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CEFORTE- CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA

CARLOS LEONARDO ESTEVES VILAGRAM

MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho Genuíno x Evangelho Adulterado

Santana do Livramento
2016
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CARLOS LEONARDO ESTEVES VILAGRAM

MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho Genuíno x Evangelho Adulterado

Trabalho de conclusão de curso


para obtenção do diploma do
curso Livre em Teologia
apresentado ao CEFORTE-
Centro de Formação Teológica.

Orientador: Prof. Júlio César do


Santos Gobbi

Santana do Livramento
2016
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CARLOS LEONARDO ESTEVES VILAGRAM

MARKETING EVANGELÍSTICO:
Evangelho genuíno x Evangelho adulterado

Trabalho de conclusão de curso


para obtenção do diploma do
curso Livre em Teologia
apresentado ao CEFORTE-
Centro de Formação Teológica.

Orientador: Prof. Júlio César do


Santos Gobbi

Aprovado em:

Banca Examinadora

_____________________/______/_____

Prof: ____________________________

Júlio César do Santos Gobbi

_____________________/______/_____

Prof: ____________________________

Jorge Luís de Los Santos Mendieta

_____________________/______/_____

Prof: ____________________________

Rodrigo Santiago Ribeiro


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RESUMO

A pregação da Igreja vem mudando com o tempo, o que leva a pensar se o


Evangelho mudou, ou, se qualquer outra verdade presente nas Escrituras Sagradas
forá modificada. Nisto nota-se que existem hoje duas pregações totalmente distintas
e opostas presentes nos púlpitos das igrejas, que quando analisadas a fundo levam
a caminhos totalmente diferentes.

De um lado, há o Evangelho genuíno, que esta de acordo com a palavra de


Deus e fora ensinado por Cristo e pelos Pais da Igreja, ja no outro extremo, há uma
outra mensagem que vem de uma tentativa humanista de fazer com o conteudo das
Escrituras Sagradas torne-se mais atrativo e alcançe um número maior de pessoas.
Então, através da aplicação de planos de marketing sagazes, o escandâlo e todos
os temas considerados fortes para esta geração são substituídos por necessidades
terrenas que os índividuos julgam ter.

Porém, o grande problema desta mensagem é que ela não aproxima as


pessoas de Deus, pois acaba levando os seguidores a buscar seus próprios
interesses e até mesmo a Deus, mas não pelo desejo de adorá-Lo e servi-Lo, mas
sim pelas benção que Ele pode dar. Assim, essa mensagem não leva o homem à
um estado consciente da sua natureza pecaminosa e decaída e muito menos leva-o
ao arrependimento.

Logo, é necessário que todo aquele que leva o Evangelho adiante, e isto faz
com seriedade e por amor a Deus, tenha em mente que o maior interessado é o
próprio Criador e que todas as suas ações deverão glorificá-Lo da forma que a Ele é
devida.
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ABSTRACT

The preaching of the Church comes with time, what you can think about the
changed gospel, or if any other reality present in the Holy Scriptures will be modified.
In this he notes that there are currently two totally different and opposing preaching
present in the pulpits of the churches, which when thoroughly analyzed lead to totally
different paths.

On the one hand, there is a genuine gospel, which is in accordance with a


word of God and rehearsed by Christ and Fathers of the Church, already at the other
extreme, there is another message that comes from a humanistic attempt to do with
the content of the Scriptures Sagradas becomes more attractive and reaches a
greater number of people. Consequently, by the application of shrewd marketing
plans, the scandal and all the strengths for this generation are replaced by earthly
ones that individuals think they have.

But the great problem of this message is that it does not approach as people
of God, for it ends up leading followers to seek their own interests and even a God,
but not for the desire to worship and serve Him, but rather for the blessing What He
Can Give Thus, this message does not lead a man to a state conscious of his sinful
and fallen nature and much less leads him to repentance.

Therefore, it is necessary that everyone who carries the gospel forward, and is
a doer with earnestness and a love for God, have in mind that the greatest interest is
the Creator himself and that all his actions are to glorify him in the way that the It is
due.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
CAPÍTULO I- EVANGELHO E MARKETING: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E
RELAÇÕES..........................................................................................................................................9
1.1 O que é o Evangelho................................................................................................................9
1.1.1 Um Evangelho poderoso................................................................................................10
1.1.2 Um Evangelho escandaloso...........................................................................................11
1.1.3 Um Evangelho que salva, regenera e aperfeiçoa o homem......................................13
1.2 O que é marketing...................................................................................................................15
1.2.1 Preço..................................................................................................................................15
1.2.2 Praça.................................................................................................................................16
1.2.3 Produto..............................................................................................................................16
1.2.4 Promoção..........................................................................................................................16
1.3 Relacionando a pregação do evangelho com os 4ps do marketing................................16
1.3.1 Preço.................................................................................................................................16
1.3.2 Praça.................................................................................................................................17
1.3.3 Produto..............................................................................................................................17
1.3.4 Promoção..........................................................................................................................17
CAPÍTULO II- A PREGAÇÃO: O EVANGELHO GENUÍNO X UM EVANGELHO
ADULTERADO.................................................................................................................................19
2.1. Uma mensagem Cristocêntrica x Uma mensagem antropocêntrica...............................19
2.2 Consciência de aflição X Um mar de rosas........................................................................22
2.3 A necessidade de tratar a maldade do homem x Um desejo de não magoar o homem
.........................................................................................................................................................25
CAPÍTULO III- QUE TIPO DE CRISTÃO AS ATUAIS PREGAÇÕES PRODUZEM.............28
3.1 Discípulos fieis x Consumidores...........................................................................................28
3.2 Qualidade X Quantidade........................................................................................................31
3.3 Amor a Deus X Amor aos prazeres......................................................................................33
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................36
REFERENCIAL.................................................................................................................................38
APÊNDICE.........................................................................................................................................40
8

INTRODUÇÃO

É possível notar um alto crescimento nos públicos que frequentam as Igrejas


hoje em dia e tudo devido às estratégias de marketing que são utilizados para atrair
pessoas e torná-las fieis às causas que lhe são apresentadas. Assim, as Igrejas
estão cada vez mais lotadas por incorporar atrativos extras na hora de pregar,
segmentando as partes bíblicas que serão ensinadas e as que não devem.

Nisto então, observa-se um alto crescimento de mensagens diversificadas


acerca do Evangelho e a maioria delas não é igual se comparadas ao que a Bíblia
declara acerca do mesmo. Tais mensagens colocam aqueles que se dizem cristãos
diante de um claro problema: Saber se o que ouvem realmente os leva a Deus.

Diante de tal contexto, dispõe-se observar se os métodos utilizados pela


igreja moderna para atrair pessoas podem realmente levar até Deus e se são tão
eficazes para tal feito diante do poder que era demonstrado através dos ensinos de
Cristo.

Visando analisar tais pontos e atingir os objetivos propostos, o Capítulo 1


inicia tratando acerca do que é o Evangelho, a forma que ele é apresentado nas
Escrituras Sagradas e quais são algumas de suas características retratadas pala
palavra de Deus. Após definir o que é o Evangelho, encontram-se a definição de o
que é o Marketing segundo pensadores importantes da atualidade, como um plano
de marketing é elaborado e quais os pontos ele deve atingir.

Terminada tais conceituações e caracterizações, faremos a correlação dos


dois assuntos, dizendo em quais os pontos que podemos aplicar o marketing no
Evangelho sem adulterar a mensagem que será passada, e em quais pontos, tal
aplicação de marketing se torna perigosa a ponto de ser evitada para não remover
as características que a mensagem deve preservar.

No Capítulo 2, são destacadas as diferentes mensagens que surgem ao


aplicar o marketing na hora de pregar o Evangelho. Considerando que o maior
esforço do marketing é sempre manter o público-alvo inundado de prazeres terrenos
para se manterem fiéis à causa que estão inseridos, assim, verifica-se o surgimento
9

de um outro tipo de mensagem que está tomando os púlpitos das Igrejas, e então,
compara-se à atual mensagem da igreja com aquela que fora pregada por Jesus,
por Pedro, Paulo e outros pregadores que a bíblia cita, visando demonstrar qual
delas é realmente verdadeira e se mantém fiel a fim de conscientizar acerca da
importância de ter uma mensagem que esteja centrada em Cristo e nas verdades
elementares apresentadas nas Escrituras Sagradas.

No Capítulo 3, é apresentada uma reflexão acerca do que a mensagem da


Igreja está produzindo, ou seja, se ela está formando pessoas que realmente amam
a Deus e querem servi-lo acima de tudo, que estão dispostas a abrir mão da sua
vida a fim de cumprir com os planos de Deus para ela, ou, se a mensagem está
produzindo meros consumidores, que estão inseridos nos bancos da Igreja apenas
para buscarem ganhos pessoais e coisas para esta terra, não buscando a Deus pelo
que Ele é, mas sim, por aquilo que pode dar.

A presente Monografia se encerra com as Considerações Finais, nas quais


são apresentados pontos conclusivos destacados, seguidos da estimulação à
continuidade dos estudos e das reflexões sobre a aplicação do marketing na hora de
pregar o Evangelho e a necessidade de manter-se fiel àquilo que as Escrituras
ensinam como sendo o objetivo, o alvo e a missão que temos na hora de levar o
Evangelho adiante.
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CAPÍTULO I- EVANGELHO E MARKETING: CONCEITO,


CARACTERÍSTICAS E RELAÇÕES

1.1 O que é o Evangelho

Entende-se que todo aquele que se achega a Cristo, tenha consciência que o
Evangelho pode parecer loucura aos olhos dos sábios conforme o entendimento
mundano, contudo, sua mensagem não é motivo de vergonha, pois ele é o poder de
Deus que busca salvar o homem e que está disponível para todos os que creem, a
fim de que estes estejam novamente ligados a Deus. Segundo Paul Washer (2013,
p.15) o Evangelho não é uma introdução ao Cristianismo, a qual você aprende
quando vai à igreja e depois pode partir para coisas mais profundas, mas sim é a
mensagem central e mais gloriosa do Cristianismo na qual todos que o seguem
deveriam empenhar toda a sua vida, todas as suas forças, todos os seus esforços e
tudo quanto mais puderem para compreendê-lo, pois é nele que se manifesta a
glória de Deus e bom seria se todo o Cristão dedicasse sua vida para conhecer
mensagem deste Evangelho e torna-la conhecida.
Pode-se dizer que uma das melhores maneiras de começar descrevendo o
que é o Evangelho é por meio da análise do versículo de Romanos 1:16, “Porque
não me envergonho do Evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Nele, o Apóstolo Paulo,
descreve em poucas palavras não apenas o que é o Evangelho, mas também a sua
finalidade, a salvação do homem. Em concordância com o texto citado acima, afirma
Paul Washer: (2014, P. 7):

O Evangelho de Jesus Cristo é o maior de todos os tesouros dados à igreja


e ao cristão como indivíduo. Não é uma mensagem entre muitas, mas a
mensagem acima de todas as outras. É o poder de Deus para a salvação e
a maior revelação da multiforme sabedoria de Deus aos homens e aos
anjos. (WASHER, 2014, P. 7)

O Evangelho, que é revelado ao homem por meio de toda a palavra de Deus,


realmente é algo extremamente glorioso e os homens jamais conseguirão, por mais
tempo que tenham de vida Cristã, entender completamente tudo o que o Evangelho
realmente é, tampouco poderão quantificar ou mensurar o tamanho da Graça que
alcançam através dele. No entanto, é de suma importância que os indivíduos
11

conheçam progressivamente as características que as Escrituras afirmam que o


Evangelho possui e nelas concentrem seus esforços a fim de compreender de
maneira significativa o que está sendo ofertado por meio desta inigualável
mensagem, tornando-se verdadeiramente apto a guardá-la em seu coração de
forma firme e segura para que dela não se aparte e por sua ação seja transformado
com o objetivo de parecer com a pessoa de quem o Evangelho trata e, além disso,
também torne-se apto a proferir aos homens está revelação majestosa da pessoa de
Deus através do Evangelho.

1.1.1 Um Evangelho poderoso

Como já citado acima, o Evangelho é o próprio poder de Deus atuando na


vida do homem, e, segundo o que está escrito em Hebreus 4:12, “A palavra de Deus
é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra
até a divisão da alma e do espírito, das juntas e das medulas, e é apta para discernir
os pensamentos e intenções do coração”. Isto deixa claro o quão incomparável é o
Evangelho, pois não há nada além dele que seja capaz de ter tamanha ação na vida
do homem, podendo até mesmo conhecer aquilo que está no mais profundo do ser,
que às vezes, o homem tenta esconder ou até mesmo negar, tanto das outras
pessoas como até de si próprio, numa tentativa de maquiar o seu próprio estado
para parecer melhor do que de fato é, escondendo o seu estado decaído e afastado
de Deus.
Por isso as Escrituras ordenam a pregá-lo incessantemente, pois é o poder
desta mensagem que irá transformar vidas, fazendo que o homem, que por sua
natureza caída e depravada, se opõe a Deus chegando a odiá-lo veementemente
possa se voltar a este Deus, submetendo sua vida ao Soberano Criador e assim
passe a desfrutar as riquezas e tesouros prometidos neste Evangelho, que vão para
muito além desta vida passageira, mas se revelam extraordinariamente na vida
eterna. Segundo Paul Washer:

O incomensurável poder de Deus se manifesta no Evangelho. Nada menos


do que o Evangelho pode trazer um homem ao arrependimento e a fé. Nada
menos do que o Evangelho pode transformar um homem pecador em santo.
Nada além do Evangelho pode conduzir muitos filhos à glória. (Washer,
2013, p. 83)
12

No entanto, não deve-se olhar para este Evangelho poderoso pensando


apenas no seu poder salvador e transformador, pois esta não é a única maneira do
Evangelho se revelar, há também o outro lado, o Evangelho é ao mesmo tempo o
poder de Deus para salvar a todos os que nele creem, mas também é o termo que
ratifica a sentença condenatória de todos os que o rejeitam, e, por este motivo,
deve-se ter em mente que todo que prega um outro Evangelho, ou, simplesmente o
anuncia de maneira superficial, está antes de mais nada fazendo guerra contra o
Espírito Santo, pois as Escrituras falam da função do Espírito Santo aqui na terra,
quando Cristo afirma em João 16:8-11:

E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do


pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e
não me vereis mais e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está
julgado. (JOÃO 16:8-11)

1.1.2 Um Evangelho escandaloso

A pregação do Evangelho de acordo com o que as Escrituras ensinam


realmente parece loucura aos olhos dos que se perdem, como afirmado em I
Coríntios 1:18, “Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem;
mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. De fato, o Evangelho parece
insano aos olhos de quem decide viver para o seu próprio prazer, assim como foi
escândalo para os Judeus ter um Cristo crucificado, um messias sofredor que era o
Filho de Deus e padeceu em uma cruz também pareceu loucura para os gregos,
pois, as Escrituras afirmam que o homem natural, caído e corrupto, que em seu
íntimo odeia tudo o que diz respeito a Deus e a Ele não se submete, não conseguira
de forma alguma entender as coisas de Deus nem aceitá-las, pois são discernidas
de forma espiritual e sem o Espírito de Deus a guiar o homem se tornam
incompreensíveis, e, por tal motivo, este homem jamais ira crer nelas, a não ser que
por obra magnifica e grandiosa do Espírito de Deus, tenha sua mente iluminada e
agora passe a entender a maravilhosa graça que lhe foi dada, além de ver
compreender que o Evangelho é na verdade o poder de Deus que vêm para salvar o
homem do pecado, de si mesmo e, acima de tudo, do furor e da ira do próprio Deus
Santo, que para isto, pendurou o Seu único filho num madeiro.
Este Evangelho que aos homens é dado de presente pelo próprio Deus
também traz consigo algumas exigências que o tornam um disparate para muitos
13

que o ouvem. Dentre estas exigências pode-se destacar uma em especial que
propriamente pode resumir a necessidade que há de mudança na vida dos que o
ouvem, pois quando Jesus fala ao jovem rico, começa afirmando que se aquele
mancebo deseja segui-lo, terá que vender tudo o que possui e distribuir aos pobres,
o que demonstra que é preciso abrir mão da sua própria vida. O Mestre continua
afirmando que aquele rapaz após cumprir o primeiro passo deve tomar a sua cruz, o
que significa morrer para as suas próprias vontades e cobiças e por fim seguir a
Cristo, o que conota ao sentido de se deixar ser guiado totalmente por Jesus. A
resposta do jovem também nos traz um total sentido a nossa realidade, onde muitos
que ouvem acerca do verdadeiro Evangelho o abandonam por não estarem
dispostos a abrir mão da sua vida em prol da vontade do Messias que padeceu a
dois mil anos atrás para ofertar o perdão a todos os homens. Por isso, Paul Washer
afirma:

Receber e seguir a chamada do Evangelho é rejeitar tudo o que pode ser


visto com os olhos e, em troca, segurar em suas mãos o que não pode ser
visto. É rejeitar a autonomia pessoal e o direito de se autogovernar para se
escravizar a um Messias que morreu dois mil anos atrás como um inimigo
do Estado e blasfemador. (WASHER, 2013, p.24)

Por tal motivo, todo aquele que profere as palavras deste Evangelho deve ter
em mente a cruz como ela realmente é, ou seja, com a completa referência ao
escândalo que ela fora projetada para ser, pois nada mais e nada menos que este
Evangelho pode salvar o homem da condenação que sobre ele está imposta, e se
não for pregado da maneira correta estar-se-á adulterando-o e ferindo os princípios
estabelecidos por Deus para nortear a vida do homem, e, se tal coisa for feita, se o
homem buscar remover o escândalo do Evangelho, se tentar tornar a cruz uma
mensagem menos escandalosa e agressiva aos que o ouvem, ”[...] nada ganhara,
senão o desprazer de Deus”. (Paul Washer, 2015)
Então, por mais escandaloso e louco que o Evangelho possa parecer, todo
cristão autêntico deve manter sua mente e coração firme naquilo que têm crido, se é
que realmente têm depositado a sua fé no verdadeiro Evangelho citado nas
Escrituras, que, por mais insano que possa parecer é a única mensagem capaz de
ligar o homem a Deus, e, por isso, o escândalo e as exigências não devem ser
removidas, mas sim, pregadas com sinceridade e clareza para que o ouvinte seja
levado por ele ao arrependimento e assim Deus seja glorificado através da vida
14

daqueles que proclamam o Evangelho como também daqueles que ouvem e o


recebem com alegria em seu coração.

1.1.3 Um Evangelho que salva, regenera e aperfeiçoa o homem

As Sagradas Escrituras demonstram que pela pregação do Evangelho Deus


escolheu salvar os que creem. I Coríntios 1:21 nos diz: “Visto como na sabedoria de
Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar
pela loucura da pregação os que creem”. Este versículo nos demonstra exatamente
isso, que o Evangelho tem um incomparável poder salvador, ele nos foi dado por
Deus, que em Seu infinito amor e em Sua infinita bondade e misericórdia, quis nos
dar uma nova chance de relacionamento com Ele. Então, Ele envia o salvador para
resgatar Sua criação que estava perdida nas trevas sob a condenação de sofrer
eternamente Sua ira e viver eternamente separada dEle.
Foi por Seu imensurável amor que Ele ao invés de destruir, matar ou lançar
Sua criação numa obscuridade sem fim e sem chance de redenção, escolheu “moer”
o Seu próprio Filho numa cruz tornando-o maldito perante Seus olhos para que por
ele, todos os que cressem e reconhecessem Cristo como Senhor de suas vidas,
fossem inocentados de todas as acusações, culpas e pecados, e, agora se tornem
justificados para que possam adentrar novamente na presença do Deus todo
poderoso criador dos céus e da terra. Portanto, Paul Washer (2013) afirma:

“Se hoje você é salvo, você não é salvo porque os romanos pregaram Jesus
num madeiro, nem porque os judeus O chicotearam ou porque O
espancaram violentamente. Se hoje você é salvo, é porque quando Ele
estava naquele madeiro, Ele carregou os nossos pecados e o Seu próprio
Pai O esmagou como sacrifício. Nós não somos salvos por aquilo que os
romanos fizeram com Jesus, nós somos salvos por aquilo que Deus fez com
seu Filho”.

Além de salvar, o Evangelho também inicia no homem um processo chamado


regeneração. É através dele que o Espírito de Deus começa a agir no íntimo do ser
humano começando a conformá-lo e torná-lo semelhante a Cristo, e, então faz com
que este homem passe a glorificar a Deus através de suas ações. As Escrituras
ainda dizem:
15

Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor


para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós
houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou mediante o
lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou
abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que,
sendo justificados pela Sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a
esperança da vida eterna. (TITO 3:4-7)

Como visto neste texto, é inegável que o Evangelho tem um poder


transformador extremamente positivo na vida dos homens, capaz de torná-lo uma
criatura completamente diferente do que era antes, pois faz com ele passe a agir
conforme a mente de Cristo, passa a fazer, a pensar, a empenhar seus esforços em
glorificar a Deus e dedica sua vida a fim de que a vontade deste Deus, seus
propósitos e tudo o que Ele planejou possam se cumprir, ou seja, ele se coloca nas
mãos de Deus como um instrumento a ser usado para que através dele pessoas se
voltem também a Deus e assim sejam resgatadas e livres da ira que se derramará
contra toda a impiedade humana.
Mas esta obra impactante e linda que o Evangelho promove não termina na
regeneração, pois quando o homem abre seu coração para o Evangelho, ele faz
com que este homem seja aperfeiçoado a cada dia para parecer mais com a pessoa
de Cristo.
Conforme as Escrituras em Filipenses 1:6 “aquele que começou a boa obra
no homem é fiel para aperfeiçoa-la até o dia da volta de Cristo Jesus”. Isto
demonstra que o Evangelho não vem para se adequar ao homem nem se adequar a
necessidade humana, mas vem com um poder incomparável a fim de fazer com que
o homem antes pecador, que odiava a Deus agora passe a desviar-se do pecado
por amar e obedecer aos mandamentos de Deus.
Conforme o pastor Adriano Xavier Machado, Suzana Wesley, ao aconselhar o
seu filho John Wesley disse que o verdadeiro fim da pregação é endireitar a vida dos
homens e não entulhar as suas cabeças com especulação inútil, e isto é totalmente
verdadeiro quando consideramos o que as Escrituras ensinam. O Evangelho, a
palavra de Deus, quando pregada jamais voltará sem produzir o efeito para qual foi
lançada, e isto sempre será moldar o coração do homem de acordo com as
exigências do reino, para que Deus venha a agir na vida de todos que abriram o
coração e foram alcançados pela obra expiatória de Cristo e por ela foram
16

santificados, e assim estes venham a ser aperfeiçoados através das lutas, dos
sofrimentos e de tudo o que os regenerados por Cristo enfrentarem, a fim de que o
Pai os confirme e fortaleça para herdarem o prêmio da soberana vocação celestial
de Deus em Cristo Jesus.

1.2 O que é marketing

Segundo Philip Kotler (2007), Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar


e entregar valor para satisfazer às necessidades de um mercado-alvo com lucro.
Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e
quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro. Ele aponta
quais os segmentos que a empresa é capaz de servir melhor e que projeta e
promove os produtos e serviços adequados.
Esta definição nos leva a definir o Marketing como uma série de estratégias,
técnicas e práticas que tem como principal objetivo a agregação de valor às
determinadas marcas ou produtos a fim de atribuir uma maior importância para que
as necessidades que um determinado público-alvo, os consumidores, pensam que
necessitam ser satisfeitas sejam realmente preenchidas pelo que está sendo
ofertado.
No entanto, o Marketing não está ligado apenas às questões da venda, mas
sim em todas as partes do processo de produção, transporte, publicidade e pós-
venda. Neste processo utilizamos os famosos 4Ps da administração do marketing
citados por McCarthy e que até hoje são aceitos universalmente. São eles: Preço,
Praça, Produto e Promoção.

1.2.1 Preço

É nesta fase que se calcula o valor que a empresa terá com o produto e que
será repassado ao cliente. Para tal, devem ser considerados os custos de produção,
pessoal, logística e publicidade a fim de chegar no valor que o produto ou serviço
custará para a empresa e, assim colocar sobre este custo, o valor desejado de
lucratividade. Desta forma será obtido o valor do produto para o cliente. No que
17

tange a uma ideia, nesta fase ocorre a agregação de valor à ideia, isto é, o que
custara ao cliente para que essa ideia seja executada ou seguida.

1.2.2 Praça

É nesta fase que se determina o local onde o produto, serviço ou ideia será
propagado ou vendido. Assim, é necessário definir em qual localidade irá atuar e, a
partir daí, formula-se o objeto a ser entregue de acordo com o local em que ele está
sendo formado.

1.2.3 Produto

É nesta fase que a principal parte do processo é feita, aqui obteremos o


produto ou ideia como realmente será passado aos clientes, como será moldado e
como a empresa o disponibilizara no mercado.

1.2.4 Promoção

Nesta fase, há, em certo ponto, um erro na concepção geral acerca do que
realmente é esta etapa, pois muitos interpretam como sendo apenas a parte do
processo que se encarregara com as promoções de vendas, no entanto, nesta fase
ocorrera não apenas a incorporação de estratégias publicitárias, sempre tendo em
vista atender a demanda dos clientes e também fazer com que estes clientes sintam
como necessário ter aquilo que a eles está sendo ofertado, como também engloba
todo o relacionamento com o cliente, feedback, etc.

1.3 Relacionando a pregação do evangelho com os 4ps do marketing

Ao analisar de forma clara as estratégias de marketing pode-se ver que elas


possuem uma aplicação prática que pode facilitar a propagação do Evangelho ou
adulterá-la. Desta forma, analisa-se a seguir o que acontece em cada passo do
marketing quando prega-se o Evangelho, e, quais Ps podem ou não serem
aplicados.
18

1.3.1 Preço

Nesta fase, como já dito anteriormente, é onde avalia-se os custos gerais do


produto ou da ideia que se quer passar. Quanto ao Evangelho, também é necessário
avaliar os custos que ele traz, pois embora ele seja dado aos homens pela graça
mediante a fé em Cristo Jesus, traz consigo exigências que todos aqueles que
seguirão a Cristo e aceitarão as boas novas precisam entender, assim, aqui
mensura-se qual é o custo real e o que o Evangelho irá requerer de todos aqueles
que o seguem.

1.3.2 Praça

Praça está inteiramente relacionada ao local onde as ideias os produtos serão


ofertados. Desta forma, podemos afirmar que a Igreja é a “praça” onde o Evangelho
será exposto, e não apenas a Igreja, mas qualquer local onde a mensagem do
Evangelho será exposta e ali propagar-se-á a salvação, que fora ofertada aos
homens através do sacrifício de Cristo Jesus.

1.3.3 Produto

Aqui é onde obtém o produto ou ideia tal como será passada ao público alvo.
Até esta fase, não encontrar-se-á dificuldade no que tange a pregação do
Evangelho, mas a partir daqui o marketing já se torna um campo que passa a
requerer cuidados para não misturar o Evangelho com outras coisas e assim torná-lo
diferente do que realmente deve ser.
Nesta fase ocorre a agregação de valor ao produto, isto é, quanto ele custara
ao mercado-alvo, portanto, esta fase requer cuidados, pois todo aquele que anuncia
a mensagem do Evangelho e fala o porquê dele ser necessário ao homem deve
fazer utilizando apenas o que as Escrituras afirmam acerca do mesmo, sem
acrescentar valores baseados naquilo que os homens consideram como
necessidade, mas sim, usar única e exclusivamente o que as Escrituras afirmam
como necessidades que serão sanadas através do Evangelho.

1.3.4 Promoção
19

Esta é a fase mais complicada de ser relacionada ao Evangelho, pois ela


pode ser observada de duas óticas distintas. A primeira é positiva, pois está ligada
ao relacionamento pessoal e ao feedback, onde será demonstrado o quanto as
pessoas conseguiram assimilar a mensagem e qual o resultado obtido.
Já a segunda é relacionada às estratégias de vendas, as quais podem ser
divididas em duas etapas distintas, onde a primeira envolve uma análise meticulosa
para decidir qual o melhor meio de comunicação a ser utilizado para que a
mensagem possa ser passada e captada pelo público e a segunda está ligada a
agregação de itens que tornem o produto ou ideia mais atrativa para o público-alvo.
Na primeira etapa, é fácil de relacionar o Evangelho com o Marketing e fazer
um bom uso do mesmo, já a segunda é extremamente complicada de ser utilizada,
pois qualquer tentativa de tentar tornar o Evangelho mais atrativo, isto é, colocando
nele a promessa de trazer coisas para satisfazer o ego humano, é totalmente
absurdo e condenável mediante as afirmativas das Escrituras, pois tal ação significa
que o portador do Evangelho está afirmando que a Palavra, Cristo e a vida eterna
deixaram de ser suficientes e que agora é necessário acrescentar mais benefícios
para tornar o Evangelho atrativo e aceito.
20

CAPÍTULO II- A PREGAÇÃO: O EVANGELHO GENUÍNO X UM


EVANGELHO ADULTERADO

Hoje nota-se que existem várias maneiras diferentes de pregar o Evangelho,


chegando até mesmo chegam a serem conflitantes em determinados aspectos.
Portanto, deve-se atentar se o que está sendo ouvido e presenciado é uma
pregação clara acerca do genuíno Evangelho, tal qual as Escrituras o dizem, ou se
está sendo passado um Evangelho reembalado, com diversas modificações, visando
os mais diversos públicos, mas que em geral tem apenas um motivo, a tentativa de
conformar o glorioso Evangelho das Escrituras às ideias e necessidades humanas, a
fim de alimentar o ego do homem e satisfazer sua busca pelo prazer e por seus
interesses pessoais. Em vista disso, Paul Washer afirma:

Nossas igrejas possuem muitas estratégias para se tornarem mais


simpáticas aos interessados, reembalando o Evangelho, removendo a sua
pedra de tropeço e cegando sua lâmina para que seja mais aceitável ao
homem carnal. Devemos ser simpáticos aos interessados, mas devemos
perceber isto: Há somente um interessado e este é Deus. Se estamos nos
esforçando para tornar nossa igreja e mensagem acomodada, tornemo-lo
acomodada a Deus. Se estamos nos esforçando para edificar uma igreja ou
ministério, edifiquemos com uma paixão de glorificar a Deus e um desejo de
não ofender a Sua majestade. Quem se importa com o que o mundo pensa
de nós? Não buscamos as honras da terra, mas as honras do céu devem
ser o nosso desejo. (WASHER, 2013, p.69)

2.1. Uma mensagem Cristocêntrica x Uma mensagem antropocêntrica

Ao analisar atentamente o que as Escrituras afirmam acerca do que é o


Evangelho, logo notar-se-á que hoje existem mensagens diferentes acerca do
mesmo, mensagens estas que possuem focos e exigências diferentes, e que, por
tal, não podem ser complementares ou igualmente corretas, pois uma é exatamente
o oposto da outra.
Quando observadas as mensagens dos discípulos de Cristo, vê-se que todas
elas tinham algo em comum, eram sempre demarcadas por um mesmo tema central,
sendo o foco sempre o mesmo e elas apontavam em uma direção apenas, para o
Cristo crucificado que morreu em uma cruz, para aplacar a ira de Deus e assim
resgatar a criação que estava perdida em meio às trevas e também fazer com que o
homem, corrupto e pecador, pudesse ter uma nova chance de se relacionar com o
soberano criador. A seguir, compara-se algumas passagens que descrevem a
21

pregação de Pedro, Filipe e Paulo, a fim de demonstrar esta mensagem centralizada


na pessoa e obra de Cristo.

Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno, varão


aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por
ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este, que foi
entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós matastes,
crucificando-o pelas mãos de iníquos; ao qual Deus ressuscitou, rompendo
os grilhões da morte, pois não era possível que fosse retido por ela. (ATOS
2: 22-24)

Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja


batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e
recebereis o dom do Espírito Santo. (ATOS 2: 38)

Este texto demonstra parte do discurso proferido por Pedro no dia de


pentecostes, e é possível notar que ele começa o discurso falando de Cristo,
prossegue falando de sua obra e termina ainda enfatizando a sua obra e chamando
o homem ao arrependimento.
Da mesma forma, é possível observar as mesmas características e pontos
tratados acerca do Evangelho na mensagem proferida por Filipe quando falava em
Samaria e também quando expunha as escrituras a um eunuco, conforme diz a
Bíblia:

E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo. (ATOS 8:5)

Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e
do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. (ATOS 8:12)

Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-


lhe a Jesus. (ATOS 8:35)

Assim, após analisados os textos, nota-se que tanto a pregação de Pedro


como a de Filipe eram totalmente Cristocêntricas e tinham como tema central a
pessoa de Cristo. Não obstante a isso, temos também a pregação de Paulo, que
reforça ainda mais o modo de levar o Evangelho da igreja Primitiva, tendo sempre
Cristo como o centro de sua pregação, como pode-se constatar em I Coríntios 1:23
que diz: “Nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e
loucura para os gregos”.
22

Desta forma, nota-se que os três discípulos tinham a cruz de Cristo como foco
de sua mensagem, e, anunciavam incansavelmente que fora o próprio Deus que
colocará Jesus em uma cruz e que assim aplacou a Sua ira, onde, cruz está em que
o Filho Inocente foi morto levando sobre si o pecado de muitos, a fim de dar a
salvação a todos os que creem no seu nome. Porém, esta mensagem de salvação
que é um dom imerecido vindo da parte de Deus traz consigo algumas exigências
que não devem ser negadas, pois o Evangelho exige que todos os que seguirão a
Cristo a fim de obter a vida eterna renunciem a tudo nesta vida, isto é, aos prazeres,
às riquezas, sua própria vontade e até mesmo a sua própria vida a fim de viverem
de acordo com o que Deus planejou de antemão, e em tudo glorifiquem ao Pai que
está nos céus.
Já em contraste a tal mensagem, temos um outro Evangelho, se é que assim
pode ser chamado, do qual as exigências foram removidas e o escândalo da cruz
fora tirado a fim de tornar a mensagem mais agradável aos homens, os quais
conforme as Escrituras eram apenas alvo da ira de Deus que se derramaria contra
toda impiedade humana, tornaram-se o centro da mensagem, onde suas demandas
e vontades foram alavancadas a um patamar superior, e Cristo, o messias sofredor,
o Deus que se tornou homem para ser o sacrifício perfeito, fora reduzido a um mero
quebra-galho, a alguém que agirá apenas para o benefício do homem, a fim de que
este tenha tudo nesta terra.
Nesta mensagem, através de uma grande sacada de marketing, o homem
virou o herói da história, o que fora dito por Ann Handley em uma de suas
entrevistas televisivas como sendo um ponto essencial para um marketing de
sucesso, assim o homem, passa de um ser que estava afastado de Deus, que não
poderia se aproximar nem se relacionar com este, a um ser que é necessário para
que Deus se satisfaça, em outras palavras, Cristo não morreu para aplacar a ira de
Deus, mas sim fora crucificado porque Deus amava tão exacerbadamente o homem
que jamais suportaria ou sequer cogitaria uma remota possibilidade de viver a
eternidade longe de Sua criação mais perfeita e amada.
Portanto, o que importa para o criador não é mais à vontade soberana dEle,
mas sim que o homem, o objeto mais valioso de seu amor, viva com tudo o que há
de melhor nesta terra, e desta forma, Deus passa a ser uma espécie de gênio da
lâmpada a fim de apenas conceder bênçãos e desejos aos homens.
23

Apenas vale ressaltar que estas duas mensagens totalmente distintas estão
presentes dentro das igrejas, que tentam cada vez mais tornar-se atrativas e
agradáveis aos homens a fim de terem seus bancos lotados, e, para que tal coisa
aconteça, temas como a ira de Deus, Sua Santidade e Justiça, a Cruz de Cristo, tem
se tornado temas secundários e sem valor na maioria dos púlpitos. Em um
questionário, cujos resultados estão apresentados em apêndice, feito a um grupo de
pessoas de denominações diferentes, solicitando a elas que dessem um grau de
importância a cada tema citado, com notas de um a dez, notou-se que a ira, a
santidade e justiça de Deus tiveram médias totalmente inferiores a outros atributos
como o amor, que é uma mensagem mais agradável aos ouvidos, como se não
bastasse, também foi considerado pelos entrevistados, que falar de prosperidade é
mais essencial do que tratar acerca do homem a luz das Escrituras.
Este é o resultado de uma inversão de valores, onde o que dá prazer ao
homem foi posto no centro do Evangelho e a magnifica revelação de Deus através
da pessoa e obra de Cristo foi colocada em segundo plano, e tornou-se uma
mensagem ausente da maioria dos púlpitos Cristãos de nossos dias, o que segundo
Paul Washer, é um dos maiores crimes cometidos pela nossa geração, tal como
descrito abaixo:

Um dos maiores crimes cometidos pela presente geração de Cristãos é a negligência do


Evangelho, e é devido a essa negligência que nascem todos os nossos outros males. O
mundo perdido não é tão endurecido quanto é ignorante do Evangelho, porque muitos que
proclamam sua mensagem também ignoram suas verdades mais básicas. Os temas
essenciais que compõem o próprio cerne do Evangelho – a Justiça de Deus, depravação
total do homem, expiação pelo sangue, a natureza da verdadeira conversão, e a base
bíblica para a segurança da salvação – estão demasiadamente ausentes dos púlpitos
atuais. As igrejas reduzem a mensagem do Evangelho a algumas declarações do credo,
ensinam que a conversão é apenas uma decisão humana e pronunciam a segurança da
salvação para qualquer um que tenha feito a “oração do pecador”. (WASHER, 2014, p.9)

2.2 Consciência de aflição X Um mar de rosas

Os dois tipos de mensagens que estão presentes com frequência nos púlpitos
mostram formas de vida diferentes em cada uma delas. Enquanto uma afirma que o
sofrimento faz parte da vida do cristão, a outra afirma exatamente o inverso, pois o
foco está apenas nas coisas terrenas que Deus pode dar a todos que decidem servi-
Lo.
24

Assim, analisa-se estas mensagens à luz das Escrituras, a fim de evidenciar


qual delas faz parte de um Evangelho genuíno e verdadeiro. Para tal, compara-se
algumas palavras de Cristo, do apóstolo Pedro e de Paulo com as atuais mensagens
que são pregadas em muitas igrejas.
Em João 16:33 Jesus diz: “Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim
tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Nota-se que em momento nenhum o mestre afirma que os que o seguem estarão
livres das tribulações, porém todos os ensinos do mestre são voltados para que todo
o Cristão tenha paz, não nas coisas desta terra, mas no próprio Cristo. Assim Ele
ordena que seus seguidores tenham bom ânimo e, o motivo que deve dar esperança
para seus seguidores se manterem animados, é que o mestre venceu o mundo.
Seguindo a mesma linha dos ensinamentos do mestre, Pedro escreve:

Mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que
também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis. Se pelo nome
de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós
repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus. Que nenhum de vós,
entretanto, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem
se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se
envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome. Porque já é tempo que
comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o
fim daqueles que desobedecem ao Evangelho de Deus? E se o justo
dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador? Portanto os que
sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador,
praticando o bem. (I PEDRO 4:13-19)

Neste texto, Pedro não apenas reafirma o que Cristo falou acerca de passar
por tribulações, mas trata o assunto como sendo parte da vida cristã, e que deve ser
motivo de alegria para o Cristão passar por dificuldades, ser perseguido, ser afligido
ou tantas outras situações, pois se tais coisas ocorrem, significa que de fato este
cristão é nascido de novo, e, agora é bem-aventurado, pois sobre ele está o Espírito
da Glória de Deus, e que por estas razões ele deve confiar ao Criador a sua alma
praticando sempre o bem.
Para reforçar ainda mais esta mensagem acerca de sofrer em nome de
Cristo, e de que as aflições fazem parte da vida Cristã, Paulo em II Timóteo 2,
convida Timóteo a sofrer juntamente com ele, “as aflições como um bom soldado de
Cristo Jesus”, e, ainda em várias passagens de suas Epístolas, Paulo ressalta tudo
quanto sofreu e a grande alegria e gozo que possui por poder sofrer em nome de
Cristo.
25

No entanto, hoje esta mensagem acerca do sofrimento não está tão presente
nas igrejas, pois como ensinado por muitos pensadores de marketing, “você não
deve encontrar clientes para o seu produto, mas sim produtos para os seus clientes”.
Então têm-se um pequeno problema diante desta necessidade, porém fácil de ser
resolvido. Parafraseando a afirmação acima pode-se dizer “não encontre seguidores
para o seu deus, mas encontre um deus para os seus seguidores”, assim, basta
alterar o foco central das mensagens que não devem mais estar em Cristo, mas sim
naquilo que o homem deseja e desta forma o centro será os milagres e maravilhas
que Deus pode realizar, as bênçãos terrenas que ele pode dar e a vida plenamente
confortável e livre de obstáculos que o Criador pode proporcionar. E o requisito para
tal é tão somente você cumprir com meros rituais e práticas citadas por aqueles que
proferem o “Evangelho”.
Associados a isso, vê-se vários pregadores ensinando que o homem pode
mudar a decisão de Deus, já que adoram um deus que sua mente criou, e pode
fazer tal coisa se tão somente determinar que as coisas aconteçam como ele quer,
se ofertar valores altos e barganhar com esse deus, e diante de tal ensino, porque
este homem padeceria por dificuldades, como financeiras, de saúde, ou qualquer
outras, pois conforme o que Mike Murdock ensinou em algumas de suas principais
pregações, “Jesus mostrou onde o dinheiro pode ser encontrado”, na verdade, “o
ministério de Jesus possuía doze homens que administravam seu negócio e um era
tesoureiro”, além disso, “o dinheiro está na mente de Deus”, pois para Murdock, era
inconcebível a ideia de que Deus faz algum homem ser pobre.
Assim, Murdock não remete a utilização de textos dentro do contexto,
tampouco se a interpretação está correta, basta para ele apenas aquilo que sua
mente formou como sendo um deus e dentro dessa concepção deriva todos os seus
ensinamentos. Além dos ensinos de Murdock, pode-se aliar uma das pregações de
R.R Soares, onde ele afirma que “basta o homem lembrar-se das palavras de Deus
e confessar positivo, pois assim vencerá”.
Esta então, é uma demonstração de uma outra mensagem acerca do
Evangelho, onde algumas pessoas confundem os verdadeiros sinais da ação de
Cristo no homem com suas dádivas, tal como visto em um questionário apresentado
em apêndice, onde várias pessoas consideram que curas e milagres são sempre
sinais de que o Evangelho genuíno foi pregado, que o falar em línguas é sempre
sinal de conversão. Diante de tal mensagem, Paul Washer afirma:
26

Um evangelho desse tipo reduz a evangelização a pouco mais que um


esforço humanista dirigido por estratégias de marketing sagazes, baseadas
nas últimas tendências da cultura. (WASHER, 2014, p.10)

Verdadeiramente, não se nega que tais coisas possam acontecer por


intermédio da ação divina, pois as Escrituras afirmam em Marcos16:17-18 que
“Estes sinais seguirão os que creem”, pois Cristo tem poder para curar e se Deus
quiser tornar alguém infinitamente próspero Ele o fará, porque tem poder para isso.
Porém, o problema desta mensagem está em tornar estas bênçãos terrenas e
materiais o cerne da mensagem, e citá-las como uma regra que acontecerá a todos,
pois não se encontram nas Sagradas Escrituras passagens que fundamentem de
forma sólida tais ensinamentos, muito menos que Cristo livrará os seus seguidores
de serem perseguidos, do sofrimento e das aflições e tampouco promete riquezas e
coisas nesta terra, pois tudo o que o mestre ensinou fala acerca do reino dos Céus,
de encontrar a satisfação, a paz e a alegria plena em sua presença e não nas coisas
terrenas, e, a maior benção que poderia ser dada por Deus ao homem já aconteceu,
pois “chegando a plenitude dos tempos, Deus deu seu único e amado filho para
morrer em uma cruz e assim oferecer ao homem a vida eterna”, algo que nem todo o
dinheiro, nem prazeres, nem o mundo inteiro junto conseguiria comprar, pois,
apenas o sangue inocente infinitamente valioso de Cristo poderia pagar o preço para
anular as transgressões de todos os que creem em seu nome e dar a eles o direito
de serem feitos filhos de Deus e assim herdarem a vida eterna.

2.3 A necessidade de tratar a maldade do homem x Um desejo de não magoar o


homem

As Escrituras afirmam veemente que o homem é mau desde o seu


nascimento até a sua morte, sua natureza se opõe a Deus e sua vontade. No
entanto, este tema já não é mais tão trabalhado nos púlpitos devido ao medo de
magoar ou entristecer o homem e assim perde-lo, de forma que ele não vá mais aos
cultos e atividade. Contudo, as Escrituras afirmam com veemência acerca da
maldade do homem, chegando a tratar a estes como “inimigos de Deus” ou
“odiadores de Deus”.
27

Como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda;
não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. (ROMANOS 3:10-12)

Assim, vê-se que por mais que o homem tente se convencer de que pode ser
bom neste ou naquele aspecto, o testemunho das Escrituras em Romanos 3:12
afirma que “não há um sequer que faça o bem, pois todos se extraviaram pelo
pecado e se tornaram inúteis”. Sobre tal, Paul Washer ainda afirma:

As Escrituras ensinam que antes da conversão, um homem é obscurecido


em seu entendimento e caminha na futilidade de seus próprios
pensamentos. Além disso, sua mente é hostil para com Deus, suprimindo a
verdade divina. Ele não consegue se sujeitar à lei de Deus. (WASHER,
2014, p.18)

Assim vemos que a maldade está intrínseca ao coração humano e que sua
natureza é uma de suas maiores inimigas em seu modo de vida. No entanto, o
Evangelho que é passado se nega em mostrar ao homem o qual pobre e nu ele está
diante de Deus, e assim, segundo o que Paul Washer escreveu em O Chamado ao
Evangelho e a Verdadeira Conversão, “rouba do homem a mais bela imagem de
Deus, porque não quer dar ao homem uma imagem humilhada de si próprio”.
Nesta outra mensagem, você não deve pregar sobre temas mais duros nem
tratar de assuntos que possam ir contra a imagem que cada um tem de si próprio,
pois isso pode de fato machucar o homem e fazer com que este nunca mais volte
em sua igreja, e assim, as igrejas colocam em seus púlpitos pessoas que preguem o
que a plateia quer ouvir, mas não o que Deus tem para eles, e desta forma inflam as
igrejas com inúmeras pessoas que nunca foram capazes de compreender a
grandiosidade do amor de Deus, tudo porque jamais reconheceram o quanto são
más em sua natureza. Porém, diante de tal mensagem, a questão que paira no ar é
se esta mensagem realmente é capaz de produzir a salvação? As Escrituras nos
deixam muito claro que é impossível alguém se arrepender de fato e se voltar para
Cristo sem ter uma profunda decepção consigo mesmo.
Nesta afirmação percebe-se que não há como o homem de fato se
arrepender e mudar a sua vida e suas ações sem ter uma total consciência de quem
ele é, de quão desprezível ele se tornou devido aos seus muitos pecados, e diante
de tal, vê-se que a missão dos Cristãos e o dever de todos os que proferem a
mensagem acerca do glorioso Evangelho de Jesus Cristo é tão somente uma:
Proferir a mensagem de forma que todo aquele que está a ouvir o Evangelho se
28

conscientize de que precisa deste Evangelho, pois nada que ele faça poderá torna-lo
apto a herdar a vida eterna, tudo isto, devido a sua maldade e corrupção. John Stott
ainda corrobora com tal missão ao afirmar:

Nosso dever então é evitar distorcer ou diluir o Evangelho, e, ao mesmo


tempo, apresentá-lo de forma bem clara, manejando bem a palavra da
verdade, de forma que as pessoas venham a aceitá-la, para não acontecer
conforme as palavras de Jesus: “a todos os que ouvem a palavra do Reino
e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no
coração”. Creio que às vezes são as nossas explicações “por alto” que dão
ao diabo precisamente esta oportunidade, que nunca se lhe deveria dar.
(STOTT, 1994, p.35)

Assim percebe-se que quando o Evangelho é anunciado de forma a


evidenciar a maldade do homem e sua incapacidade de salvar a si mesmo, evitar-
se-á de abrir brecha para o maligno roubar a semente do Evangelho do coração do
ouvinte, e assim proporcionar ao homem uma melhor compreensão de seu estado
de perversidade, o que fará com que ele possa se arrepender de fato da vida que
levava, e passe a olhar de uma forma mais admirada e vislumbrada para Deus e
para a cruz de Cristo, de modo a se apaixonar de verdade por Aquele que o amou
sobremaneira, mesmo sem que este homem merecesse sequer uma parte deste tão
grande amor e passe a desejar que toda a sua vida seja para agradar a Deus e se
relacionar com Ele, não confiando que tenha algum mérito em si próprio, mas
confiando única e exclusivamente nos méritos de Cristo. Para melhor explicar o
efeito de entender a maldade do homem, Paul Washer afirma:

Quanto mais um homem compreende algo da glória e supremacia de Deus


contra quem pecou, mais compreenderá a natureza atroz de seu pecado e
de sua natureza decaída (grifo meu). Um verdadeiro conhecimento de
Deus levará os homens a tratar até mesmo a menor infração da lei de Deus
como um crime abominável, mas uma ignorância de Deus os levara a tratar
o pecado como uma pequena questão de pouca importância. (WASHER,
2013, p.104)
29

CAPÍTULO III- QUE TIPO DE CRISTÃO AS ATUAIS


PREGAÇÕES PRODUZEM

Como já demonstrado, a realidade atual evidencia que existem mensagens


diferentes acerca do Evangelho, que podem ser divididas em dois grupos. Um é
composto pelo Evangelho genuíno, a mensagem tal como se encontra nas
Escrituras, já a segunda é formada por todas as outras pregações que reembalam o
Evangelho, tornando-o diferente daquilo que é encontrado nas Escrituras, a fim de
assemelhá-lo aos desejos humanos. Então, como citado, são duas mensagens
diferentes e que por sua vez trarão resultados completamente diferentes, formarão
um grupo de seguidores que se empenham em níveis totalmente distintos daquilo
que está sendo pregado, portanto, a seguir comparar-se-á os dois tipos de
mensagens e características de seus seguidores.

3.1 Discípulos fieis x Consumidores

Este é o primeiro aspecto em que todos aqueles que ouvem o Evangelho se


diferenciam, enquanto uma pregação acerca do verdadeiro Evangelho, que ressalta
todos os aspectos acerca dos atributos de Deus e de suas ações, demonstrando
também com exatidão tudo o que uma pessoa realmente pode passar por seguir a
Cristo e que retrata a maldade inerente do coração humano, produzirá Cristãos
autênticos que estarão dispostos a darem a sua vida pela causa a qual estão
abraçando. A outra pregação evidencia uma mensagem de um Evangelho diluído
em coisas terrenas e materiais, que enfoca apenas os aspectos agradáveis aos
olhos humanos acerca de Deus e de sua natureza, que preocupa-se em maquiar a
mensagem para não torna-la agressiva ou forte ao ouvido do homem, e a suaviza
colocando nela aspectos consumistas, produzirá cristãos que apenas buscam saciar
os seus desejos terrenos e logo quando não forem satisfeitos irão embora com a
mesma facilidade chegaram. Sobre essa mensagem terrena focando na
necessidade do homem e utilizando uma ótica consumista acerca do reino que
causa esse efeito de entrar e imediatamente abandonar o Evangelho, Augustus
Nicodemus afirma:
30

Um efeito da mentalidade consumista das igrejas é o que tem sido chamado


de "a síndrome da porta de vai-e-vem". As igrejas estão repletas de pessoas
buscando sentido para a vida, alívio para suas ansiedades e preocupações.
Assim, elas escolhem igrejas como escolhem refrigerantes. Tão logo a
igreja que frequentam deixa de satisfazer as suas necessidades, elas saem
pela porta tão facilmente quanto entraram. As pessoas buscam igrejas onde
se sintam confortáveis, e se esquecem de que precisam na verdade de uma
igreja que as faça crescer em Cristo e no amor para com os outros.
(NICODEMUS, 2015, p.93)

Assim, observa-se que o interesse em atrair novos convertidos modela a


mensagem, utilizando tudo que é considerado válido para que o objetivo seja
alcançado. Tal necessidade, tem feito com que a mensagem seja diluída em uma
mentalidade consumista e que por esta mentalidade seja moldada a fim de tornar-se
chamativa aos que ouvem. O mesmo Augustus Nicodemos ainda afirma:

Quando digo “consumismo”, refiro-me ao impulso de satisfazer as


necessidades, reais ou não, de usar bens ou serviços prestados por outros.
No consumismo, o foco está nas demandas individuais; A "escolha" pessoal
deve ser o mais respeitado dos direitos humanos. Tudo gira em torno do
indivíduo, e tudo existe para satisfaze-lo. As coisas ganham valor, validade
e relevância à medida que são capazes de atender as demandas do
consumidor. (NICODEMUS, 2015, p.92)

Portanto, observa-se que esta mensagem focada no consumismo cria nas


pessoas a sensação de que seus desejos serão realizados, e será o quanto destes
desejos que forem satisfeitos que fidelizará os ouvintes, pois tal como afirmado no
bom emprego de uma estratégia de marketing, se você satisfizer os anseios de seus
clientes, realizando suas demandas, proporcionando a eles prazer e fazendo com
que suas expectativas sejam atendidas, eles ficarão totalmente fieis a sua empresa,
e assim, você deve mantê-los sempre satisfeitos para que estejam sempre ao seu
lado. Esta necessidade é evidenciada também pelo fato de que a mesma estratégia
de marketing também afirma que se você não atender os requisitos acima citados,
os clientes se tornarão cada vez mais raros em sua empresa e a colocarão ladeira
abaixo rumo ao fracasso.
É por isso que as igrejas estão lotando em uma velocidade recorde enquanto
outras se esvaziam na mesma velocidade, pois o que a mensagem de muitas delas
está gerando é de fato consumidores, que se suas demandas não são atendidas,
logo vão embora. Além disso, vale atentar a aquilo que o apóstolo Paulo fala para
Timóteo, seu filho na fé acerca do tipo de pessoas que seriam encontradas
pregando o Evangelho nos últimos tempos:
31

Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os
homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem
afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do
bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder.
Afasta-te também desses. Porque deste número são os que se introduzem
pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados,
levadas de várias concupiscências; sempre aprendendo, mas nunca
podendo chegar ao pleno conhecimento da verdade. E assim como Janes e
Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade,
sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão,
porém, avante; porque a todos será manifesta a sua insensatez, como
também o foi a daqueles. (II Timóteo 3:1-9)

Assim, vê-se que o apóstolo Paulo deixa claro que todos os que estão
trazendo este tipo de mensagem, na verdade estão resistindo à verdade. E o mesmo
apóstolo prossegue dizendo acerca do tipo de ouvintes que atentariam às
mensagens e ao tipo de mensagem que estes procurariam nestes dias, ao escrever:

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande
desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os
seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se
voltarão às fábulas. (II TIMÓTEO 4:3-4)

Nisto percebe-se que é exatamente o que acontece em nossos dias, homens


procurando mensagens agradáveis aos seus ouvidos, e, por acharem que a verdade
das Escrituras é forte demais para eles, preferem voltar-se às fábulas. No entanto,
vale lembrar que estes só permanecem nas fábulas porque sempre encontram
mestres que os ensinem dessa forma, e muitos destes mestres na verdade, estão
mais interessados em buscar suas próprias vontade do que levar as pessoas a
Deus, e, mesmo tendo a aparência de verdadeiros cristãos, não levam as marcas de
Cristo em suas vidas, pois o dinheiro, a ganância e outras tantas coisas os fez
apostatarem, e além disso, faz com que o avivamento supostamente vivenciado no
País não passe de palavras, pois os homens não estão sendo levados ao
arrependimento através deste tipo de mensagem. Acerca disso, Leonard Ravenhill
escreve:

Por que tarda o avivamento? A resposta é muito simples. Tarda porque


muitos pregadores e evangelistas estão mais preocupados com dinheiro,
fama e aceitação pessoal do que em levar os perdidos ao arrependimento.
(RAVENHILL, 1989, p.41)
32

Desta forma, percebe-se que muitos não estão mais preocupados com a
salvação, com as consequências eternas que as ações do homem podem acarretar,
e assim, cometem um dos atos mais vergonhosos que esta geração pode praticar
nesses últimos dias, pois ainda de acordo com Leonard Ravenhill, muitos
pregadores e seguidores do Evangelho, anulam a santidade que é ensinada, pela
impiedade em seus modos de vida.
Este é exatamente o resultado produzido pela distorção da mensagem do
Evangelho, pois ela não causa no coração do homem um desejo de mudança nem
faz com que este homem se volte para Deus por amá-Lo e desejá-Lo mais que tudo,
ela apenas faz que o homem busque ao Pai, não pelo que o Pai é ou pelo que fora
feito por intermédio de Cristo na cruz, mas somente por aquilo que eles desejam
alcançar, como fruto de suas incansáveis ações, esforços e rituais, a fim de
barganhar com Deus, fazendo com que este passe a agir de maneira que satisfaça a
vontade do homem.
Esta distorção na pregação do Evangelho é extremamente perigosa, pois esta
mensagem não trata questões fundamentais como a ira de Deus, pois o foco dela
está apenas em produzir consumidores, em lotar os bancos da igreja, o que se torna
algo que faz com que todo o ouvinte deste tipo de mensagem não se conscientize
de seu estado pecaminoso e permaneça como alvo direto da ira vindoura de Deus.
Sobre pregar este tipo de mensagem, John Stott afirma:

Nós barateamos o Evangelho quando o retratamos apenas como algo que


nos liberta da tristeza, do medo, da culpa e de outras necessidades
pessoais, ao invés de apresentá-lo como uma força que nos liberta da ira
vindoura. (apud, KENOSIS)

Assim, fica evidenciado a necessidade de pregar o Evangelho genuíno,


exatamente porque todas as ações do homem acarretarão em consequências
eternas, e, as forças do mal pelejarão com força para combater os que seguem a
Cristo neste tempo, porém, apenas aquele que ouviu o verdadeiro Evangelho, e nele
criou raízes tornar-se-á um discípulo fiel, capaz de guardar os mandamentos do
mestre e até mesmo dar a sua vida por amor a Deus se tal for exigido dEle.

3.2 Qualidade X Quantidade


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Este é o ponto chave que irá definir a forma na qual os pregadores avaliam os
seus ministérios e o que eles estão obtendo. Neste quesito, Charles Spurgeon nos
dá um importante conselho para começarmos a avaliar o que realmente é
fundamental:

Nestes dias, sinto-me impelido a voltar repetidamente às verdades


elementares do Evangelho. Em tempos de paz, talvez sintamos liberdade de
fazer excursões aos interessantes distritos da verdade que se encontram
em campos distantes; mas agora precisamos manter-nos em casa,
guardando os corações e lares da igreja, defendendo os primeiros princípios
da fé. Na era presente, tem surgido na própria igreja, homens que falam
coisas perversas. Há muitos que nos perturbam com suas filosofias e novas
interpretações, com as quais negam as doutrinas que professam ensinar,
solapando a fé que tem compromisso der manter. É bom que alguns de nós,
que sabemos no que cremos, e não forjamos significados secretos para
nossas palavras, simplesmente batamos o pé e nos recusemos a tanto,
apresentando a palavra da vida, e declarando claramente as verdades
fundamentais do Evangelho de Jesus Cristo. (apud WASHER 2014, p. 11)

Assim, o príncipe dos Pregadores, como Spurgeon é conhecido, demonstra


que em sua época, ele considerava importante voltar às verdades elementares do
Evangelho, as mesmas defendidas por Cristo, Paulo, Pedro, João, entre outros, que
afirmavam que o importante das Escrituras, era o efeito que ela possuía, capaz de
iluminar e transformar o coração do homem, conforme o que Paulo escreveu:

Sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a
esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança
nos santos. (EFÉSIOS 1:18)

Diante disso, pode-se dizer que o que importava para Paulo, e, segundo o
testemunho fiel das Escrituras continua sendo importante não é a quantidade de
pessoas que se voltam a Cristo através da pregação, mas sim a qualidade de suas
conversões e o quanto foram iluminadas e transformadas.
Porém, a qualidade ou até mesmo a autenticidade de uma conversão, não é
mais visto como importante hoje em dia, onde as igrejas possuem metas de
crescimento e outras tantas coisas, e, o resultado é medido apenas através da
quantidade. Tal índice de medição provoca uma busca desenfreada e um esforço
continuo para encher cada vez mais a igreja, superlotando os templos de pessoas
que não entendem o que significa ser cristão. Sobre tal coisa, R. C. Sproul (apud
NICODEMUS 2015) afirma: “A palavra evangélicos tem se tornado tão inclusiva que
corre o perigo de se tornar totalmente vazia de significado”. 
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Já que não é tão entendido o que significa ser Cristão de fato nem o que o
verdadeiro Evangelho representa, a grande maioria das igrejas usa as necessidades
que o homem julga ter como atrativo para atraí-los, mais uma vez chamando-os
através de sua mentalidade consumista. Acerca de tanto, Augustus Nicodemos
afirma:

Essa mentalidade tem definido, em grande medida, a programação das


igrejas, a forma e o conteúdo das pregações, a escolha dos cânticos, o tipo
de liturgia e as estratégias para crescimento de comunidades locais. Tudo é
feito com o objetivo de satisfazer os apelos emocionais, físicos e materiais
dos frequentadores do templo. E, nesse afã, prevalece o fim sobre os
meios. Métodos se justificam na medida em que se prestam a atrair novos
clientes e torná-los mais felizes, satisfeitos e dispostos a continuar
ocupando os bancos da igreja. (NICODEMUS, 2015, p.92)

Nisto vê-se que o grande interesse não está na qualidade de novos


convertidos, mas sim na quantidade. Porém, como visto anteriormente, não é isto
que é realmente importante segundo o testemunho das Escrituras, pois elas
demonstram uma forte necessidade de levar os homens ao arrependimento através
da explanação das verdades de Cristo, e dessa maneira suas vidas sejam realmente
transformadas, isto é, o resultado conforme as Escrituras não é medido em números
de crescimento, mas sim em quantos se converteram genuinamente e estão
dispostos a entregar a sua vida para glorificar ao Pai que está nos céus em todas as
suas ações, dando o seu melhor a Deus e cumprindo com cada um de seus
propósitos, sempre honrando o seu nome.

3.3 Amor a Deus X Amor aos prazeres

Medir de que forma a mensagem pregada tem penetrado o coração humano e


para o que ela o tem despertado é certamente o ponto crucial que define se o
verdadeiro Evangelho está sendo pregado ou se ele está sendo maquiado e
moldado para atender aos anseios do homem, pois conforme as Escrituras, a maior
e mais importante ação do Espírito Santo na vida do homem não é torná-lo rico,
curá-lo ou qualquer outra coisa terrena e passageira, mas sim é “convencê-lo do
pecado, da justiça e do juízo”, a fim de que este se arrependa e seja salvo.
A ação do Espírito Santo começa com uma obra magnífica iniciada no
processo de salvação, através de uma transformação conhecida como regeneração,
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na qual o homem, que por sua natureza odeia a Deus, agora recebe um novo
coração capacitado para amá-lo, obedecê-lo, honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as
suas ações. Esta é certamente uma ação extremamente poderosa e mais valiosa
que todas as dádivas passageiras que Deus pode dar ao homem ainda neste tempo,
pois todas as demais passarão e se extinguirão, porém, a obra iniciada no processo
de salvação irá durar pela eternidade.
No entanto, esta obra não é devidamente valorizada nos dias atuais, pois
milagres, curas, e tantas outras maravilhas, que de fato Deus tem poder para operar,
tornaram-se superestimadas, a ponto de serem consideradas mais importantes do
que a salvação. Tal inversão de valor, provoca um efeito pelo qual a mensagem não
produz mais pessoas apaixonadas pelo ser de Deus, ou seja, por aquilo que Ele é,
mas sim, pessoas que são apaixonadas apenas por aquilo que Ele pode dar, pelos
prazeres e regalias que podem conquistar nesta terra, amando mais ao mundo e os
seus prazeres do que a Deus.
Então todo aquele que leva a palavra de Deus adiante deve ter em mente
uma coisa, que ele precisa transmitir o Evangelho de modo que o homem tenha
entendimento do quão falho, pecador e inimigo de Deus é o seu atual estado, para
que a partir daí o Espírito Santo comece a agir neste homem de modo a transformá-
lo e fazer com que ele venha amar a Deus acima de todas as coisas e também
glorificá-Lo. Segundo Jonathan Edwards:

Vemos, portanto, que a finalidade de todas as obras de Deus, expressa de


maneira tão variada nas Escrituras, é na verdade somente uma; e este fim é
chamado mais propriamente e compreensivamente: a glória de Deus. (apud
WASHER 2014, p. 97)

Assim, é possível afirmar que quando um pregador vai proferir a mensagem


do Evangelho, deve sempre ter em mente que o maior interessado em que a
verdade seja transmitida é o próprio Deus que almeja revelar a sua glória através
desta mensagem. Portanto, a mensagem não pode ser transmitida de qualquer jeito
ou diluída em necessidades de homens que amam a este século, mas sim, naquilo
que as Escrituras continuamente salientam como a grande necessidade do homem
que é poder se relacionar com o criador, e, este homem, só poderá estar novamente
ligado ao criador se ouvir a verdadeira mensagem acerca do Evangelho, tendo como
foco a cruz de Cristo e que nela não apenas o amor do Pai foi demonstrando ao
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proporcionar ali o perdão e a justificação a todos quanto vierem a crer em seu filho,
mas também revelou de forma perfeita a justiça e a irá de Deus, da qual Jesus
bebeu o cálice até a última gota, pagando a dívida que o homem contraiu ao pecar e
que dela jamais se livraria.
Nisto, percebe-se o quão dura é a mensagem do Evangelho e porque ela
deve ser passada de forma tão clara e até mesmo agressiva aos ouvintes, pois o
pecado, o grande mal do homem, levou o Pai a “moer” o seu próprio Filho em uma
cruz para proporcionar o perdão, e assim o Evangelho deve ser pregado,
conscientizando o homem de sua culpa, da sua total incapacidade de auto salvar-se,
e que apenas por uma ação gloriosa e sobrenatural da parte de Deus ele pode ser
transformado e ter um fim diferente daquele para o qual ele antes caminhava, pois
agora este homem não mais odeia a Deus, antes, passou a amá-Lo, obedecê-Lo e a
viver para a sua glória.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Evangelho é a maior dádiva de Deus ao homem, e sua gloriosa mensagem
deve ser levada adiante de todas as maneiras possíveis, sabendo que essa
mensagem deve sempre manter-se fiel ao que está nas Escrituras Sagradas, pois,
toda vez que alguém leva o seu conteúdo adiante, deve ter em mente que o
Evangelho, a palavra de Deus, é e sempre será suficiente para atrair e transformar o
coração do homem.
Por este motivo, deve-se ter muito cuidado para aplicar determinadas
estratégias de marketing quando for pregar o Evangelho, pois se consideradas a
praça e o público ouvinte, aí sim deve ser aplicado o marketing para passar a
mensagem de forma que aqueles que a veem ou escutam também a entendam e se
conscientizem do quanto necessitam de Deus em sua vida.
No entanto, o marketing jamais deve ser aplicado no que diz respeito ao
preço e muito menos no quesito promoção, pois quando estes dois Ps são aplicados
acarretam em um Evangelho que abraça características mundanas e já não mais
visa aquilo para o qual foi destinado, que é a glória de Deus, mas sim busca atrair o
homem com ofertas passageiras e terrenas, fazendo com que desejem mais os
prazeres do mundo do que glorificar a Deus.
Portanto, deve-se ter sempre em mente que o maior interessado em que o
Evangelho seja passado de forma fiel e clara, de acordo com as Escrituras, é o
próprio Deus, e, por isso, ninguém deve baratear o Evangelho para torna-lo atrativo,
porque estas “boas novas” são ofertadas por Deus, que para salvar o homem e
aplacar a sua ira, “moeu” o seu inocente e amado Filho em uma cruz, e, acrescentar
qualquer necessidade terrena e humana na hora de pregar o Evangelho, é
desvalorizar o sacrifício do Filho e acabará direcionando a ira de Deus para aquele
que deturpa a sua mensagem.
Então, cabe a cada um avaliar se a mensagem que tem proferido está
realmente de acordo com a palavra de Deus, pois, por mais que o homem julgue ter
incontáveis necessidades e problemas, de acordo com as Escrituras, este homem
possui apenas um: Ele pecou e necessita da salvação de Deus.
Diante de tal necessidade, os pregadores devem empenhar seus esforços ao
máximo, para que seus ouvintes se conscientizem disso e assim seus corações
possam se voltar para Deus, sendo transformados através da obra do Espírito Santo
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e passem a glorificar a Deus, porque este é o grande objetivo de toda a obra de


Deus, a Sua glória.
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REFERENCIAL

AUGUSTUS NICODEMUS, Adoradores ou Consumidores, Disponível em:


<http://www.monergismo.com/textos/adoracao/adoradores_consumidores.htm>
Acesso em 23 de setembro de 2016 às 22:30Hrs
CARSON, D A. A Difícil Doutrina do Amor de Deus. Rio de Janeiro, RJ. Editora
CPAD, 2013
COMFORT, Ray. O Maior Segredo do Inferno. Belo Horizonte, MG. Editora Atos,
2009
JUNIOR, Paulo. Cartas aos Meus Discípulos. Franca, SP. Sociedade Missionária
Defesa do Evangelho, 2015
KENOSIS, Estudo de Romanos Capítulo 02- A Imparcialidade do Julgamento Divino.
Disponível em: < http://www.adkenosis.com.br/a-imparcialidade-do-julgamento-
divino-rm-212-16/> Acesso em: 05 de outubro de 2016 ás 23:00Hrs
MOHLER, Albert. et al. A Pregação da Cruz. São Paulo, SP. Editora Cultura Cristã,
2010
NICODEMUS, Augustus. Polêmicas na Igreja. São Paulo, SP. Editora Mundo
Cristão, 2015
PACKER, J I. O Antigo Evangelho. São José dos Campos, SP. Editora Fiel, 2013
PAUL WASHER, A Ira de Deus. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=zS2UhZWnX4s> Acesso em: 10 de julho de 2016 ás 14:00Hrs
RAVENHILL, Leonard. Por que tarda o Pleno Avivamento? Belo Horizonte, MG.
Editora Betânia, 1989
Série Recuperando o Evangelho
WASHER, Paul. O Poder do Evangelho e Sua Mensagem.
São José dos Campos, SP. Editora Fiel, 2013
WASHER, Paul. O Chamado ao Verdadeiro Evangelho e a
Verdadeira Conversão. São José dos Campos, SP. Editora
Fiel, 2014
WASHER, Paul. Segurança e Advertência do Evangelho.
São José dos Campos, SP. Editora Fiel, 2015

STOTT, John. Crer e Também Pensar. Viçosa, MG. Editora Ultimato, 2012
39

WASHER, Paul. 10 Acusações contra a Igreja Moderna. São José dos Campos,
SP. Editora Fiel, 2011
WASHER, Paul. O Verdadeiro Evangelho. São José dos Campos, SP. Editora Fiel,
2012
WASHER, Paul. O Evangelho de Deus & o Evangelho do Homem. Campina
Grande, PB. Editora Visão Cristã, 2014
40
39

APÊNDICE

Anexo 1: Entrevista acerca da importância de Determinados temas na hora de


pregar o evangelho.

Grau de Importância de cada Tema


12

10

0
us i st
o
nt
o
em ad
e
ad
o
çã
o ão de or ça Ira
De Cr Sa m id c va e rd da Am sti
Ho r Pe l P ti Ju
ri to pe S a an
pí ros S
Es P

Média

Anexo 2: Entrevista acerca da frequência que determinados temas são


tratados na Igreja. 8 entrevistados
44

0 41
Amor Santidade
Souberam responder Justiça
Não Souberam Responder Ira

Anexo 3: Os entrevistados foram perguntados se cura é milagres são sempre


sinal de que o verdadeiro Evangelho foi pregado? E se falar em línguas é
sempre sinal de conversão? 15 entrevistados

12

10

0
Curas e Sinais Falar em Línguas

Sim Não

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