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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades


DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – 4.º Ano

Caso Prático

O Senhor Mutizona, maior, solteiro, de nacionalidade moçambicana, filho


de Mutizona e Aderaida, residente em Macusa, Chizipa, natural da Beira,
Portdos do Bilhete de Identidade 0000000808, emitido aos 07 de Novembro
de 2017 e válido até 07 de Novembro, pelo Arquivo de Identificação Civil
da Beira, celebrou um contrato de trabalho com a Empresa CCFB no dia 28
de Novembro de 2012, por tempo indeterminado, para exercer as funções
de Maquinista A. Auferia uma remuneração de 30.000.00Mts (trinta mil
meticais).

No dia 19 de Julho de 2020, o Director da Empresa CCFB, exarou um Despacho


na sequencia da Nota de Constatações e conclusões do Inquérito realizado
sobe o acidente ferroviário ocorrido no dia 22 de Maio de 2020, na Zona
de Belas, na Linha de Machipanda.

O Senhor Mutizona foi acusado de desobediência a instruções de contrato


de trabalho e das normas que o regem; danificação, destruição culposa
de bens do local de trabalho e quebra culposa de produtividade.

No dia 05 de Agosto de 2019, recebeu uma nota de culpa como resultado


do acidente ferroviário ocorrido no dia 22 de Maio de 2020, na Zona de
Belas, na Linha de Machipanda. O Senhor Mutizona não teve acesso a Nota
de Constatação e nem ao Inquérito preliminar elaborado pela CCFB.

No dia 15 de Agosto de 2020, o Senhor Mutizona respondeu a Nota de Culpa,


contradizendo os factos constantes da Nota de Culpa, conforme se pode
constatar dos documentos em anexo.

Que é proibido um comboio fazer a viagem com carga fora dos padrões
normais, mas que mesmo assim a empresa o fez, ignorando os reais
responsáveis; que o comboio não estava em condições técnicas e de
segurança, a mangueiras equalizadoras não estavam ligadas e não havia
eficácia no freio; que a aplicação de freio independente não iria
imobilizar 1600 toneladas e que os maquinistas não andam com chaves nas
locomotivas para alinharem os bocais das mangueiras equalizadoras.

No dia 18 de Setembro de 2020 o Senhor Mutizona foi comunicado da decisão


do processo disciplinar, que culminou com o seguinte teor: na sequencia
do Processo Disciplinar instaurado com V.EX.ª pelos factos constantes da
Nota de Culpa, vimos pela presente, nos termos da alínea c) do n.º 2 do
artigo 67.º, da Lei do Trabalho e de acordo com o Despacho do Exmo Senhor
Director, datado de 18 de Setembro de 2020, comunicar a V.Ex.ª que foi
lhe aplicada a sansão disciplinar de Despedimento, nos termos da alínea
f) do n.º 1, do artigo 63.º da Lei do Trabalho.

Comunica-se ainda que V.Ex.ª deverá ressarcir a empresa pelo prejuízo


causado no valor total de 150.000.00Mts, nos termos do disposto no n.º
4, do artigo 64.º da Lei do Trabalho.

No dia 24 de Setembro de 2020, o Senhor Mutizona inconformado com a


decisão tomada pela Empresa endereçou uma reclamação, com o seguinte
teor: o comboio tripulado pela Recorrente era uma múltipla GE 708/709
que não criam vácuo quando rebocam composições de vagões a vácuo e
funcionando muto bem quando os vagões são a ar comprimido. O comboio
tripulado pelo Recorrente era a vácuo com 132 vagões o que corresponde
a 33 vagões sendo que este tipo de locomotivas só cria vácuo ate cerca
de 80 eixos apenas.

No dia 14 de Outubro de 2020, o Senhor Mutizona, recebeu a resposta da


reclamação com o seguinte teor: comunica-se a V.Ex.ª que mantém a sanção
disciplinar de Despedimento, pois, em sede do Processo Disciplinar, ficou
provada a falta de observação dos procedimentos regulamentares na paragem
de Comboio C281, na Estação de Garuso.

Inconformado com a decisão da entidade empregadora, procura o Estudante


do 4.ª ano, para um parecer e o devido tratamento da peça processual
adequada.

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