econômicas mais sofisticadas
não fazem sentido para projetos menores.
Payback Simples

Seja um investimento cujo aporte inicial é de 5.000,00 que gera entradas de 1500,00 durante 4 períodos. Calcule o
Payback simples

Período Fluxo de caixa Saldo


0 - 5.000,00 - 5.000,00
1 1.500,00 - 3.500,00
2 1.500,00 - 2.000,00
3 1.500,00 - 500,00
4 1.500,00 1.000,00
PBS = (Investimento Inicial/ Fluxo de Caixa) Ii/Fc
PBS = 5000,00/1500,00
PBS = 3,33 anos
3 anos
0,33*12 = 3,96 meses ou 3 meses
0,96*30 = 28,8 ou 28 dias
Pode ser utilizada a formula: ultimo período negativo + |saldo do ultimo período negativo/fluxo de caixa do período
sucessivo|
3 + |-500,00/1500,00| = 3,33 anos
Payback descontado
Leva em consideração o valor do dinheiro no tempo
Seja um investimento cujo aporte inicial é de 5.000,00 que gera entradas de 1500,00 durante 5 períodos a uma taxa
de 10%aa. Calcule o Payback descontado

P Fluxo de caixa FCD (10%) saldo


0 - 5.000,00 - 5.000,00 - 5.000,00
1 1.500,00 1.363,64 - 3.636,36
2 1.500,00 1.239,67 - 2.396,69
3 1.500,00 1.126,97 - 1.269,72
4 1.500,00 1.024,52 - 245,20
5 1.500,00 931,38 686,18

Pode ser utilizada a formula: ultimo período negativo + |saldo do ultimo período negativo/fluxo de caixa do período
sucessivo|

4 + |-245,20/931,38|
PBD = 4,26
4 ANOS
3 MESES
4 DIAS
Analise o projeto abaixo com base no payback simples e descontado cuja
taxa de desconto de 10%

taxa de 10%
Fluxo de
Período Payback simples Payback descontado saldo
Caixa
0 -250.000,00
1 57.900,00
2 57.900,00
3 57.900,00
4 57.900,00
5 57.900,00
6 57.900,00
TIR TAXA INTERNA DE RETORNO
Taxa Interna de Retorno Internal Rate of Return, (TIR) - Método usado para análise da viabilidade de projetos
de investimento.
Taxa Interna de Retorno é usada para avaliar a atratividade de um projeto ou investimento. Assim, ela
reflete a qualidade de um investimento.
Ela é utilizada amplamente por empresas para determinar se devem ou não investir ou comparar diferentes opções de
investimentos.

Por exemplo, um investimento X será A TIR pode também ser usada para calcular o tempo em
escolhido se sua Taxa Interna de Retorno for que o dinheiro desvalorizará. Supondo que você pense
maior que aquela de um investimento Y em uma TMA de 9%, onde você investiria? Com certeza
(considerando o mesmo risco para ambas as seria em uma opção cuja Taxa Interna de Retorno seja
opções, claro). maior que os 9%.

•Se a TIR > que TMA = Projeto Viável Calcula a taxa de desconto que deve ter um fluxo
•Se a TIR < que TMA = Projeto inviável de caixa para que seu Valor Presente Líquido (VPL)
•Se a TIR = TMA = Tanto Faz iguale-se a zero

Onde:
VP = valor presente;
Capital = valor do investimento;
N = quantidade de períodos;
Ft = entrada de capital no período t;
i = taxa interna de retorno.
Vantagens da TIR - Apresenta uma taxa como resultado: sua rentabilidade. Isso facilita a vida dos gestores, pois
torna mais fácil a comparação com taxas definidas para custo de capital.

Por ser expressa em percentual, a Taxa Interna de Retorno tem boa aceitação entre executivos financeiros.
P ara muitos a TIR é preferível ao VPL, pois o Valor Presente Líquido apresenta como resultado um número natural.
Justamente por isso a TIR é amplamente difundida e já tornou-se padrão tanto em planilhas eletrônicas como
calculadoras financeiras.
Pela facilidade de interpretação, pois o cálculo apresenta uma taxa para cada projeto. Assim, caso você precise
decidir entre dois projetos ou investimentos, aquele que tiver a maior Taxa Interna de Retorno será sua melhor opção.

Desvantagens da TIR
Não mostrar sobre o risco que a empresa corre (ou até mesmo o investidor) para obter esse retorno. imagine dois
projetos diferentes, que tenham a mesma projeção de fluxo de caixa e os mesmos prazos. Se algo der errado durante
um dos projetos as perdas que eles causarão não serão iguais. Isso porque a TIR revela apenas os retornos
esperados, e não as potenciais perdas dos investimentos.
Se os fluxos de caixa não forem uniformes, o projeto poderá apresentar taxas múltiplas. Além disso, existe uma
limitação da análise da TIR quando ocorrem mudanças no sinal do fluxo de caixa. Geralmente, quando isso ocorre é
gerada uma Taxa para cada mudança. Isso torna um pouco mais difícil a análise de viabilidade do projeto.
Não considera o custo do investimento. Em outras palavras, acaba não sendo uma boa opção caso um projeto tenha
saídas de caixa após ter gerado o fluxo.
Calculando a Taxa Interna de Retorno

Sua empresa fará um investimento inicial de R$ 100 mil. A previsão é de que no primeiro ano o retorno seja de R$ 60
mil somados com outros R$ 60 mil no ano seguinte. Queremos saber a Taxa Interna de Retorno, portanto, conforme
vimos, devemos igualar o VPL a zero
60.000 60.000
•O VP é sempre igual a zero (afinal a
TIR calcula a taxa de desconto que
-100.000 deve ter um fluxo de caixa para que
seu VPL seja igual a zero).
VPL = 0 = 60.000 + 60.000
•O capital equivale ao valor do
--------- --------- - 100.000
investimento inicial e deve ser sempre
(1+TIR) + (1+TIR)2
negativo. Se você for olhar o exemplo
que demos acima verá que colocamos o
valor de -R$ 100 na fórmula
VPL = 0 = -R$100 + R$60/(1+TIR) + R$60/(1+TIR)2 (correspondente aos R$100 mil de
A única maneira de calcular a TIR é por tentativa e erro. Vamos investimento).
imaginar uma taxa de 10% e outra de 15%. •O N é a quantidade de períodos a
serem analisadas, por exemplo, 6
•TIR de 10%: meses, 1 ano, etc.
VPL = 0 = -R$100 + R$60/1,1 + R$60/1,12 = R$ 4,13 •O Ft é o valor da entrada de dinheiro
no período t, por exemplo, se no quarto
•TIR de 15%: mês entrar R$ 20 mil, informe esse
VPL = 0 = -R$100 + R$60/1,15 + R$60/1,15² = - R$ 2,46 valor.
Para um Valor Presente Líquido igual a zero a TIR deve
ficar em um ponto entre 10% e 15%. Se formos
prosseguir com os cálculos, chegaremos a uma TIR de
13,1%.
Isso significa que se o retorno exigido for menor que
13,1%, o projeto será viável. Caso seja maior que
13,1% o mesmo deverá ser rejeitado.

Vamos aproveitar a função TIR e analisar o seguinte


quadro:
Uma empresa vai realizar um investimento de R$
100.000,00, com receita líquida mensal de: R$
10.000,00; R$ 16.000,00; R$ 24.000,00; 32.000,00 e
R$ 33.000,00. Qual será a Taxa Interna de Retorno?

Em nosso exemplo, após colocar os dados na planilha e aplicar a função “=TIR()”, encontramos o resultado de
4%. Para analisar a viabilidade, uma boa pedida é verificar a Taxa Mínima de Atratividade.
Cuidados ao usar a Taxa Interna de Retorno - Um dos maiores erros que as empresas cometem é utilizar
somente a Taxa Interna de Retorno para avaliar a viabilidade de um investimento. Quando utilizado sozinho, existe
uma probabilidade maior de tomar uma decisão errada, especialmente ao comparar dois projetos com durações
diferentes. O mais indicado é fazer uso da TIR combinado com outros métodos, como o Valor Presente Líquido e
o Payback.
Pense em uma situação em que um projeto com um ano de duração tem uma TIR de 25%, enquanto um de 10 anos
possui a TIR de 14%. Se você apenas tomar como base a Taxa Interna de Retorno é bem provável que favoreça o
primeiro, o que seria um erro. Isso porque é muito melhor ter uma TIR de 14% por 10 anos do que 25% por um ano
caso sua Taxa Mínima de Atratividade seja de 10% durante o período.
Outro cuidado que se deve ter é sobre o valor do dinheiro no tempo. Pela TIR, os fluxos de caixa futuros são
reinvestidos na própria TIR e não no custo de capital da empresa. Portanto, a Taxa Interna de Retorno não relaciona o
custo de capital e o valor do dinheiro no tempo como o VPL.
Exatamente por isso que a melhor dica é a de usar vários indicadores em conjunto. Desse modo você terá uma
melhor visão do que esperar do seu investimento.
P. Inv. A VPL PBS PBD SALDO Inv. B VPL PBS PBD SALDO Em qual dos dois
investimentos deve-se
0 -80.000,00 -100.000,00 aceitar, levando em
consideração os índices
1 25.000,00 30.000,00
do VPL, TIR e
2 25.000,00 30.000,00 PAYBACK? Justifique
3 25.000,00 30.000,00 sua resposta. Taxa
Mínima de Atratividade
4 25.000,00 40.000,00
é de 6%

- Inv. Inic
- Investimento Inicial
Aquisição de uma
empresa

0 1
2 3 4

- 00,00

VPL >0 =Projeto Aprovado


VPL = 0 tanto faz
VPL < 0 recusado
Cálculo do PBS (Prazo do Payback Simples)
(Cesgranrio - 2010 - Petrobras - Contador júnior) A Cia Pantanal S/A está estudando duas
alternativas de investimento, com as características abaixo:

Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Projetos
Inicial (R$)
P -3.000.000 600.000 800.000 1.500.000 1.800.000
Q -5.000.000 2.000.000 2.500.000 1.500.000 1.800.000

Considerando-se exclusivamente essas informações, o período de payback efetivo da alternativa Q, em


anos, é
(A) 3,23
(B) 2,92
(C) 2,86
(D) 2,55
(E) 2,33

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