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● revisão constitucional:
○ alteração expressa e parcial da constituição, que funciona como instrumento
de garantia do seu núcleo identitário
■ expressa: envolve produção de normas constitucionais através de um
processo especial e agravado estabelecido para o efeito na própria
constituição → reflete intencionalidade do poder constituinte a
habilitar modificações
■ parcial: não poder envolver todo o texto constitucional, visto que isso
significaria uma mudança total do seu núcleo identitário ou da ordem
constitucional → seria uma transição constitucional e não uma revisão
■ garantia: previne que a vontade popular expressa através do poder
constituinte seja desrespeitada ao pôr em causa a identidade central
da constituição
■ tem certos limites: materiais, formais, circunstanciais e temporais
○ antes considerava-se um poder constituinte derivado, mas a doutrina
moderna defende que se trata de um poder constituído
■ tem de atuar dentro dos limites impostos pelo poder constituinte, não
tem liberdade total
○ é também uma forma de garantir a vigência da mesma
■ com o poder de revisão, garante-se a mutabilidade e adaptabilidade
da constituição a novas realidades, prevenindo a sua nominalização
○ normas constitucionais inconstitucionais: deriva da colisão de regras
produzidas por uma revisão constitucional com normas sobre a normação,
que regem o seu processo de alteração
● será que uma mutação informal inconstitucional poderá tornar-se costume através
de comportamentos reiterados e uma aceitação tácita, que desculpará a
inconstitucionalidade?
● HESSE → assim mutação informal teria menos a ver com revisão constitucional
(que está predeterminada na lei) e mais com o poder constituinte (nova norma nasce
a partir de factos e decisionismo)
○ trata-se de uma forma difusa do poder constituinte, mas um poder
constituinte sem povo e sem vontade democrática legitimadora
LNKJANKJ
1. Revisão e conservação atualista da Constituição
● jusnaturalismo → filosofia metafísica que sustenta que o direito natural consiste num
conjunto de princípios ou normas absolutamente vigentes, ou porque se inscrevem
na natureza do homem e das coisas, ou porque se inscrevem na consciência moral
informada da reta razão
● poder constituinte e os seus limites:
○ reconhecimento da existência de valores suprapositivos que constituem uma
refração imperfeita da essência divina
○ tais valores limitariam o poder constituinte e prevaleceriam sobre o direito
constitucional positivo, quer se encontrem ou não incorporados na
Constituição
○ valores refletem do primado de uma ordem moral superior de raiz
personalista, que deslegitima as normas constitucionais positivas que lhes
forem contrárias
○ cabe aos tribunais a tarefa de garantir o primado da referida ordem moral
● caracterização de constituição:
○ constituição como ordem de valores jusfundamentais, alicerçada na
dignidade da pessoa humana
○ destina-se a operar como estatuto jurídico dos cidadãos e dos seus direitos,
no quadro de uma sociedade livre, justa e solidarista
○ deve também operar como limite e pauta organizadora das instituições
estaduais
● funções e fins da constituição:
○ regulação de um Estado de direitos humanos fundamentais
○ tem como fim essencial a prossecução de uma função de integração da
diversidade pessoal, funcional e material numa ordem estadual estruturada e
pluralista
● estrutura das normas constitucionais:
○ normas constitucionais exibem morfologia aberta, de forma a incorporar
princípio de direito internacional e europeu, valores cosmopolitas traçados
em torno dos direitos fundamentais e as manifestações diversas de uma
sociedade pluralista
○ a abertura normativa permite que os valores incorporados na constituição se
possam ajustar a novas realidades políticas, sociais e culturais, mediante
uma atividade interpretativa e integrativa a realizar pelos tribunais
○ abertura das próprias normas em matéria de direitos fundamentais permite
que a Constituição cresça e evolua
● garantia da constituição e hermenêutica:
○ garantia assente na justiça constitucional, tribunais seriam os intérpretes das
normas
○ tribunais deverão prestar atenção aos valores superiores ao interpretarem as
norma constitucionais
● o jusnaturalismo tem várias vertentes, nomeadamente uma mais institucionalista e
outra mais teísta
4. Constitucionalismo cosmopolita
POSIÇÃO DA REGÊNCIA
jandkjsjan
1. Aceção positiva de Constituição
● deve haver uma noção neutra de constituição, que possa englobar a constituição de
qualquer regime, daí a dicotomia entre constituição em sentido dogmático e em
sentido ideal
● Constituição material em sentido dogmático → lei suprema de um Estado que
estrutura a ordem jurídica, aprova o estatuto do poder político e dispõe sobre as
relações entre a sociedade e esse poder; comum a todos os Estados
● Constituição em sentido ideal → inerente ao paradigma do Estado de Direito
Democrático; norma criada por decisão fundamental imputada ao povo, que define
as tarefas do Estado, estrutura o sistema jurídico e opera como estatuto de
organização do poder político e da sua limitação, o qual é assegurada pela
separação de poderes, pela garantia dos direitos fundamentais das pessoas e pela
representação democrática dos cidadãos no exercício do poder
2.3 Poder constituinte e Constituição
● maior parte das constituições nasce de revoluções, ou seja, da força dos factos
● Constituição não é garantida por nenhum ordenamento superior, e observam-se
vários limites políticos, religiosos e culturais
○ no entanto, tais limites são metajurídicos e não são padrões jurídicos dessa
nova ordem, não podendo uma Constituição ser inválida por os desrespeitar
● poder constituinte soberano não sofre constrições jurídicas
○ poderá sofrer sanções políticas a nível internacional, mas tal não implica a
invalidade da constituição no plano interno e externo
● ⇒ não podem haver normas constitucionais que sejam consideradas inválidas por
valores ou normas extra-constitucionais, salvo no caso de uma autolimitação
○ poder constituinte não se submete a nenhuma ordem jurídica precedente
3. Funções da Constituição
● constituição é composta por normas jurídicas, ou seja por critérios de decisão que se
encontram aptos a produzir efeitos jurídicos garantidos no plano jurisdicional e
político, e que são vinculativos para os poder públicos
● normas constam de preceitos
○ preceitos → enunciados textuais estruturados em orações, dos quais defluem
comandos jurídicos gerais; preceitos e normas são interdependentes, já que
não pode haver norma sem disposição textual
● preceito pode conter uma pluralidade de normas cumuladas; pode conter sentidos
diferentes, cabendo ao Tribunal Constitucional interpretar num dos sentidos; pode
conjugar-se com outros preceitos, para dessa conjugação extrair uma norma
FUNÇÃO DO ESTADO-ORDENAMENTO
AKSKS
1. Elementos do Estado
● Aristóteles:
○ formas puras de governação (monarquia, aristocracia, democracia)
continham as funções do Estado
○ dependendo do detentor do poder, as funções concentravam-se num só ou
numa pluralidade de pessoas
○ regime misto evitaria a concentração de poderes
● Maquiavel:
○ acolhe também as formas mistas de poder, defendendo que na realidade as
formas se reduzem à Monarquia, e à República aristocrática ou democrática
○ limitação da autoridade através da combinação de poderes
● Locke:
○ referência do liberalismo aristocrático e individualista, justificando assim a
monarquia constitucional inglesa ⇒ governo misto
○ quadripartição de funções: legislativa, e xecutiva, federativa e prerrogativa
○ funções não estão rigidamente separadas, devem comunicar entre si
● Montesquieu:
○ defende governo misto, nomeadamente monarquia dominada pela
aristocracia
○ tripartição das funções: legislativa, executiva, jurisdicional
○ defende a existência de freios e contrapesos
● Benjamin Constant:
○ defende existência dos poderes executivo, legislativo e jurisdicional, mas
adiciona o poder moderador do rei acima dos restantes
○ semipresidencialismo irá herdar esta conceção do poder moderador
● Marcelo Caetano:
○ elabora construção integral das funções do Estado, distinguindo entre
funções jurídicas e não jurídicas
○ não jurídicas → atividades política e técnica
○ jurídicas → legislativa e executiva
4. Posição da Regência
6. A função administrativa
7. Função jurisdicional
● ato jurídico-público → decisão imputada aos órgãos de uma entidade coletiva que se
mostra apta à produção de consequências jurídicas na prossecução dos fins
públicos a que a mesma se encontra adstrita
● sendo uma decisão, o ato é produto da exteriorização de vontade imputável a um
ente público
● o grau de liberdade de disposição do ato é maior ou menor, consoante a natureza da
função:
○ é maior numa função dominante como a função política, em sentido estrito e
na atividade legislativa
■ atividade legislativa é que permite a existência de uma liberdade
conformadora do conteúdo dessa vontade, que apesar de tudo pode
ser limitada pela constituição
○ é menor em funções subordinadas à legalidade, tal como a atividade
administrativa e jurisdicional
● atos jurídico-públicos são normalmente imputados aos órgãos públicos → são atos
do Estado no exercício de um poder político, sujeito a normas de direito público
○ no entanto, existem situações em que o ato é praticado por um ente de
natureza jurídica privada, que desempenha funções públicas ao abrigo de um
poder público de autoridade que lhe foi concedido por uma pessoa coletiva
pública
● o que confere ao ato produzido a natureza jurídico-pública é a função pública
○ os efeitos jurídicos desses atos são caracterizados pela manifestação
unilateral de um poder de império sobre os seus destinatários
○ esse poder de império é assegurado pela coercibilidade que assiste ao direito
● princípios da constitucionalidade → a validade das leis e dos demais atos do Estado
e de quaisquer entidades públicas depende da sua conformidade com a constituição
(art 3º/3)
● formulada por JORGE MIRANDA, que para efeitos classificatórios atende à vontade
e ao objeto
● quanto ao critério da vontade:
○ atos livres ou devidos
■ livres → autor goza do poder de os praticar ou não
■ devidos → autor é obrigado a praticá-los
○ atos simples, complexos unipessoais ou complexos pluripessoais
■ simples → praticados por um só órgão
■ complexos unipessoais → implicam concerto de vontades diversas de
órgãos e titulares pertencentes à mesma pessoa coletiva
■ complexos pluripessoais → resultam de um concerto de vontade de
órgãos pertencentes a pessoas coletivas diferentes
○ decisões ou deliberações
■ decisões → atos de vontade de um órgão singular
■ deliberações → atos jurídicos de vontade imputados a órgãos
colegiais
● em razão do objeto:
○ atos de eficácia interna ou externa
■ de eficácia interna → esgotam a sua produtividade na esfera jurídica
do órgão que emite o ato, ex.: atos administrativos de gestão interna
da AR
■ de eficácia externa → efeitos são projetados em destinatários
diversos do órgão que emite o ato
○ atos declarativos ou constitutivos
■ declarativos → atestam uma situação jurídica já constituída
previamente
■ constitutivos → criam, modificam ou extinguem situações jurídicas
pela sua prática
○ atos-condição ou atos-objeto
■ atos-condição → vinculam o conteúdo de outros, sendo pressuposto
necessário da sua produção ou validade
■ atos-objeto → atos vinculados no seu conteúdo pelos atos-condição
○ atos normativos ou não normativos
■ normativos → implicam aprovação de leis e de outros atos
jurídico-públicos de conteúdo geral e abstrato
■ não normativos → decisões públicas não legislativas com conteúdo
individual e concreto, como os atos políticos e atos administrativos
OS ATOS NORMATIVOS
● iniciativa:
○ iniciativa primária compete ao Governo e à Assembleia, mediante resolução
parlamentar ou resolução de Conselho de Ministros
○ está também prevista uma iniciativa condicionada apresentada em sede
parlamentar, reconhecida a grupos de cidadãos eleitores (mínimo 75.000)
○ esta iniciativa popular é atípica, visto que se exerce junto do Parlamento e
não junto do Presidente
● controlo preventivo obrigatório da constitucionalidade e legalidade:
○ segundo o art 115º/8, o Presidente submete obrigatoriamente as propostas
referendárias a um controlo preventivo de constitucionalidade e legalidade
junto do TC
■ Presidente deve fazê-lo nos 8 dias subsequentes à publicação da
proposta
○ TC dispõe de 25 dias para decidir
● convocação:
○ Presidente tem plena liberdade para convocar, ou não, mediante decreto, um
referendo que lhe seja proposto
■ tal decreto não se encontra sujeito a referenda ministerial
■ convocação não pode ser superada por confirmação parlamentar
○ propostas recusadas não podem ser renovadas na mesma sessão legislativa,
salvo demissão do Governo ou dissolução da Assembleia
○ caso o TC se pronuncie pela não inconstitucionalidade da proposta, o
Presidente dispõe de 25 dias para convocar o referendo
○ há limites temporais para a convocação do referendo
● efeitos:
○ só será vinculativo se número de votantes for superior a metade dos eleitores
inscritos no recenseamento
■ se tal não se verificar, o referendo apenas será equivalente a uma
consulta não vinculativa
○ resposta negativa ao referendo vinculativo → é um comando normativo no
sentido negativo, Presidente não pode promulgar diplomas com aquele
conteúdo; se o fizer, a lei será ilegal
○ resposta positiva ao referendo → AR ou Governo têm 60 ou 90 dias para
aprovar diploma, não podendo o Presidente vetar por razões de discordância
com o conteúdo (apenas se achar que o mesmo contraria o referendo)
● Constituição não define explicitamente a noção de lei, mas avança com critérios
positivos e negativos para a sua caracterização
○ doutrina convergiu para um sentido eclético de ato legislativo, tendo os
juspublicistas privilegiado a sua vertente formal e os jusprivatistas a sua
dimensão material
● será que os atos individuais e concretos, ou gerais e concretos, que são aprovados
com forma de lei, assumem efetiva natureza legislativa?
○ é importante verificar se constituição autoriza a lei a assumir qualquer
conteúdo, ou se lhe impõe necessariamente um conteúdo geral e abstrato
○ pode o legislador parlamentar e governamental, em qualquer circunstância,
emprestar às leis por si editadas o conteúdo que considera mais conveniente,
mesmo se este consistir num ato individual e concreto de aplicação de outras
leis?
■ ⇒ o mesmo seria enquadrável numa atividade administrativa, o que
implicaria uma apropriação pelo legislador de funções que estariam
normalmente confiadas à Administração
● reserva horizontal de lei:
○ a Assembleia detém a competência genérica para fazer leis sobre todas as
matérias (161º, c)), salvo as reservadas ao Governo, que por sua vez pode
legislar em todos os domínios não reservados ao Parlamento (198º/1)
■ ⇒ existe então uma reserva total de lei em sentido horizontal,
podendo a lei dispor sobre todas as matérias sem exceção
● reserva vertical de lei.
○ situação é mais complexa no plano vertical
○ será que a densidade reguladora, ou seja, o grau de detalhe da lei, pode ser
de tal modo intenso que implique a expropriação por via legal do domínio
confiado constitucionalmente à autonomia privada, à atividade
administrativa e jurisdicional?
2. Lei e regulamento
● TC e STA reconhecem que não existe uma reserva geral de regulamento
governativo
○ fora de domínios específicos onde haja uma reserva necessária de
regulamento (autarquias, regiões, etc), a lei pode dispensar da sua
concretização por normas administrativas
● lei parlamentar pode, em função da sua hierarquia superior, revogar normas
regulamentares e ocupar domínios antes regidos por regulamentos
○ no entanto, essa mesma lei deve observar um conjunto de limites ao seu
poder revogatório, devido ao respeito que deve ter pelo núcleo da função
administrativa reservado ao Governo
● precisões necessárias:
○ lei tem de respeitar núcleo das funções própria do Governo
○ ato legislativo não pode revogar um regulamento sem ter previamente
revogado a norma legal que o habilitou
○ Governo não pode ser vinculado a exercer o seu poder regulamentar por
instruções da Assembleia
○ ⇒ reserva vertical de lei aplica-se não só à prática de atos administrativos
por lei parlamentar, mas também ao domínio regulamentar
● caducidade:
○ regulamento caduca:
■ com a verificação do termo ou condição resolutiva, se se encontrar
sujeito aos mesmos
■ com a revogação das leis que regulamentam, salvo se forem
compatíveis com a lei nova enquanto esta não for regulamentada
● revogação inter-regulamentar:
○ regulamento só pode ser revogado se essa revogação for acompanhada por
nova regulamentação, para evitar vazios jurídicos
○ se não houver nova regulamentação, a vigência do regulamento será
mantida até à entrada em vigor do novo regulamento
○ ⇒ no entanto, se a lei habilitante for revogada, entende-se que o legislador
quis deixar de disciplinar normativamente dado domínio material (revogando
então o regulamento)
● lei → todo o critério político de decisão produzido e revelado sob a forma de lei pelos
órgãos titulares da função legislativa e que exprime uma relação de supremacia
sobre as demais normas internas e infraconstitucionais, desprovidas de natureza
política
● quanto ao conteúdo:
○ constituição não coloca barreiras ao conteúdo
○ legislador pode legislar sobre aquilo que julgar oportuno, salvo se a
constituição impuser generalidade e abstração a leis que incidam sobre
certos domínios, ou se a constituição consagrar domínios de reserva total
para a administração pública, que vedem a intromissão vertical dos atos
legislativos da atividade regulamentar
5. A tipicidade da lei
● para além do seu conteúdo político, a lei é caracterizada pela sua forma e força
● a forma e a força de lei são valoradas no artigo 112º/1 e 5 pelo princípio da
tipicidade da lei
● deste preceito decorre que:
○ a fonte da lei reside na constituição
○ lei (lato sensu) decompõe-se em três formas específicas: lei (stricto sensu) ,
decreto-lei e decreto legislativo regional
○ lei não pode ser objeto de interpretação, integração, modificação, suspensão
ou revogação com eficácia externa por atos não legislativos, nem que ela
própria autorize
■ daqui resulta uma força geral de lei, ou seja, uma potência de valor
emergente de um nexo de conexão entre a posição hierárquica da lei
no ordenamento e a sua aptidão para revogar e resistir à revogação
intentada por outros atos não legislativos
○ nenhuma lei (englobando também decreto-lei e decreto legislativo regional)
pode criar outras formas e categorias de atos legislativos; apenas a
constituição o pode fazer
● cria uma maior rigidez de certas leis ordinárias, como consequência da associação
entre uma reserva de competência exclusiva de ato legislativo e um trâmite de
produção especializado que a constituição determina para o ato
● todas as leis de valor reforçado são um produto exclusivo do poder parlamentar,
integrando-se toda na reserva da competência da Assembleia e das assembleias
legislativas regionais
○ a essencialidade política da matéria coberta pela reserva justifica que a
constituição lhe tente incutir o mais elevado grau de exclusividade
○ tramitação agravada visa produzir decisão que é política e normativamente
mais intensa do que a comum, sendo necessários consenso mais alargados
● leis orgânica → disciplinam matérias às quais se reconhece uma importância
para-constitucional e que são aprovadas por maioria absoluta dos deputados
efetivos; são a categoria legal típica de lei regida pelo princípio do procedimento
agravado
● leis com procedimento agravado podem, de acordo com o princípio da hierarquia
formal e da competência, revogar ou alterar leis de caráter comum, mas não podem
conferir ou transmitir rigidez às normas legais simples
● infração de leis de valor reforçado envolve inconstitucionalidade indireta
OPERATIVIDADE LEGISLATIVA
AJJAJA
1. Noção de operatividade legislativa
● apenas uma parte das leis orgânicas é sujeita a uma votação obrigatória na
especialidade em Plenário
● votação na especialidade das normas que compõem as leis orgânicas encontra-se
sujeita a uma pluralidade de maioria qualificadas: maioria simples como regra;
maioria absoluta num caso (255º); e maioria de ⅔ no respeitante a três matérias
● sub-categoria específica das leis orgânicas em matéria eleitoral depende de uma
reserva de iniciativa das assembleias legislativas regionais
● é a única categoria de lei reforçada cujo valor foi expressamente reconhecido pela
constituição
● leis orgânicas abarcam os seguintes domínios (art 166º/2, 164º e 255º)
○ matérias político-institucionais de âmbito nacional
○ disciplina de direitos fundamentais de natureza política
○ matérias relativas à autonomia territorial, que se decompõem em:
■ domínios de natureza eleitoral
■ domínios de natureza financeira
■ domínios de natureza organizativa
● integram a reserva absoluta de competência da Assembleia
○ assim sendo, decretos-leis e decretos legislativos regionais não podem tratar
de matérias correspondentes, sob pena de inconstitucionalidade orgânica
● reserva de procedimento agravado leva à inconstitucionalidade formal de qualquer
lei parlamentar aprovada que trate das matérias do domínio material reservado às
leis orgânicas
● requisitos formais:
○ título formal e numeração própria
○ aprovação → aprovação é feita por maioria absoluta dos deputados em
efetividade de funções
■ algumas leis orgânicas exigem ainda a aprovação da lei na
especialidade, sendo esta geralmente feita por maioria simples
(116º/3)
■ no entanto, algumas leis orgânicas exigem aprovação na
especialidade por maioria absoluta
○ controlo de mérito → veto qualificado
■ caso o PR vetar politicamente o diploma, a superação do mesmo
apenas ocorre mediante confirmação do diploma por maioria de ⅔,
desde que superior à maioria absoluta dos deputados em efetividade
de funções
○ fiscalização preventiva → há um alargamento do espectro de órgãos
legitimados a iniciar semelhante processo de controlo ao PM e a ⅕ dos
deputados da Assembleia
■ há um regime de promulgação vedada que impede ao Chefe de
Estado de promulgar o decreto num prazo de 8 dias após o envio do
decreto ao PM, e, se se tiver desencadeado um processo de
fiscalização preventiva, enquanto o TC não se pronunciar sobre a
questão
○ há uma reserva de plenário para efeitos de votação na especialidade de leis
orgânicas
● leis de valor reforçado são também aquelas que carecem de aprovação por maioria
de ⅔, por força do artigo 112º/3
● no caso das leis, 168º/6 não esclarece se apenas é necessária a maioria de ⅔ na
votação final global, ou se engloba também a votação na generalidade e na
especialidade
○ BLANCO MORAIS: face à ambiguidade do texto, defende que a maioria de ⅔
se aplica na votação na generalidade, na especialidade e na votação final
global
○ JORGE MIRANDA: apenas é necessária maioria de ⅔ na votação final global
● no caso das disposições de lei que carecem de ⅔, a constituição não especifica, de
novo, de qual das votações se trata
○ no entanto, assume-se que a maioria é apenas exigida na especialidade,
requerendo as restantes apenas maioria simples
○ assume-se que é na especialidade, visto que é nesta fase que o diploma é
votado norma a norma
● relativamente ao veto, podemos verificar que constituição é omissa relativamente a
estas leis estarem, ou não, sujeitas a um veto qualificado, não as inscrevendo no
136º/3
○ será que se deve aplicar a regra geral do 136º/2? → se o fizéssemos,
tratar-se-ia de um veto simples, pelo que a maioria necessária para o reverter
seria menos onerosa do que a maioria requerida para aprovar a lei
○ confirmação deve estar sujeita ao mesmo regime oneroso que a votação
● no caso de haver uma reserva absoluta, são bases que apenas podem ser
aprovadas pela Assembleia; no caso de reserva relativa, também o Governo e, em
certas matérias, as assembleias legislativas regionais, mediante autorização
legislativa
● predicados a propósito destas bases:
○ órgãos que dispõem de competência para desenvolver estas bases apenas o
podem fazer através do ato legislativo
■ desenvolvimento de bases gerais dos regimes jurídicos mediante
regulamento administrativo é inconstitucional
○ desenvolvimento de bases tem de ter em conta as diretrizes fixadas pelas
leis de bases e a existência de legislação nesse mesmo domínio
○ lei de bases respeitante à reserva da Assembleia deve ser respeitada pelos
atos legislativos emitidos pelo Governo e pelas assembleias legislativas
regionais, visto que lei de bases é o seu ato pressuposto, o que implica que:
■ o Governo e as assembleias legislativas não podem inovar acerca
dos domínios tratados na lei de bases de reserva parlamentar, sob
pena de inconstitucionalidade orgânica
■ a legislação de desenvolvimento não pode contrariar as bases, sob
pena de ilegalidade do ato legislativo
■ o Governo e as assembleias legislativas têm de invocar as bases
respeitantes ao desenvolvimento que realizam, sob pena de
inconstitucionalidade formal
■ em caso de omissão total de bases, o Governo e as assembleias
legislativas não podem emitir legislação sobre essa matéria, sob pena
de inconstitucionalidade orgânica (há falta de pressuposto legal)
● pode a Assembleia da República legislar em detalhe sobre certa matéria, sem
invocar as bases gerais de reserva parlamentar, ou pode aprovar disciplina
pormenorizada, sem a pré-existência de bases?
○ BLANCO MORAIS: defendendo a reserva governamental do
desenvolvimento de bases de reserva parlamentar, tal seria organicamente
inconstitucional
○ entendendo que a Assembleia pode desenvolver as suas próprias bases,
então:
■ leis parlamentares não são obrigadas pela CRP a invocar as leis de
bases parlamentares
■ leis parlamentares não são obrigadas a respeitar as bases gerais a
cujo desenvolvimento procedem
■ deve-se ao princípio da competência → se Assembleia tem
competência para aprovar bases e a legislação que as desenvolve,
então pode prescindir de invocar as leis já aprovadas por ela mesma
■ ⇒ Assembleia pode renunciar à sua competência para emitir
determinada lei de bases, emitindo apenas legislação detalhada que
esgote toda a matéria em causa
● noção de princípios e bases gerais dos regimes reclama a edição de leis de caráter
complementar que as desenvolvam → uma simples norma geral não pode ser tida
como base
● bases constituem normas e princípios não exequíveis por si próprios que não podem
ser concretizados por via regulamentar ou por ato administrativo
○ bases não têm eficácia intersubjetiva
2. As leis de enquadramento
3. Regimes gerais
● nos termos dos artigos 165º e 227º/2, b), a Assembleia pode, relativamente a todas
as matérias da sua reserva relativa de competências, conferir autorizações
legislativas ao Governo, e pode também, em apenas algumas dessas matérias,
conferir autorizações legislativas às assembleias legislativas regionais
● autorizações assumem natureza de delegação de poderes, visto que supõem:
○ norma habilitante que permite a um órgão normalmente competente
(Assembleia) autorizar um órgão eventualmente competente (Governo e
assembleias legislativas) a exercer poderes públicos sobre matérias da
competência do primeiro
○ possibilidade de o órgão normalmente competente condicionar o exercício de
poderes que delega
○ suscetibilidade de o órgão normalmente competente avocar para si os
poderes que delegou
● com a delegação de poderes, verifica-se que:
○ Assembleia dispõe de liberdade plena para delegar faculdades legislativas
sobre uma matéria que lhe está reservada
○ Assembleia atua como órgão normalmente competente e os órgãos
beneficiários como órgãos eventualmente competentes
○ atos legislativos autorizados não podem ser emitidos antes da entrada em
vigor da lei delegante, que é seu pressuposto necessário, e devem
subordinar-se aos limites nela fixados
○ lei de autorização encontra-se investida de uma hierarquia material em
relação aos diplomas autorizados, que será inconstitucionais e ilegais no
caso de a violarem
○ utilizando a autorização, os órgãos eventualmente competentes entram num
eixo de concorrência derivada com a Assembleia → podem revogar normas
legais parlamentares anteriormente existentes no objeto e âmbito da
autorização
● 165º/2 → lei de autorização legislativa tem de ser clara quanto ao objeto, o sentido,
a extensão e a duração da mesma
● conteúdo da lei de autorização é necessariamente incompleto, por não regular a
matéria diretamente
● tensão entre lei de autorização e decreto-lei ou decreto legislativo regional
autorizado é regulada por:
○ o princípio da competência → lei de autorização delimita matérias
○ hierarquia material → fixa diretrizes
● violação das diretrizes:
○ se decreto-lei autorizado não observar sentido da autorização ⇒ viola
princípio da hierarquia material (112º/2), sendo então ilegal (281º/1,b))
■ no entanto, TC tem declarado a inconstitucionalidade orgânica dos
mesmos
○ se ato legislativo ultrapassar objeto e extensão ⇒ lesa princípio da
competência ⇒ inconstitucionalidade orgânica
○ se violar limites temporais ⇒ inconstitucionalidade orgânica
1.1 Objeto
● reserva de estatuto:
○ TC reconhece existência de reserva de estatuto ⇒ reserva circunscreve-se
ao desenvolvimento, explicitação e concretização das normas no título
“regiões autónomas” da constituição
○ constituição determina que são conteúdo necessário de estatuto:
■ natureza das entidades e princípios estruturantes que fundamentam o
regime autonómico da região
■ delimitação do âmbito geográfico das regiões
■ direitos e obrigações das regiões, bem como a definição dos seus
poderes constantes no art 227º
■ órgãos de governo próprio, as suas competências e regras
fundamentais, bem como modo de designação e estatuto dos titulares
desses órgãos (226º, 227º, 231º e 231º/7)
■ aspetos procedimentais relacionados com a aprovação de atos
jurídico-públicos autonómicos
■ regras estruturantes de organização e funcionamento interno da
administração regional
○ falta de um destes pontos leva a um défice estatutário
○ penetração da lei estadual ou regional em matéria da reserva necessária de
estatuto implica inconstitucionalidade formal e inconstitucionalidade orgânica
● cavaleiros estatutários:
○ presença de disciplinas normativas nos estatutos que não integram matéria
estatutária
○ tais normas não gozam de valor reforçado, e levam à insegurança jurídica ao
incluir nos estatutos matérias que não lhes pertencem
○ BLANCO MORAIS: defende que cavaleiros deveriam ser tomados como
inconstitucionais, por seguirem um procedimento mais agravado do que
aquele que a constituição lhes destina
■ no entanto, o TC não tem estas normas como inconstitucionais, mas
sim apenas como normas estranhas à reserva de estatuto
● hierarquia
○ formal e material, deriva da parametricidade do estatuto (art 281º/1, c) e d)),
que lhes permite vincular materialmente, no estrito objeto estatutário,
qualquer outra lei ordinária do ordenamento português
○ estatuto não pode ser considerado ilegal em razão de uma colisão com outra
norma
● rigidez
○ destina-se a garantir o valor hierárquico
○ rigidez é consequência de dois tipos de agravamento procedimental: um de
ordem geral, abarcando todas as normas do estatuto, e o outro de natureza
parcial, abarcando apenas normas relativas a algumas matérias específicas
○ agravamento produtivo geral → concretiza-se numa reserva de iniciativa das
assembleias legislativas, sem condicionamentos temporais
■ concretiza-se com outro trâmite de natureza secundária e
confirmativa: parecer obrigatório não vinculativo, produzido pelas
assembleias legislativas regionais na eventualidade de rejeição de
projeto pela Assembleia
■ podem os estatutos fixar maiorias necessárias para a apresentação
de propostas?
● ⇒ se for necessária uma maioria mais elevada para a
apresentação de propostas do que para a aprovação delas na
Assembleia, a região estaria a violar a reserva constitucional
de determinação de força de lei, ao fazê-lo por lei ordinária
● no entanto, TC não declarou a inconstitucionalidade desta
norma
○ agravamento produtivo especial → 168º/6; normas que definam os domínios
materiais de âmbito regional deve ser votadas na especialidade por ⅔
● lei duplamente reforçada
○ no plano procedimental → reserva de iniciativa e maioria de ⅔ quanto a
disposições sobre matérias de competência legislativa regional
○ no plano da parametricidade material → 112º/3 e 281º/1, b) e c); lei deve ser
respeitada perante outras
● difícil delimitar materialmente o núcleo do objeto destas leis, que abrangem várias
áreas
● parametricidade:
○ a sua parametricidade face às outras leis é reduzida, devido à fraca
densidade das suas diretrizes, à ausência de poder de aderência em relação
a outras leis que não a do OE e a sua sobreponibilidade isomórfica e
isométrica com uma pluralidade de lis
○ quanto à relação com o Orçamento de Estado, existe:
■ precedência indicativa das leis das GOP em relação à lei do OE →
OE deve harmonizar-se com a lei as GOP, devendo haver uma
prioridade cronológica da segunda em relação à primeira; no entanto,
a sua publicação pode ser feita simultaneamente
■ compatibilização da elaboração da lei do OE à das leis da GOP →
elaboração da lei do OE deve ser feita de harmonia com a lei das
GOP anual
○ ⇒ leis das GOP anuais dispõem um poder vinculante de intensidade mínima
● rigidez:
○ trâmites agravados de produção → reserva de iniciativa governamental,
consulta do Conselho Económico e Social
● reserva absoluta:
○ supõe a faculdade exclusiva da Assembleia legislar sobre um conjunto de
matérias, com a exclusão dos demais órgãos legislativos
○ abrange as matérias de maior essencialidade política ou aquelas que
reclamam a intervenção necessária e insubstituível da representação do
povo radicada no Parlamento
○ compreende domínios previstos no artigo 164º, para além dos artigos 161º,
b), f), g) e h)
● reserva relativa:
○ integra matérias relativamente às quais o Parlamento pode legislar a todo o
tempo, independentemente de, a pedido do governo ou das assembleias
legislativas, conceder a estes órgãos uma autorização legislativa (165º/2 e
segs)
○ Parlamento, enquanto órgão normalmente competente, pode avocar a todo o
tempo os poderes que delegou, mediante revogação da autorização
○ Governo pode ser beneficiário de uma autorização relativamente a todas as
matérias previstas no 165º/1
■ as assembleias legislativas apenas podem legislar, nos termos do
227º/1, b), sobre algumas dessas matérias, no âmbito regional
● sobre as diferentes matérias que lhe são reservadas, a Assembleia edita leis de
densidade reguladora distinta
○ densidade reguladora → nível de concretização ou pormenorização
normativa que comporta o conteúdo de uma dada lei, aferido em termos do
grau de generalidade e abstração das suas regras
● leis que fixam disciplina primária com normas de expressiva generalidade e
abstração têm baixo grau de densidade reguladora
● leis que editam regimes pormenorizados e disciplinas especiais de objetivo detalhe
ostentam um elevado grau de densidade reguladora
● em certas matérias, ou seja, as esferas da reserva parlamentar integral:
○ há uma reserva de densificação total → lei parlamentar tem de consumir a
integridade do respetivo âmbito, não podendo reparti-lo com decretos-leis e
decretos legislativos regionais
● quanto às normas legais paramétricas:
○ Parlamento pode restringir-se a uma disciplina de reduzida densidade, na
medida em que as normas-parâmetro devem apenas ocupar o domínio
reservado de caráter primário relativo a uma dada matéria
○ o domínio sub-primário deve então ser deferido à regulação de leis
complementares subordinadas, com maior densidade e emitidas pelo próprio
Parlamento ou por outros órgãos legislativos
○ no entanto: o domínio sub-primário das normas legais não equivale à
natureza secundária das normas administrativas
■ leis do domínio sub-primário podem assumir nível relevante de
novidade ⇒ são sub-primárias do ponto de vista do seu conteúdo,
visto que este deve respeitar os princípios, diretrizes e regras gerais
constantes nas leis paramétricas
● podemos então distinguir:
○ âmbito total da reserva parlamentar
■ universo integral de uma disciplina normativa de uma matéria tem de
ser consumida por lei da Assembleia com expressiva densidade
reguladora
■ não são admitidas leis de bases ou de enquadramento, leis de
autorização legislativa e regimes gerais nesse âmbito
■ atos legislativos de outros órgãos que regulem parcelas dessa
matéria, não tendo conteúdo administrativo, serão organicamente
inconstitucionais
○ âmbito geral da reserva parlamentar
■ implica que a lei da Assembleia se reduza à disciplina (não
necessariamente densa) de um regime geral
■ o próprio Parlamento ou outros órgãos podem editar legislação
especial de conteúdo mais denso, a qual não poderá derrogar ou ser
desconforme ao regime geral
○ domínio reservado de bases ou de enquadramento
■ corresponde à disciplina menos densa da legislação parlamentar
■ pressupõe a edição de normação primária e vinculante do conteúdo
de outras leis
■ deve coexistir, como disciplina subordinante, com legislação
complementar muito mais densa → pode ser editada pelo próprio
órgão, ou por órgãos com competência legislativa de desenvolvimento
○ domínio eventual de primariedade delegante
■ se a Assembleia pretender conferir uma autorização legislativa ao
Governo ou às assembleias legislativas, adota uma disciplina primária
não necessariamente densa e projetada exclusivamente no conteúdo
de outras leis
■ destina-se a fixar limites sobre o ato legislativo autorizado
2. A iniciativa legislativa
● caracteriza-se por ser o momento de iniciação do procedimento legislativo
parlamentar
● consiste na fase em que os titulares da Assembleia e os de outros órgãos investidos
constitucionalmente nesse poder de iniciação legislativa colocam em marcha o
procedimento legiferante, mediante apresentação de projeto ou proposta de lei
● a apresentação de um ato de iniciativa legislativa não supõe nenhuma garantia da
sua discussão ou votação
○ PAR pode rejeitar projetos ou propostas de lei que tenham
inconstitucionalidades ou vícios formais evidentes
● norma-travão
○ proibição determinada pelo 167º/2 aos deputados, assembleias legislativas
regionais e grupos de cidadãos eleitores
■ não podem apresentar projetos ou propostas de lei que envolvam, no
ano económico em curso, um aumento da despesa ou uma
diminuição das receitas do Estado previstas no Orçamento
● assembleias legislativas regionais
○ 167º/1 → só podem apresentar propostas de lei que incidam sobre matérias
da competência da Assembleia que digam respeito às mesmas regiões
■ tem, então, de haver um especial nexo de conexão com as regiões,
seja por lhes respeitarem especificamente, seja por implicarem a
tutela de domínios que devam assumir uma especial configuração na
região
● iniciativas originárias vedadas aos deputados e grupos parlamentares
● limites impostas por lei à iniciativa dos cidadãos
○ lei 17/2003 → 20.000 cidadãos eleitores, deve respeitar limites materiais e
formais impostos
● projetos e propostas de lei rejeitados não podem ser renovados na mesma sessão
legislativa salvo renovação da Assembleia (167º/4)
● se atos de iniciativa legislativa não tiverem sido votados na sessão legislativa em
que tiverem sido apresentados, os mesmos não caducam (167º/5), não carecendo
de renovação na sessão legislativa seguinte, salvo termo da legislatura
● caducidade do ato de iniciativa ocorre com a demissão ou dissolução do órgão
proponente, salvo as iniciativas legislativas que já tenham sido votadas na
especialidade, no caso do termo da legislatura da Assembleia
3. A instrução
● visa recolher dados, pareceres e outros elementos cognitivos que permitam aos
decisores apreciar a oportunidade e o conteúdo da iniciativa legislativa
● pode implicar exame puramente interno em comissão, ou, adicionalmente, a
realização de audições externas
3.1 Exame interno em comissão
4. A fase constitutiva
5.1.2 A promulgação
5.1.3 O veto
5. Caducidade
● forma da alteração
○ todo o tipo de modificações devem revestir a forma de lei
● procedimento
○ procedimento interno referente às alterações encontra-se previsto no art 196º
do RAR
● suspensão de vigência
○ suspensão, no caso de um decreto-lei autorizado, caduca decorridas 10
sessões plenárias sem que a Assembleia se tenha pronunciado a título final
● de acordo com os artigos 198º/1, a), b) e c), e 198º/2, o Governo é o titular dos
seguintes tipos de competências:
○ competências concorrenciais alternadas
○ competências exclusivas
○ competências complementares
○ competências delegadas
1.1 Competências concorrenciais alternadas
1.1 Titularidade
● há que distinguir:
○ iniciativas legislativas internas dos membros do próprio executivo →
formalizam-se em propostas de decreto-lei submetidas a aprovação do
Conselho de Ministros
○ propostas de lei → atos de iniciação legislativa oriundos dos membros do
Governo que são remetidas ao Conselho de Ministros para aprovação como
propostas de lei, seguindo-se a sua submissão à Assembleia para discussão
e aprovação
2. A fase instrutória
3. Fase de aprovação
● métodos de aprovação:
○ Conselho de Ministros é o órgão que aprova decretos-leis do executivo, bem
como as propostas de lei que o Governo apresenta junto da Assembleia
■ é um órgão colegial → aplica-se o disposto no artigo 116º/3
○ deliberações podem ser tomadas por votação ou consenso
○ é possível que o Primeiro-Ministro imponha, até certos limites, a sua vontade
quanto à aprovação de diplomas normativos em Conselho
■ daí haver uma colegialidade imperfeita do Conselho de Ministros
● modalidades de aprovação:
○ aprovação respeita, em regra, as prioridades constantes da agenda do
Conselho de Ministros
○ muitas vezes, se não houver objeções na reunião de Secretários de Estado,
o diploma é aprovado por consenso neste último órgão
■ muitos diplomas são, portanto, sujeitos a um único ato de aprovação
○ volvida a aprovação, o decreto colhe as assinaturas do Primeiro Ministro e
dos Ministros competentes em razão da matéria
4. Controlo de mérito
● art 136º/4 → decreto aprovado pelo Conselho de Ministros, depois de assinado pelo
Primeiro-Ministro e pelos ministros competentes, é remetido ao Presidente da
República para promulgação
○ Presidente deve promulgar ou exercer o seu veto, no prazo de 40 dias
contados da receção desse decreto ou da publicação da decisão de não
constitucionalidade pelo TC
● veto político → para diplomas do Governo, é insuperável, tendo caráter absoluto
5. Síntese sobre as relações de tensão entre leis do Estado e leis das regiões