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MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho Genuíno x Evangelho Adulterado
Santana do Livramento
2016
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MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho Genuíno x Evangelho Adulterado
Santana do Livramento
2016
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MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho genuíno x Evangelho adulterado
Aprovado em:
Banca Examinadora
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Prof: ____________________________
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Prof: ____________________________
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Prof: ____________________________
RESUMO
Logo, é necessário que todo aquele que leva o Evangelho adiante, e isto faz
com seriedade e por amor a Deus, tenha em mente que o maior interessado é o
próprio Criador e que todas as suas ações deverão glorificá-Lo da forma que a Ele é
devida.
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ABSTRACT
The preaching of the Church comes with time, what you can think about the
changed gospel, or if any other reality present in the Holy Scriptures will be modified.
In this he notes that there are currently two totally different and opposing preaching
present in the pulpits of the churches, which when thoroughly analyzed lead to totally
different paths.
But the great problem of this message is that it does not approach as people
of God, for it ends up leading followers to seek their own interests and even a God,
but not for the desire to worship and serve Him, but rather for the blessing What He
Can Give Thus, this message does not lead a man to a state conscious of his sinful
and fallen nature and much less leads him to repentance.
Therefore, it is necessary that everyone who carries the gospel forward, and is
a doer with earnestness and a love for God, have in mind that the greatest interest is
the Creator himself and that all his actions are to glorify him in the way that the It is
due.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
CAPÍTULO I- EVANGELHO E MARKETING: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E
RELAÇÕES..........................................................................................................................................9
1.1 O que é o Evangelho................................................................................................................9
1.1.1 Um Evangelho poderoso................................................................................................10
1.1.2 Um Evangelho escandaloso...........................................................................................11
1.1.3 Um Evangelho que salva, regenera e aperfeiçoa o homem......................................13
1.2 O que é marketing...................................................................................................................15
1.2.1 Preço..................................................................................................................................15
1.2.2 Praça.................................................................................................................................16
1.2.3 Produto..............................................................................................................................16
1.2.4 Promoção..........................................................................................................................16
1.3 Relacionando a pregação do evangelho com os 4ps do marketing................................16
1.3.1 Preço.................................................................................................................................16
1.3.2 Praça.................................................................................................................................17
1.3.3 Produto..............................................................................................................................17
1.3.4 Promoção..........................................................................................................................17
CAPÍTULO II- A PREGAÇÃO: O EVANGELHO GENUÍNO X UM EVANGELHO
ADULTERADO.................................................................................................................................19
2.1. Uma mensagem Cristocêntrica x Uma mensagem antropocêntrica...............................19
2.2 Consciência de aflição X Um mar de rosas........................................................................22
2.3 A necessidade de tratar a maldade do homem x Um desejo de não magoar o homem
.........................................................................................................................................................25
CAPÍTULO III- QUE TIPO DE CRISTÃO AS ATUAIS PREGAÇÕES PRODUZEM.............28
3.1 Discípulos fieis x Consumidores...........................................................................................28
3.2 Qualidade X Quantidade........................................................................................................31
3.3 Amor a Deus X Amor aos prazeres......................................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................36
REFERENCIAL.................................................................................................................................38
APÊNDICE.........................................................................................................................................40
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INTRODUÇÃO
de um outro tipo de mensagem que está tomando os púlpitos das Igrejas, e então,
compara-se à atual mensagem da igreja com aquela que fora pregada por Jesus,
por Pedro, Paulo e outros pregadores que a bíblia cita, visando demonstrar qual
delas é realmente verdadeira e se mantém fiel a fim de conscientizar acerca da
importância de ter uma mensagem que esteja centrada em Cristo e nas verdades
elementares apresentadas nas Escrituras Sagradas.
Entende-se que todo aquele que se achega a Cristo, tenha consciência que o
Evangelho pode parecer loucura aos olhos dos sábios conforme o entendimento
mundano, contudo, sua mensagem não é motivo de vergonha, pois ele é o poder de
Deus que busca salvar o homem e que está disponível para todos os que creem, a
fim de que estes estejam novamente ligados a Deus. Segundo Paul Washer (2013,
p.15) o Evangelho não é uma introdução ao Cristianismo, a qual você aprende
quando vai à igreja e depois pode partir para coisas mais profundas, mas sim é a
mensagem central e mais gloriosa do Cristianismo na qual todos que o seguem
deveriam empenhar toda a sua vida, todas as suas forças, todos os seus esforços e
tudo quanto mais puderem para compreendê-lo, pois é nele que se manifesta a
glória de Deus e bom seria se todo o Cristão dedicasse sua vida para conhecer
mensagem deste Evangelho e torna-la conhecida.
Pode-se dizer que uma das melhores maneiras de começar descrevendo o
que é o Evangelho é por meio da análise do versículo de Romanos 1:16, “Porque
não me envergonho do Evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Nele, o Apóstolo Paulo,
descreve em poucas palavras não apenas o que é o Evangelho, mas também a sua
finalidade, a salvação do homem. Em concordância com o texto citado acima, afirma
Paul Washer: (2014, P. 7):
que o ouvem. Dentre estas exigências pode-se destacar uma em especial que
propriamente pode resumir a necessidade que há de mudança na vida dos que o
ouvem, pois quando Jesus fala ao jovem rico, começa afirmando que se aquele
mancebo deseja segui-lo, terá que vender tudo o que possui e distribuir aos pobres,
o que demonstra que é preciso abrir mão da sua própria vida. O Mestre continua
afirmando que aquele rapaz após cumprir o primeiro passo deve tomar a sua cruz, o
que significa morrer para as suas próprias vontades e cobiças e por fim seguir a
Cristo, o que conota ao sentido de se deixar ser guiado totalmente por Jesus. A
resposta do jovem também nos traz um total sentido a nossa realidade, onde muitos
que ouvem acerca do verdadeiro Evangelho o abandonam por não estarem
dispostos a abrir mão da sua vida em prol da vontade do Messias que padeceu a
dois mil anos atrás para ofertar o perdão a todos os homens. Por isso, Paul Washer
afirma:
Por tal motivo, todo aquele que profere as palavras deste Evangelho deve ter
em mente a cruz como ela realmente é, ou seja, com a completa referência ao
escândalo que ela fora projetada para ser, pois nada mais e nada menos que este
Evangelho pode salvar o homem da condenação que sobre ele está imposta, e se
não for pregado da maneira correta estar-se-á adulterando-o e ferindo os princípios
estabelecidos por Deus para nortear a vida do homem, e, se tal coisa for feita, se o
homem buscar remover o escândalo do Evangelho, se tentar tornar a cruz uma
mensagem menos escandalosa e agressiva aos que o ouvem, ”[...] nada ganhara,
senão o desprazer de Deus”. (Paul Washer, 2015)
Então, por mais escandaloso e louco que o Evangelho possa parecer, todo
cristão autêntico deve manter sua mente e coração firme naquilo que têm crido, se é
que realmente têm depositado a sua fé no verdadeiro Evangelho citado nas
Escrituras, que, por mais insano que possa parecer é a única mensagem capaz de
ligar o homem a Deus, e, por isso, o escândalo e as exigências não devem ser
removidas, mas sim, pregadas com sinceridade e clareza para que o ouvinte seja
levado por ele ao arrependimento e assim Deus seja glorificado através da vida
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“Se hoje você é salvo, você não é salvo porque os romanos pregaram Jesus
num madeiro, nem porque os judeus O chicotearam ou porque O
espancaram violentamente. Se hoje você é salvo, é porque quando Ele
estava naquele madeiro, Ele carregou os nossos pecados e o Seu próprio
Pai O esmagou como sacrifício. Nós não somos salvos por aquilo que os
romanos fizeram com Jesus, nós somos salvos por aquilo que Deus fez com
seu Filho”.
santificados, e assim estes venham a ser aperfeiçoados através das lutas, dos
sofrimentos e de tudo o que os regenerados por Cristo enfrentarem, a fim de que o
Pai os confirme e fortaleça para herdarem o prêmio da soberana vocação celestial
de Deus em Cristo Jesus.
1.2.1 Preço
É nesta fase que se calcula o valor que a empresa terá com o produto e que
será repassado ao cliente. Para tal, devem ser considerados os custos de produção,
pessoal, logística e publicidade a fim de chegar no valor que o produto ou serviço
custará para a empresa e, assim colocar sobre este custo, o valor desejado de
lucratividade. Desta forma será obtido o valor do produto para o cliente. No que
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tange a uma ideia, nesta fase ocorre a agregação de valor à ideia, isto é, o que
custara ao cliente para que essa ideia seja executada ou seguida.
1.2.2 Praça
É nesta fase que se determina o local onde o produto, serviço ou ideia será
propagado ou vendido. Assim, é necessário definir em qual localidade irá atuar e, a
partir daí, formula-se o objeto a ser entregue de acordo com o local em que ele está
sendo formado.
1.2.3 Produto
1.2.4 Promoção
Nesta fase, há, em certo ponto, um erro na concepção geral acerca do que
realmente é esta etapa, pois muitos interpretam como sendo apenas a parte do
processo que se encarregara com as promoções de vendas, no entanto, nesta fase
ocorrera não apenas a incorporação de estratégias publicitárias, sempre tendo em
vista atender a demanda dos clientes e também fazer com que estes clientes sintam
como necessário ter aquilo que a eles está sendo ofertado, como também engloba
todo o relacionamento com o cliente, feedback, etc.
1.3.1 Preço
1.3.2 Praça
1.3.3 Produto
Aqui é onde obtém o produto ou ideia tal como será passada ao público alvo.
Até esta fase, não encontrar-se-á dificuldade no que tange a pregação do
Evangelho, mas a partir daqui o marketing já se torna um campo que passa a
requerer cuidados para não misturar o Evangelho com outras coisas e assim torná-lo
diferente do que realmente deve ser.
Nesta fase ocorre a agregação de valor ao produto, isto é, quanto ele custara
ao mercado-alvo, portanto, esta fase requer cuidados, pois todo aquele que anuncia
a mensagem do Evangelho e fala o porquê dele ser necessário ao homem deve
fazer utilizando apenas o que as Escrituras afirmam acerca do mesmo, sem
acrescentar valores baseados naquilo que os homens consideram como
necessidade, mas sim, usar única e exclusivamente o que as Escrituras afirmam
como necessidades que serão sanadas através do Evangelho.
1.3.4 Promoção
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Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e
do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. (ATOS 8:12)
Desta forma, nota-se que os três discípulos tinham a cruz de Cristo como foco
de sua mensagem, e, anunciavam incansavelmente que fora o próprio Deus que
colocará Jesus em uma cruz e que assim aplacou a Sua ira, onde, cruz está em que
o Filho Inocente foi morto levando sobre si o pecado de muitos, a fim de dar a
salvação a todos os que creem no seu nome. Porém, esta mensagem de salvação
que é um dom imerecido vindo da parte de Deus traz consigo algumas exigências
que não devem ser negadas, pois o Evangelho exige que todos os que seguirão a
Cristo a fim de obter a vida eterna renunciem a tudo nesta vida, isto é, aos prazeres,
às riquezas, sua própria vontade e até mesmo a sua própria vida a fim de viverem
de acordo com o que Deus planejou de antemão, e em tudo glorifiquem ao Pai que
está nos céus.
Já em contraste a tal mensagem, temos um outro Evangelho, se é que assim
pode ser chamado, do qual as exigências foram removidas e o escândalo da cruz
fora tirado a fim de tornar a mensagem mais agradável aos homens, os quais
conforme as Escrituras eram apenas alvo da ira de Deus que se derramaria contra
toda impiedade humana, tornaram-se o centro da mensagem, onde suas demandas
e vontades foram alavancadas a um patamar superior, e Cristo, o messias sofredor,
o Deus que se tornou homem para ser o sacrifício perfeito, fora reduzido a um mero
quebra-galho, a alguém que agirá apenas para o benefício do homem, a fim de que
este tenha tudo nesta terra.
Nesta mensagem, através de uma grande sacada de marketing, o homem
virou o herói da história, o que fora dito por Ann Handley em uma de suas
entrevistas televisivas como sendo um ponto essencial para um marketing de
sucesso, assim o homem, passa de um ser que estava afastado de Deus, que não
poderia se aproximar nem se relacionar com este, a um ser que é necessário para
que Deus se satisfaça, em outras palavras, Cristo não morreu para aplacar a ira de
Deus, mas sim fora crucificado porque Deus amava tão exacerbadamente o homem
que jamais suportaria ou sequer cogitaria uma remota possibilidade de viver a
eternidade longe de Sua criação mais perfeita e amada.
Portanto, o que importa para o criador não é mais à vontade soberana dEle,
mas sim que o homem, o objeto mais valioso de seu amor, viva com tudo o que há
de melhor nesta terra, e desta forma, Deus passa a ser uma espécie de gênio da
lâmpada a fim de apenas conceder bênçãos e desejos aos homens.
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Apenas vale ressaltar que estas duas mensagens totalmente distintas estão
presentes dentro das igrejas, que tentam cada vez mais tornar-se atrativas e
agradáveis aos homens a fim de terem seus bancos lotados, e, para que tal coisa
aconteça, temas como a ira de Deus, Sua Santidade e Justiça, a Cruz de Cristo, tem
se tornado temas secundários e sem valor na maioria dos púlpitos. Em um
questionário, cujos resultados estão apresentados em apêndice, feito a um grupo de
pessoas de denominações diferentes, solicitando a elas que dessem um grau de
importância a cada tema citado, com notas de um a dez, notou-se que a ira, a
santidade e justiça de Deus tiveram médias totalmente inferiores a outros atributos
como o amor, que é uma mensagem mais agradável aos ouvidos, como se não
bastasse, também foi considerado pelos entrevistados, que falar de prosperidade é
mais essencial do que tratar acerca do homem a luz das Escrituras.
Este é o resultado de uma inversão de valores, onde o que dá prazer ao
homem foi posto no centro do Evangelho e a magnifica revelação de Deus através
da pessoa e obra de Cristo foi colocada em segundo plano, e tornou-se uma
mensagem ausente da maioria dos púlpitos Cristãos de nossos dias, o que segundo
Paul Washer, é um dos maiores crimes cometidos pela nossa geração, tal como
descrito abaixo:
Os dois tipos de mensagens que estão presentes com frequência nos púlpitos
mostram formas de vida diferentes em cada uma delas. Enquanto uma afirma que o
sofrimento faz parte da vida do cristão, a outra afirma exatamente o inverso, pois o
foco está apenas nas coisas terrenas que Deus pode dar a todos que decidem servi-
Lo.
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Mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que
também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis. Se pelo nome
de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós
repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus. Que nenhum de vós,
entretanto, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem
se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se
envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome. Porque já é tempo que
comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o
fim daqueles que desobedecem ao Evangelho de Deus? E se o justo
dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador? Portanto os que
sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador,
praticando o bem. (I PEDRO 4:13-19)
Neste texto, Pedro não apenas reafirma o que Cristo falou acerca de passar
por tribulações, mas trata o assunto como sendo parte da vida cristã, e que deve ser
motivo de alegria para o Cristão passar por dificuldades, ser perseguido, ser afligido
ou tantas outras situações, pois se tais coisas ocorrem, significa que de fato este
cristão é nascido de novo, e, agora é bem-aventurado, pois sobre ele está o Espírito
da Glória de Deus, e que por estas razões ele deve confiar ao Criador a sua alma
praticando sempre o bem.
Para reforçar ainda mais esta mensagem acerca de sofrer em nome de
Cristo, e de que as aflições fazem parte da vida Cristã, Paulo em II Timóteo 2,
convida Timóteo a sofrer juntamente com ele, “as aflições como um bom soldado de
Cristo Jesus”, e, ainda em várias passagens de suas Epístolas, Paulo ressalta tudo
quanto sofreu e a grande alegria e gozo que possui por poder sofrer em nome de
Cristo.
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No entanto, hoje esta mensagem acerca do sofrimento não está tão presente
nas igrejas, pois como ensinado por muitos pensadores de marketing, “você não
deve encontrar clientes para o seu produto, mas sim produtos para os seus clientes”.
Então têm-se um pequeno problema diante desta necessidade, porém fácil de ser
resolvido. Parafraseando a afirmação acima pode-se dizer “não encontre seguidores
para o seu deus, mas encontre um deus para os seus seguidores”, assim, basta
alterar o foco central das mensagens que não devem mais estar em Cristo, mas sim
naquilo que o homem deseja e desta forma o centro será os milagres e maravilhas
que Deus pode realizar, as bênçãos terrenas que ele pode dar e a vida plenamente
confortável e livre de obstáculos que o Criador pode proporcionar. E o requisito para
tal é tão somente você cumprir com meros rituais e práticas citadas por aqueles que
proferem o “Evangelho”.
Associados a isso, vê-se vários pregadores ensinando que o homem pode
mudar a decisão de Deus, já que adoram um deus que sua mente criou, e pode
fazer tal coisa se tão somente determinar que as coisas aconteçam como ele quer,
se ofertar valores altos e barganhar com esse deus, e diante de tal ensino, porque
este homem padeceria por dificuldades, como financeiras, de saúde, ou qualquer
outras, pois conforme o que Mike Murdock ensinou em algumas de suas principais
pregações, “Jesus mostrou onde o dinheiro pode ser encontrado”, na verdade, “o
ministério de Jesus possuía doze homens que administravam seu negócio e um era
tesoureiro”, além disso, “o dinheiro está na mente de Deus”, pois para Murdock, era
inconcebível a ideia de que Deus faz algum homem ser pobre.
Assim, Murdock não remete a utilização de textos dentro do contexto,
tampouco se a interpretação está correta, basta para ele apenas aquilo que sua
mente formou como sendo um deus e dentro dessa concepção deriva todos os seus
ensinamentos. Além dos ensinos de Murdock, pode-se aliar uma das pregações de
R.R Soares, onde ele afirma que “basta o homem lembrar-se das palavras de Deus
e confessar positivo, pois assim vencerá”.
Esta então, é uma demonstração de uma outra mensagem acerca do
Evangelho, onde algumas pessoas confundem os verdadeiros sinais da ação de
Cristo no homem com suas dádivas, tal como visto em um questionário apresentado
em apêndice, onde várias pessoas consideram que curas e milagres são sempre
sinais de que o Evangelho genuíno foi pregado, que o falar em línguas é sempre
sinal de conversão. Diante de tal mensagem, Paul Washer afirma:
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Como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda;
não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. (ROMANOS 3:10-12)
Assim, vê-se que por mais que o homem tente se convencer de que pode ser
bom neste ou naquele aspecto, o testemunho das Escrituras em Romanos 3:12
afirma que “não há um sequer que faça o bem, pois todos se extraviaram pelo
pecado e se tornaram inúteis”. Sobre tal, Paul Washer ainda afirma:
Assim vemos que a maldade está intrínseca ao coração humano e que sua
natureza é uma de suas maiores inimigas em seu modo de vida. No entanto, o
Evangelho que é passado se nega em mostrar ao homem o qual pobre e nu ele está
diante de Deus, e assim, segundo o que Paul Washer escreveu em O Chamado ao
Evangelho e a Verdadeira Conversão, “rouba do homem a mais bela imagem de
Deus, porque não quer dar ao homem uma imagem humilhada de si próprio”.
Nesta outra mensagem, você não deve pregar sobre temas mais duros nem
tratar de assuntos que possam ir contra a imagem que cada um tem de si próprio,
pois isso pode de fato machucar o homem e fazer com que este nunca mais volte
em sua igreja, e assim, as igrejas colocam em seus púlpitos pessoas que preguem o
que a plateia quer ouvir, mas não o que Deus tem para eles, e desta forma inflam as
igrejas com inúmeras pessoas que nunca foram capazes de compreender a
grandiosidade do amor de Deus, tudo porque jamais reconheceram o quanto são
más em sua natureza. Porém, diante de tal mensagem, a questão que paira no ar é
se esta mensagem realmente é capaz de produzir a salvação? As Escrituras nos
deixam muito claro que é impossível alguém se arrepender de fato e se voltar para
Cristo sem ter uma profunda decepção consigo mesmo.
Nesta afirmação percebe-se que não há como o homem de fato se
arrepender e mudar a sua vida e suas ações sem ter uma total consciência de quem
ele é, de quão desprezível ele se tornou devido aos seus muitos pecados, e diante
de tal, vê-se que a missão dos Cristãos e o dever de todos os que proferem a
mensagem acerca do glorioso Evangelho de Jesus Cristo é tão somente uma:
Proferir a mensagem de forma que todo aquele que está a ouvir o Evangelho se
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conscientize de que precisa deste Evangelho, pois nada que ele faça poderá torna-lo
apto a herdar a vida eterna, tudo isto, devido a sua maldade e corrupção. John Stott
ainda corrobora com tal missão ao afirmar:
Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os
homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem
afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do
bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder.
Afasta-te também desses. Porque deste número são os que se introduzem
pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências; sempre aprendendo, mas nunca
podendo chegar ao pleno conhecimento da verdade. E assim como Janes e
Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade,
sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão,
porém, avante; porque a todos será manifesta a sua insensatez, como
também o foi a daqueles. (II Timóteo 3:1-9)
Assim, vê-se que o apóstolo Paulo deixa claro que todos os que estão
trazendo este tipo de mensagem, na verdade estão resistindo à verdade. E o mesmo
apóstolo prossegue dizendo acerca do tipo de ouvintes que atentariam às
mensagens e ao tipo de mensagem que estes procurariam nestes dias, ao escrever:
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande
desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os
seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se
voltarão às fábulas. (II TIMÓTEO 4:3-4)
Desta forma, percebe-se que muitos não estão mais preocupados com a
salvação, com as consequências eternas que as ações do homem podem acarretar,
e assim, cometem um dos atos mais vergonhosos que esta geração pode praticar
nesses últimos dias, pois ainda de acordo com Leonard Ravenhill, muitos
pregadores e seguidores do Evangelho, anulam a santidade que é ensinada, pela
impiedade em seus modos de vida.
Este é exatamente o resultado produzido pela distorção da mensagem do
Evangelho, pois ela não causa no coração do homem um desejo de mudança nem
faz com que este homem se volte para Deus por amá-Lo e desejá-Lo mais que tudo,
ela apenas faz que o homem busque ao Pai, não pelo que o Pai é ou pelo que fora
feito por intermédio de Cristo na cruz, mas somente por aquilo que eles desejam
alcançar, como fruto de suas incansáveis ações, esforços e rituais, a fim de
barganhar com Deus, fazendo com que este passe a agir de maneira que satisfaça a
vontade do homem.
Esta distorção na pregação do Evangelho é extremamente perigosa, pois esta
mensagem não trata questões fundamentais como a ira de Deus, pois o foco dela
está apenas em produzir consumidores, em lotar os bancos da igreja, o que se torna
algo que faz com que todo o ouvinte deste tipo de mensagem não se conscientize
de seu estado pecaminoso e permaneça como alvo direto da ira vindoura de Deus.
Sobre pregar este tipo de mensagem, John Stott afirma:
Este é o ponto chave que irá definir a forma na qual os pregadores avaliam os
seus ministérios e o que eles estão obtendo. Neste quesito, Charles Spurgeon nos
dá um importante conselho para começarmos a avaliar o que realmente é
fundamental:
Sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a
esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança
nos santos. (EFÉSIOS 1:18)
Diante disso, pode-se dizer que o que importava para Paulo, e, segundo o
testemunho fiel das Escrituras continua sendo importante não é a quantidade de
pessoas que se voltam a Cristo através da pregação, mas sim a qualidade de suas
conversões e o quanto foram iluminadas e transformadas.
Porém, a qualidade ou até mesmo a autenticidade de uma conversão, não é
mais visto como importante hoje em dia, onde as igrejas possuem metas de
crescimento e outras tantas coisas, e, o resultado é medido apenas através da
quantidade. Tal índice de medição provoca uma busca desenfreada e um esforço
continuo para encher cada vez mais a igreja, superlotando os templos de pessoas
que não entendem o que significa ser cristão. Sobre tal coisa, R. C. Sproul (apud
NICODEMUS 2015) afirma: “A palavra evangélicos tem se tornado tão inclusiva que
corre o perigo de se tornar totalmente vazia de significado”.
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Já que não é tão entendido o que significa ser Cristão de fato nem o que o
verdadeiro Evangelho representa, a grande maioria das igrejas usa as necessidades
que o homem julga ter como atrativo para atraí-los, mais uma vez chamando-os
através de sua mentalidade consumista. Acerca de tanto, Augustus Nicodemos
afirma:
na qual o homem, que por sua natureza odeia a Deus, agora recebe um novo
coração capacitado para amá-lo, obedecê-lo, honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as
suas ações. Esta é certamente uma ação extremamente poderosa e mais valiosa
que todas as dádivas passageiras que Deus pode dar ao homem ainda neste tempo,
pois todas as demais passarão e se extinguirão, porém, a obra iniciada no processo
de salvação irá durar pela eternidade.
No entanto, esta obra não é devidamente valorizada nos dias atuais, pois
milagres, curas, e tantas outras maravilhas, que de fato Deus tem poder para operar,
tornaram-se superestimadas, a ponto de serem consideradas mais importantes do
que a salvação. Tal inversão de valor, provoca um efeito pelo qual a mensagem não
produz mais pessoas apaixonadas pelo ser de Deus, ou seja, por aquilo que Ele é,
mas sim, pessoas que são apaixonadas apenas por aquilo que Ele pode dar, pelos
prazeres e regalias que podem conquistar nesta terra, amando mais ao mundo e os
seus prazeres do que a Deus.
Então todo aquele que leva a palavra de Deus adiante deve ter em mente
uma coisa, que ele precisa transmitir o Evangelho de modo que o homem tenha
entendimento do quão falho, pecador e inimigo de Deus é o seu atual estado, para
que a partir daí o Espírito Santo comece a agir neste homem de modo a transformá-
lo e fazer com que ele venha amar a Deus acima de todas as coisas e também
glorificá-Lo. Segundo Jonathan Edwards:
proporcionar ali o perdão e a justificação a todos quanto vierem a crer em seu filho,
mas também revelou de forma perfeita a justiça e a irá de Deus, da qual Jesus
bebeu o cálice até a última gota, pagando a dívida que o homem contraiu ao pecar e
que dela jamais se livraria.
Nisto, percebe-se o quão dura é a mensagem do Evangelho e porque ela
deve ser passada de forma tão clara e até mesmo agressiva aos ouvintes, pois o
pecado, o grande mal do homem, levou o Pai a “moer” o seu próprio Filho em uma
cruz para proporcionar o perdão, e assim o Evangelho deve ser pregado,
conscientizando o homem de sua culpa, da sua total incapacidade de auto salvar-se,
e que apenas por uma ação gloriosa e sobrenatural da parte de Deus ele pode ser
transformado e ter um fim diferente daquele para o qual ele antes caminhava, pois
agora este homem não mais odeia a Deus, antes, passou a amá-Lo, obedecê-Lo e a
viver para a sua glória.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Evangelho é a maior dádiva de Deus ao homem, e sua gloriosa mensagem
deve ser levada adiante de todas as maneiras possíveis, sabendo que essa
mensagem deve sempre manter-se fiel ao que está nas Escrituras Sagradas, pois,
toda vez que alguém leva o seu conteúdo adiante, deve ter em mente que o
Evangelho, a palavra de Deus, é e sempre será suficiente para atrair e transformar o
coração do homem.
Por este motivo, deve-se ter muito cuidado para aplicar determinadas
estratégias de marketing quando for pregar o Evangelho, pois se consideradas a
praça e o público ouvinte, aí sim deve ser aplicado o marketing para passar a
mensagem de forma que aqueles que a veem ou escutam também a entendam e se
conscientizem do quanto necessitam de Deus em sua vida.
No entanto, o marketing jamais deve ser aplicado no que diz respeito ao
preço e muito menos no quesito promoção, pois quando estes dois Ps são aplicados
acarretam em um Evangelho que abraça características mundanas e já não mais
visa aquilo para o qual foi destinado, que é a glória de Deus, mas sim busca atrair o
homem com ofertas passageiras e terrenas, fazendo com que desejem mais os
prazeres do mundo do que glorificar a Deus.
Portanto, deve-se ter sempre em mente que o maior interessado em que o
Evangelho seja passado de forma fiel e clara, de acordo com as Escrituras, é o
próprio Deus, e, por isso, ninguém deve baratear o Evangelho para torna-lo atrativo,
porque estas “boas novas” são ofertadas por Deus, que para salvar o homem e
aplacar a sua ira, “moeu” o seu inocente e amado Filho em uma cruz, e, acrescentar
qualquer necessidade terrena e humana na hora de pregar o Evangelho, é
desvalorizar o sacrifício do Filho e acabará direcionando a ira de Deus para aquele
que deturpa a sua mensagem.
Então, cabe a cada um avaliar se a mensagem que tem proferido está
realmente de acordo com a palavra de Deus, pois, por mais que o homem julgue ter
incontáveis necessidades e problemas, de acordo com as Escrituras, este homem
possui apenas um: Ele pecou e necessita da salvação de Deus.
Diante de tal necessidade, os pregadores devem empenhar seus esforços ao
máximo, para que seus ouvintes se conscientizem disso e assim seus corações
possam se voltar para Deus, sendo transformados através da obra do Espírito Santo
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REFERENCIAL
STOTT, John. Crer e Também Pensar. Viçosa, MG. Editora Ultimato, 2012
39
WASHER, Paul. 10 Acusações contra a Igreja Moderna. São José dos Campos,
SP. Editora Fiel, 2011
WASHER, Paul. O Verdadeiro Evangelho. São José dos Campos, SP. Editora Fiel,
2012
WASHER, Paul. O Evangelho de Deus & o Evangelho do Homem. Campina
Grande, PB. Editora Visão Cristã, 2014
40
39
APÊNDICE
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Média
0 41
Amor Santidade
Souberam responder Justiça
Não Souberam Responder Ira
12
10
0
Curas e Sinais Falar em Línguas
Sim Não