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SUMÁRIO

Constituições
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988............................4
Constituição do Estado de Minas Gerais............................................... 99
Direito Penal
Código Penal.................................................................................. 307
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de 1940............................... 307
Resolução n. 213, de 15 de Fevereiro de 2015.................................... 439
Direito Processual Penal
Código de Processo Penal................................................................ 474
Lei n. 7.960, de 21 de Dezembro de 1989.......................................... 540
Direito Administrativo
Lei n. 8.666, de 21 de Junho de 1993............................................... 543
Decreto n. 10.024, de 20 de Setembro de 2019.................................. 627
Direito Penal Militar
Código Penal Militar: Decreto-Lei n. 1.001, de 21 de Outubro de 1969... 658
Direito Processual Penal Militar
Código de Processo Penal Militar: Decreto-Lei n. 1.002, de 21 de Outubro
de 1969........................................................................................ 824
Resolução n. 168 de 2016............................................................... 991
Legislação Extravagante
Lei n. 8.069, de 13 de Julho de 1990.............................................. 1001
Lei n. 8.072, de 25 de Julho de 1990.............................................. 1125
Lei n. 8.429, de 2 de Junho de 1992............................................... 1130
Lei n. 9.099, de 26 de Setembro de 1995........................................ 1145
Lei n. 9.455, de 7 de Abril de 1997................................................. 1169
Lei n. 7.716, de 5 de Janeiro de 1989............................................. 1171
Lei n. 10.741, de 1º de Outubro de 2003......................................... 1175
Lei n. 10.826, de 22 de Dezembro de 2003...................................... 1192
Lei n. 11.340, de 7 de Agosto de 2006............................................ 1212
Lei n. 11.343, de 23 de Agosto de 2006.......................................... 1228
Lei n. 12.527, de 18 de Novembro de 2011...................................... 1274
Declaração Universal dos Direitos Humanos..................................... 1298
Lei n. 12.850, de 2 de Agosto de 2013............................................ 1307
Legislação Institucional
Lei n. 5.301, de 16 de Outubro de 1969 ......................................... 1319
Lei 14.310, 20 de Junho de 2002.................................................... 1413
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Vide Emenda Constitucional Emendas Emendas Constitucionais


n. 91, de 2016 Constitucionais de Revisão

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias


Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º

ÍNDICE TEMÁTICO

Texto compilado

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional


Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-
cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
crático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;

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IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei n. 13.874,


de 2019)
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações inter-
nacionais pelos seguintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

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TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
tiva, fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;

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X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráfi-
cas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga-
ção criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei n. 9.296, de 1996)
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-
ráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter
suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;

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XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-
sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-
derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo
que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-
ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
vas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-
priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;

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XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada


pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regula-
mento) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-
dades fundamentais;

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XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,


sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os man-
dantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento)
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação;

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LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-
necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;

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LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-
positário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o respon-
sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;

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LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o

que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

(Vide Lei n. 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na

forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a

razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua

tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm

aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-

tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-

das constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG n. 186, de 2008 , DEC 6.949,

de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a

cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional

n. 45, de 2004)

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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,


a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-
tória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
ção dolosa;

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XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-


ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei;
XII – salário-família para os seus dependentes;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-
xa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decre-
to-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
quenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a
mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;

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XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento


até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX – ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato;
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-

tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios

de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual

ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos meno-


res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na

condição de aprendiz ;

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XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na

condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda

Constitucional n. 20, de 1998)

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-

cio permanente e o trabalhador avulso

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-

ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,

XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-

dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das

obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-

balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e

XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela

Emenda Constitucional n. 72, de 2013)


Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

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VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas


de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-
ções sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-
da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
-lhes o entendimento direto com os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-
geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde


que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 23, de 1999)

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§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional de Revisão n. 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa
do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e


pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da
lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;

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Oficial da Polícia Militar

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.


§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subsequente, o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses
anteriores ao pleito.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-
riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autorida-
de superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação,
para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do can-
didato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão n. 4, de 1994)
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-
são só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-
va, nos termos do art. 5º, VIII;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.


Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de
sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-


cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-
verno estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua es-
trutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de
seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funciona-
mento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcio-
nais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabele-
cer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-
ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-
to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-
vamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,


3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um ter-
ço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 97, de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação con-
siderada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 97, de 2017)

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

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Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,


eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado
e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-
mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de
oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar n. 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-
dato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-
te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
Das Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

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V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do


domínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII – concessão de anistia;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Minis-
tério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-
tério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas;
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b ; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XI – criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da admi-
nistração pública;
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;
XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e
suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por
lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos De-
putados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-


servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em
lei complementar;
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-
tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado
de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e
dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;

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XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-


ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades
nucleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à
Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)

Seção III
Da Câmara Dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

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I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo


contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-
metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma na-
tureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
23, de 02/09/99)
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os
membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Minis-
tério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a
escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

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b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da


República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o
montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da
União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-
titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

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XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-


nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacio-
nal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocor-
rido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa res-
pectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo


improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Direto-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embo-
ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-
tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa con-
cessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusu-
las uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alí-
nea anterior;
II – desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-


dades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta
Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa
levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos sus-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

pensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela


Emenda Constitucional de Revisão n. 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;
II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,
sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-
ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-
chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Seção VI
Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fe-


deral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para
o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos
ou feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-
putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I – inaugurar a sessão legislativa;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns


às duas Casas;
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do
Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente,
pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-
tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-


traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

Seção VII
Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-


tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a
competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-
bros da Casa;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-
tos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos re-
gimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério


Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congres-
so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-
lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-
produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
Do Processo Legislativo

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda À Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II – do Presidente da República;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades


da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-
cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-
ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-
dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-


ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-
mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-
fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, ob-
servado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a ga-


rantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-
cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no
exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia da-
quele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta
dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o
Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas de-
las decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendi-
mento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cin-


co dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, sub-
sequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações le-
gislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não ti-
ver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-
sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta
dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurí-
dicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conser-
var-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da
medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-


vado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câ-
mara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Minis-
tério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-
dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legisla-
tivas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-
putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto
no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,
em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,
se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto
de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado


Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-
grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-
blica importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá cons-
tituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a le-
gislação sobre:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira E Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade


de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-
tado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos


apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-
cidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-
licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que
o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o ter-
ritório nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;

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Oficial da Polícia Militar

III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-


ros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-
deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-
tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-
tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições
da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-
dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-
tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que cou-
ber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Con-
tas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Do Presidente E Do Vice-Presidente Da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-


liado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-
lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro
turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente
com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,


far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lu-
gar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em
sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-
der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
mido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á,
no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-
ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,
sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-
cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-
deral e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

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§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de


seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá
início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições Do Presidente Da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-
cretos e regulamentos para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor sobre a organização e o funcionamento da administração fe-
deral, na forma da lei;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-


sentantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-
rendo do Congresso Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-
citando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-
tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmen-
te, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

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XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;


XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempo-
rariamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nes-
ta Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercí-
cio anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-
tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade Do Presidente Da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-


ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-
lecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

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II – o Superior Tribunal de Justiça;


II – A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores
têm sede na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em
todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, atra-
vés de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação;
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo,
três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-
dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;

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b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-


pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-
dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento pelos critérios da presteza e segurança no
exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos reco-
nhecidos de aperfeiçoamento;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-
jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-
cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
d) na apuração da antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros, conforme procedi-
mento próprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o
juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se
a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última entrância ou, onde hou-
ver, no Tribunal de Alçada, quando se tratar de promoção para o Tribunal de
Justiça, de acordo com o inciso II e a classe de origem;
IV – previsão de cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de ma-
gistrados como requisitos para ingresso e promoção na carreira;
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-


ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-
mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a no-
venta e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas cate-
gorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §
4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse
público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimida-

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de do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-
vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-
nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-
risdição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-
gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.

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Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,


enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
um de seus integrantes para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do
art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração,
o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:

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a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com


observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-
reira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-
do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais
de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no
art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-
deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-

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titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (Vide Lei n. 13.105,


de 2015) (Vigência)
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-
diante os procedimentos oral e sumaríssimo , permitidos, nas hipóteses pre-
vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes
de primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-
pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
Parágrafo único. Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no
âmbito da Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito
da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-
teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e
financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos
limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretri-
zes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-
sados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

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II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-


sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas
propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem enca-
minhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder
Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Es-
taduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional n. 62, de 2009) (Vide ADI 4425)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-
tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-
das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-
to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).

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§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por


sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-
dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-
lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de pre-
catórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como
de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sen-
tença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-
prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-
ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-
dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-
querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário
à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).

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§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-


sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá
em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho
Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-
tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-
lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe
o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-
das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda
Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-
ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade
federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização
de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remu-
neração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)

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§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-


catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se
aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-
ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta
Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de
crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo
sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débi-
tos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinan-
ciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-
salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas
correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno
valor. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata
o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-
cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras
receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Fe-
deral, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente
anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as du-
plicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 94, de 2016)

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II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação


constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-
buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no §
9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 94, de 2016)
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações ju-
diciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12
(doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da recei-
ta corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela
que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de
endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição
Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se
aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 94, de 2016)
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)
do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do
exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

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Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-


colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-
da da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-
curador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tri-
bunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão
diplomática de caráter permanente ;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,
os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de cará-
ter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado

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Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e


do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-
tração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur
às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu
Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
i) o habeas corpus , quando o coator for Tribunal Superior ou quando o
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujei-
tos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de cri-
me sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos mem-
bros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indireta-
mente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e
quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer
outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

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q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-


tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacio-
nal do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o man-
dado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se
denegatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta
Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal,
na forma da lei.
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional n. 3, de 17/03/93)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-

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ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-
cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – o Governador de Estado;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.

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§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalida-


de, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Ad-
vogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
§ 4º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelo Pre-
sidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela Mesa da Câmara dos
Deputados ou pelo Procurador-Geral da República. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 3, de 1993) (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-
cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave inse-
gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idênti-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)

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Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)


membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-
do: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
I – um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tri-
bunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respecti-
vo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo
Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal
Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procura-
dor-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procura-
dor-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente
de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)

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XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos


Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-
tuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-
tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-

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gãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação


do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções adminis-
trativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-
tração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-
tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-
sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Minis-
tro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, com-
petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Ma-
gistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-


quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-
sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-
rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção III
Do Superior Tribunal De Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta


e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-
meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-
rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:

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a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,


e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
c) os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pes-
soas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vincu-
lados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-
rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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II – julgar, em recurso ordinário:


a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo in-
ternacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou do-
miciliada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-
tro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, caben-
do-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso
e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

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Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais E Dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:


I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Parágrafo único. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça


Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade,
e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos
juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-
bunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fede-
rais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área
de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-
deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-
tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-
nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-
trangeiro ou organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente;

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Oficial da Polícia Militar

V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste


artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus , em matéria criminal de sua competência ou
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam di-
retamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-
dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-
cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-
ária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal
em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do
segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para
o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procura-
dor-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de


Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
mento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas
segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-
metidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção VIII
Dos Tribunais E Juízes Dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionali-
dade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constitui-
ção Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da


patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-
gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicio-
nado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-
nitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá
a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional,
o juiz far-se-á presente no local do litígio.

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CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Seção I
Do Ministério Público

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
çamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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Oficial da Polícia Militar

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a


realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-
reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
luta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-
rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios
poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-
lativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-
tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-
soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,
parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do


patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins
de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o
disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º -As funções de Ministério Público só podem ser exercidas por inte-
grantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classi-
ficação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-
tas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-
torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside;
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-
sentação de cada uma de suas carreiras;
III – três membros do Ministério Público dos Estados;
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo
Superior Tribunal de Justiça;
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil;
VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados
um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indica-
dos pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provo-


cação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos
do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou
a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos
de um ano;
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-
rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,
dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-
ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes:
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes
atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, com-
petentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxilia-


res, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Seção II
Da Advocacia Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente


ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da
União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-
res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação
da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dis-
posto em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e tí-
tulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas
fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de de-
sempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das cor-
regedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Da Advocacia
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo invio-


lável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Seção IV
Da Defensoria Pública
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento
do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extraju-
dicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Dis-
trito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organiza-
ção nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garan-
tia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-
cional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao dis-
posto no art. 99, § 2º . (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 74, de 2013)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivi-


sibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber,
o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções
II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
Do Estado De Defesa

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repúbli-


ca e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu-
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de
sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta


dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do
estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extra-
ordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias conta-
dos de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
Do Estado De Sítio

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repú-


blica e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional auto-
rização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para
decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determi-
nantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas
necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspen-
sas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor
das medidas específicas e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado
por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no
do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou
a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o re-
cesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término
das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radio-
difusão e televisão, na forma da lei;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – suspensão da liberdade de reunião;


V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pro-
nunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

Seção III
Disposições Gerais

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar
e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao
estado de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão tam-
bém seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos
por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio,
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justi-
ficação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
cação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, orga-
nizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos po-
deres constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas


na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, apli-
cando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes dis-
posições: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,
são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos
oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e
postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes
das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da adminis-
tração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”,
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer
nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo de-
pois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva,
nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter

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Oficial da Polícia Militar

permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IX – aplica-se aos militares e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§
7º e 8º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) (Revo-
gado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19.12.2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade,
a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inativida-
de, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situa-
ções especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas ativida-
des, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e
de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alter-
nativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter es-
sencialmente militar. (Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obri-
gatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes
atribuir. (Regulamento)

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Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detri-
mento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-
percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e man-


tido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incum-
bem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições
definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabele-
cimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças au-
xiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias
civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de
suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos rela-
cionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobi-
lidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-


cípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de
trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 82, de 2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo do Estado de Minas Gerais, fiéis aos ideais


de liberdade de sua tradição, reunidos em Assembleia Constituinte, com o
propósito de instituir ordem jurídica autônoma, que, com base nas aspirações
dos mineiros, consolide os princípios estabelecidos na Constituição da Repú-
blica, promova a descentralização do Poder e assegure o seu controle pelos
cidadãos, garanta o direito de todos à cidadania plena, ao desenvolvimento
e à vida, numa sociedade fraterna, pluralista e sem preconceito, fundada na
justiça social, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Estado de Minas Gerais integra, com autonomia político-admi-


nistrativa, a República Federativa do Brasil.
§ 1º Todo o poder do Estado emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição da Repú-
blica e desta Constituição.
§ 2º O Estado se organiza e se rege por esta Constituição e leis que adotar,
observados os princípios constitucionais da República.
Art. 2º – São objetivos prioritários do Estado:
I – garantir a efetividade dos direitos públicos subjetivos;
II – assegurar o exercício, pelo cidadão, dos mecanismos de controle
da legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da eficácia dos
serviços públicos;
(Vide Lei n. 12.999, de 31/7/1998.)
III – preservar os valores éticos;

99
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – promover a regionalização da ação administrativa, em busca do equi-


líbrio no desenvolvimento das coletividades;
V – criar condições para a segurança e a ordem públicas;
VI – promover as condições necessárias para a fixação do homem no campo;
(Vide Lei n. 11.265, de 4/11/1993.)
(Vide Lei n. 11.744, de 16/1/1995.)
VII – garantir a educação, o acesso à informação, o ensino, a saúde e a
assistência à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional n. 87,
de 4/11/2011.)
(Vide Lei n. 10.501, de 17/1/1991.)
(Vide Lei n. 13.176, de 29/1/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 69, de 30/7/2003.)
VIII – dar assistência ao Município, especialmente ao de escassas condi-
ções de propulsão socioeconômica;
IX – preservar os interesses gerais e coletivos;
X – garantir a unidade e a integridade de seu território;
XI – desenvolver e fortalecer, junto aos cidadãos e aos grupos sociais, os
sentimentos de pertinência à comunidade mineira em favor da preservação
da unidade geográfica de Minas Gerais e de sua identidade social, cultural,
política e histórica;
XII – erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 86, de
26/10/2011.)
Art. 3º – O território do Estado somente será incorporado, dividido ou
desmembrado, com aprovação da Assembleia Legislativa.

TÍTULO II

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Art. 4º – O Estado assegura, no seu território e nos limites de sua compe-

tência, os direitos e garantias fundamentais que a Constituição da República

confere aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

§ 1º – Incide na penalidade de destituição de mandato administrativo ou

de cargo ou função de direção, em órgão da administração direta ou entidade

da administração indireta, o agente público que deixar injustificadamente de

sanar, dentro de noventa dias da data do requerimento do interessado, omis-

são que inviabilize o exercício de direito constitucional.

§ 2º – Independe do pagamento de taxa ou de emolumento ou de garantia

de instância o exercício do direito de petição ou representação, bem como a

obtenção de certidão para a defesa de direito ou esclarecimento de situação

de interesse pessoal.

(Vide Lei n. 13.514, de 7/4/2000.)

(Vide Lei n. 14.688, de 31/7/2003.)

§ 3º – Nenhuma pessoa será discriminada, ou de qualquer forma preju-

dicada, pelo fato de litigar com órgão ou entidade estadual, no âmbito admi-

nistrativo ou no judicial.

§ 4º – Nos processos administrativos, qualquer que seja o objeto e o

procedimento, observar-se-ão, entre outros requisitos de validade, a publici-

dade, o contraditório, a defesa ampla e o despacho ou a decisão motivados.

§ 5º – Todos têm o direito de requerer e obter informação sobre projeto

do Poder Público, a qual será prestada no prazo da lei, ressalvada aquela cujo

sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

(Vide Lei n. 13.514, de 7/4/2000.)

101
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 6º – O Estado garante o exercício do direito de reunião e de outras li-

berdades constitucionais e a defesa da ordem pública, da segurança pessoal

e dos patrimônios público e privado.

§ 7º – Ao presidiário é assegurado o direito a:

I – assistência médica, jurídica e espiritual;

II – aprendizado profissionalizante e trabalho produtivo e remunerado;

III – acesso a notícia divulgada fora do ambiente carcerário;

IV – acesso aos dados relativos à execução da respectiva pena;

V – creche ou outras condições para o atendimento do disposto no art. 5º,

L, da Constituição da República.

(Vide Lei n. 11.404, de 25/11/1994.)

(Vide Lei n. 13.054, de 23/12/1998.)

§ 8º – É passível de punição, nos termos da lei, o agente público que, no

exercício de suas atribuições e independentemente da função que exerça,

violar direito constitucional do cidadão.

Art. 5º – Ao Estado é vedado:


I – estabelecer culto religioso ou igreja, subvencioná-los, embaraçar-lhes

o funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações

de dependência ou de aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de

interesse público;

II – recusar fé a documento público;

III – criar distinção entre brasileiros ou preferência em relação às demais

unidades e entidades da Federação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO III
DO ESTADO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 6º – São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Parágrafo único. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, é ve-
dado a qualquer dos Poderes delegar atribuição e, a quem for investido na
função de um deles, exercer a de outro.
Art. 7º – São símbolos do Estado a bandeira, o hino e o brasão, definidos
em lei.
Art. 8º – A cidade de Belo Horizonte é a Capital do Estado.

Seção II
Da Competência do Estado

Art. 9º – É reservada ao Estado a competência que não lhe seja vedada


pela Constituição da República.
Art. 10 – Compete ao Estado:
I – manter relações com a União, os Estados Federados, o Distrito Federal
e os Municípios;
II – organizar seu Governo e Administração;
III – firmar acordo, convênio, ajuste e instrumento congênere;
IV – difundir a seguridade social, a educação, a cultura, o desporto, a ci-
ência e a tecnologia;
V – proteger o meio ambiente;

103
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – manter e preservar a segurança e a ordem públicas e a incolumidade


da pessoa e do patrimônio;
VII – intervir no Município, nos casos previstos nesta Constituição;
VIII – explorar diretamente ou mediante concessão os serviços locais de
gás canalizado, na forma da lei;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 66, de
25/11/2004.)
IX – explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços de trans-
porte ferroviário e aquaviário que não transponham os limites do seu territó-
rio e o rodoviário estadual de passageiros;
X – instituir região metropolitana, aglomeração urbana e microrregião;
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
XI – instituir plano de aproveitamento e destinação de terra pública e de-
voluta, compatibilizando-o com a política agrícola e com o plano nacional de
reforma agrária;
(Vide Lei n. 11.020, de 8/1/1993.)
(Vide Lei n. 11.401, de 14/1/1994.)
(Vide Lei n. 11.744, de 16/1/1995.)
(Vide Lei n. 12.416, de 26/12/1996.)
XII – criar sistema integrado de parques estaduais, reservas biológicas,
estações ecológicas e equivalentes, adequado à conservação dos ecossiste-
mas do Estado, para proteção ecológica, pesquisa científica e recreação públi-
ca, e dotá-los dos serviços públicos indispensáveis às suas finalidades;
XIII – dispor sobre sua divisão e organização judiciárias e divisão
administrativa;
(Vide Lei Complementar n. 38, de 13/2/1995.)
(Vide Lei Complementar n. 45, de 26/11/1996.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 85, de 28/12/2005.)
(Vide Lei Complementar n. 105, de 14/8/2008.)
(Vide Lei Complementar n. 135, de 27/6/2014.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XIV – suplementar as normas gerais da União sobre:


a) organização, efetivos, garantias, direitos e deveres da Polícia Militar;
(Vide Lei Complementar n. 54, de 13/12/1999.)
b) licitação e contrato administrativo na administração pública direta
e indireta;
XV – legislar privativamente nas matérias de sua competência e, concor-
rentemente com a União, sobre:
a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
b) orçamento;
c) junta comercial;
d) custas dos serviços forenses;
(Vide Lei n. 12.989, de 30/7/1998.)
e) produção e consumo;
f) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais, proteção do ambiente e controle da poluição;
(Vide Lei n. 14.309, de 19/6/2002.)
(Vide Lei n. 16.679, de 10/1/2007.)
g) proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
h) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
i) educação, cultura, ensino e desporto;
j) criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
l) procedimentos em matéria processual;
m) previdência social, proteção e defesa da saúde;
(Vide Lei n. 13.317, de 24/9/1999.)
n) assistência jurídica e defensoria pública;
(Vide Lei n. 13.166, de 20/1/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 65, de 16/1/2003.)
o) apoio e assistência ao portador de deficiência e sua integração social;

105
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Vide Lei n. 11.867, de 28/7/1995.)


(Vide Lei n. 13.465, de 12/1/2000.)
(Vide Lei n. 13.799, de 21/12/2000.)
p) proteção à infância e à juventude;
q) organização, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil.
§ 1º – No domínio da legislação concorrente, o Estado exercerá:
I – competência suplementar;
II – competência plena, quando inexistir lei federal sobre normas gerais,
ficando suspensa a eficácia da lei estadual no que for contrário a lei federal
superveniente.
§ 2º – O Estado poderá legislar sobre matéria da competência privativa da
União, quando permitido em lei complementar federal.
Art. 11 – É competência do Estado, comum à União e ao Município:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-
ticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia do por-
tador de deficiência;
III – proteger os documentos, obras e outros bens de valor histórico, ar-
tístico e cultural, os monumentos, paisagens naturais notáveis e sítios arque-
ológicos;
(Vide Lei n. 11.726, de 30/12/1994.)
(Vide Lei n. 13.464, de 12/1/2000.)
IV – impedir a evasão, destruição e descaracterização de obra de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
(Vide Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)

106
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar,


com a viabilização da assistência técnica ao produtor e da extensão rural;
(Vide Lei n. 11.744, de 16/1/1995.)
(Vide Lei n. 13.195, de 29/1/1999.)
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
(Vide Lei n. 11.265, de 4/11/1993.)
(Vide Lei n. 11.622, de 6/10/1994.)
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
mediante a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa
e de exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança
do trânsito.

Seção III
Do Domínio Público

Art. 12 – Formam o domínio público patrimonial do Estado os seus bens


móveis e imóveis, os seus direitos e os rendimentos das atividades e serviços
de sua competência.
Parágrafo único. Incluem-se entre os bens do Estado:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, salvo, neste caso, na forma da lei federal, as decorrentes de obra
da União;
II – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
III – os lagos em terreno de seu domínio e os rios que em seu território
têm nascente e foz, salvo os de domínio da União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

107
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Oficial da Polícia Militar

Seção IV
Da Administração Pública

Art. 13 – A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a


de entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 1º – A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público serão
apuradas, para efeito de controle e invalidação, em face dos dados objetivos
de cada caso.
§ 2º – O agente público motivará o ato administrativo que praticar, expli-
citando-lhe o fundamento legal, o fático e a finalidade.
Art. 14 – Administração pública direta é a que compete a órgão de qual-
quer dos Poderes do Estado.
§ 1º – Administração pública indireta é a que compete:
I – à autarquia, de serviço ou territorial;
II – à sociedade de economia mista;
III – à empresa pública;
IV – à fundação pública;
V – às demais entidades de direito privado, sob controle direto ou indireto
do Estado.
§ 2º – A atividade administrativa do Estado se organizará em sistemas,
principalmente a de planejamento, a de finanças e a de administração geral.
§ 3º – É facultado ao Estado criar órgão, dotado de autonomia financeira
e administrativa, segundo a lei, sob a denominação de órgão autônomo.
§ 4º – Depende de lei específica:
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)

108
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I – a instituição e a extinção de autarquia, fundação pública e órgão


autônomo;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
II – a autorização para instituir, cindir e extinguir a entidade a que se refe-
re o § 14 do art. 36, sociedade de economia mista e empresa pública e para
alienar ações que garantam o controle dessas entidades pelo Estado;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 92, de
4/4/2014.)
III – a autorização para criação de subsidiária das entidades mencionadas
neste parágrafo e para sua participação em empresa privada;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
IV – a alienação de ações que garantam, nas empresas públicas e socie-
dades de economia mista, o controle pelo Estado.
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 5º – Ressalvada a entidade a que se refere o § 14 do art. 36, ao Estado
somente é permitido instituir ou manter fundação com personalidade jurídica
de direito público, cabendo a lei complementar definir as áreas de sua atuação.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 92,
de 4/4/2014.)
§ 6º – (Revogado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 75, de 8/8/2006.)
Dispositivo revogado:
“§ 6º – Entidade da administração indireta somente pode ser instituída
para a prestação de serviço público.”
§ 7º – As relações jurídicas entre o Estado e o particular prestador de ser-
viço público em virtude de delegação, sob a forma de concessão, permissão
ou autorização, são regidas pelo direito público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 8º – É vedada a delegação de poderes ao Executivo para criação, extin-


ção ou transformação de entidade de sua administração indireta.
§ 9º – A lei disciplinará as formas de participação do usuário de serviços
públicos na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I – a reclamação relativa à prestação de serviços públicos em geral, asse-
guradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da Cons-
tituição da República;
III – a representação contra negligência ou abuso de poder no exercício de
cargo, emprego ou função da administração pública.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 10 – A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e das
entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
instrumento específico que tenha por objetivo a fixação de metas de desem-
penho para o órgão ou entidade.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Vide Lei n. 15.275, de 31/7/2004.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 17.600, de 1/7/2008.)
§ 11 – A lei disporá sobre a natureza jurídica do instrumento a que se re-
fere o § 10 deste artigo e, entre outros requisitos, sobre:
I – o seu prazo de duração;
II – o controle e o critério de avaliação de desempenho;
III – os direitos, as obrigações e as responsabilidades dos dirigentes;
IV – a remuneração do pessoal;

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Oficial da Polícia Militar

V – alteração do quantitativo e da distribuição dos cargos de provimento


em comissão e das funções gratificadas, observados os valores de retribuição
correspondentes e desde que não altere as unidades orgânicas estabelecidas
em lei e não acarrete aumento de despesa.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 17.600, de 1/7/2008.)
§ 12 – O Estado e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consór-
cios públicos e os convênios de cooperação com os entes federados, autori-
zando a gestão associada de serviços públicos bem como a transferência total
ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 13 – A transferência ou cessão, onerosa ou gratuita, de pessoal efetivo
ou estável para entidade não mencionada no § 1º deste artigo fica condicio-
nada à anuência do servidor.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 14 – Lei complementar disporá sobre normas gerais de criação, funcio-
namento e extinção de conselhos estaduais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 15 – Será de três quintos dos membros da Assembleia Legislativa o quó-
rum para aprovação de lei que autorizar a alteração da estrutura societária ou
a cisão de sociedade de economia mista e de empresa pública ou a alienação
das ações que garantem o controle direto ou indireto dessas entidades pelo
Estado, ressalvada a alienação de ações para entidade sob controle acionário
do poder público federal, estadual ou municipal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 50, de


29/10/2001.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 66,
de 25/11/2004.)
§ 16 – A lei que autorizar a alienação de ações de empresa concessionária
ou permissionária de serviço público estabelecerá a exigência de cumprimen-
to, pelo adquirente, de metas de qualidade de serviço e de atendimento aos
objetivos sociais inspiradores da constituição da entidade.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 50, de
29/10/2001.)
§ 17 – A desestatização de empresa de propriedade do Estado prestadora
de serviço público de distribuição de gás canalizado, de geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica ou de saneamento básico, autorizada nos
termos deste artigo, será submetida a referendo popular.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 66,
de 25/11/2004.)
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 50, de
29/10/2001.)
Art. 15 – Lei estadual disciplinará o procedimento de licitação, obriga-
tória para a contratação de obra, serviço, compra, alienação, concessão e
permissão, em todas as modalidades, para a administração pública direta,
autárquica e fundacional, bem como para as empresas públicas e sociedades
de economia mista.
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Vide Lei n. 13.209, de 27/4/1999.)
(Vide Lei n. 13.994, de 18/9/2001.)
(Vide Lei n. 14.167, de 11/1/2002.)

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§ 1º – Na licitação a cargo do Estado ou de entidade de administração


indireta, observar-se-ão, entre outros, sob pena de nulidade, os princípios de
isonomia, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento
convocatório e julgamento objetivo.
§ 2º – (Suprimido pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 15, de
1/12/1995.)
Dispositivo suprimido:
“§ 2º – Para a determinação da modalidade de licitação, nos casos de
obras e serviços de engenharia, compras e serviços, a cargo de qualquer dos
Poderes do Estado ou de entidade da administração indireta os limites máxi-
mos de valor corresponderão a cinquenta por cento dos adotados pela União.”
Art. 16 – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, sendo obrigatória a regressão, no
prazo estabelecido em lei, contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.
(Vide Lei n. 11.813, de 23/1/1995.)
Art. 17 – A publicidade de ato, programa, projeto, obra, serviço e cam-
panha de órgão público, por qualquer veículo de comunicação, somente pode
ter caráter informativo, educativo ou de orientação social, e dela não cons-
tarão nome, símbolo ou imagem que caracterizem a promoção pessoal de
autoridade, servidor público ou partido político.
Parágrafo único. Os Poderes do Estado e do Município, incluídos os órgãos
que os compõem, publicarão, trimestralmente, o montante das despesas com
publicidade pagas, ou contratadas naquele período com cada agência ou ve-
ículo de comunicação.
(Vide Lei n. 13.768, de 1/12/2000.)
Art. 18 – A aquisição de bem imóvel, a título oneroso, depende de ava-
liação prévia e de autorização legislativa, exigida ainda, para a alienação, a
licitação, salvo nos casos de permuta e doação, observada a lei.

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§ 1º – A alienação de bem móvel depende de avaliação prévia e de licita-


ção, dispensável esta, na forma da lei, nos casos de:
I – doação;
II – permuta.
§ 2º – O uso especial de bem patrimonial do Estado por terceiro será ob-
jeto, na forma da lei, de:
I – concessão, mediante contrato de direito público, remunerada ou gra-
tuita, ou a título de direito real resolúvel;
II – permissão;
III – cessão;
IV – autorização.
§ 3º – Os bens do patrimônio estadual devem ser cadastrados, zelados e
tecnicamente identificados, especialmente as edificações de interesse admi-
nistrativo, as terras públicas e a documentação dos serviços públicos.
(Vide Lei n. 11.020, de 8/1/1993.)
§ 4º – O cadastramento e a identificação técnica dos imóveis do Estado,
de que trata o parágrafo anterior, devem ser anualmente atualizados, garan-
tido o acesso às informações neles contidas.
(Vide Lei n. 11.020, de 8/1/1993.)
§ 5º – O disposto neste artigo se aplica às autarquias e às fundações públicas.
Art. 19 – A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, den-
tro das respectivas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da lei.
Parágrafo único. As administrações tributárias do Estado e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou de convênio.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)

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Seção V
Dos Servidores Públicos
(Vide Lei Complementar n. 116, de 11/1/2011.)

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 20 – A atividade administrativa permanente é exercida:


I – na administração direta de qualquer dos Poderes, por servidor público
ocupante de cargo público em caráter efetivo ou em comissão, por empregado
público detentor de emprego público ou designado para função de confiança
ou por detentor de função pública, na forma do regime jurídico previsto em lei;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
II – nas autarquias e fundações públicas, por servidor público ocupante
de cargo público em caráter efetivo ou em comissão, por empregado público
detentor de emprego público ou designado para função de confiança ou por
detentor de função pública, na forma do regime jurídico previsto em lei;
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 84, de
12/12/2010.)
III – nas sociedades de economia mista, empresas públicas e demais en-
tidades de direito privado sob o controle direto ou indireto do Estado, por
empregado público detentor de emprego público ou função de confiança.
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
Parágrafo único. A lei disporá sobre os requisitos e as restrições a serem
observados pelo ocupante de cargo ou detentor de emprego ou função que
lhe possibilite acesso a informações privilegiadas.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Vide Lei Complementar n. 73, de 30/7/2003.)

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Art. 21 – Os cargos, funções e empregos públicos são acessíveis aos bra-


sileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei.
(Caput com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – A investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, res-
salvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
§ 2º – O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, pror-
rogável, uma vez, por igual período.
§ 3º – Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o
aprovado em concurso público será convocado, observada a ordem de clas-
sificação, com prioridade sobre novos concursados, para assumir o cargo ou
emprego na carreira.
§ 4º – A inobservância do disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo implica
nulidade do ato e punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
(Vide Lei n. 13.167, de 20/1/1999.)
Art. 22 – A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado,
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
(Vide Lei n. 18.185, de 4/6/2009.)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica a funções de
magistério.
Art. 23 – As funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
(Caput com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º – Nas entidades da administração indireta, pelo menos um cargo ou


função de confiança de direção superior será provido por servidor ou empre-
gado público de carreira da respectiva instituição.
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 85, de
22/12/2010.)
§ 2º – Lei complementar disporá sobre as condições para o provimento de
cargos e empregos de direção nas autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista estaduais, vedada a nomeação ou a designação
daqueles inelegíveis em razão de atos ilícitos, nos termos da legislação federal.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 85, de
22/12/2010.)
Art. 24 – A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata
o § 7º deste artigo somente poderão ser fixados ou alterados por lei especí-
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
(Caput com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Vide art. 6º da Lei n. 19.973, de 27/12/2011.)
§ 1º – A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional dos Po-
deres do Estado, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria
Pública e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais, não poderão exce-
der o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, nos ter-
mos do § 12 do art. 37 da Constituição da República e observado o disposto
no § 5º deste artigo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 79,
de 11/7/2008.)
§ 2º – Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judici-
ário não podem ser superiores aos percebidos no Poder Executivo.

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§ 3º – É vedado vincular ou equiparar espécies remuneratórias para efeito


de remuneração de pessoal do serviço público.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 40,
de 24/5/2000.)
§ 4º – Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não
serão computados nem acumulados para o fim de concessão de acrésci-
mo ulterior.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 5º – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos, funções e
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 4º e 7º
deste artigo e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da Consti-
tuição da República.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 6º – A lei estabelecerá a relação entre a maior e a menor remuneração
dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no § 1º
deste artigo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 7º – O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo e os Secretários
de Estado serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, e observado, em
qualquer caso, o disposto no § 1º deste artigo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 8º – A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira
poderá ser fixada nos termos do § 7º deste artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84,


de 22/12/2010.)
§ 9º – Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de
que trata o § 1º deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas
em lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 10 – O disposto no § 1º deste artigo aplica-se às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, bem como às suas subsidiárias, que recebam re-
cursos do Estado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 11 – Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anual-
mente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos, funções e em-
pregos públicos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 25 – É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, permi-
tida, se houver compatibilidade de horários e observado o disposto no § 1º
do art. 24:
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
I – a de dois cargos de professor;
II – a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
III – a de dois cargos e empregos privativos de profissionais de saúde com
profissões regulamentadas.
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-


ções e abrange autarquias, fundações e empresas públicas, sociedades de
economia mista, bem como suas subsidiárias, e sociedades controladas, dire-
ta ou indiretamente, pelo poder público.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
Art. 26 – Ao servidor público da administração direta, autárquica e funda-
cional no exercício de mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
(Caput com redação dada pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado do cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar por sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, se houver compatibilidade de ho-
rários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem preju-
ízo da remuneração do cargo eletivo, e, se não houver, será aplicada a norma
do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V – para o efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os
valores serão determinados como se no exercício estivesse.
Art. 27 – A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado e dos Municí-
pios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A concessão de vantagem ou o aumento de remuneração, a cria-


ção de cargo, emprego e função ou a alteração de estrutura de carreira bem
como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, por órgão ou
entidade da administração direta ou indireta ficam condicionados a:
(Parágrafo renumerado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49,
de 13/6/2001).
I – prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
(Inciso com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).
II – autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias, ressalvadas
as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
(Inciso com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).
§ 2º – Decorrido o prazo estabelecido em lei para a adaptação aos parâ-
metros por ela previstos, serão suspensos os repasses de verbas estaduais
aos Municípios que não observarem os limites legalmente estabelecidos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).
§ 3º – Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste ar-
tigo, dentro do prazo fixado na lei complementar referida no caput, o Estado
adotará as seguintes providências, sucessivamente:
I – redução de pelo menos 20% (vinte por cento) das despesas com car-
gos em comissão e funções de confiança;
II – dispensa ou exoneração de servidor público civil não estável, admitido
em órgão da administração direta ou em entidade autárquica ou fundacional,
que conte menos de três anos de efetivo exercício no Estado;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – dispensa ou exoneração de servidor não estável, observados os cri-


térios de menor tempo de efetivo serviço e de avaliação de desempenho, na
forma da lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001).
(Vide Lei Complementar n. 71, de 30/7/2003.)
Art. 28 – A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para
provimento com portador de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 11.867, de 28/7/1995.)
Art. 29 – Os atos de improbidade administrativa importam a suspensão
dos direitos políticos, a perda de função pública, a indisponibilidade dos bens
e o ressarcimento ao erário, na forma e na gradação estabelecidas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível.

Subseção II
Dos Servidores Públicos Civis
(Vide Lei n. 10.254, de 20/7/1990.)

Art. 30 – O Estado instituirá conselho de política de administração e re-


muneração de pessoal, integrado por servidores designados por seus Pode-
res, com a finalidade de participar da formulação da política de pessoal.
(Caput com redação dada pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
§ 1º – A política de pessoal obedecerá às seguintes diretrizes:
I – valorização e dignificação da função pública e do servidor público;
II – profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público;
III – constituição de quadro dirigente, mediante formação e aperfeiçoa-
mento de administradores;
IV – sistema do mérito objetivamente apurado para ingresso no serviço e
desenvolvimento na carreira;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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V – remuneração compatível com a complexidade e a responsabilidade


das tarefas e com a escolaridade exigida para seu desempenho.
§ 2º – Ao servidor público que, por acidente ou doença, tornar-se inapto
para exercer as atribuições específicas de seu cargo, serão assegurados os
direitos e vantagens a ele inerentes, até seu definitivo aproveitamento em
outro cargo.
§ 3º – Para provimento de cargo de natureza técnica, exigir-se-á a respec-
tiva habilitação profissional.
§ 4º – Os recursos orçamentários provenientes da economia na execução
de despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação serão aplicados
no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, de treina-
mento e desenvolvimento, de modernização, reaparelhamento e racionaliza-
ção do serviço público ou no pagamento de adicional ou prêmio de produtivi-
dade, nos termos da lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 17.600, de 1/7/2008.)
§ 5º – O Estado instituirá planos de carreira para os servidores da admi-
nistração direta, das autarquias e das fundações públicas.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 8º da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 6º – O Estado manterá escola de governo para a formação e o aperfei-
çoamento dos servidores públicos, constituindo a participação nos cursos um
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
de convênios ou contratos com os demais entes federados.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 31 – O Estado assegurará ao servidor público civil da Administração


Pública direta, autárquica e fundacional os direitos previstos no art. 7º, inci-
sos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, da
Constituição da República e os que, nos termos da lei, visem à melhoria de
sua condição social e da produtividade e da eficiência no serviço público, em
especial o prêmio por produtividade e o adicional de desempenho.
§ 1º – A lei disporá sobre o cálculo e a periodicidade do prêmio por pro-
dutividade a que se refere o caput deste artigo, o qual não se incorporará,
em nenhuma hipótese, aos proventos de aposentadoria e pensões a que o
servidor fizer jus e cuja concessão dependerá de previsão orçamentária e dis-
ponibilidade financeira do Estado.
§ 2º – O adicional de desempenho será pago mensalmente, em valor
variável, calculado nos termos da lei, vedada sua concessão ao detentor,
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração.
§ 3º – Para fins de promoção e progressão nas carreiras será adotado,
além dos critérios estabelecidos na legislação pertinente, o sistema de ava-
liação de desempenho, que será disciplinado em lei, podendo ser prevista
pontuação por tempo de serviço.
(Vide Lei Complementar n. 71, de 30/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 104, de 4/8/2008.)
§ 4º – Serão concedidas ao servidor ocupante de cargo de provimento efe-
tivo e função pública férias-prêmio com duração de três meses a cada cinco
anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais.
§ 5º – A avaliação de desempenho dos integrantes da Polícia Civil, para
efeito de promoção e progressão nas respectivas carreiras, obedecerá a re-
gras especiais.
§ 6º – Fica assegurado ao servidor público civil o direito a:
I – assistência e previdência sociais, extensivas ao cônjuge ou companhei-
ro e aos dependentes;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – assistência gratuita, em creche e pré-escola, aos filhos e aos depen-


dentes, desde o nascimento até seis anos de idade;
III – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas.
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)
(Vide inciso IV do parágrafo único do art. 2º da Lei n. 18.975, de 29/6/2010.)
Art. 32 – A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componen-
tes do sistema remuneratório observará:
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
que compõem cada carreira;
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
II – os requisitos para a investidura nos cargos;
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
III – as peculiaridades dos cargos.
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
§ 1º – (Revogado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)
Dispositivo revogado:
“§ 1º – O servidor público civil, incluído o das autarquias, fundações, de-
tentor de título declaratório que lhe assegure direito à continuidade de per-
cepção da remuneração de cargo de provimento em comissão, tem direito
aos vencimentos, às gratificações e a todas as demais vantagens inerentes
ao cargo em relação ao qual tenha ocorrido o apostilamento, ainda que de-
correntes de transformação ou reclassificação posteriores.”
§ 2º – (Revogado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Dispositivo revogado:
“§ 2º – O disposto no parágrafo anterior se aplica no que couber ao servi-
dor público detentor de título declaratório que lhe assegure direito à continui-
dade de percepção de remuneração relativamente a funções.”
§ 3º – Observado o disposto no caput e incisos deste artigo, a lei disporá
sobre reajustes diferenciados nas administrações direta, autárquica e funda-
cional dos três Poderes do Estado, visando à reestruturação do sistema remu-
neratório de funções, cargos e carreiras.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
Art. 33 – O direito de greve será exercido nos termos e nos limites defi-
nidos em lei específica.
(Artigo com redação dada pelo art. 9º da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
Art. 34 – É garantida a liberação do servidor público para exercício de
mandato eletivo em diretoria de entidade sindical representativa de servido-
res públicos, de âmbito estadual, sem prejuízo da remuneração e dos demais
direitos e vantagens do seu cargo.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 8, de
13/7/1993.)
§ 1º – Os servidores eleitos para cargos de direção ou de representação
serão liberados, na seguinte proporção, para cada sindicato:
I – de 1.000 (mil) a 3.000 (três mil) filiados, 1 (um) representante;
II – de 3.001 (três mil e um) a 6.000 (seis mil) filiados, 2 (dois) represen-
tantes;
III – de 6.001 (seis mil e um) a 10.000 (dez mil) filiados, 3 (três) repre-
sentantes;
IV – acima de 10.000 (dez mil) filiados, 4 (quatro) representantes.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 8, de
13/7/1993.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 37, de


29/12/1998.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 37,
de 29/12/1998.)
§ 2º – O Estado procederá ao desconto, em folha ou ordem de pagamento,
de consignações autorizadas pelos servidores públicos civis das administrações
direta e indireta em favor dos sindicatos e associações de classe, efetuando o
repasse às entidades até o quinto dia do mês subsequente ao mês de compe-
tência do pagamento dos servidores, observada a data do efetivo desconto.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 37, de
29/12/1998.)
Art. 35 – É estável, após três anos de efetivo exercício, o servidor público
nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º – O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
(Vide Lei Complementar n. 71, de 30/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 104, de 4/8/2008.)
§ 2º – Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido
ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo
ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de ser-
viço público federal, estadual e municipal.
§ 3º – Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor es-
tável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço público federal, estadual e municipal, até seu adequado aproveita-
mento em outro cargo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – Como condição para aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-


liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Emenda à Constituição n. 49, de
13/6/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 104, de 4/8/2008.)
Art. 36 – Aos servidores titulares de cargos de provimento efetivo do
Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime próprio
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
Estado, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crité-
rios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
§ 1º – Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata
este artigo serão aposentados com proventos calculados a partir dos valores
fixados na forma dos §§ 3º e 17:
I – por invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se a invalidez for decorrente de acidente em serviço, mo-
léstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-
cionais ao tempo de contribuição;
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se
der a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e
cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2º – Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua
concessão, não poderão exceder a remuneração do servidor no cargo efetivo
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão
da pensão.

128
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião de sua


concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para
as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este
artigo e os arts. 40 e 201 da Constituição da República, na forma da lei.
(Vide art. 5º da Lei Complementar n. 128, de 1/11/2013.)
§ 4º – É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este
artigo, ressalvados, nos termos definidos em lei complementar, os casos
de servidores:
I – portadores de deficiência;
II – que exerçam atividades de risco;
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que preju-
diquem a saúde ou a integridade física.
(Vide art. 5º da Lei Complementar n. 128, de 1/11/2013.)
§ 5º – Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos
em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, “a”, deste artigo, para o
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício de magis-
tério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6º – É vedada:
I – a percepção de mais de uma aposentadoria pelos regimes de previ-
dência a que se referem este artigo e o art. 40 da Constituição da República,
ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
prevista nesta Constituição;
II – a percepção simultânea de proventos de aposentadoria pelos regimes
de previdência a que se referem este artigo e o art. 39 desta Constituição,
bem como os arts. 40, 42 e 142 da Constituição da República, com a remune-
ração de cargo, função ou emprego públicos, ressalvados os cargos acumulá-
veis na forma prevista nesta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 7º – Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por morte,


que será igual:
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social
de que trata o art. 201 da Constituição da República, acrescido de 70% (se-
tenta por cento) da parcela excedente a esse limite, caso o servidor estivesse
aposentado na data do óbito;
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em
que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Constituição
da República, acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente a
esselimite, caso o servidor estivesse em atividade na data do óbito.
§ 8º – É assegurado o reajustamento dos benefícios de pensão e apo-
sentadoria para preservar, em caráter permanente, seu valor real, conforme
critérios estabelecidos em lei.
§ 9º – O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal
será contado para efeito de aposentadoria, e o tempo de serviço correspon-
dente, para efeito de disponibilidade.
§ 10 – A lei não poderá estabelecer nenhuma forma de contagem de tem-
po de contribuição fictício.
§ 11 – Aplica-se o limite fixado no art. 24, § 1º, à soma total dos proven-
tos de aposentadoria, inclusive quando decorrentes da acumulação de car-
gos, funções ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas
a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante re-
sultante da adição de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo
acumulável na forma desta Constituição, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração ou de cargo eletivo.
§ 12 – Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servido-
res públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos
e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 13 – Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-


rado em lei de livre nomeação e exoneração, bem como de outro cargo tem-
porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
§ 14 – Lei de iniciativa do Governador do Estado poderá instituir regime
de previdência complementar para os servidores de que trata este artigo, por
intermédio de entidade fechada de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerá aos respectivos participantes planos de benefícios so-
mente na modalidade de contribuição definida, observado, no que couber, o
disposto no art. 202 da Constituição da República.
(Vide Lei Complementar n. 132, de 7/1/2014.)
§ 15 – Após a instituição do regime de previdência complementar a
que se refere o § 14, poderá ser fixado para o valor das aposentadorias
e pensões de que trata este artigo o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da
Constituição da República.
(Vide Lei Complementar n. 132, de 7/1/2014.)
§ 16 – O disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
regime de previdência complementar, mediante sua prévia e expressa opção.
(Vide Lei Complementar n. 132, de 7/1/2014.)
§ 17 – Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo dos
proventos da aposentadoria previsto no § 3º deste artigo serão devidamente
atualizados, na forma da lei.
§ 18 – Incidirá contribuição, com percentual igual ao estabelecido para
os servidores titulares de cargo de provimento efetivo, sobre a parcela dos
proventos de aposentadoria e das pensões concedidos pelo regime de que
trata este artigo que supere o limite máximo estabelecido para os benefí-
cios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da Cons-
tituição da República.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 19 – Quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença in-


capacitante, a contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre
as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro
do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previ-
dência social de que trata o art. 201 da Constituição da República.
§ 20 – O servidor de que trata este artigo que tenha cumprido as exigên-
cias para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, “a”, e no § 5º
e que opte por permanecer em atividade fará jus a abono de permanência
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária.
§ 21 – Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de pre-
vidência para os servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo do
Estado e de mais de um órgão ou entidade gestora do respectivo regime,
ressalvado o disposto no § 10 do art. 39.
§ 22 – O órgão ou entidade gestora do regime próprio de previdência so-
cial dos servidores do Estado contará com colegiado, com participação paritá-
ria de representantes e de servidores dos Poderes do Estado, ao qual caberá
acompanhar e fiscalizar a administração do regime, na forma do regulamento.
§ 23 – Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de pro-
ventos de aposentadorias e pensões concedidas aos servidores e seus depen-
dentes, em adição aos recursos do Tesouro, o Estado poderá constituir fundos
integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos
e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e a
administração desses fundos.
§ 24 – É assegurado ao servidor afastar-se da atividade a partir da data
do requerimento de aposentadoria, e a não concessão desta importará o re-
torno do requerente para o cumprimento do tempo necessário à aquisição do
direito, na forma da lei.
§ 25 – Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada,
rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo com redação dada pelo art. 9º da Emenda à Constituição n. 84, de


22/12/2010.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 44, de 5/7/1996.)
Art. 37 – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“Art. 37 – O servidor público que retornar à atividade após a cessação
dos motivos que causaram sua aposentadoria por invalidez, terá direito, para
todos os fins, salvo para o de promoção, à contagem do tempo relativo ao
período de afastamento.”

Subseção III
(Subseção acrescentada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 40,
de 24/5/2000.)
Dos Servidores Policiais Civis
(Título da subseção com denominação dada pelo art. 3º da Emenda à
Constituição n. 40, de 24/5/2000.)

Art. 38 – Assegurados, no que couber, os direitos, garantias e prerrogati-


vas previstos nas Subseções I e II deste Capítulo e observado o disposto no
art. 32 desta Constituição, a lei disporá sobre os planos de carreira e o regime
jurídico dos servidores policiais civis.
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
Parágrafo único. Lei complementar estabelecerá os requisitos e critérios
para a concessão de aposentadoria aos servidores policiais civis que exerçam
atividades de risco ou cujas atividades sejam exercidas sob condições espe-
ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, nos termos do § 4º do
art. 40 da Constituição Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 68, de


20/12/2004.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 77,
de 17/7/2007.)
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 98, de 6/8/2007.)

Seção VI
(Seção renumerada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)

Dos Militares do Estado


(Título da Seção com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição
n. 40, de 24/5/2000.)
(Vide Lei Complementar n. 54, de 13/12/1999.)
(Vide Lei n. 14.310, de 19/6/2002.)
Art. 39 – São militares do Estado os integrantes da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar, que serão regidos por estatuto próprio estabele-
cido em lei complementar.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 28, de 16/7/1993.)
(Vide Lei Complementar n. 31, de 14/1/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 50, de 13/1/1998.)
(Vide Lei Complementar n. 58, de 29/11/2000.)
(Vide Lei Complementar n. 74, de 8/1/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
(Vide Lei Complementar n. 127, de 3/7/2013.)
§ 1º – As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,
são asseguradas em plenitude aos Oficiais da ativa, da reserva ou reforma-
dos, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniforme militares.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º – As patentes dos Oficiais são conferidas pelo Governador do Estado.


§ 3º – O militar em atividade que aceitar cargo ou emprego público per-
manentes será transferido para a reserva.
§ 4º – O militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função públicos
temporários, não eletivos, ainda que de entidade da administração indireta,
ficará agregado ao respectivo quadro e, enquanto permanecer nessa situ-
ação, somente poderá ser promovido por antiguidade, terá seu tempo de
serviço contado apenas para aquela promoção e transferência para a reserva
e será, depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
para a inatividade.
§ 5º – Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
(Vide arts. 12 e 13 da Emenda à Constituição n. 39, de 2/6/1999.)
§ 6º – O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a
partidos políticos.
§ 7º – O Oficial somente perderá o posto e a patente se for julgado indigno
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Mili-
tar, ou de tribunal especial, em tempo de guerra, e a lei especificará os casos
de submissão a processo e o rito deste.
§ 8º – O militar condenado na Justiça, comum ou militar, a pena privativa
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no parágrafo anterior.
§ 9º – A lei estabelecerá as condições em que a praça perderá a gradua-
ção, observado o disposto no art. 111.
§ 10 – Os direitos, deveres, garantias e vantagens do servidor militar e as
normas sobre admissão, promoção, estabilidade, limites de idade e condições
de transferência para a inatividade serão estabelecidos no estatuto.
(Vide Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
(Vide Lei Complementar n. 58, de 29/11/2000.)
(Vide Lei Complementar n. 62, de 19/12/2001.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 11 – Aplica-se ao militar o disposto nos §§ 1º, 3º, 4º e 5º do art. 24,


nos §§ 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º do art. 31 e nos §§ 9º, 24 e 25 do art. 36 desta
Constituição e nos incisos VIII, XII, XVII, XVIII e XIX do art. 7º da Constitui-
ção da República.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 10 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 12 – Os militares da mesma patente perceberão os mesmos vencimen-
tos e vantagens, excetuadas as provenientes de cursos ou tempo de serviço.
§ 13 – Aos pensionistas dos militares aplica-se o que for fixado em lei
complementar específica.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 10 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

Seção VII
(Seção renumerada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 40, de
24/5/2000.)
Dos Serviços Públicos
(Vide Lei n. 11.751, de 16/1/1995.)

Art. 40 – Incumbe ao Estado, às entidades da administração indireta


e ao particular delegado assegurar, na prestação de serviços públicos,
a efetividade:
I – dos requisitos, dentre outros, de eficiência, segurança e continuidade
dos serviços públicos, e do preço ou tarifa justa e compensada;
II – dos direitos do usuário.
§ 1º – A delegação da execução de serviço público será precedida de lici-
tação, na forma da lei.
§ 2º – A lei disporá sobre:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação e as condi-
ções de exclusividade do serviço, caducidade, fiscalização e rescisão da con-
cessão ou da permissão;
II – a política tarifária;

136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – a obrigação de o concessionário e o permissionário manterem serviço


adequado.
(Vide Lei n. 14.868, de 16/12/2003.)
§ 3º – É facultado ao Poder Público ocupar e usar temporariamente bens
e serviços, na hipótese de calamidade, situação em que o Estado responderá
pela indenização, em dinheiro e imediatamente após a cessação do evento,
dos danos e custos decorrentes.
§ 4º – As reclamações relativas à prestação de serviço público serão dis-
ciplinadas em lei.
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 12.628, de 6/10/1997.)
(Vide Lei n. 15.298, de 6/8/2004.)
§ 5º – A lei estabelecerá tratamento especial em favor do usuário de baixa renda.
(Vide Lei n. 11.047, de 15/1/1993.)

Seção VIII
(Seção renumerada pela Emenda à Constituição n. 40, de 24/5/2000.)
Da Regionalização

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 41 – O Estado articulará regionalmente a ação administrativa, com o


objetivo de:
I – integrar o planejamento, a organização e a execução de funções públi-
cas, de interesse comum, em área de intensa urbanização;
II – contribuir para a redução das desigualdades regionais, mediante exe-
cução articulada de planos, programas e projetos regionais e setoriais dirigi-
dos ao desenvolvimento global das coletividades do mesmo complexo geoe-
conômico e social;
III – assistir os Municípios de escassas condições de propulsão socioeconô-
mica, situados na região, para que se integrem no processo de desenvolvimento.

137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção II

Da Região Metropolitana, Aglomeração Urbana e Microrregião

Art. 42 – O Estado poderá instituir, mediante lei complementar, região

metropolitana, aglomeração urbana e microrregião constituídas por agrupa-

mento de Municípios limítrofes, para integrar o planejamento, a organização

e a execução de funções públicas de interesse comum.

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65,

de 25/11/2004.)

(Vide Lei Complementar n. 43, de 31/5/1996.)

(Vide Lei Complementar n. 48, de 12/11/1997.)

(Vide Lei Complementar n. 53, de 1/12/1999.)

(Vide Lei Complementar n. 56, de 12/1/2000.)

(Vide Lei Complementar n. 63, de 10/1/2002.)

(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)

(Vide Lei Complementar n. 89, de 12/1/2006.)

(Vide Lei Complementar n. 90, de 12/1/2006.)


(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 106, de 9/1/2009.)
(Vide Lei Complementar n. 107, de 12/1/2009.)

(Vide Lei Complementar n. 122, de 4/1/2012.)

(Vide Lei Complementar n. 124, de 17/10/2012.)

Art. 43 – Considera-se função pública de interesse comum a atividade ou o

serviço cuja realização por parte de um Município, isoladamente, seja inviável

ou cause impacto nos outros Municípios integrantes da região metropolitana.

§ 1º – A gestão de função pública de interesse comum será unificada.


§ 2º – As especificações das funções públicas de interesse comum serão
definidas na lei complementar que instituir região metropolitana, aglomera-
ção urbana e microrregião.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de


25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
(Vide Lei Complementar n. 107, de 12/1/2009.)
Art. 44 – A instituição de região metropolitana se fará com base nos con-
ceitos estabelecidos nesta Constituição e na avaliação, na forma de parecer
técnico, do conjunto dos seguintes dados ou fatores, dentre outros, objetiva-
mente apurados:
I – população e crescimento demográfico, com projeção quinquenal;
II – grau de conurbação e movimentos pendulares da população;
III – atividade econômica e perspectivas de desenvolvimento;
IV – fatores de polarização;
V – deficiência dos serviços públicos, em um ou mais Municípios, com im-
plicação no desenvolvimento da região.
§ 1º – Lei complementar estabelecerá os procedimentos para a elaboração
e a análise do parecer técnico a que se refere o caput deste artigo, indispen-
sável para a apresentação do projeto de lei complementar de instituição de
região metropolitana.
§ 2º – A inclusão de Município em região metropolitana já instituída será
feita com base em estudo técnico prévio, elaborado em conformidade com os
critérios estabelecidos neste artigo.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
Art. 45 – Considera-se região metropolitana o conjunto de Municípios limí-
trofes que apresentam a ocorrência ou a tendência de continuidade do tecido
urbano e de complementaridade de funções urbanas, que tenha como núcleo a
capital do Estado ou metrópole regional e que exija planejamento integrado e
gestão conjunta permanente por parte dos entes públicos nela atuantes.

139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de


25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
Art. 46 – Haverá em cada região metropolitana:
I – uma Assembleia Metropolitana;
II – um Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano;
III – uma Agência de Desenvolvimento, com caráter técnico e executivo;
(Vide Lei Complementar n. 107, de 12/1/2009.)
IV – um Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
V – um Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.
§ 1º – A Assembleia Metropolitana constitui o órgão colegiado de decisão
superior e de representação do Estado e dos municípios na região metropoli-
tana, competindo-lhe:
I – definir as macrodiretrizes do planejamento global da região metro-
politana;
II – vetar, por deliberação de pelo menos dois terços de seus membros, re-
solução emitida pelo Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano.
§ 2º – Fica assegurada, para fins de deliberação, representação paritária
entre o Estado e os Municípios da região metropolitana na Assembleia Metro-
politana, nos termos de lei complementar.
§ 3º – O Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano é o ór-
gão colegiado da região metropolitana ao qual compete:
I – deliberar sobre o planejamento e a execução das funções públicas de
interesse comum;
II – elaborar a programação normativa da implantação e da execução das
funções públicas de interesse comum;
III – provocar a elaboração e aprovar o Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado da região metropolitana;
IV – aprovar as regras de compatibilização entre o planejamento da região
metropolitana e as políticas setoriais adotadas pelo poder público para a região;

140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – deliberar sobre a gestão do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.


§ 4º – Fica assegurada a participação de representantes do Estado, dos
Municípios da região metropolitana e da sociedade civil organizada no Conse-
lho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
Art. 47 – Fica instituído o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, des-
tinado a financiar os planos e projetos da região metropolitana, em consonân-
cia com o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
Art. 48 – Considera-se aglomeração urbana o agrupamento de Municípios
limítrofes que apresentam tendência à complementaridade das funções ur-
banas que exija planejamento integrado e recomende ação coordenada dos
entes públicos.
Parágrafo único. A instituição de aglomeração urbana obedecerá, no que
couber, ao disposto no art. 44.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)
Art. 49 – Considera-se microrregião o agrupamento de Municípios limítro-
fes resultante de elementos comuns físico-territoriais e socioeconômicos que
exija planejamento integrado com vistas a criar condições adequadas para o
desenvolvimento e a integração regional.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)

141
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 50 – O Estado compatibilizará a organização administrativa regional


de seus órgãos da administração direta e indireta com as regiões metropoli-
tanas, aglomerações urbanas e microrregiões.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 65, de
25/11/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 88, de 12/1/2006.)

Subseção III
Das Regiões de Desenvolvimento

Art. 51 – O Estado instituirá autarquias territoriais para planejamento e


orientação da execução articulada de funções e serviços públicos com a fina-
lidade de desenvolvimento global em favor da população do mesmo complexo
geoeconômico e social.
§ 1º – Entre outras atribuições, incumbe à autarquia territorial de desen-
volvimento:
I – coordenar a elaboração dos planos, programas e projetos permanentes
de desenvolvimento integrado da região, orientando, fiscalizando e controlan-
do-lhes a execução, observadas as diretrizes do Governo;
II – articular, no âmbito regional, a ação dos organismos estaduais, para
que se integrem no processo de consecução racionalizada dos objetivos co-
muns de justiça social e desenvolvimento;
III – executar, em articulação com os organismos estaduais, funções pú-
blicas e serviços essenciais da infraestrutura de desenvolvimento do comple-
xo geoeconômico e social;
IV – articular-se com organismo federal, ou internacional, para a captação
de recursos de investimento ou financiamento na região;
V – promover a cultura e preservar as tradições da região.
§ 2º – É obrigatória a inclusão, nas propostas orçamentárias e nos
planos plurianuais de despesas de capital, de dotações especificamente
destinadas às regiões de desenvolvimento, que serão administradas pelas
respectivas autarquias.

142
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Lei complementar disporá sobre as autarquias territoriais de desen-


volvimento, sua organização e funcionamento.
§ 4º – A lei criará o Fundo de Desenvolvimento Regional.
(Vide Lei n. 11.396, de 6/1/1994.)
(Vide Lei n. 14.171, de 15/1/2002.)
(Vide Lei n. 15.019, de 15/1/2004.)

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Seção I
Do Poder Legislativo

Subseção I
Da Assembleia Legislativa

Art. 52 – O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, que


se compõe de representantes do povo mineiro, eleitos na forma da lei.
§ 1º – O número de Deputados corresponde ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 2º – O número de Deputados não vigorará na legislatura em que for fixado.
§ 3º – Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 53 – A Assembleia Legislativa se reunirá, em sessão ordinária, na Ca-
pital do Estado, independentemente de convocação, de primeiro de fevereiro
a dezoito de julho e de primeiro de agosto a vinte de dezembro de cada ano.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 74, de
11/5/2006.)
§ 1º – As reuniões previstas para as datas fixadas neste artigo serão
transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sába-
do, domingo ou feriado.

143
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º – A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem a apro-


vação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias nem encerrada sem que
seja aprovado o projeto da Lei Orçamentária Anual.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 74,
de 11/5/2006.)
§ 3º – No início de cada legislatura, haverá reuniões preparatórias, entre
os dias primeiro e quinze de fevereiro, com a finalidade de:
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 74, de
11/5/2006.)
I – dar posse aos Deputados diplomados;
II – eleger a Mesa da Assembleia para mandato de dois anos, permitida
uma única recondução para o mesmo cargo na eleição subsequente, na mes-
ma legislatura ou na seguinte.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 64, de
10/11/2004.)
§ 4º – Por motivo de conveniência pública e deliberação da maioria de
seus membros, poderá a Assembleia Legislativa reunir-se, temporariamente,
em qualquer cidade do Estado.
§ 5º – A convocação de sessão extraordinária da Assembleia Legislativa
será feita:
I – pelo Governador do Estado, em caso de urgência ou de interesse pú-
blico relevante, com a aprovação da maioria dos membros da Assembleia
Legislativa;
(Inciso com redação dada pelo art. 11 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – por seu Presidente, quando ocorrer intervenção em Município, para o
compromisso e a posse do Governador e do Vice-Governador do Estado, ou,
em caso de urgência ou de interesse público relevante, a requerimento da
maioria de seus membros.

144
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 6º – Na sessão extraordinária, a Assembleia Legislativa somente delibe-


rará sobre a matéria para a qual tenha sido convocada, vedado o pagamento
de parcela indenizatória em razão da convocação.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 74,
de 11/5/2006.)
§ 7º – (Suprimido pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 21, de
3/7/1997.)
Dispositivo suprimido:
“§ 7º – Durante o recesso, haverá uma comissão representativa da As-
sembleia Legislativa, atendida em sua composição, tanto quanto possível, a
proporcionalidade das representações partidárias, observado o seguinte:
I – seus membros são eleitos na última reunião de cada período da sessão
legislativa ordinária e inelegíveis para o recesso subsequente;
II – suas atribuições serão definidas no Regimento Interno;
III – o Presidente da Assembleia será seu membro e a presidirá.”
Art. 54 – Os Secretários de Estado, os dirigentes das entidades da ad-
ministração indireta e os titulares dos órgãos diretamente subordinados ao
Governador do Estado comparecerão, semestralmente, sob pena de respon-
sabilidade no caso de ausência injustificada, às comissões permanentes da
Assembleia Legislativa, para prestarem, pessoalmente, informações sobre a
gestão das respectivas secretarias, entidades e órgãos no semestre anterior,
nos termos de regulamento da Assembleia Legislativa.
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 103,
de 20/12/2019.)
§ 1º – O Secretário de Estado poderá comparecer à Assembleia Legislativa
ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e após entendimento com
a Mesa da Assembleia, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.
§ 2º – A Mesa da Assembleia poderá encaminhar ao Secretário de Estado pe-
dido escrito de informação, e a recusa, ou o não atendimento no prazo de trinta
dias, ou a prestação de informação falsa importam crime de responsabilidade.

145
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – A Mesa da Assembleia poderá encaminhar pedido de informação


a dirigente de entidade da administração indireta, ao Comandante-Geral da
Polícia Militar e a outras autoridades estaduais, e a recusa, ou o não atendi-
mento no prazo de trinta dias, ou a prestação de informação falsa constituem
infração administrativa, sujeita a responsabilização.
§ 4º – Sem prejuízo do disposto no caput, a Assembleia Legislativa ou
qualquer de suas comissões poderão, sempre que julgarem necessário, con-
vocar qualquer dos agentes públicos mencionados no caput para prestar, pes-
soalmente, informações sobre assunto previamente determinado, sob pena
de responsabilidade no caso de ausência injustificada.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 99, de
12/3/2019.)
(Artigo regulamentado pela Deliberação da Mesa da ALMG n. 2.705, de
23/4/2019.)
Art. 55 – As deliberações da Assembleia Legislativa e de suas comissões
serão tomadas por voto aberto e, salvo disposição constitucional em contrá-
rio, por maioria de votos, presente a maioria de seus membros.
Parágrafo único. Adotar-se-á a votação nominal nas deliberações sobre as
proposições a que se refere o art. 63.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 91,
de 17/7/2013.)

Subseção II
Dos Deputados

Art. 56 – O Deputado é inviolável, civil e penalmente, por quaisquer de


suas opiniões, palavras e votos.
§ 1º – O Deputado, desde a expedição do diploma, será submetido a jul-
gamento perante o Tribunal de Justiça.
§ 2º – O Deputado não pode, desde a expedição do diploma, ser preso,
salvo em flagrante de crime inafiançável.

146
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Na hipótese prevista no § 2º deste artigo, os autos serão remetidos


dentro de vinte e quatro horas à Assembleia Legislativa, para que esta, pelo
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 11 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 4º – Recebida a denúncia contra Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Tribunal de Justiça dará ciência à Assembleia Legislativa, que,
por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
§ 5º – O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Legislativa no
prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa.
§ 6º – A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato.
§ 7º – O Deputado não será obrigado a testemunhar sobre informação
recebida ou prestada em razão do exercício do mandato, nem sobre pessoa
que a ele confiou ou dele recebeu informação.
§ 8º – Aplicam-se ao Deputado as regras da Constituição da República
não inscritas nesta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imu-
nidade, remuneração, perda de mandato, licença, impedimento e incorpora-
ção às Forças Armadas.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 54, de
18/12/2002.)
Art. 57 – O Deputado não pode:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, incluídos os
de que seja demissível ad nutum, nas entidades indicadas na alínea anterior;

147
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum nas entidades
indicadas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 58 – Perderá o mandato o Deputado:
I – que infringir proibição estabelecida no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das reuniões ordinárias, salvo licença ou missão autorizada pela Assem-
bleia Legislativa;
IV – que perder os direitos políticos ou os tiver suspensos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Consti-
tuição da República;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º – É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no Regimento Interno, o abuso de prerrogativa assegurada ao Deputado ou a
percepção de vantagem indevida.
§ 2º – Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda de mandato será decidida
pela Assembleia Legislativa pelo voto da maioria de seus membros, por pro-
vocação da Mesa ou de partido político representado na Assembleia Legislati-
va, assegurada ampla defesa.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 91,
de 17/7/2013.)
§ 3º – Nos casos dos incisos III, IV e V, a perda será declarada pela Mesa da
Assembleia, de ofício ou por provocação de qualquer de seus membros ou de par-
tido político representado na Assembleia Legislativa, assegurada ampla defesa.

148
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa


levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspen-
sos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 12 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 59 – Não perderá o mandato o Deputado:
I – investido em cargo de Ministro de Estado, Governador de Território,
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capi-
tal ou de chefe de missão diplomática temporária;
II – licenciado por motivo de doença ou para tratar, sem remuneração,
de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse
cento e vinte dias por sessão legislativa.
§ 1º – O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em
cargo mencionado neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias,
vedada a sua posse em períodos de recesso, excetuando-se a hipótese de
convocação extraordinária da Assembleia Legislativa, caso em que a posse
poderá ocorrer a partir do primeiro dia da sessão extraordinária.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 90,
de 12/7/2012.)
§ 2º – Se ocorrer vaga e não houver suplente, far-se-á eleição para pre-
enchê-la, se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º – Na hipótese do inciso I, o Deputado poderá optar pela remuneração
do mandato.
Art. 59-A À Deputada será concedida licença-maternidade, com duração
de cento e vinte dias, prorrogável automática e imediatamente por mais ses-
senta dias, salvo em caso de solicitação formal da Deputada, e ao Deputado
será concedida licença-paternidade, com duração de 15 dias, sem perda do
subsídio.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 102, de
20/12/2019.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção III
Das Comissões

Art. 60 – A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e tempo-


rárias, constituídas na forma do Regimento Interno e com as atribuições nele
previstas, ou conforme os termos do ato de sua criação.
(Vide Resolução da ALMG n. 5.176, de 6/11/1997.)
§ 1º – Na constituição da Mesa e na de cada comissão é assegurada, tan-
to quanto possível, a participação proporcional dos partidos políticos ou dos
blocos parlamentares representados na Assembleia Legislativa.
§ 2º – Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento
Interno, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo
dos membros da Assembleia;
II – realizar audiência pública com entidade da sociedade civil;
III – realizar audiência pública em regiões do Estado, para subsidiar o pro-
cesso legislativo, observada a disponibilidade orçamentária;
IV – convocar, além das autoridades a que se refere o art. 54, outra auto-
ridade estadual para prestar informação sobre assunto inerente às suas atri-
buições, constituindo infração administrativa a recusa ou o não atendimento
no prazo de trinta dias;
V – receber petição, reclamação, representação ou queixa de qualquer
pessoa contra ato ou omissão de autoridade ou entidade públicas;
VI – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VII – apreciar plano de desenvolvimento e programa de obras do Estado,
de região metropolitana, de aglomeração urbana e de microrregião;
VIII – acompanhar a implantação dos planos e programas de que trata o
inciso anterior e exercer a fiscalização dos recursos estaduais neles investidos.
§ 3º – As Comissões Parlamentares de Inquérito, observada a legislação
específica, no que couber, terão poderes de investigação próprios das auto-
ridades judiciárias, além de outros previstos no Regimento Interno, e serão

150
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

criadas a requerimento de um terço dos membros da Assembleia Legislativa,


para apuração de fato determinado e por prazo certo, e suas conclusões, se
for o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público, ou a outra autoridade
competente, para que se promova a responsabilidade civil, criminal ou admi-
nistrativa do infrator.

Subseção IV
Das Atribuições da Assembleia Legislativa
(Vide Resolução da ALMG n. 5.176, de 6/11/1997.)

Art. 61 – Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do Governador,


não exigida esta para o especificado no art. 62, dispor sobre todas as maté-
rias de competência do Estado, especificamente:
I – plano plurianual e orçamentos anuais;
II – diretrizes orçamentárias;
III – sistema tributário estadual, arrecadação e distribuição de rendas;
IV – dívida pública, abertura e operação de crédito;
V – plano de desenvolvimento;
VI – normas gerais relativas ao planejamento e execução de funções pú-
blicas de interesse comum, a cargo da região metropolitana, aglomeração
urbana e microrregião;
VII – fixação e modificação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 54, de 13/12/1999.)
VIII – criação, transformação e extinção de cargo, emprego e função públi-
cos na administração direta, autárquica e fundacional e fixação de remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;

151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IX – servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,


seu regime jurídico único, provimento de cargos, estabilidade e aposentado-
ria de civil e reforma e transferência de militar para a inatividade;
X – fixação do quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de
economia mista e demais entidades sob controle direto ou indireto do Estado;
XI – criação, estruturação, definição de atribuições e extinção de Secreta-
rias de Estado e demais órgãos da administração pública;
(Inciso com redação dada pelo art. 13 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XII – organização do Ministério Público, da Advocacia do Estado, da De-
fensoria Pública, do Tribunal de Contas, da Polícia Militar, da Polícia Civil e dos
demais órgãos da Administração Pública;
XIII – organização e divisão judiciárias;
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 135, de 27/6/2014.)
XIV – bens do domínio público;
XV – aquisição onerosa e alienação de bem imóvel do Estado;
XVI – transferência temporária da sede do Governo Estadual;
XVII – matéria decorrente da competência comum prevista no art. 23 da
Constituição da República;
XVIII – matéria de legislação concorrente, de que trata o art. 24 da Cons-
tituição da República;
XIX – matéria da competência reservada ao Estado Federado no § 1º do
art. 25 da Constituição da República;
XX – fixação do subsídio do Deputado Estadual, observado o disposto nos
arts. 24, § 7º, e 53, § 6º, desta Constituição, e nos arts. 27, § 2º, 150, caput,
II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da Constituição da República;
(Inciso acrescentado pelo art. 13 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XXI – fixação dos subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Se-


cretários de Estado, observado o disposto no art. 24, §§ 1º e 7º, desta Cons-
tituição, e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da Constituição
da República.
(Inciso acrescentado pelo art. 13 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 62 – Compete privativamente à Assembleia Legislativa:
I – eleger a Mesa e constituir as comissões;
II – elaborar o Regimento Interno;
(Vide Resolução da ALMG n. 5.176, de 6/11/1997.)
III – dispor sobre sua organização, funcionamento e polícia;
IV – dispor sobre a criação, a transformação ou a extinção de cargo, em-
prego e função de seus serviços e de sua administração indireta;
(Inciso com redação dada pelo art. 14 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
V – aprovar crédito suplementar ao orçamento de sua Secretaria, nos ter-
mos desta Constituição;
VI – resolver sobre prisão e sustar o andamento de ação penal contra De-
putado, observado o disposto no art. 56;
(Inciso com redação dada pelo art. 14 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
VII – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“VII – fixar, em cada legislatura, para ter vigência na subsequente, a re-
muneração do Deputado;”
VIII – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“VIII – fixar, para cada exercício financeiro, a remuneração do Governador,
do Vice-Governador e do Secretário de Estado;”

153
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IX – dar posse ao Governador e ao Vice-Governador do Estado;


X – conhecer da renúncia do Governador e do Vice-Governador do Estado;
XI – conceder licença ao Governador do Estado para interromper o exer-
cício de suas funções;
XII – autorizar o Governador a ausentar-se do Estado, e o Vice-Governa-
dor, do País, quando a ausência exceder quinze dias;
XIII – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de pro-
cesso contra o Governador e o Vice-Governador do Estado, nos crimes de
responsabilidade, e, contra o Secretário de Estado, nos crimes de responsa-
bilidade não conexos com os do Governador;
XIV – processar e julgar o Governador e o Vice-Governador do Estado nos
crimes de responsabilidade, e o Secretário de Estado nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;
XV – processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça e o Advogado-Geral
do Estado nos crimes de responsabilidade;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 56, de
11/7/2003.)
XVI – aprovar, por maioria de seus membros, a exoneração, de ofício, do
Procurador-Geral de Justiça, antes do término de seu mandato;
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 91, de
17/7/2013.)
XVII – destituir, na forma da lei orgânica do Ministério Público, por maioria
de seus membros, o Procurador-Geral de Justiça;
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 91, de
17/7/2013.)
XVIII – destituir do cargo o Governador e o Vice-Governador do Estado,
após condenação por crime comum ou de responsabilidade;
XIX – proceder à tomada de contas do Governador do Estado não apre-
sentadas dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa;

154
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XX – julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador do Estado,


e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
XXI – escolher quatro dos sete Conselheiros do Tribunal de Contas;
(Inciso com redação dada pelo art. 14 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XXII – apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas;
XXIII – aprovar, previamente, após arguição pública, a escolha:
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 91, de
17/7/2013.)
a) dos Conselheiros do Tribunal de Contas indicados pelo Governador do
Estado;
b) dos membros do Conselho de Governo indicados pelo Governador do
Estado, do Conselho Estadual de Educação e do Conselho de Defesa Social;
c) de Interventor em Município;
d) dos Presidentes das entidades da administração pública indireta, dos
Presidentes e dos Diretores do sistema financeiro estadual;
(Declarada a inconstitucionalidade da expressão “dos Presidentes das en-
tidades da administração pública indireta” no que se refere à sua aplicação
às empresas estatais – ADI 1.642 – Acórdão publicado no Diário da Justiça
Eletrônico em 19/9/2008.)
e) de titular de cargo, quando a lei o determinar.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 26, de
9/7/1997.)
XXIV – eleger os quatro membros do Conselho de Governo a que se refere
o inciso V do art. 94;
XXV – autorizar celebração de convênio pelo Governo do Estado com
entidade de direito público ou privado e ratificar o que, por motivo de ur-
gência, ou de interesse público, for efetivado sem essa autorização, desde
que encaminhado à Assembleia Legislativa nos dez dias úteis subsequentes
à sua celebração;

155
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Inciso declarado inconstitucional em 7/8/1997 – ADI 165. Acórdão publi-


cado no Diário da Justiça em 26/9/1997.)
XXVI – aprovar convênio intermunicipal para modificação de limites;
XXVII – solicitar a intervenção federal;
XXVIII – aprovar ou suspender a intervenção em Município;
XXIX – suspender, no todo ou em parte, a execução de ato normativo es-
tadual declarado, incidentalmente, inconstitucional por decisão definitiva do
Tribunal de Justiça, quando a decisão de inconstitucionalidade for limitada ao
texto da Constituição do Estado;
XXX – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
XXXI – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XXXII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia do
Estado em operações de crédito;
XXXIII – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XXXIV – aprovar, previamente, a alienação ou a concessão de terra públi-
ca, ressalvados:
a) os casos previstos no § 2º do art. 246 e nos §§ 3º e 8º do art. 247;
b) a alienação ou a concessão de terras públicas e devolutas rurais previs-
tas no art. 247, com área de até 100ha (cem hectares);
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
XXXV – mudar temporariamente sua sede;
XXXVI – dispor sobre o sistema de previdência e assistência social dos seus
membros e o sistema de assistência social dos servidores de sua Secretaria;
(Inciso com redação dada pelo art. 14 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

156
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XXXVII – manifestar-se, perante o Congresso Nacional, após resolução


aprovada pela maioria de seus membros, na hipótese de incorporação, sub-
divisão ou desmembramento de área do território do Estado, nos termos do
art. 48, VI, da Constituição da República;
XXXVIII – autorizar referendo e convocar plebiscito nas questões de com-
petência do Estado.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 46, de
27/12/2000.)
(Inciso regulamentado pela Lei n. 14.044, de 23/10/2001.)
XXXIX – conceder título de cidadão honorário do Estado.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 103, de
20/12/2019.)
§ 1º – No caso previsto no inciso XIV, a condenação, que somente será
proferida por dois terços dos votos da Assembleia Legislativa, se limitará à
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
§ 2º – A representação judicial da Assembleia Legislativa é exercida
por sua Procuradoria-Geral, à qual cabe também a consultoria jurídica do
Poder Legislativo.
§ 3º – O não encaminhamento, à Assembleia Legislativa, dos convênios a
que se refere o inciso XXV, nos dez dias úteis subsequentes à sua celebração,
implica a nulidade dos atos já praticados em virtude de sua execução.
§ 4º – O exercício da competência a que se refere o inciso XXXVIII dar-
-se-á nos termos da lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 46, de
27/12/2000.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 14.044, de 23/10/2001.)

157
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção V
Do Processo Legislativo

Art. 63 – O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emenda à Constituição;
II – lei complementar;
III – lei ordinária;
IV – lei delegada; ou
V – resolução.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, a
alteração e a consolidação das leis.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 60, de
19/12/2003.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar n. 78, de 9/7/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 82, de 30/12/2004.)
Art. 64 – A Constituição pode ser emendada por proposta:
I – de, no mínimo, um terço dos membros da Assembleia Legislativa;
II – do Governador do Estado; ou
III – de, no mínimo, 100 (cem) Câmaras Municipais, manifestada pela
maioria de cada uma delas.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 23, de
7/7/1997.)
§ 1º – As regras de iniciativa privativa pertinentes a legislação infracons-
titucional não se aplicam à competência para a apresentação da proposta de
que trata este artigo.
§ 2º – A Constituição não pode ser emendada na vigência de estado de sítio
ou estado de defesa, nem quando o Estado estiver sob intervenção federal.
§ 3º – A proposta será discutida e votada em dois turnos e considerada
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos membros da As-
sembleia Legislativa.

158
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – A emenda à Constituição, com o respectivo número de ordem, será


promulgada pela Mesa da Assembleia.
§ 5º – A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa.
Art. 65 – A iniciativa de lei complementar e ordinária cabe a qualquer
membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado,
ao Tribunal da Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de Justiça
e aos cidadãos, na forma e nos casos definidos nesta Constituição.
§ 1º – A lei complementar é aprovada por maioria dos membros da As-
sembleia Legislativa.
§ 2º – Consideram-se lei complementar, entre outras matérias previstas
nesta Constituição:
I – o Código de Finanças Públicas e o Código Tributário;
II – a Lei de Organização e Divisão Judiciárias;
III – o Estatuto dos Servidores Públicos Civis, o Estatuto dos Militares e as
leis que instituírem os respectivos regimes de previdência;
(Inciso com redação dada pelo art. 15 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
IV – as leis orgânicas do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Ad-
vocacia do Estado, da Defensoria Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Art. 66 – São matérias de iniciativa privativa, além de outras previstas
nesta Constituição:
I – da Mesa da Assembleia:
a) o Regimento Interno da Assembleia Legislativa;
b) o subsídio do Deputado Estadual, observado o disposto nos arts. 27, §
2º, 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da Constituição da República;
(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
c) os subsídios do Governador, do Vice-Governador e do Secretário de Es-
tado, observado o disposto nos arts. 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º,
I, da Constituição da República;

159
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de


22/12/2010.)
d) a organização da Secretaria da Assembleia Legislativa, seu funciona-
mento e sua polícia, a criação, a transformação ou a extinção de cargo, em-
prego e função e o regime jurídico de seus servidores;
(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
e) a criação de entidade da administração indireta da Assembleia Legislativa;
f) a autorização para o Governador ausentar-se do Estado, e o Vice-Go-
vernador, do País, quando a ausência exceder quinze dias;
g) a mudança temporária da sede da Assembleia Legislativa;
h) a remuneração dos servidores da Secretaria da Assembleia Legislativa,
observados os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e
o disposto nos arts. 24 e 32 desta Constituição;
(Alínea acrescentada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – do Tribunal de Contas, por seu Presidente, a criação e a extinção de
cargo e função públicos e a fixação do subsídio de seus membros e da remu-
neração dos servidores da sua Secretaria, observados os parâmetros da Lei
de Diretrizes Orçamentárias;
(Inciso com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
III – do Governador do Estado:
a) a fixação e a modificação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar;
(Alínea com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
b) a criação de cargo e função públicos da administração direta, autár-
quica e fundacional e a fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros da Lei de Diretrizes Orçamentárias;

160
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) o regime de previdência dos militares, o regime de previdência e o regi-


me jurídico único dos servidores públicos da administração direta, autárquica
e fundacional, incluídos o provimento de cargo e a estabilidade;
(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
d) o quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia
mista e demais entidades sob controle direto ou indireto do Estado;
e) a criação, estruturação e extinção de Secretaria de Estado, órgão autô-
nomo e entidade da administração indireta;
f) a organização da Advocacia do Estado, da Defensoria Pública, da Polícia
Civil, da Polícia Militar e dos demais órgãos da Administração Pública, respei-
tada a competência normativa da União;
g) os planos plurianuais;
h) as diretrizes orçamentárias;
i) os orçamentos anuais;
IV – do Tribunal de Justiça, por seu Presidente:
a) a criação e a organização de juízo inferior e de vara judiciária, a criação
e a extinção de cargo e função públicos e a remuneração dos seus serviços au-
xiliares e dos juízos que lhe forem vinculados, bem como a fixação do subsídio
de seus membros e dos juízes, observados os parâmetros estabelecidos na Lei
de Diretrizes Orçamentárias e o disposto nos arts. 24 e 32 desta Constituição;
(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
b) a criação, a transformação ou a extinção de cargo e função públicos
de sua Secretaria e da Secretaria do Tribunal de Justiça Militar e a fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias e o disposto nos arts. 24 e 32 desta Constituição;
(Alínea com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
c) a organização e a divisão judiciárias e suas alterações.

161
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A iniciativa de que tratam as alíneas “a”, “d”, “e”, “f” e “g” do inciso
I do caput será formalizada por meio de projeto de resolução.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
§ 2º – Ao Procurador-Geral de Justiça é facultada, além do disposto no art.
125, a iniciativa de projetos sobre a criação, a transformação e a extinção de
cargo e função públicos do Ministério Público e dos serviços auxiliares e a fixa-
ção da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na Lei
de Diretrizes Orçamentárias e o disposto nos arts. 24 e 32 desta Constituição.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 16 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
Art. 67 – Salvo nas hipóteses de iniciativa privativa e de matéria indele-
gável, previstas nesta Constituição, a iniciativa popular pode ser exercida pela
apresentação à Assembleia Legislativa de projeto de lei, subscrito por, no míni-
mo, dez mil eleitores do Estado, em lista organizada por entidade associativa le-
galmente constituída, que se responsabilizará pela idoneidade das assinaturas.
§ 1º – Das assinaturas, no máximo vinte e cinco por cento poderão ser de
eleitores alistados na Capital do Estado.
§ 2º – (Suprimido pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 32, de
18/3/1998.)
Dispositivo suprimido:
“§ 2º – Em cada sessão legislativa, o número de proposições populares é
limitado a cinco projetos de lei.”
Art. 68 – Não será admitido aumento da despesa prevista:
I – nos projetos de iniciativa do Governador do Estado, ressalvada a com-
provação da existência de receita e o disposto no art. 160, III;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da As-
sembleia Legislativa, dos Tribunais e do Ministério Público.
Art. 69 – O Governador do Estado poderá solicitar urgência para aprecia-
ção de projeto de sua iniciativa.

162
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Se a Assembleia Legislativa não se manifestar em até quarenta e


cinco dias sobre o projeto, será ele incluído na ordem do dia, sobrestando-se
a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação.
§ 2º – O prazo estabelecido no § 1º não corre em período de recesso da
Assembleia Legislativa nem se aplica a projeto que dependa de quórum es-
pecial para aprovação, a projeto de lei orgânica, estatutária ou equivalente a
código e a projeto relativo a plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça-
mento anual ou crédito adicional.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 42,
de 14/11/2000.)
Art. 70 – A proposição de lei, resultante de projeto aprovado pela Assem-
bleia Legislativa, será enviada ao Governador do Estado, que, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data de seu recebimento:
I – se aquiescer, sancioná-la-á; ou
II – se a considerar, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrária ao
interesse público, vetá-la-á total ou parcialmente.
§ 1º – O silêncio do Governador do Estado, decorrido o prazo, importa sanção.
§ 2º – A sanção expressa ou tácita supre a iniciativa do Poder Executivo
no processo legislativo.
§ 3º – O Governador do Estado publicará o veto e, dentro de quarenta e
oito horas, comunicará seus motivos ao Presidente da Assembleia Legislativa.
§ 4º – O veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea.
§ 5º – A Assembleia Legislativa, dentro de trinta dias contados do recebi-
mento da comunicação do veto, sobre ele decidirá, e sua rejeição só ocorrerá
pelo voto da maioria de seus membros.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 91,
de 17/7/2013.)
§ 6º – Se o veto não for mantido, será a proposição de lei enviada ao Go-
vernador do Estado para promulgação.

163
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 7º – Esgotado o prazo estabelecido no § 5º sem deliberação, o veto será in-


cluído na ordem do dia da reunião imediata, sobrestadas as demais proposições,
até votação final, ressalvada a matéria de que trata o § 1º do artigo anterior.
§ 8º – Se, nos casos dos §§ 1º e 6º, a lei não for, dentro de quarenta e
oito horas, promulgada pelo Governador do Estado, o Presidente da Assem-
bleia Legislativa a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá
ao Vice-Presidente fazê-lo.
Art. 71 – A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa por proposta
da maioria dos membros da Assembleia Legislativa.
Art. 72 – As leis delegadas serão elaboradas pelo Governador do Estado,
por solicitação à Assembleia Legislativa.
§ 1º – Não podem constituir objeto de delegação os atos de competência
privativa da Assembleia Legislativa, a matéria reservada a lei complementar
e a legislação sobre:
I – organização do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de
Contas, a carreira e a garantia de seus membros, bem assim a carreira e a
remuneração dos servidores de suas Secretarias;
II – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º – A delegação ao Governador do Estado terá a forma de resolução
da Assembleia Legislativa, que especificará seu conteúdo e os termos de
seu exercício.
§ 3º – Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela Assembleia
Legislativa, esta o fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Subseção VI
Da Fiscalização e dos Controles

Art. 73 – A sociedade tem direito a governo honesto, obediente à lei e eficaz.


§ 1º – Os atos das unidades administrativas dos Poderes do Estado e de
entidade da administração indireta se sujeitarão a:

164
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – controles internos exercidos, de forma integrada, pelo próprio Poder e


a entidade envolvida;
II – controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, com o auxílio do
Tribunal de Contas; e
III – controle direto, pelo cidadão e associações representativas da comu-
nidade, mediante amplo e irrestrito exercício do direito de petição e represen-
tação perante órgão de qualquer Poder e entidade da administração indireta.
§ 2º – É direito da sociedade manter-se correta e oportunamente infor-
mada de ato, fato ou omissão, imputáveis a órgão, agente político, servidor
público ou empregado público e de que tenham resultado ou possam resultar:
I – ofensa à moralidade administrativa, ao patrimônio público e aos de-
mais interesses legítimos, coletivos ou difusos;
II – prestação de serviço público insuficiente, tardia ou inexistente;
III – propaganda enganosa do Poder Público;
IV – inexecução ou execução insuficiente ou tardia de plano, programa
ou projeto de governo e de programas e projetos priorizados em audiências
públicas regionais; ou
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
V – ofensa a direito individual ou coletivo consagrado nesta Constituição.
§ 3º – Os Poderes do Estado, seus órgãos e entidades, o Tribunal de Con-
tas e o Ministério Público divulgarão, no órgão oficial de imprensa do Estado
e por meio eletrônico de acesso público, até o vigésimo dia do mês subse-
quente ao trimestre vencido, demonstrativo da despesa mensal realizada no
trimestre anterior com remuneração, subsídio e verbas indenizatórias, in-
cluídas as vantagens de natureza pessoal ou de qualquer outra natureza, de
seus servidores, empregados públicos e agentes políticos, ativos e inativos,
discriminada por unidade orçamentária e por cargo, emprego ou função e
respectivos números de ocupantes ou membros.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 61, de


23/12/2003.)
(Vide Resolução da ALMG n. 5.202, de 28/12/2001.)
(Vide art. 4º, inciso X, da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
Art. 74 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do Estado e das entidades da administração indireta é exercida
pela Assembleia Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder e entidade.
§ 1º – A fiscalização e o controle de que trata este artigo abrangem:
I – a legalidade, legitimidade, economicidade e razoabilidade de ato ge-
rador de receita ou determinante de despesa e do de que resulte nascimento
ou extinção de direito ou obrigação;
II – a fidelidade funcional do agente responsável por bem ou valor públicos; e
III – o cumprimento de programa de trabalho expresso em termos mone-
tários, a realização de obra, a prestação de serviço e a execução orçamentá-
ria de propostas priorizadas em audiências públicas regionais.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
§ 2º – Prestará contas a pessoa física ou jurídica que:
I – utilizar, arrecadar, guardar, gerenciar ou administrar dinheiro, bem ou
valor públicos ou pelos quais responda o Estado ou entidade da administração
indireta; ou
II – assumir, em nome do Estado ou de entidade da administração indire-
ta, obrigações de natureza pecuniária.
§ 3º – As unidades administrativas dos Poderes do Estado e as entidades
da administração indireta publicarão, mensalmente, no órgão oficial e, facul-
tativamente, em jornais locais, resumo do demonstrativo das despesas orça-
mentárias executadas no período.

166
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 75 – As disponibilidades de caixa do Estado e dos órgãos ou enti-


dades da administração direta e indireta serão depositadas nas instituições
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei federal.
(Artigo com redação dada pelo art. 17 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 76 – O controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Governador do Esta-
do e sobre elas emitir parecer prévio, em sessenta dias, contados de seu
recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiro, bem ou valor públicos, de órgão de qualquer dos Poderes ou de enti-
dade da administração indireta, facultado valer-se de certificado de auditoria
passado por profissional ou entidade habilitados na forma da lei e de notória
idoneidade técnica;
III – fixar a responsabilidade de quem tiver dado causa a perda, extravio
ou outra irregularidade de que tenha resultado prejuízo ao Estado ou a enti-
dade da administração indireta;
IV – promover a tomada de contas, nos casos em que não tenham sido
prestadas no prazo legal;
V – apreciar, para o fim de registro, a legalidade dos atos de admissão de
pessoal, a qualquer título, pelas administrações direta e indireta, excluídas as
nomeações para cargo de provimento em comissão ou para função de confiança;
VI – apreciar, para o fim de registro, a legalidade dos atos de concessão de
aposentadoria, reforma e pensão, ressalvadas as melhorias posteriores que
não tenham alterado o fundamento legal do ato concessório;
(Vide § 1º do art. 1º da Lei Complementar n. 100, de 5/11/2007.)
VII – realizar, por iniciativa própria, ou a pedido da Assembleia Legislativa
ou de comissão sua, inspeção e auditoria de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial em órgão de qualquer dos Poderes e
em entidade da administração indireta;

167
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VIII – emitir parecer, quando solicitado pela Assembleia Legislativa, sobre


empréstimo e operação de crédito que o Estado realize, e fiscalizar a aplica-
ção dos recursos deles resultantes;
IX – emitir, na forma da lei, parecer em consulta sobre matéria que tenha
repercussão financeira, contábil, orçamentária, operacional e patrimonial;
X – fiscalizar as contas estaduais das empresas, incluídas as supranacio-
nais, de cujo capital social o Estado participe de forma direta ou indireta, nos
termos do ato constitutivo ou de tratado;
XI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ou recebidos
pelo Estado, por força de convênio, acordo, ajuste ou instrumento congênere;
XII – prestar as informações solicitadas pela Assembleia Legislativa, no
mínimo por um terço de seus membros, ou por comissão sua, sobre assunto
de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e
sobre os resultados de auditoria e inspeção realizadas em órgão de qualquer
dos Poderes ou entidade da administração indireta;
XIII – aplicar ao responsável, em caso de ilegalidade de despesa ou irre-
gularidade de contas, a sanção prevista em lei, que estabelecerá, entre ou-
tras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
XIV – examinar a legalidade de ato dos procedimentos licitatórios, de modo
especial dos editais, das atas de julgamento e dos contratos celebrados;
XV – apreciar a legalidade, legitimidade, economicidade e razoabilidade
de contrato, convênio, ajuste ou instrumento congênere que envolvam con-
cessão, cessão, doação ou permissão de qualquer natureza, a título oneroso
ou gratuito, de responsabilidade do Estado, por qualquer de seus órgãos ou
entidade da administração indireta;
XVI – estabelecer prazo para que o órgão ou entidade tome as providên-
cias necessárias ao cumprimento da lei, se apurada ilegalidade;
XVII – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado e comunicar
a decisão à Assembleia Legislativa;

168
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XVIII – representar ao Poder competente sobre irregularidade ou abuso


apurados;
XIX – acompanhar e fiscalizar a aplicação das disponibilidades de cai-
xa do Tesouro Estadual no mercado financeiro nacional de títulos públicos
e privados de renda fixa, e sobre ela emitir parecer para apreciação da
Assembleia Legislativa.
§ 1º – No caso de contrato, o ato de sustação será praticado diretamente
pela Assembleia Legislativa, que, de imediato, solicitará ao Poder competente
a medida cabível.
(Vide art. 3º da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008).
§ 2º – Caso a medida a que se refere o parágrafo anterior não seja efeti-
vada no prazo de noventa dias, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º – A decisão do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terá eficácia de título executivo.
§ 4º – O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa, trimestral e anu-
almente, relatórios de suas atividades.
§ 5º – O Tribunal prestará contas à Assembleia Legislativa.
§ 6º – (Revogado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 78, de
5/10/2007.)
Dispositivo revogado:
“§ 6º – Funcionará no Tribunal, na forma da lei, uma Câmara de Licitação,
à qual incumbirá apreciar conclusivamente a matéria a que se refere o inciso
XIV deste artigo, cabendo recurso de sua decisão ao Plenário.”
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 24,
de 7/7/1997.)
§ 7º – O Tribunal de Contas, no exercício de suas competências, observará
os institutos da prescrição e da decadência, nos termos da legislação em vigor.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 78, de
5/10/2007.)
(Vide art. 118 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 77 – O Tribunal de Contas, com sede na Capital do Estado, é com-


posto de sete Conselheiros e tem quadro próprio de pessoal e jurisdição em
todo o território do Estado.
§ 1º – A lei disporá sobre a organização do Tribunal, que poderá ser divi-
dido em Câmaras, cuja composição será renovada periodicamente.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 78,
de 5/10/2007.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
(Vide Lei Complementar n. 108, de 13/1/2009.)
§ 2º – (Revogado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 78, de
5/10/2007.)
Dispositivo revogado:
“§ 2º – Haverá uma câmara composta de três Conselheiros, renovável
anualmente, para o exercício exclusivo da fiscalização financeira e orçamen-
tária dos Municípios.”
§ 3º – Ao Tribunal de Contas compete privativamente:
I – elaborar seu Regimento Interno, por iniciativa de seu Presidente, ele-
ger seu órgão diretivo e organizar sua Secretaria;
II – submeter à Assembleia Legislativa projeto de lei relativo a criação e
extinção de cargo e a fixação do subsídio de seus membros e da remuneração
dos servidores de sua Secretaria, observados os parâmetros estabelecidos na
Lei de Diretrizes Orçamentárias;
(Inciso com redação dada pelo art. 18 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
III – conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros, aos
seus servidores e aos que lhe forem imediatamente vinculados.
§ 4º – Haverá um Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, ao qual
se aplicam os princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e da in-
dependência funcional e ao qual incumbe, na forma de lei complementar, a
guarda da lei e a fiscalização de sua execução.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 69, de


21/12/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 93, de 2/8/2006.)
(Vide arts. 28 a 32 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 108, de 13/1/2009.)
§ 5º – O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas compõe-se de Pro-
curadores, brasileiros, bacharéis em Direito, aprovados em concurso público
de provas e títulos e nomeados pelo Governador do Estado, que também es-
colherá e nomeará o seu Procurador-Geral dentre aqueles indicados em lista
tríplice elaborada e composta pelos integrantes da carreira, para mandato de
dois anos, permitida uma recondução, na forma de lei complementar.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 69, de
21/12/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 93, de 2/8/2006.)
(Vide arts. 28 a 32 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 108, de 13/1/2009.)
Art. 78 – Os Conselheiros do Tribunal de Contas são escolhidos dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros
ou de administração pública; e
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exijam os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
(Vide Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
§ 1º – Os Conselheiros do Tribunal de Contas são nomeados:
I – dois pelo Governador do Estado, precedida a nomeação de aprovação
da Assembleia Legislativa; e
II – cinco pela Assembleia Legislativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Parágrafo 1º e incisos I e II declarados inconstitucionais em 6/10/2005


– ADI 2.959 e ADI 3.361. Acórdãos publicados no Diário Oficial da União em
30/11/2005.)
§ 2º – Alternadamente, cabe ao Governador prover uma e à Assembleia
duas ou três vagas de Conselheiro.
(Expressão “ou três” declarada inconstitucional em 6/10/2005 – ADI
2.959. Acórdão publicado no Diário Oficial da União em 30/11/2005.)
§ 3º – Das duas vagas a serem providas pelo Governador, uma será pre-
enchida por livre escolha, e a outra, alternadamente, por Auditor e membro
do Ministério Público junto do Tribunal, por este indicados em lista tríplice,
segundo os critérios de antiguidade e merecimento.
(Parágrafo declarado inconstitucional em 6/10/2005 – ADI 3.361. Acórdão
publicado no Diário Oficial da União em 30/11/2005.)
§ 4º – O Conselheiro do Tribunal de Contas tem as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos e subsídio do Desembargador, aplicando-se-
-lhe, quanto a aposentadoria e pensão, as normas constantes no art. 36
desta Constituição.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 19 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
(Vide Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
Art. 79 – Os Auditores do Tribunal de Contas, em número de sete, são
nomeados pelo Governador do Estado, depois de aprovada a escolha pela As-
sembleia Legislativa, cumpridos os seguintes requisitos:
(Caput declarado inconstitucional em 5/3/1997 – ADI 1.067. Acórdão pu-
blicado no Diário da Justiça em 21/11/1997.)
I – ter título de curso superior de Direito, Ciências Econômicas, Ciências
Contábeis ou Administração Pública;
II – ter mais de cinco anos de exercício de função ou de efetiva ativida-
de profissional que exijam os conhecimentos da formação mencionada no
inciso anterior;

172
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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III – ter idoneidade moral e reputação ilibada; e


IV – ter, no mínimo, trinta e, no máximo, sessenta e cinco anos de idade
na data da indicação.
§ 1º – O Auditor tem os mesmos impedimentos e garantias do Juiz de Di-
reito de entrância mais elevada e, quando em substituição a Conselheiro, os
mesmos impedimentos e garantias deste.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 78,
de 5/10/2007.)
§ 2º – O Auditor somente pode aposentar-se com as vantagens do cargo
quando o tiver efetivamente exercido, no Tribunal de Contas, por mais de
cinco anos.
§ 3º – Os Auditores do Tribunal de Contas, em número de quatro, serão
nomeados após aprovação em concurso público de provas e títulos, obser-
vada a ordem de classificação e os requisitos previstos na Lei Orgânica do
Tribunal de Contas.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 69, de
21/12/2004.)
§ 4º – Sempre que ocorrer a vacância de cargo de Auditor do Tribunal de
Contas, será realizado concurso público para seu provimento.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 69, de
21/12/2004.)
§ 5º – O edital do concurso público a que se refere o § 4º deste artigo
será publicado no prazo de cento e oitenta dias contados da ocorrência
da vacância.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 69, de
21/12/2004.)
(Vide arts. 24 a 27 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
Art. 80 – A Comissão Permanente a que se refere o art. 164 pode, diante
de indício de despesa não autorizada, ainda que sob a forma de investimento
não programado ou de subsídio não aprovado, solicitar à autoridade respon-
sável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

173
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Não prestados os esclarecimentos, ou considerados insuficientes, a


Comissão solicitará ao Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a
matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º – Se o Tribunal entender irregular a despesa, a Comissão proporá à
Assembleia Legislativa a sua sustação.
Art. 81 – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e as entidades da
administração indireta manterão, de forma integrada, sistema de controle
interno, com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas nos respectivos planos plu-
rianuais e a execução dos programas de governo e orçamentos;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos da ad-
ministração direta e das entidades da administração indireta, e da aplicação
de recursos públicos por entidade de direito privado;
III – exercer o controle de operações de crédito, avais e garantias e o de
seus direitos e haveres;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-
nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao
Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 82 – Qualquer cidadão, partido político, associação legalmente cons-
tituída ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregula-
ridade ou ilegalidade de ato de agente público.
(Vide arts. 65 a 70 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
Parágrafo único. A denúncia poderá ser feita, em qualquer caso, à Assem-
bleia Legislativa, ou, sobre assunto da respectiva competência, ao Ministério
Público ou ao Tribunal de Contas.

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Seção II
Do Poder Executivo

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 83 – O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, auxi-


liado pelos Secretários de Estado.
Art. 84 – A eleição simultânea do Governador e do Vice-Governador do
Estado, para mandato de quatro anos, será realizada, no primeiro turno,
no primeiro domingo de outubro e, no segundo turno, se houver, no último
domingo de outubro do ano anterior ao do término do mandato vigente, e a
posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano subsequente, observado, quanto
ao mais, o disposto no art. 77 da Constituição da República.
(Caput com redação dada pelo art. 20 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – Perderá o mandato o Governador do Estado que assumir outro car-
go ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse
em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 26, I, IV e V.
(Parágrafo renumerado pelo art. 20 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 2º – O Governador do Estado e quem o houver sucedido ou substituído
no curso do mandato poderá ser reeleito para um único período subsequente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 20 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 85 – A eleição do Governador do Estado importará, para mandato
correspondente, a do Vice-Governador com ele registrado.
§ 1º – O Vice-Governador substituirá o Governador do Estado, no caso de
impedimento, e lhe sucederá, no de vaga.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º – O Vice-Governador, além de outras atribuições que lhe forem con-


feridas por lei complementar, auxiliará o Governador do Estado, sempre que
por ele convocado para missões especiais.
Art. 86 – O Governador e o Vice-Governador do Estado tomarão posse
em reunião da Assembleia Legislativa, prestando o seguinte compromisso:
“Prometo manter, defender e cumprir a Constituição da República e a do Es-
tado, observar as leis, promover o bem geral do povo mineiro e sustentar a
integridade e a autonomia de Minas Gerais”.
Art. 87 – No caso de impedimento do Governador e do Vice-Governador
do Estado ou no de vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
chamados ao exercício do Governo o Presidente da Assembleia Legislativa e
o do Tribunal de Justiça.
§ 1º – Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador do Estado,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 2º – Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do mandato governa-
mental, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última
vaga, pela Assembleia Legislativa, na forma de lei complementar.
§ 3º – Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de
seus antecessores.
Art. 88 – Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governa-
dor ou o Vice-Governador do Estado, salvo motivo de força maior, não tiver
assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 89 – O Governador residirá na Capital do Estado e não poderá, sem
autorização da Assembleia Legislativa, ausentar-se do Estado por mais de
quinze dias consecutivos, sob pena de perder o cargo.
Parágrafo único. O Governador e o Vice-Governador do Estado, no ato da
posse e ao término do mandato, farão declaração pública de seus bens, em
cartório de títulos e documentos, sob pena de responsabilidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção II
Das Atribuições do Governador do Estado

Art. 90 – Compete privativamente ao Governador do Estado:


I – nomear e exonerar o Secretário de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior
do Poder Executivo;
III – prover e extinguir os cargos públicos do Poder Executivo, observado
o disposto nesta Constituição;
IV – prover os cargos de direção ou administração superior das autarquias
e fundações públicas;
V – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
VI – fundamentar os projetos de lei que remeter à Assembleia Legislativa;
VII – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e, para sua fiel execu-
ção, expedir decretos e regulamentos;
VIII – vetar proposições de lei, total ou parcialmente;
IX – elaborar leis delegadas;
X – remeter mensagem e planos de governo à Assembleia Legislativa,
quando da reunião inaugural da sessão legislativa ordinária, expondo a situ-
ação do Estado;
XI – enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual de ação governa-
mental, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias e as propostas de orça-
mento, previstos nesta Constituição;
XII – prestar, anualmente, à Assembleia Legislativa, dentro de sessenta
dias da abertura da sessão legislativa ordinária, as contas referentes ao
exercício anterior;
XIII – extinguir cargo desnecessário, desde que vago ou ocupado por
servidor público não estável, na forma da lei;
XIV – dispor, na forma da lei, sobre a organização e a atividade do Poder
Executivo;

177
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XV – decretar intervenção em Município e nomear Interventor;


XVI – celebrar convênio com entidade de direito público ou privado, obser-
vado o disposto no art. 62, XXV;
(Expressão “observado o disposto no art. 62, XXV” declarada inconstitu-
cional em 7/8/1997 – ADI 165. Acórdão publicado no Diário da Justiça em
26/9/1997.)
XVII – conferir condecoração e distinção honoríficas, ressalvado o disposto
no inciso XXXIX do caput do art. 62 desta Constituição;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 103,
de 20/12/2019.)
XVIII – contrair empréstimo externo ou interno e fazer operação ou acor-
do externo de qualquer natureza, após autorização da Assembleia Legislativa,
observados os parâmetros de endividamento regulados em lei, dentro dos
princípios da Constituição da República;
XIX – solicitar intervenção federal, ressalvado o disposto nesta Constituição;
XX – convocar extraordinariamente a Assembleia Legislativa;
XXI – apresentar ao órgão federal competente o plano de aplicação dos cré-
ditos concedidos pela União, a título de auxílio, e prestar as contas respectivas;
XXII – prover um quinto dos lugares dos Tribunais do Estado, observado o
disposto no art. 94 e seu parágrafo da Constituição da República;
XXIII – nomear Conselheiros e os Auditores do Tribunal de Contas e os
Juízes do Tribunal de Justiça Militar, nos termos desta Constituição;
XXIV – nomear dois dos membros do Conselho de Governo, a que se re-
fere o inciso V do art. 94;
XXV – exercer o comando superior da Polícia Militar e do Corpo de Bom-
beiros Militar, promover seus oficiais e nomeá-los para os cargos que lhes
são privativos;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
XXVI – nomear o Procurador-Geral de Justiça, o Advogado-Geral do Esta-
do e o Defensor Público-Geral, nos termos desta Constituição;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 56, de


11/7/2003.)
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição;
XXVIII – relevar, atenuar ou anular penalidades administrativas impostas
a servidores civis e a militares do Estado, quando julgar conveniente.
(Inciso acrescentado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
Parágrafo único. É vedada a inclusão daqueles inelegíveis em razão de
atos ilícitos, nos termos da legislação federal, em lista tríplice a ser submetida
ao Governador do Estado para escolha e nomeação de autoridades nos casos
previstos nesta Constituição.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 85, de
22/12/2010.)

Subseção III
Da Responsabilidade do Governador do Estado

Art. 91 – São crimes de responsabilidade os atos do Governador do Es-


tado que atentem contra a Constituição da República, esta Constituição e,
especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministé-
rio Público, da União e do Estado;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais, coletivos e sociais;
IV – a segurança interna do País e do Estado;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
§ 1º – Os crimes de que trata este artigo são definidos em lei federal es-
pecial, que estabelece as normas de processo e julgamento.
§ 2º – É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a As-
sembleia Legislativa por crime de responsabilidade.

179
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Nos crimes de responsabilidade, o Governador do Estado será sub-


metido a processo e julgamento perante a Assembleia Legislativa, se admiti-
da a acusação por dois terços de seus membros.
Art. 92 – O Governador do Estado será submetido a processo e julgamen-
to perante o Superior Tribunal de Justiça, nos crimes comuns.
§ 1º – O Governador será suspenso de suas funções:
I – nos crimes comuns, se recebida a denúncia ou a queixa pelo Superior
Tribunal de Justiça; e
(ADI 5.540 julgada parcialmente procedente para dar interpretação con-
forme ao inciso I do § 1º do art. 92, consignando que não há necessidade de
autorização prévia da Assembleia Legislativa para o recebimento de denún-
cia e a instauração de ação penal contra Governador de Estado, por crime
comum, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça, no ato de recebimento da
denúncia ou no curso do processo, dispor, fundamentadamente, sobre a apli-
cação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo. Decisão
publicada no Diário da Justiça Eletrônico em 8/5/2017, p.75, col. 1.)
II – nos crimes de responsabilidade, se admitida a acusação e instaurado
o processo, pela Assembleia Legislativa.
§ 2º – Na hipótese do inciso II do parágrafo anterior, se o julgamento não
estiver concluído no prazo de cento e oitenta dias, cessará o afastamento do
Governador do Estado, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º – Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nos crimes co-
muns, o Governador não estará sujeito a prisão.
(Parágrafo declarado inconstitucional em 19/10/1995 – ADI 1.018. Acórdão
publicado no Diário da Justiça em 17/11/1995 e republicado em 24/11/1995.)
§ 4º – O Governador não pode, na vigência de seu mandato, ser respon-
sabilizado por ato estranho ao exercício de suas funções.
(Parágrafo declarado inconstitucional em 19/10/1995 – ADI 1.018. Acórdão
publicado no Diário da Justiça em 17/11/1995 e republicado em 24/11/1995.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção IV
Do Secretário de Estado

Art. 93 – O Secretário de Estado será escolhido entre brasileiros maiores


de vinte e um anos de idade, no exercício dos direitos políticos, vedada
a nomeação daqueles inelegíveis em razão de atos ilícitos, nos termos da
legislação federal.
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 85, de
22/12/2010.)
§ 1º – Compete ao Secretário de Estado, além de outras atribuições con-
feridas em lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos de sua Se-
cretaria e das entidades da administração indireta a ela vinculadas;
II – referendar ato e decreto do Governador;
III – expedir instruções para a execução de lei, decreto e regulamento;
IV – apresentar ao Governador do Estado relatório anual de sua gestão,
que será publicado no órgão oficial do Estado;
V – comparecer à Assembleia Legislativa, nos casos e para os fins indica-
dos nesta Constituição;
VI – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Governador do Estado.
§ 2º – Nos crimes comuns e nos de responsabilidade, o Secretário será
processado e julgado pelo Tribunal de Justiça e, nos de responsabilidade co-
nexos com os do Governador do Estado, pela Assembleia Legislativa.
§ 3º – O Secretário de Estado está sujeito aos mesmos impedimentos do
Deputado Estadual, ressalvado o exercício de um cargo de magistério.
§ 4º – As condições e a vedação previstas no caput deste artigo aplicam-
-se à nomeação para os cargos de Secretário Adjunto, de Subsecretário de
Estado e para outros cargos que se equiparem a esses e ao de Secretário de
Estado, nos termos da lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 85, de
22/12/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção V
Do Conselho de Governo

Art. 94 – O Conselho de Governo é o órgão superior de consulta do


Governador do Estado, sob sua presidência, e dele participam:
I – o Vice-Governador do Estado;
II – o Presidente da Assembleia Legislativa;
III – os líderes da maioria e da minoria na Assembleia Legislativa;
IV – o Secretário de Estado da Justiça;
V – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de ida-
de, dois dos quais nomeados pelo Governador do Estado e quatro eleitos pela
Assembleia Legislativa, todos com mandato de dois anos, vedada a recondução.
Art. 95 – Compete ao Conselho pronunciar-se sobre questões relevantes
suscitadas pelo Governo Estadual, incluídos a estabilidade das instituições e
os problemas emergentes de grave complexidade e implicações sociais.
Parágrafo único. A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho.

Seção III
Do Poder Judiciário

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 96 – São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Tribunal de Justiça;
II – (Revogado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 63, de 19/7/2004.)
Dispositivo revogado:
“II – os Tribunais de Alçada;”
III – o Tribunal e os Conselhos de Justiça Militar;
IV – os Tribunais do Júri;
V – os Juízes de Direito;
VI – os Juizados Especiais.
(Vide Lei Complementar n. 40, de 24/11/1995.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 97 – Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa


e financeira.
§ 1º – Quando o regular exercício das funções do Poder Judiciário for
impedido pela não satisfação oportuna das dotações que lhe correspondam,
caberá ao Tribunal de Justiça, pela maioria de seus membros, solicitar ao
Supremo Tribunal Federal intervenção da União no Estado.
(Parágrafo renumerado pelo art. 21 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 2º – As custas e os emolumentos serão destinados exclusivamente ao
custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 21 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 98 – Compete ao Tribunal de Justiça a iniciativa da Lei de Organiza-
ção e Divisão Judiciárias do Estado e de suas alterações, observados os se-
guintes princípios:
(Vide Lei Complementar n. 38, de 13/2/1995.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
I – o ingresso na carreira se dará no cargo inicial de Juiz Substituto, me-
diante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, em todas as fases,
sendo exigidos o título de bacharel em Direito e, no mínimo, três anos de ati-
vidade jurídica, e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – promoção de entrância para entrância, por antiguidade e merecimen-
to, alternadamente, observado o seguinte:
a) na apuração de antiguidade, o Tribunal de Justiça poderá recusar o
Juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, assegurada a ampla defesa, repetindo-se a
votação até fixar-se a indicação;
(Alínea com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-


pectiva entrância, desde que integre o Juiz a primeira quinta parte da lista
de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite
o lugar vago;
c) a promoção por merecimento, atendido o disposto na alínea anterior,
resultará de lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça, composta pelos
nomes mais votados dentre os que tenham obtido maioria de votos dos mem-
bros do órgão, e se procederá, para alcançá-la, a até três votações, examina-
dos, em primeiro lugar, os remanescentes de lista anterior;
d) a aferição do merecimento será feita conforme o desempenho, ob-
servados os critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
jurisdição, a frequência e o aproveitamento em cursos de aperfeiçoamento,
oficiais ou reconhecidos, bem como o funcionamento regular dos serviços ju-
diciais na comarca;
(Alínea com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
e) é obrigatória a promoção do Juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;
f) não será promovido ou removido a pedido o Juiz que retiver, injustifica-
damente, autos em seu poder além do prazo legal, ou que mantiver processo
paralisado, pendente de despacho, decisão ou sentença de sua competência,
enquanto perdurar a paralisação;
(Alínea com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
III – o acesso ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal de Justiça Militar
far-se-á alternadamente por antiguidade e merecimento, apurados, res-
pectivamente, entre os Juízes de Direito da entrância mais elevada e entre
os Juízes Auditores;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – serão previstos cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e pro-


moção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitali-
ciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional
de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
V – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 36 desta Constituição;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
VI – o Juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
Tribunal;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
VII – a criação ou restauração de comarca ou vara importará a previsão
das respectivas estruturas administrativa, judiciária, notarial e de registro
definidas na Lei de Organização e Divisão Judiciárias;
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado,
por interesse público, fundar-se-á em decisão pelo voto da maioria absoluta
dos membros do Tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a
ampla defesa;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
IX – os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e as de-
cisões, fundamentadas, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,
em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados ou somente a
estes, nos casos em que a preservação do direito à intimidade do interessado
no sigilo não prejudique o interesse público no que se refere à informação;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

185
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e tomadas


em sessão pública, e as disciplinares, tomadas pelo voto da maioria absoluta
dos membros do Tribunal ou do órgão especial, assegurada a ampla defesa;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício de atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade, e a outra metade, por eleição pelo tribunal pleno;
(Inciso com redação dada pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XII – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas “b”, “d”, “e”
e “f” do inciso II;
(Inciso acrescentado pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XIII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias
coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, e seu funcionamento será
garantido, nos dias em que não houver expediente forense normal, por Juízes
em plantão permanente;
(Inciso acrescentado pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XIV – o número de Juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efe-
tiva demanda judicial e à respectiva população;
(Inciso acrescentado pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
XV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de adminis-
tração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
(Inciso acrescentado pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XVI – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de


jurisdição.
(Inciso acrescentado pelo art. 22 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Parágrafo único. (Revogado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 71,
de 31/8/2005.)
Dispositivo revogado:
“Parágrafo único – Para o acesso ao Tribunal de Justiça, a última entrân-
cia, prevista no inciso III deste artigo, será integrada pelos Juízes de Direito
titulares de varas do juizado comum e pelos Juízes Auxiliares da Comarca de
Belo Horizonte.”
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)
Art. 99 – Um quinto dos lugares dos tribunais de segundo grau será com-
posto de membros do Ministério Público com mais de dez anos de carreira e
de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional, indicados pelos órgãos de repre-
sentação das respectivas classes em lista sêxtupla.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará
lista tríplice e a enviará ao Governador do Estado, que, nos vinte dias subse-
quentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 63,
de 19/7/2004.)
Art. 100 – São garantias do Magistrado:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após o período
de dois anos de exercício;
(Inciso com redação dada pelo art. 23 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – inamovibilidade, salvo a remoção por motivo de interesse público, ob-
servado o disposto no inciso VIII do art. 98 desta Constituição;
(Inciso com redação dada pelo art. 23 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – irredutibilidade do subsídio, ressalvado o disposto no caput e nos §§


1º e 7º do art. 24 desta Constituição e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput,
III, e § 2º, I, da Constituição da República.
(Inciso com redação dada pelo art. 23 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – O magistrado vitalício somente perderá o cargo em decorrência de
sentença judicial transitada em julgado.
§ 2º – Os tribunais estaduais poderão, pelo voto da maioria de seus mem-
bros e assegurada ampla defesa, decidir pela exoneração, por ato ou por
omissão ocorridos durante o biênio do estágio, do magistrado de carreira:
(Caput com redação dada pelo art. 23 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
I – manifestamente negligente no cumprimento dos deveres do cargo;
II – de procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro
das suas funções; ou
III – de insuficiente capacidade de trabalho ou cujo proceder funcional
seja incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário.
§ 3º – Dar-se-á exoneração, com automático afastamento das funções,
ainda que o ato respectivo seja publicado após o biênio.
§ 4º – Em caso de extinção da comarca ou mudança de sede do juízo,
será facultado ao magistrado remover-se para outra comarca de igual en-
trância ou obter disponibilidade com subsídio integral até seu aproveitamen-
to na magistratura.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 23 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
Art. 101 – O subsídio do magistrado será fixado em lei, com diferença não
superior a 10% (dez por cento) nem inferior a 5% (cinco por cento) de uma
categoria da carreira para a subsequente, e não poderá exceder a 90,25%
(noventa vírgula vinte e cinco por cento) do subsídio de Ministro do Supremo
Tribunal Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Caput com redação dada pelo art. 24 da Emenda à Constituição n. 84, de


22/12/2010.)
§ 1º – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“§ 1º – Os vencimentos do Desembargador, excluídas as vantagens de
caráter pessoal, manterão sempre a equivalência resultante do disposto nos
arts. 24, § 1º, e 32.”
§ 2º – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“§ 2º – Alterada a remuneração dos membros dos demais Poderes, o Tri-
bunal de Justiça proporá à Assembleia Legislativa o reajustamento dos venci-
mentos do magistrado, observado o disposto neste artigo.”
§ 3º – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“§ 3º – O magistrado se sujeita aos impostos gerais, inclusive o de renda,
aos extraordinários e aos descontos fixados em lei, observada a isonomia
com os membros dos demais Poderes.”
§ 4º – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“§ 4º – Os proventos do magistrado na inatividade serão pagos na mesma
data e revistos segundo os mesmos índices dos vencimentos do magistrado
em atividade.”
§ 5º – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“§ 5º – Em caso de morte do magistrado, ativo ou inativo, é assegurado o
benefício de pensão correspondente à totalidade da remuneração ou proven-
tos, observado o disposto no parágrafo anterior.”

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 102 – Ao magistrado é vedado:


I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se a atividade político-partidária;
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuição de pes-
soa física ou de entidade pública ou privada, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei;
(Inciso acrescentado pelo art. 25 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou por aposen-
tadoria ou exoneração, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo.
(Inciso acrescentado pelo art. 25 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 103 – Compete privativamente:
I – aos tribunais de segundo grau:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos com
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes
e dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias, seus serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim defini-
dos em lei; e
d) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados.
II – ao Tribunal de Justiça:
a) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

190
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) expedir decisão normativa em matéria administrativa de economia in-


terna do Poder Judiciário, ressalvada a autonomia administrativa do Tribunal
de Justiça Militar;
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)
c) por iniciativa de seu Presidente, elaborar o Regimento Interno e
organizar sua Secretaria e os serviços auxiliares, e os dos juízos que lhe
forem vinculados.
Parágrafo único. Para a eleição a que se refere a alínea “a” do inciso I,
terão direito a voto todos os membros do Tribunal.
Art. 104 – Compete privativamente ao Tribunal de Justiça propor ao
Poder Legislativo, observadas as limitações desta Constituição:
I – a alteração do número de seus membros;
(Inciso com redação dada pelo art. 26 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – a criação e a extinção de cargo e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhe forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes;
(Inciso com redação dada pelo art. 26 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
III – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de 22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“III – a criação ou a extinção dos tribunais inferiores;”
IV – a revisão da organização e da divisão judiciárias, bienalmente;
V – a criação de novas varas.

Subseção II
Do Tribunal de Justiça

Art. 105 – O Tribunal de Justiça, com jurisdição em todo o Estado e sede na


Capital, compor-se-á de desembargadores em número fixado em lei de sua ini-
ciativa, com competência definida nesta Constituição e na legislação pertinente.

191
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Vide Lei Complementar n. 38, de 13/2/1995.)


(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
§ 1º – O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdiciona-
do à Justiça em todas as fases do processo.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 27 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 2º – O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realiza-
ção de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 27 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 106 – Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas
nesta Constituição:
I – processar e julgar originariamente, ressalvada a competência das jus-
tiças especializadas:
a) o Vice-Governador do Estado, o Deputado Estadual, o Advogado-Geral
do Estado e o Procurador-Geral de Justiça, nos crimes comuns;
(Alínea com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 56, de
11/7/2003.)
b) o Secretário de Estado, ressalvado o disposto no § 2º do art. 93, os Juí-
zes do Tribunal de Justiça Militar, os Juízes de Direito, os membros do Ministé-
rio Público, o Comandante-Geral da Polícia Militar e o do Corpo de Bombeiros
Militar, o Chefe da Polícia Civil e os Prefeitos Municipais, nos crimes comuns e
nos de responsabilidade;
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 76, de
21/12/2006.)

192
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) o mandado de segurança contra ato do Governador do Estado, da Mesa


e da Presidência da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal ou de seus
órgãos diretivos e colegiados, de Juiz de Direito, nas causas de sua compe-
tência recursal, de Secretário de Estado, do Presidente do Tribunal de Contas,
do Procurador-Geral de Justiça, do Advogado-Geral do Estado e contra ato da
Presidência de Câmara Municipal ou de suas comissões, quando se tratar de
processo de perda de mandato de Prefeito;
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 58, de
18/12/2003.)
d) habeas corpus, nos processos cujos recursos forem de sua compe-
tência ou quando o coator ou paciente for autoridade diretamente sujeita
à sua jurisdição;
e) habeas data, contra ato de autoridade diretamente sujeita à sua jurisdição;
f) mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora
for atribuição de órgão, de entidade ou de autoridade estadual da administra-
ção direta ou indireta;
g) ação rescisória de julgado seu e revisão criminal em processo de sua
competência;
h) ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou
municipal em face desta Constituição e ação declaratória de constitucionali-
dade de lei ou ato normativo estadual em face desta Constituição;
(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)
i) conflito de competência entre Juízes de Direito, em matéria de sua com-
petência recursal;
j) as causas e os conflitos entre o Estado e os municípios, entre estes e
entre as respectivas entidades da administração indireta;
(Alínea acrescentada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 38, de
7/1/1999.)

193
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

k) reclamação para a preservação de sua competência e a garantia da au-


toridade de suas decisões, conforme estabelecido em lei;
(Alínea acrescentada pelo art. 28 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – julgar, em grau de recurso as causas decididas em primeira instância,
ressalvadas as de competência de Tribunal Federal, do Tribunal de Justiça Mi-
litar ou de órgãos recursais dos juizados especiais;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)
III – solicitar a intervenção no Estado e em Município, nos casos previstos
nesta e na Constituição da República.
§ 1º – (Revogado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)
Dispositivo revogado:
“§ 1º – Nos casos de conexão ou continência entre ações de competência
do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Alçada, prorrogar-se-á a do primeiro,
o mesmo ocorrendo quando, em matéria penal, houver desclassificação para
crime de competência do último.”
§ 2º – Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça expedir ato de nome-
ação, remoção, promoção, disponibilidade e aposentadoria de magistrado de
carreira da respectiva jurisdição.

Subseção III
Dos Tribunais de Alçada

Art. 107 – (Revogado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 63, de


19/7/2004.)
Dispositivo revogado:
“Art. 107 – Os Tribunais de Alçada terão a jurisdição, a sede e os juízes
que a lei determinar.”

194
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 108 – (Revogado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 63, de


19/7/2004.)
Dispositivo revogado:
“Art. 108 – Compete aos Tribunais de Alçada:
I – processar e julgar originariamente:
a) mandado de segurança e habeas corpus contra ato e decisão de Juiz de
primeira instância, desde que relacionados com causa cujo julgamento, em
grau de recurso, seja da sua competência;
b) ação rescisória de julgado seu e revisão criminal em processo de sua
competência;
II – julgar em grau de recurso causa não atribuída expressamente à com-
petência do Tribunal de Justiça ou a órgão recursal dos juizados especiais.”

Subseção IV
Da Justiça Militar

Art. 109 – A Justiça Militar é constituída, em primeiro grau, pelos Juízes


de Direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo Tribunal de
Justiça Militar.
(Artigo com redação dada pelo art. 29 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Art. 110 – O Tribunal de Justiça Militar, com sede na Capital e jurisdição
em todo o território do Estado, compõe-se de juízes Oficiais da ativa, do mais
alto posto da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar, e de juízes civis,
em número ímpar, fixado na Lei de Organização e Divisão Judiciárias, exce-
dendo o número de juízes Oficiais ao de juízes civis em uma unidade.
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 38, de 13/2/1995.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)

195
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Os juízes Oficiais da ativa e os integrantes do quinto constitucional serão

nomeados por ato do Governador do Estado, obedecendo-se a regra do art. 99.

§ 2º – O Juiz do Tribunal de Justiça Militar e o Juiz Auditor gozam, respec-

tivamente, dos mesmos direitos e vantagens do Desembargador e do Juiz de

Direito de entrância mais elevada e sujeitam-se às mesmas vedações.

(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 63,

de 19/7/2004.)

§ 3º – O subsídio do Juiz do Tribunal de Justiça Militar e o do Juiz Auditor

serão fixados em lei, observado o disposto no art. 101 desta Constituição.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 63, de

19/7/2004.)

(Parágrafo com redação dada pelo art. 30 da Emenda à Constituição n. 84,

de 22/12/2010.)

Art. 111 – Compete à Justiça Militar processar e julgar os militares do

Estado, nos crimes militares definidos em lei, e as ações contra atos admi-

nistrativos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a

vítima for civil, cabendo ao Tribunal de Justiça Militar decidir sobre a perda do

posto e da patente de oficial e da graduação de praça.

(Caput com redação dada pelo art. 31 da Emenda à Constituição n. 84, de

22/12/2010.)

Parágrafo único. Compete aos Juízes de Direito do Juízo Militar processar e

julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações ju-

diciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob

a presidência de Juiz de Direito, processar e julgar os demais crimes militares.

(Parágrafo acrescentado pelo art. 31 da Emenda à Constituição n. 84, de

22/12/2010.)

196
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção V
Do Tribunal do Júri

Art. 112 – Em cada comarca funcionará pelo menos um Tribunal do Júri,


com a composição e a organização que a lei federal determinar, assegurados
o sigilo das votações, a plenitude da defesa e a soberania dos vereditos, e
com competência para julgar os crimes dolosos contra a vida.

Subseção VI
Do Juiz de Direito

Art. 113 – O Juiz de Direito exerce a jurisdição comum estadual de pri-


meiro grau e integra a carreira da magistratura nas comarcas e juízos e com
a competência que a Lei de Organização e Divisão Judiciárias determinar.
(Vide Lei Complementar n. 38, de 13/2/1995.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
Parágrafo único. Compete ao Juiz de Direito julgar mandado de injunção
quando a norma regulamentadora for atribuição do Prefeito, da Câmara Muni-
cipal ou de sua Mesa Diretora, ou de autarquia ou fundação pública municipais.
Art. 114 – O Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializa-
das, com competência exclusiva para questões agrárias, para dirimir conflitos
fundiários.
(Caput com redação dada pelo art. 32 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicio-
nal, o juiz se fará presente no local do litígio.
Art. 115 – O Tribunal de Justiça avaliará, periodicamente, as comarcas e
o volume dos trabalhos forenses e proporá, se necessário, a reavaliação das
entrâncias e a criação de novas varas.

197
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção VII
Dos Juizados Especiais

Art. 116 – A competência e a composição dos juizados especiais, inclusive


dos órgãos de julgamento de seus recursos, serão determinadas na Lei de Or-
ganização e Divisão Judiciárias, observado o disposto no art. 98, I, da Constitui-
ção da República, e, no que couber, no inciso VII do art. 98 desta Constituição.
(Vide Lei Complementar n. 40, de 24/11/1995.)
(Vide Lei Complementar n. 46, de 23/12/1996.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)

Subseção VIII
Da Justiça de Paz

Art. 117 – A lei disporá sobre a Justiça de Paz, remunerada, composta de


cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro
anos e competência para celebrar casamento, verificar, de ofício ou em face de
impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
Parágrafo único. A eleição do Juiz de Paz, observado o sistema majoritário
e a coincidência com as eleições municipais, será disciplinada na lei.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 13.454, de 12/1/2000.)

Subseção IX
Do Controle de Constitucionalidade

Art. 118 – São partes legítimas para propor ação direta de inconstitucio-
nalidade e ação declaratória de constitucionalidade:
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – o Governador do Estado;
II – a Mesa da Assembleia;
III – o Procurador-Geral de Justiça;
IV – o Prefeito ou a Mesa da Câmara Municipal;
V – o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de
Minas Gerais;
VI – partido político com representação na Assembleia Legislativa do Estado;
(Inciso com redação dada pelo art. 33 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
VII – entidade sindical ou de classe com base territorial no Estado;
VIII – a Defensoria Pública.
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)
§ 1º – Aplica-se o disposto neste artigo à ação direta de inconstitucionali-
dade de lei ou ato normativo municipal em face da Constituição da República.
(Expressão “em face da Constituição da República” declarada inconstitu-
cional em 12/2/2003 – ADI 508. Acórdão publicado no Diário Oficial da União
em 19/2/2003.)
(Expressão “em face da Constituição da República” declarada inconstitu-
cional em 12/2/2003 – ADI 699. Acórdão publicado no Diário Oficial da União
em 19/2/2003.)
§ 2º – O Procurador-Geral de Justiça será ouvido, previamente, nas ações
diretas de inconstitucionalidade.
§ 3º – Declarada a inconstitucionalidade, a decisão será comunicada à
Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal.
§ 4º – Reconhecida a inconstitucionalidade por omissão de medida para
tornar efetiva norma desta Constituição, a decisão será comunicada ao Poder
competente para adoção das providências necessárias à prática do ato ou
início do processo legislativo, e, em se tratando de órgão administrativo, para
fazê-lo em trinta dias, sob pena de responsabilidade.

199
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 5º – Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em


tese, de norma legal ou ato normativo estadual, citará, previamente, o Ad-
vogado-Geral do Estado e o Procurador-Geral da Assembleia Legislativa, que
defenderão o ato ou texto impugnado, ou, no caso de norma legal ou ato
normativo municipal, o Prefeito e o Presidente da Câmara Municipal, para a
mesma finalidade.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 56,
de 11/7/2003.)
§ 6º – Somente pelo voto da maioria de seus membros ou de seu órgão
especial poderá o Tribunal de Justiça declarar inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo estadual ou municipal, incidentalmente ou como objeto de
ação direta, ou declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo estadu-
al ou municipal que seja objeto de ação declaratória de constitucionalidade.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88,
de 2/12/2011.)
§ 7º – As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Tribunal de Justiça
nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de cons-
titucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante relativa-
mente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta
e indireta nas esferas estadual e municipal.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)
§ 8º – Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circuns-
tância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos au-
tos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou
comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data
para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
autoridade na matéria.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)

200
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 9º – Na hipótese de processamento simultâneo de ação direta de in-


constitucionalidade e de ação declaratória de constitucionalidade que tenham
identidade de objeto, o Tribunal de Justiça adotará as medidas necessárias à
efetivação do princípio da economia processual, ouvindo-se todos os envol-
vidos nesses processos a fim de assegurar o princípio do contraditório e da
ampla defesa.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)

Seção IV
Das Funções Essenciais à Justiça

Subseção I
Do Ministério Público

(Vide Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)


(Vide Lei Complementar n. 61, de 12/7/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 67, de 22/1/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 99, de 14/8/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 126, de 25/6/2013.)
(Vide Lei Complementar n. 136, de 27/6/2014.)
Art. 119 – O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-
ção jurisdicional do Estado, a que incumbe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Parágrafo único. São princípios institucionais do Ministério Público a unida-
de, a indivisibilidade e a independência funcional.
Art. 120 – São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

201
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos constitucionalmente assegurados, promovendo
as medidas necessárias à sua garantia;
III – promover inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do pa-
trimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos;
IV – promover ação de inconstitucionalidade ou representação para o fim de
intervenção do Estado em Município, nos casos previstos nesta Constituição;
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 88, de
2/12/2011.)
V – expedir notificação nos procedimentos administrativos de sua compe-
tência, requisitando informação e documento para instruí-los, na forma da lei
complementar respectiva;
VI – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar respectiva;
VII – requisitar diligência investigatória e instauração de inquérito policial,
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
VIII – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que com-
patíveis com sua finalidade, vedada a representação judicial e a consultoria
jurídica de entidade pública.
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
Art. 121 – Além das funções previstas na Constituição da República e nas
leis, incumbe ao Ministério Público, nos termos de sua lei complementar:
(Vide Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 61, de 12/7/2001.)
I – exercer a fiscalização de estabelecimento prisional ou que abrigue ido-
so, menor, incapaz ou portador de deficiência;
II – participar de organismo estatal de defesa do meio ambiente, do
consumidor, de política penal e penitenciária e de outros afetos à sua área
de atuação.
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)

202
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 122 – Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional, admi-


nistrativa e financeira, cabendo-lhe, especialmente:
(Vide Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 61, de 12/7/2001.)
I – propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos e ser-
viços auxiliares e a fixação do subsídio de seus membros e da remuneração
de seus servidores;
(Inciso com redação dada pelo art. 34 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – expedir, nos termos desta Constituição, ato de provimento de cargo
inicial de carreira e dos serviços auxiliares, de promoção, de remoção, de re-
admissão e de reversão;
III – editar ato de aposentadoria, exoneração, demissão e outros que im-
portem vacância de cargo de carreira ou dos serviços auxiliares;
IV – organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Procuradorias
e Promotorias de Justiça;
V – elaborar regimento interno;
VI – elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
(Inciso acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – Os atos de que tratam os incisos I, II, III e VI do caput deste artigo
são da competência do Procurador-Geral de Justiça.
(Parágrafo renumerado e com redação dada pelo art. 34 da Emenda à
Constituição n. 84, de 22/12/2010.)
§ 2º – Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites mencionados no inciso VI do caput deste artigo.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

203
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Se a proposta orçamentária do Ministério Público for encaminhada


em desacordo com os limites a que se refere o inciso VI do caput deste artigo,
o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolida-
ção da proposta orçamentária anual.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 4º – Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 34 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)
Art. 123 – O Ministério Público Estadual é exercido:
I – pelo Procurador-Geral de Justiça;
II – pelos Procuradores de Justiça;
III – pelos Promotores de Justiça.
§ 1º – Os membros do Ministério Público, em exercício, que gozem de
vitaliciedade, formarão lista tríplice entre os Procuradores de Justiça de cate-
goria mais elevada, na forma da lei complementar, para escolha de seu Pro-
curador-Geral, que será nomeado pelo Governador do Estado para mandato
de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.
(Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar n. 21, de 27/9/1991.)
(Vide art. 74 da Lei Complementar n. 30, de 10/8/1993.)
§ 2º – Recebida a lista tríplice, o Governador do Estado, nos vinte dias
subsequentes, nomeará um dos seus integrantes e lhe dará posse.
§ 3º – Caso o Governador do Estado não nomeie ou emposse o Procura-
dor-Geral de Justiça no prazo do parágrafo anterior, será investido no cargo o
mais votado entre os integrantes da lista, para o exercício do mandato.

204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por delibera-


ção da maioria dos membros do Poder Legislativo, na forma da lei comple-
mentar respectiva.
(Parágrafo regulamentado pela Lei Complementar n. 21, de 27/9/1991.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 30, de 10/8/1993.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)
Art. 124 – O Ministério Público junto do Tribunal de Contas e do Tribunal
de Justiça Militar será exercido por Procurador de Justiça integrante do Minis-
tério Público Estadual.
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Expressão “do Tribunal de Contas e” declarada inconstitucional em
3/4/2003 – ADI 2.068. Acórdão publicado no Diário Oficial da União em
10/4/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 108, de 13/1/2009.)
Art. 125 – É facultada ao Procurador-Geral de Justiça a iniciativa de lei
complementar que disponha sobre:
I – organização, atribuições e Estatuto do Ministério Público, observado
o seguinte:
a) ingresso na carreira do Ministério Público mediante concurso público
de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do
Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, em sua realização, sendo exigidos o
título de bacharel em Direito e, no mínimo, três anos de atividade jurídica, e
observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação;
(Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

205
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) promoção, por antiguidade e merecimento, alternadamente, de uma para


outra entrância ou categoria, e da entrância mais elevada para o cargo imediato
de Procurador de Justiça, aplicado, no que couber, o disposto no art. 98, II;
c) subsídio fixado em lei, com diferença não superior a 10% (dez por cen-
to) nem inferior a 5% (cinco por cento) de uma categoria da carreira para a
subsequente, não podendo exceder o valor atribuído ao Procurador-Geral de
Justiça, que não poderá ser superior ao que perceber o Desembargador do
Tribunal de Justiça;
(Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
d) aposentadoria dos membros do Ministério Público e pensão de seus de-
pendentes, nos termos do art. 36 desta Constituição;
(Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
e) direitos previstos nos incisos VIII, XII, XVII, XVIII e XIX do art. 7º
da Constituição da República, no § 4º e no inciso I do § 6º do art. 31 desta
Constituição;
(Alínea com redação dada pelo art. 35 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
II – controle externo da atividade policial, por meio do exercício das se-
guintes atribuições, entre outras:
a) fiscalizar o cumprimento dos mandados de prisão;
b) receber, diretamente da autoridade policial, os inquéritos e quaisquer
outras peças de informação;
c) fixar prazo para prosseguimento de inquérito policial;
d) requisitar diligência à autoridade policial;
e) inspecionar as unidades policiais civis ou militares;
f) receber cópia de ocorrência lavrada pela Polícia Civil ou pela Polícia Militar;
g) avocar, excepcional e fundamentadamente, inquérito policial em
andamento;

206
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – procedimentos administrativos de sua competência;


IV – manutenção de curadorias especializadas para atuação na defesa do
meio ambiente, dos direitos do consumidor e do patrimônio cultural do Estado.
Parágrafo único. A distribuição de processos no Ministério Público será
imediata.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 35 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 61, de 12/7/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)
Art. 126 – Aos membros do Ministério Público são asseguradas as seguin-
tes garantias:
I – vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada a ampla defesa;
(Inciso com redação dada pelo art. 36 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto no caput e nos §§
1º e 7º do art. 24 desta Constituição e nos arts. 150, caput, II, e 153, caput,
III, e § 2º, I, da Constituição da República.
(Inciso com redação dada pelo art. 36 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Parágrafo único. Aplica-se aos casos de disponibilidade e aposentadoria,
por interesse público, o disposto no inciso II deste artigo.
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)

207
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 127 – Os membros do Ministério Público se sujeitam, entre outras,


às seguintes vedações:
I – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
II – exercer a advocacia;
III – participar de sociedade comercial, na forma da lei;
(Inciso com redação dada pelo art. 37 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
IV – exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
V – exercer atividade político-partidária;
(Inciso com redação dada pelo art. 37 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
VI – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílio ou contribuição de pes-
soa física ou de entidade pública ou privada, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei.
(Inciso acrescentado pelo art. 37 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por inte-
grantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação,
salvo autorização do chefe da instituição.
(Parágrafo renumerado e com redação dada pelo art. 37 da Emenda à
Constituição n. 84, de 22/12/2010.)
§ 2º – Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no inciso V
do art. 102 desta Constituição.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 37 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 80, de 9/8/2004.)
(Vide Lei Complementar n. 94, de 10/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção II
Da Advocacia do Estado

Art. 128 – A Advocacia-Geral do Estado, subordinada ao Governador do


Estado, representa o Estado judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
termos da lei complementar que sobre ela dispuser, as atividades de consul-
toria e assessoramento jurídicos do Poder Executivo.
(Caput com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 56, de
11/7/2003.)
§ 1º – A Advocacia-Geral do Estado será chefiada pelo Advogado-Geral do
Estado, nomeado pelo Governador entre Procuradores do Estado, integrantes
da carreira da Advocacia Pública do Estado, estáveis e maiores de trinta e
cinco anos.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 93,
de 16/6/2014.)
§ 2º – Subordinam-se técnica e juridicamente ao Advogado-Geral do Esta-
do as consultorias, as assessorias, os departamentos jurídicos, as procurado-
rias das autarquias e das fundações e os demais órgãos e unidades jurídicas
integrantes da administração direta e indireta do Poder Executivo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 56,
de 11/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 35, de 29/12/1994.)
(Vide Lei Complementar n. 75, de 13/1/2004.)
§ 3º – O ingresso na classe inicial da carreira da Advocacia Pública do Es-
tado depende de concurso público de provas e títulos, realizado com a parti-
cipação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais,
em todas as suas fases.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 56,
de 11/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 81, de 10/8/2004.)

209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – Ao integrante da carreira referida no § 3º deste artigo é assegurada


estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desem-
penho, após relatório circunstanciado e conclusivo da Corregedoria do órgão.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 56,
de 11/7/2003.)
§ 5º – No processo judicial que versar sobre ato praticado pelo Poder
Legislativo ou por sua administração, a representação do Estado incumbe à
Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa, na forma do § 2º do art. 62.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 56,
de 11/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 30, de 10/8/1993.)
(Vide Lei Complementar n. 68, de 24/7/2003.)
(Vide Lei Complementar n. 83, de 28/1/2005.)
(Vide Lei Complementar n. 86, de 10/1/2006.)
(Vide Lei Complementar n. 96, de 17/1/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 97, de 2/7/2007.)
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 103, de 30/7/2008.)
(Vide Lei Complementar n. 126, de 25/6/2013.)

Subseção III
Da Defensoria Pública

Art. 129 – A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicio-


nal do Estado, a que incumbe a orientação jurídica, a representação judicial e
a defesa gratuitas, em todos os graus, dos necessitados.
§ 1º – À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional e administrativa.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 75, de
8/8/2006.)

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§ 2º – Compete à Defensoria Pública, observados os prazos e os limites


estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, a elaboração de sua pro-
posta orçamentária.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 75, de
8/8/2006.)
§ 3º – No caso de a Defensoria Pública não encaminhar sua proposta or-
çamentária dentro do prazo a que se refere o § 2º, o Poder Executivo consi-
derará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
constantes na lei orçamentária vigente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 75, de
8/8/2006.)
§ 4º – Ocorrendo a hipótese prevista no § 3º ou desacordo entre a pro-
posta orçamentária a que se refere este artigo e os limites estipulados na lei
de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo procederá aos ajustes neces-
sários, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 75, de
8/8/2006.)
Art. 130 – Lei complementar organizará a Defensoria Pública em cargos de
carreira, providos na classe inicial mediante concurso público de provas e títulos,
realizado com participação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado
de Minas Gerais, assegurada aos seus integrantes a garantia de inamovibilidade
e vedado o exercício da advocacia fora de suas atribuições institucionais.
(Caput regulamentado pela Lei Complementar n. 65, de 16/1/2003.)
§ 1º – O Defensor Público-Geral da Defensoria Pública será nomeado pelo
Governador do Estado, escolhido dentre três defensores públicos de classe
final, indicados em lista tríplice pelos integrantes da carreira, para mandato
de dois anos, permitida uma recondução.
§ 2º – É obrigatória a criação de órgão da Defensoria Pública em todas as
comarcas.
(Vide Lei Complementar n. 65, de 16/1/2003.)

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Oficial da Polícia Militar

Art. 131 – Às carreiras disciplinadas nas Seções I, II e III e nas Subse-


ções I, II e III da Seção IV deste capítulo aplica-se o disposto nos arts. 24 e
32 desta Constituição, devendo os servidores integrantes das carreiras a que
se referem as Subseções II e III da Seção IV ser remunerados na forma do §
7º do art. 24.
(Artigo com redação dada pelo art. 38 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

Subseção IV
Da Advocacia

Art. 132 – O advogado é indispensável à administração da Justiça e invio-


lável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Parágrafo único. É obrigatória a representação das partes por advogado,
para ingresso ou defesa em Juízo, perante juiz ou tribunal estadual.

Seção V
Da Segurança do Cidadão e da Sociedade

Subseção I
Da Defesa Social

Art. 133 – A defesa social, dever do Estado e direito e responsabilidade


de todos, organiza-se de forma sistêmica visando a:
I – garantir a segurança pública, mediante a manutenção da ordem públi-
ca, com a finalidade de proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos e
privados, coibindo os ilícitos penais e as infrações administrativas;
II – prestar a defesa civil, por meio de atividades de socorro e assistência,
em casos de calamidade pública, sinistros e outros flagelos;
III – promover a integração social, com a finalidade de prevenir a violência
e a criminalidade.

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Art. 134 – O Conselho de Defesa Social é órgão consultivo do Governador


na definição da política de defesa social do Estado e tem assegurada, em sua
composição, a participação:
I – do Vice-Governador do Estado, que o presidirá;
II – do Secretário de Estado da Justiça e de Direitos Humanos;
III – do Secretário de Estado da Educação;
IV – de um membro do Poder Legislativo Estadual;
V – do Comandante-Geral da Polícia Militar;
VI – do Chefe da Polícia Civil;
VII – de um representante da Defensoria Pública;
VIII – de um representante do Ministério Público;
IX – de três representantes da sociedade civil, sendo um da Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, um da imprensa e um
indicado na forma da lei.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 43, de
14/11/2000.)
§ 1º – Na definição da política a que se refere este artigo, serão observa-
das as seguintes diretrizes:
I – valorização dos direitos individuais e coletivos;
II – estímulo ao desenvolvimento da consciência individual e coletiva de
respeito à lei e ao direito;
III – valorização dos princípios éticos e das práticas da sociabilidade;
IV – prevenção e repressão dos ilícitos penais e das infrações administrativas;
V – preservação da ordem pública;
VI – eficiência e presteza na atividade de colaboração para atuação juris-
dicional da lei penal.
§ 2º – A lei disporá sobre a organização e o funcionamento do Conselho
de Defesa Social.
(Artigo regulamentado pela Lei Delegada n. 173, de 25/1/2007.)

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Art. 135 – A lei disporá sobre a criação e a organização de serviços au-


tônomos de assistência psicossocial e jurídica, a cargo de profissionais com
exercício de suas atividades junto das unidades policiais.

Subseção II
Da Segurança Pública

Art. 136 – A segurança pública, dever do Estado e direito e responsabili-


dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolu-
midade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – Polícia Civil;
II – Polícia Militar;
III – Corpo de Bombeiros Militar.
(Inciso acrescentado pelo art. 7º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide art. 8º da Lei Complementar n. 115, de 5/8/2010.)
Art. 137 – A Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar
se subordinam ao Governador do Estado.
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide art. 2º da Emenda à Constituição n. 83, de 3/8/2010.)
Art. 138 – O Município pode constituir guardas municipais para a prote-
ção de seus bens, serviços e instalações, nos termos do art. 144, § 8º, da
Constituição da República.
Art. 139 – À Polícia Civil, órgão permanente do Poder Público, dirigido por
Delegado de Polícia de carreira e organizado de acordo com os princípios da
hierarquia e da disciplina, incumbem, ressalvada a competência da União, as
funções de polícia judiciária e a apuração, no território do Estado, das infrações
penais, exceto as militares, e lhe são privativas as atividades pertinentes a:
I – Polícia técnico-científica;
II – processamento e arquivo de identificação civil e criminal;
III – registro e licenciamento de veículo automotor e habilitação de condutor.

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Art. 140 – A Polícia Civil é estruturada em carreiras, e as promoções obe-


decerão ao critério alternado de antiguidade e merecimento.
(Vide Lei Complementar n. 23, de 26/12/1991.)
(Vide Lei Complementar n. 84, de 25/7/2005.)
§ 1º – O ingresso na Polícia Civil se dará em classe inicial das carreiras,
mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, realizado priva-
tivamente pela Academia de Polícia Civil.
§ 2º – O exercício de cargo policial civil é privativo de integrantes das res-
pectivas carreiras.
§ 3º – Para o ingresso na carreira de Delegado de Polícia, é exigido o título
de Bacharel em Direito e concurso público, realizado com a participação da
Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, e exigido
curso de nível superior de escolaridade para a de Perito Criminal.
(Vide Lei Complementar n. 84, de 25/7/2005.)
§ 4º – O cargo de Delegado de Polícia integra, para todos os fins, as car-
reiras jurídicas do Estado.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 82, de
14/4/2010.)
Art. 141 – O Chefe da Polícia Civil é livremente nomeado pelo Governador
do Estado dentre os integrantes, em atividade, da classe final da carreira de
Delegado de Polícia.
(Vide Lei Delegada n. 101, de 29/1/2003.)
Art. 142 – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, forças públicas
estaduais, são órgãos permanentes, organizados com base na hierarquia e na
disciplina militares e comandados, preferencialmente, por oficial da ativa do
último posto, competindo:
I – à Polícia Militar, a polícia ostensiva de prevenção criminal, de seguran-
ça, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de mananciais e as ativi-
dades relacionadas com a preservação e restauração da ordem pública, além
da garantia do exercício do poder de polícia dos órgãos e entidades públicos,
especialmente das áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental, de uso
e ocupação do solo e de patrimônio cultural;

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II – ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a execução de ações


de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio, busca
e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas
e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe;
(Inciso regulamentado pela Lei Complementar n. 54, de 13/12/1999.)
III – à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros Militar, a função de polícia
judiciária militar, nos termos da lei federal.
§ 1º – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar são forças auxiliares
e reservas do Exército.
§ 2º – Por decisão fundamentada do Governador do Estado, o comando da
Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar poderá ser exercido por oficial
da reserva que tenha ocupado, durante o serviço ativo e em caráter efetivo,
cargo privativo do último posto da corporação.
§ 3º – Para o ingresso no Quadro de Oficiais da Polícia Militar – QO-PM –
é exigido o título de bacharel em Direito e a aprovação em concurso público
de provas ou de provas e títulos, realizado com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 83, de
3/8/2010.)
§ 4º – O cargo de Oficial do Quadro de Oficiais da Polícia Militar – QO-PM –,
com competência para o exercício da função de Juiz Militar e das atividades
de polícia judiciária militar, integra, para todos os fins, a carreira jurídica mi-
litar do Estado.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 83, de
3/8/2010.)
(Artigo com redação dada pelo art. 9º da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
Art. 143 – Lei complementar organizará a Polícia Militar e o Corpo de
Bombeiros Militar.

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Parágrafo único. Os regulamentos disciplinares das corporações a que se


refere o caput deste artigo serão revistos periodicamente pelo Poder Executi-
vo, com intervalos de no máximo cinco anos, visando ao seu aprimoramento
e atualização.
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Emenda à Constituição n. 39, de
2/6/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 54, de 13/12/1999.)

CAPÍTULO III
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
Da Tributação

Art. 144 – Ao Estado compete instituir:


I – imposto sobre:
a) transmissão causa mortis e doação, de bem ou direito;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no Exterior;
c) propriedade de veículos automotores;
d) (Revogada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 10, de 2/9/1993.)
Dispositivo revogado:
“d) adicional de imposto de renda e proventos de qualquer natureza, inci-
dente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital, em até cinco por cento
do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no ter-
ritório do Estado;”
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;

217
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IV – contribuição de seus servidores e militares, ativos e inativos, bem


como de seus pensionistas, com alíquota não inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União, para custeio de regime pró-
prio de previdência.
(Inciso acrescentado pelo art. 39 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à ad-
ministração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses ob-
jetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei,o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º – As taxas não poderão ter base de cálculo própria de imposto, ou inte-
grar a receita corrente do órgão ou entidade responsável por sua arrecadação.
§ 3º – A instituição do imposto previsto na alínea “a” do inciso I obedece-
rá ao disposto em lei complementar federal, nas hipóteses mencionadas no
inciso III do § 1º do art. 155 da Constituição da República.
Art. 145 – O imposto previsto na alínea “a” do inciso I do artigo anterior
é devido ao Estado:
I – relativamente a bem imóvel e aos respectivos direitos, quando situado
no Estado;
II – relativamente a bem móvel, título e crédito, quando o inventário ou
arrolamento se processar em seu território, ou nele tiver domicílio o doador.
Parágrafo único. O Estado respeitará, na fixação da alíquota do imposto
de que trata este artigo, o índice máximo estabelecido pelo Senado Federal.
Art. 146 – Aplicam-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e so-
bre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação as seguintes normas:
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada ope-
ração relativa à circulação de mercadorias ou prestações de serviços com o
montante cobrado nas anteriores por este ou outro Estado;

218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da


legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e
dos serviços;
IV – as alíquotas estabelecidas em resolução do Senado Federal serão
aplicáveis a operações e prestações interestaduais e de exportação;
V – o Estado fixará as alíquotas para as operações internas, observado o
seguinte:
a) limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Senado Federal para as
operações interestaduais, salvo:
1) deliberação em contrário estabelecida na forma da lei complementar
federal, conforme previsto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da
Constituição da República;
2) por resolução do Senado Federal, na forma da alínea “a” do inciso V do
§ 2º do art. 155 da Constituição da República;
b) limite máximo, na hipótese de resolução do Senado Federal, para a so-
lução de conflito específico que envolva interesse do Estado;
VI – para as operações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do im-
posto; ou
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VII – caberá ao Estado a diferença entre a alíquota interna e a interestadu-
al, nas operações e prestações interestaduais que lhe destinem mercadorias
e serviços para contribuinte do imposto, na qualidade de consumidor final;

219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VIII – o imposto incidirá ainda:


a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pes-
soa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto,
qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no
exterior, se no Estado estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
(Alínea com redação dada pelo art. 40 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas
com serviços não compreendidos na competência tributária do Município;
IX – não haverá incidência do imposto, ressalvada a hipótese prevista
no inciso XI:
a) sobre operação que destine mercadoria para o exterior nem sobre
serviço prestado a destinatário no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e presta-
ções anteriores;
(Alínea com redação dada pelo art. 40 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
b) sobre operação que destine a outro Estado petróleo, lubrificante, com-
bustível líquido e gasoso dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instru-
mento cambial;
d) sobre encargo financeiro incorporado ao valor de operação de venda a
prazo, realizada mediante sistema de crediário, diretamente a consumidor final;
(Alínea declarada inconstitucional em 15/2/1996 – ADI 84. Acórdão publi-
cado no Diário da Justiça em 19/4/1996.)
e) sobre a saída de leite in natura, para consumo, em operação interna;
(Alínea declarada inconstitucional em 15/2/1996 – ADI 84. Acórdão publi-
cado no Diário da Justiça em 19/4/1996.)

220
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Oficial da Polícia Militar

f) sobre prestação de serviço de comunicação nas modalidades de radio-


difusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
(Alínea acrescentada pelo art. 40 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
X – não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto
sobre produtos industrializados, quando a operação realizada entre contri-
buintes e relativa a produto destinado a industrialização ou a comercialização
configure fato gerador dos dois impostos;
XI – as isenções, os incentivos e os benefícios fiscais poderão ser concedi-
dos ou revogados pelo Estado, na forma de lei complementar federal;
XII – à exceção deste imposto, nenhum tributo estadual poderá incidir
sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais.
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 10, de
2/9/1993.)
Art. 147 – A saída de carvão vegetal será acobertada por documento
fiscal emitido no Município produtor e, quando destinada a industrialização
neste Estado, seu imposto poderá ser diferido.
Art. 148 – A microempresa, assim definida em lei, gozará de isenção do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias para destina-
tário localizado neste ou em outro Estado e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
Parágrafo único. Os benefícios estabelecidos neste artigo serão aplicados
ao pequeno e miniprodutor rural, assim classificado pelas normas do Manual
de Crédito Rural.
(Artigo declarado inconstitucional em 15/2/1996 – ADI 84. Acórdão publi-
cado no Diário da Justiça em 19/4/1996.)

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Subseção I
Da Repartição das Receitas Tributárias

Art. 149 – Em relação aos impostos de competência da União, na repar-


tição das respectivas receitas, pertencem ao Estado:
I – o produto da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, pelo Estado, suas autarquias e fundações públicas;
II – vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União
instituir nos termos do art. 154, I, da Constituição da República;
III – a quota-parte do produto da arrecadação do imposto sobre a renda e
proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, na forma
a que se refere o art. 159, I, “a”, e II, da Constituição da República;
IV – trinta por cento do produto da arrecadação do imposto de que trata
o art. 153, § 5º, da Constituição da República.
Art. 150 – Na repartição das respectivas receitas, em relação aos impos-
tos de competência do Estado, pertencem aos Municípios:
I – cinquenta por cento do produto da arrecadação do Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores;
II – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do Imposto sobre
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Ser-
viços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação;
(Vide Lei n. 13.803, de 27/12/2000.)
III – vinte e cinco por cento dos recursos recebidos pelo Estado, em razão
do disposto no inciso II do art. 159 da Constituição da República, na forma
estabelecida no § 1º deste artigo.
§ 1º – As parcelas a que se referem os incisos serão diretamente credi-
tadas em contas próprias dos Municípios beneficiários, em estabelecimento
oficial de crédito, onde houver, observados, quanto às indicadas nos incisos II
e III, os seguintes critérios:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas ope-


rações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços,
realizadas em seus territórios;
II – até um quarto, de acordo com o que dispuser a lei.
(Vide Lei n. 18.030, de 12/1/2009.)
§ 2º – As parcelas do imposto a que se refere o inciso I serão transferidas
pelo Poder Executivo Estadual aos Municípios até o último dia do mês subse-
quente ao da arrecadação.
§ 3º – É vedada a retenção ou a restrição à entrega ou ao emprego dos
recursos atribuídos aos Municípios e previstos nesta subseção, não estando
impedido o Estado de condicionar a entrega de recursos ao pagamento de
seus créditos, inclusive de suas autarquias.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 10,
de 2/9/1993.)
Art. 151 – O Estado divulgará, no órgão oficial, até o último dia do mês
subsequente ao da arrecadação, o montante de cada um dos tributos arre-
cadados, os recursos recebidos e os transferidos sob forma de convênio, os
valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica
dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pelo Estado serão discriminados
por Município.

Subseção II
Das Limitações ao Poder de Tributar

Art. 152 – É vedado ao Estado, sem prejuízo das garantias asseguradas


ao contribuinte e do disposto no art. 150 da Constituição da República e na
legislação complementar específica:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território estadual, ou
que implique distinção ou preferência em relação a Município em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivo fiscal destinado a promover o equilí-
brio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do Estado;

223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – instituir isenção de tributo da competência do Município;


III – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§ 1º – Não será admitida, no período de noventa dias que antecede o
término da sessão legislativa, a apresentação de projeto de lei que tenha por
objeto a instituição ou a majoração de tributo estadual.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 41, de
8/11/2000.)
§ 2º – O disposto no § 1º deste artigo não se aplica a projeto de lei desti-
nado exclusivamente a adaptar lei estadual a norma federal.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 41, de
8/11/2000.)

Seção II
Dos Orçamentos

Art. 153 – Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual de ação governamental;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – o orçamento anual.
Art. 154 – A lei que instituir o plano plurianual de ação governamental
estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Ad-
ministração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para as relativas a programas de duração continuada.
Parágrafo único. O plano plurianual e os programas estaduais, regionais e
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com
o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado e submetidos à apreciação da
Assembleia Legislativa.
Art. 155 – A Lei de Diretrizes Orçamentárias, compatível com o plano plu-
rianual, compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Es-
tadual, incluirá as despesas correntes e de capital para o exercício financeiro

224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre


as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências financeiras oficiais.
§ 1º – O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, de iniciativa do Go-
vernador do Estado, resultará das propostas parciais de cada Poder, do Minis-
tério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria Pública, compatibilizadas
em regime de colaboração.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 73,
de 29/11/2005.)
§ 2º – Para proceder à compatibilização prevista no parágrafo ante-
rior e à efetiva verificação dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, será constituída comissão permanente, composta de seis
membros, indicados:
I – um, pela Mesa da Assembleia;
II – um, pelo Governador do Estado;
III – um, pelo Presidente do Tribunal de Justiça;
IV – um, pelo Procurador-Geral de Justiça;
V – um, pelo Presidente do Tribunal de Contas;
VI – um, pelo Defensor Público-Geral do Estado.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 73,
de 29/11/2005.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 10.572, de 30/12/1991.)
§ 3º – A comissão a que se refere o parágrafo anterior, com amplo acesso a
todos os documentos pertinentes à sua função, emitirá laudo conclusivo sobre a
capacidade real do Estado de arcar com os custos das propostas parciais e indi-
cará, se for o caso, os ajustes necessários ao equilíbrio da despesa com a receita.
§ 4º – A lei definirá os critérios e a competência desta comissão, que
acompanhará e avaliará as receitas do Estado, para o fim de se estabelecer a
justa remuneração do servidor.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 5º – A Lei de Diretrizes Orçamentárias fixará percentual não inferior a


um por cento da receita orçamentária corrente ordinária do Estado, destina-
do ao atendimento das propostas priorizadas nas audiências públicas regio-
nais, a ser incluído na Lei Orçamentária Anual e executado, com o respectivo
pagamento, até o final do exercício financeiro correspondente, sob pena de
responsabilidade, nos termos do inciso VI do art. 91.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
Art. 156 – As propostas orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciá-
rio serão elaboradas, respectivamente, pela Assembleia Legislativa e pelo Tri-
bunal de Justiça, observados os limites estipulados conjuntamente e incluídos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
(Caput com redação dada pelo art. 41 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Parágrafo único. O disposto neste artigo se aplica, no que couber, ao Mi-
nistério Público e ao Tribunal de Contas.
Art. 157 – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, seus fundos, ór-
gãos e entidades da administração direta e indireta;
II – o orçamento de investimento das empresas em que o Estado, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
§ 1º – Integrará a lei orçamentária demonstrativo específico com detalha-
mento das ações governamentais, em nível mínimo, de:
I – objetivos e metas especificados em subprojetos e subatividades;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 27, de
4/9/1997.)
II – fontes de recursos;
III – natureza da despesa;
IV – órgão ou entidade responsável pela realização da despesa;
V – órgão ou entidade beneficiários;

226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – identificação dos investimentos, por região do Estado;


VII – identificação, de forma regionalizada, dos efeitos, sobre as receitas
e despesas, decorrentes de isenções, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 2º – O orçamento, compatibilizado com o Plano Mineiro de Desenvolvi-
mento Integrado, terá, entre suas funções, a de reduzir desigualdades entre
as regiões do Estado, segundo critério populacional.
§ 3º – A lei orçamentária anual não conterá disposição estranha à previsão
da receita e à fixação da despesa, ressalvadas a autorização para a abertura
de crédito suplementar e a contratação de operação de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 4º – O Estado publicará, até o dia trinta do mês subsequente ao da
competência, balancetes mensais de sua execução orçamentária e financeira.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 4,
de 29/5/1992.)
§ 5º – Para subsidiar a elaboração do Plano Mineiro de Desenvolvimento
Integrado, do plano plurianual de ação governamental e da proposta orça-
mentária anual, a Assembleia Legislativa sistematizará e priorizará, em audi-
ência pública regional, realizada a cada dois anos, as propostas resultantes de
audiências públicas municipais realizadas pelos poderes públicos locais, nos
termos de regulamentação.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 12, de
1/9/1994.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 36,
de 29/12/1998.)
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 11.745, de 16/1/1995.)
§ 6º – O Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder Legislativo, o Poder
Judiciário e o Poder Executivo, com a finalidade de prestarem informações e
colherem subsídios para as ações pertinentes a seu âmbito de competência,
participarão da audiência pública regional a que se refere o § 5º.

227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 12, de


1/9/1994.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 36,
de 29/12/1998.)
§ 7º – (Suprimido pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
Dispositivo suprimido:
“§ 7º – Os Poderes Executivo e Judiciário do Estado promoverão, nos
Municípios e nas datas designados para a realização das audiências públicas
regionais pela Assembleia Legislativa, audiência pública a fim de prestar in-
formações e colher subsídios para as ações pertinentes a seus respectivos
âmbitos de competência.”
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 12, de
1/9/1994.)
Art. 158 – A lei orçamentária assegurará investimentos prioritários em
programas de educação, saúde, habitação, saneamento básico, proteção ao
meio ambiente, fomento ao ensino, à pesquisa científica e tecnológica, ao es-
porte e à cultura e ao atendimento das propostas priorizadas nas audiências
públicas regionais.
(Caput com redação dada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
§ 1º – Os recursos para os programas de saúde não serão inferiores aos
destinados aos investimentos em transporte e sistema viário.
(Parágrafo renumerado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 36, de
29/12/1998.)
§ 2º – Tomando-se como referência as respectivas dotações orçamentá-
rias, o percentual executado e pago das despesas com publicidade não será
superior, em cada trimestre, ao percentual executado e pago das despe-
sas decorrentes das propostas priorizadas nas audiências públicas regionais,
ressalvados os casos de despesas imprevisíveis e urgentes, decorrentes de
calamidade pública.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 36, de


29/12/1998.)
Art. 159 – Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da
lei orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administra-
ção direta e indireta, e condições para a instituição e funcionamento de fundo.
(Inciso regulamentado pela Lei Complementar n. 29, de 26/7/1993.)
(Inciso regulamentado pela Lei Complementar n. 52, de 25/11/1999.)
(Vide Lei Complementar n. 91, de 19/1/2006.)
III – dispor sobre procedimentos que serão adotados em caso de impe-
dimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 6º
do art. 160.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
Art. 160 – Os projetos de lei relativos a plano plurianual, às diretrizes or-
çamentárias, ao orçamento anual e a crédito adicional serão apreciados pela
Assembleia Legislativa, observado o seguinte:
I – caberá à Comissão Permanente de Fiscalização Financeira e Orçamen-
tária da Assembleia Legislativa:
a) examinar e emitir parecer sobre os projetos de que trata este artigo e
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Governador do Estado;
b) examinar e emitir parecer sobre os planos e programas estaduais, re-
gionais e setoriais previstos nesta Constituição, e exercer o acompanhamento
e a fiscalização orçamentários, sem prejuízo da atuação das demais comis-
sões da Assembleia Legislativa;
II – as emendas serão apresentadas na Comissão indicada no inciso I, a
qual sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Ple-
nário da Assembleia Legislativa;

229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – as emendas ao projeto da lei do orçamento anual ou a projeto que a


modifique somente podem ser aprovadas caso:
a) sejam compatíveis com o plano plurianual e com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias;
b) indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
1) dotação para pessoal e seus encargos;
2) serviço da dívida;
3) transferência tributária constitucional para Município; ou
c) sejam relacionadas:
1) com a correção de erro ou omissão; ou
2) com as disposições do projeto de lei.
§ 1º – O Governador do Estado poderá enviar mensagem à Assembleia
Legislativa, para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo,
enquanto não iniciada, na Comissão a que se refere o inciso I, a votação da
parte cuja alteração for proposta.
§ 2º – Os projetos de lei do plano plurianual das diretrizes orçamentárias e
do orçamento anual serão enviados pelo Governador do Estado à Assembleia
Legislativa, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 159.
§ 3º – Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou su-
plementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 4º – As emendas individuais apresentadas ao Projeto de Lei do Orça-
mento Anual serão aprovadas no limite de 1,0% (um por cento) da receita
corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo
que 50% (cinquenta por cento) desse percentual será destinado a ações e
serviços públicos de saúde, ressalvado o disposto no art. 139 do Ato das Dis-
posições Constitucionais Transitórias.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 5º – A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de


saúde previsto no § 4º, inclusive custeio, será computada para fins do cum-
primento do disposto no inciso II do § 2º do art. 198 da Constituição da Re-
pública, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 6º – É obrigatória a execução orçamentária e financeira, de forma equi-
tativa, das programações incluídas na Lei Orçamentária Anual por:
I – emendas individuais, nos termos previstos no § 4º, no montante cor-
respondente a 1,0% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no
exercício anterior, ressalvado o disposto no art. 140 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias;
II – emendas de blocos e bancadas constituídos nos termos do Regimento
Interno da Assembleia Legislativa, no montante correspondente a 0,0041%
(zero vírgula zero zero quarenta e um por cento) da receita corrente líqui-
da realizada no exercício anterior, por deputado integrante do bloco ou da
bancada, ressalvado o disposto no caput do art. 141 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)
§ 7º – Para fins do disposto no § 6º, considera-se equitativa a execução
das programações de caráter obrigatório que observe critérios objetivos e
imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apre-
sentadas, independentemente da autoria.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)

231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 8º – Em até dois dias úteis após a publicação do relatório resumido


da execução orçamentária referente ao exercício financeiro anterior ou cinco
dias úteis após a publicação da Lei Orçamentária Anual, o que ocorrer por úl-
timo, o Poder Executivo promoverá a abertura de sistema para que os parla-
mentares, no prazo estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, façam as
indicações referentes às programações incluídas pelas emendas especificadas
nos incisos I e II do § 6º, contendo, no mínimo, o número da emenda, o nome
do parlamentar ou a identificação do bloco ou da bancada, conforme o caso,
o nome do beneficiário e o respectivo valor, com observância dos percentuais
destinados a ações e serviços públicos de saúde e à manutenção e ao desen-
volvimento do ensino, nos termos dos §§ 4º e 18.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)
§ 9º – As programações a que se refere o § 6º não serão de execução
obrigatória nos casos em que ocorram impedimentos de ordem técnica
insuperáveis.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)
§ 10 – Para cumprimento do disposto no § 6º deste artigo, os órgãos de
execução observarão o cronograma de análise e verificação de eventuais im-
pedimentos e de indicação de prioridades, pelos parlamentares, pelo bloco
ou pela bancada, para a execução das programações, previsto na Lei de Di-
retrizes Orçamentárias, que conterá também os procedimentos necessários à
viabilização da execução dos respectivos montantes.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.


100, de 4/9/2019.)
§ 11 – (Revogado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 100, de
4/9/2019.)
Dispositivo revogado:
“§ 11 – Após o prazo previsto no inciso IV do § 10, a execução das pro-
gramações a que se refere o § 6º não será obrigatória nos casos dos impedi-
mentos justificados nos termos do inciso I do § 10.”
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 12 – A execução orçamentária e financeira obrigatória prevista no § 6º
deverá ocorrer dentro do exercício financeiro da respectiva Lei Orçamentária
Anual, observado o seguinte:
I – no caso das emendas previstas no inciso I do § 6º, é vedado o cômputo
de qualquer percentual de restos a pagar das programações orçamentárias
para o cumprimento da execução orçamentária e financeira;
II – no caso das emendas previstas no inciso II do § 6º, poderão ser con-
sideradas, para o cômputo da execução orçamentária, as despesas inscritas
em restos a pagar no exercício da respectiva Lei Orçamentária Anual relativas
exclusivamente às emendas executadas na modalidade de aplicação direta,
até o limite de 50% (cinquenta por cento) do valor dessas emendas;
III – na hipótese de não pagamento ou de cancelamento dos restos a
pagar a que se refere o inciso II deste parágrafo no exercício seguinte ao
da inscrição, montante equivalente deverá ter sua execução orçamentária
e financeira realizada até o término do exercício subsequente, mediante
dotação específica para essa finalidade, sem prejuízo do percentual a ser
executado no exercício.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)

233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 13 – Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa po-


derá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida
na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o montante previsto no § 6º poderá
ser reduzido em índice igual ou inferior ao incidente sobre o conjunto das
despesas discricionárias.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 14 – Transferência obrigatória do Estado destinada a município, para
a execução da programação prevista no § 6º deste artigo, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo
da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de
pessoal de que trata o caput do art. 169 da Constituição da República.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 15 – Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público
e a Defensoria Pública encaminharão à Assembleia Legislativa relação atua-
lizada das programações incluídas na Lei Orçamentária Anual nos termos do
§ 6º, detalhando o estágio da execução e indicando os impedimentos, caso
existentes, e as eventuais reduções em seu montante a que se refere o § 13.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)
§ 16 – A relação de que trata o § 15 conterá:
I – classificação funcional e programática da programação;
II – número da emenda;
III – número e beneficiário dos respectivos convênios ou instrumentos
congêneres;
IV – execução orçamentária e financeira;

234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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V – eventuais impedimentos, bloqueios e outras ocorrências, com a devida


justificação.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 17 – Nos três meses a que se refere o inciso VI do art. 73 da Lei Federal
n. 9.504, de 30 de setembro de 1997, poderão ser executadas, abrangendo
o empenho, a liquidação e o pagamento, as programações relativas às ações
de apoio à manutenção de unidades de saúde, inclusive as decorrentes de
emendas individuais ou de blocos e bancadas, com destinação de recursos
correntes para manutenção de entidades públicas e privadas.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n.
100, de 4/9/2019.)
§ 18 – No mínimo 50% (cinquenta por cento) do montante a que se refere
o inciso II do § 6º serão destinados a ações e serviços públicos de saúde ou
à manutenção e ao desenvolvimento do ensino, e o restante será destinado a
projetos e atividades identificados no Plano Plurianual de Ação Governamen-
tal como de atuação estratégica, ressalvado o disposto no § 1º do art. 141 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 100, de
4/9/2019.)
§ 19 – Regulamento da Assembleia Legislativa disporá sobre os procedi-
mentos de apresentação das emendas a que se refere o § 6º, sendo vedada,
no caso do inciso II, a apresentação de emenda por bancada que componha
bloco parlamentar.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 100, de
4/9/2019.)
(Artigo regulamentado pela Decisão da Mesa da ALMG, de 16/10/2019.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 160-A A transferência a municípios de recursos estaduais decorren-


tes de programações incluídas na Lei Orçamentária Anual por emendas indi-
viduais, de blocos e de bancadas nos termos do § 6º do art. 160 poderá ser
feita por meio de uma das seguintes modalidades:
I – transferência especial;
II – transferência com finalidade definida.
§ 1º – Os recursos transferidos na forma do caput não integrarão a receita
dos municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa
com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 14 do art. 160, e do endivida-
mento do ente federado beneficiado, vedada, em qualquer caso, a aplicação
dos recursos a que se refere o caput no pagamento de:
I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos
e com pensionistas;
II – encargos referentes ao serviço da dívida.
§ 2º – Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput,
os recursos:
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, indepen-
dentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere;
II – passarão a pertencer ao ente federado beneficiado no ato da efetiva
transferência financeira;
III – serão aplicados em programações finalísticas das áreas de compe-
tência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto
no § 5º deste artigo.
§ 3º – O ente federado beneficiado pela transferência especial a que se refere
o inciso I do caput poderá firmar contratos de cooperação técnica a fim de sub-
sidiar o acompanhamento da execução orçamentária na aplicação dos recursos.
§ 4º – Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II
do caput, os recursos:
I – serão vinculados às programações estabelecidas nas emendas parla-
mentares ou indicadas na forma do § 8º do art. 160;
II – serão aplicados nas áreas de competência constitucional do Estado.

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§ 5º – Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais


de que trata o inciso I do caput deverão ser aplicadas em despesas de capital,
observada a vedação a que se refere o inciso II do § 1º deste artigo.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 101, de
20/12/2019.)
Art. 161 – São vedados:
I – o início de programa ou projeto não incluídos na Lei Orçamentária anual;
II – a realização de despesa ou assunção de obrigação direta que excedam
os créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operação de crédito que exceda o montante das des-
pesas de capital, ressalvada a autorizada mediante crédito suplementar ou
especial com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo, pela maio-
ria de seus membros;
IV – a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesas,
ressalvadas:
a) a repartição da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 149;
b) a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensi-
no, como determinado pelo art. 201;
c) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, prevista no art. 157, § 3º;
d) a destinação de recursos para o amparo e fomento à pesquisa, prevista
no art. 212;
e) a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento
de débitos para com esta;
(Alínea acrescentada pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 10, de
2/9/1993.)
f) a destinação de recursos para a Universidade do Estado de Minas Gerais
– Uemg – e para a Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes –,
prevista no art. 199.
(Alínea acrescentada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 47, de
27/12/2000.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Declarada a inconstitucionalidade da Emenda à Constituição n. 47, de


27/12/2000 – que acrescentou a alínea “f” –, em 4/3/2009 – ADI 2.447.
Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 4/12/2009.)
g) a realização de atividades da administração tributária;
(Alínea acrescentada pelo art. 42 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro sem
prévia autorização legislativa;
VII – a concessão ou utilização de crédito ilimitado;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos previstos no art. 158, para suprir necessidade ou cobrir déficit de
empresa, fundação pública ou fundo;
IX – a instituição de fundo de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa;
X – o lançamento de títulos da dívida pública estadual e a realização de
operação de crédito interna e externa, sem prévia autorização da Assembleia
Legislativa;
XI – a aplicação de disponibilidade de caixa do Estado em títulos, valores
mobiliários e outros ativos de empresa privada;
XII – o aporte de recursos pelo Estado, por suas autarquias e fundações, por
empresas públicas e sociedades de economia mista, a entidade de previdência
complementar privada, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual,
em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado;
(Inciso acrescentado pelo art. 42 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
(Vide Lei Complementar n. 132, de 7/11/2014.)

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XIII – a transferência voluntária de recursos e a concessão de emprés-


timos, inclusive por antecipação de receita, pelo Estado e suas instituições
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo e inativo e com
pensionistas dos Municípios.
(Inciso acrescentado pelo art. 42 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
§ 1º – Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício finan-
ceiro poderá, sob pena de crime de responsabilidade, ser iniciado sem prévia
inclusão no plano plurianual ou sem lei que a autorize.
§ 2º – Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que tenham sido autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente.
§ 3º – A abertura de crédito extraordinário somente será admitida, ouvi-
do o Conselho de Governo e ad referendum da Assembleia Legislativa, por
resolução, para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, decorrentes de
calamidade pública.
§ 4º – É permitida a vinculação dos recursos de que trata o art. 149 para
os efeitos previstos no inciso IV, alínea “e”, deste artigo.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Emenda à Constituição n. 10, de
2/9/1993.)
Art. 162 – Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, aí
compreendidos os créditos suplementares e especiais destinados aos órgãos
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Con-
tas e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues em duodécimos, até o dia
vinte de cada mês.
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 75, de
8/8/2006.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º – O repasse financeiro dos recursos a que se refere este artigo será


feito mediante crédito automático em conta própria de cada órgão men-
cionado no caput deste artigo pela instituição financeira centralizadora da
receita do Estado.
(Parágrafo declarado inconstitucional em 3/2/2003 – ADI 1.901. Acórdão
publicado no Diário Oficial da União em 10/2/2003.)
§ 2º – É vedada a retenção ou restrição ao repasse ou emprego dos re-
cursos atribuídos aos órgãos mencionados no caput deste artigo, sob pena de
crime de responsabilidade.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 31, de
30/12/1997.)
(Vide Lei Complementar n. 64, de 25/3/2002.)
(Expressão “sob pena de crime de responsabilidade” declarada inconstitu-
cional em 3/2/2003 – ADI 1.901. Acórdão publicado no Diário Oficial da União
em 10/2/2003.)
Art. 163 – Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Estadual ou
Municipal, em virtude de sentença judicial, far-se-ão exclusivamente na or-
dem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos res-
pectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orça-
mentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º – É obrigatória, no orçamento das entidades de direito público, a
inclusão da verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sen-
tenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apre-
sentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento, em valores atualizados
monetariamente, até o final do exercício seguinte.
§ 2º – As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consigna-
dos diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que
proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar o
sequestro da quantia respectiva, a requerimento do credor, exclusivamente
para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não aloca-
ção orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito.

240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou

omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incor-

rerá em crime de responsabilidade.

§ 4º – Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decor-

rentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementa-

ções, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez,

fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transita-

da em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos.

§ 5º – O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de

precatórios, não se aplica ao pagamento de obrigações definidas em lei como

de pequeno valor, devidas pelas Fazendas Públicas estadual ou municipal em

virtude de sentença judicial transitada em julgado.

§ 6º – O Estado e os Municípios poderão fixar, por leis próprias, valores

distintos para os débitos das entidades de direito público a serem conside-

rados de pequeno valor para fins do disposto no § 5º, segundo a capacidade

econômica de cada entidade, valores esses que não poderão ser inferiores ao

do maior benefício pago pelo regime geral de previdência social.

§ 7º – É proibida a expedição de precatório complementar ou suplementar

de valor pago, bem como o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor

da execução, vedado o pagamento em parte na forma estabelecida no § 5º

deste artigo e em parte mediante expedição de precatório.

(Artigo com redação dada pelo art. 43 da Emenda à Constituição n. 84, de

22/12/2010.)

Art. 164 – Os projetos de lei de que trata esta seção serão apreciados,

na forma do Regimento, por comissão permanente da Assembleia Legislativa,

com a competência indicada no inciso I do art. 160.

241
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO IV
DO MUNICÍPIO

Art. 165 – Os Municípios do Estado de Minas Gerais integram a República


Federativa do Brasil.
§ 1º – O Município, dotado de autonomia política, administrativa e finan-
ceira, organiza-se e rege-se por sua Lei Orgânica e demais leis que adotar,
observados os princípios da Constituição da República e os desta Constituição.
§ 2º – Ao Município incumbe gerir interesses da população situada em
área contínua do território do Estado, de extensão variável, delimitada em lei.
§ 3º – O Município se sujeita às vedações do art. 19 da Constituição
da República.
§ 4º – Todo o poder do Município emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos de sua Lei Orgânica e
da Constituição da República.
§ 5º – O Município pode subdividir-se em Distritos e, estes, em Subdistritos.
Art. 166 – O Município tem os seguintes objetivos prioritários:
I – gerir interesses locais, como fator essencial de desenvolvimento
da comunidade;
II – cooperar com a União e o Estado e associar-se a outros Municípios, na
realização de interesses comuns;
III – promover, de forma integrada, o desenvolvimento social e econômico
da população de sua sede e dos Distritos;
IV – promover plano, programas e projetos de interesse dos segmentos
mais carentes da sociedade;
V – estimular e difundir o ensino e a cultura, proteger o patrimônio cultural
e histórico e o meio ambiente e combater a poluição;
VI – preservar a moralidade administrativa.
Art. 167 – Lei complementar estabelecerá os requisitos para a criação,
incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, observado o disposto
no art. 18, § 4º, da Constituição da República.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 37, de 18/1/1995.)


(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 39, de 23/6/1995.)
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 47, de 27/12/1996.)
Art. 168 – O topônimo pode ser alterado em lei estadual, verificado o
seguinte:
I – resolução da Câmara Municipal, aprovada por, no mínimo, dois terços
de seus membros;
II – aprovação da população interessada, em plebiscito, com manifestação
favorável de, no mínimo, metade dos respectivos eleitores.

Seção I
Da Competência do Município

Art. 169 – O Município exerce, em seu território, competência privativa e


comum ou suplementar, a ele atribuída pela Constituição da República e por
esta Constituição.
Art. 170 – A autonomia do Município se configura no exercício de compe-
tência privativa, especialmente:
I – elaboração e promulgação de sua Lei Orgânica;
II – eleição de seu Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores;
III – instituição, decretação e arrecadação dos tributos de sua competên-
cia e aplicação de suas rendas, sem prejuízo da obrigação de prestar contas
e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – criação, organização e supressão de Distrito, observada a legislação
estadual;
V – promoção do ordenamento territorial, mediante planejamento e con-
trole do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, ficando dispen-
sada a exigência de alvará ou de qualquer outro tipo de licenciamento para o
funcionamento de templo religioso e proibida limitação de caráter geográfico
à sua instalação;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 44, de
18/12/2000.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Inciso declarado inconstitucional em 25/10/2019 – ADI 5.696. Acórdão


publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 11/11/2019.)
VI – organização e prestação de serviços públicos de interesse local, di-
retamente ou sob regime de concessão, permissão ou autorização, incluído o
transporte coletivo de passageiros, que tem caráter essencial.
Parágrafo único. No exercício da competência de que trata este artigo, o
Município observará a norma geral respectiva, federal ou estadual.
Art. 171 – Ao Município compete legislar:
I – sobre assuntos de interesse local, notadamente:
a) o plano diretor;
b) o planejamento do uso, parcelamento e ocupação do solo, a par de ou-
tras limitações urbanísticas gerais, observadas as diretrizes do plano diretor;
c) a polícia administrativa de interesse local, especialmente em matéria
de saúde e higiene públicas, construção, trânsito e tráfego, plantas e animais
nocivos e logradouros públicos;
d) a matéria indicada nos incisos I, III, IV, V e VI do artigo anterior;
e) o regime jurídico único de seus servidores, observada a diversificação
quanto aos da administração direta, da autárquica e da fundacional em rela-
ção aos das demais entidades da administração indireta;
f) a organização dos serviços administrativos;
g) a administração, utilização e alienação de seus bens;
II – sobre os seguintes assuntos, entre outros, em caráter regulamentar,
observadas as peculiaridades dos interesses locais e as normas gerais da
União e as suplementares do Estado:
a) o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;
b) caça, pesca, conservação da natureza e defesa do solo e dos recursos
naturais;
c) educação, cultura, ensino e desporto;
d) proteção à infância, à juventude, à gestante e ao idoso.

244
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – O Município se sujeita às limitações ao poder de tributar de que


trata o art. 150 da Constituição da República.
§ 2º – As diretrizes, metas e prioridades da administração municipal serão de-
finidas, por Distrito, nos planos de que trata a alínea “a” do inciso II deste artigo.

Seção II
Da Lei Orgânica do Município

Art. 172 – A Lei Orgânica pela qual se regerá o Município será votada e
promulgada pela Câmara Municipal e observará os princípios da Constituição
da República e os desta Constituição.

Seção III
Dos Poderes

Art. 173 – São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre


si, o Legislativo e o Executivo.
§ 1º – Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, é vedado a qual-
quer dos Poderes delegar atribuições, e, a quem for investido na função de
um deles, exercer a de outro.
§ 2º – À Câmara Municipal cabe, entre outras matérias de sua competên-
cia privativa, suspender, no todo ou em parte, a execução de ato normativo
municipal declarado, incidentalmente, inconstitucional, por decisão definitiva
do Tribunal de Justiça, quando a decisão de inconstitucionalidade for limitada
ao texto da Constituição do Estado.
Art. 174 – O Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores serão eleitos, para
mandato de quatro anos, em pleito direto e simultâneo, realizado em todo o
Estado no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao do término do man-
dato daqueles a quem devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 da Consti-
tuição da República no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores.
(Caput com redação dada pelo art. 44 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

245
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A equipe de transição de governo indicada pelo candidato eleito para


o cargo de Prefeito terá pleno acesso às informações relativas às contas pú-
blicas, aos programas e aos projetos de governo, nos termos de lei municipal.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 80, de
17/7/2008.)
(Vide Lei n. 19.434, de 11/1/2011.)
§ 2º – A posse dos Vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito será no dia
primeiro de janeiro do ano subsequente ao da eleição.
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 80, de
17/7/2008.)
§ 3º – O Prefeito e quem o houver sucedido ou substituído no curso do
mandato poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 44 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)

Subseção I
Do Poder Legislativo

Art. 175 – O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, que se


compõe de Vereadores.
§ 1º – O número de Vereadores é proporcional à população do Município,
observados os limites estabelecidos na Constituição da República.
§ 2º – No início e no término de cada mandato, o Vereador apresentará, à
Câmara Municipal, declaração de seus bens.
§ 3º – O Vereador se sujeita, no que couber, às proibições, incompatibili-
dades e perda de mandato aplicáveis ao Deputado Estadual.
§ 4º – Ao Vereador será assegurada ampla defesa em processo no qual
seja acusado, observados, entre outros requisitos de validade, o contraditó-
rio, a publicidade e o despacho ou decisão motivados.
Art. 176 – Compete privativamente à Câmara Municipal, no que couber,
o exercício das atribuições enumeradas no art. 62.

246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subseção II
Do Poder Executivo

Art. 177 – O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal.


§ 1º – Substitui o Prefeito, no caso de impedimento, e lhe sucede no de
vaga, o Vice-Prefeito.
§ 2º – Na posse e no término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito
apresentarão à Câmara Municipal declaração de seus bens, sem prejuízo do
disposto no parágrafo único do art. 258.
§ 3º – A matéria de competência do Município, excluída a de que trata o
art. 176, será objeto de lei municipal, de iniciativa do Prefeito, excetuados os
atos privativos previstos na Lei Orgânica.
(Parágrafo declarado inconstitucional em 3/10/2002 – ADI 322. Acórdão
publicado no Diário Oficial da União em 11/10/2002.)
Art. 178 – O Prefeito é processado e julgado originariamente pelo Tribu-
nal de Justiça, nos crimes comuns e nos de responsabilidade.
Parágrafo único. Na forma da Lei Orgânica, compete à Câmara Municipal o
julgamento do Prefeito por infração político-administrativa, observada a regra
do § 4º do art. 175.

Subseção III
Da Remuneração do Prefeito e do Vereador

Art. 179 – A remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Vereador será


fixada, em cada legislatura, para a subsequente, pela Câmara Municipal.
Parágrafo único. Na hipótese de a Câmara Municipal deixar de exercer a
competência de que trata este artigo, ficarão mantidos, na legislatura subse-
quente, os critérios de remuneração vigentes em dezembro do último exercí-
cio da legislatura anterior, admitida apenas a atualização dos valores.

247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção IV
Da Fiscalização

Art. 180 – A Câmara Municipal julgará as contas do Prefeito, mediante


parecer prévio do Tribunal de Contas, que terá trezentos e sessenta dias de
prazo, contados de seu recebimento, para emiti-lo, na forma da lei.
§ 1º – Como procedimento fiscalizador e orientador, o Tribunal de Contas
realizará habitualmente inspeções locais nas Prefeituras, Câmaras Municipais e
demais órgãos e entidades da administração direta e da indireta dos Municípios.
§ 2º – As decisões do Tribunal de Contas de que resulte imputação de dé-
bito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 3º – No primeiro e no último ano de mandato do Prefeito Municipal, o
Município enviará ao Tribunal de Contas inventário de todos os seus bens mó-
veis e imóveis.
§ 4º – O Tribunal de Contas exercerá, em relação ao Município e às enti-
dades de sua administração indireta, as atribuições previstas no art. 76 desta
Constituição, observado o disposto no art. 31 da Constituição da República.

Seção V
Da Cooperação

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 181 – É facultado ao Município:


I – associar-se a outros, do mesmo complexo geoeconômico e social, me-
diante convênio previamente aprovado pela Câmara Municipal, para a gestão,
sob planejamento, de funções públicas ou serviços de interesse comum, de
forma permanente ou transitória;
(Expressão “previamente aprovado pela Câmara Municipal”, contida no in-
ciso I, declarada inconstitucional em 1/7/2002 – ADI 770. Acórdão publicado
no Diário Oficial da União em 6/8/2002.)

248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – cooperar com a União e o Estado, nos termos de convênio ou consór-


cio previamente aprovados pela Câmara Municipal, na execução de serviços e
obras de interesse para o desenvolvimento local;
(Expressão “previamente aprovados pela Câmara Municipal”, contida no
inciso II, declarada inconstitucional em 1/7/2002 – ADI 770. Acórdão publi-
cado no Diário Oficial da União em 6/8/2002.)
III – participar, autorizado por lei municipal, da criação de entidade in-
termunicipal para realização de obra, exercício de atividade ou execução de
serviço específico de interesse comum.
§ 1º – O município que, na forma da lei, receber recursos públicos esta-
duais para a execução de convênios, contratos de repasse, ajustes e termos
de parcerias estará sujeito a prestar contas ao órgão ou à entidade estadual
parceira demonstrando a boa e regular aplicação dos referidos recursos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 2º – O município não será considerado inadimplente e não será inscrito
nos cadastros informativos de créditos não quitados de órgãos e entidades
estaduais em caso de irregularidades praticadas na gestão anterior, se o atual
prefeito tiver adotado as providências cabíveis para saná-las.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
§ 3º – Na impossibilidade de o atual prefeito prestar contas dos recursos
estaduais recebidos provenientes de convênios, ajustes, contratos de repasse
e termos de parcerias firmados pelos seus antecessores, deverá ele apresen-
tar ao órgão ou à entidade estadual parceira a justificativa da referida impos-
sibilidade e solicitar a instauração de tomada de contas especial.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – Apresentada a justificativa e feita a solicitação da instauração de


tomada de contas especial, caberá ao órgão ou à entidade estadual par-
ceira efetuar, no prazo de quarenta e oito horas, a suspensão do registro
de inadimplência.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 96, de
26/7/2018.)
Art. 182 – A cooperação técnica e financeira do Estado, para a manuten-
ção de programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental e para a
prestação de serviços de saúde de que trata o art. 30, VI e VII, da Constitui-
ção da República, obedecerá ao plano definido em lei estadual.
Parágrafo único. A cooperação somente se dará por força de convênio
que, em cada caso, assegure ao Município os recursos técnicos e financeiros
indispensáveis a manter os padrões de qualidade dos serviços e a atender às
necessidades supervenientes da coletividade.

Subseção II
Da Assistência aos Municípios

Art. 183 – O Estado assegurará, com base em programas especiais, am-


pla assistência técnica e financeira ao Município de escassas condições de de-
senvolvimento socioeconômico, com prioridade para o de população inferior
a trinta mil habitantes.
§ 1º – A assistência, preservada a autonomia municipal, inclui, entre ou-
tros serviços:
I – abertura e manutenção de estrada municipal ou caminho vicinal;
II – instalação de equipamentos necessários para o ensino, a saúde e o
saneamento básico;
III – difusão intensiva das potencialidades da região;
IV – implantação de mecanismo de escoamento da produção regional;
V – assistência técnica às Prefeituras, Câmaras Municipais e microrregiões;
VI – implantação de política de colonização, a partir do estímulo à execu-
ção de programa de reforma agrária;

250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VII – concessão de incentivos, com o objetivo de fixar o homem no meio rural;


(Vide Lei n. 11.020, de 8/1/1993.)
(Vide Lei n. 11.265, de 4/11/1993.)
(Vide Lei n. 11.744, de 16/1/1995.)
(Vide Lei n. 13.195, de 29/1/1996.)
VIII – implantação de processo adequado para tratamento do lixo urbano.
§ 2º – A coordenação da execução dos programas especiais será confiada
à autarquia territorial de desenvolvimento implantada na região, assegurada
na forma da lei a participação de representantes dos Municípios envolvidos.
§ 3º – Na execução de programa especial, ter-se-á em vista a participação
das populações interessadas, por meio de órgãos comunitários e regionais de
consulta e acompanhamento.
§ 4º – A Polícia Militar poderá, por solicitação do Município, incumbir-se da
orientação à guarda municipal e de seu treinamento, e da orientação aos corpos
de voluntários para o combate a incêndio e socorro em caso de calamidade.

Seção VI
Da Intervenção no Município

Art. 184 – O Estado não intervirá no Município, exceto quando:


I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos conse-
cutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiverem sido aplicados, no ano, pelo menos vinte e cinco por
cento da receita resultantes de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino; ou
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípio indicado nesta Constituição, ou para prover a exe-
cução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Parágrafo único. A intervenção será decretada e seus efeitos cessarão na
forma da Constituição da República.

251
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO IV
DA SOCIEDADE

CAPÍTULO I
DA ORDEM SOCIAL

Art. 185 – A ordem social tem como base o primado do trabalho e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

Seção I
Da Saúde

Art. 186 – A saúde é direito de todos, e a assistência a ela é dever do Es-


tado, assegurada mediante políticas sociais e econômicas que visem à elimi-
nação do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igua-
litário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Parágrafo único. O direito à saúde implica a garantia de:
I – condições dignas de trabalho, moradia, alimentação, educação, trans-
porte, lazer e saneamento básico;
II – acesso às informações de interesse para a saúde, obrigado o Poder
Público a manter a população informada sobre os riscos e danos à saúde e
sobre as medidas de prevenção e controle;
III – dignidade, gratuidade e boa qualidade no atendimento e no trata-
mento de saúde;
IV – participação da sociedade, por intermédio de entidades representati-
vas, na elaboração de políticas, na definição de estratégias de implementação
e no controle das atividades com impacto sobre a saúde.
Art. 187 – As ações e serviços de saúde são de relevância pública, e cabem
ao Poder Público sua regulamentação, fiscalização e controle, na forma da lei.
(Vide Lei n. 13.317, de 24/9/1999.)
Parágrafo único. A execução das ações e serviços será feita pelo Poder Pú-
blico e, complementarmente, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

252
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 188 – As ações e serviços públicos de saúde no âmbito do Estado


integram rede nacional regionalizada e hierarquicamente constituída em sis-
tema único, e se pautam também pelas seguintes diretrizes:
I – descentralização com direção única, em nível estadual e municipal;
II – regionalização de ações da competência do Estado;
III – integralidade na prestação de ações de saúde adequadas à realidade
epidemiológica, com prioridade para as ações preventivas e consideradas as
características socioeconômicas da população e de cada região, sem prejuízo
dos serviços assistenciais;
IV – participação da comunidade;
V – participação complementar das instituições privadas no sistema úni-
co de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público
ou convênio, assegurada a preferência a entidades filantrópicas e às sem
fins lucrativos;
VI – valorização do profissional da área da saúde, com a garantia de pla-
nos de carreira e condições para reciclagem periódica.
Art. 189 – O sistema único de saúde será financiado com recursos pro-
venientes dos orçamentos da seguridade social, da União, do Estado, dos
Municípios, e com os de outras fontes.
Art. 190 – Compete ao Estado, no âmbito do sistema único de saúde,
além de outras atribuições previstas em lei federal:
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte-
resse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
(Vide Lei n. 12.687, de 1/12/1997.)
(Vide Lei n. 14.133, de 21/12/2001.)
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, e as de
saúde do trabalhador;
(Vide Lei n. 13.317, de 24/9/1999.)
(Vide Lei n. 13.866, de 10/5/2001.)

253
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;


IV – participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e
tecnológico;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, e bebidas e águas para o consumo humano;
VII – participar do controle e da fiscalização da produção, do transporte,
da guarda e da utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
de trabalho;
IX – adotar rígida política de fiscalização e controle da infecção hospitalar
e de endemias;
(Vide Lei n. 11.053, de 30/3/1993.)
X – garantir o atendimento prioritário nos casos legais de interrupção da
gravidez;
XI – gerir o fundo especial de reserva de medicamentos essenciais, na
forma da lei;
XII – promover, quando necessária, a transferência do paciente carente de
recursos para outro estabelecimento de assistência médica ou ambulatorial,
integrante do sistema único de saúde, mais próximo de sua residência;
XIII – promover a instalação de estabelecimentos de assistência médica
de emergência nas cidades-polo;
XIV – executar as ações de prevenção, tratamento e reabilitação, nos ca-
sos de deficiência física, mental e sensorial;
XV – implementar, em conjunto com os órgãos federais e municipais, o
sistema de informação na área da saúde.
Parágrafo único. O Estado instituirá instrumentos para controle unificado
dos bancos de sangue.

254
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 191 – A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


§ 1º – É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subven-
ção a instituição privada com fins lucrativos.
§ 2º – É vedada a participação direta ou indireta de empresa ou capital
estrangeiro na assistência à saúde no Estado, salvo nos casos previstos em
lei federal.
§ 3º – O Estado suplementará a legislação federal sobre as condições que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, e sobre coleta, processamento e trans-
fusão de sangue e seus derivados, vedado todo tipo de comercialização nos
termos do § 4º do art. 199 da Constituição da República.
(Vide Lei n. 10.860, de 5/8/1992.)
(Vide Lei n. 11.553, de 3/8/1994.)

Subseção Única
Do Saneamento Básico

Art. 192 – O Estado formulará a política e os planos plurianuais estaduais


de saneamento básico.
(Vide Lei n. 11.720, de 28/12/1994.)
§ 1º – A política e os planos plurianuais serão submetidos a um Conselho
Estadual de Saneamento Básico.
§ 2º – O Estado proverá os recursos necessários para a implementação da
política estadual de saneamento básico.
§ 3º – A execução de programa de saneamento básico, estadual ou muni-
cipal, será precedida de planejamento que atenda aos critérios de avaliação
do quadro sanitário e epidemiológico estabelecidos em lei.

255
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção II
Da Assistência Social

Art. 193 – A assistência social será prestada pelo Estado a quem dela
necessitar, independentemente de contribuição, sem prejuízo da assegurada
no art. 203 da Constituição da República.
(Vide Lei n. 12.262, de 23/7/1996.)
(Vide Lei n. 12.925, de 30/6/1998.)
Art. 194 – As ações estaduais, na área de assistência social, serão imple-
mentadas com recursos do orçamento do Estado e de outras fontes, observa-
das as seguintes diretrizes:
I – desconcentração administrativa, segundo a política de regionalização,
com participação de entidade beneficente e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas,
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. O Estado promoverá plano de assistência social às popu-
lações de áreas inundadas por reservatórios.
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 12.812, de 28/4/1998.)
(Vide Lei n. 15.012, de 15/1/2004.)

Seção III
Da Educação

Art. 195 – A educação, direito de todos, dever do Estado e da família,


será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, com vistas ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
Parágrafo único. Para assegurar o estabelecido neste artigo, o Estado de-
verá garantir o ensino de Filosofia, Sociologia e noções de Direito Eleitoral nas
escolas públicas do ensino médio.

256
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 62,


de 23/12/2003.)
Art. 196 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e frequência à escola e perma-
nência nela;
II – liberdade de aprender, ensinar e pesquisar, e de divulgar o pensamen-
to, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções filosóficas, políticas, estéticas,
religiosas e pedagógicas, que conduza o educando à formação de uma postu-
ra ética e social próprias;
IV – preservação dos valores educacionais regionais e locais;
V – gratuidade do ensino público;
VI – valorização dos profissionais do ensino, com a garantia, na forma da
lei, de plano de carreira para o magistério público, com piso de vencimento
profissional e com ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos, realizado periodicamente, sob o regime jurídico único adotado pelo
Estado para seus servidores;
VII – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VIII – seleção competitiva interna para o exercício de cargo comissionado
de Diretor e da função de Vice-Diretor de escola pública, para período fixado
em lei, prestigiadas, na apuração objetiva do mérito dos candidatos, a expe-
riência profissional, a habilitação legal, a titulação, a aptidão para liderança, a
capacidade de gerenciamento, na forma da lei, e a prestação de serviços no
estabelecimento por dois anos, pelo menos;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 10.486, de 24/7/1991.)
(Inciso declarado inconstitucional em 5/2/1997 – ADI 640. Acórdão publi-
cado no Diário da Justiça em 11/4/1997.)
IX – garantia do princípio do mérito, objetivamente apurado, na carreira
do magistério;
X – garantia do padrão de qualidade, mediante:

257
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

a) avaliação cooperativa periódica por órgão próprio do sistema educacio-


nal, pelo corpo docente e pelos responsáveis pelos alunos;
b) condições para reciclagem periódica pelos profissionais de ensino;
XI – coexistência de instituições públicas e privadas.
Parágrafo único. A gratuidade do ensino a cargo do Estado inclui a de todo
o material escolar e a da alimentação do educando, quando na escola.
(Vide Lei n. 11.871, de 21/8/1995.)
Art. 197 – A descentralização do ensino, por cooperação, na forma da lei,
submete-se às seguintes diretrizes:
I – atendimento prioritário à escolaridade obrigatória;
II – garantia de repasse de recursos técnicos e financeiros.
Parágrafo único. A cessão de pessoal do magistério se dará com todos os
direitos e vantagens do cargo, como se em exercício em unidade do sistema
estadual de ensino.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 12.768, de 22/1/1998.)
(Vide Lei n. 14.158, de 4/1/2002.)
Art. 198 – A garantia de educação pelo Poder Público se dá mediante:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, mesmo para os que não
tiverem tido acesso a ele na idade própria, em período de oito horas diárias
para o curso diurno;
II – prioridade para o ensino médio, para garantir, gradativamente, a gra-
tuidade e a obrigatoriedade desse grau de ensino;
III – atendimento educacional especializado ao portador de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia de recursos hu-
manos capacitados e material e equipamento públicos adequados, e de vaga
em escola próxima à sua residência;
IV – apoio às entidades especializadas, públicas e privadas, sem fins lucra-
tivos, para o atendimento ao portador de deficiência;

258
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – cessão de servidores especializados para atendimento às fundações


públicas e entidades filantrópicas, confessionais e comunitárias sem fins lu-
crativos, de assistência ao menor e ao excepcional, como dispuser a lei;
VI – incentivo à participação da comunidade no processo educacional, na
forma da lei;
VII – preservação dos aspectos humanísticos e profissionalizantes no en-
sino médio;
VIII – expansão e manutenção da rede de estabelecimentos oficiais de
ensino, com a dotação de infraestrutura física e equipamentos adequados;
IX – promoção da expansão da rede de estabelecimentos oficiais que ofe-
reçam cursos gratuitos de ensino técnico-industrial, agrícola e comercial, ob-
servadas as peculiaridades regionais e as características dos grupos sociais;
X – atendimento gratuito em creche e pré-escola à criança de até seis
anos de idade, em período diário de oito horas, com a garantia de acesso ao
ensino fundamental;
XI – propiciamento de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
XII – expansão da oferta de ensino noturno regular e de ensino supletivo,
adequados às condições do educando;
XIII – criação de sistema integrado de bibliotecas, para difusão de infor-
mações científicas e culturais;
XIV – programas específicos de atendimento à criança e ao adolescente
superdotados, na forma da lei;
XV – supervisão e orientação educacional nas escolas públicas, em todos
os níveis e modalidades de ensino, exercidas por profissional habilitado;
XVI – atendimento ao educando, no ensino fundamental, por meio de pro-
gramas suplementares de fornecimento de material didático-escolar, trans-
porte, alimentação e assistência à saúde;
XVII – amparo ao menor carente ou infrator e sua formação em curso
profissionalizante.
§ 1º – O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

259
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º – O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua


oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º – Compete ao Estado recensear os educandos do ensino fundamental
e, mediante instrumentos de controle, zelar pela frequência à escola.
§ 4º – O ensino é livre à iniciativa privada, verificadas as seguintes condições:
I – observância das diretrizes e bases da educação nacional e da legislação
concorrente em nível estadual;
II – autorização de funcionamento e supervisão e avaliação de qualidade
pelo Poder Público.
Art. 199 – As universidades gozam de autonomia didático-científica e ad-
ministrativa, incluída a gestão financeira e patrimonial, observado o princípio
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º – O Estado destinará dotações e recursos à operacionalização e à ma-
nutenção das atividades necessárias à total implantação e desenvolvimento
da Universidade do Estado de Minas Gerais – Uemg – e da Universidade Esta-
dual de Montes Claros – Unimontes –, no valor de, no mínimo, 2% (dois por
cento) da receita orçamentária corrente ordinária do Estado, repassados em
parcelas mensais equivalentes a um doze avos do total, no mesmo exercício.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 47, de
27/12/2000.)
(Declarada a inconstitucionalidade da Emenda à Constituição n. 47, de
27/12/2000 – que acrescentou o parágrafo ao art. 199 –, em 4/3/2009 – ADI
2.447. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 4/12/2009.)
§ 2º – Dos recursos a que se refere o parágrafo anterior, 7,5% (sete e
meio por cento) serão destinados prioritariamente à criação e à implantação
de cursos superiores nos vales do Jequitinhonha e do Mucuri pela Universi-
dade do Estado de Minas Gerais – Uemg – e pela Universidade Estadual de
Montes Claros – Unimontes –, podendo, justificadamente, ser empregados na
manutenção de outras atividades das respectivas universidades.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 47, de
27/12/2000.)

260
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Declarada a inconstitucionalidade da Emenda à Constituição n. 47, de


27/12/2000 – que acrescentou o parágrafo ao art. 199 –, em 4/3/2009 – ADI
2.447. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 4/12/2009.)
§ 3º – Na instalação das unidades da Universidade Estadual de Minas Ge-
rais, ou na encampação de entidades educacionais de ensino universitário,
levar-se-ão em conta, prioritariamente, regiões densamente povoadas não
atendidas por ensino público superior, observada a vocação regional.
(Parágrafo renumerado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 47, de
27/12/2000.)
§ 4º – As atividades acadêmicas e administrativas das universidades pú-
blicas estaduais serão reguladas por normas específicas.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 72, de
24/11/2005.)
Art. 200 – Respeitado o conteúdo mínimo do ensino fundamental estabe-
lecido pela União, o Estado lhe fixará conteúdo complementar, com o objetivo
de assegurar a formação política, cultural e regional.
Parágrafo único. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
(Vide Lei n. 15.434, de 5/1/2005.)
Art. 201 – O Estado aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e cinco
por cento da receita resultante de seus impostos, incluída a proveniente de
transferências, na manutenção e no desenvolvimento do ensino.
§ 1º – A parcela de arrecadação de impostos transferida pelo Estado aos
Municípios não é considerada para efeito do cálculo previsto neste artigo.
§ 2º – Para efeito de cumprimento do disposto neste artigo, serão consi-
derados o sistema estadual de ensino, os recursos transferidos para o sistema
municipal de ensino e os aplicados na forma do art. 203.
§ 3º – A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao aten-
dimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano estadu-
al de educação, observadas as diretrizes nacionais da educação.

261
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financia-


mento a contribuição social do salário-educação, na forma da legislação federal.
(Vide Lei n. 13.458, de 12/1/2000.)
§ 5º – O percentual mínimo a que se refere este artigo será obtido de
acordo com os valores reais dos recursos na data de sua arrecadação.
Art. 201-A O vencimento inicial das carreiras dos profissionais de magis-
tério da educação básica não será inferior ao valor integral vigente, com as
atualizações, do piso salarial profissional nacional dos profissionais do magis-
tério público da educação básica previsto no inciso VIII do caput do art. 206
da Constituição da República.
§ 1º – Considera-se como jornada de trabalho, para fins de percepção
integral do piso salarial a que se refere o caput, a jornada de vinte e quatro
horas semanais.
§ 2º – Serão reajustados na mesma periodicidade e no mesmo percentual
adotados para a atualização do piso salarial a que se refere o caput os valores
de vencimento das carreiras de Professor de Educação Básica – PEB –, Espe-
cialista em Educação Básica – EEB –, Analista de Educação Básica – AEB –,
Assistente Técnico de Educação Básica – ATB –, Técnico da Educação – TDE –,
Analista Educacional – ANE –, Assistente de Educação – ASE – e Auxiliar de
Serviços de Educação Básica – ASB –, sem prejuízo de revisão geral ou outros
reajustes.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 97, de
1º/8/2018.)
Art. 202 – O Estado publicará no órgão oficial, até o dia dez de março de
cada ano, demonstrativo da aplicação dos recursos previstos no artigo ante-
rior, por Município e por atividade.
Art. 203 – Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas e
podem ser dirigidos às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes finan-
ceiros em educação;

262
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – assegurem a destinação do seu patrimônio a outra escola comunitá-


ria, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramen-
to de suas atividades.
§ 1º – Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bol-
sas de estudo para ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e de
cursos regulares da rede pública na localidade de residência do educando,
obrigado o Poder Público a investir prioritariamente na expansão de sua rede
na localidade.
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 10.638, de 17/1/1992.)
§ 2º – As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão rece-
ber apoio financeiro do Poder Público.
Art. 204 – O plano estadual de educação, de duração plurianual, visará à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, à inte-
gração das ações do Poder Público e à adaptação ao plano nacional, com os
objetivos de:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica.
Parágrafo único. Os planos de educação serão encaminhados, para apre-
ciação da Assembleia Legislativa, até o dia trinta e um de agosto do ano ime-
diatamente anterior ao do início de sua execução.
(Vide Lei n. 19.481, de 12/1/2011.)
Art. 205 – É defeso ao Estado auxiliar, com recursos financeiros e hu-
manos, o Município que deixe de comprovar a regular e eficaz aplicação, no
ano imediatamente anterior, do mínimo constitucional na manutenção e no
desenvolvimento do ensino.

263
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 206 – Compete ao Conselho Estadual de Educação, sem prejuízo de


outras atribuições a ele conferidas em lei e observadas as diretrizes e bases
estabelecidas pela União:
I – baixar normas disciplinadoras dos sistemas estadual e municipal de ensino;
II – interpretar a legislação de ensino;
III – autorizar e supervisionar o funcionamento do ensino particular e ava-
liar-lhe a qualidade;
IV – desconcentrar suas atribuições, por meio de comissões de âmbito
municipal.
Parágrafo único. A competência, a organização e as diretrizes do funciona-
mento do Conselho serão estabelecidas em lei.

Seção IV
Da Cultura
(Vide Lei n. 11.726, de 30/12/1994.)

Art. 207 – O Poder Público garante a todos o pleno exercício dos direitos
culturais, para o que incentivará, valorizará e difundirá as manifestações cul-
turais da comunidade mineira, mediante, sobretudo:
I – definição e desenvolvimento de política que articule, integre e divulgue
as manifestações culturais das diversas regiões do Estado;
II – criação e manutenção de núcleos culturais regionais e de espaços pú-
blicos equipados, para a formação e difusão das expressões artístico-culturais;
III – criação e manutenção de museus e arquivos públicos regionais que
integrem o sistema de preservação da memória do Estado, franqueada a con-
sulta da documentação governamental a quantos dela necessitem;
IV – adoção de medidas adequadas à identificação, proteção, conserva-
ção, revalorização e recuperação do patrimônio cultural, histórico, natural e
científico do Estado;

264
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – adoção de incentivos fiscais que estimulem as empresas privadas a


investir na produção cultural e artística do Estado, e na preservação do seu
patrimônio histórico, artístico e cultural;
(Vide Lei n. 13.464, de 12/1/2000.)
(Vide Lei n. 17.615, de 4/7/2008.)
VI – adoção de ação impeditiva da evasão, destruição e descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, científico, artístico e cultural;
VII – estímulo às atividades de caráter cultural e artístico, notadamente as
de cunho regional e as folclóricas;
VIII – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões.
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 81, de
9/7/2009.)
§ 1º – O Estado, com a colaboração da comunidade, prestará apoio para
a preservação das manifestações culturais locais, especialmente das escolas
e bandas musicais, guardas de congo e cavalhadas.
§ 2º – O Estado manterá fundo de desenvolvimento cultural como garantia
de viabilização do disposto neste artigo.
§ 3º – A lei estabelecerá o Plano Estadual de Cultura, de duração pluria-
nual, visando ao desenvolvimento das ações de que tratam os incisos I a VIII
deste artigo e de outras consideradas relevantes pelo poder público para a
garantia do exercício dos direitos culturais pela população.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 81, de
9/7/2009.)
(Vide Lei n. 11.726, de 30/12/1994.)
(Vide Lei n. 22.627, de 31/7/2017.)
Art. 208 – Constituem patrimônio cultural mineiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, que conte-
nham referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos for-
madores da sociedade mineira, entre os quais se incluem:

265
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, tecnológicas e artísticas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços desti-
nados a manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, espeleológico, paleontológico, ecológico e científico.
(Vide Lei n. 13.956, de 24/7/2001.)
Art. 209 – O Estado, com a colaboração da comunidade, protegerá o pa-
trimônio cultural por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, de outras formas de acautelamento e preservação e, ainda,
de repressão aos danos e às ameaças a esse patrimônio.
Parágrafo único. A lei estabelecerá plano permanente para proteção
do patrimônio cultural do Estado, notadamente dos núcleos urbanos mais
significativos.
Art. 210 – A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de fatos
relevantes para a cultura estadual.

Seção V
Da Ciência e Tecnologia

Art. 211 – O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científi-


co, a pesquisa, a difusão e a capacitação tecnológicas.
(Vide Lei n. 17.348, de 17/1/2008.)
§ 1º – A pesquisa básica receberá tratamento prioritário do Estado, com
vistas ao bem público e ao progresso do conhecimento e da ciência.
§ 2º – A pesquisa e a difusão tecnológicas se voltarão preponderantemen-
te para a solução de problemas regionais e para o desenvolvimento produtivo
do Estado, com prioridade para o consumo interno.

266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de


ciência, pesquisa e tecnologia e concederá aos que dela se ocupem meios e
condições especiais de trabalho.
Art. 212 – O Estado manterá entidade de amparo e fomento à pesquisa e
lhe atribuirá dotações e recursos necessários à sua efetiva operacionalização,
a serem por ela privativamente administrados, correspondentes a, no míni-
mo, um por cento da receita orçamentária corrente ordinária do Estado, os
quais serão repassados em parcelas mensais equivalentes a um doze avos,
no mesmo exercício.
Parágrafo único. A entidade destinará os recursos de que trata este artigo
prioritariamente a projetos que se ajustem às diretrizes básicas estabelecidas
pelo Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia – Conecit –, definidos como
essenciais ao desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, e à rees-
truturação da capacidade técnico-científica das instituições de pesquisa do
Estado, em conformidade com os princípios definidos nos Planos Mineiros de
Desenvolvimento Integrado – PMDIs – e contemplados nos Programas dos
Planos Plurianuais de Ação Governamental – PPAGs.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 17, de
20/12/1995.)
(Vide arts. 100 e 101 da Lei n. 11.050, de 19/1/1993.)
(Vide Lei n. 17.348, de 17/1/2008.)
Art. 213 – Entre outros estímulos, a lei disporá, observado o art. 146, XI,
sobre concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais a empresas bra-
sileiras de capital nacional, com sede e administração no Estado, que concor-
ram para a viabilização da autonomia tecnológica nacional, especialmente:
I – as do setor privado:
a) que tenham sua produção voltada para o mercado interno, em par-
ticular as dedicadas à produção de alimentos, com utilização de tecnologia
indicada para a exploração dos recursos naturais e para a preservação do
meio ambiente;

267
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) que promovam pesquisa tecnológica e desenvolvimento experimental


no âmbito da medicina preventiva e terapêutica, publiquem e divulguem seus
resultados e produzam equipamentos especializados destinados ao uso de
portador de deficiência;
c) que promovam pesquisa tecnológica voltada para o desenvolvimento de
métodos e técnicas apropriadas à geração, interpretação e aplicação de dados
minerogeológicos, além de criação, desenvolvimento, inovação e adaptação
técnica, em equipamentos;
d) que promovam pesquisa tecnológica no desenvolvimento e na adapta-
ção de equipamentos eletroeletrônicos;
II – as empresas públicas e sociedades de economia mista cujos investi-
mentos em pesquisa científica e criação de tecnologia se revelem necessários
e relevantes ao desenvolvimento socioeconômico estadual;
III – as empresas que promovam a pesquisa e a utilização de tecnologias
alternativas.
(Vide Lei n. 17.348, de 17/1/2008.)

Seção VI
Do Meio Ambiente

Art. 214 – Todos têm direito a meio ambiente ecologicamente equilibra-


do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, e ao
Estado e à coletividade é imposto o dever de defendê-lo e conservá-lo para
as gerações presentes e futuras.
(Vide Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)
(Vide Lei n. 14.309, de 19/6/2002.)
§ 1º – Para assegurar a efetividade do direito a que se refere este artigo,
incumbe ao Estado, entre outras atribuições:

268
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e disse-


minar, na forma da lei, as informações necessárias à conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 15.441, de 11/1/2005.)
II – assegurar, na forma da lei, o livre acesso às informações básicas sobre
o meio ambiente;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 15.971, de 12/1/2006.)
III – prevenir e controlar a poluição, a erosão, o assoreamento e outras
formas de degradação ambiental;
IV – exigir, na forma da lei, prévia anuência do órgão estadual de controle
e política ambiental, para início, ampliação ou desenvolvimento de atividades,
construção ou reforma de instalações capazes de causar, sob qualquer forma,
degradação do meio ambiente, sem prejuízo de outros requisitos legais, pre-
servado o sigilo industrial;
V – proteger a fauna e a flora, a fim de assegurar a diversidade das espé-
cies e dos ecossistemas e a preservação do patrimônio genético, vedadas, na
forma da lei, as práticas que provoquem a extinção das espécies ou subme-
tam os animais a crueldade;
(Vide Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)
VI – definir mecanismos de proteção à fauna e à flora nativas e estabele-
cer, com base em monitoramento contínuo, a lista de espécies ameaçadas de
extinção e que mereçam proteção especial;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 10.583, de 31/1/1992.)
(Inciso regulamentado pela Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)
VII – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que importem riscos para a vida, a qualidade de vida,
o meio ambiente, bem como o transporte e o armazenamento dessas subs-
tâncias em seu território;

269
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VIII – criar parques, reservas, estações ecológicas e outras unidades de


conservação, mantê-los sob especial proteção e dotá-los da infraestrutura
indispensável às suas finalidades;
IX – estabelecer, através de órgão colegiado, com participação da socie-
dade civil, normas regulamentares e técnicas, padrões e demais medidas de
caráter operacional, para proteção do meio ambiente e controle da utilização
racional dos recursos ambientais;
X – manter instituição de pesquisa, planejamento e execução que assegu-
re ao órgão indicado no inciso anterior o suporte técnico e operacional neces-
sário ao cumprimento de sua finalidade;
XI – preservar os recursos bioterapêuticos regionais.
§ 2º – O licenciamento de que trata o inciso IV do parágrafo anterior de-
penderá, nos casos de atividade ou obra potencialmente causadora de signifi-
cativa degradação do meio ambiente, de estudo prévio de impacto ambiental,
a que se dará publicidade.
§ 3º – Parte dos recursos estaduais previstos no art. 20, § 1º, da Consti-
tuição da República será aplicada de modo a garantir o disposto no § 1º, sem
prejuízo de outras dotações orçamentárias.
§ 4º – Quem explorar recurso ambiental fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, na forma da lei.
§ 5º – A conduta e a atividade consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão o infrator, pessoa física ou jurídica, a sanções administrativas, sem
prejuízo das obrigações de reparar o dano e das cominações penais cabíveis.
§ 6º – São indisponíveis as terras devolutas, ou arrecadadas pelo Estado,
necessárias às atividades de recreação pública e à instituição de parques e
demais unidades de conservação, para a proteção dos ecossistemas naturais.
(Vide art. 52 da Lei n. 20.922, de 16/10/2013.)
§ 7º – Os remanescentes da Mata Atlântica, as veredas, os campos ru-
pestres, as cavernas, as paisagens notáveis e outras unidades de relevante

270
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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interesse ecológico constituem patrimônio ambiental do Estado e sua utiliza-


ção se fará, na forma da lei, em condições que assegurem sua conservação.
(Vide Lei n. 14.309, de 19/6/2002.)
(Vide art. 57 da Lei n. 20.922, de 16/10/2013.)
Art. 215 – É obrigação das instituições do Poder Executivo, com atribui-
ções diretas ou indiretas de proteção e controle ambiental, informar o Minis-
tério Público sobre ocorrência de conduta ou atividade considerada lesiva ao
meio ambiente.
Art. 216 – O Estado criará mecanismos de fomento a:
I – reflorestamento com a finalidade de suprir a demanda de produtos lenho-
sos e de minimizar o impacto da exploração dos adensamentos vegetais nativos;
II – programas de conservação de solos, para minimizar a erosão e o as-
soreamento de corpos d’água interiores naturais ou artificiais;
III – programas de defesa e recuperação da qualidade das águas e do ar;
IV – projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a utilização
de espécies nativas nos programas de reflorestamento.
§ 1º – O Estado promoverá o inventário, o mapeamento e o monitoramen-
to das coberturas vegetais nativas e de seus recursos hídricos, para adoção
de medidas especiais de proteção.
§ 2º – O Estado auxiliará o Município na implantação e na manutenção de
hortos florestais destinados à recomposição da flora nativa.
Art. 217 – As atividades que utilizem produtos florestais como combus-
tível ou matéria-prima deverão, para o fim de licenciamento ambiental e na
forma estabelecida em lei, comprovar que possuem disponibilidade daqueles
insumos, capaz de assegurar, técnica e legalmente, o respectivo suprimento.
Parágrafo único. É obrigatória a reposição florestal pelas empresas consu-
midoras, nos limites do Estado, preferencialmente no território do Município
produtor de carvão vegetal.
(Vide Lei n. 14.309, de 19/6/2002.)
(Vide Lei n. 20.922, de 16/10/2013.)

271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção VII
Do Desporto e do Lazer

Art. 218 – O Estado garantirá, por intermédio da rede oficial de ensino e


em colaboração com entidades desportivas, a promoção, o estímulo, a orien-
tação e o apoio à prática e difusão da educação física e do desporto, formal e
não formal, com:
I – a destinação de recursos públicos à promoção prioritária do desporto
educacional e, em situações específicas, do desporto de alto rendimento;
II – a proteção e incentivo às manifestações esportivas de criação mineira;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e não profissional;
IV – a obrigatoriedade de reserva de áreas destinadas a praças e cam-
pos de esporte nos projetos de urbanização e de unidades escolares, e a de
desenvolvimento de programas de construção de áreas para a prática do
esporte comunitário.
Parágrafo único. O Poder Público garantirá ao portador de deficiência aten-
dimento especializado no que se refere à educação física e à prática de ativi-
dades desportivas, sobretudo no âmbito escolar.
Art. 219 – O clube e a associação que fomentem práticas esportivas pro-
piciarão ao atleta integrante de seus quadros formas adequadas de acompa-
nhamento médico e de exames.
Art. 220 – O Poder Público apoiará e incentivará o lazer, e o reconhecerá
como forma de promoção social.
Parágrafo único. O Estado incentivará, mediante benefícios fiscais e na
forma da lei, o investimento da iniciativa privada no desporto.

Seção VIII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Portador de
Deficiência e do Idoso

272
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 221 – A família receberá proteção do Estado, na forma da lei.


Parágrafo único. O Estado, isoladamente ou em cooperação, manterá pro-
gramas destinados à assistência à família, com o objetivo de assegurar:
I – o livre exercício do planejamento familiar;
II – a orientação psicossocial às famílias de baixa renda;
III – a prevenção da violência no âmbito das relações familiares;
IV – o acolhimento, preferentemente em casa especializada, de mulher, crian-
ça, adolescente e idoso, vítimas de violência no âmbito da família ou fora dele.
Art. 222 – É dever do Estado promover ações que visem assegurar à
criança e ao adolescente, com prioridade, o direito a vida, saúde, alimenta-
ção, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberda-
de, convivência familiar e comunitária, e colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º – O Estado estimulará, mediante incentivos fiscais, subsídios e men-
ções promocionais, nos termos da lei, o acolhimento ou a guarda de criança
ou adolescente órfão ou abandonado.
§ 2º – O Estado destinará recursos à assistência materno-infantil.
§ 3º – A prevenção da dependência de drogas e afins é dever do Estado,
que prestará atendimento especializado à criança e ao adolescente depen-
dentes, desenvolvendo ações que auxiliem sua integração na comunidade, na
forma da lei.
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 11.544, de 25/7/1994.)
Art. 223 – As ações do Estado de proteção à infância e à juventude serão
organizadas na forma da lei, com base nas seguintes diretrizes:
(Vide Lei n. 10.501, de 17/10/1991.)
(Vide Lei n. 11.397, de 6/1/1994.)
I – desconcentração do atendimento;
II – valorização dos vínculos familiar e comunitário, como medida prefe-
rencial para a integração social da criança e do adolescente;

273
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – atendimento prioritário em situações de risco, definidas em lei, ob-


servadas as características culturais e socioeconômicas locais;
(Vide Lei n. 15.473, de 28/1/2005.)
IV – participação da sociedade, mediante organizações representativas,
na formulação de políticas e programas e no acompanhamento e fiscalização
de sua execução.
Parágrafo único. O Estado manterá programas socioeducativos destinados
à criança e ao adolescente privados das condições fundamentais necessárias
ao seu pleno desenvolvimento e estimulará, por meio de apoio técnico e fi-
nanceiro, os de igual natureza de iniciativa de entidade filantrópica.
(Vide Lei n. 10.501, de 17/10/1991.)
Art. 224 – O Estado assegurará condições de prevenção das deficiências
física, sensorial e mental, com prioridade para a assistência pré-natal e à in-
fância, e de integração social do portador de deficiência, em especial do ado-
lescente, e a facilitação do acesso a bens e serviços coletivos, com eliminação
de preconceitos e remoção de obstáculos arquitetônicos.
(Vide Lei n. 10.837, de 27/7/1992.)
§ 1º – Para assegurar a implementação das medidas indicadas neste arti-
go, incumbe ao Poder Público:
I – estabelecer normas de construção e adaptação de logradouros e edifí-
cios de uso público e de adaptação de veículos de transporte coletivo;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 11.666, de 9/12/1994.)
II – celebrar convênio com entidade profissionalizante sem fins lucrativos,
com vistas à formação profissional e à preparação para o trabalho;
III – estimular a empresa, mediante adoção de mecanismos, inclusive in-
centivos fiscais, a absorver a mão de obra de portador de deficiência;
IV – criar centros profissionalizantes para treinamento, habilitação e rea-
bilitação profissional do portador de deficiência e do acidentado no trabalho,
e assegurar a integração entre saúde, educação e trabalho;
(Inciso regulamentado pela Lei n. 11.944, de 19/10/1995.)

274
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – implantar sistemas especializados de comunicação em estabelecimento


da rede oficial de ensino de cidade-polo regional, de modo a atender às neces-
sidades educacionais e sociais de portador de deficiência visual ou auditiva;
VI – criar programas de assistência integral para excepcional não reabilitável;
VII – promover a participação das entidades representativas do segmen-
to na formulação da política de atendimento ao portador de deficiência e no
controle das ações desenvolvidas, em todos os níveis, pelos órgãos estaduais
responsáveis pela política de proteção ao portador de deficiência;
VIII – assegurar, nas emissoras oficiais de televisão do Estado, tradução,
por intérprete, para portador de deficiência auditiva, dos noticiários e comu-
nicações oficiais;
IX – promover a formação dos policiais militares e demais servidores pú-
blicos responsáveis pela segurança do trânsito, para habilitá-los ao atendi-
mento das necessidades do portador de deficiência;
X – destinar, na forma da lei, recursos às entidades de amparo e de assis-
tência ao portador de deficiência.
§ 2º – Ao servidor público que passe à condição de deficiente no exercício
de cargo ou função pública, o Estado assegurará assistência médica e hospi-
talar, medicamentos, aparelhos e equipamentos necessários ao tratamento e
à sua adaptação às novas condições de vida.
Art. 225 – O Estado promoverá condições que assegurem amparo à pes-
soa idosa, no que respeite à sua dignidade e ao seu bem-estar.
(Vide Lei n. 12.666, de 4/11/1997.)
(Vide Lei n. 13.176, de 20/1/1999.)
§ 1º – O amparo ao idoso será, quanto possível, exercido no próprio lar.
(Vide Lei n. 13.763, de 30/11/2000.)
§ 2º – Para assegurar a integração do idoso na comunidade e na família,
serão criados centros diurnos de lazer e de amparo à velhice e programas de
preparação para a aposentadoria, com a participação de instituições dedica-
das a essa finalidade.

275
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos é garantida a gratuida-


de nos transportes coletivos urbanos mediante apresentação da carteira de
identidade ou de trabalho, sendo vedada a exigência de qualquer outra forma
de identificação.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 28, de
1/10/1997.)
Art. 226 – Para assegurar a efetiva participação da sociedade, nos ter-
mos do disposto nesta seção, serão criados o Conselho Estadual dos Direitos
da Criança e do Adolescente, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do
Portador de Deficiência e o Conselho Estadual do Idoso.
(Vide Lei n. 10.501, de 17/10/1991.)
(Vide Lei n. 13.176, de 20/1/1999.)
(Vide Lei n. 13.799, de 21/12/2000.)
Parágrafo único. O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Portador
de Deficiência e o Conselho Estadual do Idoso serão instituídos até o dia 15
de março de 1993.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 6, de
21/12/1992.)

Seção IX
Da Comunicação Social

Art. 227 – A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a


informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão restrição,
observado o disposto na Constituição da República e nesta Constituição.
Parágrafo único. Nenhuma lei ou ato do Poder Público poderão constituir
embaraço à plena liberdade de informação jornalística em veículo de comuni-
cação social, observado o seguinte:
I – é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato;
II – é assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além de
indenização por danos material, moral ou à imagem;

276
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização por dano, material ou moral, de-
corrente de sua violação;
IV – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei federal estabelecer;
V – a publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença
de autoridade;
VI – é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica
e artística.
Art. 228 – A produção e a programação das emissoras de rádio e de
televisão oficiais atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II – promoção das culturas nacional e regional e estímulo à produção in-
dependente que objetive sua divulgação;
III – regionalização de produções culturais artística e jornalística, nos per-
centuais estabelecidos em lei federal;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Parágrafo único. As emissoras de rádio e de televisão sob controle do
Estado ou de entidade de administração indireta reservarão horário para a
divulgação das atividades dos Poderes do Estado, conforme dispuser a lei.
Art. 229 – Os veículos de comunicação social da administração direta e
indireta do Estado são obrigados a:
I – manter conselhos editoriais integrados paritariamente por represen-
tantes do Poder Público e da sociedade civil;
II – manter comissões de redação compostas de representantes dos pro-
fissionais habilitados, eleitos diretamente por seus pares.
Art. 230 – Para os efeitos do disposto nesta seção, o Estado instituirá,
como órgão auxiliar, o Conselho Estadual de Comunicação Social, composto
de representantes da sociedade civil, na forma da lei.
(Vide arts. 65 a 68 da Lei n. 11.406, de 28/1/1994.)

277
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO II
DA ORDEM ECONÔMICA

Seção I
Do Desenvolvimento Econômico

Art. 231 – O Estado, para fomentar o desenvolvimento econômico, ob-


servados os princípios da Constituição da República e os desta Constituição,
estabelecerá e executará o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado,
que será proposto pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e
aprovado em lei.
(Caput regulamentado pela Lei n. 10.628, de 16/1/1992.)
(Vide Lei n. 12.051, de 29/12/1995.)
§ 1º – Na composição do Conselho será assegurada a participação da so-
ciedade civil.
§ 2º – O Plano terá, entre outros, os seguintes objetivos:
I – o desenvolvimento socioeconômico integrado do Estado;
II – a racionalização e a coordenação das ações do Governo;
III – o incremento das atividades produtivas do Estado;
IV – a expansão social do mercado consumidor;
V – a superação das desigualdades sociais e regionais do Estado;
VI – a expansão do mercado de trabalho;
VII – o desenvolvimento dos Municípios de escassas condições de propul-
são socioeconômica;
VIII – o desenvolvimento tecnológico do Estado.
§ 3º – Na fixação das diretrizes para a consecução dos objetivos previstos
no parágrafo anterior, deve o Estado respeitar e preservar os valores culturais.
§ 4º – O planejamento governamental terá caráter indicativo para o setor
privado.

278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 232 – A exploração, pelo Estado, de atividade econômica não será


permitida, salvo quando motivada por relevante interesse coletivo.
§ 1º – As entidades de administração indireta no exercício de atividade eco-
nômica não poderão gozar de privilégio fiscal não extensivo ao setor privado.
§ 2º – A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública e da so-
ciedade de economia mista, bem como de suas subsidiárias, que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre:
I – a sua função social e as formas de fiscalização pelo Estado e pela
sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III – a licitação e a contratação de obras, serviços, compras e alienações,
observados os princípios da administração pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e
fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V – os mandatos, a avaliação dedesempenho e a responsabilidade dos
administradores.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 45 da Emenda à Constituição n. 84,
de 22/12/2010.)
Art. 233 – O Estado adotará instrumentos para:
I – restrição ao abuso do poder econômico;
II – defesa, promoção e divulgação dos direitos do consumidor, educação
para o consumo e estímulo à organização de associações voltadas para esse fim;
(Vide Lei n. 13.009, de 9/11/1998.)
III – fiscalização e controle de qualidade, de preços e de pesos e medidas
dos bens e serviços produzidos e comercializados em seu território;
IV – eliminação de entrave burocrático que embarace o exercício da ativi-
dade econômica;
V – apoio à pequena e à microempresa;

279
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – apoio ao associativismo e estímulo à organização da atividade econô-


mica em cooperativas, mediante tratamento jurídico diferenciado.
§ 1º – O Estado dispensará tratamento jurídico diferenciado à microem-
presa e à empresa de pequeno porte, assim definidas em lei, com a simplifi-
cação de suas obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou com a
eliminação ou a redução destas por meio de lei.
(Vide Lei n. 12.708, de 29/12/1997.)
(Vide Lei n. 15.219, de 7/7/2004.)
§ 2º – O Estado, para consecução dos objetivos mencionados no parágrafo
anterior, poderá adotar sistema tarifário diferenciado, na forma da lei.
(Vide Lei n. 15.219, de 7/7/2004.)
§ 3º – O Poder Público manterá órgão especializado para a execução da
política de defesa do consumidor.
(Artigo regulamentado pela Lei Complementar n. 34, de 12/9/1994.)
(Vide arts. 22 a 24 da Lei Complementar n. 61, de 12/7/2001.)
(Vide Lei Complementar n. 66, de 22/1/2003.)
Art. 234 – O serviço público estadual de fomento ao desenvolvimento
econômico do Estado será executado por instituições creditícias oficiais.
Art. 235 – Fica criado fundo destinado ao fomento e ao desenvolvimento
socioeconômico do Estado, voltado para as médias, pequenas e microempre-
sas e para as cooperativas, na forma da lei.
(Vide Lei n. 11.396, de 6/1/1994.)

Seção II
Do Sistema Financeiro Estadual

Art. 236 – O sistema financeiro público estadual, estruturado de modo a


promover o desenvolvimento equilibrado do Estado e a servir aos interesses
da coletividade, com a função precípua de democratizar o crédito e permitir

280
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

à população o acesso aos serviços bancários, é constituído pelas instituições


financeiras oficiais estaduais.
Art. 237 – As instituições financeiras estaduais são órgãos de execução da
política de crédito do Governo do Estado, sendo constituídas nos segmentos
do sistema financeiro que convierem ao desenvolvimento financeiro estadual.
Art. 238 – A transformação, a fusão, a cisão, a incorporação ou a extinção
das instituições financeiras oficiais estaduais dependerão de prévia autoriza-
ção da Assembleia Legislativa.
Parágrafo único. Ainda que ocorra modificação na estrutura das instituições
de que trata este artigo, o Estado deterá, no mínimo, cinquenta e um por cento
das ações com direito a voto nas constituídas sob a forma de sociedade anônima.
Art. 239 – Sem prejuízo do sistema de centralização das receitas pú-
blicas, o recolhimento de tributos e demais receitas públicas estaduais será
efetuado nos estabelecimentos públicos ou privados autorizados pela admi-
nistração fazendária.
(Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 53, de
12/12/2002.)
Parágrafo único. A autorização a que se refere o caput deste artigo será
publicada no órgão de imprensa oficial dos Poderes do Estado e divulgada na
internet, na página eletrônica do Estado.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 53, de
12/12/2002.)
(Artigo regulamentado pela Lei n. 23.387, de 9/8/2019.)
Art. 240 – Os recursos captados pelas instituições oficiais estaduais serão
integralmente aplicados no interesse do desenvolvimento do Estado.
Art. 241 – O Conselho Diretor de cada instituição financeira estadual terá,
entre seus membros, um Diretor representante dos servidores, com direito a
voz e voto e por estes eleito livremente.

281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – O Diretor representante dos servidores não executará funções ope-


racionais, cabendo-lhe promover e incentivar a participação dos servidores na
melhor gestão da empresa.
§ 2º – O Diretor representante dos servidores terá estabilidade no empre-
go durante o período de representação e por mais um ano depois de termi-
nado o mandato.

Seção III
Do Turismo

Art. 242 – O Estado apoiará e incentivará o turismo como atividade eco-


nômica, reconhecendo-o como forma de promoção e desenvolvimento, social
e cultural.
Art. 243 – O Estado, juntamente com o órgão colegiado representativo
dos segmentos do setor, definirá a política estadual de turismo, observadas
as seguintes diretrizes e ações:
I – adoção de plano integrado e permanente, estabelecido em lei, para o de-
senvolvimento do turismo no Estado, observado o princípio da regionalização;
(Vide Lei n. 12.398, de 12/12/1996.)
(Vide Lei n. 14.368, de 19/7/2002.)
II – incentivo ao turismo para a população de baixa renda, inclusive me-
diante estímulos fiscais e criação de colônias de férias, observado o disposto
no inciso anterior;
III – desenvolvimento de infraestrutura e conservação dos parques esta-
duais, reservas biológicas, cavernas e abrigos sob rocha e de todo potencial
natural que venha a ser de interesse turístico;
IV – estímulo à produção artesanal típica de cada região do Estado, me-
diante política de redução ou de isenção de tarifas devidas por serviços esta-
duais, conforme especificação em lei;
(Vide Lei n. 12.708, de 29/12/1997.)

282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Vide Lei n. 13.437, de 30/12/1999.)


V – apoio a programas de orientação e divulgação do turismo regional e
ao desenvolvimento de projetos turísticos municipais;
VI – criação de fundo de assistência ao turismo, em benefício das cidades
históricas, estâncias hidrominerais e outras localidades com reconhecido po-
tencial turístico desprovidas de recursos;
(Vide Lei n. 11.520, de 13/7/1994.)
(Vide Lei n. 15.686, de 20/7/2005.)
VII – regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e cul-
turais de interesse turístico;
VIII – manutenção e aparelhamento das estâncias hidrominerais;
IX – proteção do patrimônio ecológico e histórico-cultural do Estado;
X – apoio à iniciativa privada no desenvolvimento de programas de lazer e
entretenimento para a população;
XI – apoio a eventos turísticos, na forma da lei;
XII – promoção da educação para o turismo em todos os níveis educacionais;
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 51, de
29/10/2001.)
XIII – divulgação de informações sobre a atividade do turismo, com vistas a

conscientizar a população da importância do desenvolvimento do setor no Estado.

(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 51, de

29/10/2001.)

Parágrafo único. O Estado incentivará o turismo social, mediante benefí-

cios fiscais, na forma da lei.

Seção IV

Da Política Urbana

283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 244 – Compete ao Estado participar do processo de execução das

diretrizes dos planos diretores, na forma deste artigo.

§ 1º – As atividades e serviços a cargo do Estado e de suas entidades

de administração indireta, no âmbito urbano, serão articulados com os do

Município, visando harmonizar e racionalizar a execução das diretrizes do

respectivo plano diretor, em favor do objetivo comum de ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e de garantir o bem-estar de

seus habitantes.

§ 2º – A articulação de que trata o parágrafo anterior será incumbência de

órgão constituído, paritariamente, por representantes dos Poderes Públicos

estadual e municipal.

§ 3º – As entidades da Administração Pública Estadual, concessionárias

dos serviços públicos relativos a equipamentos urbanos, obrigam-se a reali-

zar e instalar os respectivos serviços de infraestrutura urbana nos loteamen-

tos novos, no prazo de cento e oitenta dias contados de sua aprovação pelas

autoridades municipais.

Art. 245 – O Estado assistirá os Municípios que o solicitarem na elabora-

ção dos planos diretores.


§ 1º – Na liberação de recursos do erário estadual e na concessão de ou-
tros benefícios em favor de objetivos de desenvolvimento urbano e social, o
Estado atenderá, prioritariamente, ao Município já dotado de plano diretor,
incluídas, entre suas diretrizes, as de:
I – ordenamento do território, sob os requisitos de zoneamento, uso, par-
celamento e ocupação do solo urbano;
II – aprovação e fiscalização de edificações, observadas as condições geo-
lógicas, minerais e hídricas e respeitado o patrimônio cultural a que se refere o
art. 208, entre outros requisitos compatibilizados com o disposto neste inciso;
III – preservação do meio ambiente e da cultura;

284
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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IV – garantia do saneamento básico;


V – urbanização, regularização e titulação das áreas deterioradas, prefe-
rencialmente sem remoção dos moradores;
VI – participação das entidades comunitárias no planejamento e controle
da execução dos programas a elas pertinentes;
VII – manutenção de sistemas de limpeza urbana, coleta, tratamento e
destinação final do lixo urbano;
VIII – reserva de áreas urbanas para implantação de projetos de cunho social.
§ 2º – O Estado incentivará, mediante assistência técnica, a criação de
cidades-satélites, para expansão urbana de cidades consideradas históricas,
com o objetivo de preservação do núcleo cultural.
§ 3º – Adotar-se-á o mapeamento geológico básico como subsídio técnico
para a planificação do uso e ocupação do solo.
Art. 246 – O Poder Público adotará instrumentos para efetivar o direito
de todos à moradia, em condições dignas, mediante políticas habitacionais
que considerem as peculiaridades regionais e garantam a participação da
sociedade civil.
(Vide Lei n. 11.265, de 4/11/1993.)
(Vide Lei n. 11.622, de 6/10/1994.)
§ 1º – O direito à moradia compreende o acesso aos equipamentos urbanos.
(Parágrafo renumerado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 2º – A legitimação de terras devolutas situadas no perímetro urbano ou
na zona de expansão urbana, assim considerada a faixa externa contígua ao
perímetro urbano de até 2km (dois quilômetros) de largura, compatibilizada
com o plano urbanístico municipal ou metropolitano, é limitada, respectiva-
mente, a 500m2 (quinhentos metros quadrados) e a 2.000m2 (dois mil me-
tros quadrados), permitida ao ocupante a legitimação da área remanescente,
quando esta for insuficiente à constituição de um novo lote.

285
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de


8/7/1998.)
(Vide Lei n. 11.020, de 8/1/1993.)
(Vide Lei n. 13.468, de 17/1/2000.)
§ 3º – Será onerosa a legitimação:
I – de terreno ocupado por proprietário de outro imóvel urbano ou rural
no mesmo município;
II – de área superior a 1.000m2 (mil metros quadrados), situada em zona
de expansão urbana;
III – da área remanescente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 4º – O Poder Executivo poderá delegar aos municípios, nos termos da
lei, a discriminação e a legitimação das terras devolutas situadas no períme-
tro urbano e na zona de expansão urbana.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 5º – A legitimação onerosa efetuada pelo município obedecerá à tabela
de preços previamente aprovada pela Câmara Municipal.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 6º – Das áreas arrecadadas pelo município em processo discriminatório
administrativo ou ação judicial discriminatória, 30% (trinta por cento) conti-
nuarão a pertencer ao Estado e serão destinadas, prioritariamente, a:
I – construção de habitações populares;
II – implantação de equipamentos comunitários;
III – preservação do meio ambiente;
IV – instalação de obras e serviços municipais, estaduais e federais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 7º – Serão encaminhados à Assembleia Legislativa:

286
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – relatório anual das atividades relacionadas com a alienação ou a con-


cessão administrativa, sem prévia autorização legislativa, de terras públicas
e devolutas;
II – relação das terras públicas e devolutas a serem legitimadas adminis-
trativamente,
com antecedência mínima de 90 (noventa) dias da expedição do título.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)

Seção V
Da Política Rural

(Vide Lei n. 11.744, de 16/1/1995.)


Art. 247 – O Estado adotará programas de desenvolvimento rural desti-
nados a fomentar a produção agropecuária, organizar o abastecimento ali-
mentar, promover o bem-estar do homem que vive do trabalho da terra e
fixá-lo no campo, compatibilizados com a política agrícola e com o plano de
reforma agrária estabelecidos pela União.
(Caput regulamentado pela Lei n. 11.405, de 28/1/1994.)
(Vide Lei n. 13.195, de 29/1/1999.)
§ 1º – Para a consecução dos objetivos indicados neste artigo, será asse-
gurada, no planejamento e na execução da política rural, na forma da lei, a
participação dos setores de produção, envolvendo produtores e trabalhado-
res rurais, e dos setores de comercialização, armazenamento, transportes e
abastecimento, levando-se em conta, especialmente:
I – os instrumentos creditícios e fiscais;
II – o incentivo à pesquisa tecnológica e científica e à difusão de seus re-
sultados;
III – a assistência técnica e a extensão rural;
IV – o seguro agrícola;
V – o cooperativismo;

287
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – a eletrificação rural e a irrigação;


VII – a habitação para o trabalhador rural;
VIII – o cumprimento da função social da propriedade;
IX – a alienação ou a concessão, a qualquer título, de terra pública para
assentamento de trabalhador rural ou produtor rural, pessoa física ou jurí-
dica, ainda que por interposta pessoa, compatibilizadas com os objetivos da
reforma agrária e limitadas a 100ha (cem hectares).
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 2º – A alienação ou concessão de que trata o inciso IX do parágrafo
anterior será permitida uma única vez a cada beneficiário, ainda que a nego-
ciação se verifique após o prazo fixado no § 4º.
§ 3º – Independem da prévia autorização legislativa:
I – a alienação ou concessão de terra pública previstas no plano de refor-
ma agrária estadual, aprovado em lei;
II – a concessão gratuita do domínio de área devoluta rural não superior a
50ha (cinquenta hectares) a quem, não sendo proprietário de imóvel rural ou
urbano, a possua como sua, por 5 (cinco) anos ininterruptos, sem oposição,
tenha nela sua moradia e a tenha tornado produtiva.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 34,
de 8/7/1998.)
§ 4º – Será outorgado título de domínio ou de concessão de uso, inegoci-
ável pelo prazo de dez anos, ao beneficiário do disposto no inciso IX do § 1º
que comprovar exploração efetiva e vinculação pessoal à terra, nos termos e
condições previstos em lei.
§ 5º – O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao ho-
mem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos ter-
mos e nas condições previstos em lei.
§ 6º – Quem tornar economicamente produtiva terra devoluta estadual e
comprovar sua vinculação pessoal a ela terá preferência para adquirir-lhe o

288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

domínio, até a área de duzentos e cinquenta hectares, contra o pagamento


do seu valor, acrescido dos emolumentos.
§ 7º – São vedadas a alienação e a concessão de terra pública:
I – a membro dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e a dirigente
de órgão e entidade de administração pública direta e indireta;
II – a servidor de órgão ou entidade da Administração Pública vinculado ao
sistema de política rural do Estado;
III – a proprietário de mais de duzentos e cinquenta hectares;
IV – a pessoa jurídica cuja titularidade do poder decisório seja de estrangeiro;
V – a cônjuge ou a parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau,
ou por adoção, das autoridades e do servidor indicados, respectivamente,
nos incisos I e II e de beneficiário de terra pública rural em área contígua
à do beneficiário.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 8º – Na ação judicial discriminatória, o Estado poderá firmar acordo para
a legitimação de terra devoluta rural com área de até 250ha (duzentos e cin-
quenta hectares), atendidos os seguintes requisitos:
I – cumprimento da função social, nos termos do art. 186 da Constituição
Federal; e
II – devolução, pelo ocupante, da área remanescente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
§ 9º – Serão encaminhados à Assembleia Legislativa:
I – relatório anual das atividades relacionadas com a alienação ou a
concessão administrativa, sem prévia autorização legislativa, de terras públicas
e devolutas;

289
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – relação das terras públicas e devolutas a serem legitimadas ou con-


cedidas administrativamente, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias
da expedição do título ou da celebração do contrato.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 34, de
8/7/1998.)
(Artigo regulamentado pela Lei n. 11.405, de 28/1/1994.)
Art. 248 – O Estado formulará, mediante lei, a política rural, conforme
a regionalização prevista nesta Constituição, observadas as peculiaridades
locais, para desenvolver e consolidar a diversificação e a especialização regio-
nais, asseguradas as seguintes medidas:
(Vide Lei n. 11.405, de 28/1/1994.)
I – implantação e manutenção de núcleos gratuitos de profissionalização
específica;
II – criação e manutenção de fazendas-modelo e de serviços de preserva-
ção e controle da saúde animal;
III – divulgação de dados técnicos relevantes concernentes à política rural;
IV – oferta, pelo Poder Público, de infraestrutura de armazenagem, de
garantia de mercado na área estadual e de sistema viário adequado ao esco-
amento da produção;
V – repressão ao uso de anabolizante e ao uso indiscriminado de agrotóxico;
VI – incentivo, com a participação do Município, à criação de granja, sítio
e chácara em núcleo rural, em sistema familiar;
VII – estímulo à organização participativa da população rural;
VIII – adoção de treinamento de prática preventiva de medicinas humana
e veterinária e de técnicas de exploração e de reposição florestal, compatibi-
lizadas com a exploração do solo e a preservação do meio ambiente;
IX – oferta, pelo Poder Público, de escolas, postos de saúde, centros de
lazer e centros de treinamento de mão de obra rural, e de condições para im-
plantação de instalações de saneamento básico;
X – incentivo ao uso de tecnologias adequadas ao manejo do solo;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Vide Lei n. 12.596, de 30/7/1997.)


XI – programas de fornecimento de insumos básicos e de serviços de me-
canização agrícola;
XII – programas de controle de erosão, de manutenção de fertilidade e de
recuperação de solos degradados;
XIII – assistência técnica e extensão rural, com atendimento gratuito aos
pequenos produtores rurais e suas formas associativas e aos beneficiários de
projeto de reforma agrária;
XIV – prioridade para o abastecimento interno, notadamente no que diz
respeito ao apoio aos produtores de gêneros alimentícios básicos;
XV – criação e manutenção de núcleos de demonstração e experimenta-
ção de tecnologia apropriada à pequena produção;
XVI – apoio às iniciativas de comercialização direta entre pequenos produ-
tores rurais e consumidores.

Seção VI
Da Política Hídrica e Minerária

Art. 249 – A política hídrica e minerária executada pelo Poder Público se


destina ao aproveitamento racional, em seus múltiplos usos, e à proteção dos
recursos hídricos e minerais, observada a legislação federal.
(Vide Lei n. 13.199, de 29/1/1999.)
Art. 250 – Para assegurar a efetividade do objetivo do artigo anterior, o
Poder Público, por meio de sistema estadual de gerenciamento de recursos
hídricos e sistema estadual de gerenciamento de recursos minerários, obser-
vará, entre outros, os seguintes preceitos:
I – adoção da bacia hidrográfica como base de gerenciamento e de classi-
ficação dos recursos hídricos;
(Vide Lei n. 13.771, de 11/12/2000.)

291
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – proteção e utilização racional das águas superficiais e subterrâneas,


das nascentes e sumidouros e das áreas úmidas adjacentes;
(Vide Lei n. 12.503, de 30/5/1997.)
(Vide Lei n. 13.771, de 11/12/2000.)
III – criação de incentivo a programas nas áreas de turismo e saúde, com
vistas ao uso terapêutico das águas minerais e termais na prevenção e no
tratamento de doenças;
IV – conservação dos ecossistemas aquáticos;
(Vide Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)
V – fomento das práticas náuticas, de pesca desportiva e de recreação
pública em rios de preservação permanente;
(Vide Lei n. 14.181, de 17/1/2002.)
VI – fomento à pesquisa, à exploração racional e ao beneficiamento dos
recursos minerais do subsolo, por meio das iniciativas pública e privada;
VII – adoção de instrumentos de controle dos direitos de pesquisa e de
exploração dos recursos minerais e energéticos;
VIII – adoção de mapeamento geológico básico, como suporte para o ge-
renciamento e a classificação de recursos minerais;
IX – democratização das informações cartográficas, de geociências e de
recursos naturais;
X – estímulo à organização das atividades de garimpo, sob a forma de
cooperativas, com vistas à promoção socioeconômica de seus membros, ao
incremento da produtividade e à redução de impactos ambientais decorrentes
dessa atividade.
§ 1º – Para a execução do gerenciamento previsto no inciso I, o Estado
instituirá circunscrições hidrográficas integrantes do Sistema Estadual de Ge-
renciamento de Recursos Hídricos, na forma da lei.
§ 2º – Para preservação dos recursos hídricos do Estado, a lei estabelece-
rá as hipóteses em que será exigido o lançamento de efluentes industriais a
montante do ponto de captação.

292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Para cumprimento do disposto no inciso V, a lei instituirá sistema


estadual de rios de preservação permanente.
(Parágrafo regulamentado pela Lei n. 15.082, de 27/4/2004.)
(Artigo regulamentado pela Lei n. 13.199, de 29/1/1999.)
Art. 251 – A exploração de recursos hídricos e minerais do Estado não
poderá comprometer os patrimônios natural e cultural, sob pena de respon-
sabilidade, na forma da lei.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 13.199, de 29/1/1999.)
Art. 252 – Os recursos financeiros destinados ao Estado, resultantes de
sua participação na exploração de recursos minerais em seu território ou de
compensação financeira correspondente, serão, prioritariamente, aplicados
de forma a garantir o disposto no art. 253, sem prejuízo da destinação asse-
gurada no § 3º do art. 214.
Art. 253 – O Estado assistirá, de modo especial, o Município que se desen-
volva em torno de atividade mineradora, tendo em vista a diversificação de sua
economia e a garantia de permanência de seu desenvolvimento socioeconômico.
§ 1º – A assistência de que trata este artigo será objeto de plano de in-
tegração e de assistência aos Municípios mineradores, a se efetivar, tanto
quanto possível, por meio de associação que os congregue.
§ 2º – A lei que estabelecer o critério de rateio da parte disponível do im-
posto a que se refere o art. 144, I, “b”, reservará percentual específico para
os Municípios considerados mineradores.
(Vide Lei n. 13.803, de 27/12/2000.)
§ 3º – A lei criará o Fundo de Exaustão e Assistência aos Municípios Mine-
radores, formado por recursos oriundos do Estado e dos Municípios interes-
sados, cuja gestão dará prioridade à diversificação de atividades econômicas
desses Municípios, na forma de lei complementar.
Art. 254 – O Estado promoverá e incentivará sua política de desenvol-
vimento energético e a exploração de recursos hídricos, de gás canalizado

293
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

e de outras formas de energia, observadas as diretrizes gerais da legislação


federal pertinente.
(Caput regulamentado pela Lei n. 13.199, de 29/1/1999.)
§ 1º – A exploração de fontes energéticas e a produção de energia rece-
berão tratamento prioritário do Estado, com vistas ao desenvolvimento so-
cioeconômico regional e à criação de recursos para a viabilização de projetos
pioneiros considerados estratégicos para esses fins.
§ 2º – O Estado executará a política a que se refere este artigo, observa-
das as condições nele estabelecidas, por intermédio das suas entidades cons-
tituídas para esse fim ou de empresas privadas delegatárias.
Art. 255 – O Estado alocará recursos para o atendimento de projetos prio-
ritários para o desenvolvimento energético nas áreas de geração, de trans-
missão, de transporte e de distribuição de energia.
Parágrafo único. O aporte de recursos, para os fins deste artigo, levará em
consideração a arrecadação tributária proveniente do setor e a sua capacida-
de de execução técnica de tais projetos.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 256 – São considerados:


I – data magna do Estado o dia 21 de abril, Dia de Tiradentes;
II – Dia de Minas o dia 16 de julho;
III – Dia dos Gerais o dia 8 de dezembro.
§ 1º – As semanas em que recaírem os dias 16 de julho e 8 de dezembro
serão denominadas Semana de Minas e Semana dos Gerais, respectivamente,
e constituirão períodos de celebrações cívicas em todo o território do Estado.
§ 2º – A Capital do Estado será transferida simbolicamente para a cidade
de Ouro Preto no dia 21 de abril, para a cidade de Mariana no dia 16 de julho
e para a cidade de Matias Cardoso no dia 8 de dezembro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 89,


de 7/12/2011.)
Art. 257 – O Governador eleito designará Comissão de Transição, cujos
trabalhos se iniciarão, no mínimo, trinta dias antes de sua posse.
Parágrafo único. O Governo do Estado oferecerá as condições necessá-
rias para que a Comissão possa efetuar completo levantamento da situação
da administração direta e da indireta, inclusive mediante a contratação de
auditoria externa.
(Vide Lei n. 19.434, de 11/1/2011.)
Art. 258 – Todo agente político ou agente público, qualquer que seja sua
categoria ou a natureza do cargo, e o dirigente, a qualquer título, de entidade da
administração indireta, obrigam-se, ao se empossarem e ao serem exonerados,
a declarar seus bens, sob pena de nulidade, de pleno direito, do ato de posse.
Parágrafo único. Obrigam-se a declaração de bens, registrada no Cartório
de Títulos e Documentos, os ocupantes de cargos eletivos nos Poderes Legis-
lativo e Executivo, os membros do Poder Judiciário, os Secretários de Estado
e os dirigentes de entidades da administração indireta, no ato de posse e no
término de seu exercício, sob pena de responsabilidade.
(Vide Lei n. 10.048, de 26/12/1989.)
(Vide Lei n. 13.164, de 20/1/1999.)
Art. 259 – O Estado assegurará a participação de representantes de as-
sociações profissionais nos órgãos colegiados de sua administração direta e
indireta, na forma da lei.
Art. 260 – As diretrizes para a atuação estatal nas áreas de que trata o
Título IV serão definidas conjuntamente pelo Estado e pela sociedade civil por
meio de órgãos colegiados que serão criados em lei.
Art. 261 – É facultado a qualquer pessoa e obrigatório para o servidor pú-
blico representar ao Ministério Público, quando for o caso, contra ato lesivo ao
meio ambiente, ao patrimônio artístico ou histórico, ao turismo ou paisagismo
e aos direitos do consumidor.

295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 262 – A não instalação e a não manutenção das creches previstas


nesta Constituição acarretarão direito do servidor a indenização, na forma
da lei, sem prejuízo do disposto nos arts. 5º, LXXI e § 1º, e 103, § 2º, da
Constituição da República, e nos arts. 4º, § 7º, V, 106, I, “h”, e 118, § 4º,
desta Constituição.
Art. 263 – O Estado instituirá contencioso administrativo para a apre-
ciação de recursos contra as decisões da Fazenda Estadual, com composição
paritária entre o Estado e os contribuintes, sem prejuízo da competência do
Poder Judiciário.
Art. 264 – Nenhum benefício ou serviço da previdência social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Art. 265 – Na forma da Lei Orgânica do Tribunal de Contas, a instrução
dos processos de fiscalização financeira e orçamentária será promovida por
Auditor quando não estiver substituindo Conselheiro.
Parágrafo único. A substituição de Conselheiro por Auditor se fará em re-
gime de rodízio.
(Vide art. 11 da Lei Complementar n. 102, de 17/1/2008.)
Art. 266 – O Estado dará prioridade ao aumento de sua participação no
capital da Telecomunicações de Minas Gerais S. A. – Telemig – por meio de
subscrição de novas ações, até atingir o montante de vinte e cinco por cento
do capital social, em parcelas anuais da ordem de cinco por cento cada uma,
para custear projetos em áreas prioritárias e regiões servidas deficientemen-
te e para atender a populações de baixa renda.
Art. 267 – A empresa pública que se constituir a partir do patrimônio da
autarquia Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais será mantida, vedada
sua alienação ou extinção.
Art. 268 – Lei complementar, de iniciativa privativa da Assembleia Legis-
lativa, disporá sobre a Ouvidoria do Povo, órgão auxiliar do Poder Legislativo
na fiscalização da execução dos serviços públicos estaduais.

296
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. A lei de que trata este artigo estabelecerá a competência e a


organização da Ouvidoria do Povo e os critérios de nomeação do Ouvidor-Geral.
Art. 269 – A recusa de posse, pelo candidato nomeado para ingresso na
magistratura de carreira ou no Ministério Público, importa perda do direito ao
provimento durante o período de validade do concurso a que se tenha submetido.
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça, na designação da comarca ou vara para
exercício do Juiz Substituto, dará preferência à que estiver vaga há mais tempo.
Art. 270 – (Revogado pelo art. 5º da Emenda à Constituição n. 63, de
19/7/2004.)
Dispositivo revogado:
“Art. 270 – O magistrado que tiver proferido e remetido à Corregedoria de
Justiça, cada mês, mais de dez acórdãos, como Relator no Tribunal de Alçada,
ou mais de dez sentenças de mérito, em primeira instância, terá preferência
para promoção por merecimento.
Parágrafo único. A presteza no exercício da jurisdição, segundo o critério
definido neste artigo, será informada ao Tribunal de Justiça, pelo Corregedor
de Justiça, para efeito de elaboração de lista de promoção por merecimento,
sem prejuízo do exame dos demais critérios indicados no art. 98, II e III.”
Art. 271 – Para o fim de plantão forense diuturno, em Comarca com
mais de uma vara, fora do horário de funcionamento externo do foro, o Pre-
sidente do Tribunal de Justiça designará Juiz, na forma da Lei de Organiza-
ção e Divisão Judiciárias.
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
Art. 272 – O advogado que não for Defensor Público, quando nomeado
para defender réu pobre, em processo civil ou criminal, terá os honorários
fixados pelo Juiz, no ato da nomeação, segundo tabela organizada pelo Con-
selho da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais,
os quais serão pagos pelo Estado, na forma que a lei estabelecer.
(Vide Lei n. 13.166, de 20/1/1999.)

297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 273 – (Revogado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 40, de


24/5/2000.)
Dispositivo revogado:
“Art. 273 – Para cumprimento do disposto no art. 131, é assegurada isono-
mia de remuneração entre os cargos finais das carreiras do Ministério Público,
de Procurador do Estado, de Procurador da Fazenda Estadual, de Defensor
Público e de Delegado de Polícia, observada a diferença não excedente a dez
por cento de uma para outra classe das respectivas carreiras.”
(Expressão “do Ministério Público” declarada inconstitucional em 15/4/1993
– ADI 171. Acórdão publicado no Diário da Justiça em 3/6/1994.)
Art. 274 – As serventias do foro judicial constituem serviço público sujeito
à administração, ao controle e à fiscalização do Poder Judiciário.
Art. 275 – O ingresso em cargo das serventias do foro judicial se fará
mediante concurso público de provas e títulos, realizado, com a participação
da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais, pelo
Tribunal de Justiça, que fará o provimento respectivo.
Art. 276 – Os servidores das serventias do foro judicial estarão sujeitos,
na forma da Lei de Organização e Divisão Judiciárias, ao regime jurídico único
a que se refere o art. 30.
(Vide Lei n. 10.254, de 20/7/1990.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
Art. 277 – Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter
privado, por delegação do Poder Público.
§ 1º – A lei regulará as atividades dos notários, dos oficiais de registro e
de seus prepostos e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário,
observada a legislação federal.
§ 2º – Os emolumentos relativos aos serviços notariais e de registro
serão estabelecidos no Regimento de Custas e Emolumentos, observada a
legislação federal.
(Vide Lei n. 15.424, de 30/12/2004.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso


público de provas e títulos, realizado com a participação da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, Seção do Estado de Minas Gerais.
(Vide Lei n. 12.919, de 29/6/1998.)
§ 4º – Nenhuma serventia permanecerá vaga por mais de seis meses sem
abertura de concurso para provimento ou remoção.
(Vide Lei n. 12.919, de 29/6/1998.)
(Vide Lei Complementar n. 59, de 18/1/2001.)
Art. 278 – Lei ordinária fixará os critérios populacionais, socioeconômicos
e estatísticos, para criação, fusão e desmembramento dos serviços notariais
e de registro.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 12.920, de 29/6/1998.)
Art. 279 – O Estado promoverá, no âmbito de sua competência, condi-
ções necessárias à instalação, na rede hospitalar, de alas para atendimento
de hemofílicos e aidéticos.
Art. 280 – É garantida ao estudante hemofílico a reposição de aulas per-
didas por motivo de saúde.
Art. 281 – A lei estabelecerá estímulos em favor de quem fizer doação de
órgão para transplante, na forma de lei federal, sob cadastramento e controle
a cargo do Estado.
(Vide Lei n. 10.860, de 5/8/1992.)
(Vide Lei n. 11.553, de 3/8/1994.)
Art. 282 – O oficial do corpo, quadro ou serviço de saúde ou veterinário
que possua curso universitário, terá contado, como tempo de efetivo serviço,
um ano para cada cinco anos de efetivo serviço prestado, até que esse acrés-
cimo perfaça o total de anos de duração do mencionado curso.
Art. 283 – O vencimento do integrante do Quadro do Magistério será fi-
xado, respeitado o critério de habilitação profissional, a partir de valor que
atenda às necessidades básicas do servidor e às de sua família, e terá reajus-
tes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo.

299
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. O vencimento será fixado com diferença não excedente a


cinquenta por cento de um nível para outro da carreira.
Art. 283-A – Os servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das
carreiras da área de educação do Poder Executivo do Estado e o pessoal civil
da Polícia Militar poderão ser remunerados na forma de subsídio, fixado nos
termos de lei específica, observados os limites e parâmetros estabelecidos
nesta Constituição e o disposto neste artigo.
§ 1º – A lei instituidora do regime de subsídio de que trata o caput pode-
rá facultar ao servidor a opção entre o regime de remuneração composto de
vencimento básico e vantagens e o regime de subsídio.
§ 2º – Ao servidor remunerado na forma de subsídio fica assegurada a per-
cepção de verbas de natureza indenizatória, inclusive as relativas à extensão
de carga horária, de vantagens decorrentes de direitos remuneratórios esta-
belecidos no caput do art. 31 desta Constituição, exceto o adicional de desem-
penho e os direitos estabelecidos em lei não aplicáveis ao regime de subsídio,
e do abono de permanência de que trata a Constituição da República.
§ 3º – O servidor remunerado na forma de subsídio não perceberá qual-
quer outra parcela que lhe tenha sido concedida, no regime remuneratório
anterior à instituição do regime do subsídio, por força desta Constituição e da
legislação ordinária, inclusive aquelas de que tratam o art. 284 e o inciso II
do art. 290 desta Constituição e os arts. 112, 113, 114, II, 115, 118 e 120
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado,
assegurado o direito às férias-prêmio adquiridas e a adquirir.
§ 4º – É assegurado ao servidor enquadrado no regime de subsídio o pa-
gamento pelo exercício de cargo em comissão ou de função de confiança, nos
termos da lei.
§ 5º – O servidor enquadrado no regime de subsídio em exercício de cargo
em comissão ou função de confiança não fará jus à percepção das parcelas
remuneratórias vedadas ao servidor remunerado na forma de subsídio, nem
ao cômputo do tempo para a aquisição de novos adicionais.

300
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo acrescentado pelo art. 46 da Emenda à Constituição n. 84, de


22/12/2010.)
§ 6º – Os servidores integrantes das carreiras de que trata o caput cujas
vantagens pecuniárias tenham sido incorporadas pela implantação do regime
de subsídio e que posteriormente retornem ao regime de remuneração farão
jus, unicamente, a vantagens pecuniárias, gratificações, adicionais, abonos,
prêmios, verbas de representação e outras parcelas estabelecidos na lei que
reinstituir o regime remuneratório e na legislação específica superveniente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 94, de
30/6/2015.)
Art. 284 – Fica assegurada ao Professor e ao Regente de Ensino, enquan-
to no exercício de regência ou na orientação de aprendizagem, a percepção
de gratificação de pelo menos dez por cento de seus vencimentos, a título de
incentivo à docência.
(Vide alínea “b” do inciso I e alínea “b” do inciso IV do art. 2º da Lei n.
18.975, de 29/6/2010.)
Art. 285 – (Revogado pelo art. 6º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)
Dispositivo revogado:
“Art. 285 – Ao servidor público que tenha tempo de efetivo exercício de
magistério na iniciativa privada, na rede estadual, federal ou municipal de
ensino, é assegurada, em relação ao respectivo tempo de serviço:
I – percepção da gratificação quinquenal, no índice concedido ao integran-
te do Quadro do Magistério;
II – contagem proporcional do tempo de serviço, para fins de aposentado-
ria e de percepção dos correspondentes adicionais.”
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 3, de
22/5/1992.)
Art. 286 – Considera-se como de Professor, para os fins de aposentadoria
e disponibilidade e de todos os direitos e vantagens da carreira, o tempo de

301
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

serviço de ocupante de cargo ou função do Quadro do Magistério, ou do de


Regente de Ensino, inclusive o de exercício de cargo de provimento em co-
missão prestado em unidade escolar, em unidade regional, no órgão central
da educação ou em conselho de educação.
(Artigo declarado inconstitucional em 18/3/1992 – ADI 152. Acórdão pu-
blicado no Diário da Justiça em 24/4/1992.)
Art. 287 – (Revogado pelo art. 49 da Emenda à Constituição n. 84, de
22/12/2010.)
Dispositivo revogado:
“Art. 287 – A servidor submetido ao regime de convocação, não ocupante
de cargo efetivo, é assegurado o disposto no art. 36, I e II.”
Art. 288 – A jornada de trabalho de ocupante de cargo das classes de
Especialista de Educação será cumprida no regime básico de vinte e quatro
horas semanais.
§ 1º – Ao ocupante de cargo das classes de que trata este artigo fica res-
salvado o direito de optar pelo regime de quarenta horas semanais, assegu-
rado o vencimento correspondente a essa jornada.
§ 2º – A opção de que trata o parágrafo anterior poderá ser manifestada
no prazo de noventa dias contados da data do início do respectivo exercício.
Art. 289 – Para o exercício em substituição de atividade de magistério
mediante designação para função pública, dar-se-á prioridade ao servidor
aprovado em concurso público para o cargo correspondente.
Parágrafo único. No caso de vacância, só se aplica o disposto neste artigo
quando não houver candidato aprovado em concurso público, ou, se houver,
não aceitar a nomeação.
Art. 290 – O servidor público que desempenhe a sua atividade profissio-
nal em unidade escolar localizada na zona rural fará jus, proporcionalmente
ao tempo de exercício na mencionada unidade escolar:
I – a férias-prêmio em dobro, em relação às previstas no art. 31, § 4º,
desta Constituição, se integrante do Quadro de Magistério;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 57, de


15/7/2003.)
II – a gratificação calculada sobre seu vencimento básico, incorporável à
remuneração.
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Emenda à Constituição n. 57, de
15/7/2003.)
Art. 291 – Para os fins do art. 203, o Estado apoiará, prioritariamente, o
ensino comunitário da rede estadual das unidades da Campanha Nacional de
Escolas da Comunidade – Cnec.
Art. 292 – O disposto no art. 196, V, não se aplica às instituições educa-
cionais oficiais criadas por lei estadual e existentes na data da promulgação
da Constituição da República que não sejam total ou preponderantemente
mantidas com recursos públicos.
Art. 293 – Fica assegurada a cada unidade do sistema estadual de ensino
público dotação mensal de recursos para os fins de conservação, manutenção
e funcionamento.
Art. 294 – O Estado manterá suas atuais instituições de pesquisa ou as
que lhes venham a suceder e lhes assegurará as condições necessárias ao
cumprimento do disposto na parte final do parágrafo único do art. 212.
Parágrafo único. Fica mantida a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais com as atribuições constantes do art. 212.
(Vide Lei n. 11.552, de 3/8/1994.)
Art. 295 – Incumbe ao Estado, conjuntamente com os Municípios, realizar
censo para levantamento do número de portadores de deficiência, de suas
condições socioeconômicas, culturais e profissionais, e das causas da defici-
ência para orientação do planejamento de ações públicas.
(Artigo regulamentado pela Lei n. 13.641, de 13/7/2000.)
Art. 296 – O Estado instituirá apólice-seguro, com valor definido em lei,
que será devida e paga integralmente à família da vítima de homicídio qua-

303
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

lificado por motivo fútil ou torpe, latrocínio, rapto ou sequestro seguidos de


morte ou de que resulte incapacidade física, mental ou motora permanente.
Parágrafo único. O réu incurso em condenação definitiva resgatará a apó-
lice-seguro ao Estado, mediante ressarcimento em amortizações iguais e su-
cessivas pelo fruto do trabalho assalariado prestado ao estabelecimento penal
designado, e a pena será proporcional à capacidade de quitação do débito, se
cumprida mais da metade da sentença condenatória.
Art. 297 – Os sistemas de informações pertencentes a órgãos ou enti-
dades da Administração Pública Estadual relativos à segurança pública serão
utilizados de forma integrada pelos órgãos responsáveis por aquela atividade,
conforme dispuser a lei.
(Vide Lei n. 13.772, de 11/12/2000.)
(Artigo regulamentado pela Lei n. 13.968, de 27/7/2001.)
Art. 298 – Ao proprietário rural cujo imóvel seja atingido por inundação
causada por represamento de águas decorrentes de construção de usina
hidrelétrica serão assegurados, pelo Estado, o fornecimento prioritário de
energia elétrica e a recomposição de malha rodoviária, na área de influência
da barragem.
Art. 299 – A variação nominal da folha global de pessoal de cada um dos
Poderes do Estado, do Tribunal de Contas e da Procuradoria-Geral de Justiça
não poderá ser superior, em cada quadrimestre, à variação nominal da receita
estadual ocorrida no período.
§ 1º – Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se a data de 1º
de janeiro como termo inicial do primeiro quadrimestre.
§ 2º – A variação nominal da folha global de pessoal e a composição da
receita estadual a que se refere este artigo serão apuradas segundo critérios
definidos em lei.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição n. 11, de
17/12/1993.)

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Palácio da Inconfidência, 21 de setembro de 1989.


Kemil Said Kumaira, Presidente – Cleuber Brandão Carneiro, 1º-Vice-Pre-
sidente – Geraldo Gomes Rezende, 2º-Vice-Presidente – Elmo Braz Soares,
1º-Secretário – Márcio Lemos Soares Maia, 2º-Secretário – Paulo César Gui-
marães, 3º-Secretário – Romeu Ferreira de Queiroz, 4º-Secretário – Jaime
Martins do Espírito Santo, 1º-Suplente – Eduardo Benedito Ottoni, 2º-Su-
plente e Relator Adjunto – Anderson Adauto Pereira, 3º-Suplente – Adelino
Pereira Dias, 4º-Suplente – José Bonifácio Mourão, Relator – Agostinho César
Valente – Agostinho Patrús – Aílton Torres Neves – Amílcar Campos Padovani
– Antônio da Cunha Resende Ninico – Antônio Genaro de Oliveira – Antônio
Mílton Salles – Armando Gonçalves Costa – Benedito Rubens Rennó Bené
Guedes – Bernardo Rubinger de Queiroz – Camilo Machado de Miranda –
Carlos Eduardo Antunes Pereira – Delfim Carvalho Ribeiro – Dirceu Pereira
de Araújo – Domingos Sávio Teixeira Lanna – Elmiro Alves do Nascimento –
Eurípedes Craide – Felipe Néri de Almeida – Geraldo da Costa Pereira – Irani
Vieira Barbosa – Jairo Magalhães Alves – Jamill Selim de Sales Júnior – João
Batista Rosa – João Bosco Martins – João Lamego Netto – João Pedro Gustin
– João Pinto Ribeiro – Jorge Gibram Sobrinho – Jorge Hannas – José Bonifácio
Tamm de Andrada – José Ferraz Caldas – José Ferraz da Silva – José Laviola
Matos – José Maria de Mendonça Chaves – José Maria Pinto – José Militão
Costa – José Neif Jabur – José Rodrigues Duarte – Lacyr Dias de Andrade –
Luís Carlos Balbino Gambogi – Luiz Vicente Ribeiro Calicchio – Manoel Nelinho
Rezende de Mattos Cabral – Maria Elvira Sales Ferreira – Maria José Haueisen
– Maurício Dutra Moreira – Mauro Pinto de Moraes – Mílton Pereira da Cruz
– Narciso Paulo Michelli – Nilmário de Miranda – Otacílio Oliveira de Miranda
– Paulo César de Carvalho Pettersen – Paulo Fernando Soares de Oliveira –
Paulo Pereira – Péricles Ferreira dos Anjos – Raimundo Silva Albergaria – Raul
Messias Franco – Roberto Luiz Soares de Mello – Ronaldo Vasconcellos Novais
– Sandra Meira Starling – Saint’Clair Martins Souto – Sebastião Helvécio Ra-

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Oficial da Polícia Militar

mos de Castro – Sebastião Mendes Barros – Sílvio Carvalho Mitre – Tancredo


Antônio Naves – Wellington Balbino de Castro
PARTICIPANTES: Ademir Lucas Gomes – Aloísio Teixeira Garcia – Francis-
co Carlos Chico Ferramenta Delfino – José Adamo Belato – José Renato No-
vais – Samir Tannus – Serafim Lopes Godinho Filho – Sérgio Emílio Brant de
Vasconcelos Costa – Vítor Penido de Barros
IN MEMORIAM: Rubens Pinto Garcia
=================================
Data da última atualização: 23/12/2019.

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CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI N. 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 7.209, DE 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º  Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem pré-
via cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei penal no tempo

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato pra-
ticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

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Tempo do crime

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-


são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 1984)

Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)

Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação


ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

308
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Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-


ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-
tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-
curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

309
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela


Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a


imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, en-
tretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-
tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-


ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

311
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com


a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela


Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-


ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,


reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio


ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-


zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,


negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde


o agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o


dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas cir-


cunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legíti-
ma. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
como crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta
de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

314
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude


do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circuns-
tâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei


n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-


diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,


responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

315
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-
tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado,
a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desen-


volvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

316
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o

agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento

mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o

caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,

ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.  (Redação

dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei n.

7.209, de 11.7.1984)

I – a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de

efeitos análogos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, prove-

niente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,

inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-

317
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por em-

briaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo

da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do

fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada

pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas pe-
nas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de cará-


ter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

318
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-


sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


I – privativas de liberdade;
II – restritivas de direitos;
III – de multa.
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, se-


miaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial
ou estabelecimento similar;

319
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabele-


cimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes crité-
rios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-
-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos
e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime se-
miaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (qua-
tro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á
com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a pro-
gressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da


pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execu-
ção. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento
durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na con-
formidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que

320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou
obras públicas. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semiaberto

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado


que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de respon-


sabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância,
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permane-
cendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato de-
finido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não
pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Regime especial

Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, obser-


vando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como,
no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Direitos do preso

Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da


liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Trabalho do preso

Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garan-


tidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Legislação especial

Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e


39 deste Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os
critérios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as in-
frações disciplinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

322
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Oficial da Polícia Militar

Superveniência de doença mental

Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser re-


colhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro
estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei n.


9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
III – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído
pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei n. 9.714, de
25.11.1998)
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer

323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser
feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano,
a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei n. 9.714,
de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição,
desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente re-
comendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cál-
culo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cum-
prido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro cri-
me, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva ante-
rior. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proce-


der-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima,
a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social,
de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a
prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluí-
do pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e
seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado
ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prá-
tica do crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas


é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberda-
de. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas con-
siste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)

325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assis-


tenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres,
em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as apti-
dões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa
por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao conde-
nado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à
metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei n. 9.714, de
1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
(Incluído pela Lei n. 12.550, de 2011)

326
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Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de perma-


necer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de alber-
gado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao con-
denado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA

Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário


da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo,
de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a
um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de tran-
sitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as

327
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circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas


mensais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no ven-
cimento ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sus-
tento do condenado e de sua família.(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação rela-
tiva à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei n. 9.268,
de 1º.4.1996) (Vide ADIN 3150)
§ 1º - (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 2º - (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao con-


denado doença mental. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade

Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos


na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Penas restritivas de direitos

Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independente-


mente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de
liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culpo-
sos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI
do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída,
ressalvado o disposto no § 4º do art. 46. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de
1998)

Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47


deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profis-
são, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos de-
veres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Có-
digo, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

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Pena – de multa

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites


fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º
do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte
especial. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta


social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
quências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra es-
pécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Critérios especiais da pena de multa

Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente,


à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que,
em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no má-
ximo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva

§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) me-


ses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II
e III do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias agravantes

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não cons-
tituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a reincidência; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidio-
so ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

331
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,


de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-
nistério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávi-
da; (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Reda-


ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-
dade ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Reincidência

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro,

332
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o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento
ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
II – o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
III – ter o agente:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

333
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o


provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância re-
levante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-


mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59


deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e
agravantes; por último, as causas de diminuição
e de aumento. (Redação dada pela Lei n. 7.209
, de 11.7.1984)
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma
só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente

334
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as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação


cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aque-
la. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessiva-
mente as demais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica


dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativa-
mente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só
dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qual-

335
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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quer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a cul-
pabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multas no concurso de crimes

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta


e integralmente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro na execução

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,


o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atenden-
do-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também
atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Resultado diverso do pretendido

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro
na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente
responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre tam-

336
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Oficial da Polícia Militar

bém o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Re-


dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas

Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não


pode ser superior a 30 (trinta) anos.  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade
cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento
da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período
de pena já cumprido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações

Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena


mais grave. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2


(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
que: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

337
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do


agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado
seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a sus-
pensão. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à ob-
servação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços
à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48). (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei n.
9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica su-


bordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem
à multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I  – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;  (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efe-
tua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qual-


quer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime
culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou con-


travenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,


prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se


extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a


pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena,
bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à
própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano cau-
sado pela infração; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

340
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente es-
pecífico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará tam-
bém subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir
que o liberado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Soma de penas

Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-


-se para efeito do livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Especificações das condições

Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o


livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação do livramento

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a


pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I – por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

341
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Revogação facultativa

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado


deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for ir-
recorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Efeitos da revogação

Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido,


e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Extinção

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não pas-
sar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por cri-
me cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

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CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
ceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-
to auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao pro-
duto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legisla-
ção processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado
ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

343
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b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a


4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da cura-
tela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem
igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro des-
cendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei n. 13.715,
de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

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Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído


pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei
n. 13.104, de 2015)

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Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-
minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela
Lei n. 13.771, de 2018)

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III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da


vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído
pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio


para que o faça:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclu-


são, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de
natureza grave.
Parágrafo único. A pena é duplicada:

Aumento de pena

I – se o crime é praticado por motivo egoístico;


II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência.

Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,


durante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

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Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho


provoque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-


das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

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Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-
mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incuravel;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

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Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não


quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante va-


lor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de


detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-


póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.720, de 2012)

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§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação


dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-


juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)

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CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato


libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de


que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-
ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

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Abandono de incapaz

Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilân-
cia ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:


I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III  – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos  (Incluído pela Lei n.
10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra pró-


pria:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

353
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Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem


risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-


cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-


tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,


guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina:

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Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.


§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pes-
soa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a pro-
pala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

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Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:


I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a in-
júria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua na-
tureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:

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Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-


pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459, de
1997)

Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,


se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-
geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;

357
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III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-


ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da


calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-
-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

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CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,


ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para


a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de
armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à vio-
lência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Sequestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído
pela Lei n. 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da
detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-


metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

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Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-


te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II  – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º  A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-


jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei


n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas fun-
ções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º  A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com
o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

362
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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente


à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcio-
nário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou
em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º - A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-


da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

363
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Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º - Na mesma pena incorre:


I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-


mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço pos-
tal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §
1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial

Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento


comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

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SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento


particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou deten-
tor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

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Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vi-


gência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à


rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segu-
rança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem
autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabili-
dades para obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou
difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a
prática da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta
prejuízo econômico. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se hou-
ver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título,
dos dados ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado
contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei n.
12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737, de
2012) Vigência

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III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-


bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-


diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-
cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o
juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

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Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-


metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-
ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de ve-
ículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para


outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.

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§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não


excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-


te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im-
punidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.
13.654, de 2018)

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I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;


(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no §
3º do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

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Extorsão mediante sequestro

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,


qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072, de
25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação dada
pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela
Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da si-


tuação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
contra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

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CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-


so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta co-
minada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, so-
mente se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,


marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:


I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-


sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

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Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de


local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art.


164, somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;

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II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,


testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983, de


2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-


colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-
grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei
ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de
2000)

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§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de


multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da na-


tureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por


erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-


te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

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Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no
art. 155, § 2º.

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa


alheia como própria;

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Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-


tregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-


prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-


do, ou lhe frustra o pagamento.

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§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detri-


mento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (In-


cluído pela Lei n. 13.228, de 2015)

Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda


à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão


ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

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Induzimento à especulação

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da


simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou


consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-


-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

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Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por


ações

Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em


prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa
sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a
economia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,
faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em
proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

381
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IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-


cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,
o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”

Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo


com disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-


cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito


próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

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Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,


desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despropor-
ção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presu-
mir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena
o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de
1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo
em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

383
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-


sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.330, de 2016)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos


neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

384
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.015, DE 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.015, DE 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Art. 214 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015, de


2009)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

385
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei n.


12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso


com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-


vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-
zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

386
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO I-A
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
(INCLUÍDO PELA LEI N. 13.772, DE 2018)

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,


conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e
privado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de
2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fo-
tografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. (Incluído pela
Lei n. 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.015, DE 2009)

Sedução

Art. 217 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)

387
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com


alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela
ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-


via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-


te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de

388
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satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de


2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração


sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela
Lei n. 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-
de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I  – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se ve-
rifiquem as práticas referidas no  caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da conde-
nação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabele-
cimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

389
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Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-


vel, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718, de
2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime


é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

390
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)
Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-
-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

391
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)


I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
II  – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei n.


13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído


pela Lei n. 13.718, de 2018)

392
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.015, DE 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexu-


al (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de explo-


ração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.015, de 2009)

393
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-


juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-
lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena  – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça
ou fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente


de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a
exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

394
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual (Re-


dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)


Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacio-
nal para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vi-
gência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído pela
Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto


ao público:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;

396
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-


ção ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(INCLUÍDO PELA LEI N. 12.015, DE 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-
cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título
correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:


I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

398
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Incêndio culposo

§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois


anos.

Explosão

Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos
análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipó-


teses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer
das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efei-


tos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais
casos, é de detenção, de três meses a um ano.

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Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosi-


vos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença


da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou deten-
ção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Perigo de inundação

Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio,


expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obs-
táculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a


vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-


dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-
vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de


natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se

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resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão


corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,


plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis


meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha
férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radio-
telegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

402
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Desastre ferroviário

§ 1º - Se do fato resulta desastre:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qual-
quer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em
trilhos ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou


aéreo

Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou


praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,
fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação


ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime


com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

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Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte


Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe
ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no


caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o dis-
posto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado


ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

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Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de


água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade,
se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funciona-
mento dos serviços. (Incluído pela Lei n. 5.346, de 3.11.1967)

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, in-


formático, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação
dada pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico


ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de in-
formação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
(Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogê-


nicos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)

405
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§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.


§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir


introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcioná-
rio da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista
ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja


notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou


medicinal

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou subs-


tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

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Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular,


tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou


produtos alimentícios (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto


alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-
-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à ven-
da, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrom-
pido ou adulterado. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

407
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§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas


neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)


Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-


tinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei n. 9.677,
de 2.7.1998)

Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a


fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os me-
dicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei n. 9.677, de
2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previs-
tas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (In-
cluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

408
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I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária compe-


tente; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária
competente. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, reves-


timento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-
-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

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Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,


terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra
em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a menciona-
da: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de


qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e
275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Substância destinada à falsificação

Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substân-


cia destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Outras substâncias nocivas à saúde pública
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender
ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saú-
de, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

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Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279 - (Revogado pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:


Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Comércio, posse ou uso de entorpecente ou substância que deter-


mine dependência física ou psíquica. (Redação dada pela Lei n. 5.726, de
1971) (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Art. 281. (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico,


dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

411
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Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se tam-


bém multa.

Charlatanismo

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curandeirismo

Art. 284 - Exercer o curandeirismo:


I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente
fica também sujeito à multa.

Forma qualificada

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste


Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

412
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TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-


quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-
do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercí-


cio do cargo, recebeu por erro de outrem:

413
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Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela


Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-


ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

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Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais


grave.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-


lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou


deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

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Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-


mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.  (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vanta-
gem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-


bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio

416
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ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente


externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-


bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exer-


cê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente
à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

417
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Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.


§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a ou-
trem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

418
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.


9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-


porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos cri-
mes previstos neste Capítulo forem ocupantes de c
argos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão
da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

419
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.


Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou amea-


ça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando
auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspon-
dentes à violência.

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em


razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-


tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por

420
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei n. 9.127,


de 1995)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,


para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena  – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.  (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

421
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada


pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-
mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-
trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º  Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-
geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei


n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-


gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades
comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º  A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda


em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.

423
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Oficial da Polícia Militar

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital


afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal em-
pregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, pro-


cesso ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício,
ou de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-


quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

424
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III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-


rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º  Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-
ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

425
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO II-A
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-
NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
(INCLUÍDO PELA LEI N. 10.467, DE 11.6.2002)

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-


do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de
suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela
Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)

426
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou


insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de


11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos


penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-
go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações
diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi


expulso:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação

427
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de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o


sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de ano-
nimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou pra-


ticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-


temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada

428
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte


entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei n.
10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-


teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,


embora legítima, salvo quando a lei o permite:

429
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Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-


respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-


ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de


crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.

430
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recep-


tação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a en-
trada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012,
de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
12.012, de 2009).

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual,


sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o funcionário que:
I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento
destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segu-
rança;
II – prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando
de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de
liberdade;
III – submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
IV – efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

431
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Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou


submetida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a
pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado
por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido


a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-


nha sob custódia ou guarda:
Pena  – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

432
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Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-


sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

433
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Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a


pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de di-


reito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de


que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

434
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CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(INCLUÍDO PELA LEI N. 10.028, DE 2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou


externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de
2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou reali-
za operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028, de
2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar (Incluído


pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-


pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.
10.028, de 2000)

435
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-


ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-


timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a
ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei n. 10.028, de


2000)

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei n.


10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido


constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
10.028, de 2000)

436
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei n. 10.028, de


2000)

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancela-


mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.
10.028, de 2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato


ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento


de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluído pela Lei


n. 10.028, de 2000)

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-


ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego

437
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-


sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da
República.
GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940
*

438
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

RESOLUÇÃO N. 213, DE 15.2.2015

Dispõe sobre a apresentação de toda pessoa presa à autoridade


judicial no prazo de 24 horas.

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), no


uso de suas atribuições legais e regimentais;
CONSIDERANDO o art. 9º, item 3, do Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos das Nações Unidas, bem como o art. 7º, item 5, da Conven-
ção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica);
CONSIDERANDO a decisão nos autos da Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental 347 do Supremo Tribunal Federal, consignando a obriga-
toriedade da apresentação da pessoa presa à autoridade judicial competente;
CONSIDERANDO o que dispõe a letra “a” do inciso I do art. 96 da
Constituição Federal, que defere aos tribunais a possibilidade de tratarem
da competência e do funcionamento dos seus serviços e órgãos jurisdicio-
nais e administrativos;
CONSIDERANDO a decisão prolatada na Ação Direta de Inconstituciona-
lidade 5240 do Supremo Tribunal Federal, declarando a constitucionalidade
da disciplina pelos Tribunais da apresentação da pessoa presa à autoridade
judicial competente;
CONSIDERANDO o relatório produzido pelo Subcomitê de Prevenção à
Tortura da ONU (CAT/OP/BRA/R.1, 2011), pelo Grupo de Trabalho sobre Deten-
ção Arbitrária da ONU (A/HRC/27/48/Add.3, 2014) e o relatório sobre o uso da
prisão provisória nas Américas da Organização dos Estados Americanos;
CONSIDERANDO o diagnóstico de pessoas presas apresentado pelo CNJ
e o INFOPEN do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça
(DEPEN/MJ), publicados, respectivamente, nos anos de 2014 e 2015, reve-
lando o contingente desproporcional de pessoas presas provisoriamente;

439
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CONSIDERANDO que a prisão, conforme previsão constitucional (CF,


art. 5º, LXV, LXVI), é medida extrema que se aplica somente nos casos ex-
pressos em lei e quando a hipótese não comportar nenhuma das medidas
cautelares alternativas;
CONSIDERANDO que as inovações introduzidas no Código de Processo
Penal pela Lei 12.403, de 4 de maio de 2011, impuseram ao juiz a obriga-
ção de converter em prisão preventiva a prisão em flagrante delito, somente
quando apurada a impossibilidade de relaxamento ou concessão de liberdade
provisória, com ou sem medida cautelar diversa da prisão;
CONSIDERANDO que a condução imediata da pessoa presa à autoridade
judicial é o meio mais eficaz para prevenir e reprimir a prática de tortura no
momento da prisão, assegurando, portanto, o direito à integridade física e
psicológica das pessoas submetidas à custódia estatal, previsto no art. 5.2 da
Convenção Americana de Direitos Humanos e no art. 2.1 da Convenção Contra
a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes;
CONSIDERANDO o disposto na Recomendação CNJ 49 de 1º de abril de 2014;
CONSIDERANDO a decisão plenária tomada no julgamento do Ato
Normativo 0005913-65.2015.2.00.0000, na 223ª Sessão Ordinária, realizada
em 15 de dezembro de 2015;
RESOLVE:
Art. 1º Determinar que toda pessoa presa em flagrante delito, indepen-
dentemente da motivação ou natureza do ato, seja obrigatoriamente apre-
sentada, em até 24 horas da comunicação do flagrante, à autoridade judicial
competente, e ouvida sobre as circunstâncias em que se realizou sua prisão
ou apreensão.
§ 1º A comunicação da prisão em flagrante à autoridade judicial, que se
dará por meio do encaminhamento do auto de prisão em flagrante, de acordo
com as rotinas previstas em cada Estado da Federação, não supre a apresen-
tação pessoal determinada no caput.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º Entende-se por autoridade judicial competente aquela assim dispos-


ta pelas leis de organização judiciária locais, ou, salvo omissão, definida por
ato normativo do Tribunal de Justiça ou Tribunal Federal local que instituir as
audiências de apresentação, incluído o juiz plantonista.
§ 2º Entende-se por autoridade judicial competente aquela assim disposta
pelas leis de organização judiciária locais, ou, salvo omissão, definida por ato
normativo do Tribunal de Justiça, Tribunal de Justiça Militar, Tribunal Regional
Federal, Tribunal Regional Eleitoral ou do Superior Tribunal Militar que insti-
tuir as audiências de apresentação, incluído o juiz plantonista. (Redação dada
pela Resolução n. 268, de 21.11.18)
§ 3º No caso de prisão em flagrante delito da competência originária de
Tribunal, a apresentação do preso poderá ser feita ao juiz que o Presidente do
Tribunal ou Relator designar para esse fim.
§ 4º Estando a pessoa presa acometida de grave enfermidade, ou ha-
vendo circunstância comprovadamente excepcional que a impossibilite de
ser apresentada ao juiz no prazo do caput, deverá ser assegurada a reali-
zação da audiência no local em que ela se encontre e, nos casos em que o
deslocamento se mostre inviável, deverá ser providenciada a condução para
a audiência de custódia imediatamente após restabelecida sua condição de
saúde ou de apresentação.
§ 5º O CNJ, ouvidos os órgãos jurisdicionais locais, editará ato comple-
mentar a esta Resolução, regulamentando, em caráter excepcional, os prazos
para apresentação à autoridade judicial da pessoa presa em Municípios ou se-
des regionais a serem especificados, em que o juiz competente ou plantonista
esteja impossibilitado de cumprir o prazo estabelecido no caput.
Art. 2º O deslocamento da pessoa presa em flagrante delito ao local da
audiência e desse, eventualmente, para alguma unidade prisional específica,
no caso de aplicação da prisão preventiva, será de responsabilidade da Secre-
taria de Administração Penitenciária ou da Secretaria de Segurança Pública,
conforme os regramentos locais.

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Parágrafo único. Os tribunais poderão celebrar convênios de modo a


viabilizar a realização da audiência de custódia fora da unidade judiciária
correspondente.
Art. 3º Se, por qualquer motivo, não houver juiz na comarca até o final
do prazo do art. 1º, a pessoa presa será levada imediatamente ao substituto
legal, observado, no que couber, o § 5º do art. 1º.
Art. 4º A audiência de custódia será realizada na presença do Ministério
Público e da Defensoria Pública, caso a pessoa detida não possua defensor
constituído no momento da lavratura do flagrante.
Parágrafo único. É vedada a presença dos agentes policiais responsáveis
pela prisão ou pela investigação durante a audiência de custódia.
Art. 5º Se a pessoa presa em flagrante delito constituir advogado até o
término da lavratura do auto de prisão em flagrante, o Delegado de polícia
deverá notificá-lo, pelos meios mais comuns, tais como correio eletrônico, te-
lefone ou mensagem de texto, para que compareça à audiência de custódia,
consignando nos autos.
Parágrafo único. Não havendo defensor constituído, a pessoa presa será
atendida pela Defensoria Pública.
Art. 6º Antes da apresentação da pessoa presa ao juiz, será assegurado
seu atendimento prévio e reservado por advogado por ela constituído ou de-
fensor público, sem a presença de agentes policiais, sendo esclarecidos por
funcionário credenciado os motivos, fundamentos e ritos que versam a audi-
ência de custódia.
Parágrafo único. Será reservado local apropriado visando a garantia da
confidencialidade do atendimento prévio com advogado ou defensor público.
Art. 7º A apresentação da pessoa presa em flagrante delito à autoridade
judicial competente será obrigatoriamente precedida de cadastro no Sistema
de Audiência de Custódia (SISTAC).

442
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º O SISTAC, sistema eletrônico de amplitude nacional, disponibilizado


pelo CNJ, gratuitamente, para todas as unidades judiciais responsáveis pela
realização da audiência de custódia, é destinado a facilitar a coleta dos dados
produzidos na audiência e que decorram da apresentação de pessoa presa em
flagrante delito a um juiz e tem por objetivos:
I – registrar formalmente o fluxo das audiências de custódia nos tribunais;
II – sistematizar os dados coletados durante a audiência de custódia, de
forma a viabilizar o controle das informações produzidas, relativas às prisões
em flagrante, às decisões judiciais e ao ingresso no sistema prisional;
III – produzir estatísticas sobre o número de pessoas presas em flagran-
te delito, de pessoas a quem foi concedida liberdade provisória, de medidas
cautelares aplicadas com a indicação da respectiva modalidade, de denúncias
relativas a tortura e maus tratos, entre outras;
IV – elaborar ata padronizada da audiência de custódia;
V – facilitar a consulta a assentamentos anteriores, com o objetivo de
permitir a atualização do perfil das pessoas presas em flagrante delito a
qualquer momento e a vinculação do cadastro de seus dados pessoais a
novos atos processuais;
VI – permitir o registro de denúncias de torturas e maus tratos, para pos-
terior encaminhamento para investigação;
VII – manter o registro dos encaminhamentos sociais, de caráter volun-
tário, recomendados pelo juiz ou indicados pela equipe técnica, bem como os
de exame de corpo de delito, solicitados pelo juiz;
VIII – analisar os efeitos, impactos e resultados da implementação da au-
diência de custódia.
§ 2º A apresentação da pessoa presa em flagrante delito em juízo acon-
tecerá após o protocolo e distribuição do auto de prisão em flagrante e
respectiva nota de culpa perante a unidade judiciária correspondente, dela
constando o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas do
flagrante, perante a unidade responsável para operacionalizar o ato, de
acordo com regramentos locais.

443
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§ 3º O auto de prisão em flagrante subsidiará as informações a serem re-


gistradas no SISTAC, conjuntamente com aquelas obtidas a partir do relato
do próprio autuado.
§ 4º Os dados extraídos dos relatórios mencionados no inciso III do § 1º
serão disponibilizados no sítio eletrônico do CNJ, razão pela qual as autorida-
des judiciárias responsáveis devem assegurar a correta e contínua alimenta-
ção do SISTAC.
Art. 8º Na audiência de custódia, a autoridade judicial entrevistará a pes-
soa presa em flagrante, devendo:
I – esclarecer o que é a audiência de custódia, ressaltando as questões a
serem analisadas pela autoridade judicial;
II – assegurar que a pessoa presa não esteja algemada, salvo em casos
de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, devendo a excepcionalidade ser justificada por escrito;
III – dar ciência sobre seu direito de permanecer em silêncio;
IV – questionar se lhe foi dada ciência e efetiva oportunidade de exercício
dos direitos constitucionais inerentes à sua condição, particularmente o direi-
to de consultar-se com advogado ou defensor público, o de ser atendido por
médico e o de comunicar-se com seus familiares;
V – indagar sobre as circunstâncias de sua prisão ou apreensão;
VI – perguntar sobre o tratamento recebido em todos os locais por onde
passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocorrência
de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;
VII – verificar se houve a realização de exame de corpo de delito, deter-
minando sua realização nos casos em que:
a) não tiver sido realizado;
b) os registros se mostrarem insuficientes;
c) a alegação de tortura e maus tratos referir-se a momento posterior ao
exame realizado;
d) o exame tiver sido realizado na presença de agente policial, observando-
-se a Recomendação CNJ 49/2014 quanto à formulação de quesitos ao perito;

444
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VIII – abster-se de formular perguntas com finalidade de produzir prova


para a investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão
em flagrante;
IX – adotar as providências a seu cargo para sanar possíveis irregularidades;
X – averiguar, por perguntas e visualmente, hipóteses de gravidez, existên-
cia de filhos ou dependentes sob cuidados da pessoa presa em flagrante delito,
histórico de doença grave, incluídos os transtornos mentais e a dependência
química, para analisar o cabimento de encaminhamento assistencial e da con-
cessão da liberdade provisória, sem ou com a imposição de medida cautelar.
§ 1º Após a oitiva da pessoa presa em flagrante delito, o juiz deferirá ao
Ministério Público e à defesa técnica, nesta ordem, reperguntas compatíveis
com a natureza do ato, devendo indeferir as perguntas relativas ao mérito
dos fatos que possam constituir eventual imputação, permitindo-lhes, em
seguida, requerer:
I – o relaxamento da prisão em flagrante;
II – a concessão da liberdade provisória sem ou com aplicação de medida
cautelar diversa da prisão;
III – a decretação de prisão preventiva;
IV – a adoção de outras medidas necessárias à preservação de direitos da
pessoa presa.
§ 2º A oitiva da pessoa presa será registrada, preferencialmente, em mí-
dia, dispensando-se a formalização de termo de manifestação da pessoa pre-
sa ou do conteúdo das postulações das partes, e ficará arquivada na unidade
responsável pela audiência de custódia.
§ 3º A ata da audiência conterá, apenas e resumidamente, a deliberação
fundamentada do magistrado quanto à legalidade e manutenção da prisão,
cabimento de liberdade provisória sem ou com a imposição de medidas cau-
telares diversas da prisão, considerando-se o pedido de cada parte, como
também as providências tomadas, em caso da constatação de indícios de
tortura e maus tratos.

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§ 4º Concluída a audiência de custódia, cópia da sua ata será entregue


à pessoa presa em flagrante delito, ao Defensor e ao Ministério Público, to-
mando-se a ciência de todos, e apenas o auto de prisão em flagrante, com
antecedentes e cópia da ata, seguirá para livre distribuição.
§ 5º Proferida a decisão que resultar no relaxamento da prisão em fla-
grante, na concessão da liberdade provisória sem ou com a imposição de
medida cautelar alternativa à prisão, ou quando determinado o imediato ar-
quivamento do inquérito, a pessoa presa em flagrante delito será prontamen-
te colocada em liberdade, mediante a expedição de alvará de soltura, e será
informada sobre seus direitos e obrigações, salvo se por outro motivo tenha
que continuar presa.
§ 6º Na hipótese do § 5º, a autoridade policial será cientificada e se a ví-
tima de violência doméstica e familiar contra a mulher não estiver presente
na audiência, deverá, antes da expedição do alvará de soltura, ser notificada
da decisão, sem prejuízo da intimação do seu advogado ou do seu defensor
público. (Incluído pela Resolução n. 254, de 4.9.18)
Art. 9º A aplicação de medidas cautelares diversas da prisão previstas no
art. 319 do CPP deverá compreender a avaliação da real adequação e necessi-
dade das medidas, com estipulação de prazos para seu cumprimento e para a
reavaliação de sua manutenção, observandose o Protocolo I desta Resolução.
§ 1º O acompanhamento das medidas cautelares diversas da prisão de-
terminadas judicialmente ficará a cargo dos serviços de acompanhamento de
alternativas penais, denominados Centrais Integradas de Alternativas Penais,
estruturados preferencialmente no âmbito do Poder Executivo estadual, con-
tando com equipes multidisciplinares, responsáveis, ainda, pela realização
dos encaminhamentos necessários à Rede de Atenção à Saúde do Sistema
Único de Saúde (SUS) e à rede de assistência social do Sistema Único de As-
sistência Social (SUAS), bem como a outras políticas e programas ofertados
pelo Poder Público, sendo os resultados do atendimento e do acompanha-
mento comunicados regularmente ao juízo ao qual for distribuído o auto de
prisão em flagrante após a realização da audiência de custódia.

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§ 2º Identificadas demandas abrangidas por políticas de proteção ou de


inclusão social implementadas pelo Poder Público, caberá ao juiz encaminhar
a pessoa presa em flagrante delito ao serviço de acompanhamento de alter-
nativas penais, ao qual cabe a articulação com a rede de proteção social e a
identificação das políticas e dos programas adequados a cada caso ou, nas
Comarcas em que inexistirem serviços de acompanhamento de alternativas
penais, indicar o encaminhamento direto às políticas de proteção ou inclusão
social existentes, sensibilizando a pessoa presa em flagrante delito para o
comparecimento de forma não obrigatória.
§ 3º O juiz deve buscar garantir às pessoas presas em flagrante delito o
direito à atenção médica e psicossocial eventualmente necessária, resguar-
dada a natureza voluntária desses serviços, a partir do encaminhamento ao
serviço de acompanhamento de alternativas penais, não sendo cabível a apli-
cação de medidas cautelares para tratamento ou internação compulsória de
pessoas autuadas em flagrante que apresentem quadro de transtorno mental
ou de dependência química, em desconformidade com o previsto no art. 4º da
Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, e no art. 319, inciso VII, do CPP.
Art. 10. A aplicação da medida cautelar diversa da prisão prevista no
art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal, será excepcional e deter-
minada apenas quando demonstrada a impossibilidade de concessão da li-
berdade provisória sem cautelar ou de aplicação de outra medida cautelar
menos gravosa, sujeitando-se à reavaliação periódica quanto à necessidade
e adequação de sua manutenção, sendo destinada exclusivamente a pessoas
presas em flagrante delito por crimes dolosos puníveis com pena privativa de
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos ou condenadas por outro crime
doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Código Penal, bem como pessoas em cumprimento de
medidas protetivas de urgência acusadas por crimes que envolvam violência
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
ou pessoa com deficiência, quando não couber outra medida menos gravosa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Parágrafo único. Por abranger dados que pressupõem sigilo, a utiliza-


ção de informações coletadas durante a monitoração eletrônica de pessoas
dependerá de autorização judicial, em atenção ao art. 5º, XII, da Consti-
tuição Federal.
Art. 11. Havendo declaração da pessoa presa em flagrante delito de que
foi vítima de tortura e maus tratos ou entendimento da autoridade judicial de
que há indícios da prática de tortura, será determinado o registro das infor-
mações, adotadas as providências cabíveis para a investigação da denúncia e
preservação da segurança física e psicológica da vítima, que será encaminha-
da para atendimento médico e psicossocial especializado.
§ 1º Com o objetivo de assegurar o efetivo combate à tortura e maus tra-
tos, a autoridade jurídica e funcionários deverão observar o Protocolo II desta
Resolução com vistas a garantir condições adequadas para a oitiva e coleta
idônea de depoimento das pessoas presas em flagrante delito na audiência de
custódia, a adoção de procedimentos durante o depoimento que permitam a
apuração de indícios de práticas de tortura e de providências cabíveis em caso
de identificação de práticas de tortura.
§ 2º O funcionário responsável pela coleta de dados da pessoa presa em
flagrante delito deve cuidar para que sejam coletadas as seguintes informa-
ções, respeitando a vontade da vítima:
I – identificação dos agressores, indicando sua instituição e sua unidade
de atuação;
II – locais, datas e horários aproximados dos fatos;
III – descrição dos fatos, inclusive dos métodos adotados pelo agressor e
a indicação das lesões sofridas;
IV – identificação de testemunhas que possam colaborar para a averigua-
ção dos fatos;
V – verificação de registros das lesões sofridas pela vítima;
VI – existência de registro que indique prática de tortura ou maus tratos
no laudo elaborado pelos peritos do Instituto Médico Legal;

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VII – registro dos encaminhamentos dados pela autoridade judicial para


requisitar investigação dos relatos;
VIII – registro da aplicação de medida protetiva ao autuado pela autorida-
de judicial, caso a natureza ou gravidade dos fatos relatados coloque em risco
a vida ou a segurança da pessoa presa em flagrante delito, de seus familiares
ou de testemunhas.
§ 3º Os registros das lesões poderão ser feitos em modo fotográfico ou au-
diovisual, respeitando a intimidade e consignando o consentimento da vítima.
§ 4º Averiguada pela autoridade judicial a necessidade da imposição de
alguma medida de proteção à pessoa presa em flagrante delito, em razão da
comunicação ou denúncia da prática de tortura e maus tratos, será assegu-
rada, primordialmente, a integridade pessoal do denunciante, das testemu-
nhas, do funcionário que constatou a ocorrência da prática abusiva e de seus
familiares, e, se pertinente, o sigilo das informações.
§ 5º Os encaminhamentos dados pela autoridade judicial e as informações
deles resultantes deverão ser comunicadas ao juiz responsável pela instrução
do processo.
Art. 12. O termo da audiência de custódia será apensado ao inquérito ou
à ação penal.
Art. 13. A apresentação à autoridade judicial no prazo de 24 horas tam-
bém será assegurada às pessoas presas em decorrência de cumprimento de
mandados de prisão cautelar ou definitiva, aplicando-se, no que couber, os
procedimentos previstos nesta Resolução.
Parágrafo único. Todos os mandados de prisão deverão conter, expressa-
mente, a determinação para que, no momento de seu cumprimento, a pessoa
presa seja imediatamente apresentada à autoridade judicial que determinou
a expedição da ordem de custódia ou, nos casos em que forem cumpridos
fora da jurisdição do juiz processante, à autoridade judicial competente, con-
forme lei de organização judiciária local.
Art. 14. Os tribunais expedirão os atos necessários e auxiliarão os juízes
no cumprimento desta Resolução, em consideração à realidade local, poden-
do realizar os convênios e gestões necessárias ao seu pleno cumprimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 15. Os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais terão o


prazo de 90 dias, contados a partir da entrada em vigor desta Resolução, para
implantar a audiência de custódia no âmbito de suas respectivas jurisdições.
Parágrafo único. No mesmo prazo será assegurado, às pessoas presas em
flagrante antes da implantação da audiência de custódia que não tenham sido
apresentadas em outra audiência no curso do processo de conhecimento, a
apresentação à autoridade judicial, nos termos desta Resolução.
Art. 16. O acompanhamento do cumprimento da presente Resolução con-
tará com o apoio técnico do Departamento de Monitoramento e Fiscalização
do Sistema Carcerário e Execução das Medidas Socioeducativas.
Art. 17. Esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de fevereiro de 2016.

Ministro Ricardo Lewandowski

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PROTOCOLO I

Procedimentos para a aplicação e o acompanhamento de medidas

cautelares diversas da prisão para custodiados apresentados nas au-

diências de custódia

Este documento tem por objetivo apresentar orientações e diretrizes so-


bre a aplicação e o acompanhamento de medidas cautelares diversas da pri-
são para custodiados apresentados nas audiências de custódia.

1. Fundamentos legais e finalidade das medidas cautelares diver-

sas da prisão

A Lei das Cautelares (Lei 12.403/11) foi instituída com o objetivo de con-
ter o uso excessivo da prisão provisória. Ao ampliar o leque de possibilidades
das medidas cautelares, a Lei das Cautelares introduziu no ordenamento jurí-
dico penal modalidades alternativas ao encarceramento provisório.
Com a disseminação das audiências de custódia no Brasil, e diante da
apresentação do preso em flagrante a um juiz, é possível calibrar melhor a
necessidade da conversão das prisões em flagrante em prisões provisórias,
tal como já demonstram as estatísticas dessa prática em todas as Unidades
da Federação.
Quanto mais demorado é o processo criminal, menor é a chance de que a
pessoa tenha garantido o seu direito a uma pena alternativa à prisão.
Também menores são os índices de reincidência quando os réus não são
submetidos à experiência de prisionalização.
O cárcere reforça o ciclo da violência ao contribuir para a ruptura dos
vínculos familiares e comunitários da pessoa privada de liberdade, que so-
fre ainda com a estigmatização e as consequentes dificuldades de acesso ao
mercado de trabalho, ampliando a situação de marginalização e a chance de
ocorrerem novos processos de criminalização.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Apesar desse cenário, o Levantamento Nacional de Informações Peniten-


ciárias (2015), consolidado pelo Departamento Penitenciário Nacional, aponta
que 41% da população prisional no país é composta por presos sem conde-
nação, que aguardam privados de liberdade o julgamento de seu processo.
A esse respeito, pesquisa publicada pelo IPEA (2015), sobre a Aplicação
de Penas e Medidas Alternativas, aponta que em 37,2% dos casos em que
réus estiveram presos provisoriamente, não houve condenação à prisão ao fi-
nal do processo, resultando em absolvição ou condenação a penas restritivas
de direitos em sua maioria. A pesquisa confirma, no país, diagnósticos de ob-
servadores internacionais, quanto “ao sistemático, abusivo e desproporcional
uso da prisão provisória pelo sistema de justiça”.
As medidas cautelares devem agregar novos paradigmas a sua imposição,
de modo que a adequação da medida se traduza na responsabilização do au-
tuado, assegurando-lhe, ao mesmo tempo, condições de cumprimento dessas
modalidades autonomia e liberdade, sem prejuízo do encaminhamento a pro-
gramas e políticas de proteção e inclusão social já instituídos e disponibiliza-
dos pelo poder público.
Nesse sentido, conforme previsto nos Acordos de Cooperação n. 05, n. 06
e n. 07, de 09 de abril de 2015, firmados entre o Conselho Nacional de Justiça
e o Ministério da Justiça, as medidas cautelares diversas da prisão aplicadas
no âmbito das audiências de custódia serão encaminhadas para acompanha-
mento em serviços instituídos preferencialmente no âmbito do Poder Exe-
cutivo estadual, denominados Centrais Integradas de Alternativas Penais ou
com outra nomenclatura, bem como às Centrais de Monitoração Eletrônica,
em casos específicos. Caberá ao Departamento Penitenciário Nacional, órgão
vinculado ao Ministério da Justiça, em parceria com o Conselho Nacional de
Justiça, elaborar manuais de gestão dessas práticas, com indicação das me-
todologias de acompanhamento dessas medidas.
Ainda de acordo com os acordos de cooperação, as medidas cautelares
diversas da prisão deverão atentar às seguintes finalidades:
I – a promoção da autonomia e da cidadania da pessoa submetida à medida;

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II – o incentivo à participação da comunidade e da vítima na resolução


dos conflitos;
III – a autoresponsabilização e a manutenção do vínculo da pessoa
submetida à medida com a comunidade, com a garantia de seus direitos
individuais e sociais; e
IV – a restauração das relações sociais.

2. Diretrizes para a aplicação e o acompanhamento das medidas

cautelares diversas da prisão

De forma a assegurar os fundamentos legais e as finalidades para a apli-


cação e o acompanhamento das medidas cautelares diversas da prisão, o juiz
deverá observar as seguintes diretrizes:
I – Reserva da lei ou da legalidade: A aplicação e o acompanhamento
das medidas cautelares diversas da prisão devem se ater às hipóteses pre-
vistas na legislação, não sendo cabíveis aplicações de medidas restritivas que
extrapolem a legalidade.
II – Subsidiariedade e intervenção penal mínima: É preciso limitar a
intervenção penal ao mínimo e garantir que o uso da prisão seja recurso re-
sidual junto ao sistema penal, privilegiando outras respostas aos problemas e
conflitos sociais. As intervenções penais devem se ater às mais graves viola-
ções aos direitos humanos e se restringir ao mínimo necessário para fazer ces-
sar a violação, considerando os custos sociais envolvidos na aplicação da prisão
provisória ou de medidas cautelares que imponham restrições à liberdade.
III – Presunção de inocência: A presunção da inocência deve garantir
às pessoas o direito à liberdade, à defesa e ao devido processo legal, devendo
a prisão preventiva, bem como a aplicação de medidas cautelares diversas da
prisão serem aplicadas de forma residual. A concessão da liberdade provisória
sem ou com cautelares diversas da prisão é direito e não benefício, deven-
do sempre ser considerada a presunção de inocência das pessoas acusadas.
Dessa forma, a regra deve ser a concessão da liberdade provisória sem a

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Oficial da Polícia Militar

aplicação de cautelares, resguardando este direito sobretudo em relação a


segmentos da população mais vulneráveis a processos de criminalização e
com menor acesso à justiça.
IV – Dignidade e liberdade: A aplicação e o acompanhamento das me-
didas cautelares diversas da prisão devem primar pela dignidade e liberdade
das pessoas. Esta liberdade pressupõe participação ativa das partes na cons-
trução das medidas, garantindo a individualização, a reparação, a restaura-
ção das relações e a justa medida para todos os envolvidos.
V – Individuação, respeito às trajetórias individuais e reconheci-
mento das potencialidades: Na aplicação e no acompanhamento das medi-
das cautelares diversas da prisão, deve-se respeitar as trajetórias individuais,
promovendo soluções que comprometam positivamente as partes, observan-
do-se as potencialidades pessoais dos sujeitos, destituindo as medidas de um
sentido de mera retribuição sobre atos do passado, incompatíveis com a pre-
sunção de inocência assegurada constitucionalmente. É necessário promover
sentidos emancipatórios para as pessoas envolvidas, contribuindo para a cons-
trução da cultura da paz e para a redução das diversas formas de violência.
VI – Respeito e promoção das diversidades: Na aplicação e no acom-
panhamento das medidas cautelares diversas da prisão, o Poder Judiciário e
os programas de apoio à execução deverão garantir o respeito às diversida-
des geracionais, sociais, étnico/raciais, de gênero/sexualidade, de origem e
nacionalidade, renda e classe social, de religião, crença, entre outras.
VII – Responsabilização: As medidas cautelares diversas da prisão de-
vem promover a responsabilização com autonomia e liberdade dos indivíduos
nelas envolvidas. Nesse sentido, a aplicação e o acompanhamento das me-
didas cautelares diversas da prisão devem ser estabelecidos a partir e com o
compromisso das partes, de forma que a adequação da medida e seu cumpri-
mento se traduzam em viabilidade e sentido para os envolvidos.
VIII – Provisoriedade: A aplicação e o acompanhamento das medidas
cautelares diversas da prisão devem se ater à provisoriedade das medidas,
considerando o impacto dessocializador que as restrições implicam. A morosi-

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dade do processo penal poderá significar um tempo de medida indeterminado


ou injustificadamente prolongado, o que fere a razoabilidade e o princípio do
mínimo penal. Nesse sentido, as medidas cautelares diversas da prisão deve-
rão ser aplicadas sempre com a determinação do término da medida, além de
se assegurar a reavaliação periódica das medidas restritivas aplicadas.
IX – Normalidade: A aplicação e o acompanhamento das medidas cau-
telares diversas da prisão devem ser delineadas a partir de cada situação
concreta, em sintonia com os direitos e as trajetórias individuais das pessoas
a cumprir. Assim, tais medidas devem primar por não interferir ou fazê-lo
de forma menos impactante nas rotinas e relações cotidianas das pessoas
envolvidas, limitando-se ao mínimo necessário para a tutela pretendida pela
medida, sob risco de aprofundar os processos de marginalização e de crimi-
nalização das pessoas submetidas às medidas.
X – Não penalização da pobreza: A situação de vulnerabilidade social
das pessoas autuadas e conduzidas à audiência de custódia não pode ser
critério de seletividade em seu desfavor na consideração sobre a conversão
da prisão em flagrante em prisão preventiva. Especialmente no caso de mo-
radores de rua, a conveniência para a instrução criminal ou a dificuldade de
intimação para comparecimento a atos processuais não é circunstância apta a
justificar a prisão processual ou medida cautelar, devendo-se garantir, ainda,
os encaminhamentos sociais de forma não obrigatória, sempre que necessá-
rios, preservada a liberdade e a autonomia dos sujeitos.

3. Procedimentos para acompanhamento das medidas cautelares e

inclusão social

As medidas cautelares, quando aplicadas, devem atender a procedimen-


tos capazes de garantir a sua exequibilidade, considerando:
I – a adequação da medida à capacidade de se garantir o seu acompanha-
mento, sem que o ônus de dificuldades na gestão recaia sobre o autuado;

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II – as condições e capacidade de cumprimento pelo autuado;


III – a necessidade de garantia de encaminhamentos às demandas sociais
do autuado, de forma não obrigatória.
Para garantir a efetividade das medidas cautelares diversas da prisão,
cada órgão ou instância deve se ater às suas competências e conhecimentos,
de forma sistêmica e complementar.
Para além da aplicação da medida, é necessário garantir instâncias de
execução das medidas cautelares, com metodologias e equipes qualificadas
capazes de permitir um acompanhamento adequado ao cumprimento das
medidas cautelares diversas da prisão.
Para tanto, caberá ao Ministério da Justiça, em parceria com o Conselho
Nacional de Justiça, desenvolver manuais de gestão, com metodologias, pro-
cedimentos e fluxos de trabalho, além de fomentar técnica e financeiramente
a criação de estruturas de acompanhamento das medidas, conforme previsto
nos Acordos de Cooperação n. 05, n. 06 e n. 07, de 09 de abril de 2015.
Nesse sentido, as Centrais Integradas de Alternativas Penais ou órgãos
equivalentes, bem como as Centrais de Monitoração Eletrônica, serão estru-
turados preferencialmente no âmbito do Poder Executivo estadual e contarão
com equipes multidisciplinares regularmente capacitadas para atuarem no
acompanhamento das medidas cautelares.

3.1. A atuação do Juiz deverá considerar os seguintes procedimentos:

I – A partir da apresentação de motivação para a sua decisão nos termos


do art. 310 do CPP, resguardando o princípio da presunção de inocência, ca-
berá ao juiz conceder a liberdade provisória ou impor, de forma fundamen-
tada, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, somente quando
necessárias, justificando o porquê de sua não aplicação quando se entender
pela decretação de prisão preventiva;
II – Garantir ao autuado o direito à atenção médica e psicossocial eventu-
almente necessária(s), resguardada a natureza voluntária desses serviços, a

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partir do encaminhamento às Centrais Integradas de Alternativas Penais ou


órgãos similares, evitando a aplicação de medidas cautelares para tratamen-
to ou internação compulsória de pessoas em conflito com a lei autuadas em
flagrante com transtorno mental, incluída a dependência química, em descon-
formidade com o previsto no Art. 4º da Lei 10.216, de 2001 e no Art. 319,
inciso VII, do Decreto-Lei 3.689, de 1941.
III – Articular, em nível local, os procedimentos adequados ao encami-
nhamento das pessoas em cumprimento de medidas cautelares diversas da
prisão para as Centrais Integradas de Alternativas Penais ou órgãos similares,
bem como os procedimentos de acolhimento dos cumpridores, acompanha-
mento das medidas aplicadas e encaminhamentos para políticas públicas de
inclusão social; i. Nas Comarcas onde não existam as Centrais mencionadas,
a partir da equipe psicossocial da vara responsável pelas audiências de custó-
dia buscar-se-á a integração do autuado em redes amplas junto aos governos
do estado e município, buscando garantir-lhe a inclusão social de forma não
obrigatória, a partir das especificidades de cada caso.
IV – Articular, em nível local, os procedimentos adequados ao encaminha-
mento das pessoas em cumprimento da medida cautelar diversa da prisão
prevista no Art. 319, inciso IX, do Código de Processo Penal, para as Centrais
de Monitoração Eletrônica de Pessoas, bem como os procedimentos de aco-
lhimento das pessoas monitoradas, acompanhamento das medidas aplicadas
e encaminhamentos para políticas públicas de inclusão social.
V – Garantir o respeito e cumprimento às seguintes diretrizes quando da
aplicação da medida cautelar de monitoração eletrônica:
a) Efetiva alternativa à prisão provisória: A aplicação da monitoração
eletrônica será excepcional, devendo ser utilizada como alternativa à prisão
provisória e não como elemento adicional de controle para autuados que, pelas
circunstâncias apuradas em juízo, já responderiam ao processo em liberdade.
Assim, a monitoração eletrônica, enquanto medida cautelar diversa da prisão,
deverá ser aplicada exclusivamente a pessoas acusadas por crimes dolosos
puníveis com pena privativa de liberdade máxima superior a 04 (quatro) anos

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ou condenadas por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,


ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal Brasilei-
ro, bem como a pessoas em cumprimento de medidas protetivas de urgência
acusadas por crime que envolva violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, sempre de
forma excepcional, quando não couber outra medida cautelar menos gravosa.
b) Necessidade e Adequação: A medida cautelar da monitoração ele-
trônica somente poderá ser aplicada quando verificada e fundamentada a ne-
cessidade da vigilância eletrônica da pessoa processada ou investigada, após
demonstrada a inaplicabilidade da concessão da liberdade provisória, com ou
sem fiança, e a insuficiência ou inadequação das demais medidas cautelares
diversas da prisão, considerando-se, sempre, a presunção de inocência. Da
mesma forma, a monitoração somente deverá ser aplicada quando verificada
a adequação da medida com a situação da pessoa processada ou investiga-
da, bem como aspectos objetivos, relacionados ao processo-crime, sobretudo
quanto à desproporcionalidade de aplicação da medida de monitoração ele-
trônica em casos nos quais não será aplicada pena privativa de liberdade ao
final do processo, caso haja condenação.
c) Provisoriedade: Considerando a gravidade e a amplitude das restrições
que a monitoração eletrônica impõe às pessoas submetidas à medida, sua apli-
cação deverá se atentar especialmente à provisoriedade, garantindo a reava-
liação periódica de sua necessidade e adequação. Não são admitidas medidas
de monitoração eletrônica aplicadas por prazo indeterminado ou por prazos
demasiadamente elevados (exemplo: seis meses). O cumprimento regular das
condições impostas judicialmente deve ser considerado como elemento para
a revisão da monitoração eletrônica aplicada, revelando a desnecessidade do
controle excessivo que impõe, que poderá ser substituída por medidas menos
gravosas que favoreçam a autoresponsabilização do autuado no cumprimento
das obrigações estabelecidas, bem como sua efetiva inclusão social.
d) Menor dano: A aplicação e o acompanhamento de medidas de mo-
nitoração eletrônica devem estar orientadas para a minimização de danos

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físicos e psicológicos causados às pessoas monitoradas eletronicamente. De-


ve-se buscar o fomento a adoção de fluxos, procedimentos, metodologias e
tecnologias menos danosas à pessoa monitorada, minimizando-se a estigma-
tização e os constrangimentos causados pela utilização do aparelho.
e) Normalidade: A aplicação e o acompanhamento das medidas caute-
lares de monitoração eletrônica deverão buscar reduzir o impacto causado
pelas restrições impostas e pelo uso do dispositivo, limitando-se ao mínimo
necessário para a tutela pretendida pela medida, sob risco de aprofundar
os processos de marginalização e de criminalização das pessoas submetidas
às medidas. Deve-se buscar a aproximação ao máximo da rotina da pessoa
monitorada em relação à rotina das pessoas não submetidas à monitoração
eletrônica, favorecendo assim a inclusão social. Assim, é imprescindível que
as áreas de inclusão e exclusão e demais restrições impostas, como eventuais
limitações de horários, sejam determinadas de forma módica, atentando para
as características individuais das pessoas monitoradas e suas necessidades
de realização de atividades cotidianas das mais diversas dimensões (educa-
ção, trabalho, saúde, cultura, lazer, esporte, religião, convivência familiar e
comunitária, entre outras).

3.2. A atuação das Centrais Integradas de Alternativas Penais ou

órgãos similares deverá considerar os seguintes procedimentos:

I – Buscar integrar-se em redes amplas de atendimento e assistência


social para a inclusão de forma não obrigatória dos autuados a partir das
indicações do juiz, das especificidades de cada caso e das demandas sociais
apresentadas diretamente pelos autuados, com destaque para as seguintes
áreas ou outras que se mostrarem necessárias:
a) demandas emergenciais como alimentação, vestuário, moradia, trans-
porte, dentre outras;
b) trabalho, renda e qualificação profissional;

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c) assistência judiciária;
d) desenvolvimento, produção, formação e difusão cultural principalmente
para o público jovem.
II – Realizar encaminhamentos necessários à Rede de Atenção à Saúde
do Sistema Único de Saúde (SUS) e à rede de assistência social do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), além de outras políticas e programas
ofertadas pelo poder público, sendo os resultados do atendimento e do acom-
panhamento do autuado, assim indicados na decisão judicial, comunicados
regularmente ao Juízo ao qual for distribuído o auto de prisão em flagrante
após o encerramento da rotina da audiência de custódia;
III – Consolidar redes adequadas para a internação e tratamento dos au-
tuados, assegurado o direito à atenção médica e psicossocial sempre que
necessária, resguardada a natureza voluntária desses serviços, não sendo
cabível o encaminhamento de pessoas em conflito com a lei autuadas em fla-
grante portadoras de transtorno mental, incluída a dependência química, para
tratamento ou internação compulsória, em desconformidade com o previsto
no Art. 4º da Lei 10.216, de 2001 e no Art. 319, inciso VII, do Decreto-Lei
3.689, de 1941.
IV – Executar ou construir parcerias com outras instituições especialistas
para a execução de grupos temáticos ou de responsabilização dos autuados
a partir do tipo de delito cometido, inclusive nos casos relativos à violência
contra as mulheres no contexto da Lei Maria da Penha
i. Estes grupos serão executados somente a partir da determinação judi-
cial e como modalidade da medida cautelar de comparecimento obrigatório
em juízo, prevista no inciso I do Art. 319 do Código de Processo Penal.

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3.3. A atuação das Centrais de Monitoração Eletrônica de Pessoas

deverá considerar os seguintes procedimentos:

I – Assegurar o acolhimento e acompanhamento por equipes multidis-


ciplinares, responsáveis pela articulação da rede de serviços de proteção e
inclusão social disponibilizada pelo poder público e pelo acompanhamento do
cumprimento das medidas estabelecidas judicialmente, a partir da interação
individualizada com as pessoas monitoradas.
II – Assegurar a prioridade ao cumprimento, manutenção e restauração
da medida em liberdade, inclusive em casos de incidentes de violação, ado-
tando-se preferencialmente medidas de conscientização e atendimento por
equipe psicossocial, devendo o acionamento da autoridade judicial ser subsi-
diário e excepcional, após esgotadas todas as medidas adotadas pela equipe
técnica responsável pelo acompanhamento das pessoas em monitoração.
III – Primar pela adoção de padrões adequados de segurança, sigilo, pro-
teção e uso dos dados das pessoas em monitoração, respeitado o tratamento
dos dados em conformidade com a finalidade das coletas. Nesse sentido,
deve-se considerar que os dados coletados durante a execução das medidas
de monitoração eletrônica possuem finalidade específica, relacionada com o
acompanhamento das condições estabelecidas judicialmente. As informações
das pessoas monitoradas não poderão ser compartilhadas com terceiros es-
tranhos ao processo de investigação ou de instrução criminal que justificou a
aplicação da medida. O acesso aos dados, inclusive por instituições de segu-
rança pública, somente poderá ser requisitado no âmbito de inquérito policial
específico no qual a pessoa monitorada devidamente identificada já figure
como suspeita, sendo submetido a autoridade judicial, que analisará o caso
concreto e deferirá ou não o pedido.
IV – Buscar integra-se em redes amplas de atendimento e assistência
social para a inclusão de forma não obrigatória dos autuados a partir das
indicações do juiz, das especificidades de cada caso e das demandas sociais
apresentadas diretamente pelos autuados, com destaque para as seguintes
áreas ou outras que se mostrarem necessárias:

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a) demandas emergenciais como alimentação, vestuário, moradia, trans-


porte, dentre outras;
b) trabalho, renda e qualificação profissional;
c) assistência judiciária;
d) desenvolvimento, produção, formação e difusão cultural principalmente
para o público jovem.
V – Realizar encaminhamentos necessários à Rede de Atenção à Saúde
do Sistema Único de Saúde (SUS) e à rede de assistência social do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), além de outras políticas e programas
ofertadas pelo poder público, sendo os resultados do atendimento e do acom-
panhamento do autuado, assim indicados na decisão judicial, comunicados
regularmente ao Juízo ao qual for distribuído o auto de prisão em flagrante
após o encerramento da rotina da audiência de custódia.

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PROTOCOLO II

Procedimentos para oitiva, registro e encaminhamento de denúncias


de tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes [1]

Este documento tem por objetivo orientar tribunais e magistrados sobre


procedimentos para denúncias de tortura e tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes.
Serão apresentados o conceito de tortura, as orientações quanto a condi-
ções adequadas para a oitiva do custodiado na audiência, os procedimentos
relativos à apuração de indícios da práticas de tortura durante a oitiva da pes-
soa custodiada e as providências a serem adotadas em caso de identificação
de práticas de tortura e tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

1. Definição de Tortura

Considerando a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outras


Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos e Degradantes, de 1984; a Con-
venção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura de 9 de dezembro de
1985, e a Lei 9.455/97 de 7 de abril de 1997, que define os crimes de tortura
e dá outras providências, observa-se que a definição de tortura na legislação
internacional e nacional apresenta dois elementos essenciais:
I – A finalidade do ato, voltada para a obtenção de informações ou confis-
sões, aplicação de castigo, intimidação ou coação, ou qualquer outro motivo
baseado em discriminação de qualquer natureza; e
II – A aflição deliberada de dor ou sofrimentos físicos e mentais.
Assim, recomenda-se à autoridade judicial atenção às condições de
apresentação da pessoa mantida sob custódia a fim de averiguar a práti-
ca de tortura ou tratamento cruel, desumano ou degradante considerando
duas premissas:
I – a prática da tortura constitui grave violação ao direito da pessoa
custodiada;

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II – a pessoa custodiada deve ser informada que a tortura é ilegal e in-


justificada, independentemente da acusação ou da condição de culpada de
algum delito a si imputável.
Poderão ser consideradas como indícios quanto à ocorrência de práticas de
tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes:
I – Quando a pessoa custodiada tiver sido mantida em um local de deten-
ção não oficial ou secreto;
II – Quando a pessoa custodiada tiver sido mantida incomunicável por
qualquer período de tempo;
III – Quando a pessoa custodiada tiver sido mantida em veículos oficiais
ou de escolta policial por um período maior do que o necessário para o seu
transporte direto entre instituições;
IV – Quando os devidos registros de custódia não tiverem sido manti-
dos corretamente ou quando existirem discrepâncias significativas entre
esses registros;
V – Quando a pessoa custodiada não tiver sido informada corretamente
sobre seus direitos no momento da detenção;
VI – Quando houver informações de que o agente público ofereceu benefícios
mediante favores ou pagamento de dinheiro por parte da pessoa custodiada;
VII – Quando tiver sido negado à pessoa custodiada pronto acesso a um
advogado ou defensor público;
VIII – Quando tiver sido negado acesso consular a uma pessoa custodiada
de nacionalidade estrangeira;
IX – Quando a pessoa custodiada não tiver passado por exame médico
imediato após a detenção ou quando o exame constatar agressão ou lesão;
X – Quando os registros médicos não tiverem sido devidamente guarda-
dos ou tenha havido interferência inadequada ou falsificação;
XI – Quando o(s) depoimento(s) tiverem sido tomados por autoridades
de investigação sem a presença de um advogado ou de um defensor público;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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XII – Quando as circunstâncias nas quais os depoimentos foram tomados


não tiverem sido devidamente registradas e os depoimentos em si não tive-
rem sido transcritos em sua totalidade na ocasião;
XIII – Quando os depoimentos tiverem sido indevidamente alterados pos-
teriormente;
XIV – Quando a pessoa custodiada tiver sido vendada, encapuzada, amor-
daçada, algemada sem justificativa registrada por escrito ou sujeita a outro
tipo de coibição física, ou tiver sido privada de suas próprias roupas, sem
causa razoável, em qualquer momento durante a detenção;
XV – Quando inspeções ou visitas independentes ao local de detenção por
parte de instituições competentes, organizações de direitos humanos, pro-
gramas de visitas pré-estabelecidos ou especialistas tiverem sido impedidas,
postergadas ou sofrido qualquer interferência;
XVI – Quando a pessoa tiver sido apresentada à autoridade judicial fora
do prazo máximo estipulado para a realização da audiência de custódia ou
sequer tiver sido apresentada;
XVII – Quando outros relatos de tortura e tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes em circunstâncias similares ou pelos mesmos agentes indica-
rem a verossimilhança das alegações.

2. Condições Adequadas para a Oitiva do Custodiado na Audiência

de Custódia

A audiência de custódia deve ocorrer em condições adequadas que tor-


nem possível o depoimento por parte da pessoa custodiada, livre de amea-
ças ou intimidações em potencial que possam inibir o relato de práticas de
tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes a que tenha
sido submetida.
Entre as condições necessárias para a oitiva adequada da pessoa custo-
diada, recomenda-se que:

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I – A pessoa custodiada não deve estar algemada durante sua oitiva na


audiência de apresentação, somente admitindo-se o uso de algumas “em
casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a ex-
cepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ator proces-
sual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado” (STF
- Súmula Vinculante n. 11);
II – A pessoa custodiada deve estar sempre acompanhada de advogado
ou defensor público, assegurando-lhes entrevista prévia sigilosa, sem a pre-
sença de agente policial e em local adequado/reservado, de modo a garantir-
-lhe a efetiva assistência judiciária;
III – A pessoa custodiada estrangeira deve ter assegurada a assistência
de intérprete e a pessoa surda a assistência de intérprete de LIBRAS, requisi-
to essencial para a plena compreensão dos questionamentos e para a coleta
do depoimento, atentando-se para a necessidade de (i) a pessoa custodiada
estar de acordo com o uso de intérprete, (ii) o intérprete ser informado da
confidencialidade das informações e (iii) o entrevistador manter contato com
o entrevistado, evitando se dirigir exclusivamente ao intérprete;
IV – Os agentes responsáveis pela segurança do tribunal e, quando neces-
sário, pela audiência de custódia devem ser organizacionalmente separados e
independentes dos agentes responsáveis pela prisão ou pela investigação dos
crimes. A pessoa custodiada deve aguardar a audiência em local fisicamente
separado dos agentes responsáveis pela sua prisão ou investigação do crime;
V – O agente responsável pela custódia, prisão ou investigação do crime
não deve estar presente durante a oitiva da pessoa custodiada.
VI – Os agentes responsáveis pela segurança da audiência da custódia não
devem portar armamento letal.

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VII – Os agentes responsáveis pela segurança da audiência de custódia

não devem participar ou emitir opinião sobre a pessoa custodiada no decorrer

da audiência.

3. Procedimentos Relativos à Coleta de Informações sobre Práti-

cas Tortura Durante a Oitiva da Pessoa Custodiada

Observadas as condições adequadas para a apuração, durante a oitiva da

pessoa custodiada, de práticas de tortura e outros tratamentos cruéis, desu-

manos ou degradantes a que possa ter sido submetida, é importante que o

Juiz adote uma série de procedimentos visando assegurar a coleta idônea do

depoimento da pessoa custodiada.

Sendo um dos objetivos da audiência de custódia a coleta de informações

sobre práticas de tortura, o Juiz deverá sempre questionar sobre ocorrência

de agressão, abuso, ameaça, entre outras formas de violência, adotando os

seguintes procedimentos:

I – Informar à pessoa custodiada que a tortura é expressamente proibida,

não sendo comportamento aceitável, de modo que as denúncias de tortura

serão encaminhadas às autoridades competentes para a investigação;

II – Informar à pessoa custodiada sobre a finalidade da oitiva, destacando

eventuais riscos de prestar as informações e as medidas protetivas que pode-

rão ser adotadas para garantia de sua segurança e de terceiros, bem como as

providências a serem adotadas quanto à investigação das práticas de tortura


e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes que forem relatadas;

III – Assegurar a indicação de testemunhas ou outras fontes de informa-

ção que possam corroborar a veracidade do relato de tortura ou tratamentos

cruéis, desumanos ou degradantes, com garantia de sigilo;

467
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IV – Solicitar suporte de equipe psicossocial em casos de grave expressão

de sofrimento, físico ou mental, ou dificuldades de orientação mental (memó-

ria, noção de espaço e tempo, linguagem, compreensão e expressão, fluxo do

raciocínio) para acolher o indivíduo e orientar quanto a melhor abordagem ou

encaminhamento imediato do caso.


V – Questionar a pessoa custodiada sobre o tratamento recebido desde a
sua prisão, em todos os locais e órgãos por onde foi conduzido, mantendo-se
atento a relatos e sinais que indiquem ocorrência de práticas de tortura e ou-
tros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

4. Procedimentos para Coleta do Depoimento da Vítima de Tor-

tura

A oitiva realizada durante a audiência de custódia não tem o objetivo de


comprovar a ocorrência de práticas de tortura, o que deverá ser apurado em
procedimentos específicos com essa finalidade.
Sua finalidade é perceber e materializar indícios quanto à ocorrência de
tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, consideran-
do as graves consequências que podem decorrer da manutenção da custódia
do preso sob responsabilidade de agentes supostamente responsáveis por
práticas de tortura, sobretudo após o relato das práticas realizado pela pes-
soa custodiada perante a autoridade judicial.
Na coleta do depoimento, o Juiz deve considerar a situação particular de
vulnerabilidade da pessoa submetida a práticas de tortura ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes, adotando as seguintes práticas na oitiva,
sempre que necessário:
I – Repetir as perguntas. Questões terão que ser repetidas ou reformu-
ladas uma vez que algumas pessoas podem demorar mais tempo para absor-
ver, compreender e recordar informações.

468
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – Manter as perguntas simples. As perguntas devem ser simples,


pois algumas pessoas podem ter dificuldade em entender e respondê-las.
Elas também podem ter um vocabulário limitado e encontrar dificuldade em
explicar coisas de uma forma que os outros achem fácil de seguir.
III – Manter as perguntas abertas e não ameaçadoras. As pergun-
tas não devem ser ameaçadoras uma vez que as pessoas podem responder
a uma inquirição áspera de forma excessivamente agressiva ou tentando
agradar o interrogador. As questões também devem ser abertas já que al-
gumas pessoas são propensas a repetir as informações fornecidas ou suge-
ridas pelo entrevistador.
IV – Priorizar a escuta. É comum a imprecisão ou mesmo confusão men-
tal no relato de casos de tortura, assim, eventuais incoerências não indicam
invalidade dos relatos. Em casos de difícil entendimento do relato, orienta-se
que a pergunta seja refeita de forma diferente. É importante respeitar a de-
cisão das vítimas de não querer comentar as violações sofridas.
V – Adotar uma postura respeitosa ao gênero da pessoa custo-
diada. Mulheres e pessoas LGBT podem se sentir especialmente desenco-
rajadas a prestar informações sobre violências sofridas, sobretudo assédios
e violência sexual, na presença de homens. Homens também podem sentir
constrangimento ao relatar abusos de natureza sexual que tenham sofrido. A
adequação da linguagem e do tom do entrevistador, bem como a presença de
mulheres, podem ser necessários nesse contexto.
VI – Respeitar os limites da vítima de tortura, já que a pessoa pode
não se sentir a vontade para comentar as violações sofridas por ela, assegu-
rando, inclusive, o tempo necessário para os relatos.

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5. Questionário para auxiliar na Identificação e Registro da Tor-

tura Durante Oitiva da Vítima

Um breve questionário pode subsidiar a autoridade judicial quanto à iden-


tificação da prática de tortura, na ocasião das audiências de custódia, permi-
tindo-lhe desencadear, caso identificada, os procedimentos de investigação
do suposto crime de tortura.
I – Qual foi o tratamento recebido desde a sua detenção?
Comentário: Pretende-se com esta questão que o custodiado relate o his-
tórico, desde a abordagem policial até o momento da audiência, da relação
ocorrida entre ele e os agentes públicos encarregados de sua custódia.
II – O que aconteceu?
Comentário: Havendo o custodiado relatado a prática de ato violento por
parte de agente público responsável pela abordagem e custódia, é necessário
que seja pormenorizado o relato sobre a conduta dos agentes, para identifi-
cação de suposta desmedida do uso da força, ou violência que se possa con-
figurar como a prática de tortura.
III – Onde aconteceu?
Comentário: O relato sobre o local onde ocorreu a violência relatada pode
ajudar a monitorar a possibilidade de retaliação por parte do agente que pra-
ticou a violência relatada, e pode fornecer à autoridade judicial informações
sobre a frequência de atos com pessoas custodiadas em delegacias, bata-
lhões, entre outros.
IV – Qual a data e hora aproximada da ocorrência da atitude violenta por
parte do agente público, incluindo a mais recente?
Comentário: A informação sobre horário e data é importante para identifi-
car possíveis contradições entre informações constantes no boletim de ocor-
rência, autorizando alcançar informações úteis sobre as reais circunstâncias
da prisão do custodiado.
V – Qual o conteúdo de quaisquer conversas mantidas com a pessoa (tor-
turadora)? O que lhe foi dito ou perguntado?

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Oficial da Polícia Militar

Comentário: Esta pergunta visa identificar qualquer ameaça realizada pelo


agente público, assim como métodos ilegais para se obter a delação de ou-
trem. Todas as formas ilegais de extrair informação do preso são necessaria-
mente possibilitadas pela prática da tortura.
VI – Houve a comunicação do ocorrido para mais alguém? Quem? O que
foi dito em resposta a esse relato?
Comentário: Esta pergunta visa averiguar possíveis pessoas que possam
ter sofrido ameaças de agentes públicos, autorizando, caso a autoridade ju-
dicial assim decida, a indicação de pessoas ameaçadas para participação em
programas de proteção de vítimas.

6. Providências em Caso de Apuração de Indícios de Tortura e Ou-

tros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes

Constada a existência de indícios de tortura e outros tratamentos cruéis,


desumanos ou degradantes, o Juiz deverá adotar as providências cabíveis
para garantia da segurança da pessoa custodiada, tomando as medidas ne-
cessárias para que ela não seja exposta aos agentes supostamente responsá-
veis pelas práticas de tortura.
Abaixo estão listadas possíveis medidas a serem adotadas pela autoridade
judicial que se deparar com a situação, conforme as circunstâncias e particu-
laridades de cada caso, sem prejuízo de outras que o Juiz reputar necessárias
para a imediata interrupção das práticas de tortura ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes, para a garantia da saúde e segurança da pessoa
custodiada e para subsidiar futura apuração de responsabilidade dos agentes:
I – Registrar o depoimento detalhado da pessoa custodiada em relação
às práticas de tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degra-
dantes a que alega ter sido submetida, com descrição minuciosa da situa-
ção e dos envolvidos;
II – Questionar se as práticas foram relatadas quando da lavratura do auto
de prisão em flagrante, verificando se houve o devido registro documental;

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Oficial da Polícia Militar

III – Realizar registro fotográfico e/ou audiovisual sempre que a pessoa


custodiada apresentar relatos ou sinais de tortura ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes, considerando se tratar de prova, muitas ve-
zes, irrepetível;
IV – Aplicar, de ofício, medidas protetivas para a garantia da segurança
e integridade da pessoa custodiada, de seus familiares e de eventuais teste-
munhas, entre elas a transferência imediata da custódia, com substituição de
sua responsabilidade para outro órgão ou para outros agentes; a imposição
de liberdade provisória, independente da existência dos requisitos que autori-
zem a conversão em prisão preventiva, sempre que não for possível garantir
a segurança e a integridade da pessoa custodiada; e outras medidas neces-
sárias à garantia da segurança e integridade da pessoa custodiada.
V – Determinar a realização de exame corpo de delito:
(i) quando não houver sido realizado;
(ii) quando os registros se mostrarem insuficientes,
(iii) quando a possível prática de tortura e outros tratamentos cruéis, de-
sumanos ou degradantes tiver sido realizada em momento posterior à reali-
zação do exame realizado;
(iv)quando o exame tiver sido realizado na presença de agente de segurança.
VI – Ainda sobre o exame de corpo de delito, observar: a) as medidas pro-
tetivas aplicadas durante a condução da pessoa custodiada para a garantia
de sua segurança e integridade, b) a Recomendação n. 49/2014 do Conselho
Nacional de Justiça quanto à formulação de quesitos ao perito em casos de
identificação de práticas de tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos
ou degradantes, c) a presença de advogado ou defensor público durante a
realização do exame.
VII – Assegurar o necessário e imediato atendimento de saúde integral da
pessoa vítima de tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degra-

472
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Oficial da Polícia Militar

dantes, visando reduzir os danos e o sofrimento físico e mental e a possibili-


dade de elaborar e resignificar a experiência vivida;
VIII – Enviar cópia do depoimento e demais documentos pertinentes para
órgãos responsáveis pela apuração de responsabilidades, especialmente Mi-
nistério Público e Corregedoria e/ou Ouvidoria do órgão a que o agente res-
ponsável pela prática de tortura ou tratamentos cruéis, desumanos ou degra-
dantes esteja vinculado;
IX – Notificar o juiz de conhecimento do processo penal sobre os en-
caminhamentos dados pela autoridade judicial e as informações advindas
desse procedimento.
X – Recomendar ao Ministério Público a inclusão da pessoa em programas
de proteção a vítimas ou testemunha, bem como familiares ou testemunhas,
quando aplicável o encaminhamento.

[1] Na elaboração do protocolo foram consideradas orientações presentes


em manuais e guias sobre prevenção e combate à tortura, especialmente o
“Protocolo de Istambul - Manual para a investigação e documentação eficazes
da tortura e outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes,
“The torture reporting handbook” (1ª edição de Camille Giffard - 2000, e 2ª
edição de Polona Tepina - 2015), e “Protegendo os brasileiros conta a tortura:
Um Manual para Juízes, Promotores, Defensores Públicos e Advogados” (Conor
Foley, 2013), além da experiência acumulada com as práticas de audiências
de custódia e do desenvolvimento de ações de prevenção à tortura no país.

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


DECRETO-LEI N. 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

Vigência
Código de Processo Penal.

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das
infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou
a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e resi-
dência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.

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§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de


infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proce-
der a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a auto-
ridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela
Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por
duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e


se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257,
de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo
II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-
duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores di-
ligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

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III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judici-


árias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e
no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239
da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e infor-
mações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-


za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro
da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a
autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de in-
quérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

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Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei n. 12.681,
de 2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-
cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias,
será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da au-
toridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer
hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
(Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010, de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

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TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluído
pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denún-
cia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para ofere-
cê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz
obrigado a atender.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos

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do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,


no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do
processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou
da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de
enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosse-
guir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-

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pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus


diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único,
e 31.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou
por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-
presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao

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Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da


denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-
ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-
ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,
poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data
em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá

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requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-


vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes espe-
ciais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de
prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.

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Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração


assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão
de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibi-
lidade.

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TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

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CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-


-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

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CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na


mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente compe-
tente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em con-
curso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra
as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)

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I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-


dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei n.
263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de in-
frações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação
dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver
corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.

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Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,


ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados
processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às

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pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-
sar e julgar:
I – os seus ministros, nos crimes comuns;
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça

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do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,


quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas
estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. (Reda-
ção dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VII
DA PROVA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei
n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas
as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a


realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal,
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO II
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame


de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de
2018)
I  – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei n.
13.721, de 2018)
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)

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Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados


por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II  – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei n. 11.690,
de 2008)

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§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de


conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-
nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.

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Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-


rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-
ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados to-
dos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do
cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, §
1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, con-
tado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova teste-
munhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o

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estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n. 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-
ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação
de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

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III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-


cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na pre-
catória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao
diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo,
que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela au-
toridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá
ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os pe-
ritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.

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Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-


sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n. 8.862,
de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no


curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu
defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no es-
tabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a se-
gurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como
a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei n. 11.900, de
2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para
atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n. 11.900, de 2009)

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I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de


que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II  – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermida-
de ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferên-
cia, nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei n.
11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acom-
panhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da
audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-
vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-
do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

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§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses


em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento
do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interroga-
tório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que
lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá
ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa
do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)

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I  – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e
desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se
restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspon-
dentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, po-
derá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-
cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

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Oficial da Polícia Militar

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-


mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mes-
mo modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não qui-
ser assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de
ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela Lei
n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-
-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

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Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada


por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.690, DE 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-
tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-

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minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-


formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-
sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

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Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes


e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas
a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que
interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela Lei n.
11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma
testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-
mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-


ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença
de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-
rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista
no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e con-

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dená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de
24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inqui-
ridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação
dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo,
porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da
repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados. (Inclu-
ído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

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§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha


poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-
viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e 2º do
art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-
midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;

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Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-


vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-

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vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a


discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-
temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha
presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemen-
te de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se
possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.

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Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-


tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-
ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-
zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

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f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu


poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a reali-
zar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de
mandado.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de
busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a iden-
tifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer
expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado
de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

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Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-


rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represen-
te, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-
lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas
existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os morado-
res, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho,
se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinan-
do-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos
da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreen-

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são, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à com-


petente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência
desta.
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento
da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVI-
SÓRIA
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser apli-


cadas observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática
de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-


mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a re-
querimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
Público. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-
da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação
da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças ne-
cessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o
juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assis-
tente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumu-
lação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo
único). (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando ve-
rificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei n. 12.403, de
2011).
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão pre-
ventiva. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-


peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo
mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado
ao juiz que tiver expedido o mandado.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assina-
da pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competen-
te, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia
e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.

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Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da juris-


dição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da
precatória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-
dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no man-
dado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da
competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do
art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advo-
gado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-


soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do
art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado
de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro mu-
nicípio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o
alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de
lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do
preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apre-
sentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que
o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e

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durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de


puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entre-
gá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intima-
ção ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará
a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito
do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os
vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de 11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;

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IX – os ministros do Tribunal de Contas;


X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei n.
10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judi-
ciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários
às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado
original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,


por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das tes-
temunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a impu-

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tação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas,
lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas
pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei n. 11.113,
de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de
2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou


contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá funda-
mentadamente: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que
o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art.
23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamen-
tadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assisten-
te, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em
caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de
outras medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transi-
tada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando hou-
ver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-

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Oficial da Polícia Militar

diatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-


mendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventi-
va será sempre motivada. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do pro-
cesso, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo de-
cretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 5.349,
de 3.11.1967)

CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Incluído
pela Lei n. 13.257, de 2016)

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VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de
2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).

527
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Oficial da Polícia Militar

III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por


circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável
ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compareci-
mento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso
de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os
critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente
concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão


preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-
deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito

530
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e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a


fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará
dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será
feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o
valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição
arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

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Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder


a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-
posto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de
2011).
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

532
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II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-


cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-
so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-
brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras me-
didas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-
denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e
mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo pe-
nitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário,
na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a


quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hi-
poteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério
Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o
juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cau-
telares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282
deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO X
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a
lei a autoriza;
VI – quando o processo for manifestamente nulo;

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VII – quando extinta a punibilidade.


Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará
passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimen-
to, seja qual for a autoridade coatora.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas
corpus:
I – ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da Cons-
tituição;
II – aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação
forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territó-
rios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de
Polícia.
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação pro-
vier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou
iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pú-
blica, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais,
salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do
alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo
ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos da-
quela.
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do
processo, este será renovado.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus,
será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de
poder, tiver determinado a coação.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das
peças necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,


em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou
coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples
ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não sou-
ber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem
de  habeas  corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém
sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de jus-
tiça ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a
expedição de ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da pri-
são, a condução e apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado
na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas
em que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar
o habeas corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em
que caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as
multas.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar neces-
sário, e estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente
apresentado em dia e hora que designar.
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de
prisão contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz pro-
videnciará para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo.
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua
apresentação, salvo:

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I – grave enfermidade do paciente;


Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III – se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo
tribunal.
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar,
se este não puder ser apresentado por motivo de doença.
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou co-
ação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidi-
rá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade,
salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilega-
lidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento.
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a
prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante
ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem
anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de
violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver or-
denado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos
autos do processo.
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede
do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será ex-
pedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas
no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.

537
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação,


a petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da tur-
ma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente,
se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações
por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente man-
dará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição.
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presi-
dente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso,
levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito.
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas cor-
pus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julga-
mento para a sessão seguinte.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo
empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto
de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao
paciente.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo pre-
sidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama,
ao detentor, ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o
constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao dispos-
to no art. 289, parágrafo único, in fine.
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-
mas complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas
corpus de sua competência originária.
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência
originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das deci-
sões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus, obser-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

var-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo
o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

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LEI N. 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989

Conversão da Medida Provisória n. 111, de 1989


Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro  (art. 213, caput, e sua combinação com o  art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor  (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956), em qual-
quer de sua formas típicas;

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Oficial da Polícia Militar

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);


o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da alínea
i, com a seguinte redação:
“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”

541
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Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-


manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da Independência e 101º da


República.
JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.1989
*

542
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LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 99.658, de 1990)
(Vide Decreto n. 1.054, de 1994)
(Vide Decreto n. 7.174, de 2010)
(Vide Medida Provisória n. 544, de 2011)
(Vide Lei n. 12.598, de 2012)
(Vide Lei n. 13.800, de 2019)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

543
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Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,


concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contra-
tadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalva-
das as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qual-
quer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particu-
lares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio consti-
tucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra-
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei n. 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter com-
petitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam pre-
ferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para
o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada
pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacio-
nais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei no 8.248,
de 23 de outubro de 1991.

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§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asse-


gurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e
no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei n. 11.196, de
2005)
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-
to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público
os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de pre-
ferência para: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a nor-
mas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com
base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011) (Vide Decreto n. 7.709, de 2012) (Vide De-
creto n. 7.713, de 2012) (Vide Decreto n. 7.756, de 2012)
I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;


(Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010)
IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei n. 12.349,
de 2010)
V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser esta-
belecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos
ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo
Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante
de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam
aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País
seja inferior: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546,
de 2011)
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,
quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendi-
da, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes
do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)

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§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras


poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a con-
dições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma esta-
belecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, consi-
derados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12
deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma
delas. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de lici-
tação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produ-
tos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou
entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser-
vância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo
a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

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Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza


ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Adminis-
tração Pública.
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão
como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamen-
to das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de des-
pesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (In-
cluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o trata-
mento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

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I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-


ção, realizada por execução direta ou indireta;
II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de
interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profis-
sionais;
III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de
uma só vez ou parceladamente;
IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor esti-
mado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea
“c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obri-
gações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração, pelos próprios meios;
VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com tercei-
ros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de
1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua en-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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trega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os


requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada;
IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que pos-
sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e monta-
gem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipa-
mentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter compe-
titivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

550
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X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes


à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI – Administração Pública - a administração direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;
XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual
a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII  – Imprensa Oficial  -  veículo oficial de divulgação da Administração
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento con-
tratual;
XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, pro-
duzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí-
do pela Lei n. 12.349, de 2010)
XVIII – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n. 12.349, de
2010)
XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos
- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja desconti-
nuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam

551
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pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:


disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei
n. 13.243, de 2016)

Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de servi-


ços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I – projeto básico;
II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às
etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desen-
volvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que
também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponí-
vel para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi-
ção de todos os seus custos unitários;
III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga-
mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

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IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci-


das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quan-
do for o caso.
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos finan-
ceiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos
de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão,
nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.
§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços
sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração
contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos
ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins
de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obriga-
ções de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabeleci-
dos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quanti-
tativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os pra-
zos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra
ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua

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execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem


técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se re-
fere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento)  do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsá-
vel pela licitação.
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que
se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na exe-
cução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra
ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do con-
tratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,
a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e
o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se
os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão
de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes for-
mas: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)

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a) empreitada por preço global;


b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-pa-
drão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas
do empreendimento.
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços
serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse público;
III – economia na execução, conservação e operação;
IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da du-
rabilidade da obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissio-


nais especializados os trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;

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III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tribu-


tárias; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos
para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,
o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apre-
sente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e di-
retamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de


seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento) (Re-
gulamento) (Regulamento) (Vigência)
I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;

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III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às


do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para apro-
veitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades
da Administração Pública.
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orienta-
ção da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I – seleção feita mediante concorrência;
II  – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado
ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando
possível, deverá ser informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do
quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no
mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I  – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de
marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em
função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sem-
pre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

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III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a dete-


rioração do material.
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no
art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação
oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida,
o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por
itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dis-
pensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei n.
8.883, de 1994)

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de lici-
tação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei n. 11.952, de 2009)

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c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do in-
ciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da administração pública; (Redação dada pela Lei n. 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei
no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (In-
cluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de ter-
ras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para
fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação
dada pela Lei n. 13.465, 2017)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relati-
vamente à escolha de outra forma de alienação;

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b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-

ministração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a

legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades

da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da

Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo,

cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio

da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou

de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-

nar-se: (Redação dada pela Lei n. 11.196, de 2005)

I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja

a localização do imóvel; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normati-

vo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultu-

ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado

o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de

2009; (Redação dada pela Lei n. 13.465, 2017)

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização

legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação

dada pela Lei n. 11.952, de 2009)

I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular

seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei

n. 11.196, de 2005)

560
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e

administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;

(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)


III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempla-
das na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notifica-
ção, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse
social. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)
I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,
impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agrope-
cuárias; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II  – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não
exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas
superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei n. 11.763, de 2008)
III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura
prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no
inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada
pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanes-
cente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do
inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao


Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos ur-
banos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens rever-
síveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de re-
versão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de
interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei n. 8.883,
de 1994)
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite ofere-
cer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doa-
dor. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em
quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta
Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei n. 8.883, de
1994)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habili-
tação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente
a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrên-
cia ou leilão. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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CAPÍTULO II
DA LICITAÇÃO

Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição


interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de in-
teressados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão
ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver,
em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra,
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a
Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de
divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a
licitação.

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§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do


evento será:
I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso ante-
rior; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de
1994)
IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de
1994)
§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir
da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, pre-
valecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n. 8.883,
de 1994)
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma
que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,
exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das
propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;

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IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados de-
vidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-
tas, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo perti-
nente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadas-
trados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos le-
galmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3
(três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idên-
tico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interes-
sado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos


convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigi-
dos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-
tificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combina-
ção das referidas neste artigo.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts.
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação,
nos termos do edital. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do
artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo
em vista o valor estimado da contratação:
I – para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a)  convite  -  até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-


ais). (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveita-
mento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade
sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressal-
vado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limi-
tes deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser
de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver
fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de
1994)
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a
tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”,
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser
realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus
valores caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, res-
pectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza
específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especiali-

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dade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face
de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I des-
te artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja preju-
ízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, poden-
do o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei
n. 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cen-
to) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que
não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras
e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

568
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IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-


terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifi-
cadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifesta-
mente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança na-
cional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
do o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível

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com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de clas-
sificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,
no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou es-
tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
tratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,
de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalida-
des do órgão ou entidade.
XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados
de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para pres-
tação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período
de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quan-

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do tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garan-


tia; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
camento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação ope-
racional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver neces-
sidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão institu-
ída por decreto; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
mininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão
de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desen-
volvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vin-
te por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
23; (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica
e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço

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contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei


n. 9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-
verno, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -
ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inclu-
ído pela Lei n. 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços pú-
blicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de re-
síduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou presta-
dos no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei n. 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
(Incluído pela Lei n. 11.783, de 2008).

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XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,


com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência téc-
nica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal. (Incluído pela Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os
princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei n. 12.349,
de 2010)
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante
as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias
rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
pela Lei n. 12.873, de 2013)
XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno
de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por funda-
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecno-
lógico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-
de – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
Lei n. 13.204, de 2015)

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XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramen-


to  de  estabelecimentos penais,  desde  que  configurada  situação  de  grave  e
iminente risco à segurança pública. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo se-
rão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
(Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a ad-
ministração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se
aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o
SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elen-
cados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.715, de
2012)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando apli-
cada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais ins-
tituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hi-
pótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-
ção, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

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III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-


mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe téc-
nica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causa-
do à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente pú-
blico responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada
pela Lei n. 11.107, de 2005)
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retarda-
mento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes
elementos:
I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e imi-
nente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
II – razão da escolha do fornecedor ou executante;
III – justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, ex-


clusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei n. 12.440,
de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I – cédula de identidade;
II – registro comercial, no caso de empresa individual;
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de socieda-
des por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administra-
dores;
IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompa-
nhada de prova de diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade es-
trangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para
funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o
exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, con-
forme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei n. 12.440, de 2011)
(Vigência)
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);

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II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,


se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo
de atividade e compatível com o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Muni-
cipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV  – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
V  – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do
Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Tí-
tulo VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei
no 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 12.440, de 2011) (Vi-
gência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da lici-
tação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsa-
bilizará pelos trabalhos;
III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os do-
cumentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as infor-
mações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da
licitação;
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,
no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados

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fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente


registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências
a: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, pro-
fissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução
de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusi-
vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, men-
cionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões
ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,
quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurí-
dica de direito público ou privado.
§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com
limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer
outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
ção de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

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§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)


I – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta com-
plexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia
de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá
sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios ob-
jetivos.
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que
envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continui-
dade da prestação de serviços públicos essenciais.
§  10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação
da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste arti-
go deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a
substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira li-
mitar-se-á a:
I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício
social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicí-
lio da pessoa física;

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III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e


§ 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do
objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos
de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licita-
ção, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda
as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o
parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor esti-
mado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
atualizado e sua capacidade de rotação.
§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de
forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e
devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)


Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresen-
tados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório
competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im-
prensa oficial. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, forneci-
mento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36
substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informa-
ções disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado
no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a super-
veniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998)
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por re-
gistro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no
edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quan-
to possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos pa-
rágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.
§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio
recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento
do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados
ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art.
55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e servi-
ços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por

581
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência


estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa es-
trangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,
desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por uni-
dades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá
ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a con-
tratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta
entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
(Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender
às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por
parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica,
o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualifi-
cação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na
proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabele-
cer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores
exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim defini-
das em lei;
IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma li-
citação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

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§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança ca-


berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
II deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais
para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
um ano. (Regulamento)
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar
permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele
responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e
de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros exis-
tentes e para o ingresso de novos interessados.
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros
cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qual-
quer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação
das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista
sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e
econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relaciona-
da nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atua-
lizarem o registro.

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§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será


anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o
registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei,
ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-


cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, con-
tendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
desta Lei, ou da entrega do convite;
III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrati-
vo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade;
VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas
manifestações e decisões;
IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI – outros comprovantes de publicações;
XII – demais documentos relativos à licitação.

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Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos con-


tratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um con-
junto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes
o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela
autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis
da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios pre-
vistos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações si-
multâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para in-
tervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior
a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-
cedente. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anu-
al, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o lo-
cal, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instru-
mentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

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V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de


licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros obje-
tivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessá-
rias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;
XIV – condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)

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b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com


a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a
data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e des-
contos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas
e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de lici-
tação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação
e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV  – as especificações complementares e as normas de execução perti-
nentes à licitação.
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento
da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entre-
ga do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da pro-
posta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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I – o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei n. 8.883, de


1994)
II – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimple-
mento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a con-
tratação de serviços, exigir da contratada que um percentual míni-
mo de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a fi-
nalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação
por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de ha-
bilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até
3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação peran-
te a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que an-
teceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edi-
tal, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de
participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de partici-
par das fases subsequentes.

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Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajus-


tar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por
licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mes-
mos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de
bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados inter-
nacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e pro-
cedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com
o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do
órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local
de destino.

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Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos se-


guintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilita-
ção dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, con-
tendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após
sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habi-
litados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha
havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de re-
gistro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adju-
dicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.
§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes
presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
mação que deveria constar originariamente da proposta.

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§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao


concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e
abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo re-
lacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em considera-
ção os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edi-
tal ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,
nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insu-
mos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto
quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que
incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os

591
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório


e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a pos-
sibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I  – a de menor preço  -  quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite
e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou con-
cessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamen-
te, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convoca-
dos, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes consi-
derados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços
propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
visto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando
obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego
de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste
artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas pro-
postas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente in-
telectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, super-
visão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e exe-
cutivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte pro-
cedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará
o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusiva-
mente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e clas-
sificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequa-
dos ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualifi-
cação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mí-
nima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos
detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como refe-
rência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;
III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico
será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;

593
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que


não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente expli-
citado no instrumento convocatório:
I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acor-
do com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média pon-
derada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os
pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo pode-
rão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circuns-
tanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato
convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia niti-
damente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significati-
vas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concreta-
mente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
tes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Ad-
ministração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os
elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar
suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da
licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:

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I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da


licitação;
II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com
preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto
do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convoca-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-
-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para
obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cin-
quenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor
global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que
se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato,
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o
valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento so-


mente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do pro-
cedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao pro-
cedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo
pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas
pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal dis-
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela au-
toridade competente.
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro
cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais
legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipa-
mentos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente


por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual di-
vergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excede-
rá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a
mesma comissão no período subsequente.
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão espe-
cial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento
da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem conce-
didos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administra-
ção a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor desig-
nado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administra-
ção para fixação do preço mínimo de arrematação.
§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabe-
lecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da
respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-
matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no
edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor
já recolhido.

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§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser


feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obri-
gações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da
licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-
riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando


exigidas;
VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conver-
são, quando for o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos
casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.
§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comu-
nicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o
disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garan-
tia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter


sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei n. 11.079, de 2004)
II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 8.6.94)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas con-
dições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados atra-
vés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez
por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após
a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Ad-
ministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vi-
gência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas esta-
belecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver
interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con-
vocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administra-
ção, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

600
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)


IV  – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de infor-
mática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e
oito) meses após o início da vigência do contrato.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à von-
tade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do
contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de tra-
balho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos li-
mites permitidos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reco-
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclu-
sive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedi-
mento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previa-
mente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autori-
zação da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste

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artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei n. 9.648,
de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I  – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos admi-
nistrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras
do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retro-
ativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de inde-
nizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e

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registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre


imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Ad-
ministração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim en-
tendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite es-
tabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de
adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o dispos-
to no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrên-
cia e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licita-
ção, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por
outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
catório da licitação.
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização
de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)

603
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas


gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominan-
temente, por norma de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de ser-
viço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição pre-
vista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
dos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obten-
ção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assi-
nar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contrata-
ção, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o ter-
mo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de confor-
midade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.

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Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para me-
lhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b)  quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c)  quando necessária a modificação da forma de pagamento, por impo-
sição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre
os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa re-
muneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, re-
tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratu-
ais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou com-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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pras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite
de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabele-
cidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes de-
verão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme
o caso.
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encar-
gos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite

606
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do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser


registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acor-


do com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do
§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilida-
de previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos re-
quisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.
§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas
as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em

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que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou


de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos traba-
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a respon-
sabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado
pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos ter-
mos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela
Lei n. 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das respon-
sabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I – em se tratando de obras e serviços:
a)  provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b)  definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

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II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:


a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do mate-
rial e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o rece-
bimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante
recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não po-
derá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devida-
mente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes
casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;
III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
“a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito median-
te recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas

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técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,


com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, pro-
jetos e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a compro-
var a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento,
nos prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do con-
tratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-
signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus
superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

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XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da


empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-
gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente im-
previstas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;
XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)

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Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente mo-


tivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de auto-
rização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cro-
nograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as
seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuida-
de, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administra-
ção, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

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IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica
a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Esta-
dual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Ad-
ministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

CAPÍTULO IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumi-
da, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes con-
vocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contra-
tação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive
quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação su-

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jeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem


prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções pe-
nais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou
emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de
função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e
aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e
respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou
indireto.

Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o con-


tratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou
no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescin-
da unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

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§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descon-


tada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será des-
contada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ain-
da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração po-
derá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descon-
tada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada
judicialmente.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser
aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência ex-
clusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)

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Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-


derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão
dos contratos regidos por esta Lei:
I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo-
sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da lici-
tação;
III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-
tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em


lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexi-
gibilidade:
Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovada-
mente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispen-
sa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer
outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o
intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação
do objeto da licitação:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de
contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou van-
tagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante

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a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização


em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo compro-
vadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem
indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações
contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
procedimento licitatório:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento lici-
tatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar, em razão da vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para
aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I – elevando arbitrariamente os preços;
II – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
III – entregando uma mercadoria por outra;
IV – alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria forne-
cida;

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V – tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta


ou a execução do contrato:
Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profis-
sional declarado inidôneo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo,
venha a licitar ou a contratar com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qual-
quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste
no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percen-
tuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou
potencialmente auferível pelo agente.
§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%
(dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato
licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à
Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incon-
dicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a
iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre
o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

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Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade


reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magis-
trados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos
órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes ve-
rificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério
Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se
esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto
nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10
(dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interro-
gatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em nú-
mero não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, suces-
sivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte
e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cin-
co) dias.
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas
nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito,
aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Exe-
cução Penal.

CAPÍTULO V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei


cabem:

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I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato


ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera-
ção ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da de-
cisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico;
III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Se-
cretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art.
87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”,
deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso
III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá
efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e pre-
sentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus-
pensiva aos demais recursos.
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que po-
derão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo

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de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente


informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de
5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de respon-
sabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsidera-
ção se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista fran-
queada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta con-
vite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo
serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias conse-
cutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo
em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber
projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o forneci-
mento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinen-
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de
qualquer natureza e aplicação da obra.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade
pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, res-
ponder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.

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§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos


do edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou enti-
dades dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei n. 11.107, de
2005)
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e
da execução do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas compe-
tente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da
Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-
ma de controle interno nela previsto.
§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá
representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de contro-
le interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior
à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação
recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante
proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei rela-
tivas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à
analise da documentação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas


aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licita-
ções, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos con-
vênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por
órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades
da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano
de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no
mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;
II – metas a serem atingidas;
III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclu-
são das etapas ou fases programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, compro-
vação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do
mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas
ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da
parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela


entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atra-
sos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prá-
ticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadim-
plemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras aponta-
das pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoria-
mente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial
se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de
aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusiva-
mente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo espe-
cífico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,
acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os prove-
nientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão de-
volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se
pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da


administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e con-
tratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações pú-
blicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e
pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito
da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior
a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,
observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
período. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos
contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no
art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem as-
sim o disposto no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das obrigações
na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias
contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas
aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho
de 1993. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de
setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de cré-
dito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se
esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento
licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as reparti-


ções sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios
básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou con-
cessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com
a legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de
1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art.
7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução
prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumera-
do por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os De-
cretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de
1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro
de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renume-
rado por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado


em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994

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DECRETO N. 10.024, DE 20 DE SETEMBRO DE 2019


*OBSERVAÇÃO: O presente decreto revogou o Decreto n. 5.504, de
5 de agosto de 2005.

Regulamenta a licitação, na modalidade pregão, na for-


ma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação
Vigência de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de
engenharia, e dispõe sobre o uso da dispensa eletrôni-
ca, no âmbito da administração pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere


o art. 84, caput, incisos II, IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em
vista o disposto no art. 2º, § 1º, da Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002, e
na Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993,
DECRETA:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Objeto e âmbito de aplicação

Art. 1º Este Decreto regulamenta a licitação, na modalidade de pregão,


na forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de serviços co-
muns, incluídos os serviços comuns de engenharia, e dispõe sobre o uso da
dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública federal.
§ 1º A utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, pelos ór-
gãos da administração pública federal direta, pelas autarquias, pelas funda-
ções e pelos fundos especiais é obrigatória.
§ 2º As empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas sub-
sidiárias, nos termos do regulamento interno de que trata o art. 40 da Lei
n. 13.303, de 30 de junho de 2016, poderão adotar, no que couber, as dis-

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posições deste Decreto, inclusive o disposto no Capítulo XVII, observados os


limites de que trata o art. 29 da referida Lei.
§ 3º Para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pe-

los entes federativos, com a utilização de recursos da União decorrentes de

transferências voluntárias, tais como convênios e contratos de repasse, a

utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa ele-

trônica será obrigatória, exceto nos casos em que a lei ou a regulamentação

específica que dispuser sobre a modalidade de transferência discipline de for-

ma diversa as contratações com os recursos do repasse.

§ 4º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da

autoridade competente, a utilização da forma de pregão presencial nas licita-

ções de que trata o caput ou a não adoção do sistema de dispensa eletrônica,

desde que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a

administração na realização da forma eletrônica.

Princípios

Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da le-

galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da

eficiência, da probidade administrativa, do desenvolvimento sustentável, da

vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, da razoabili-

dade, da competitividade, da proporcionalidade e aos que lhes são correlatos.

§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas eta-

pas do processo de contratação, em suas dimensões econômica, social, am-

biental e cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística

sustentável dos órgãos e das entidades.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da

ampliação da disputa entre os interessados, resguardados o interesse da admi-

nistração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da contratação.

Definições

Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:


I – aviso do edital - documento que contém:
a) a definição precisa, suficiente e clara do objeto;
b) a indicação dos locais, das datas e dos horários em que poderá ser lido
ou obtido o edital; e
c) o endereço eletrônico no qual ocorrerá a sessão pública com a data e o
horário de sua realização;
II – bens e serviços comuns - bens cujos padrões de desempenho e qua-
lidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-
cações reconhecidas e usuais do mercado;
III – bens e serviços especiais - bens que, por sua alta heterogeneidade
ou complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços co-
muns, nos termos do inciso II;
IV – estudo técnico preliminar - documento constitutivo da primeira etapa
do planejamento de uma contratação, que caracteriza o interesse público en-
volvido e a melhor solução ao problema a ser resolvido e que, na hipótese de
conclusão pela viabilidade da contratação, fundamenta o termo de referência;
V – lances intermediários - lances iguais ou superiores ao menor já ofer-
tado, porém inferiores ao último lance dado pelo próprio licitante;
VI – obra - construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação de
bem imóvel, realizada por execução direta ou indireta;
VII – serviço - atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter
determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse da adminis-
tração pública;

629
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VIII – serviço comum de engenharia - atividade ou conjunto de atividades que


necessitam da participação e do acompanhamento de profissional engenheiro
habilitado, nos termos do disposto na Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966,
e cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pela administração pública, mediante especificações usuais de mercado;
IX – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - Sicaf - fer-
ramenta informatizada, integrante da plataforma do Sistema Integrado de
Administração de Serviços Gerais - Siasg, disponibilizada pelo Ministério da
Economia, para cadastramento dos órgãos e das entidades da administração
pública, das empresas públicas e dos participantes de procedimentos de lici-
tação, dispensa ou inexigibilidade promovidos pelos órgãos e pelas entidades
integrantes do Sistema de Serviços Gerais - Sisg;
X – sistema de dispensa eletrônica - ferramenta informatizada, integrante
da plataforma do Siasg, disponibilizada pelo Ministério da Economia, para a
realização dos processos de contratação direta de bens e serviços comuns,
incluídos os serviços comuns de engenharia; e
XI – termo de referência - documento elaborado com base nos estudos
técnicos preliminares, que deverá conter:
a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração
pública, a partir dos padrões de desempenho e qualidade estabelecidos e das
condições de entrega do objeto, com as seguintes informações:
1. a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua execução,
vedadas especificações excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limi-
tem ou frustrem a competição ou a realização do certame;
2. o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em planilhas, de
acordo com o preço de mercado; e
3. o cronograma físico-financeiro, se necessário;
b) o critério de aceitação do objeto;
c) os deveres do contratado e do contratante;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

d) a relação dos documentos essenciais à verificação da qualificação téc-


nica e econômico-financeira, se necessária;
e) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato ou da ata
de registro de preços;
f) o prazo para execução do contrato; e
g) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.
§ 1º A classificação de bens e serviços como comuns depende de exame
predominantemente fático e de natureza técnica.
§ 2º Os bens e serviços que envolverem o desenvolvimento de soluções
específicas de natureza intelectual, científica e técnica, caso possam ser de-
finidos nos termos do disposto no inciso II do caput, serão licitados por pre-
gão, na forma eletrônica.

Vedações

Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:


I – contratações de obras;
II – locações imobiliárias e alienações; e
III – bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enqua-
drados no disposto no inciso III do caput do art. 3º.

CAPÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS

Forma de realização

Art. 5º O pregão, na forma eletrônica, será realizado quando a disputa pelo


fornecimento de bens ou pela contratação de serviços comuns ocorrer à distân-
cia e em sessão pública, por meio do Sistema de Compras do Governo federal,
disponível no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º O sistema de que trata o caput será dotado de recursos de cripto-


grafia e de autenticação que garantam as condições de segurança nas etapas
do certame.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, além do disposto no caput,
poderão ser utilizados sistemas próprios ou outros sistemas disponíveis no
mercado, desde que estejam integrados à plataforma de operacionalização
das modalidades de transferências voluntárias.

Etapas

Art. 6º A realização do pregão, na forma eletrônica, observará as seguin-


tes etapas sucessivas:
I – planejamento da contratação;
II – publicação do aviso de edital;
III – apresentação de propostas e de documentos de habilitação;
IV – abertura da sessão pública e envio de lances, ou fase competitiva;
V – julgamento;
VI – habilitação;
VII – recursal;
VIII – adjudicação; e
IX – homologação.

Critérios de julgamento das propostas

Art. 7º Os critérios de julgamento empregados na seleção da proposta


mais vantajosa para a administração serão os de menor preço ou maior des-
conto, conforme dispuser o edital.
Parágrafo único. Serão fixados critérios objetivos para definição do melhor
preço, considerados os prazos para a execução do contrato e do fornecimen-
to, as especificações técnicas, os parâmetros mínimos de desempenho e de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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qualidade, as diretrizes do plano de gestão de logística sustentável e as de-


mais condições estabelecidas no edital.

Documentação

Art. 8º O processo relativo ao pregão, na forma eletrônica, será instruído


com os seguintes documentos, no mínimo:
I – estudo técnico preliminar, quando necessário;
II – termo de referência;
III – planilha estimativa de despesa;
IV – previsão dos recursos orçamentários necessários, com a indicação

das rubricas, exceto na hipótese de pregão para registro de preços;

V – autorização de abertura da licitação;

VI – designação do pregoeiro e da equipe de apoio;

VII – edital e respectivos anexos;

VIII – minuta do termo do contrato, ou instrumento equivalente, ou minu-

ta da ata de registro de preços, conforme o caso;

IX – parecer jurídico;
X – documentação exigida e apresentada para a habilitação;

XI – proposta de preços do licitante;

XII – ata da sessão pública, que conterá os seguintes registros, entre outros:

a) os licitantes participantes;

b) as propostas apresentadas;
c) os avisos, os esclarecimentos e as impugnações;

d) os lances ofertados, na ordem de classificação;

e) a suspensão e o reinício da sessão, se for o caso;

f) a aceitabilidade da proposta de preço;

g) a habilitação;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

h) a decisão sobre o saneamento de erros ou falhas na proposta ou na

documentação;

i) os recursos interpostos, as respectivas análises e as decisões; e

j) o resultado da licitação;

XIII – comprovantes das publicações:

a) do aviso do edital;

b) do extrato do contrato; e

c) dos demais atos cuja publicidade seja exigida; e

XIV – ato de homologação.


§ 1º A instrução do processo licitatório poderá ser realizada por meio de
sistema eletrônico, de modo que os atos e os documentos de que trata este
artigo, constantes dos arquivos e registros digitais, serão válidos para todos
os efeitos legais, inclusive para comprovação e prestação de contas.
§ 2º A ata da sessão pública será disponibilizada na internet imediatamen-
te após o seu encerramento, para acesso livre.

CAPÍTULO III
DO ACESSO AO SISTEMA ELETRÔNICO

Credenciamento

Art. 9º A autoridade competente do órgão ou da entidade promotora da


licitação, o pregoeiro, os membros da equipe de apoio e os licitantes que par-
ticiparem do pregão, na forma eletrônica, serão previamente credenciados,
perante o provedor do sistema eletrônico.
§ 1º O credenciamento para acesso ao sistema ocorrerá pela atribuição de
chave de identificação e de senha pessoal e intransferível.
§ 2º Caberá à autoridade competente do órgão ou da entidade promotora
da licitação solicitar, junto ao provedor do sistema, o seu credenciamento, o
do pregoeiro e o dos membros da equipe de apoio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Licitante

Art. 10. Na hipótese de pregão promovido por órgão ou entidade inte-


grante do Sisg, o credenciamento do licitante e sua manutenção dependerão
de registro prévio e atualizado no Sicaf.
Art. 11. O credenciamento no Sicaf permite a participação dos interessa-
dos em qualquer pregão, na forma eletrônica, exceto quando o seu cadastro
no Sicaf tenha sido inativado ou excluído por solicitação do credenciado ou
por determinação legal.

CAPÍTULO IV
DA CONDUÇÃO DO PROCESSO

Órgão ou entidade promotora da licitação

Art. 12. O pregão, na forma eletrônica, será conduzido pelo órgão ou pela
entidade promotora da licitação, com apoio técnico e operacional do órgão
central do Sisg, que atuará como provedor do Sistema de Compras do Gover-
no federal para os órgãos e entidades integrantes do Sisg.

Autoridade competente

Art. 13. Caberá à autoridade competente, de acordo com as atribui-


ções previstas no regimento ou no estatuto do órgão ou da entidade pro-
motora da licitação:
I – designar o pregoeiro e os membros da equipe de apoio;
II – indicar o provedor do sistema;
III – determinar a abertura do processo licitatório;
IV – decidir os recursos contra os atos do pregoeiro, quando este mantiver
sua decisão;
V – adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;
VI – homologar o resultado da licitação; e
VII – celebrar o contrato ou assinar a ata de registro de preços.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO V
DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO

Orientações gerais

Art. 14. No planejamento do pregão, na forma eletrônica, será observado


o seguinte:
I – elaboração do estudo técnico preliminar e do termo de referência;
II – aprovação do estudo técnico preliminar e do termo de referência pela
autoridade competente ou por quem esta delegar;
III – elaboração do edital, que estabelecerá os critérios de julgamento e a
aceitação das propostas, o modo de disputa e, quando necessário, o intervalo
mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que inci-
dirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance
que cobrir a melhor oferta;
IV – definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, dos
prazos e das condições que, pelas suas particularidades, sejam consideradas
relevantes para a celebração e a execução do contrato e o atendimento das
necessidades da administração pública; e
V – designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.

Valor estimado ou valor máximo aceitável

Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contra-


tação, se não constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e
será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle
externo e interno.
§ 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável
para a contratação será fundamentado no § 3º do art. 7º da Lei n. 12.527,
de 18 de novembro de 2011, e no art. 20 do Decreto n. 7.724, de 16 de
maio de 2012.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou o valor máximo


aceitável para a contratação será tornado público apenas e imediatamente
após o encerramento do envio de lances, sem prejuízo da divulgação do de-
talhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias à elabo-
ração das propostas.
§ 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo
maior desconto, o valor estimado, o valor máximo aceitável ou o valor de
referência para aplicação do desconto constará obrigatoriamente do instru-
mento convocatório.

Designações do pregoeiro e da equipe de apoio

Art. 16. Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem


possuir a competência, designar agentes públicos para o desempenho das
funções deste Decreto, observados os seguintes requisitos:
I – o pregoeiro e os membros da equipe de apoio serão servidores do ór-
gão ou da entidade promotora da licitação; e
II – os membros da equipe de apoio serão, em sua maioria, servidores
ocupantes de cargo efetivo, preferencialmente pertencentes aos quadros per-
manentes do órgão ou da entidade promotora da licitação.
§ 1º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de
membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.
§ 2º A critério da autoridade competente, o pregoeiro e os membros da
equipe de apoio poderão ser designados para uma licitação específica, para
um período determinado, admitidas reconduções, ou por período indetermi-
nado, permitida a revogação da designação a qualquer tempo.
§ 3º Os órgãos e as entidades de que trata o § 1º do art. 1º estabelece-
rão planos de capacitação que contenham iniciativas de treinamento para a
formação e a atualização técnica de pregoeiros, membros da equipe de apoio
e demais agentes encarregados da instrução do processo licitatório, a serem
implementadas com base em gestão por competências.

637
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Do pregoeiro

Art. 17. Caberá ao pregoeiro, em especial:


I – conduzir a sessão pública;
II – receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de esclare-
cimentos ao edital e aos anexos, além de poder requisitar subsídios formais
aos responsáveis pela elaboração desses documentos;
III – verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos esta-
belecidos no edital;
IV – coordenar a sessão pública e o envio de lances;
V – verificar e julgar as condições de habilitação;
VI – sanear erros ou falhas que não alterem a substância das propostas,
dos documentos de habilitação e sua validade jurídica;
VII – receber, examinar e decidir os recursos e encaminhá-los à autorida-
de competente quando mantiver sua decisão;
VIII – indicar o vencedor do certame;
IX – adjudicar o objeto, quando não houver recurso;
X – conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
XI – encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade compe-
tente e propor a sua homologação.
Parágrafo único. O pregoeiro poderá solicitar manifestação técnica da as-
sessoria jurídica ou de outros setores do órgão ou da entidade, a fim de sub-
sidiar sua decisão.

Da equipe de apoio

Art. 18. Caberá à equipe de apoio auxiliar o pregoeiro nas etapas do pro-
cesso licitatório.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Do licitante

Art. 19. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão, na forma


eletrônica:
I – credenciar-se previamente no Sicaf ou, na hipótese de que trata o §2º
do art. 5º, no sistema eletrônico utilizado no certame;
II – remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente via sistema, os do-
cumentos de habilitação e a proposta e, quando necessário, os documentos
complementares;
III – responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadas em seu
nome, assumir como firmes e verdadeiras suas propostas e seus lances, in-
clusive os atos praticados diretamente ou por seu representante, excluída a
responsabilidade do provedor do sistema ou do órgão ou entidade promotora
da licitação por eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda
que por terceiros;
IV – acompanhar as operações no sistema eletrônico durante o pro-
cesso licitatório e responsabilizar-se pelo ônus decorrente da perda de
negócios diante da inobservância de mensagens emitidas pelo sistema ou
de sua desconexão;
V – comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer aconte-
cimento que possa comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso da senha,
para imediato bloqueio de acesso;
VI – utilizar a chave de identificação e a senha de acesso para participar
do pregão na forma eletrônica; e
VII – solicitar o cancelamento da chave de identificação ou da senha de
acesso por interesse próprio.
Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no Sicaf terá sua chave de
identificação e senha suspensas automaticamente.

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CAPÍTULO VI
DA PUBLICAÇÃO DO AVISO DO EDITAL

Publicação

Art. 20. A fase externa do pregão, na forma eletrônica, será iniciada com
a convocação dos interessados por meio da publicação do aviso do edital no
Diário Oficial da União e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade
promotora da licitação.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o § 3º do art. 1º, a publicação
ocorrerá na imprensa oficial do respectivo Estado, do Distrito Federal ou do
Município e no sítio eletrônico oficial do órgão ou da entidade promotora
da licitação.

Edital

Art. 21. Os órgãos ou as entidades integrantes do Sisg e aqueles que ade-


rirem ao Sistema Compras do Governo federal disponibilizarão a íntegra do
edital no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br e no sítio
eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão.
Parágrafo único. Na hipótese do § 2º do art. 5º, o edital será disponibiliza-
do na íntegra no sítio eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão
e no portal do sistema utilizado para a realização do pregão.

Modificação do edital

Art. 22. Modificações no edital serão divulgadas pelo mesmo instrumento


de publicação utilizado para divulgação do texto original e o prazo inicialmen-
te estabelecido será reaberto, exceto se, inquestionavelmente, a alteração
não afetar a formulação das propostas, resguardado o tratamento isonômico
aos licitantes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Esclarecimentos

Art. 23. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório


serão enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para
abertura da sessão pública, por meio eletrônico, na forma do edital.
§ 1º O pregoeiro responderá aos pedidos de esclarecimentos no prazo de
dois dias úteis, contado da data de recebimento do pedido, e poderá requisitar
subsídios formais aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos.
§ 2º As respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo
sistema e vincularão os participantes e a administração.

Impugnação

Art. 24. Qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão,


por meio eletrônico, na forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores
à data fixada para abertura da sessão pública.
§ 1º A impugnação não possui efeito suspensivo e caberá ao pregoeiro,
auxiliado pelos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos, decidir
sobre a impugnação no prazo de dois dias úteis, contado do data de recebi-
mento da impugnação.
§ 2º A concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional
e deverá ser motivada pelo pregoeiro, nos autos do processo de licitação.
§ 3º Acolhida a impugnação contra o edital, será definida e publicada nova
data para realização do certame.

CAPÍTULO VII
DA APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA E DOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO

Prazo

Art. 25. O prazo fixado para a apresentação das propostas e dos docu-
mentos de habilitação não será inferior a oito dias úteis, contado da data de
publicação do aviso do edital.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Apresentação da proposta e dos documentos de habilitação pelo licitante

Art. 26. Após a divulgação do edital no sítio eletrônico, os licitantes enca-


minharão, exclusivamente por meio do sistema, concomitantemente com os
documentos de habilitação exigidos no edital, proposta com a descrição do
objeto ofertado e o preço, até a data e o horário estabelecidos para abertura
da sessão pública.
§ 1º A etapa de que trata o caput será encerrada com a abertura da ses-
são pública.
§ 2º Os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habili-
tação que constem do Sicaf e de sistemas semelhantes mantidos pelos Esta-
dos, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada
por esses entes federativos, assegurado aos demais licitantes o direito de
acesso aos dados constantes dos sistemas.
§ 3º O envio da proposta, acompanhada dos documentos de habilitação
exigidos no edital, nos termos do disposto no caput, ocorrerá por meio de
chave de acesso e senha.
§ 4º O licitante declarará, em campo próprio do sistema, o cumprimento
dos requisitos para a habilitação e a conformidade de sua proposta com as
exigências do edital.
§ 5º A falsidade da declaração de que trata o § 4º sujeitará o licitante às
sanções previstas neste Decreto.
§ 6º Os licitantes poderão retirar ou substituir a proposta e os documentos de
habilitação anteriormente inseridos no sistema, até a abertura da sessão pública.
§ 7º Na etapa de apresentação da proposta e dos documentos de habi-
litação pelo licitante, observado o disposto no caput, não haverá ordem de
classificação das propostas, o que ocorrerá somente após os procedimentos
de que trata o Capítulo IX.
§ 8º Os documentos que compõem a proposta e a habilitação do licitante
melhor classificado somente serão disponibilizados para avaliação do prego-
eiro e para acesso público após o encerramento do envio de lances.

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Oficial da Polícia Militar

§ 9º Os documentos complementares à proposta e à habilitação, quando


necessários à confirmação daqueles exigidos no edital e já apresentados, se-
rão encaminhados pelo licitante melhor classificado após o encerramento do
envio de lances, observado o prazo de que trata o § 2º do art. 38.

CAPÍTULO VIII
DA ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA E DO ENVIO DE LANCES

Horário de abertura

Art. 27. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet


será aberta pelo pregoeiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.
§ 1º Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet, me-
diante a utilização de sua chave de acesso e senha.
§ 2º O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens
entre o pregoeiro e os licitantes.

Conformidade das propostas

Art. 28. O pregoeiro verificará as propostas apresentadas e desclassifica-


rá aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos
no edital.
Parágrafo único. A desclassificação da proposta será fundamentada e re-
gistrada no sistema, acompanhado em tempo real por todos os participantes.

Ordenação e classificação das propostas

Art. 29. O sistema ordenará automaticamente as propostas classificadas


pelo pregoeiro.
Parágrafo único. Somente as propostas classificadas pelo pregoeiro parti-
ciparão da etapa de envio de lances.

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Início da fase competitiva

Art. 30. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase compe-


titiva, oportunidade em que os licitantes poderão encaminhar lances exclusi-
vamente por meio do sistema eletrônico.
§ 1º O licitante será imediatamente informado do recebimento do lance e
do valor consignado no registro.
§ 2º Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observados o horá-
rio fixado para abertura da sessão pública e as regras estabelecidas no edital.
§ 3º O licitante somente poderá oferecer valor inferior ou maior percen-
tual de desconto ao último lance por ele ofertado e registrado pelo sistema,
observado, quando houver, o intervalo mínimo de diferença de valores ou de
percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances interme-
diários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor oferta.
§ 4º Não serão aceitos dois ou mais lances iguais e prevalecerá aquele que
for recebido e registrado primeiro.
§ 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo
real, do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.

Modos de disputa

Art. 31. Serão adotados para o envio de lances no pregão eletrônico os


seguintes modos de disputa:
I – aberto - os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com
prorrogações, conforme o critério de julgamento adotado no edital; ou
II – aberto e fechado - os licitantes apresentarão lances públicos e suces-
sivos, com lance final e fechado, conforme o critério de julgamento adotado
no edital.
Parágrafo único. No modo de disputa aberto, o edital preverá intervalo mí-
nimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá

644
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que


cobrir a melhor oferta.

Modo de disputa aberto

Art. 32. No modo de disputa aberto, de que trata o inciso I do caput do


art. 31, a etapa de envio de lances na sessão pública durará dez minutos e,
após isso, será prorrogada automaticamente pelo sistema quando houver lan-
ce ofertado nos últimos dois minutos do período de duração da sessão pública.
§ 1º A prorrogação automática da etapa de envio de lances, de que trata
o caput, será de dois minutos e ocorrerá sucessivamente sempre que houver
lances enviados nesse período de prorrogação, inclusive quando se tratar de
lances intermediários.
§ 2º Na hipótese de não haver novos lances na forma estabelecida no
caput e no § 1º, a sessão pública será encerrada automaticamente.
§ 3º Encerrada a sessão pública sem prorrogação automática pelo siste-
ma, nos termos do disposto no § 1º, o pregoeiro poderá, assessorado pela
equipe de apoio, admitir o reinício da etapa de envio de lances, em prol da
consecução do melhor preço disposto no parágrafo único do art. 7º, me-
diante justificativa.

Modo de disputa aberto e fechado

Art. 33. No modo de disputa aberto e fechado, de que trata o inciso II do


caput do art. 31, a etapa de envio de lances da sessão pública terá duração
de quinze minutos.
§ 1º Encerrado o prazo previsto no caput, o sistema encaminhará o avi-
so de fechamento iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez
minutos, aleatoriamente determinado, a recepção de lances será automatica-
mente encerrada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 2º Encerrado o prazo de que trata o § 1º, o sistema abrirá a oportuni-


dade para que o autor da oferta de valor mais baixo e os autores das ofertas
com valores até dez por cento superiores àquela possam ofertar um lance
final e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento
deste prazo.
§ 3º Na ausência de, no mínimo, três ofertas nas condições de que trata o
§ 2º, os autores dos melhores lances subsequentes, na ordem de classifica-
ção, até o máximo de três, poderão oferecer um lance final e fechado em até
cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento do prazo.
§ 4º Encerrados os prazos estabelecidos nos § 2º e § 3º, o sistema orde-
nará os lances em ordem crescente de vantajosidade.
§ 5º Na ausência de lance final e fechado classificado nos termos dos § 2º
e § 3º, haverá o reinício da etapa fechada para que os demais licitantes, até
o máximo de três, na ordem de classificação, possam ofertar um lance final
e fechado em até cinco minutos, que será sigiloso até o encerramento deste
prazo, observado, após esta etapa, o disposto no § 4º.
§ 6º Na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance

fechado que atenda às exigências para habilitação, o pregoeiro poderá, auxi-

liado pela equipe de apoio, mediante justificativa, admitir o reinício da etapa

fechada, nos termos do disposto no § 5º.

Desconexão do sistema na etapa de lances

Art. 34. Na hipótese de o sistema eletrônico desconectar para o pregoei-

ro no decorrer da etapa de envio de lances da sessão pública e permanecer

acessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo

dos atos realizados.

Art. 35. Quando a desconexão do sistema eletrônico para o pregoeiro

persistir por tempo superior a dez minutos, a sessão pública será suspensa

646
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e reiniciada somente decorridas vinte e quatro horas após a comunicação do

fato aos participantes, no sítio eletrônico utilizado para divulgação.

Critérios de desempate

Art. 36. Após a etapa de envio de lances, haverá a aplicação dos critérios

de desempate previstos nos art. 44 e art. 45 da Lei Complementar n. 123, de

14 de dezembro de 2006, seguido da aplicação do critério estabelecido no §

2º do art. 3º da Lei n. 8.666, de 1993, se não houver licitante que atenda à

primeira hipótese.

Art. 37. Os critérios de desempate serão aplicados nos termos do art. 36,

caso não haja envio de lances após o início da fase competitiva.

Parágrafo único. Na hipótese de persistir o empate, a proposta vencedora

será sorteada pelo sistema eletrônico dentre as propostas empatadas.

CAPÍTULO IX
DO JULGAMENTO

Negociação da proposta

Art. 38. Encerrada a etapa de envio de lances da sessão pública, o prego-


eiro deverá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante
que tenha apresentado o melhor preço, para que seja obtida melhor propos-
ta, vedada a negociação em condições diferentes das previstas no edital.
§ 1º A negociação será realizada por meio do sistema e poderá ser acom-
panhada pelos demais licitantes.
§ 2º O instrumento convocatório deverá estabelecer prazo de, no mínimo,
duas horas, contado da solicitação do pregoeiro no sistema, para envio da
proposta e, se necessário, dos documentos complementares, adequada ao
último lance ofertado após a negociação de que trata o caput.

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Julgamento da proposta

Art. 39. Encerrada a etapa de negociação de que trata o art. 38, o prego-
eiro examinará a proposta classificada em primeiro lugar quanto à adequação
ao objeto e à compatibilidade do preço em relação ao máximo estipulado para
contratação no edital, observado o disposto no parágrafo único do art. 7º e
no § 9º do art. 26, e verificará a habilitação do licitante conforme disposições
do edital, observado o disposto no Capítulo X.

CAPÍTULO X
DA HABILITAÇÃO

Documentação obrigatória

Art. 40. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a


documentação relativa:
I – à habilitação jurídica;
II – à qualificação técnica;
III – à qualificação econômico-financeira;
IV – à regularidade fiscal e trabalhista;
V – à regularidade fiscal perante as Fazendas Públicas estaduais, distrital
e municipais, quando necessário; e
VI – ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 7º da
Constituição e no inciso XVIII do caput do art. 78 da Lei n. 8.666, de 1993.
Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos
incisos I, III, IV e V do caput poderá ser substituída pelo registro cadastral
no Sicaf e em sistemas semelhantes mantidos pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, quando a licitação for realizada por esses
entes federativos.
Art. 41. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na
licitação, as exigências de habilitação serão atendidas mediante documentos
equivalentes, inicialmente apresentados com tradução livre.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. Na hipótese de o licitante vencedor ser estrangeiro, para


fins de assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, os documentos
de que trata o caput serão traduzidos por tradutor juramentado no País e
apostilados nos termos do dispostos no Decreto n. 8.660, de 29 de janeiro de
2016, ou de outro que venha a substituí-lo, ou consularizados pelos respecti-
vos consulados ou embaixadas.
Art. 42. Quando permitida a participação de consórcio de empresas,
serão exigidas:
I – a comprovação da existência de compromisso público ou particular de
constituição de consórcio, com indicação da empresa líder, que atenderá às
condições de liderança estabelecidas no edital e representará as consorciadas
perante a União;
II – a apresentação da documentação de habilitação especificada no edital
por empresa consorciada;
III – a comprovação da capacidade técnica do consórcio pelo somatório dos
quantitativos de cada empresa consorciada, na forma estabelecida no edital;
IV – a demonstração, por cada empresa consorciada, do atendimento
aos índices contábeis definidos no edital, para fins de qualificação econô-
mico-financeira;
V – a responsabilidade solidária das empresas consorciadas pelas obriga-
ções do consórcio, nas etapas da licitação e durante a vigência do contrato;
VI – a obrigatoriedade de liderança por empresa brasileira no consór-
cio formado por empresas brasileiras e estrangeiras, observado o dispos-
to no inciso I; e
VII – a constituição e o registro do consórcio antes da celebração do contrato.
Parágrafo único. Fica vedada a participação de empresa consorciada, na
mesma licitação, por meio de mais de um consórcio ou isoladamente.

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Procedimentos de verificação

Art. 43. A habilitação dos licitantes será verificada por meio do Sicaf, nos
documentos por ele abrangidos, quando os procedimentos licitatórios forem
realizados por órgãos ou entidades integrantes do Sisg ou por aqueles que
aderirem ao Sicaf.
§ 1º Os documentos exigidos para habilitação que não estejam contem-
plados no Sicaf serão enviados nos termos do disposto no art. 26.
§ 2º Na hipótese de necessidade de envio de documentos complementares
após o julgamento da proposta, os documentos deverão ser apresentados em
formato digital, via sistema, no prazo definido no edital, após solicitação do
pregoeiro no sistema eletrônico, observado o prazo disposto no § 2º do art. 38.
§ 3º A verificação pelo órgão ou entidade promotora do certame nos sítios
eletrônicos oficiais de órgãos e entidades emissores de certidões constitui
meio legal de prova, para fins de habilitação.
§ 4º Na hipótese de a proposta vencedora não for aceitável ou o licitante
não atender às exigências para habilitação, o pregoeiro examinará a proposta
subsequente e assim sucessivamente, na ordem de classificação, até a apu-
ração de uma proposta que atenda ao edital.
§ 5º Na hipótese de contratação de serviços comuns em que a legislação
ou o edital exija apresentação de planilha de composição de preços, esta de-
verá ser encaminhada exclusivamente via sistema, no prazo fixado no edital,
com os respectivos valores readequados ao lance vencedor.
§ 6º No pregão, na forma eletrônica, realizado para o sistema de registro
de preços, quando a proposta do licitante vencedor não atender ao quantita-
tivo total estimado para a contratação, poderá ser convocada a quantidade
de licitantes necessária para alcançar o total estimado, respeitada a ordem de
classificação, observado o preço da proposta vencedora, precedida de poste-
rior habilitação, nos termos do disposto no Capítulo X.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 7º A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempre-


sas e das empresas de pequeno porte será exigida nos termos do disposto no
art. 4º do Decreto n. 8.538, de 6 de outubro de 2015.
§ 8º Constatado o atendimento às exigências estabelecidas no edital, o
licitante será declarado vencedor.

CAPÍTULO XI
DO RECURSO

Intenção de recorrer e prazo para recurso

Art. 44. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante o prazo


concedido na sessão pública, de forma imediata, em campo próprio do siste-
ma, manifestar sua intenção de recorrer.
§ 1º As razões do recurso de que trata o caput deverão ser apresentadas
no prazo de três dias.
§ 2º Os demais licitantes ficarão intimados para, se desejarem, apresentar
suas contrarrazões, no prazo de três dias, contado da data final do prazo do
recorrente, assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa
dos seus interesses.
§ 3º A ausência de manifestação imediata e motivada do licitante quanto
à intenção de recorrer, nos termos do disposto no caput, importará na deca-
dência desse direito, e o pregoeiro estará autorizado a adjudicar o objeto ao
licitante declarado vencedor.
§ 4º O acolhimento do recurso importará na invalidação apenas dos atos
que não podem ser aproveitados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO XII
DA ADJUDICAÇÃO E DA HOMOLOGAÇÃO

Autoridade competente

Art. 45. Decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos pra-


ticados, a autoridade competente adjudicará o objeto e homologará o proce-
dimento licitatório, nos termos do disposto no inciso V do caput do art. 13.

Pregoeiro

Art. 46. Na ausência de recurso, caberá ao pregoeiro adjudicar o objeto e


encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e propor
a homologação, nos termos do disposto no inciso IX do caput do art. 17.

CAPÍTULO XIII
DO SANEAMENTO DA PROPOSTA E DA HABILITAÇÃO

Erros ou falhas

Art. 47. O pregoeiro poderá, no julgamento da habilitação e das propos-


tas, sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos
documentos e sua validade jurídica, mediante decisão fundamentada, regis-
trada em ata e acessível aos licitantes, e lhes atribuirá validade e eficácia para
fins de habilitação e classificação, observado o disposto na Lei n. 9.784, de 29
de janeiro de 1999.
Parágrafo único. Na hipótese de necessidade de suspensão da sessão pú-
blica para a realização de diligências, com vistas ao saneamento de que tra-
ta o caput, a sessão pública somente poderá ser reiniciada mediante aviso
prévio no sistema com, no mínimo, vinte e quatro horas de antecedência, e a
ocorrência será registrada em ata.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO XIV
DA CONTRATAÇÃO

Assinatura do contrato ou da ata de registro de preços

Art. 48. Após a homologação, o adjudicatário será convocado para assi-


nar o contrato ou a ata de registro de preços no prazo estabelecido no edital.
§ 1º Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exi-
gida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, que
deverão ser mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata
de registro de preços.
§ 2º Na hipótese de o vencedor da licitação não comprovar as condições
de habilitação consignadas no edital ou se recusar a assinar o contrato ou a
ata de registro de preços, outro licitante poderá ser convocado, respeitada a
ordem de classificação, para, após a comprovação dos requisitos para habili-
tação, analisada a proposta e eventuais documentos complementares e, feita
a negociação, assinar o contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo
da aplicação das sanções de que trata o art. 49.
§ 3º O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, permitida a
fixação de prazo diverso no edital.

CAPÍTULO XV
DA SANÇÃO

Impedimento de licitar e contratar

Art. 49. Ficará impedido de licitar e de contratar com a União e será des-
credenciado no Sicaf, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas
previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais, garantido o
direito à ampla defesa, o licitante que, convocado dentro do prazo de validade
de sua proposta:
I – não assinar o contrato ou a ata de registro de preços;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – não entregar a documentação exigida no edital;


III – apresentar documentação falsa;
IV – causar o atraso na execução do objeto;
V – não mantiver a proposta;
VI – falhar na execução do contrato;
VII – fraudar a execução do contrato;
VIII – comportar-se de modo inidôneo;
IX – declarar informações falsas; e
X – cometer fraude fiscal.
§ 1º As sanções descritas no caput também se aplicam aos integrantes
do cadastro de reserva, em pregão para registro de preços que, convocados,
não honrarem o compromisso assumido sem justificativa ou com justificativa
recusada pela administração pública.
§ 2º As sanções serão registradas e publicadas no Sicaf.

CAPÍTULO XVI
DA REVOGAÇÃO E DA ANULAÇÃO

Revogação e anulação

Art. 50. A autoridade competente para homologar o procedimento lici-


tatório de que trata este Decreto poderá revogá-lo somente em razão do
interesse público, por motivo de fato superveniente devidamente comprova-
do, pertinente e suficiente para justificar a revogação, e deverá anulá-lo por
ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, por meio de ato
escrito e fundamentado.
Parágrafo único. Os licitantes não terão direito à indenização em decorrên-
cia da anulação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contrata-
do de boa-fé ao ressarcimento dos encargos que tiver suportado no cumpri-
mento do contrato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO XVII
DO SISTEMA DE DISPENSA ELETRÔNICA

Aplicação

Art. 51. As unidades gestoras integrantes do Sisg adotarão o sistema de


dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses:
I – contratação de serviços comuns de engenharia, nos termos do disposto
no inciso I do caput do art. 24 da Lei n. 8.666, de 1993;
II – aquisição de bens e contratação de serviços comuns, nos termos do
disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei n. 8.666, de 1993; e
III – aquisição de bens e contratação de serviços comuns, incluídos os ser-
viços comuns de engenharia, nos termos do disposto no inciso III e seguintes
do caput do art. 24 da Lei n. 8.666, de 1993, quando cabível.
§ 1º Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de Desburocrati-
zação, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia regulamentará o
funcionamento do sistema de dispensa eletrônica.
§ 2º A obrigatoriedade da utilização do sistema de dispensa eletrônica
ocorrerá a partir da data de publicação do ato de que trata o § 1º.
§ 3º Fica vedada a utilização do sistema de dispensa eletrônica nas hipó-
teses de que trata o art. 4º.

CAPÍTULO XVIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Orientações gerais

Art. 52. Ato do Secretário de Gestão da Secretaria Especial de Desburo-


cratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia estabelecerá
os prazos para implementação das regras decorrentes do disposto neste De-

655
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

creto quando se tratar de licitações realizadas com a utilização de transferên-


cias de recursos da União de que trata o § 3º do art. 1º.
Art. 53. Os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a sessão
pública observarão o horário de Brasília, Distrito Federal, inclusive para con-
tagem de tempo e registro no sistema eletrônico e na documentação relativa
ao certame.
Art. 54. Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma
eletrônica, têm direito público subjetivo à fiel observância do procedimento
estabelecido neste Decreto e qualquer interessado poderá acompanhar o seu
desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.
Art. 55. Os entes federativos usuários dos sistemas de que trata o § 2º
do art. 5º poderão utilizar o Sicaf para fins habilitatórios.
Art. 56. A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocra-
tização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia poderá ceder
o uso do seu sistema eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante celebração de
termo de acesso.
Art. 57. As propostas que contenham a descrição do objeto, o valor e
os documentos complementares estarão disponíveis na internet, após a
homologação.
Art. 58. Os arquivos e os registros digitais relativos ao processo licitatório
permanecerão à disposição dos órgãos de controle interno e externo.
Art. 59. A Secretaria de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratiza-
ção, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia poderá editar nor-
mas complementares ao disposto neste Decreto e disponibilizar informações
adicionais, em meio eletrônico.

Revogação

Art. 60. Ficam revogados:


I – o Decreto n. 5.450, de 31 de maio de 2005; e

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II – o Decreto n. 5.504, de 5 de agosto de 2005.

Vigência

Art. 61. Este Decreto entra em vigor em 28 de outubro de 2019.


§ 1º Os editais publicados após a data de entrada em vigor deste Decreto
serão ajustados aos termos deste Decreto.
§ 2º As licitações cujos editais tenham sido publicados até 28 de outubro
de 2019 permanecem regidos pelo Decreto n. 5.450, de 2005.

Brasília, 20 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Paulo Guedes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.9.2019*

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CÓDIGO PENAL MILITAR: DECRETO-LEI N. 1.001, DE


21 DE OUTUBRO DE 1969

(Vigência)
Código Penal Militar

Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar,


usando das atribuições que lhes confere o art. 3º do Ato Institucional n. 16,
de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º, do Ato Institu-
cional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

CÓDIGO PENAL MILITAR

PARTE GERAL
LIVRO ÚNICO

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

Princípio de legalidade

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.

Lei supressiva de incriminação

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença con-
denatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.

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Retroatividade de lei mais benigna

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, apli-


ca-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condena-
tória irrecorrível.

Apuração da maior benignidade

§ 2º Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior


devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas nor-
mas aplicáveis ao fato.

Medidas de segurança

Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da


sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da
execução.

Lei excepcional ou temporária

Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de


sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência.

Tempo do crime

Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão,


ainda que outro seja o do resultado.

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Lugar do crime

Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a


atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de partici-
pação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos
crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria re-
alizar-se a ação omitida.

Territorialidade, Extraterritorialidade

Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados


e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no
território nacional, ou fora dêle, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo
processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.

Território nacional por extensão

§ 1º Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão


do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se
encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por
ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.

Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros

§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de


aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administra-
ção militar, e o crime atente contra as instituições militares.

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Conceito de navio

§ 3º Para efeito da aplicação dêste Código, considera-se navio tôda em-


barcação sob comando militar.

Pena  cumprida no estrangeiro

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Crimes militares em tempo de paz

Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:


I – os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso
na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo
disposição especial;
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,
quando praticados: (Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017)
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na
mesma situação ou assemelhado;
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito
à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou asseme-
lhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à adminis-
tração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada
pela Lei n. 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

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e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patri-


mônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada. (Redação dada pela Lei n. 9.299, de 8.8.1996)
III – os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por
civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem ad-
ministrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigi-
lância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou
manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância,
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quan-
do legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a determinação
legal superior.
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
(Redação dada pela Lei n. 13.491, de 2017)
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competên-
cia da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei
n. 13.491, de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Pre-
sidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei
n. 13.491, de 2017)

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II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão


militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei n. 13.491, de 2017)
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da
lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com
o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes di-
plomas legais: (Incluído pela Lei n. 13.491, de 2017)
a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aero-
náutica; (Incluída pela Lei n. 13.491, de 2017)
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei n.
13.491, de 2017)
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo
Penal Militar; e (Incluída pela Lei n. 13.491, de 2017)
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída pela
Lei n. 13.491, de 2017)

Crimes militares em tempo de guerra

Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:


I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que
seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a pre-
paração, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma,
atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não pre-
vistos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações milita-
res ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

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Militares estrangeiros

Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas


fôrças armadas, ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o dis-
posto em tratados ou convenções internacionais.

Equiparação a militar da ativa

Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração


militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da apli-
cação da lei penal militar.

Militar da reserva ou reformado

Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilida-


des e prerrogativas do pôsto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei
penal militar, quando pratica ou contra êle é praticado crime militar.

Defeito de incorporação

Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei pe-


nal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

Tempo de guerra

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal mi-


litar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou
com o decreto de mobilização se nêle estiver compreendido aquêle reconhe-
cimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

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Contagem de prazo

Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do comêço. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Legislação especial. Salário-mínimo

Art. 17. As regras gerais dêste Código aplicam-se aos fatos incriminados


por lei penal militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os
efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da
sentença.

Crimes praticados em prejuízo de país aliado

Art. 18. Ficam sujeitos às disposições dêste Código os crimes praticados


em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Brasil:
I – se o crime é praticado por brasileiro;
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estran-
geiro, militarmente ocupado por fôrça brasileira, qualquer que seja o agente.

Infrações disciplinares

Art. 19. Êste Código não compreende as infrações dos regulamentos dis-


ciplinares.

Crimes praticados em tempo de guerra

Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição es-


pecial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento
de um têrço.

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Assemelhado

Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Minis-


térios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de
disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.

Pessoa considerada militar

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação dêste Código, qual-


quer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às fôrças ar-
madas, para nelas servir em pôsto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

Equiparação a comandante

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito


da aplicação da lei penal militar, tôda autoridade com função de direção.

Conceito de superior

Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sôbre


outro de igual pôsto ou graduação, considera-se superior, para efeito da apli-
cação da lei penal militar.

Crime praticado em presença do inimigo

Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato


ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situ-
ação de hostilidade.

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Referência a “brasileiro” ou “nacional”

Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a “brasileiro” ou “nacional”,


compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.

Estrangeiros

Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados es-
trangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar

Art. 27. Quando êste Código se refere a funcionários, compreende, para


efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os
funcionários e auxiliares da Justiça Militar.

Casos de prevalência do Código Penal Militar

Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as ins-


tituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza
definidos em outras leis.

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade

Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime sòmente é im-


putável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.

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§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a im-


putação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, impu-
tam-se, entretanto, a quem os praticou.
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assu-
miu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu compor-
tamento anterior, criou o risco de sua superveniência.

Art. 30. Diz-se o crime:

Crime consumado

I – consumado, quando nêle se reúnem todos os elementos de sua defi-


nição legal;

Tentativa

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente.

Pena – de tentativa

Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime,


diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravi-
dade, aplicar a pena do crime consumado.

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Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 31. O agente que, voluntàriamente, desiste de prosseguir na execução


ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Crime impossível

Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por ab-


soluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma
pena é aplicável.
Art. 33. Diz-se o crime:

Culpabilidade

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de pro-


duzi-lo;
II – culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção,
ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das cir-
cunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe
levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.

Excepcionalidade do crime culposo

Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser puni-
do por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Nenhuma pena sem culpabilidade

Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só respon-


de o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente.

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Êrro de direito

Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave
quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever
militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou êrro de interpretação da lei, se
escusáveis.

Êrro de fato

Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por êrro ple-
namente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou
a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.

Êrro culposo

1º Se o êrro deriva de culpa, a êste título responde o agente, se o fato é


punível como crime culposo.

Êrro provocado

2º Se o êrro é provocado por terceiro, responderá êste pelo crime, a título


de dolo ou culpa, conforme o caso.

Êrro sôbre a pessoa

Art. 37. Quando o agente, por êrro de percepção ou no uso dos meios de


execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia
atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas

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as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e


agravação ou atenuação da pena.

Êrro quanto ao bem jurídico

§ 1º Se, por êrro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico


diverso do visado pelo agente, responde êste por culpa, se o fato é previsto
como crime culposo.

Duplicidade do resultado

§ 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no


caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 79.
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:

Coação irresistível

a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo


a própria vontade;

Obediência hierárquica

b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em ma-


téria de serviços.
1º Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.
2º Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente
criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível tam-
bém o inferior.

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Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade

Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou


de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição,
contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evi-
tar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde
que não lhe era razoàvelmente exigível conduta diversa.

Coação física ou material

Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não

pode invocar coação irresistível senão quando física ou material.

Atenuação de pena

Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coa-

ção, ou se a ordem não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se

era razoàvelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em

vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

Exclusão de crime

Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento do dever legal;

IV – em exercício regular de direito.

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Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio,

aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade,

compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras

urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a

desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

Estado de necessidade, como excludente do crime

Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para

preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou,

nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza

e importância, é consideràvelmente inferior ao mal evitado, e o agente não

era legalmente obrigado a arrostar o perigo.

Legítima defesa

Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.

Excesso culposo

Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, ex-


cede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se êste é
punível, a título de culpa.

Excesso escusável

Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável sur-


prêsa ou perturbação de ânimo, em face da situação.

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Excesso doloso

Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por ex-
cesso doloso.

Elementos não constitutivos do crime

Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:


I – a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do
agente;
II – a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço
ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada
em repulsa a agressão.

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não


possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acôrdo com êsse entendimento, em virtude de doença mental, de desen-
volvimento mental incompleto ou retardado.

Redução facultativa da pena

Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas


diminui consideràvelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato
ou a de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena
pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto no art. 113.

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Embriaguez

Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez com-


pleta proveniente de caso fortuito ou fôrça maior, era, ao tempo da ação ou
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou
de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen-
te por embriaguez proveniente de caso fortuito ou fôrça maior, não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
criminoso do fato ou de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento.

Menores

Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo com-


pletado dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para en-
tender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acôrdo com êste entendi-
mento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um têrço até a metade.

Equiparação a maiores

Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não te-
nham atingido essa idade:
a) os militares;
b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispen-
sados temporàriamente desta, deixam de se apresentar, decorrido o prazo de
licenciamento;
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção
e disciplina militares, que já tenham completado dezessete anos.

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Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito


e maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas,
curativas ou disciplinares determinadas em legislação especial.

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE AGENTES

Coautoria

Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a êste cominadas.

Condições ou circunstâncias pessoais

§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos


outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comu-
nicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime.

Agravação de pena

§ 2º A pena é agravada em relação ao agente que:


I – promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes;
II – coage outrem à execução material do crime;
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-
dade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV – executa o crime, ou nêle participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.

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Atenuação de pena

§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime


é de somenos importância.

Cabeças

§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabe-


ças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são
êstes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de
oficial.

Casos de impunibilidade

Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposi-


ção em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado.

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO I
DAS PENAS PRINCIPAIS

Penas principais

Art. 55. As penas principais são:


a) morte;

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b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.

Pena  de morte

Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.

Comunicação

Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo


que passe em julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada
senão depois de sete dias após a comunicação.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra,
pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interêsse da ordem e
da disciplina militares.

Mínimos e máximos genéricos

Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trin-


ta anos; o mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez
anos.
Pena até dois anos imposta a militar

Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada


a militar, é convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a
suspensão condicional: (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

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I – pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;


II – pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de
presos que estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade
por tempo superior a dois anos.

Separação de praças especiais e graduadas

Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena


de prisão, atender-se-á, também, à condição das praças especiais e à das
graduadas, ou não; e, dentre as graduadas, à das que tenham graduação
especial.
Pena  do assemelhado

Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o pôsto ou graduação


que lhe é correspondente.

Pena – dos não assemelhados

Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e ór-


gãos sob contrôle dêstes, regula-se a correspondência pelo padrão de remu-
neração.

Pena – superior a dois anos, imposta a militar

Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada


a militar, é cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabeleci-
mento prisional civil, ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme
a legislação penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá
gozar. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

679
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena privativa da liberdade imposta a civil

Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabe-


lecimento prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação
penal comum, de cujos benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Re-
dação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Cumprimento em penitenciária militar

Parágrafo único. Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá


o civil ficar sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária
militar, se, em benefício da segurança nacional, assim o determinar a senten-
ça. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Pena  de impedimento

Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no


recinto da unidade, sem prejuízo da instrução militar.

Pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou


função
Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou
função consiste na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na dispo-
nibilidade do condenado, pelo tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu
comparecimento regular à sede do serviço. Não será contado como tempo de
serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena.

680
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Caso de reserva, reforma ou aposentadoria

Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver


na reserva, ou reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será
convertida em pena de detenção, de três meses a um ano.

Pena de reforma

Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade,


não podendo perceber mais de um vinte e cinco avos do sôldo, por ano de
serviço, nem receber importância superior à do sôldo.

Superveniência de doença mental

Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido


a manicômio judiciário ou, na falta dêste, a outro estabelecimento adequado,
onde lhe seja assegurada custódia e tratamento.

Tempo computável

Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de pri-


são provisória, no Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou
manicômio, bem como o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial
irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro crime, desde que a decisão
seja posterior ao crime de que se trata.

681
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Transferência de condenados

Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona


pode cumprir pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona.

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena privativa de liberdade

Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gra-


vidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta
a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano
ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos
determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e
sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

Determinação da pena

§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual


delas é aplicável.

Limites legais da pena

§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quan-
tidade da pena aplicável.

Circunstâncias agravantes

Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não in-
tegrantes ou qualificativas do crime:

682
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – a reincidência;
II – ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito,
engano ou fôrça maior;
d) à traição, de emboscada, com surprêsa, ou mediante outro recurso in-
sidioso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
e) com o emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer
outro meio dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
f) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-
nistério ou profissão;
h) contra criança, velho ou enfêrmo;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou
qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) estando de serviço;
m) com emprêgo de arma, material ou instrumento de serviço, para êsse
fim procurado;
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua adminis-
tração;
o) em país estrangeiro.
Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de embria-
guez preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por militar.

683
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Reincidência

Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete nôvo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o
tenha condenado por crime anterior.

Temporariedade da reincidência

§ 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a condenação


anterior, se, entre a data do cumprimento ou extinção da pena e o crime pos-
terior, decorreu período de tempo superior a cinco anos.

Crimes não considerados para efeito da reincidência

§ 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes anistiados.


Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

Circunstância atenuantes

I – ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;


II – ser meritório seu comportamento anterior;
III – ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por
ato injusto da vítima;
d) confessado espontâneamente, perante a autoridade, a autoria do cri-
me, ignorada ou imputada a outrem;

684
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não atendimento de


atenuantes
Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte,
ao juiz é facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas
no artigo.

Quantum da agravação ou atenuação

Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem


mencionar o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um têrço, guar-
dados os limites da pena cominada ao crime.

Mais de uma agravante ou atenuante

Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravante ou mais de uma atenuan-


te, o juiz poderá limitar-se a uma só agravação ou a uma só atenuação.

Concurso de agravantes e atenuantes

Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-


mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente, e da reincidência. Se há equivalência entre umas e
outras, é como se não tivessem ocorrido.

685
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Majorantes e minorantes

Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais de aumento ou diminuição


da pena, não fica o juiz adstrito aos limites da pena cominada ao crime, senão
apenas aos da espécie de pena aplicável (art. 58).
Parágrafo único. No concurso dessas causas especiais, pode o juiz limitar-
-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa
que mais aumente ou diminua.

Pena  base

Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada ou diminuída, de quantidade


fixa ou dentro de determinados limites, é a que o juiz aplicaria, se não exis-
tisse a circunstância ou causa que importa o aumento ou diminuição.

Criminoso habitual ou por tendência

Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendência, a pena


a ser imposta será por tempo indeterminado. O juiz fixará a pena corres-
pondente à nova infração penal, que constituirá a duração mínima da pena
privativa da liberdade, não podendo ser, em caso algum, inferior a três anos.

Limite da pena indeterminada

§ 1º A duração da pena indeterminada não poderá exceder a dez anos,


após o cumprimento da pena imposta.

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Oficial da Polícia Militar

Habitualidade presumida

§ 2º Considera-se criminoso habitual aquêle que:


a) reincide pela segunda vez na prática de crime doloso da mesma na-
tureza, punível com pena privativa de liberdade em período de tempo não
superior a cinco anos, descontado o que se refere a cumprimento de pena;

Habitualidade reconhecível pelo juiz

b) embora sem condenação anterior, comete sucessivamente, em período


de tempo não superior a cinco anos, quatro ou mais crimes dolosos da mes-
ma natureza, puníveis com pena privativa de liberdade, e demonstra, pelas
suas condições de vida e pelas circunstâncias dos fatos apreciados em con-
junto, acentuada inclinação para tais crimes.

Criminoso por tendência

§ 3º Considera-se criminoso por tendência aquêle que comete homicídio,


tentativa de homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos motivos determinan-
tes e meios ou modo de execução, revela extraordinária torpeza, perversão
ou malvadez.

Ressalva do art. 113

§ 4º Fica ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 113.

Crimes da mesma natureza

§ 5º Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no mesmo


dispositivo legal, bem como os que, embora previstos em dispositivos diver-

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Oficial da Polícia Militar

sos, apresentam, pelos fatos que os constituem ou por seus motivos determi-
nantes, caracteres fundamentais comuns.

Concurso de crimes

Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ou mais de uma ação ou


omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, as penas privativas de
liberdade devem ser unificadas. Se as penas são da mesma espécie, a pena
única é a soma de tôdas; se, de espécies diferentes, a pena única e a mais
grave, mas com aumento correspondente à metade do tempo das menos gra-
ves, ressalvado o disposto no art. 58.

Crime continuado

Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente, mediante


mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie
e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhan-
tes, devem os subsequentes ser considerados como continuação do primeiro.
Parágrafo único. Não há crime continuado quando se trata de fatos ofen-
sivos de bens jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as ações ou omissões
sucessivas são dirigidas contra a mesma vítima.

Limite da pena unificada

Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar de trinta anos, se é de


reclusão, ou de quinze anos, se é de detenção.

Redução facultativa da pena

§ 1º A pena unificada pode ser diminuída de um sexto a um quarto, no


caso de unidade de ação ou omissão, ou de crime continuado.

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Graduação no caso de pena de morte

§ 2º Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclu-


são como grau mínimo, aquela corresponde, para o efeito de graduação, à de
reclusão por trinta anos.

Cálculo da pena aplicável à tentativa

§ 3º Nos crimes punidos com a pena de morte, esta corresponde à de


reclusão por trinta anos, para cálculo da pena aplicável à tentativa, salvo dis-
posição especial.

Ressalva do art. 78, § 2º, letra b

Art. 82. Quando se apresenta o caso do art. 78, § 2º, letra b , fica sem
aplicação o disposto quanto ao concurso de crimes idênticos ou ao crime con-
tinuado.

Penas não privativas de liberdade

Art. 83. As penas não privativas de liberdade são aplicadas distinta e in-


tegralmente, ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes.

689
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CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Pressupostos da suspensão

Art. 84 - A execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2


(dois) anos, pode ser suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde
que: (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)
I – o sentenciado não haja sofrido no País ou no estrangeiro, condenação
irrecorrível por outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no
1º do art. 71; (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)
II – os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias
do crime, bem como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que
não tornará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 6.544, de 30.6.1978)

Restrições

Parágrafo único. A suspensão não se estende às penas de reforma, sus-


pensão do exercício do pôsto, graduação ou função ou à pena acessória, nem
exclui a aplicação de medida de segurança não detentiva.

Condições

Art. 85. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinada


a suspensão.

Revogação obrigatória da suspensão

Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

690
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – é condenado, por sentença irrecorrível, na Justiça Militar ou na comum,


em razão de crime, ou de contravenção reveladora de má índole ou a que te-
nha sido imposta pena privativa de liberdade;
II – não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
III – sendo militar, é punido por infração disciplinar considerada grave.

Revogação facultativa

§ 1º A suspensão pode ser também revogada, se o condenado deixa de


cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença.

Prorrogação de prazo

§ 2º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,


prorrogar o período de prova até o máximo, se êste não foi o fixado.
§ 3º Se o beneficiário está respondendo a processo que, no caso de con-
denação, pode acarretar a revogação, considera-se prorrogado o prazo da
suspensão até o julgamento definitivo.

Extinção da pena

Art. 87. Se o prazo expira sem que tenha sido revogada a suspensão, fica
extinta a pena privativa de liberdade.

Não aplicação da suspensão condicional da pena

Art. 88. A suspensão condicional da pena não se aplica:


I – ao condenado por crime cometido em tempo de guerra;
II – em tempo de paz:

691
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Oficial da Polícia Militar

a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento, de


violência contra superior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, sentinela, vi-
gia ou plantão, de desrespeito a superior, de insubordinação, ou de deserção;
b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu pará-
grafo único, ns. I a IV.

CAPÍTULO IV
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos

Art. 89. O condenado a pena de reclusão ou de detenção por tempo igual


ou superior a dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que:
I – tenha cumprido:
a) metade da pena, se primário;
b) dois terços, se reincidente;
II – tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo
crime;
III – sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao tra-
balho e às circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à
sua vida pregressa permitem supor que não voltará a delinquir.

Penas em concurso de infrações

§ 1º No caso de condenação por infrações penais em concurso, deve ter-


-se em conta a pena unificada.

692
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Condenação de menor de 21 ou maior de 70 anos

§ 2º Se o condenado é primário e menor de vinte e um ou maior de se-


tenta anos, o tempo de cumprimento da pena pode ser reduzido a um têrço.

Especificações das condições

Art. 90. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinado


o livramento.

Preliminares da concessão

Art. 91. O livramento sòmente se concede mediante parecer do Conselho


Penitenciário, ouvidos o diretor do estabelecimento em que está ou tenha
estado o liberando e o representante do Ministério Público da Justiça Militar;
e, se imposta medida de segurança detentiva, após perícia conclusiva da não
periculosidade do liberando.

Observação cautelar e proteção do liberado

Art. 92. O liberado fica sob observação cautelar e proteção realizadas


por patronato oficial ou particular, dirigido aquêle e inspecionado êste pelo
Conselho Penitenciário. Na falta de patronato, o liberado fica sob observação
cautelar realizada por serviço social penitenciário ou órgão similar.

Revogação obrigatória

Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em


sentença irrecorrível, a penal privativa de liberdade:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

I – por infração penal cometida durante a vigência do benefício;


II – por infração penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas,
não fica prejudicado o requisito do art. 89, n. I, letra a

Revogação facultativa

§ 1º O juiz pode, também, revogar o livramento se o liberado deixa de


cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença ou é irrecorrìvel-
mente condenado, por motivo de contravenção, a pena que não seja privati-
va de liberdade; ou, se militar, sofre penalidade por transgressão disciplinar
considerada grave.

Infração sujeita à jurisdição penal comum

§ 2º Para os efeitos da revogação obrigatória, são tomadas, também, em


consideração, nos têrmos dos ns. I e II dêste artigo, as infrações sujeitas à
jurisdição penal comum; e, igualmente, a contravenção compreendida no
§ 1º, se assim, com prudente arbítrio, o entender o juiz.

Efeitos da revogação

Art. 94. Revogado o livramento, não pode ser novamente concedido e, sal-


vo quando a revogação resulta de condenação por infração penal anterior ao
benefício, não se desconta na pena o tempo em que estêve sôlto o condenado.

Extinção da pena

Art. 95. Se, até o seu têrmo, o livramento não é revogado, considera-se


extinta a pena privativa de liberdade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. Enquanto não passa em julgado a sentença em processo,


a que responde o liberado por infração penal cometida na vigência do livra-
mento, deve o juiz abster-se de declarar a extinção da pena.

Não aplicação do livramento condicional

Art. 96. O livramento condicional não se aplica ao condenado por crime


cometido em tempo de guerra.

Casos especiais do livramento condicional

Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condicional por crime contra


a segurança externa do país, ou de revolta, motim, aliciação e incitamen-
to, violência contra superior ou militar de serviço, só será concedido após o
cumprimento de dois terços da pena, observado ainda o disposto no art. 89,
preâmbulo, seus números II e III e §§ 1º e 2º.

CAPÍTULO V
DAS PENAS ACESSÓRIAS

Penas Acessórias

Art. 98. São penas acessórias:

I – a perda de pôsto e patente;

II – a indignidade para o oficialato;

III – a incompatibilidade com o oficialato;

IV – a exclusão das fôrças armadas;

V – a perda da função pública, ainda que eletiva;

VI – a inabilitação para o exercício de função pública;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VII – a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;

VIII – a suspensão dos direitos políticos.

Função pública equiparada

Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em em-

prêsa pública, autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que

participe a União, o Estado ou o Município como acionista majoritário.

Perda de pôsto e patente

Art. 99. A perda de pôsto e patente resulta da condenação a pena pri-

vativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a perda das

condecorações.

Indignidade para o oficialato

Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o mili-

tar condenado, qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem

ou cobardia, ou em qualquer dos definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243,

244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.

Incompatibilidade com o oficialato

Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o

militar condenado nos crimes dos arts. 141 e 142.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Exclusão das fôrças armadas

Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo


superior a dois anos, importa sua exclusão das fôrças armadas.

Perda da função pública

Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil:


I – condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abu-
so de poder ou violação de dever inerente à função pública;
II – condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais
de dois anos.
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou
reformado, se estiver no exercício de função pública de qualquer natureza.

Inabilitação para o exercício de função pública

Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo


prazo de dois até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro
anos, em virtude de crime praticado com abuso de poder ou violação do dever
militar ou inerente à função pública.

Têrmo inicial

Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública


começa ao têrmo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida
de segurança imposta em substituição, ou da data em que se extingue a re-
ferida pena.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela

Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois


anos, seja qual fôr o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio po-
der, tutela ou curatela, enquanto dura a execução da pena, ou da medida de
segurança imposta em substituição (art. 113).

Suspensão provisória

Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão pro-


visória do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.

Suspensão dos direitos políticos

Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medi-


da de segurança ìmposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação
para função pública, o condenado não pode votar, nem ser votado.

Imposição de pena acessória

Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, n. II, e 106, a imposição da
pena acessória deve constar expressamente da sentença.

Tempo computável

Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o tempo de


liberdade resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento con-
dicional, se não sobrevém revogação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Obrigação de reparar o dano

Art. 109. São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime;

Perda em favor da Fazenda Nacional

II – a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado


ou de terceiro de boa-fé:
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-
to auferido pelo agente com a sua prática.

TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Espécies de medidas de segurança

Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da


primeira espécie subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas
são a internação em manicômio judiciário e a internação em estabelecimento
psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou
em seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a cassação de
licença para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de
frequentar determinados lugares. As patrimoniais são a interdição de estabe-
lecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco.

699
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pessoas sujeitas às medidas de segurança

Art. 111. As medidas de segurança sòmente podem ser impostas:


I – aos civis;
II – aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de li-
berdade por tempo superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam
perdido função, pôsto e patente, ou hajam sido excluídos das fôrças armadas;
III – aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48;
IV – aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação
dos seus §§ 1º, 2º e 3º.

Manicômio judiciário

Art. 112. Quando o agente é inimputável (art. 48), mas suas condições


pessoais e o fato praticado revelam que êle oferece perigo à incolumidade
alheia, o juiz determina sua internação em manicômio judiciário.

Prazo de internação

§ 1º A internação, cujo mínimo deve ser fixado de entre um a três anos, é


por tempo indeterminado, perdurando enquanto não fôr averiguada, median-
te perícia médica, a cessação da periculosidade do internado.

Perícia médica

§ 2º Salvo determinação da instância superior, a perícia médica é realiza-


da ao término do prazo mínimo fixado à internação e, não sendo esta revoga-
da, deve aquela ser repetida de ano em ano.

700
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Desinternação condicional

§ 3º A desinternação é sempre condicional, devendo ser restabelecida a


situação anterior, se o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem a praticar
fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
§ 4º Durante o período de prova, aplica-se o disposto no art. 92.

Substituição da pena por internação

Art. 113. Quando o condenado se enquadra no parágrafo único do art.


48 e necessita de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída pela internação em estabelecimento psiquiátrico anexo
ao manicômio judiciário ou ao estabelecimento penal, ou em seção especial
de um ou de outro.

Superveniência de cura

§ 1º Sobrevindo a cura, pode o internado ser transferido para o estabe-


lecimento penal, não ficando excluído o seu direito a livramento condicional.

Persistência do estado mórbido

§ 2º Se, ao término do prazo, persistir o mórbido estado psíquico do


internado, condicionante de periculosidade atual, a internação passa a ser

por tempo indeterminado, aplicando-se o disposto nos §§ 1º a 4º do artigo

anterior.

701
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Ébrios habituais ou toxicômanos

§ 3º À idêntica internação para fim curativo, sob as mesmas normas, ficam

sujeitos os condenados reconhecidos como ébrios habituais ou toxicômanos.

Regime de internação

Art. 114. A internação, em qualquer dos casos previstos nos artigos pre-

cedentes, deve visar não apenas ao tratamento curativo do internado, senão

também ao seu aperfeiçoamento, a um regime educativo ou de trabalho, lu-

crativo ou não, segundo o permitirem suas condições pessoais.

Cassação de licença para dirigir veículos motorizados

Art. 115. Ao condenado por crime cometido na direção ou relacionada-

mente à direção de veículos motorizados, deve ser cassada a licença para tal

fim, pelo prazo mínimo de um ano, se as circunstâncias do caso e os antece-

dentes do condenado revelam a sua inaptidão para essa atividade e conse-

quente perigo para a incolumidade alheia.

§ 1º O prazo da interdição se conta do dia em que termina a execução da

pena privativa de liberdade ou da medida de segurança detentiva, ou da data

da suspensão condicional da pena ou da concessão do livramento ou desin-

ternação condicionais.

§ 2º Se, antes de expirado o prazo estabelecido, é averiguada a cessação

do perigo condicionante da interdição, esta é revogada; mas, se o perigo per-

siste ao têrmo do prazo, prorroga-se êste enquanto não cessa aquêle.

§ 3º A cassação da licença deve ser determinada ainda no caso de absol-

vição do réu em razão de inimputabilidade.

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Exílio local

Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz o considera necessário


como medida preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado,
consiste na proibição de que êste resida ou permaneça, durante um ano, pelo
menos, na localidade, município ou comarca em que o crime foi praticado.
Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa
condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade.

Proibição de frequentar determinados lugares

Art. 117. A proibição de frequentar determinados lugares consiste em pri-


var o condenado, durante um ano, pelo menos, da faculdade de acesso a lu-
gares que favoreçam, por qualquer motivo, seu retôrno à atividade criminosa.
Parágrafo único. Para o cumprimento da proibição, aplica-se o disposto no
parágrafo único do artigo anterior.

Interdição de estabelecimento, sociedade ou associação

Art. 118. A interdição de estabelecimento comercial ou industrial, ou de


sociedade ou associação, pode ser decretada por tempo não inferior a quinze
dias, nem superior a seis meses, se o estabelecimento, sociedade ou associa-
ção serve de meio ou pretexto para a prática de infração penal.
§ 1º A interdição consiste na proibição de exercer no local o mesmo co-
mércio ou indústria, ou a atividade social.
§ 2º A sociedade ou associação, cuja sede é interditada, não pode exercer
em outro local as suas atividades.

703
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Confisco

Art. 119. O juiz, embora não apurada a autoria, ou ainda quando o agen-


te é inimputável, ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e
produtos do crime, desde que consistam em coisas:
I – cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitui fato ilícito;
II  – que, pertencendo às fôrças armadas ou sendo de uso exclusivo de
militares, estejam em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não devida-
mente autorizada;
III – abandonadas, ocultas ou desaparecidas.
Parágrafo único. É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé,
nos casos dos ns. I e III.

Imposição da medida de segurança

Art. 120. A medida de segurança é imposta em sentença, que lhe estabe-


lecerá as condições, nos têrmos da lei penal militar.
Parágrafo único. A imposição da medida de segurança não impede a ex-
pulsão do estrangeiro.

TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Propositura da ação penal

Art. 121. A ação penal sòmente pode ser promovida por denúncia do Mi-
nistério Público da Justiça Militar.

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Dependência de requisição

Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando
o agente for militar ou assemelhado, depende da requisição do Ministério Mi-
litar a que aquêle estiver subordinado; no caso do art. 141, quando o agente
fôr civil e não houver coautor militar, a requisição será do Ministério da Justiça.

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Causas extintivas

Art. 123. Extingue-se a punibilidade:


I – pela morte do agente;
II – pela anistia ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição;
V – pela reabilitação;
VI – pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).
Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto,
elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a
êste. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um dêles não impe-
de, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

Espécies de prescrição

Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena.

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Prescrição da ação penal

Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º dêste arti-


go, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se:
I – em trinta anos, se a pena é de morte;
II – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
III – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não ex-
cede a doze;
IV – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede
a oito;
V – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a
quatro;
VI – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VII – em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.

Superveniência de sentença condenatória de que sòmente o réu


recorre

§ 1º Sobrevindo sentença condenatória, de que sòmente o réu tenha re-


corrido, a prescrição passa a regular-se pela pena imposta, e deve ser logo
declarada, sem prejuízo do andamento do recurso se, entre a última causa
interruptiva do curso da prescrição (§ 5º) e a sentença, já decorreu tempo
suficiente.

Têrmo inicial da prescrição da ação penal

§ 2º A prescrição da ação penal começa a correr:


a) do dia em que o crime se consumou;

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b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;


c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.

Caso de concurso de crimes ou de crime continuado

§ 3º No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a prescrição


é referida, não à pena unificada, mas à de cada crime considerado isolada-
mente.

Suspensão da prescrição

§ 4º A prescrição da ação penal não corre:


I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime;
II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

Interrupção da prescrição

§ 5º O curso da prescrição da ação penal interrompe-se:


I – pela instauração do processo;
II – pela sentença condenatória recorrível.
§ 6º A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os
autores do crime; e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo proces-
so, a interrupção relativa a qualquer dêles estende-se aos demais.

707
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Prescrição da execução da pena ou da medida de segurança que a


substitui

Art. 126. A prescrição da execução da pena privativa de liberdade ou da


medida de segurança que a substitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado
na sentença e verifica-se nos mesmos prazos estabelecidos no art. 125, os
quais se aumentam de um têrço, se o condenado é criminoso habitual ou por
tendência.
§ 1º Começa a correr a prescrição:
a) do dia em que passa em julgado a sentença condenatória ou a que re-
voga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;
b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da in-
terrupção deva computar-se na pena.
§ 2º No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento ou
desinternação condicionais, a prescrição se regula pelo restante tempo da
execução.
§ 3º O curso da prescrição da execução da pena suspende-se enquanto o
condenado está prêso por outro motivo, e interrompe-se pelo início ou conti-
nuação do cumprimento da pena, ou pela reincidência.

Prescrição no caso de reforma ou suspensão de exercício

Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena


cominada, no máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do pôsto,
graduação, cargo ou função.

Disposições comuns a ambas as espécies de prescrição

Art. 128. Interrompida a prescrição, salvo o caso do § 3º, segunda parte,


do art. 126, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
Redução

708
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Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o


criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de
setenta.

Imprescritibilidade das penas acessórias

Art. 130. É imprescritível a execução das penas acessórias.

Prescrição no caso de insubmissão

Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia


em que o insubmisso atinge a idade de trinta anos.

Prescrição no caso de deserção

Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição,


esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta
e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.

Declaração de ofício

Art. 133. A prescrição, embora não alegada, deve ser declarada de ofício.

Reabilitação

Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença


definitiva.
§ 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em
que fôr extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução

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desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do


dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do livra-
mento condicional, desde que o condenado:
a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido;
b) tenha dado, durante êsse tempo, demonstração efetiva e constante de
bom comportamento público e privado;
c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta
impossibilidade de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que com-
prove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
§ 2º A reabilitação não pode ser concedida:
a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em
contrário;
b) em relação aos atingidos pelas penas acessórias do art. 98, inciso VII,
se o crime fôr de natureza sexual em detrimento de filho, tutelado ou cura-
telado.

Prazo para renovação do pedido

§ 3º Negada a reabilitação, não pode ser novamente requerida senão após


o decurso de dois anos.
§ 4º Os prazos para o pedido de reabilitação serão contados em dôbro no
caso de criminoso habitual ou por tendência.

Revogação

§ 5º A reabilitação será revogada de ofício, ou a requerimento do Ministé-


rio Público, se a pessoa reabilitada fôr condenada, por decisão definitiva, ao
cumprimento de pena privativa da liberdade.

710
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Cancelamento do registro de condenações penais

Art. 135. Declarada a reabilitação, serão cancelados, mediante averba-


ção, os antecedentes criminais.

Sigilo sôbre antecedentes criminais

Parágrafo único. Concedida a reabilitação, o registro oficial de condena-


ções penais não pode ser comunicado senão à autoridade policial ou judici-
ária, ou ao representante do Ministério Público, para instrução de processo
penal que venha a ser instaurado contra o reabilitado.

PARTE ESPECIAL

LIVRO I
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA EXTERNA DO PAÍS

Hostilidade contra país estrangeiro

Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, ex-


pondo o Brasil a perigo de guerra:
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas, represália ou retorsão:


Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos.
§ 2º Se resulta guerra:

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Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Provocação a país estrangeiro

Art. 137. Provocar o militar, diretamente, país estrangeiro a declarar


guerra ou mover hostilidade contra o Brasil ou a intervir em questão que res-
peite à soberania nacional:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Ato de jurisdição indevida

Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no território nacional, ato de


jurisdição de país estrangeiro, ou favorecer a prática de ato dessa natureza:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

Violação de território estrangeiro

Art. 139. Violar o militar território estrangeiro, com o fim de praticar ato


de jurisdição em nome do Brasil:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Entendimento para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra

Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com país es-


trangeiro, para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra:
Pena – reclusão, de seis a doze anos.

712
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Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil

Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização


nêle existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional
entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplo-
máticas:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas:


Pena – reclusão, de seis a dezoito anos.
§ 2º Se resulta guerra:
Pena – reclusão, de dez a vinte e quatro anos.

Tentativa contra a soberania do Brasil

Art. 142. Tentar:
I – submeter o território nacional, ou parte dêle, à soberania de país es-
trangeiro;
II – desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planeja-
dos, o território nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa
do Brasil ou a sua soberania;
III – internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território
nacional:
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte
anos, para os demais agentes.

713
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Consecução de notícia, informação ou documento para fim de es-


pionagem

Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação


ou documento, cujo sigilo seja de interêsse da segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 1º A pena é de reclusão de dez a vinte anos:
I – se o fato compromete a preparação ou eficiência bélica do Brasil, ou o
agente transmite ou fornece, por qualquer meio, mesmo sem remuneração, a
notícia, informação ou documento, a autoridade ou pessoa estrangeira;
II – se o agente, em detrimento da segurança externa do Brasil, pro-
move ou mantém no território nacional atividade ou serviço destinado à
espionagem;
III – se o agente se utiliza, ou contribui para que outrem se utilize, de
meio de comunicação, para dar indicação que ponha ou possa pôr em perigo
a segurança externa do Brasil.

Modalidade culposa

§ 2º Contribuir culposamente para a execução do crime:


Pena  – detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até
quatro anos, no caso do § 1º, n. I.

Revelação de notícia, informação ou documento

Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de


interêsse da segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

714
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Fim da espionagem militar

§ 1º Se o fato é cometido com o fim de espionagem militar:


Pena – reclusão, de seis a doze anos.

Resultado mais grave

§ 2º Se o fato compromete a preparação ou a eficiência bélica do país:


Pena – reclusão, de dez a vinte anos.

Modalidade culposa

§ 3º Se a revelação é culposa:
Pena  – detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até
quatro anos, nos casos dos §§ 1º e 2.

Turbação de objeto ou documento

Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporària-


mente, objeto ou documento concernente à segurança externa do Brasil:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se o fato compromete a segurança ou a eficiência bélica do país:


Pena – Reclusão, de dez a vinte anos.

Modalidade culposa

§ 2º Contribuir culposamente para o fato:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

715
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Penetração com o fim de espionagem

Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introduzir-se clandestinamente ou sob


falso pretexto, em lugar sujeito à administração militar, ou centro industrial a
serviço de construção ou fabricação sob fiscalização militar, para colhêr infor-
mação destinada a país estrangeiro ou agente seu:
Pena – reclusão, de três a oito anos.
Parágrafo único. Entrar, em local referido no artigo, sem licença de auto-
ridade competente, munido de máquina fotográfica ou qualquer outro meio
hábil para a prática de espionagem:
Pena – reclusão, até três anos.

Desenho ou levantamento de plano ou planta de local militar ou de


engenho de guerra

Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou planta de fortificação, quar-


tel, fábrica, arsenal, hangar ou aeródromo, ou de navio, aeronave ou engenho
de guerra motomecanizado, utilizados ou em construção sob administração
ou fiscalização militar, ou fotografá-los ou filmá-los:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sobrevoo em local interdito

Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito:


Pena – reclusão, até três anos.

716
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TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR

CAPÍTULO I
DO MOTIM E DA REVOLTA

Motim

Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:


I – agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II – recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem
ou praticando violência;
III – assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou
violência, em comum, contra superior;
IV – ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento mi-
litar, ou dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, na-
vio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios
de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a
ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os
cabeças.

Revolta

Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:


Pena – reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os
cabeças.

717
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Organização de grupo para a prática de violência

Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com ar-


mamento ou material bélico, de propriedade militar, praticando violência à
pessoa ou à coisa pública ou particular em lugar sujeito ou não à administra-
ção militar:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos.

Omissão de lealdade militar

Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do


superior o motim ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando
presente ao ato criminoso, não usar de todos os meios ao seu alcance para
impedi-lo:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

Conspiração

Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do


crime previsto no artigo 149:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

Isenção de pena

Parágrafo único. É isento de pena aquêle que, antes da execução do crime


e quando era ainda possível evitar-lhe as consequências, denuncia o ajuste
de que participou.

718
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Cumulação de penas

Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

CAPÍTULO II
DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO

Aliciação para motim ou revolta

Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos


crimes previstos no capítulo anterior:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Incitamento

Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime


militar:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui,
em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à
prática dos atos previstos no artigo.

Apologia de fato criminoso ou do seu autor

Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do


autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

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CAPÍTULO III
DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU MILITAR DE SERVIÇO

Violência contra superior

Art. 157. Praticar violência contra superior:


Pena – detenção, de três meses a dois anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou


oficial general:
Pena – reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um têrço.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da
violência, a do crime contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.

Violência contra militar de serviço

Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto,


ou contra sentinela, vigia ou plantão:
Pena – reclusão, de três a oito anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um


têrço.

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§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da


violência, a do crime contra a pessoa.
§ 3º Se da violência resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Ausência de dôlo no resultado

Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as cir-


cunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o
risco de produzi-lo, a pena do crime contra a pessoa é diminuída de metade.

CAPÍTULO IV
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A
FARDA

Desrespeito a superior

Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço

Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a


que pertence o agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto,
a pena é aumentada da metade.

721
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Desrespeito a símbolo nacional

Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à adminis-


tração militar, ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional:
Pena – detenção, de um a dois anos.

Despojamento desprezível

Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou dis-


tintivo, por menosprêzo ou vilipêndio:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado
diante da tropa, ou em público.

CAPÍTULO V
DA INSUBORDINAÇÃO

Recusa de obediência

Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sôbre assunto ou matéria


de serviço, ou relativamente a dever impôsto em lei, regulamento ou instrução:
Pena – detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Oposição a ordem de sentinela

Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:


Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

722
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Reunião ilícita

Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para dis-


cussão de ato de superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de
dois a seis meses a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.

Publicação ou crítica indevida

Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou docu-


mento oficial, ou criticar públicamente ato de seu superior ou assunto atinen-
te à disciplina militar, ou a qualquer resolução do Govêrno:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO OU ABUSO DE AUTORIDADE

Assunção de comando sem ordem ou autorização

Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorização, salvo se em grave


emergência, qualquer comando, ou a direção de estabelecimento militar:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Conservação ilegal de comando

Art. 168. Conservar comando ou função legitimamente assumida, depois


de receber ordem de seu superior para deixá-los ou transmiti-los a outrem:
Pena – detenção, de um a três anos.

723
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Operação militar sem ordem superior

Art. 169. Determinar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos


em que essa se dispensa, movimento de tropa ou ação militar:
Pena – reclusão, de três a cinco anos.

Forma qualificada

Parágrafo único. Se o movimento da tropa ou ação militar é em território


estrangeiro ou contra fôrça, navio ou aeronave de país estrangeiro:
Pena – reclusão, de quatro a oito anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Ordem arbitrária de invasão

Art. 170. Ordenar, arbitràriamente, o comandante de fôrça, navio, aero-


nave ou engenho de guerra motomecanizado a entrada de comandados seus
em águas ou território estrangeiro, ou sobrevoá-los:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos, ou reforma.

Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia

Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, dis-


tintivo ou insígnia de pôsto ou graduação superior:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

724
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Oficial da Polícia Militar

Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qual-


quer pessoa

Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a


que não tenha direito:
Pena – detenção, até seis meses.

Abuso de requisição militar

Art. 173. Abusar do direito de requisição militar, excedendo os podêres


conferidos ou recusando cumprir dever impôsto em lei:
Pena – detenção, de um a dois anos.

Rigor excessivo

Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com ri-


gor não permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, por dois a seis meses, se o fato
não constitui crime mais grave.

Violência contra inferior

Art. 175. Praticar violência contra inferior:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Resultado mais grave

Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também


aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando fôr o caso,
ao disposto no art. 159.

725
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Ofensa aviltante a inferior

Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou


pelo meio empregado, se considere aviltante:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior.

CAPÍTULO VII
DA RESISTÊNCIA

Resistência mediante ameaça ou violência

Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência


ao executor, ou a quem esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Forma qualificada

§ 1º Se o ato não se executa em razão da resistência:


Pena – reclusão de dois a quatro anos.

Cumulação de penas

§ 2º As penas dêste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-


tes à violência, ou ao fato que constitua crime mais grave.

726
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Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO VIII
DA FUGA, EVASÃO, ARREBATAMENTO E AMOTINAMENTO DE PRESOS

Fuga de prêso ou internado

Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente prêsa ou sub-


metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se o crime é praticado a mão armada ou por mais de uma pessoa, ou


mediante arrombamento:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprêgo de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º Se o crime é praticado por pessoa sob cuja guarda, custódia ou con-
dução está o prêso ou internado:
Pena – reclusão, até quatro anos.

Modalidade culposa

Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente prêsa, confiada à sua
guarda ou condução:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Evasão de prêso ou internado

Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se o prêso ou internado, usando de


violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de um a dois anos, além da correspondente à violência.

727
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º Se a evasão ou a tentativa ocorre mediante arrombamento da prisão


militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Cumulação de penas

§ 2º Se ao fato sucede deserção, aplicam-se cumulativamente as penas


correspondentes.

Arrebatamento de prêso ou internado

Art. 181. Arrebatar prêso ou internado, a fim de maltratá-lo, do poder de


quem o tenha sob guarda ou custódia militar:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da correspondente à violência.

Amotinamento

Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina


do recinto de prisão militar:
Pena – reclusão, até três anos, aos cabeças; aos demais, detenção de um
a dois anos.

Responsabilidade de participe ou de oficial

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento


ou, sendo oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para
debelar o amotinamento ou evitar-lhe as consequências.

728
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TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR

CAPÍTULO I
DA INSUBMISSÃO

Insubmissão

Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do


prazo que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato
oficial de incorporação:
Pena – impedimento, de três meses a um ano.

Caso assimilado

§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporàriamente da in-


corporação, deixa de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.

Diminuição da pena

§ 2º A pena é diminuída de um têrço:


a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação mi-
litar, quando escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do
último dia marcado para a apresentação.

729
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Criação ou simulação de incapacidade física

Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado


para o serviço militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Substituição de convocado

Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na


inspeção de saúde.
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.

Favorecimento a convocado

Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcio-


nar-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorpo-
ração, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer dos crimes
previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Isenção de pena

Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou


irmão do criminoso, fica isento de pena.

730
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Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO II
DA DESERÇÃO

Deserção

Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou


do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.

Casos assimilados

Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:


I – não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo
de trânsito ou férias;
II – deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de
oito dias, contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agre-
gação ou em que é declarado o estado de sítio ou de guerra;
III – tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de
oito dias;
IV – consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, crian-
do ou simulando incapacidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:

Atenuante especial

I – se o agente se apresenta voluntàriamente dentro em oito dias após a


consumação do crime, a pena é diminuída de metade; e de um têrço, se de
mais de oito dias e até sessenta;

731
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Agravante especial

II – se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país


estrangeiro, a pena é agravada de um têrço.

Deserção especial

Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do


navio ou aeronave, de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou
força em que serve: (Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se
apresentar, dentro de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou,
na falta desta, à autoridade policial, para ser comunicada a apresentação ao
comando militar competente.(Redação dada pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro
horas e não excedente a cinco dias:
Pena – detenção, de dois a oito meses.
§ 2º Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada
pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 2º-A. Se superior a oito dias: (Incluído pela Lei n. 9.764, de 18.12.1998)
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Aumento de pena

§ 3º A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subte-


nente ou suboficial, e de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei n. 9.764,
de 18.12.1998)

732
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Concêrto para deserção

Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção:


I – se a deserção não chega a consumar-se:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Modalidade complexa

II – se consumada a deserção:


Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Deserção por evasão ou fuga

Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de deten-


ção ou de prisão, ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão,
permanecendo ausente por mais de oito dias:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Favorecimento a desertor

Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-


-lhe ou facilitar-lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão
para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena – detenção, de quatro meses a um ano.

Isenção de pena

Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou


irmão do criminoso, fica isento de pena.

733
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Omissão de oficial

Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou deven-


do saber encontrar-se entre os seus comandados:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

CAPÍTULO III
DO ABANDONO DE PÔSTO E DE OUTROS CRIMES EM SERVIÇO

Abandono de pôsto

Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de serviço que


lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Descumprimento de missão

Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um têrço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de
metade.

Modalidade culposa

§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

734
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Oficial da Polícia Militar

Retenção indevida

Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função,


ou quando lhe é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que
lhe haja sido confiado:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de três a seis meses, se o fato
não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento
envolve ou constitui segrêdo relativo à segurança nacional:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

Omissão de eficiência da fôrça

Art. 198. Deixar o comandante de manter a fôrça sob seu comando em


estado de eficiência:
Pena – suspensão do exercício do pôsto, de três meses a um ano.

Omissão de providências para evitar danos


Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu al-
cance para evitar perda, destruição ou inutilização de instalações militares,
navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado em perigo:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

735
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Omissão de providências para salvar comandados

Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, en-


calhe, colisão, ou outro perigo semelhante, de tomar tôdas as providências
adequadas para salvar os seus comandados e minorar as consequências do
sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou a deixar a aeronave ou o quar-
tel ou sede militar sob seu comando:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Omissão de socorro

Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de

guerra ou mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou

náufragos que hajam pedido socorro:

Pena – suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos ou reforma.

Embriaguez em serviço

Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se

embriagado para prestá-lo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

736
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Dormir em serviço

Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou

de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de

sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer ser-

viço de natureza semelhante:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO IV

DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO

Exercício de comércio por oficial

Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou

gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como

acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade

limitada:

Pena – suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, ou

reforma.
TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO

Homicídio simples

Art. 205. Matar alguém:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

737
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Minoração facultativa da pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um
têrço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – por motivo fútil;
II – mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar
ou saciar desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III – com emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qual-
quer outro meio dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo
comum;
IV – à traição, de emboscada, com surprêsa ou mediante outro recurso
insidioso, que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime;
VI – prevalecendo-se o agente da situação de serviço:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio culposo

Art. 206. Se o homicídio é culposo:


Pena – detenção, de um a quatro anos.

738
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de


regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.

Multiplicidade de vítimas

§ 2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorre


morte de mais de uma pessoa ou também lesões corporais em outras pesso-
as, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Provocação direta ou auxílio a suicídio

Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se, ou prestar-lhe auxílio


para que o faça, vindo o suicídio consumar-se:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Agravação de pena

§ 1º Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a vítima é menor ou


tem diminuída, por qualquer motivo, a resistência moral, a pena é agravada.

Provocação indireta ao suicídio

§ 2º Com detenção de um a três anos, será punido quem, desumana e


reiteradamente, inflige maus tratos a alguém, sob sua autoridade ou depen-
dência, levando-o, em razão disso, à prática de suicídio.

739
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Redução de pena

§ 3º Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa resulta lesão grave, a


pena é reduzida de um a dois terços.

CAPÍTULO II
DO GENOCÍDIO

Genocídio

Art. 208. Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou per-


tencente a determinada raça, com o fim de destruição total ou parcial dêsse
grupo:
Pena – reclusão, de quinze a trinta anos.

Casos assimilados

Parágrafo único. Será punido com reclusão, de quatro a quinze anos,


quem, com o mesmo fim:
I – inflige lesões graves a membros do grupo;
II – submete o grupo a condições de existência, físicas ou morais, capazes
de ocasionar a eliminação de todos os seus membros ou parte dêles;
III – força o grupo à sua dispersão;
IV – impõe medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
V – efetua coativamente a transferência de crianças do grupo para outro
grupo.

740
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Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA

Lesão leve

Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão grave

§ 1º Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente


de membro, sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais,
por mais de trinta dias:
Pena – reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutili-
zação de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o traba-
lho, ou deformidade duradoura:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesões qualificadas pelo resultado

§ 3º Se os resultados previstos nos §§ 1º e 2º forem causados culposa-


mente, a pena será de detenção, de um a quatro anos; se da lesão resultar
morte e as circunstâncias evidenciarem que o agente não quis o resultado,
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será de reclusão, até oito anos.

Minoração facultativa da pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante va-


lor moral ou social ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a

741
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena, de um sexto a um


têrço.
§ 5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo qual
dos contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das hipóteses
do parágrafo anterior, o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços.

Lesão levíssima

§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como


disciplinar.

Lesão culposa

Art. 210. Se a lesão é culposa:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima.

Aumento de pena

§ 2º Se, em consequência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem


lesões em várias pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.

Participação em rixa

Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, até dois meses.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão grave, aplica-se, pelo fato de
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

742
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO IV
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA OU DA SAÚDE

Abandono de pessoa

Art. 212. Abandonar o militar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos
riscos resultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

Formas qualificadas pelo resultado

§ 1º Se do abandono resulta lesão grave:


Pena – reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Maus tratos

Art. 213. Expor a perigo a vida ou saúde, em lugar sujeito à administra-


ção militar ou no exercício de função militar, de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para o fim de educação, instrução, tratamento ou custó-
dia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujei-

tando-a a trabalhos excessivos ou inadequados, quer abusando de meios de

correção ou disciplina:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

743
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Formas qualificadas pelo resultado

§ 1º Se do fato resulta lesão grave:


Pena – reclusão, até quatro anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de dois a dez anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 214. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.

Exceção da verdade

§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é ad-


mitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art.
218;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

744
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Difamação

Art. 215. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo único. A exceção da verdade sòmente se admite se a ofensa é
relativa ao exercício da função pública, militar ou civil, do ofendido.

Injúria

Art. 216. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:


Pena – detenção, até seis meses.

Injúria real

Art. 217. Se a injúria consiste em violência, ou outro ato que atinja a


pessoa, e, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considera aviltante:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

Disposições comuns

Art. 218. As penas cominadas nos antecedentes artigos dêste capítulo


aumentam-se de um têrço, se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República ou chefe de govêrno estrangeiro;
II – contra superior;
III – contra militar, ou funcionário público civil, em razão das suas funções;
IV – na presença de duas ou mais pessoas, ou de inferior do ofendido, ou
por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de re-
compensa, aplica-se a pena em dôbro, se o fato não constitui crime mais grave.

745
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Ofensa às fôrças armadas

Art. 219. Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dig-


nidade ou abalar o crédito das fôrças armadas ou a confiança que estas me-
recem do público:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena será aumentada de um têrço, se o crime é come-
tido pela imprensa, rádio ou televisão.

Exclusão de pena

Art. 220. Não constitui ofensa punível, salvo quando inequívoca a inten-


ção de injuriar, difamar ou caluniar:
I – a irrogada em juízo, na discussão da causa, por uma das partes ou seu
procurador contra a outra parte ou seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica;
III – a apreciação crítica às instituições militares, salvo quando inequívoca
a intenção de ofender;
IV – o conceito desfavorável em apreciação ou informação prestada no
cumprimento do dever de ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e IV, responde pela ofensa quem lhe
dá publicidade.

Equivocidade da ofensa

Art. 221. Se a ofensa é irrogada de forma imprecisa ou equívoca, quem


se julga atingido pode pedir explicações em juízo. Se o interpelado se recusa
a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

746
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE

Seção I
Dos crimes contra a liberdade individual

Constrangimento ilegal

Art. 222. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-
sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça,
o que ela não manda:
Pena – detenção, até um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Aumento de pena

§ 1º A pena aplica-se em dôbro, quando, para a execução do crime, se re-


únem mais de três pessoas, ou há emprêgo de arma, ou quando o constran-
gimento é exercido com abuso de autoridade, para obter de alguém confissão
de autoria de crime ou declaração como testemunha.
§ 2º Além da pena cominada, aplica-se a correspondente à violência.

Exclusão de crime

§ 3º Não constitui crime:


I  – Salvo o caso de transplante de órgãos, a intervenção médica ou ci-
rúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se
justificada para conjurar iminente perigo de vida ou de grave dano ao corpo
ou à saúde;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

747
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Ameaça

Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de lhe causar mal injusto e grave:
Pena – detenção, até seis meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se a ameaça é motivada por fato referente a serviço de
natureza militar, a pena é aumentada de um têrço.

Desafio para duelo

Art. 224. Desafiar outro militar para duelo ou aceitar-lhe o desafio, em-


bora o duelo não se realize:
Pena – detenção, até três meses, se o fato não constitui crime mais grave.

Sequestro ou cárcere privado

Art. 225. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado:
Pena – reclusão, até três anos.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de metade:


I – se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente;
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação de liberdade dura mais de quinze dias.

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Formas qualificadas pelo resultado

§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou da natureza da de-


tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 3º Se, pela razão do parágrafo anterior, resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Seção II
Do crime contra a inviolabilidade do domicílio

Violação de domicílio

Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, até três meses.

Forma qualificada

§ 1º Se o crime é cometido durante o repouso noturno, ou com emprêgo de


violência ou de arma, ou mediante arrombamento, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Agravação de pena

§ 2º Aumenta-se a pena de um têrço, se o fato é cometido por militar em


serviço ou por funcionário público civil, fora dos casos legais, ou com inobser-
vância das formalidades prescritas em lei, ou com abuso de poder.

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Exclusão de crime

§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em


suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência em cumprimento de lei ou regulamento militar;
II – a qualquer hora do dia ou da noite para acudir vítima de desastre ou
quando alguma infração penal está sendo ali praticada ou na iminência de o ser.

Compreensão do têrmo “casa”

§ 4º O termo “casa” compreende:


I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreende no têrmo “casa”:
I – hotel, hospedaria, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n. II do parágrafo anterior;
II – taverna, boate, casa de jôgo e outras do mesmo gênero.

Seção III
Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência ou
comunicação

Violação de correspondência

Art. 227. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência priva-


da dirigida a outrem:
Pena – detenção, até seis meses.
§ 1º Nas mesmas penas incorre:

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I – quem se apossa de correspondência alheia, fechada ou aberta, e, no


todo ou em parte, a sonega ou destrói;
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza, abusiva-
mente, comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou con-
versação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referida no número
anterior.

Aumento de pena

§ 2º A pena aumenta-se de metade, se há dano para outrem.


§ 3º Se o agente comete o crime com abuso de função, em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.

Natureza militar do crime

§ 4º Salvo o disposto no parágrafo anterior, qualquer dos crimes previstos


neste artigo só é considerado militar no caso do art. 9º, n. II, letra a .

Seção IV
Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos de
caráter particular

Divulgação de segrêdo

Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular si-


giloso ou de correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário,
desde que da divulgação possa resultar dano a outrem:

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Pena – detenção, até seis meses.

Violação de recato

Art. 229. Violar, mediante processo técnico o direito ao recato pessoal ou o


direito ao resguardo das palavras que não forem pronunciadas públicamente:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem divulga os fatos captados.

Violação de segrêdo profissional

Art. 230. Revelar, sem justa causa, segrêdo de que tem ciência, em razão
de função ou profissão, exercida em local sob administração militar, desde
que da revelação possa resultar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Natureza militar do crime

Art. 231. Os crimes previstos nos arts. 228 e 229 sòmente são conside-
rados militares no caso do art. 9º, n. II, letra a .

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES SEXUAIS

Estupro

Art. 232. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou


grave ameaça:
Pena – reclusão, de três a oito anos, sem prejuízo da correspondente à
violência.

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Atentado violento ao pudor

Art. 233. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


presenciar, a praticar ou permitir que com êle pratique ato libidinoso diverso
da conjunção carnal:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, sem prejuízo da correspondente à
violência.

Corrupção de menores

Art. 234. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor de dezoito


e maior de quatorze anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzin-
do-a a praticá-lo ou presenciá-lo:
Pena – reclusão, até três anos.

Pederastia ou outro ato de libidinagem

Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com êle se pratique ato libidi-
noso, homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Presunção de violência

Art. 236. Presume-se a violência, se a vítima:


I – não é maior de quatorze anos, salvo fundada suposição contrária do
agente;
II – é doente ou deficiente mental, e o agente conhecia esta circunstância;
III – não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.

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Aumento de pena

Art. 237. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se o


fato é praticado:
I – com o concurso de duas ou mais pessoas;
II – por oficial, ou por militar em serviço.

CAPÍTULO VIII
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 238. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar:


Pena – detenção de três meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o fato é praticado por militar em
serviço ou por oficial.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 239. Produzir, distribuir, vender, expor à venda, exibir, adquirir ou


ter em depósito para o fim de venda, distribuição ou exibição, livros, jornais,
revistas, escritos, pinturas, gravuras, estampas, imagens, desenhos ou qual-
quer outro objeto de caráter obsceno, em lugar sujeito à administração mili-
tar, ou durante o período de exercício ou manobras:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem distribui, vende, oferece à
venda ou exibe a militares em serviço objeto de caráter obsceno.

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TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto simples

Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena – reclusão, até seis anos.

Furto atenuado

§ 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode


substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços,
ou considerar a infração como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que não
exceda a um décimo da quantia mensal do mais alto salário mínimo do país.
§ 2º A atenuação do parágrafo anterior é igualmente aplicável no caso
em que o criminoso, sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou repara o
dano causado, antes de instaurada a ação penal.

Energia de valor econômico

§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que


tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º Se o furto é praticado durante a noite:


Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 5º Se a coisa furtada pertence à Fazenda Nacional:

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Pena – reclusão, de dois a seis anos.


§ 6º Se o furto é praticado:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprêgo de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
§ 7º Aos casos previstos nos §§ 4º e 5º são aplicáveis as atenuações a
que se referem os §§ 1º e 2º. Aos previstos no § 6º é aplicável a atenuação
referida no § 2º.

Furto de uso

Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso momentâneo e, a se-


guir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava:
Pena – detenção, até seis meses.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a coisa usada é veí-
culo motorizado; e de um têrço, se é animal de sela ou de tiro.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo simples

Art. 242. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante


emprêgo ou ameaça de emprêgo de violência contra pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer modo, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa,
emprega ou ameaça empregar violência contra pessoa, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para outrem.

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Roubo qualificado

§ 2º A pena aumenta-se de um têrço até metade:


I – se a violência ou ameaça é exercida com emprêgo de arma;
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valôres, e o agente co-
nhece tal circunstância;
IV – se a vítima está em serviço de natureza militar;
V – se é dolosamente causada lesão grave;
VI – se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quis êsse resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.

Latrocínio

§ 3º Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou


a detenção da coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de alguém, a
pena será de reclusão, de quinze a trinta anos, sendo irrelevante se a lesão
patrimonial deixa de consumar-se. Se há mais de uma vítima dessa violência
à pessoa, aplica-se o disposto no art. 79.

Extorsão simples

Art. 243. Obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,


constrangendo alguém, mediante violência ou grave ameaça:
a) a praticar ou tolerar que se pratique ato lesivo do seu patrimônio, ou
de terceiro;
b) a omitir ato de interêsse do seu patrimônio, ou de terceiro:
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.

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Formas qualificadas

§ 1º Aplica-se à extorsão o disposto no § 2º do art. 242.

§ 2º Aplica-se à extorsão, praticada mediante violência, o disposto no §

3º do art. 242.

Extorsão mediante sequestro

Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante

sequestro de pessoa, indevida vantagem econômica:

Pena – reclusão, de seis a quinze anos.

Formas qualificadas

§ 1º Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o sequestra-

do é menor de dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime é cometido

por mais de duas pessoas, a pena é de reclusão de oito a vinte anos.

§ 2º Se à pessoa sequestrada, em razão de maus tratos ou da natureza

do sequestro, resulta grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão é

aumentada de um têrço.

§ 3º Se o agente vem a empregar violência contra a pessoa sequestrada,

aplicam-se, correspondentemente, as disposições do art. 242, § 2º, ns. V e

VI,e § 3º.

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Chantagem

Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevi-

da vantagem econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação

pode lesar a sua reputação ou de pessoa que lhe seja particularmente cara:

Pena – reclusão, de três a dez anos.

Parágrafo único. Se a ameaça é de divulgação pela imprensa, radiodifusão

ou televisão, a pena é agravada.

Extorsão indireta

Art. 246. Obter de alguém, como garantia de dívida, abusando de sua


premente necessidade, documento que pode dar causa a procedimento penal
contra o devedor ou contra terceiro:
Pena – reclusão, até três anos.

Aumento de pena

Art. 247. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se a


violência é contra superior, ou militar de serviço.

CAPÍTULO III
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita simples

Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou de-


tenção:
Pena – reclusão, até seis anos.

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Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o valor da coisa excede vinte vêzes


o maior salário mínimo, ou se o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;
II – em razão de ofício, emprêgo ou profissão.

Apropriação de coisa havida acidentalmente

Art. 249. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por


êrro, caso fortuito ou fôrça da natureza:
Pena – detenção, até um ano.

Apropriação de coisa achada

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem acha coisa alheia perdida
e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor, ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do pra-
zo de quinze dias.
Art. 250. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§
1º e 2º do art. 240.

CAPÍTULO IV
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em êrro, mediante artifício, ardil ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de dois a sete anos.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

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Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia, coisa


alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sôbre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que entrega


a adquirente;

Fraude no pagamento de cheque

V – defrauda de qualquer modo o pagamento de cheque que emitiu a favor


de alguém.
§ 2º Os crimes previstos nos ns. I a V do parágrafo anterior são conside-
rados militares sòmente nos casos do art. 9º, n. II, letras a e e .

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Agravação de pena

§ 3º A pena é agravada, se o crime é cometido em detrimento da admi-


nistração militar.

Abuso de pessoa

Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de função,


em unidade, repartição ou estabelecimento militar, da necessidade, paixão ou
inexperiência, ou da doença ou deficiência mental de outrem, induzindo-o à
prática de ato que produza efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro,
ou em detrimento da administração militar:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§
1º e 2º do art. 240.

CAPÍTULO V
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa


proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, rece-
ba ou oculte:
Pena – reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. São aplicáveis os §§ 1º e 2º do art. 240.

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Receptação culposa

Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela mani-
festa desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a ofe-
rece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena – detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior
a um décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.

Punibilidade da receptação

Art. 256. A receptação é punível ainda que desconhecido ou isento de


pena o autor do crime de que proveio a coisa.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 257. Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel sob administração militar:

Pena – detenção, até seis meses.


§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas sob ad-


ministração militar;

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Invasão de propriedade

II – invade, com violência à pessoa ou à coisa, ou com grave ameaça, ou


mediante concurso de duas ou mais pessoas, terreno ou edifício sob adminis-
tração militar.

Pena – correspondente à violência

§ 2º Quando há emprêgo de violência, fica ressalvada a pena a esta cor-


respondente.

Aposição, supressão ou alteração de marca


Art. 258. Apor, suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho
alheio, sob guarda ou administração militar, marca ou sinal indicativo de pro-
priedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

CAPÍTULO VII
DO DANO

Dano simples

Art. 259. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa alheia:


Pena – detenção, até seis meses.
Parágrafo único. Se se trata de bem público:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.

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Dano atenuado

Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é primário e a coisa


é de valor não excedente a um décimo do salário mínimo, o juiz pode atenuar
a pena, ou considerar a infração como disciplinar.
Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente aplicável, se,
dentro das condições nele estabelecidas, o criminoso repara o dano causado
antes de instaurada a ação penal.

Dano qualificada

Art. 261. Se o dano é cometido:


I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II  – com emprêgo de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave;
III – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Dano em material ou aparelhamento de guerra

Art. 262. Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de


utilidade militar, ainda que em construção ou fabricação, ou em efeitos reco-
lhidos a depósito, pertencentes ou não às fôrças armadas:
Pena – reclusão, até seis anos.

Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar

Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão ou


alagamento de navio de guerra ou de navio mercante em serviço militar, ou
nêle causar avaria:

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Pena – reclusão, de três a dez anos.


§ 1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da me-
tade; se resulta a morte, é aplicada em dôbro.
§ 2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de vio-
lência contra a pessoa, ser-lhe-á aplicada igualmente a pena a ela correspon-
dente.

Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em esta-


belecimentos militares

Art. 264. Praticar dano:


I – em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de
aviação, engenho de guerra motomecanizado, viatura em comboio militar,
arsenal, dique, doca, armazém, quartel, alojamento ou em qualquer outra
instalação militar;
II – em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro industrial
a serviço de construção ou fabricação militar:
Pena – reclusão, de dois a dez anos.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos parágrafos do artigo anterior.

Desaparecimento, consunção ou extravio

Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, arma-


mento, munição, peças de equipamento de navio ou de aeronave ou de en-
genho de guerra motomecanizado:
Pena – reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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Modalidades culposas

Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é de
detenção de seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial, suspensão do
exercício do pôsto de um a três anos, ou reforma; se resulta lesão corporal ou
morte, aplica-se também a pena cominada ao crime culposo contra a pessoa,
podendo ainda, se o agente é oficial, ser imposta a pena de reforma.

CAPÍTULO VIII
DA USURA

Usura pecuniária

Art. 267. Obter ou estipular, para si ou para outrem, no contrato de mútuo


de dinheiro, abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade
do mutuário, juro que excede a taxa fixada em lei, regulamento ou ato oficial:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Casos assimilados

§ 1º Na mesma pena incorre quem, em repartição ou local sob administra-


ção militar, recebe vencimento ou provento de outrem, ou permite que êstes
sejam recebidos, auferindo ou permitindo que outrem aufira proveito cujo
valor excede a taxa de três por cento

Agravação de pena

2º A pena é agravada, se o crime é cometido por superior ou por funcio-


nário em razão da função.

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TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 268. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, ex-


pondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a oito anos.
§ 1º A pena é agravada:

Agravação de pena

I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária para


si ou para outrem;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou qualquer construção destinada a uso público ou
a obra de assistência social ou de cultura;
c) em navio, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária, rodoviária, aeródromo ou construção portuária;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
§ 2º Se culposo o incêndio:

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Incêndio culposo

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão

Art. 269. Causar ou tentar causar explosão, em lugar sujeito à admi-


nistração militar, expondo a perigo a vida, a integridade ou o patrimônio de
outrem:
Pena – reclusão, até quatro anos.

Forma qualificada

§ 1º Se a substância utilizada é dinamite ou outra de efeitos análogos:


Pena – reclusão, de três a oito anos.

Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada se ocorre qualquer das hipóteses previstas no §
1º, n. I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enu-
meradas no n. II do mesmo parágrafo.
§ 3º Se a explosão é causada pelo desencadeamento de energia nuclear:
Pena – reclusão, de cinco a vinte anos.

Modalidade culposa

§ 4º No caso de culpa, se a explosão é causada por dinamite ou substância


de efeitos análogos, a pena é detenção, de seis meses a dois anos; se é cau-
sada pelo desencadeamento de energia nuclear, detenção de três a dez anos;
nos demais casos, detenção de três meses a um ano.

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Emprêgo de gás tóxico ou asfixiante

Art. 270. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, em lugar sujeito à administração militar, usando de gás tóxico ou asfi-
xiante ou prejudicial de qualquer modo à incolumidade da pessoa ou da coisa:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Abuso de radiação

Art. 271. Expor a perigo a vida ou a integridade física de outrem, em

lugar sujeito à administração militar, pelo abuso de radiação ionizante ou de

substância radioativa:

Pena – reclusão, até quatro anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Inundação

Art. 272. Causar inundação, em lugar sujeito à administração militar, ex-

pondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:

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Pena – reclusão, de três a oito anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Perigo de inundação

Art. 273. Remover, destruir ou inutilizar obstáculo natural ou obra desti-

nada a impedir inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o

patrimônio de outrem, em lugar sujeito à administração militar:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 274. Causar desabamento ou desmoronamento, em lugar sujeito à

administração militar, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o pa-

trimônio de outrem:

Pena – reclusão, até cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

771
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Subtração, ocultação ou inutilização de material de socorro

Art. 275. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-

dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou

qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-

vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:

Pena – reclusão, de três a seis anos.

Fatos que expõem a perigo aparelhamento militar

Art. 276. Praticar qualquer dos fatos previstos nos artigos anteriores dês-

te capítulo, expondo a perigo, embora em lugar não sujeito à administração

militar navio, aeronave, material ou engenho de guerra motomecanizado ou

não, ainda que em construção ou fabricação, destinados às fôrças armadas,

ou instalações especialmente a serviço delas:

Pena – reclusão de dois a seis anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Formas qualificadas pelo resultado

Art. 277. Se do crime doloso de perigo comum resulta, além da vontade


do agente, lesão grave, a pena é aumentada de metade; se resulta morte,
é aplicada em dôbro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a

772
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Oficial da Polícia Militar

pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao


homicídio culposo, aumentada de um têrço.

Difusão de epizootia ou praga vegetal

Art. 278. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,


plantação, pastagem ou animais de utilidade econômica ou militar, em lugar
sob administração militar:
Pena – reclusão, até três anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, até seis meses.

Embriaguez ao volante

Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob administração militar na via pú-


blica, encontrando-se em estado de embriaguez, por bebida alcoólica, ou
qualquer outro inebriante:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Perigo resultante de violação de regra de trânsito

Art. 280. Violar regra de regulamento de trânsito, dirigindo veículo sob


administração militar, expondo a efetivo e grave perigo a incolumidade de
outrem:
Pena – detenção, até seis meses.

773
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Oficial da Polícia Militar

Fuga após acidente de trânsito

Art. 281. Causar, na direção de veículo motorizado, sob administração


militar, ainda que sem culpa, acidente de trânsito, de que resulte dano pesso-
al, e, em seguida, afastar-se do local, sem prestar socorro à vítima que dêle
necessite:
Pena – detenção, de seis meses a um ano, sem prejuízo das cominadas
nos arts. 206 e 210.

Isenção de prisão em flagrante

Parágrafo único. Se o agente se abstém de fugir e, na medida que as cir-


cunstâncias o permitam, presta ou providencia para que seja prestado socor-
ro à vítima, fica isento de prisão em flagrante.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA OS MEIOS DE TRANSPORTE
E DE COMUNICAÇÃO

Perigo de desastre ferroviário

Art. 282. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro, sob adminis-


tração ou requisição militar emanada de ordem legal:
I – danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, ma-
terial rodante ou de tração, obra de arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acêrca do movimento dos veículos, ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento dos meios de comunicação;
IV – praticando qualquer outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

774
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Desastre efetivo

§ 1º Se do fato resulta desastre:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 2º Se o agente quis causar o desastre ou assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a quinze anos.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, ocorrendo desastre:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Conceito de “estrada de ferro”

§ 4º Para os efeitos dêste artigo, entende-se por “estrada de ferro” qual-


quer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em
trilhos ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra transporte

Art. 283. Expor a perigo aeronave, ou navio próprio ou alheio, sob guarda,


proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, ou em lugar sujeito à
administração militar, bem como praticar qualquer ato tendente a impedir ou
dificultar navegação aérea, marítima, fluvial ou lacustre sob administração,
guarda ou proteção militar:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

775
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Superveniência de sinistro
§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe do navio, ou a
queda ou destruição da aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra viatura ou outro meio de transporte


Art. 284. Expor a perigo viatura ou outro meio de transporte militar, ou
sob guarda, proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, impedir-
-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – reclusão, até três anos.

Desastre efetivo

§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é reclusão de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:


Pena – detenção, até um ano.

Formas qualificadas pelo resultado

Art. 285. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 282 a 284, no


caso de desastre ou sinistro, resulta morte de alguém, aplica-se o disposto
no art. 277.

776
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Arremêsso de projétil

Art. 286. Arremessar projétil contra veículo militar, em movimento, des-


tinado a transporte por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, até seis meses.

Forma qualificada pelo resultado

Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,


de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do homicídio culposo,
aumentada de um têrço.

Atentado contra serviço de utilidade militar

Art. 287. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de


água, luz, fôrça ou acesso, ou qualquer outro de utilidade, em edifício ou ou-
tro lugar sujeito à administração militar:
Pena – reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um têrço até metade, se o
dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento
do serviço.

Interrupção ou perturbação de serviço ou meio de comunicação

Art. 288. Interromper, perturbar ou dificultar serviço telegráfico, telefô-


nico, telemétrico, de televisão, telepercepção, sinalização, ou outro meio de
comunicação militar; ou impedir ou dificultar a sua instalação em lugar sujei-
to à administração militar, ou desde que para esta seja de interêsse qualquer
daqueles serviços ou meios:
Pena – detenção, de um a três anos.

777
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Aumento de pena

Art. 289. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena será agravada, se


forem cometidos em ocasião de calamidade pública.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE

Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito


similar

Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gra-


tuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso
próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo subs-
tância entorpecente, ou que determine dependência física ou psíquica, em
lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacôrdo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Casos assimilados

§ 1º Na mesma pena incorre, ainda que o fato incriminado ocorra em lugar


não sujeito à administração militar:
I – o militar que fornece, de qualquer forma, substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica a outro militar;
II – o militar que, em serviço ou em missão de natureza militar, no país ou
no estrangeiro, pratica qualquer dos fatos especificados no artigo;
III – quem fornece, ministra ou entrega, de qualquer forma, substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica a militar em
serviço, ou em manobras ou exercício.

778
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Forma qualificada

§ 2º Se o agente é farmacêutico, médico, dentista ou veterinário:


Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Receita ilegal

Art. 291. Prescrever o médico ou dentista militar, ou aviar o farmacêu-


tico militar receita, ou fornecer substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica, fora dos casos indicados pela terapêutica, ou
em dose evidentemente maior que a necessária, ou com infração de preceito
legal ou regulamentar, para uso de militar, ou para entrega a êste; ou para
qualquer fim, a qualquer pessoa, em consultório, gabinete, farmácia, labora-
tório ou lugar, sujeitos à administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Casos assimilados

Parágrafo único. Na mesma pena incorre:


I – o militar ou funcionário que, tendo sob sua guarda ou cuidado subs-
tância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em far-
mácia, laboratório, consultório, gabinete ou depósito militar, dela lança mão
para uso próprio ou de outrem, ou para destino que não seja lícito ou regular;
II – quem subtrai substância entorpecente ou que determine dependência
física ou psíquica, ou dela se apropria, em lugar sujeito à administração mi-
litar, sem prejuízo da pena decorrente da subtração ou apropriação indébita;
III – quem induz ou instiga militar em serviço ou em manobras ou exer-
cício a usar substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica;

779
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – quem contribui, de qualquer forma, para incentivar ou difundir o uso


de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíqui-
ca, em quartéis, navios, arsenais, estabelecimentos industriais, alojamentos,
escolas, colégios ou outros quaisquer estabelecimentos ou lugares sujeitos à
administração militar, bem como entre militares que estejam em serviço, ou
o desempenhem em missão para a qual tenham recebido ordem superior ou
tenham sido legalmente requisitados.

Epidemia

Art. 292. Causar epidemia, em lugar sujeito à administração militar, me-


diante propagação de germes patogênicos:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

Forma qualificada

§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dôbro.

Modalidade culposa

§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se


resulta morte, de dois a quatro anos.

Envenenamento com perigo extensivo

Art. 293. Envenenar água potável ou substância alimentícia ou medicinal,


expondo a perigo a saúde de militares em manobras ou exercício, ou de inde-
finido número de pessoas, em lugar sujeito à administração militar:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos.

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Caso assimilado

§ 1º Está sujeito à mesma pena quem em lugar sujeito à administração


militar, entrega a consumo, ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída,
água ou substância envenenada.

Forma qualificada

§ 2º Se resulta a morte de alguém:


Pena – reclusão, de quinze a trinta anos.

Modalidade culposa
§ 3º Se o crime é culposo, a pena é de detenção, de seis meses a dois
anos; ou, se resulta a morte, de dois a quatro anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 294. Corromper ou poluir água potável de uso de quartel, fortaleza,


unidade, navio, aeronave ou estabelecimento militar, ou de tropa em mano-
bras ou exercício, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

781
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Fornecimento de substância nociva

Art. 295. Fornecer às fôrças armadas substância alimentícia ou medicinal


corrompida, adulterada ou falsificada, tornada, assim, nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 296. Fornecer às fôrças armadas substância alimentícia ou medicinal
alterada, reduzindo, assim, o seu valor nutritivo ou terapêutico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, até seis meses.

Omissão de notificação de doença

Art. 297. Deixar o médico militar, no exercício da função, de denunciar à


autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

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TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR

CAPÍTULO I
DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA

Desacato a superior

Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou


procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou co-


mandante da unidade a que pertence o agente.

Desacato a militar

Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou


em razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

Desacato a assemelhado ou funcionário

Art. 300. Desacatar assemelhado ou funcionário civil no exercício de fun-


ção ou em razão dela, em lugar sujeito à administração militar:

783
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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro
crime.

Desobediência

Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:


Pena – detenção, até seis meses.

Ingresso clandestino

Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio,


aeronave, hangar ou em outro lugar sujeito à administração militar, por onde
seja defeso ou não haja passagem regular, ou iludindo a vigilância da senti-
nela ou de vigia:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

CAPÍTULO II
DO PECULATO

Peculato

Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,


público ou particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou
comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de três a quinze anos.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou des-
vio é de valor superior a vinte vêzes o salário mínimo.

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Peculato-furto

§ 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou


detenção do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe
proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.

Peculato culposo

§ 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem


subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Extinção ou minoração da pena

§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a


sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante aproveitamento do êrro de outrem

Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo ou comissão, recebeu por êrro de outrem:
Pena – reclusão, de dois a sete anos.

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CAPÍTULO III
DA CONCUSSÃO, EXCESSO DE EXAÇÃO E DESVIO

Concussão

Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que


fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Excesso de exação

Art. 306. Exigir impôsto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou,


quando devido, empregar na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Desvio

Art. 307. Desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu inde-

vidamente, em razão do cargo ou função, para recolher aos cofres públicos:

Pena – reclusão, de dois a doze anos.

CAPÍTULO IV

DA CORRUPÇÃO

Corrupção passiva

Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda

que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem in-

devida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

786
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Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem

ou promessa, o agente retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou

o pratica infringindo dever funcional.

Diminuição de pena

§ 2º Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com

infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Corrupção ativa

Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para

a prática, omissão ou retardamento de ato funcional:

Pena – reclusão, até oito anos.

Aumento de pena

Parágrafo único. A pena é aumentada de um têrço, se, em razão da van-


tagem, dádiva ou promessa, é retardado ou omitido o ato, ou praticado com
infração de dever funcional.

787
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Participação ilícita

Art. 310. Participar, de modo ostensivo ou simulado, diretamente ou por


interposta pessoa, em contrato, fornecimento, ou concessão de qualquer ser-
viço concernente à administração militar, sôbre que deva informar ou exercer
fiscalização em razão do ofício:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem adquire para si, direta ou
indiretamente, ou por ato simulado, no todo ou em parte, bens ou efeitos em
cuja administração, depósito, guarda, fiscalização ou exame, deve intervir em
razão de seu emprêgo ou função, ou entra em especulação de lucro ou inte-
rêsse, relativamente a êsses bens ou efeitos.

CAPÍTULO V
DA FALSIDADE

Falsificação de documento

Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular,


ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a adminis-
tração ou o serviço militar:
Pena – sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo do-
cumento particular, reclusão, até cinco anos.

Agravação da pena

§ 1º A pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repar-


tição militar.

788
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Documento por equiparação

§ 2º Equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico


ou a fita ou fio de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração
destinada à prova de fato jurìdicamente relevante.

Falsidade ideológica

Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que


dêle devia constar, ou nêle inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sôbre fato jurìdicamente relevante, desde que o fato atente
contra a administração ou o serviço militar:
Pena – reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até
três anos, se o documento é particular.

Cheque sem fundos

Art. 313. Emitir cheque sem suficiente provisão de fundos em poder do


sacado, se a emissão é feita de militar em favor de militar, ou se o fato atenta
contra a administração militar:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Circunstância irrelevante

§ 1º Salvo o caso do art. 245, é irrelevante ter sido o cheque emitido para
servir como título ou garantia de dívida.

789
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Atenuação de pena

§ 2º Ao crime previsto no artigo aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do


art. 240.

Certidão ou atestado ideológicamente falso

Art. 314. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função, ou profis-


são, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo, pôsto ou função,
ou isenção de ônus ou de serviço, ou qualquer outra vantagem, desde que o
fato atente contra a administração ou serviço militar:
Pena – detenção, até dois anos.

Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é praticado com o fim de


lucro ou em prejuízo de terceiro.

Uso de documento falso

Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados


por outrem, a que se referem os artigos anteriores:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 316. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-


trem, ou em prejuízo alheio, documento verdadeiro, de que não podia dispor,
desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o documento é público; reclusão,
até cinco anos, se o documento é particular.

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Uso de documento pessoal alheio

Art. 317. Usar, como próprio, documento de identidade alheia, ou de


qualquer licença ou privilégio em favor de outrem, ou ceder a outrem docu-
mento próprio da mesma natureza, para que dêle se utilize, desde que o fato
atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – detenção, até seis meses, se o fato não constitui elemento de cri-
me mais grave.

Falsa identidade

Art. 318. Atribuir-se, ou a terceiro, perante a administração militar, falsa


identidade, para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para cau-
sar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL

Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra expressa disposição de lei, para satisfazer interêsse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

791
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Violação do dever funcional com o fim de lucro

Art. 320. Violar, em qualquer negócio de que tenha sido incumbido pela


administração militar, seu dever funcional para obter especulativamente van-
tagem pessoal, para si ou para outrem:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 321. Extraviar livro oficial, ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo, sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Condescendência criminosa

Art. 322. Deixar de responsabilizar subordinado que comete infração no


exercício do cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao co-
nhecimento da autoridade competente:
Pena – se o fato foi praticado por indulgência, detenção até seis meses; se
por negligência, detenção até três meses.

Não inclusão de nome em lista

Art. 323. Deixar, no exercício de função, de incluir, por negligência, qualquer


nome em relação ou lista para o efeito de alistamento ou de convocação militar:
Pena – detenção, até seis meses.

792
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Inobservância de lei, regulamento ou instrução

Art. 324. Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento


ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração
militar:
Pena – se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se
por negligência, suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou fun-
ção, de três meses a um ano.

Violação ou divulgação indevida de correspondência ou comunicação

Art. 325. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência dirigi-


da à administração militar, ou por esta expedida:
Pena – detenção, de dois a seis meses, se o fato não constitui crime mais
grave.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, ainda que não seja funcio-
nário, mas desde que o fato atente contra a administração militar:
I – indevidamente se se apossa de correspondência, embora não fechada,
e no todo ou em parte a sonega ou destrói;
II – indevidamente divulga, transmite a outrem, ou abusivamente utiliza
comunicação de interêsse militar;
III – impede a comunicação referida no número anterior.

Violação de sigilo funcional

Art. 326. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo ou função e


que deva permanecer em segrêdo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo
da administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

793
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Violação de sigilo de proposta de concorrência

Art. 327. Devassar o sigilo de proposta de concorrência de interêsse da


administração militar ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Obstáculo à hasta pública, concorrência ou tomada de preços

Art. 328. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de hasta pública,


concorrência ou tomada de preços, de interêsse da administração militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Exercício funcional ilegal

Art. 329. Entrar no exercício de pôsto ou função militar, ou de cargo ou


função em repartição militar, antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar o exercício, sem autorização, depois de saber que foi exonerado,
ou afastado, legal e definitivamente, qualquer que seja o ato determinante
do afastamento:
Pena  – detenção, até quatro meses, se o fato não constitui crime mais
grave.

Abandono de cargo

Art. 330. Abandonar cargo público, em repartição ou estabelecimento


militar:
Pena – detenção, até dois meses.

794
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Formas qualificadas

§ 1º Se do fato resulta prejuízo à administração militar:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos.

Aplicação ilegal de verba ou dinheiro

Art. 331. Dar às verbas ou ao dinheiro público aplicação diversa da esta-


belecida em lei:
Pena – detenção, até seis meses.

Abuso de confiança ou boa-fé

Art. 332. Abusar da confiança ou boa-fé de militar, assemelhado ou fun-


cionário, em serviço ou em razão dêste, apresentando-lhe ou remetendo-lhe,
para aprovação, recebimento, anuência ou aposição de visto, relação, nota,
empenho de despesa, ordem ou fôlha de pagamento, comunicação, ofício ou
qualquer outro documento, que sabe, ou deve saber, serem inexatos ou irre-
gulares, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime
mais grave.

Forma qualificada

§ 1º A pena é agravada, se do fato decorre prejuízo material ou processo


penal militar para a pessoa de cuja confiança ou boa-fé se abusou.

795
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Oficial da Polícia Militar

Modalidade culposa

§ 2º Se a apresentação ou remessa decorre de culpa:


Pena – detenção, até seis meses.

Violência arbitrária

Art. 333. Praticar violência, em repartição ou estabelecimento militar, no


exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da correspondente à
violência.

Patrocínio indébito

Art. 334. Patrocinar, direta ou indiretamente, interêsse privado perante a


administração militar, valendo-se da qualidade de funcionário ou de militar:
Pena – detenção, até três meses.
Parágrafo único. Se o interêsse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO MILITAR

Usurpação de função

Art. 335. Usurpar o exercício de função em repartição ou estabelecimento


militar:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.

796
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Oficial da Polícia Militar

Tráfico de influência

Art. 336. Obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa de van-


tagem, a pretexto de influir em militar ou assemelhado ou funcionário de
repartição militar, no exercício de função:
Pena – reclusão, até cinco anos.

Aumento de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o agente alega ou insinua que a


vantagem é também destinada ao militar ou assemelhado, ou ao funcionário.

Subtração ou inutilização de livro, processo ou documento

Art. 337. Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-


so ou qualquer documento, desde que o fato atente contra a administração
ou o serviço militar:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Inutilização de edital ou de sinal oficial

Art. 338. Rasgar, ou de qualquer forma inutilizar ou conspurcar edital afi-

xado por ordem da autoridade militar; violar ou inutilizar sêlo ou sinal empre-

gado, por determinação legal ou ordem de autoridade militar, para identificar

ou cerrar qualquer objeto:

Pena – detenção, até um ano.

797
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 339. Impedir, perturbar ou fraudar em prejuízo da Fazenda Nacional,

concorrência, hasta pública ou tomada de preços ou outro qualquer processo

administrativo para aquisição ou venda de coisas ou mercadorias de uso das

fôrças armadas, seja elevando arbitràriamente os preços, auferindo lucro ex-

cedente a um quinto do valor da transação, seja alterando substância, quali-

dade ou quantidade da coisa ou mercadoria fornecida, seja impedindo a livre

concorrência de outros fornecedores, ou por qualquer modo tornando mais

onerosa a transação:

Pena – detenção, de um a três anos.

§ 1º Na mesma pena incorre o intermediário na transação.

§ 2º É aumentada a pena de um terço, se o crime ocorre em período de

grave crise econômica.

TÍTULO VIII

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR

Recusa de função na Justiça Militar

Art. 340. Recusar o militar ou assemelhado exercer, sem motivo legal,

função que lhe seja atribuída na administração da Justiça Militar:

Pena – suspensão do exercício do pôsto ou cargo, de dois a seis meses.

Desacato

Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no exercício da função


ou em razão dela:

798
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Pena – reclusão, até quatro anos.

Coação

Art. 342. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-


terêsse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona, ou é chamada a intervir em inquérito policial, processo admi-
nistrativo ou judicial militar:
Pena – reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Denunciação caluniosa

Art. 343. Dar causa à instauração de inquérito policial ou processo judicial


militar contra alguém, imputando-lhe crime sujeito à jurisdição militar, de que
o sabe inocente:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Agravação de pena

Parágrafo único. A pena é agravada, se o agente se serve do anonimato


ou de nome suposto.

Comunicação falsa de crime

Art. 344. Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime sujeito à jurisdição militar, que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, até seis meses.

799
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Auto-acusação falsa

Art. 345. Acusar-se, perante a autoridade, de crime sujeito à jurisdição


militar, inexistente ou praticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como tes-

temunha, perito, tradutor ou intérprete, em inquérito policial, processo admi-

nistrativo ou judicial, militar:

Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Aumento de pena

1º A pena aumenta-se de um têrço, se o crime é praticado mediante

subôrno.

Retratação

2º O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença o agente se retrata

ou declara a verdade.

Corrupção ativa de testemunha, perito ou intérprete

Art. 347. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem

a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, ne-

800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

gar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação,

em inquérito policial, processo administrativo ou judicial, militar, ainda que a

oferta não seja aceita:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Publicidade opressiva

Art. 348. Fazer pela imprensa, rádio ou televisão, antes da intercorrência

de decisão definitiva em processo penal militar, comentário tendente a exer-

cer pressão sôbre declaração de testemunha ou laudo de perito:

Pena – detenção, até seis meses.

Desobediência a decisão judicial

Art. 349. Deixar, sem justa causa, de cumprir decisão da Justiça Militar,

ou retardar ou fraudar o seu cumprimento:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

§ 1º No caso de transgressão dos arts. 116, 117 e 118, a pena será cum-

prida sem prejuízo da execução da medida de segurança.

§ 2º Nos casos do art. 118 e seus §§ 1º e 2º, a pena pela desobediência

é aplicada ao representante, ou representantes legais, do estabelecimento,

sociedade ou associação.

Favorecimento pessoal

Art. 350. Auxiliar a subtrair-se à ação da autoridade autor de crime mili-

tar, a que é cominada pena de morte ou reclusão:

801
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Oficial da Polícia Militar

Pena – detenção, até seis meses.

Diminuição de pena

§ 1º Se ao crime é cominada pena de detenção ou impedimento, suspen-

são ou reforma:

Pena – detenção, até três meses.

Isenção de pena

§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-

mão do criminoso, fica isento da pena.

Favorecimento real

Art. 351. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-

ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Inutilização, sonegação ou descaminho de material probante

Art. 352. Inutilizar, total ou parcialmente, sonegar ou dar descaminho a

autos, documento ou objeto de valor probante, que tem sob guarda ou recebe

para exame:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, se o fato não constitui crime

mais grave.

802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Modalidade culposa

Parágrafo único. Se a inutilização ou o descaminho resulta de ação ou

omissão culposa:

Pena – detenção, até seis meses.

Exploração de prestígio

Art. 353. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-

texto de influir em juiz, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,

perito, tradutor, intérprete ou testemunha, na Justiça Militar:

Pena – reclusão, até cinco anos.

Aumento de pena

Parágrafo único. A pena é aumentada de um têrço, se o agente alega ou

insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas

referidas no artigo.

Desobediência a decisão sôbre perda ou suspensão de atividade

ou direito

Art. 354. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que

foi suspenso ou privado por decisão da Justiça Militar:

Pena – detenção, de três meses a dois anos.

803
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

LIVRO II
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE GUERRA

TÍTULO I
DO FAVORECIMENTO AO INIMIGO

CAPÍTULO I
DA TRAIÇÃO

Traição

Art. 355. Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou


prestar serviço nas fôrças armadas de nação em guerra contra o Brasil:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Favor ao inimigo

Art. 356. Favorecer ou tentar o nacional favorecer o inimigo, prejudicar


ou tentar prejudicar o bom êxito das operações militares, comprometer ou
tentar comprometer a eficiência militar:
I – empreendendo ou deixando de empreender ação militar;
II – entregando ao inimigo ou expondo a perigo dessa consequência na-
vio, aeronave, fôrça ou posição, engenho de guerra motomecanizado, provi-
sões ou qualquer outro elemento de ação militar;
III – perdendo, destruindo, inutilizando, deteriorando ou expondo a perigo
de perda, destruição, inutilização ou deterioração, navio, aeronave, engenho
de guerra motomecanizado, provisões ou qualquer outro elemento de ação
militar;
IV – sacrificando ou expondo a perigo de sacrifício fôrça militar;

804
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – abandonando posição ou deixando de cumprir missão ou ordem:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Tentativa contra a soberania do Brasil

Art. 357. Praticar o nacional o crime definido no art. 142:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Coação a comandante

Art. 358. Entrar o nacional em conluio, usar de violência ou ameaça, pro-


vocar tumulto ou desordem com o fim de obrigar o comandante a não empre-
ender ou a cessar ação militar, a recuar ou render-se:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Informação ou auxílio ao inimigo

Art. 359. Prestar o nacional ao inimigo informação ou auxílio que lhe pos-


sa facilitar a ação militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Aliciação de militar

Art. 360. Aliciar o nacional algum militar a passar-se para o inimigo ou


prestar-lhe auxílio para êsse fim:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Ato prejudicial à eficiência da tropa

Art. 361. Provocar o nacional, em presença do inimigo, a debandada de


tropa, ou guarnição, impedir a reunião de uma ou outra ou causar alarme,
com o fim de nelas produzir confusão, desalento ou desordem:

805
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO II
DA TRAIÇÃO IMPRÓPRIA

Traição imprópria

Art. 362. Praticar o estrangeiro os crimes previstos nos arts. 356, ns. I,


primeira parte, II, III e IV, 357 a 361:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.

CAPÍTULO III
DA COBARDIA

Cobardia

Art. 363. Subtrair-se ou tentar subtrair-se o militar, por temor, em pre-


sença do inimigo, ao cumprimento do dever militar:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Cobardia qualificada

Art. 364. Provocar o militar, por temor, em presença do inimigo, a deban-


dada de tropa ou guarnição; impedir a reunião de uma ou outra, ou causar
alarme com o fim de nelas produzir confusão, desalento ou desordem:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Fuga em presença do inimigo

Art. 365. Fugir o militar, ou incitar à fuga, em presença do inimigo:Pena –


morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

806
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO IV
DA ESPIONAGEM

Espionagem

Art. 366. Praticar qualquer dos crimes previstos nos arts. 143 e seu §
1º, 144 e seus §§ 1º e 2º, e 146, em favor do inimigo ou comprometendo a
preparação, a eficiência ou as operações militares:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Caso de concurso

Parágrafo único. No caso de concurso por culpa, para execução do crime


previsto no art. 143, § 2º, ou de revelação culposa (art. 144, § 3º):
Pena – reclusão, de três a seis anos.

Penetração de estrangeiro

Art. 367. Entrar o estrangeiro em território nacional, ou insinuar-se em


fôrça ou unidade em operações de guerra, ainda que fora do território nacio-
nal, a fim de colhêr documento, notícia ou informação de caráter militar, em
benefício do inimigo, ou em prejuízo daquelas operações:
Pena – reclusão, de dez a vinte anos, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO V
DO MOTIM E DA REVOLTA

Motim, revolta ou conspiração

Art. 368. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 149 e seu pa-
rágrafo único, e 152:

807
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau
mínimo. Aos coautores, reclusão, de dez a trinta anos.

Forma qualificada

Parágrafo único. Se o fato é praticado em presença do inimigo:


Pena – aos cabeças, morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau míni-
mo. Aos coautores, morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

Omissão de lealdade militar

Art. 369. Praticar o crime previsto no artigo 151:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

CAPÍTULO VI
DO INCITAMENTO

Incitamento

Art. 370. Incitar militar à desobediência, à indisciplina ou à prática de


crime militar:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui,
em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à
prática dos atos previstos no artigo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Incitamento em presença do inimigo

Art. 371. Praticar qualquer dos crimes previstos no art. 370 e seu pará-
grafo, em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.

CAPÍTULO VII
DA INOBSERVÂNCIA DO DEVER MILITAR

Rendição ou capitulação

Art. 372. Render-se o comandante, sem ter esgotado os recursos extre-


mos de ação militar; ou, em caso de capitulação, não se conduzir de acôrdo
com o dever militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Omissão de vigilância

Art. 373. Deixar-se o comandante surpreender pelo inimigo.


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Resultado mais grave

Parágrafo único. Se o fato compromete as operações militares:


Pena – reclusão, de cinco a vinte anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

809
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Descumprimento do dever militar

Art. 374. Deixar, em presença do inimigo, de conduzir-se de acôrdo com


o dever militar:
Pena – reclusão, até cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Falta de cumprimento de ordem

Art. 375. Dar causa, por falta de cumprimento de ordem, à ação militar


do inimigo:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Resultado mais grave

Parágrafo único. Se o fato expõe a perigo fôrça, posição ou outros elemen-


tos de ação militar:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Entrega ou abandono culposo

Art. 376. Dar causa, por culpa, ao abandono ou à entrega ao inimigo de


posição, navio, aeronave, engenho de guerra, provisões, ou qualquer outro
elemento de ação militar:
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.

Captura ou sacrifício culposo

Art. 377. Dar causa, por culpa, ao sacrifício ou captura de fôrça sob o seu
comando:
Pena – reclusão, de dez a trinta anos.

810
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Separação reprovável

Art. 378. Separar o comandante, em caso de capitulação, a sorte própria


da dos oficiais e praças:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Abandono de comboio

Art. 379. Abandonar comboio, cuja escolta lhe tenha sido confiada:


Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se do fato resulta avaria grave, ou perda total ou parcial do comboio:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Modalidade culposa

§ 2º Separar-se, por culpa, do comboio ou da escolta:


Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Caso assimilado

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem, de igual forma, abandona material
de guerra, cuja guarda lhe tenha sido confiada.

811
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Separação culposa de comando

Art. 380. Permanecer o oficial, por culpa, separado do comando superior:


Pena – reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Tolerância culposa

Art. 381. Deixar, por culpa, evadir-se prisioneiro:


Pena – reclusão, até quatro anos.

Entendimento com o inimigo

Art. 382. Entrar o militar, sem autorização, em entendimento com outro


militar ou emissário de país inimigo, ou servir, para êsse fim, de interme-
diário:
Pena – reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO VIII
DO DANO

Dano especial

Art. 383. Praticar ou tentar praticar qualquer dos crimes definidos nos


arts. 262, 263, §§ 1º e 2º, e 264, em benefício do inimigo, ou comprome-
tendo ou podendo comprometer a preparação, a eficiência ou as operações
militares:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

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Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de quatro a dez anos.

Dano em bens de interêsse militar

Art. 384. Danificar serviço de abastecimento de água, luz ou fôrça, estra-


da, meio de transporte, instalação telegráfica ou outro meio de comunicação,
depósito de combustível, inflamáveis, matérias-primas necessárias à produ-
ção, depósito de víveres ou forragens, mina, fábrica, usina ou qualquer esta-
belecimento de produção de artigo necessário à defesa nacional ou ao bem-
-estar da população e, bem assim, rebanho, lavoura ou plantação, se o fato
compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações
militares, ou de qualquer forma atenta contra a segurança externa do país:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Envenenamento, corrupção ou epidemia

Art. 385. Envenenar ou corromper água potável, víveres ou forragens,


ou causar epidemia mediante a propagação de germes patogênicos, se o fato
compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações
militares, ou de qualquer forma atenta contra a segurança externa do país:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois a oito anos.

813
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CAPÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

Crimes de perigo comum

Art. 386. Praticar crime de perigo comum definido nos arts. 268 a 276 e
278, na modalidade dolosa:
I – se o fato compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência
ou as operações militares;
II – se o fato é praticado em zona de efetivas operações militares e dêle
resulta morte:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO X
DA INSUBORDINAÇÃO E DA VIOLÊNCIA

Recusa de obediência ou oposição

Art. 387. Praticar, em presença do inimigo, qualquer dos crimes definidos


nos arts. 163 e 164:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de dez anos, grau mínimo.

Coação contra oficial general ou comandante

Art. 388. Exercer coação contra oficial general ou comandante da unida-


de, mesmo que não seja superior, com o fim de impedir-lhe o cumprimento
do dever militar:
Pena – reclusão, de cinco a quinze anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

814
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Violência contra superior ou militar de serviço

Art. 389. Praticar qualquer dos crimes definidos nos arts. 157 e 158, a
que esteja cominada, no máximo, reclusão, de trinta anos:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
Parágrafo único. Se ao crime não é cominada, no máximo, reclusão de
trinta anos, mas é praticado com arma e em presença do inimigo:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XI
DO ABANDONO DE PÔSTO

Abandono de pôsto

Art. 390. Praticar, em presença do inimigo, crime de abandono de pôsto,


definido no art. 195:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XII
DA DESERÇÃO E DA FALTA DE APRESENTAÇÃO

Deserção

Art. 391. Praticar crime de deserção definido no Capítulo II, do Título III,


do Livro I, da Parte Especial:
Pena – a cominada ao mesmo crime, com aumento da metade, se o fato
não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Os prazos para a consumação do crime são reduzidos de
metade.

815
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Deserção em presença do inimigo

Art. 392. Desertar em presença do inimigo:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Falta de apresentação

Art. 393. Deixar o convocado, no caso de mobilização total ou parcial, de

apresentar-se, dentro do prazo marcado, no centro de mobilização ou ponto

de concentração:

Pena – detenção, de um a seis anos.

Parágrafo único. Se o agente é oficial da reserva, aplica-se a pena com

aumento de um têrço.

CAPÍTULO XIII

DA LIBERTAÇÃO, DA EVASÃO E DO AMOTINAMENTO

DE PRISIONEIROS

Libertação de prisioneiro

Art. 394. Promover ou facilitar a libertação de prisioneiro de guerra sob

guarda ou custódia de fôrça nacional ou aliada:

Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

Evasão de prisioneiro

Art. 395. Evadir-se prisioneiro de guerra e voltar a tomar armas contra o

Brasil ou Estado aliado:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Parágrafo único. Na aplicação dêste artigo, serão considerados os tratados

e as convenções internacionais, aceitos pelo Brasil relativamente ao trata-

mento dos prisioneiros de guerra.

Amotinamento de prisioneiros

Art. 396. Amotinarem-se prisioneiros em presença do inimigo:

Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

CAPÍTULO XIV
DO FAVORECIMENTO CULPOSO AO INIMIGO

Favorecimento culposo

Art. 397. Contribuir culposamente para que alguém pratique crime que


favoreça o inimigo:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

TÍTULO II
DA HOSTILIDADE E DA ORDEM ARBITRÁRIA

Prolongamento de hostilidades

Art. 398. Prolongar o comandante as hostilidades, depois de oficialmente


saber celebrada a paz ou ajustado o armistício.
Pena – reclusão, de dois a dez anos.

817
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Ordem arbritária

Art. 399. Ordenar o comandante contribuição de guerra, sem autoriza-


ção, ou excedendo os limites desta:
Pena – reclusão, até três anos.

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO

Homicídio simples

Art. 400. Praticar homicídio, em presença do inimigo:


I – no caso do art. 205:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos;
II – no caso do § 1º do art. 205, o juiz pode reduzir a pena de um sexto
a um terço;

Homicídio qualificado

III – no caso do § 2º do art. 205:


Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

818
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CAPÍTULO II
DO GENOCÍDIO

Genocídio

Art. 401. Praticar, em zona militarmente ocupada, o crime previsto no


art. 208:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

Casos assimilados

Art. 402. Praticar, com o mesmo fim e na zona referida no artigo anterior,


qualquer dos atos previstos nos ns. I, II, III, IV ou V, do parágrafo único, do
art. 208:
Pena – reclusão, de seis a vinte e quatro anos.

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL

Lesão leve

Art. 403. Praticar, em presença do inimigo, crime definido no art. 209:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Lesão grave

§ 1º No caso do § 1º do art. 209:


Pena – reclusão, de quatro a dez anos.
§ 2º No caso do § 2º do art. 209:
Pena – reclusão, de seis a quinze anos.

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Lesões qualificadas pelo resultado

§ 3º No caso do § 3º do art. 209:


Pena – reclusão, de oito a vinte anos no caso de lesão grave; reclusão, de
dez a vinte e quatro anos, no caso de morte.

Minoração facultativa da pena

§ 4º No caso do § 4º do art. 209, o juiz pode reduzir a pena de um sexto


a um têrço.
§ 5º No caso do § 5º do art. 209, o juiz pode diminuir a pena de um têrço.

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Furto

Art. 404. Praticar crime de furto definido nos arts. 240 e 241 e seus pa-
rágrafos, em zona de operações militares ou em território militarmente ocu-
pado:
Pena – reclusão, no dôbro da pena cominada para o tempo de paz.

Roubo ou extorsão

Art. 405. Praticar crime de roubo, ou de extorsão definidos nos arts. 242,


243 e 244, em zona de operações militares ou em território militarmente
ocupado:

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Pena – morte, grau máximo, se cominada pena de reclusão de trinta anos;


reclusão pelo dôbro da pena para o tempo de paz, nos outros casos.

Saque

Art. 406. Praticar o saque em zona de operações militares ou em territó-


rio militarmente ocupado:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.

TÍTULO V
DO RAPTO E DA VIOLÊNCIA CARNAL

Rapto

Art. 407. Raptar mulher honesta, mediante violência ou grave ameaça,


para fim libidinoso, em lugar de efetivas operações militares:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.

Resultado mais grave

§ 1º Se da violência resulta lesão grave:


Pena – reclusão, de seis a dez anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Cumulação de pena

§ 3º Se o autor, ao efetuar o rapto, ou em seguida a êste, pratica outro


crime contra a raptada, aplicam-se, cumulativamente, a pena correspondente
ao rapto e a cominada ao outro crime.

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Violência carnal

Art. 408. Praticar qualquer dos crimes de violência carnal definidos nos


arts. 232 e 233, em lugar de efetivas operações militares:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Resultado mais grave

Parágrafo único. Se da violência resulta:


a) lesão grave:
Pena – reclusão, de oito a vinte anos;
b) morte:
Pena – morte, grau máximo; reclusão, de quinze anos, grau mínimo.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 409. São revogados o Decreto-lei número 6.227, de 24 de janeiro de


1944, e demais disposições contrárias a êste Código, salvo as leis especiais
que definem os crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social.
Art. 410. Êste Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1970.

Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.

AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD


AURÉLIO DE LYRA TAVARES
MÁRCIO DE SOUZA E MELLO
LUÍS ANTÔNIO DA GAMA E SILVA

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.10.1969

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR: DECRETO-LEI


N. 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969

Vigência Código de Processo Penal Militar

Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica


Militar , usando das atribuições que lhes confere o art. 3º do Ato Institucional
n. 16, de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do art. 2º do Ato
Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, decretam:

LIVRO I
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DA LEI DE PROCESSO PENAL MILITAR E DA SUA APLICAÇÃO

Fontes de Direito Judiciário Militar

Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste


Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação
especial que lhe fôr estritamente aplicável.

Divergência de normas

§ 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de


convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.

Aplicação subsidiária

§ 2º Aplicam-se, subsidiàriamente, as normas dêste Código aos processos


regulados em leis especiais.

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Interpretação literal

Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido


literal de suas expressões. Os têrmos técnicos hão de ser entendidos em sua
acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação.

Interpretação extensiva ou restritiva

§ 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva,


quando fôr manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita
e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.

Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal

§ 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando:


a) cercear a defesa pessoal do acusado;
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a
natureza;
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao
processo.

Suprimento dos casos omissos

Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:


a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso
concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar;
b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.

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Aplicação no espaço e no tempo

Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito interna-


cional, aplicam-se as normas dêste Código:
Tempo de paz
I – em tempo de paz:
a) em todo o território nacional;
b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasilei-
ra, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a
segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julga-
do pela justiça estrangeira;
c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vi-
gilância da fôrça militar brasileira, ou em ligação com esta, de fôrça militar
estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extrater-
ritorial;
d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves,
onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que
estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por or-
dem de autoridade militar competente;
e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito
à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou
a segurança nacional;

Tempo de guerra

II – em tempo de guerra:
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de fôrça militar
brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vi-
gilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações;
c) em território estrangeiro militarmente ocupado.

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Aplicação intertemporal

Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, in-


clusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711,
e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Aplicação à Justiça Militar Estadual

Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no


que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e
à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes
previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polí-
cias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.

TÍTULO II
CAPÍTULO ÚNICO
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

Exercício da polícia judiciária militar

Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos têrmos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o
território nacional e fora dêle, em relação às fôrças e órgãos que constituem
seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem
missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro;
b) pelo chefe do Estado-Maior das Fôrças Armadas, em relação a entida-
des que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição;
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos
órgãos, fôrças e unidades que lhes são subordinados;

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d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra,


nos órgãos, fôrças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação
de comando;
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos
órgãos e unidades dos respectivos territórios;
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do
Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados;
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica;
h) pelos comandantes de fôrças, unidades ou navios;

Delegação do exercício

§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e


comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em oficial de pôsto superior ao do indiciado, seja
êste oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
§ 3º Não sendo possível a designação de oficial de pôsto superior ao do in-
diciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo pôsto, desde que mais antigo.
§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para
a delegação, a antiguidade de pôsto.

Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro

§ 5º Se o pôsto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo ab-


soluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao
ministro competente a designação de oficial da reserva de pôsto mais eleva-
do para a instauração do inquérito policial militar; e, se êste estiver iniciado,
avocá-lo, para tomar essa providência.

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Competência da polícia judiciária militar

Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Minis-
tério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos pro-
cessos, bem como realizar as diligências que por êles lhe forem requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acêrca da prisão preven-
tiva e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições dêste Código,
nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis
à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil
competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

TÍTULO III
CAPÍTULO ÚNICO
DO INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

Finalidade do inquérito

Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos


têrmos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de ins-
trução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos neces-
sários à propositura da ação penal.

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Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os


exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito,
por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código.

Modos por que pode ser iniciado

Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:


a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou co-
mando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator;
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que,
em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e
confirmada, posteriormente, por ofício;
c) em virtude de requisição do Ministério Público;
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25;
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente,
ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha co-
nhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar;
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte in-
dício da existência de infração penal militar.

Superioridade ou igualdade de pôsto do infrator

§ 1º Tendo o infrator pôsto superior ou igual ao do comandante, diretor ou


chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a
infração penal, será feita a comunicação do fato à autoridade superior compe-
tente, para que esta torne efetiva a delegação, nos têrmos do § 2º do art. 7º.

Providências antes do inquérito

§ 2º O aguardamento da delegação não obsta que o oficial responsável


por comando, direção ou chefia, ou aquêle que o substitua ou esteja de dia,
de serviço ou de quarto, tome ou determine que sejam tomadas imediata-
mente as providências cabíveis, previstas no art. 12, uma vez que tenha co-
nhecimento de infração penal que lhe incumba reprimir ou evitar.

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Infração de natureza não militar

§ 3º Se a infração penal não fôr, evidentemente, de natureza militar, co-


municará o fato à autoridade policial competente, a quem fará apresentar o
infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será
feita ao Juiz de Menores.

Oficial general como infrator

§ 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o fato ao


ministro e ao chefe de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites
regulamentares.

Indícios contra oficial de pôsto superior ou mais antigo no curso

do inquérito

§ 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência


de indícios contra oficial de pôsto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as
providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro
oficial, nos têrmos do § 2º do art. 7º.

Escrivão do inquérito

Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo


encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação
para aquêle fim, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado fôr
oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.

Compromisso legal

Parágrafo único. O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do


inquérito e de cumprir fielmente as determinações dêste Código, no exercício
da função.

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Oficial da Polícia Militar

Medidas preliminares ao inquérito

Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar,
verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá,
se possível:
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a
situação das coisas, enquanto necessário; (Vide Lei n. 6.174, de 1974)
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com
o fato;
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) colhêr tôdas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.

Formação do inquérito

Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação dêste:

Atribuição do seu encarregado

a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido;


b) ouvir o ofendido;
c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, se fôr o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e
a quaisquer outros exames e perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada,
destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas,
peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes
tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias
ou exames.

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Reconstituição dos fatos

Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração pra-


ticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou
a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar.

Assistência de procurador

Art. 14. Em se tratando da apuração de fato delituoso de excepcional im-


portância ou de difícil elucidação, o encarregado do inquérito poderá solicitar
do procurador-geral a indicação de procurador que lhe dê assistência.

Encarregado de inquérito. Requisitos

Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de


pôsto não inferior ao de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de
infração penal contra a segurança nacional, sê-lo-á, sempre que possível, ofi-
cial superior, atendida, em cada caso, a sua hierarquia, se oficial o indiciado.

Sigilo do inquérito

Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que
dêle tome conhecimento o advogado do indiciado.

Incomunicabilidade do indiciado. Prazo.

Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indi-


ciado, que estiver legalmente prêso, por três dias no máximo.

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Detenção de indiciado

Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar


detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a
detenção à autoridade judiciária competente. Êsse prazo poderá ser prorro-
gado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona
Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por
via hierárquica.

Prisão preventiva e menagem. Solicitação

Parágrafo único. Se entender necessário, o encarregado do inquérito soli-


citará, dentro do mesmo prazo ou sua prorrogação, justificando-a, a decreta-
ção da prisão preventiva ou de menagem, do indiciado.

Inquirição durante o dia

Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável,


que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em
período que medeie entre as sete e as dezoito horas.

Inquirição. Assentada de início, interrupção e encerramento

§ 1º O escrivão lavrará assentada do dia e hora do início das inquirições


ou depoimentos; e, da mesma forma, do seu encerramento ou interrupções,
no final daquele período.

Inquirição. Limite de tempo

§ 2º A testemunha não será inquirida por mais de quatro horas consecuti-


vas, sendo-lhe facultado o descanso de meia hora, sempre que tiver de pres-
tar declarações além daquele têrmo. O depoimento que não ficar concluído
às dezoito horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora
determinada pelo encarregado do inquérito.

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§ 3º Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o
primeiro dia que o fôr, salvo caso de urgência.

Prazos para terminação do inquérito

Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado


estiver prêso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver sôlto,
contados a partir da data em que se instaurar o inquérito.

Prorrogação de prazo

§ 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela
autoridade militar superior, desde que não estejam concluídos exames ou
perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elu-
cidação do fato. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno,
de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.

Diligências não concluídas até o inquérito

§ 2º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo difi-


culdade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de
perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os docu-
mentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a
juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inqué-
rito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemu-
nhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento.

Dedução em favor dos prazos

3º São deduzidas dos prazos referidos neste artigo as interrupções pelo


motivo previsto no § 5º do art. 10.

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Reunião e ordem das peças de inquérito

Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reu-
nidas num só processado e dactilografadas, em espaço dois, com as fôlhas
numeradas e rubricadas, pelo escrivão.

Juntada de documento

Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do


encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo têrmo, mencionan-
do a data.

Relatório

Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o


seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os
resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato
delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de
crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sôbre a conve-
niência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais.

Solução

§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inqué-


rito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação,
para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de
ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as
julgar necessárias.

Advocação

§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o dele-


gou poderá avocá-lo e dar solução diferente.

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Remessa do inquérito à Auditoria da Circunscrição

Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscri-


ção Judiciária Militar onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos ins-
trumentos desta, bem como dos objetos que interessem à sua prova.

Remessa a Auditorias Especializadas

§ 1º Na Circunscrição onde houver Auditorias Especializadas da Marinha,


do Exército e da Aeronáutica, atender-se-á, para a remessa, à especialização
de cada uma. Onde houver mais de uma na mesma sede, especializada ou
não, a remessa será feita à primeira Auditoria, para a respectiva distribuição.
Os incidentes ocorridos no curso do inquérito serão resolvidos pelo juiz a que
couber tomar conhecimento do inquérito, por distribuição.
§ 2º Os autos de inquérito instaurado fora do território nacional serão re-
metidos à 1ª Auditoria da Circunscrição com sede na Capital da União, aten-
dida, contudo, a especialização referida no § 1º.

Arquivamento de inquérito. Proibição

Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de in-
quérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade
do indiciado.

Instauração de nôvo inquérito

Art. 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro,


se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira
pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.
§ 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos
ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c.
§ 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se
entender inadequada a instauração do inquérito.

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Devolução de autos de inquérito

Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade


policial militar, a não ser:
I - mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele con-
sideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
II - por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento
de formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que
julgue necessária.
Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não exce-
dente de vinte dias, para a restituição dos autos.

Suficiência do auto de flagrante delito

Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua au-
toria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras
diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a
identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplica-
ção da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial
militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.

Dispensa de Inquérito

Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência


requisitada pelo Ministério Público:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos
ou outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publica-
ção, cujo autor esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.

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TÍTULO IV
CAPÍTULO ÚNICO
DA AÇÃO PENAL MILITAR E DO SEU EXERCÍCIO

Promoção da ação penal

Art. 29. A ação penal é pública e sòmente pode ser promovida por denún-
cia do Ministério Público Militar.

Obrigatoriedade

Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver:


a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
b) indícios de autoria.

Dependência de requisição do Govêrno

Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal Militar,
a ação penal; quando o agente fôr militar ou assemelhado, depende de re-
quisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça Militar, pelo Ministério
a que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo Código,
quando o agente fôr civil e não houver co-autor militar, a requisição será do
Ministério da Justiça.

Comunicação ao procurador-geral da República

Parágrafo único. Sem prejuízo dessa disposição, o procurador-geral da


Justiça Militar dará conhecimento ao procurador-geral da República de fato
apurado em inquérito que tenha relação com qualquer dos crimes referidos
neste artigo.

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Proibição de existência da denúncia

Art. 32. Apresentada a denúncia, o Ministério Público não poderá desistir


da ação penal.

Exercício do direito de representação

Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, po-


derá provocar a iniciativa do Ministério Publico, dando-lhe informações sôbre
fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os elementos
de convicção.

Informações

§ 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autentica-


das; se verbais, serão tomadas por têrmo perante o juiz, a pedido do órgão
do Ministério Público, e na presença dêste.

Requisição de diligências

§ 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à auto-


ridade policial militar para que esta proceda às diligências necessárias ao es-
clarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para esse fim.

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TÍTULO V
DO PROCESSO PENAL MILITAR EM GERAL
CAPÍTULO ÚNICO
DO PROCESSO

Direito de ação e defesa. Poder de jurisdição

Art. 34. O direito de ação é exercido pelo Ministério Público, como repre-
sentante da lei e fiscal da sua execução, e o de defesa pelo acusado, cabendo
ao juiz exercer o poder de jurisdição, em nome do Estado.

Relação processual. Início e extinção

Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz,


efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a
sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não.

Casos de suspensão

Parágrafo único. O processo suspende-se ou extingue-se nos casos pre-


vistos neste Código.

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TÍTULO VI
DO JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO

CAPÍTULO I
DO JUIZ E SEUS AUXILIARES

Seção I
Do Juiz

Função do juiz

Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e


manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requi-
sitar a fôrça militar.
§ 1º Sempre que êste Código se refere a juiz abrange, nesta denomina-
ção, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou colegiadas, no exercício
das respectivas competências atributivas ou processuais.

Independência da função

§ 2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência se-


não, nos têrmos legais, à autoridade judiciária que lhe é superior.

Impedimento para exercer a jurisdição

Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:


a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente
consangüíneo ou afim até o terceiro grau inclusive;
b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato


ou de direito, sôbre a questão;
d) êle próprio ou seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, fôr parte ou diretamente interessado.

Inexistência de atos

Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados por


juiz impedido, nos têrmos dêste artigo.

Casos de suspeição do juiz

Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado
por qualquer das partes:
a) se fôr amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas;
b) se êle, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro,
estiver respondendo a processo por fato análogo, sôbre cujo caráter crimino-
so haja controvérsia;
c) se êle, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim até o segundo
grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser
julgado por qualquer das partes;
d) se êle, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar
demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas;
e) se tiver dado parte oficial do crime;
f) se tiver aconselhado qualquer das partes;
g) se êle ou seu cônjuge fôr herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário
de bens ou empregador de qualquer das partes;
h) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no
processo;
i) se fôr credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Suspeição entre adotante e adotado

Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos mes-
mos têrmos da resultante entre ascendente e descendente, mas não se es-
tenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo
da adoção.

Suspeição por afinidade

Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por afi-


nidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo so-
brevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem descen-
dentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau na linha
ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem
fôr parte do processo.

Suspeição provocada

Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la.

Seção II
Dos auxiliares do juiz

Funcionários e serventuários da Justiça

Art. 42. Os funcionários ou serventuários da justiça Militar são, nos


processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações
devem obedecer.

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Escrivão

Art. 43. O escrivão providenciará para que estejam em ordem e em dia


as peças e têrmos dos processos.

Oficial de Justiça

Art. 44. O oficial de justiça realizará as diligências que lhe atribuir a lei de
organização judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do
juiz, certificando o ocorrido, no respectivo instrumento, com designação de
lugar, dia e hora.

Diligências

§ 1º As diligências serão feitas durante o dia, em período que medeie en-


tre as seis e as dezoito horas e, sempre que possível, na presença de duas
testemunhas.

Mandados

§ 2º Os mandados serão entregues em cartório, logo depois de cumpridos,


salvo motivo de fôrça maior.

Convocação de substituto. Nomeação ad hoc

Art. 45. Nos impedimentos do funcionário ou serventuário de justiça, o


juiz convocará o substituto; e, na falta dêste, nomeará um ad hoc , que
prestará compromisso de bem desempenhar a função, tendo em atenção as
ordens do juiz e as determinações de ordem legal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Suspeição de funcionário ou serventuário

Art. 46. O funcionário ou serventuário de justiça fica sujeito, no que fôr


aplicável, às mesmas normas referentes a impedimento ou suspeição do juiz,
inclusive o disposto no art. 41.

Seção III
Dos peritos e intérpretes

Nomeação de peritos

Art. 47 Os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem interven-


ção das partes.

Preferência

Art. 48. Os peritos ou intérpretes serão nomeados de preferência dentre


oficiais da ativa, atendida a especialidade.

Compromisso legal

Parágrafo único. O perito ou intérprete prestará compromisso de desem-


penhar a função com obediência à disciplina judiciária e de responder fiel-
mente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes.

Encargo obrigatório

Art. 49. O encargo de perito ou intérprete não pode ser recusado, salvo
motivo relevante que o nomeado justificará, para apreciação do juiz.

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Penalidade em caso de recusa

Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa cor-
respondente até três dias de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos por
exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá
de um décimo à metade do maior salário mínimo do país.

Casos extensivos

Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que,


sem justa causa:
a) deixar de acudir ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita,
nos prazos estabelecidos.

Não comparecimento do perito

Art. 51. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, o


juiz poderá determinar sua apresentação, oficiando, para êsse fim, à auto-
ridade militar ou civil competente, quando se tratar de oficial ou de funcio-
nário público.

Impedimentos dos peritos

Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes:


a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o exercício
de função pública;
b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sôbre o objeto da perícia;
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho;
d) os menores de vinte e um anos.

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Suspeição de peritos e intérpretes

Art. 53. É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes fôr aplicável, o
disposto sôbre suspeição de juízes.

CAPÍTULO II
DAS PARTES

Seção I
Do acusador

Ministério Público

Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo penal


militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de competência ori-
ginária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas ações perante os
órgãos judiciários de primeira instância.

Pedido de absolvição

Parágrafo único. A função de órgão de acusação não impede o Ministério


Público de opinar pela absolvição do acusado, quando entender que, para
aquêle efeito, existem fundadas razões de fato ou de direito.

Fiscalização e função especial do Ministério Público

Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei penal


militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de hierarquia e
disciplina, como bases da organização das Fôrças Armadas.

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Independência do Ministério Público

Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de natureza


processual sem dependência a quaisquer determinações que não emanem de
decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no uso de atribui-
ção prevista neste Código e regularmente exercida, havendo no exercício das
funções recíproca independência entre os órgãos do Ministério Público e os da
ordem judiciária.

Subordinação direta ao procurador-geral

Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados ao pro-


curador-geral.

Impedimentos

Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério Público:


a) se nêle já houver intervindo seu cônjuge ou parente consangüíneo ou
afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autorida-
de policial ou auxiliar de justiça;
b) se êle próprio houver desempenhado qualquer dessas funções;
c) se êle próprio ou seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o
terceiro grau inclusive, fôr parte ou diretamente interessado no feito.

Suspeição

Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público:


a) se fôr amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido;
b) se êle próprio, seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o ter-
ceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha
de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido;
c) se houver aconselhado o acusado;

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Oficial da Polícia Militar

d) se fôr tutor ou curador, credor ou devedor do acusado;


e) se fôr herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutário de bens, do acu-
sado ou seu empregador;
f) se fôr presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qual-
quer modo ao acusado.

Aplicação extensiva de disposição

Art. 59. Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto nos arts.
39, 40 e 41.

Seção II
Do assistente

Habilitação do ofendido como assistente

Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor podem habi-
litar-se a intervir no processo como assistentes do Ministério Público.

Representante e sucessor do ofendido

Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considera-se representante


legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do ofendido, se menor
de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu ascendente, descendente ou
irmão, podendo qualquer dêles, com exclusão dos demais, exercer o encargo,
ou constituir advogado para êsse fim, em atenção à ordem estabelecida neste
parágrafo, cabendo ao juiz a designação se entre êles não houver acôrdo.

Competência para admissão do assistente

Art. 61. Cabe ao juiz do processo, ouvido o Ministério Público, conceder


ou negar a admissão de assistente de acusação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Oportunidade da admissão

Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a


sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

Advogado de ofício como assistente

Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que não
funcione no processo naquela qualidade ou como procurador de qualquer
acusado.

Ofendido que fôr também acusado

Art. 64. O ofendido que fôr também acusado no mesmo processo não
poderá intervir como assistente, salvo se absolvido por sentença passada em
julgado, e daí em diante.

Intervenção do assistente no processo

Art. 65. Ao assistente será permitido, com aquiescência do juiz e ouvido


o Ministério Público:
a) propor meios de prova;
b) requerer perguntas às testemunhas, fazendo-o depois do procurador;
c) apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida pelo
Ministério Público;
d) juntar documentos;
e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público;
f) participar do debate oral.

Arrolamento de testemunhas e interposição de recursos

§ 1º Não poderá arrolar testemunhas, exceto requerer o depoimento das


que forem referidas, nem requerer a expedição de precatória ou rogatória,
ou diligência que retarde o curso do processo, salvo, a critério do juiz e com

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

audiência do Ministério Público, em se tratando de apuração de fato do qual


dependa o esclarecimento do crime. Não poderá, igualmente, impetrar recur-
sos, salvo de despacho que indeferir o pedido de assistência.

Efeito do recurso

§ 2º O recurso do despacho que indeferir a assistência não terá efeito sus-


pensivo, processando-se em autos apartados. Se provido, o assistente será
admitido ao processo no estado em que êste se encontrar.

Assistente em processo perante o Superior Tribunal Militar

§ 3º Caberá ao relator do feito, em despacho irrecorrível, após audiência


do procurador-geral, admitir ou não o assistente, em processo da competên-
cia originária do Superior Tribunal Militar. Nos julgamentos perante êsse Tri-
bunal, se o seu presidente consentir, o assistente poderá falar após o procura-
dor-geral, por tempo não superior a dez minutos. Não poderá opor embargos,
mas lhe será consentido impugná-los, se oferecidos pela defesa, e depois de
o ter feito o procurador-geral.

Notificação do assistente

Art. 66. O processo prosseguirá independentemente de qualquer aviso ao


assistente, salvo notificação para assistir ao julgamento.

Cassação de assistência

Art. 67. O juiz poderá cassar a admissão do assistente, desde que êste
tumultue o processo ou infrinja a disciplina judiciária.

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Oficial da Polícia Militar

Não decorrência de impedimento

Art. 68. Da assistência não poderá decorrer impedimento do juiz, do


membro do Ministério Público ou do escrivão, ainda que supervenientes na
causa. Neste caso, o juiz cassará a admissão do assistente, sem prejuízo da
nomeação de outro, que não tenha impedimento, nos têrmos do art. 60.

Seção III
Do acusado, seus defensores e curadores

Personalidade do acusado

Art. 69. Considera-se acusado aquêle a quem é imputada a prática de


infração penal em denúncia recebida.

Identificação do acusado

Art. 70. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará o processo, quando certa
sua identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo ou da execução
da sentença, far-se-á a retificação, por têrmo, nos autos, sem prejuízo da
validade dos atos precedentes.

Nomeação obrigatória de defensor

Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processa-
do ou julgado sem defensor.

Constituição de defensor

§ 1º A constituição de defensor independerá de instrumento de mandado,


se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra
fase do processo por têrmo nos autos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Defensor dativo

§ 2º O juiz nomeará defensor ao acusado que o não tiver, ficando a êste


ressalvado o direito de, a todo o tempo, constituir outro, de sua confiança.

Defesa própria do acusado

§ 3º A nomeação de defensor não obsta ao acusado o direito de a si mes-


mo defender-se, caso tenha habilitação; mas o juiz manterá a nomeação,
salvo recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.

Nomeação preferente de advogado

§ 4º É, salvo motivo relevante, obrigatória a aceitação do patrocínio da


causa, se a nomeação recair em advogado.

Defesa de praças

§ 5º As praças serão defendidas pelo advogado de ofício, cujo patrocínio é


obrigatório, devendo preferir a qualquer outro.

Proibição de abandono do processo

§ 6º O defensor não poderá abandonar o processo, senão por motivo im-


perioso, a critério do juiz.

Sanções no caso de abandono do processo

§ 7º No caso de abandono sem justificativa, ou de não ser esta aceita, o


juiz, em se tratando de advogado, comunicará o fato à Seção da Ordem dos
Advogados do Brasil onde estiver inscrito, para que a mesma aplique as medi-
das disciplinares que julgar cabíveis. Em se tratando de advogado de ofício, o
juiz comunicará o fato ao presidente do Superior Tribunal Militar, que aplicará
ao infrator a punição que no caso couber.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Nomeação de curador

Art. 72. O juiz dará curador ao acusado incapaz.

Prerrogativa do pôsto ou graduação

Art. 73. O acusado que fôr oficial ou graduado não perderá, embora su-
jeito à disciplina judiciária, as prerrogativas do pôsto ou graduação. Se prêso
ou compelido a apresentar-se em juízo, por ordem da autoridade judiciária,
será acompanhado por militar de hierarquia superior a sua.
Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será
escoltada por graduado ou por praça mais antiga.

Não comparecimento de defensor

Art. 74. A falta de comparecimento do defensor, se motivada, adiará o ato


do processo, desde que nêle seja indispensável a sua presença. Mas, em se
repetindo a falta, o juiz lhe dará substituto para efeito do ato, ou, se a ausên-
cia perdurar, para prosseguir no processo.

Direitos e deveres do advogado

Art. 75. No exercício da sua função no processo, o advogado terá os direi-


tos que lhe são assegurados e os deveres que lhe são impostos pelo Estatuto
da Ordem dos Advogados do Brasil, salvo disposição em contrário, expressa-
mente prevista neste Código.

Impedimentos do defensor

Art. 76. Não poderá funcionar como defensor o cônjuge ou o parente


consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, do juiz, do membro do
Ministério Público ou do escrivão. Mas, se em idênticas condições, qualquer
dêstes fôr superveniente no processo, tocar-lhe-á o impedimento, e não ao
defensor, salvo se dativo, caso em que será substituído por outro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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TÍTULO VII
CAPÍTULO ÚNICO
DA DENÚNCIA

Requisitos da denúncia

Art. 77. A denúncia conterá:


a) a designação do juiz a que se dirigir;
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos
pelos quais possa ser qualificado;
c) o tempo e o lugar do crime;
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou institui-
ção prejudicada ou atingida, sempre que possível;
e) a exposição do fato criminoso, com tôdas as suas circunstâncias;
f) as razões de convicção ou presunção da delinqüência;
g) a classificação do crime;
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação
da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação.

Dispensa de testemunhas

Parágrafo único. O rol de testemunhas poderá ser dispensado, se o Ministé-


rio Público dispuser de prova documental suficiente para oferecer a denúncia.

Rejeição de denúncia

Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz:


a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior;
b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência
da Justiça Militar;
c) se já estiver extinta a punibilidade;
d) se fôr manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Preenchimento de requisitos

§ 1º No caso da alínea a , o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em


despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público
para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos
autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido.

Ilegitimidade do acusador

§ 2º No caso de ilegitimidade do acusador, a rejeição da denúncia não


obstará o exercício da ação penal, desde que promovida depois por acusador
legítimo, a quem o juiz determinará a apresentação dos autos.

Incompetência do juiz. Declaração

§ 3º No caso de incompetência do juiz, êste a declarará em despacho fun-


damentado, determinando a remessa do processo ao juiz competente.

Prazo para oferecimento da denúncia

Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver prêso,


dentro do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para
aquêle fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver sôlto. O
auditor deverá manifestar-se sôbre a denúncia, dentro do prazo de quinze dias.

Prorrogação de prazo

§ 1º O prazo para o oferecimento da denúncia poderá, por despacho do


juiz, ser prorrogado ao dôbro; ou ao triplo, em caso excepcional e se o acu-
sado não estiver prêso.
§ 2º Se o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro dêste último
prazo, ficará sujeito à pena disciplinar que no caso couber, sem prejuízo da
responsabilidade penal em que incorrer, competindo ao juiz providenciar no

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

sentido de ser a denúncia oferecida pelo substituto legal, dirigindo-se, para


êste fim, ao procurador-geral, que, na falta ou impedimento do substituto,
designará outro procurador.

Complementação de esclarecimentos

Art. 80. Sempre que, no curso do processo, o Ministério Público necessi-


tar de maiores esclarecimentos, de documentos complementares ou de no-
vos elementos de convicção, poderá requisitá-los, diretamente, de qualquer
autoridade militar ou civil, em condições de os fornecer, ou requerer ao juiz
que os requisite.

Extinção da punibilidade. Declaração

Art. 81. A extinção da punibilidade poderá ser reconhecida e declarada


em qualquer fase do processo, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, ouvido o Ministério Público, se dêste não fôr o pedido.

Morte do acusado

Parágrafo único. No caso de morte, não se declarará a extinção sem a cer-


tidão de óbito do acusado.

TÍTULO IX
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA EM GERAL

Determinação da competência

Art. 85. A competência do fôro militar será determinada:


I – de modo geral:
a) pelo lugar da infração;
b) pela residência ou domicílio do acusado;

858
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) pela prevenção;
II – de modo especial, pela sede do lugar de serviço.

Na Circunscrição Judiciária

Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência


será determinada:
a) pela especialização das Auditorias;
b) pela distribuição;
c) por disposição especial dêste Código.

Modificação da competência

Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos


anteriores, em caso de:
a) conexão ou continência;
b) prerrogativa de pôsto ou função;
c) desaforamento.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Lugar da infração

Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infra-


ção; e, no caso de tentativa, pelo lugar em que fôr praticado o último ato
de execução.

A bordo de navio

Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob co-


mando militar ou militarmente ocupado em pôrto nacional, nos lagos e rios
fronteiriços ou em águas territoriais brasileiras, serão, nos dois primeiros
casos, processados na Auditoria da Circunscrição Judiciária correspondente

859
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

a cada um daqueles lugares; e, no último caso, na 1ª Auditoria da Marinha,


com sede na Capital do Estado da Guanabara.

A bordo de aeronave

Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente


ocupada, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão
processados pela Auditoria da Circunscrição em cujo território se verificar o
pouso após o crime; e se êste se efetuar em lugar remoto ou em tal distância
que torne difíceis as diligências, a competência será da Auditoria da Circuns-
crição de onde houver partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos
óbices, caso em que a competência será da Auditoria mais próxima da 1ª, se
na Circunscrição houver mais de uma.

Crimes fora do território nacional

Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão,


de regra, processados em Auditoria da Capital da União, observado, entretan-
to, o disposto no artigo seguinte.

Crimes praticados em parte no território nacional

Art. 92. No caso de crime militar sòmente em parte cometido no terri-


tório nacional, a competência do fôro militar se determina de acôrdo com as
seguintes regras:
a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar
no Brasil, será competente a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha
produzido ou devia produzir o resultado;
b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora
dele, será competente a Auditoria da Circunscrição em que se houver pratica-
do o último ato ou execução.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Diversidade de Auditorias ou de sedes

Parágrafo único. Na Circunscrição onde houver mais de uma Auditoria na


mesma sede, obedecer-se-á à distribuição e, se fôr o caso, à especialização
de cada uma. Se as sedes forem diferentes, atender-se-á ao lugar da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA RESIDÊNCIA
OU DOMICÍLIO DO ACUSADO

Residência ou domicílio do acusado

Art. 93. Se não fôr conhecido o lugar da infração, a competência regu-


lar-se-á pela residência ou domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96.

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Prevenção. Regra

Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorren-


do dois ou mais juízes igualmente competentes ou com competência cumulati-
va, um dêles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo
ou de medida a êste relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia.

Casos em que pode ocorrer

Art. 95. A competência pela prevenção pode ocorrer:


a) quando incerto o lugar da infração, por ter sido praticado na divisa de
duas ou mais jurisdições;
b) quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições;

861
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) quando se tratar de infração continuada ou permanente, praticada em


território de duas ou mais jurisdições;
d) quando o acusado tiver mais de uma residência ou não tiver nenhuma,
ou forem vários os acusados e com diferentes residências.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA PELA SEDE DO LUGAR DE SERVIÇO

Lugar de serviço

Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma


situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração,
quando êste não puder ser determinado, será o da unidade, navio, fôrça ou
órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção,
salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA PELA ESPECIALIZAÇÃO DAS AUDITORIAS

Auditorias Especializadas

Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem Auditorias Especializadas, a


competência de cada uma decorre de pertencerem os oficiais e praças sujei-
tos a processo perante elas aos quadros da Marinha, do Exército ou da Aero-
náutica. Como oficiais, para os efeitos dêste artigo, se compreendem os da
ativa, os da reserva, remunerada ou não, e os reformados.

Militares de corporações diferentes

Parágrafo único. No processo em que forem acusados militares de corpo-


rações diferentes, a competência da Auditoria especializada se regulará pela
prevenção. Mas esta não poderá prevalecer em detrimento de oficial da ativa,

862
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se os co-réus forem praças ou oficiais da reserva ou reformados, ainda que


superiores, nem em detrimento dêstes, se os co-réus forem praças.

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Distribuição

Art. 98. Quando, na sede de Circunscrição, houver mais de uma Auditoria


com a mesma competência, esta se fixará pela distribuição.

Juízo prevento pela distribuição

Parágrafo único. A distribuição realizada em virtude de ato anterior à fase


judicial do processo prevenirá o juízo.

CAPÍTULO VIII
DA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Casos de conexão

Art. 99. Haverá conexão:


a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo
tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso, em-
bora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para fa-
cilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;
c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.

863
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Casos de continência

Art. 100. Haverá continência:


a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração;
b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso.

Regras para determinação

Art. 101. Na determinação da competência por conexão ou continência,


serão observadas as seguintes regras:

Concurso e prevalência

I – no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, prepon-


derará aquela;
II – no concurso de jurisdições cumulativas:
a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar onde houver ocorrido o maior número de infra-
ções, se as respectivas penas forem de igual gravidade;

Prevenção

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo


disposição especial dêste Código;

Categorias

III - no concurso de jurisdição de diversas categorias, predominará a de


maior graduação.

Unidade do processo

Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do processo,


salvo:

864
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Casos especiais

a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum;


b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores.

Jurisdição militar e civil no mesmo processo

Parágrafo único. A separação do processo, no concurso entre a jurisdição


militar e a civil, não quebra a conexão para o processo e julgamento, no seu
fôro, do militar da ativa, quando êste, no mesmo processo, praticar em con-
curso crime militar e crime comum.

Prorrogação de competência

Art. 103. Em caso de conexão ou continência, o juízo prevalente, na con-


formidade do art. 101, terá a sua competência prorrogada para processar as
infrações cujo conhecimento, de outro modo, não lhe competiria.

Reunião de processos

Art. 104. Verificada a reunião dos processos, em virtude de conexão ou


continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz
ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração
para outra que não se inclua na sua competência, continuará êle competente
em relação às demais infrações.

Separação de julgamento

Art. 105. Separar-se-ão sòmente os julgamentos:


a) se, de vários acusados, algum estiver foragido e não puder ser julgado
à revelia;

865
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) se os defensores de dois ou mais acusados não acordarem na suspeição


de juiz de Conselho de Justiça, superveniente para compô-lo, por ocasião do
julgamento.

Separação de processos

Art. 106. O juiz poderá separar os processos:


a) quando as infrações houverem sido praticadas em situações de tempo
e lugar diferentes;
b) quando fôr excessivo o número de acusados, para não lhes prolongar
a prisão;
c) quando ocorrer qualquer outro motivo que êle próprio repute relevante.

Recurso de ofício

§ 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer dêsses


casos, haverá recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar.
§ 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado
com as cópias autênticas das peças necessárias, e não terá efeito suspensivo,
prosseguindo-se a ação penal em todos os seus têrmos.

Avocação de processo

Art. 107. Se, não obstante a conexão ou a continência, forem instaurados


processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade do processo só se dará ulterior-
mente, para efeito de soma ou de unificação de penas.

866
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO IX
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DO PÔSTO OU DA FUNÇÃO

Natureza do pôsto ou função

Art. 108. A competência por prerrogativa do pôsto ou da função decorre


da sua própria natureza e não da natureza da infração, e regula-se estrita-
mente pelas normas expressas nêste Código.

CAPÍTULO X
DO DESAFORAMENTO

Caso de desaforamento

Art. 109. O desaforamento do processo poderá ocorrer:


a) no interêsse da ordem pública, da Justiça ou da disciplina militar;
b) em benefício da segurança pessoal do acusado;
c) pela impossibilidade de se constituir o Conselho de Justiça ou quando
a dificuldade de constituí-lo ou mantê-lo retarde demasiadamente o curso do
processo.

Competência do Superior Tribunal Militar

§ 1º O pedido de desaforamento poderá ser feito ao Superior Tribunal Militar:

Autoridades que podem pedir

a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;


b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou
autoridades que lhe forem superiores, conforme a respectiva jurisdição;
c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor;
d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado.

867
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Justificação do pedido e audiência do procurador-geral

§ 2º Em qualquer dos casos, o pedido deverá ser justificado e sôbre êle


ouvido o procurador-geral, se não provier de representação dêste.

Audiência a autoridades

§ 3º Nos casos das alíneas c e d , o Superior Tribunal Militar, antes da


audiência ao procurador-geral ou a pedido dêste, poderá ouvir autoridades a
que se refere a alínea b .

Auditoria onde correrá o processo

§ 4º Se deferir o pedido, o Superior Tribunal Militar designará a Auditoria


onde deva ter curso o processo.

Renovação do pedido

Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser re-


novado se o justificar motivo superveniente.

TÍTULO X
CAPÍTULO ÚNICO
DOS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA

Questões atinentes à competência

Art. 111. As questões atinentes à competência resolver-se-ão assim pela


exceção própria como pelo conflito positivo ou negativo.
Art. 112. Haverá conflito:

Conflito de competência

I – em razão da competência:

868
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Oficial da Polícia Militar

Positivo

a) positivo, quando duas ou mais autoridades judiciárias entenderem, ao


mesmo tempo, que lhes cabe conhecer do processo;

Negativo

b) negativo, quando cada uma de duas ou mais autoridades judiciárias


entender, ao mesmo tempo, que cabe a outra conhecer do mesmo processo;

Controvérsia sôbre função ou separação de processo

II – em razão da unidade de juízo, função ou separação de processos,


quando, a êsse respeito, houver controvérsia entre duas ou mais autoridades
judiciárias.

Suscitantes do conflito

Art. 113. O conflito poderá ser suscitado:


a) pelo acusado;
b) pelo órgão do Ministério Público;
c) pela autoridade judiciária.

Órgão suscitado

Art. 114. O conflito será suscitado perante o Superior Tribunal Militar


pelos auditores ou os Conselhos de Justiça, sob a forma de representação, e
pelas partes interessadas, sob a de requerimento, fundamentados e acompa-
nhados dos documentos comprobatórios. Quando negativo o conflito, poderá
ser suscitado nos próprios autos do processo.
Parágrafo único. O conflito suscitado pelo Superior Tribunal Militar será
regulado no seu Regimento Interno.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Suspensão da marcha do processo

Art. 115. Tratando-se de conflito positivo, o relator do feito poderá ordenar,


desde logo, que se suspenda o andamento do processo, até a decisão final.

Pedido de informações. Prazo, requisição de autos

Art. 116. Expedida, ou não, a ordem de suspensão, o relator requisitará


informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia da representa-
ção ou requerimento, e, marcando-lhes prazo para as informações, requisita-
rá, se necessário, os autos em original.

Audiência do procurador-geral e decisão

Art. 117. Ouvido o procurador-geral, que dará parecer no prazo de cinco


dias, contados da data da vista, o Tribunal decidirá o conflito na primeira ses-
são, salvo se a instrução do feito depender de diligência.

Remessa de cópias do acórdão

Art. 118. Proferida a decisão, serão remetidas cópias do acórdão, para


execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito ou
que o houverem suscitado.

Inexistência do recurso

Art. 119. Da decisão final do conflito não caberá recurso.

Avocatória do Tribunal

Art. 120. O Superior Tribunal Militar, mediante avocatória, restabelecerá


sua competência sempre que invadida por juiz inferior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Atribuição ao Supremo Tribunal Federal

Art. 121. A decisão de conflito entre a autoridade judiciária da Justiça Mi-


litar e a da Justiça comum será atribuída ao Supremo Tribunal Federal.

TÍTULO XI
CAPÍTULO ÚNICO
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Decisão prejudicial

Art. 122. Sempre que o julgamento da questão de mérito depender de deci-


são anterior de questão de direito material, a segunda será prejudicial da primeira.

Estado civil da pessoa

Art. 123. Se a questão prejudicial versar sôbre estado civil de pessoa en-
volvida no processo, o juiz:
a) decidirá se a argüição é séria e se está fundada em lei;

Alegação irrelevante

b) se entender que a alegação é irrelevante ou que não tem fundamento


legal, prosseguirá no feito;

Alegação séria e fundada

c) se reputar a alegação séria e fundada, colherá as provas inadiáveis e,


em seguida, suspenderá o processo, até que, no juízo cível, seja a questão
prejudicial dirimida por sentença transitada em julgado, sem prejuízo, entre-
tanto, da inquirição de testemunhas e de outras provas que independam da
solução no outro juízo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Suspensão do processo. Condições

Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo


juízo cível, de questão prejudicial que se não relacione com o estado civil das
pessoas, desde que:
a) tenha sido proposta ação civil para dirimi-la;
b) seja ela de difícil solução;
c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei civil limite.

Prazo da suspensão

Parágrafo único. O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser


razoàvelmente prorrogado, se a demora não fôr imputável à parte. Expirado
o prazo sem que o juiz do cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver de fato e de
direito tôda a matéria da acusação ou da defesa.

Autoridades competentes

Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá:


a) ao auditor, se argüida antes de instalado o Conselho de Justiça;
b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em primeira
instância;
c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se argüida pelo pro-

curador-geral ou pelo acusado;

d) a êsse Tribunal, se iniciado o julgamento.

Promoção de ação no juízo cível

Art. 126. Ao juiz ou órgão a que competir a apreciação da questão pre-

judicial, caberá dirigir-se ao órgão competente do juízo cível, para a promo-

872
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

ção da ação civil ou prosseguimento da que tiver sido iniciada, bem como de

quaisquer outras providências que interessem ao julgamento do feito.

Providências de ofício

Art. 127. Ainda que sem argüição de qualquer das partes, o julgador po-

derá, de ofício, tomar as providências referidas nos artigos anteriores.

TÍTULO XII

DOS INCIDENTES

CAPÍTULO I

DAS EXCEÇÕES EM GERAL

Exceções admitidas

Art. 128. Poderão ser opostas as exceções de:

a) suspeição ou impedimento;

b) incompetência de juízo;
c) litispendência;

d) coisa julgada.

Seção I
Da exceção de suspeição ou impedimento

Precedência da argüição de suspeição

Art. 129. A argüição de suspeição ou impedimento precederá a qualquer


outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.

873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Motivação do despacho

Art. 130. O juiz que se declarar suspeito ou impedido motivará o despacho.

Suspeição de natureza íntima

Parágrafo único. Se a suspeição fôr de natureza íntima, comunicará os


motivos ao auditor corregedor, podendo fazê-lo sigilosamente.

Recusa do juiz

Art. 131. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, fa-lo-á
em petição assinada por ela própria ou seu representante legal, ou por pro-
curador com podêres especiais, aduzindo as razões, acompanhadas de prova
documental ou do rol de testemunhas, que não poderão exceder a duas.

Reconhecimento da suspeição alegada

Art. 132. Se reconhecer a suspeição ou impedimento, o juiz sustará a


marcha do processo, mandará juntar aos autos o requerimento do recusante
com os documentos que o instruam e, por despacho, se declarará suspeito,
ordenando a remessa dos autos ao substituto.

Argüição de suspeição não aceita pelo juiz

Art. 133. Não aceitando a suspeição ou impedimento, o juiz mandará


autuar em separado o requerimento, dará a sua resposta dentro em três
dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas. Em seguida, determinará a
remessa dos autos apartados, dentro em vinte e quatro horas, ao Superior
Tribunal Militar, que processará e decidirá a argüição.

874
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Juiz do Conselho de Justiça

§ 1º Proceder-se-á, da mesma forma, se o juiz argüido de suspeito fôr


membro de Conselho de Justiça.

Manifesta improcedência da argüição

§ 2º Se a argüição fôr de manifesta improcedência, o juiz ou o relator a


rejeitará liminarmente.

Reconhecimento preliminar da argüição do Superior Tribunal Militar

§ 3º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o relator,


com intimação das partes, marcará dia e hora para inquirição das testemu-
nhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.

Nulidade dos atos praticados pelo juiz suspeito

Art. 134. Julgada procedente a argüição de suspeição ou impedimento,


ficarão nulos os atos do processo principal.

Suspeição declarada de ministro de Superior Tribunal Militar

Art. 135. No Superior Tribunal Militar, o ministro que se julgar suspeito


ou impedido declará-lo-á em sessão. Se relator ou revisor, a declaração será
feita nos autos, para nova distribuição.

Argüição de suspeição de ministro ou do procurador-geral. Processo

Parágrafo único. Argüida a suspeição ou o impedimento de ministro ou do


procurador-geral, o processo, se a alegação fôr aceita, obedecerá às normas
previstas no Regimento do Tribunal.

Suspeição declarada do procurador-geral

875
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 136. Se o procurador-geral se der por suspeito ou impedido, delega-


rá a sua função, no processo, ao seu substituto legal.

Suspeição declarada de procurador, perito, intérprete ou auxiliar

de justiça

Art. 137. Os procuradores, os peritos, os intérpretes e os auxiliares da


Justiça Militar poderão, motivadamente, dar-se por suspeitos ou impedidos,
nos casos previstos neste Código; os primeiros e os últimos, antes da prática
de qualquer ato no processo, e os peritos e intérpretes, logo que nomeados.
O juiz apreciará de plano os motivos da suspeição ou impedimento; e, se os
considerar em têrmos legais, providenciará imediatamente a substituição.

Argüição de suspeição de procurador

Art. 138. Se argüida a suspeição ou impedimento de procurador, o audi-


tor, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo, antes, admitir a pro-
dução de provas no prazo de três dias.

Argüição de suspeição de perito e intérprete

Art. 139. Os peritos e os intérpretes poderão ser, pelas partes, argüidos


de suspeitos ou impedidos; e os primeiros, por elas impugnados, se não pre-
encherem os requisitos de capacidade técnico-profissional para as perícias
que, pela sua natureza, os exijam, nos têrmos dos arts. 52, letra c , e 318.

Decisão do plano irrecorrível

Art. 140. A suspeição ou impedimento, ou a impugnação a que se refere


o artigo anterior, bem como a suspeição ou impedimento argüidos, de serven-
tuário ou funcionário da Justiça Militar, serão decididas pelo auditor, de plano
e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata.

876
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Declaração de suspeição quando evidente

Art. 141. A suspeição ou impedimento poderá ser declarada pelo juiz ou


Tribunal, se evidente nos autos.

Suspeição do encarregado de inquérito

Art. 142. Não se poderá opor suspeição ao encarregado do inquérito,


mas deverá êste declarar-se suspeito quando ocorrer motivo legal, que lhe
seja aplicável.

Seção II
Da exceção de incompetência

Oposição da exceção de incompetência

Art. 143. A exceção de incompetência poderá ser oposta verbalmente ou


por escrito, logo após a qualificação do acusado. No primeiro caso, será to-
mada por têrmo nos autos.

Vista à parte contrária

Art. 144. Alegada a incompetência do juízo, será dada vista dos autos à par-
te contrária, para que diga sôbre a argüição, no prazo de quarenta e oito horas.

Aceitação ou rejeição da exceção. Recurso em autos apartados.

Nulidade de autos

Art. 145. Se aceita a alegação, os autos serão remetidos ao juízo com-


petente. Se rejeitada, o juiz continuará no feito. Mas, neste caso, caberá
recurso, em autos apartados, para o Superior Tribunal Militar, que, se lhe der

877
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

provimento, tornará nulos os atos praticados pelo juiz declarado incompeten-


te, devendo os autos do recurso ser anexados aos do processo principal.

Alegação antes do oferecimento da denúncia. Recurso nos pró-

prios autos

Art. 146. O órgão do Ministério Público poderá alegar a incompetência


do juízo, antes de oferecer a denúncia. A argüição será apreciada pelo audi-
tor, em primeira instância; e, no Superior Tribunal Militar, pelo relator, em se
tratando de processo originário. Em ambos os casos, se rejeitada a argüição,
poderá, pelo órgão do Ministério Público, ser impetrado recurso, nos próprios
autos, para aquêle Tribunal.

Declaração de incompetência de ofício

Art. 147. Em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer a existência


de causa que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos e os remeterá ao
juízo competente.

Seção III
Da exceção de litispendência

Litispendência, quando existe. Reconhecimento e processo

Art. 148. Cada feito sòmente pode ser objeto de um processo. Se o au-
ditor ou o Conselho de Justiça reconhecer que o litígio proposto a seu julga-
mento já pende de decisão em outro processo, na mesma Auditoria, mandará
juntar os novos autos aos anteriores. Se o primeiro processo correr em outra
Auditoria, para ela serão remetidos os novos autos, tendo-se, porém, em vis-
ta, a especialização da Auditoria e a categoria do Conselho de Justiça.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Argüição de litispendência

Art. 149. Qualquer das partes poderá argüir, por escrito, a existência de
anterior processo sôbre o mesmo feito.

Instrução do pedido

Art. 150. A argüição de litispendência será instruída com certidão passa-


da pelo cartório do juízo ou pela Secretaria do Superior Tribunal Militar, pe-
rante o qual esteja em curso o outro processo.

Prazo para a prova da alegação

Art. 151. Se o argüente não puder apresentar a prova da alegação, o juiz


poderá conceder-lhe prazo para que o faça, ficando-lhe, nesse caso, à discri-
ção, suspender ou não o curso do processo.

Decisão de plano irrecorrível

Art. 152. O juiz ouvirá a parte contrária a respeito da argüição, e decidirá


de plano, irrecorrìvelmente.

Seção IV
Da exceção de coisa julgada

Existência de coisa julgada. Arquivamento de denúncia

Art. 153. Se o juiz reconhecer que o feito sob seu julgamento já foi, quan-
to ao fato principal, definitivamente julgado por sentença irrecorrível, manda-
rá arquivar a nova denúncia, declarando a razão por que o faz.

879
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Argüição de coisa julgada

Art. 154. Qualquer das partes poderá argüir, por escrito, a existência de
anterior sentença passada em julgado, juntando-lhe certidão.

Argüição do acusado. Decisão de plano. Recurso de ofício

Parágrafo único. Se a argüição fôr do acusado, o juiz ouvirá o Ministério


Público e decidirá de plano, recorrendo de ofício para o Superior Tribunal Mi-
litar, se reconhecer a existência da coisa julgada.

Limite de efeito da coisa julgada

Art. 155. A coisa julgada opera sòmente em relação às partes, não alcan-
çando quem não foi parte no processo.

CAPÍTULO II
DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Dúvida a respeito de imputabilidade

Art. 156. Quando, em virtude de doença ou deficiência mental, houver


dúvida a respeito da imputabilidade penal do acusado, será êle submetido a
perícia médica.

Ordenação de perícia

§ 1º A perícia poderá ser ordenada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento


do Ministério Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão do acusado, em qualquer fase do processo.

880
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Na fase do inquérito

§ 2º A perícia poderá ser também ordenada na fase do inquérito policial


militar, por iniciativa do seu encarregado ou em atenção a requerimento de
qualquer das pessoas referidas no parágrafo anterior.

Internação para a perícia

Art. 157. Para efeito da perícia, o acusado, se estiver prêso, será interna-
do em manicômio judiciário, onde houver; ou, se estiver sôlto e o requererem
os peritos, em estabelecimento adequado, que o juiz designará.

Apresentação do laudo

§ 1º O laudo pericial deverá ser apresentado dentro do prazo de quarenta


e cinco dias, que o juiz poderá prorrogar, se os peritos demonstrarem a ne-
cessidade de maior lapso de tempo.

Entrega dos autos a perito

§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá au-


torizar a entrega dos autos aos peritos, para lhes facilitar a tarefa. A mesma
autorização poderá ser dada pelo encarregado do inquérito, no curso dêste.

Não sustentação do processo e caso excepcional

Art. 158. A determinação da perícia, quer na fase policial militar quer na


fase judicial, não sustará a prática de diligências que possam ficar prejudica-
das com o adiamento, mas sustará o processo quanto à produção de prova em
que seja indispensável a presença do acusado submetido ao exame pericial.

881
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Quesitos pertinentes

Art. 159. Além de outros quesitos que, pertinentes ao fato, lhes forem

oferecidos, e dos esclarecimentos que julgarem necessários, os peritos deve-

rão responder aos seguintes:

Quesitos obrigatórios

a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de desenvolvimen-

to mental incompleto ou retardado;

b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou acusado, se achava

em algum dos estados referidos na alínea anterior;

c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas antecedentes,

possuía o indiciado, ou acusado, capacidade de entender o caráter ilícito do

fato ou de se determinar de acôrdo com êsse entendimento;

d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado, não lhe su-

primindo, diminuiu-lhe, entretanto, consideràvelmente, a capacidade de en-

tendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, quando o praticou.

Parágrafo único. No caso de embriaguez proveniente de caso fortuito ou

fôrça maior, formular-se-ão quesitos congêneres, pertinentes ao caso.

Inimputabilidade. Nomeação de curador. Medida de segurança

Art. 160. Se os peritos concluírem pela inimputabilidade penal do acusa-

do, nos têrmos do art. 48 (preâmbulo) do Código Penal Militar, o juiz, desde

que concorde com a conclusão do laudo, nomear-lhe-á curador e lhe declara-

rá, por sentença, a inimputabilidade, com aplicação da medida de segurança

correspondente.

882
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Inimputabilidade relativa. Prosseguimento do inquérito ou de pro-

cesso. Medida de segurança

Parágrafo único. Concluindo os peritos pela inimputabilidade relativa do


indiciado, ou acusado, nos têrmos do parágrafo único do artigo 48 do Códi-
go Penal Militar, o inquérito ou o processo prosseguirá, com a presença de
defensor neste último caso. Sendo condenatória a sentença, será aplicada a
medida de segurança prevista no art. 113 do mesmo Código.

Doença mental superveniente

Art. 161. Se a doença mental sobrevier ao crime, o inquérito ou o pro-


cesso ficará suspenso, se já iniciados, até que o indiciado ou acusado se res-
tabeleça, sem prejuízo das diligências que possam ser prejudicadas com o
adiamento.

Internação em manicômio

§ 1º O acusado poderá, nesse caso, ser internado em manicômio judiciário


ou em outro estabelecimento congênere.

Restabelecimento do acusado

§ 2º O inquérito ou o processo retomará o seu curso, desde que o acusado


se restabeleça, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemu-
nhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença ou a repetição
de diligência em que a mesma presença teria sido indispensável.

Verificação em autos apartados

Art. 162. A verificação de insanidade mental correrá em autos apartados,


que serão apensos ao processo principal sòmente após a apresentação do laudo.

883
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º O exame de sanidade mental requerido pela defesa, de algum ou


alguns dos acusados, não obstará sejam julgados os demais, se o laudo cor-
respondente não houver sido remetido ao Conselho, até a data marcada para
o julgamento. Neste caso, aquêles acusados serão julgados oportunamente.

Procedimento no inquérito

§ 2º Da mesma forma se procederá no curso do inquérito, mas êste po-


derá ser encerrado sem a apresentação do laudo, que será remetido pelo
encarregado do inquérito ao juiz, nos têrmos do § 2º do art. 20.

CAPÍTULO III
DO INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO

Argüição de falsidade

Art. 163. Argüida a falsidade de documento constante dos autos, o juiz,


se o reputar necessário à decisão da causa:

Autuação em apartado

a) mandará autuar em apartado a impugnação e, em seguida, ouvirá a


parte contrária, que, no prazo de quarenta e oito horas, oferecerá a resposta;

Prazo para a prova

b) abrirá dilação probatória num tríduo, dentro do qual as partes aduzirão


a prova de suas alegações;

Diligências

c) conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender neces-


sárias, decidindo a final;

884
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Reconhecimento. Decisão irrecorrível. Desanexação do documento

d) reconhecida a falsidade, por decisão que é irrecorrível, mandará de-


sentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao
Ministério Público.

Argüição oral

Art. 164. Quando a argüição de falsidade se fizer oralmente, o juiz man-


dará tomá-la por têrmo, que será autuado em processo incidente.

Por procurador

Art. 165. A argüição de falsidade, feita por procurador, exigirá poderes


especiais.

Verificação de ofício

Art. 166. A verificação de falsidade poderá proceder-se de ofício.

Documento oriundo de outro juízo

Art. 167. Se o documento reputado falso fôr oriundo de repartição ou


órgão com sede em lugar sob jurisdição de outro juízo, nêle se procederá à
verificação da falsidade, salvo se esta fôr evidente, ou puder ser apurada por
perícia no juízo do feito criminal.

Providências do juiz do feito

Parágrafo único. Caso a verificação deva ser feita em outro juízo, o juiz do
feito criminal dará, para aquêle fim, as providências necessárias.

885
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Sustação do feito

Art. 168. O juiz poderá sustar o feito até a apuração da falsidade, se


imprescindível para a condenação ou absolvição do acusado, sem prejuízo,
entretanto, de outras diligências que não dependam daquela apuração.

Limite da decisão

Art. 169. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo
de ulterior processo penal.

TÍTULO XIII
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS

CAPÍTULO I
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE COISAS OU PESSOAS

Seção I
Da busca

Espécies de busca

Art. 170. A busca poderá ser domiciliar ou pessoal.

Busca domiciliar

Art. 171. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro


da casa.

Finalidade

Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a


autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas ilìcitamente;

886
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação;


d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de
crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado;
f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder,
quando haja fundada suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crime;
h) colhêr elemento de convicção.

Compreensão do têrmo “casa”

Art. 173. O têrmo “casa” compreende:


a) qualquer compartimento habitado;
b) aposento ocupado de habitação coletiva;
c) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.

Não compreensão

Art. 174. Não se compreende no têrmo “casa”:


a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aber-
tas, salvo a restrição da alínea b do artigo anterior;
b) taverna, boate, casa de jôgo e outras do mesmo gênero;
c) a habitação usada como local para a prática de infrações penais.

Oportunidade da busca domiciliar

Art. 175. A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir ví-
timas de crime ou desastre.
Parágrafo único. Se houver consentimento expresso do morador, poderá
ser realizada à noite.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Ordem da busca

Art. 176. A busca domiciliar poderá ordenada pelo juiz, de ofício ou a re-
querimento das partes, ou determinada pela autoridade policial militar.
Parágrafo único. O representante do Ministério Público, quando assessor
no inquérito, ou dêste tomar conhecimento, poderá solicitar do seu encarre-
gado, a realização da busca.

Precedência de mandado

Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que não
fôr realizada pela própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir
o inquérito.

Conteúdo do mandado

Art. 178. O mandado de busca deverá:


a) indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do seu morador ou proprietário; ou, no caso de busca
pessoal, o nome da pessoa que a sofrerá ou os sinais que a identifiquem;
b) mencionar o motivo e os fins da diligência;
c) ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
Parágrafo único. Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do
mandado.

Procedimento

Art. 179. O executor da busca domiciliar procederá da seguinte maneira:

Presença do morador

I - se o morador estiver presente:


a) ler-lhe-á, o mandado, ou, se fôr o próprio autor da ordem, identificar-
-se-á e dirá o que pretende;

888
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) convidá-lo-á a franquiar a entrada, sob pena de a forçar se não fôr


atendido;
c) uma vez dentro da casa, se estiver à procura de pessoa ou coisa, con-
vidará o morador a apresentá-la ou exibi-la;
d) se não fôr atendido ou se se tratar de pessoa ou coisa incerta, proce-
derá à busca;
e) se o morador ou qualquer outra pessoa recalcitrar ou criar obstáculo
usará da fôrça necessária para vencer a resistência ou remover o empecilho
e arrombará, se necessário, quaisquer móveis ou compartimentos em que,
presumìvelmente, possam estar as coisas ou pessoas procuradas;

Ausência do morador

II - se o morador estiver ausente:


a) tentará localizá-lo para lhe dar ciência da diligência e aguardará a sua
chegada, se puder ser imediata;
b) no caso de não ser encontrado o morador ou não comparecer com a ne-
cessária presteza, convidará pessoa capaz, que identificará para que conste
do respectivo auto, a fim de testemunhar a diligência;
c) entrará na casa, arrombando-a, se necessário;
d) fará a busca, rompendo, se preciso, todos os obstáculos em móveis ou
compartimentos onde, presumivelmente, possam estar as coisas ou pessoas
procuradas;

Casa desabitada

III – se a casa estiver desabitada, tentará localizar o proprietário, proce-


dendo da mesma forma como no caso de ausência do morador.
Rompimento de obstáculo
§ 1º O rompimento de obstáculos deve ser feito com o menor dano possí-
vel à coisa ou compartimento passível da busca, providenciando-se, sempre

889
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

que possível, a intervenção de serralheiro ou outro profissional habilitado,


quando se tratar de remover ou desmontar fechadura, ferrolho, peça de se-
grêdo ou qualquer outro aparelhamento que impeça a finalidade da diligência.

Reposição

§ 2º Os livros, documentos, papéis e objetos que não tenham sido apre-


endidos devem ser repostos nos seus lugares.
§ 3º Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável ao bom êxito da diligência.

Busca pessoal

Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes,
pastas, malas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quan-
do necessário, no próprio corpo.

Revista pessoal

Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundada suspeita de


que alguém oculte consigo:
a) instrumento ou produto do crime;
b) elementos de prova.

Revista independentemente de mandado

Art. 182. A revista independe de mandado:


a) quando feita no ato da captura de pessoa que deve ser prêsa;
b) quando determinada no curso da busca domiciliar;
c) quando ocorrer o caso previsto na alínea a do artigo anterior;
d) quando houver fundada suspeita de que o revistando traz consigo ob-
jetos ou papéis que constituam corpo de delito;
e) quando feita na presença da autoridade judiciária ou do presidente do
inquérito.

890
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Busca em mulher

Art. 183. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.

Busca no curso do processo ou do inquérito

Art. 184. A busca domiciliar ou pessoal por mandado será, no curso do


processo, executada por oficial de justiça; e, no curso do inquérito, por oficial,
designado pelo encarregado do inquérito, atendida a hierarquia do pôsto ou
graduação de quem a sofrer, se militar.

Requisição a autoridade civil

Parágrafo único. A autoridade militar poderá requisitar da autoridade poli-


cial civil a realização da busca.

Seção II
Da apreensão

Apreensão de pessoas ou coisas

Art. 185. Se o executor da busca encontrar as pessoas ou coisas a que se


referem os artigos 172 e 181, deverá apreendê-las. Fá-lo-á, igualmente, de
armas ou objetos pertencentes às Fôrças Armadas ou de uso exclusivo de mi-
litares, quando estejam em posse indevida, ou seja incerta a sua propriedade.

Correspondência aberta

§ 1º A correspondência aberta ou não, destinada ao indiciado ou ao acu-


sado, ou em seu poder, será apreendida se houver fundadas razões para sus-
peitar que pode ser útil à elucidação do fato.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Documento em poder do defensor

§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor


do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

Território de outra jurisdição

Art. 186. Quando, para a apreensão, o executor fôr em seguimento de


pessoa ou coisa, poderá penetrar em território sujeito a outra jurisdição.
Parágrafo único. Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em
seguimento de pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento de sua remoção ou transporte, a seguirem sem
interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas forem em seu encalço, saben-
do, por informações fidedignas ou circunstâncias judiciárias que está sendo
removida ou transportada em determinada direção.

Apresentação à autoridade local

Art. 187. O executor que entrar em território de jurisdição diversa de-


verá, conforme o caso, apresentar-se à respectiva autoridade civil ou militar,
perante a qual se identificará. A apresentação poderá ser feita após a diligên-
cia, se a urgência desta não permitir solução de continuidade.

Pessoa sob custódia

Art. 188. Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediata-


mente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.

Requisitos do auto

Art. 189. Finda a diligência, lavrar-se-á auto circunstanciado da busca e


apreensão, assinado por duas testemunhas, com declaração do lugar, dia e

892
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

hora em que se realizou, com citação das pessoas que a sofreram e das que
nelas tomaram parte ou as tenham assistido, com as respectivas identidades,
bem como de todos os incidentes ocorridos durante a sua execução.

Conteúdo do auto

Parágrafo único. Constarão do auto, ou dêle farão parte em anexo devida-


mente rubricado pelo executor da diligência, a relação e descrição das coisas
apreendidas, com a especificação:
a) se máquinas, veículos, instrumentos ou armas, da sua marca e tipo e,
se possível, da sua origem, número e data da fabricação;
b) se livros, o respectivo título e o nome do autor;
c) se documentos, a sua natureza.

Seção III
Da restituição

Restituição de coisas

Art. 190. As coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto


interessarem ao processo.
§ 1º As coisas a que se referem o art. 109, n. II, letra a, e o art. 119, n.s
I e II, do Código Penal Militar, não poderão ser restituídas em tempo algum.
§ 2º As coisas a que se refere o art. 109, n. II, letra b , do Código Penal
Militar, poderão ser restituídas sòmente ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Ordem de restituição

Art. 191. A restituição poderá ser ordenada pela autoridade policial mili-
tar ou pelo juiz, mediante têrmo nos autos, desde que:
a) a coisa apreendida não seja irrestituível, na conformidade do artigo anterior;
b) não interesse mais ao processo;
c) não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

893
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Direito duvidoso

Art. 192. Se duvidoso o direito do reclamante, sòmente em juízo poderá


ser decidido, autuando-se o pedido em apartado e assinando-se o prazo de
cinco dias para a prova, findo o qual o juiz decidirá, cabendo da decisão re-
curso para o Superior Tribunal Militar.

Questão de alta indagação

Parágrafo único. Se a autoridade judiciária militar entender que a matéria


é de alta indagação, remeterá o reclamante para o juízo cível, continuando as
coisas apreendidas até que se resolva a controvérsia.

Coisa em poder de terceiro

Art. 193. Se a coisa houver sido apreendida em poder de terceiro de bo-


a-fé, proceder-se-á da seguinte maneira:
a) se a restituição fôr pedida pelo próprio terceiro, o juiz do processo po-
derá ordená-la, se estiverem preenchidos os requisitos do art. 191;
b) se pedida pelo acusado ou pelo lesado e, também, pelo terceiro, o inci-
dente autuar-se-á em apartado e os reclamantes terão, em conjunto, o prazo
de cinco dias para apresentar provas e o de três dias para arrazoar, findos os
quais o juiz decidirá, cabendo da decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.

Persistência de dúvida

§ 1º Se persistir dúvida quanto à propriedade da coisa, os reclamantes


serão remetidos para o juízo cível, onde se decidirá aquela dúvida, com efeito
sôbre a restituição no juízo militar, salvo se motivo superveniente não tornar
a coisa irrestituível.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Nomeação de depositário

§ 2º A autoridade judiciária militar poderá, se assim julgar conveniente,


nomear depositário idôneo, para a guarda da coisa, até que se resolva a
controvérsia.

Audiência do Ministério Público

Art. 194. O Ministério Público será sempre ouvido em pedido ou incidente


de restituição.
Parágrafo único. Salvo o caso previsto no art. 195, caberá recurso, com
efeito suspensivo, para o Superior Tribunal Militar, do despacho do juiz que
ordenar a restituição da coisa.

Coisa deteriorável

Art. 195. Tratando-se de coisa fàcilmente deteriorável, será avaliada e le-


vada a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado em estabelecimento
oficial de crédito determinado em lei.

Sentença condenatória

Art. 196. Decorrido o prazo de noventa dias, após o trânsito em julgado


de sentença condenatória, proceder-se-á da seguinte maneira em relação aos
bens apreendidos:

Destino das coisas

a) os referidos no art. 109, n. II, letra a , do Código Penal Militar, serão


inutilizados ou recolhidos a Museu Criminal ou entregues às Fôrças Armadas,
se lhes interessarem;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) quaisquer outros bens serão avaliados e vendidos em leilão público, re-


colhendo-se ao fundo da organização militar correspondente ao Conselho de
Justiça o que não couber ao lesado ou terceiro de boa-fé.

Destino em caso de sentença absolutória

Art. 197. Transitando em julgado sentença absolutória, proceder-se-á da


seguinte maneira:
a) se houver sido decretado o confisco (Código Penal Militar, art. 119),
observar-se-á o disposto na letra a do artigo anterior;
b) nos demais casos, as coisas serão restituídas àquele de quem houve-
rem sido apreendidas.

Venda em leilão

Art. 198. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se, dentro do
prazo de noventa dias, a contar da data em que transitar em julgado a sen-
tença final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem
reclamados por quem de direito, serão vendidos em leilão, depositando-se o
saldo à disposição do juiz de ausentes.

CAPÍTULO II
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE COISAS

Seção I
Do seqüestro

Bens sujeitos a seqüestro

Art. 199. Estão sujeitos a seqüestro os bens adquiridos com os proventos


da infração penal, quando desta haja resultado, de qualquer modo, lesão a
patrimônio sob administração militar, ainda que já tenham sido transferidos
a terceiros por qualquer forma de alienação, ou por abandono ou renúncia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º Estão, igualmente, sujeitos a seqüestro os bens de responsáveis por


contrabando, ou outro ato ilícito, em aeronave ou embarcação militar, em
proporção aos prejuízos e riscos por estas sofridos, bem como os dos seus
tripulantes, que não tenham participado da prática do ato ilícito.

Bens insusceptíveis de seqüestro

§ 2º Não poderão ser seqüestrados bens, a respeito dos quais haja decre-
to de desapropriação da União, do Estado ou do Município, se anterior à data
em que foi praticada a infração penal.

Requisito para o seqüestro

Art. 200. Para decretação do seqüestro é necessária a existência de indí-


cios veementes da proveniência ilícita dos bens.

Fases da sua determinação

Art. 201. A autoridade judiciária militar, de ofício ou a requerimento do


Ministério Público, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do proces-
so; e, antes da denúncia, se o solicitar, com fundado motivo, o encarregado
do inquérito.

Providências a respeito

Art. 202. Realizado o seqüestro, a autoridade judiciária militar providenciará:


a) se de imóvel, a sua inscrição no Registro de Imóveis;
b) se de coisa móvel, o seu depósito, sob a guarda de depositário nome-
ado para êsse fim.

897
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Autuação em embargos

Art. 203. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos, as-


sim do indiciado ou acusado como de terceiro, sob os fundamentos de:
I - se forem do indiciado ou acusado:
a) não ter ele adquirido a coisa com os proventos da infração penal;
b) não ter havido lesão a patrimônio sob administração militar.
II - se de terceiro:
a) haver adquirido a coisa em data anterior à da infração penal praticada
pelo indiciado ou acusado;
b) havê-la, em qualquer tempo, adquirido de boa-fé.

Prova. Decisão. Recurso

§ 1º Apresentada a prova da alegação dentro em dez dias e ouvido o Minis-


tério Público, a autoridade judiciária militar decidirá de plano, aceitando ou rejei-
tando os embargos, cabendo da decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.

Remessa ao juízo cível

§ 2º Se a autoridade judiciária militar entender que se trata de matéria


de alta indagação, remeterá o embargante para o juízo cível e manterá o se-
qüestro até que seja dirimida a controvérsia.
§ 3º Da mesma forma procederá, desde logo, se não se tratar de lesão ao
patrimônio sob administração militar.

Levantamento do seqüestro

Art. 204. O seqüestro será levantado no juízo penal militar:


a) se forem aceitos os embargos, ou negado provimento ao recurso da
decisão que os aceitou;

898
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) se a ação penal não fôr promovida no prazo de sessenta dias, contado


da data em que foi instaurado o inquérito;
c) se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução
real ou fidejussória que assegure a aplicação do disposto no artigo 109, n.s I
e II, letra b , do Código Penal Militar;
d) se fôr julgada extinta a ação penal ou absolvido o acusado por sentença
irrecorrível.

Sentença condenatória. Avaliação da venda

Art. 205. Transitada em julgado a sentença condenatória, a autoridade


judiciária militar, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, determi-
nará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Recolhimento de dinheiro

§ 1º Do dinheiro apurado, recolher-se-á ao Tesouro Nacional o que se des-


tinar a ressarcir prejuízo ao patrimônio sob administração militar.
§ 2º O que não se destinar a êsse fim será restituído a quem de direito, se
não houver controvérsia; se esta existir, os autos de seqüestro serão remeti-
dos ao juízo cível, a cuja disposição passará o saldo apurado.

Seção II
Da hipoteca legal

Bens sujeitos a hipoteca legal

Art. 206. Estão sujeitos a hipoteca legal os bens imóveis do acusado, para
satisfação do dano causado pela infração penal ao patrimônio sob adminis-
tração militar.

899
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Inscrição e especialização da hipoteca

Art. 207. A inscrição e a especialização da hipoteca legal serão requeridas


à autoridade judiciária militar, pelo Ministério Público, em qualquer fase do pro-
cesso, desde que haja certeza da infração penal e indícios suficientes de autoria.

Estimação do valor da obrigação e do imóvel

Art. 208. O requerimento estimará o valor da obrigação resultante do


crime, bem como indicará e estimará o imóvel ou imóveis, que ficarão espe-
cialmente hipotecados; será instruído com os dados em que se fundarem as
estimativas e com os documentos comprobatórios do domínio.

Arbitramento

Art. 209. Pedida a especialização, a autoridade judiciária militar mandará


arbitrar o montante da obrigação resultante do crime e avaliar o imóvel ou
imóveis indicados, nomeando perito idôneo para êsse fim.
§ 1º Ouvidos o acusado e o Ministério Público, no prazo de três dias, cada
um, a autoridade judiciária militar poderá corrigir o arbitramento do valor da
obrigação, se lhe parecer excessivo ou deficiente.

Liquidação após a condenação

§ 2º O valor da obrigação será liquidado definitivamente após a condena-


ção, podendo ser requerido nôvo arbitramento se o acusado ou o Ministério
Público não se conformar com o anterior à sentença condenatória.
Oferecimento de caução
§ 3º Se o acusado oferecer caução suficiente, real ou fidejussória, a au-
toridade judiciária militar poderá deixar de mandar proceder à inscrição da
hipoteca.

900
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Limite da inscrição

§ 4º Sòmente deverá ser autorizada a inscrição da hipoteca dos imóveis


necessários à garantia da obrigação.

Processos em autos apartados

Art. 210. O processo da inscrição e especialização correrá em autos apartados.

Recurso

§ 1º Da decisão que a determinar, caberá recurso para o Superior Tribunal


Militar.
§ 2º Se o caso comportar questão de alta indagação, o processo será re-
metido ao juízo cível, para a decisão.

Imóvel clausulado de inalienabilidade

Art. 211. A hipoteca legal não poderá recair em imóvel com cláusula de
inalienabilidade.

Caso de hipoteca anterior

Art. 212. No caso de hipoteca anterior ao fato delituoso, não ficará pre-
judicado o direito do patrimônio sob administração militar à constituição da
hipoteca legal, que se considerará segunda hipoteca, nos têrmos da lei civil.
Renda dos bens hipotecados
Art. 213. Das rendas dos bens sob hipoteca legal, poderão ser fornecidos
recursos, arbitrados pela autoridade judiciária militar, para a manutenção do
acusado e sua família.

901
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Cancelamento da inscrição

Art. 214. A inscrição será cancelada:


a) se, depois de feita, o acusado oferecer caução suficiente, real ou fide-
jussória;
b) se fôr julgada extinta a ação penal ou absolvido o acusado por sentença
irrecorrível.
Seção III
Do arresto

Bens sujeitos a arresto

Art. 215. O arresto de bens do acusado poderá ser decretado pela auto-
ridade judiciária militar, para satisfação do dano causado pela infração penal
ao patrimônio sob a administração militar:
a) se imóveis, para evitar artifício fraudulento que os transfira ou grave,
antes da inscrição e especialização da hipoteca legal;
b) se móveis e representarem valor apreciável, tentar ocultá-los ou dêles
tentar realizar tradição que burle a possibilidade da satisfação do dano, refe-
rida no preâmbulo deste artigo.

Revogação do arresto

§ 1º Em se tratando de imóvel, o arresto será revogado, se, dentro em


quinze dias, contados da sua decretação, não fôr requerida a inscrição e es-
pecialização da hipoteca legal.

Na fase do inquérito

§ 2º O arresto poderá ser pedido ainda na fase do inquérito.

902
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Preferência

Art. 216. O arresto recairá de preferência sôbre imóvel, e sòmente se


estenderá a bem móvel se aquêle não tiver valor suficiente para assegurar
a satisfação do dano; em qualquer caso, o arresto sòmente será decretado
quando houver certeza da infração e fundada suspeita da sua autoria.

Bens insuscetíveis de arresto

Art. 217. Não é permitido arrestar bens que, de acôrdo com a lei civil,
sejam insuscetíveis de penhora, ou, de qualquer modo, signifiquem confôrto
indispensável ao acusado e à sua família.

Coisas deterioráveis

Art. 218. Se os bens móveis arrestados forem coisas fàcilmente deterio-


ráveis, serão levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado em
conta corrente de estabelecimento de crédito oficial.

Processo em autos apartados

Art. 219. O processo de arresto correrá em autos apartados, admitindo


embargos, se se tratar de coisa móvel, com recurso para o Superior Tribunal
Militar da decisão que os aceitar ou negar.

Disposições de seqüestro

Parágrafo único. No processo de arresto seguir-se-ão as disposições a res-


peito do seqüestro, no que forem aplicáveis.

903
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DAS PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SÔBRE PESSOAS

Seção I
Da prisão provisória

DISPOSIÇÕES GERAIS

Definição

Art. 220. Prisão provisória é a que ocorre durante o inquérito, ou no curso


do processo, antes da condenação definitiva.

Legalidade da prisão

Art. 221. Ninguém será prêso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita de autoridade competente.

Comunicação ao juiz

Art. 222. A prisão ou detenção de qualquer pessoa será imediatamente


levada ao conhecimento da autoridade judiciária competente, com a declara-
ção do local onde a mesma se acha sob custódia e se está, ou não, incomu-
nicável.

Prisão de militar

Art. 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de pôsto ou
graduação superior; ou, se igual, mais antigo.

Relaxamento da prisão

Art. 224. Se, ao tomar conhecimento da comunicação, a autoridade judi-


ciária verificar que a prisão não é legal, deverá relaxá-la imediatamente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Expedição de mandado

Art. 225. A autoridade judiciária ou o encarregado do inquérito que or-


denar a prisão fará expedir em duas vias o respectivo mandado, com os se-
guintes requisitos:

Requisitos

a) será lavrado pelo escrivão do processo ou do inquérito, ou ad hoc , e


assinado pela autoridade que ordenar a expedição;
b) designará a pessoa sujeita a prisão com a respectiva identificação e
moradia, se possível;
c) mencionará o motivo da prisão;
d) designará o executor da prisão.

Assinatura do mandado

Parágrafo único. Uma das vias ficará em poder do prêso, que assinará a
outra; e, se não quiser ou não puder fazê-lo, certificá-lo-á o executor do man-
dado, na própria via dêste.

Tempo e lugar da captura

Art. 226. A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,
respeitadas as garantias relativas à inviolabilidade do domicílio.

Desdobramento do mandado

Art. 227. Para cumprimento do mandado, a autoridade policial militar ou


a judiciária poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências,
devendo em cada um dêles ser fielmente reproduzido o teor do original.

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Expedição de precatória ou ofício

Art. 228. Se o capturando estiver em lugar estranho à jurisdição do juiz


que ordenar a prisão, mas em território nacional, a captura será pedida por
precatória, da qual constará o mesmo que se contém nos mandados de pri-
são; no curso do inquérito policial militar a providência será solicitada pelo
seu encarregado, com os mesmos requisitos, mas por meio de ofício, ao co-
mandante da Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, respectivamente.

Via telegráfica ou radiográfica

Parágrafo único. Havendo urgência, a captura poderá ser requisitada por


via telegráfica ou radiográfica, autenticada a firma da autoridade requisitan-
te, o que se mencionará no despacho.

Captura no estrangeiro

Art. 229. Se o capturando estiver no estrangeiro, a autoridade judiciária


se dirigirá ao Ministro da Justiça para que, por via diplomática, sejam toma-
das as providências que no caso couberem.
Art. 230. A captura se fará:

Caso de flagrante

a) em caso de flagrante, pela simples voz de prisão;

Caso de mandado

b) em caso de mandado, pela entrega ao capturando de uma das vias e


conseqüente voz de prisão dada pelo executor, que se identificará.

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Recaptura

Parágrafo único. A recaptura de indiciado ou acusado evadido independe


de prévia ordem da autoridade, e poderá ser feita por qualquer pessoa.

Captura em domicílio

Art. 231. Se o executor verificar que o capturando se encontra em alguma


casa, ordenará ao dono dela que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão.

Caso de busca

Parágrafo único. Se o executor não tiver certeza da presença do capturan-


do na casa, poderá proceder à busca, para a qual, entretanto, será necessária
a expedição do respectivo mandado, a menos que o executor seja a própria
autoridade competente para expedi-lo.

Recusa da entrega do capturando

Art. 232. Se não fôr atendido, o executor convocará duas testemunhas e


procederá da seguinte forma:
a) sendo dia, entrará à fôrça na casa, arrombando-lhe a porta, se neces-
sário;
b) sendo noite, fará guardar tôdas as saídas, tornando a casa incomunicá-
vel, e, logo que amanheça, arrombar-lhe-á a porta e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar à entrega do capturando será
levado à presença da autoridade, para que contra êle se proceda, como de
direito, se sua ação configurar infração penal.

Flagrante no interior de casa

Art. 233. No caso de prisão em flagrante que se deva efetuar no interior


de casa, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que fôr aplicável.

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Oficial da Polícia Militar

Emprêgo de fôrça

Art. 234. O emprego de fôrça só é permitido quando indispensável, no


caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência
da parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la
ou para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De
tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.
Emprêgo de algemas
§ 1º O emprêgo de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo
de fuga ou de agressão da parte do prêso, e de modo algum será permitido,
nos presos a que se refere o art. 242.

Uso de armas

§ 2º O recurso ao uso de armas só se justifica quando absolutamente ne-


cessário para vencer a resistência ou proteger a incolumidade do executor da
prisão ou a de auxiliar seu.

Captura fora da jurisdição

Art. 235. Se o indiciado ou acusado, sendo perseguido, passar a território


de outra jurisdição, observar-se-á, no que fôr aplicável, o disposto nos arts.
186, 187 e 188.

Cumprimento de precatória

Art. 236. Ao receber precatória para a captura de alguém, cabe ao audi-


tor deprecado:
a) verificar a autenticidade e a legalidade do documento;
b) se o reputar perfeito, apor-lhe o cumpra-se e expedir mandado de prisão;
c) cumprida a ordem, remeter a precatória e providenciar a entrega do
prêso ao juiz deprecante.

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Remessa dos autos a outro juiz

Parágrafo único. Se o juiz deprecado verificar que o capturando se encon-


tra em território sujeito à jurisdição de outro juiz militar, remeter-lhe-á os au-
tos da precatória. Se não tiver notícia do paradeiro do capturando, devolverá
os autos ao juiz deprecante.

Entrega de prêso. Formalidades

Art. 237. Ninguém será recolhido à prisão sem que ao responsável pela
custódia seja entregue cópia do respectivo mandado, assinada pelo executor,
ou apresentada guia expedida pela autoridade competente, devendo ser pas-
sado recibo da entrega do prêso, com declaração do dia, hora e lugar da prisão.

Recibo

Parágrafo único. O recibo será passado no próprio exemplar do mandado,


se êste fôr o documento exibido.

Transferência de prisão

Art. 238. Nenhum prêso será transferido de prisão sem que o responsá-
vel pela transferência faça a devida comunicação à autoridade judiciária que
ordenou a prisão, nos têrmos do art. 18.

Recolhimento a nova prisão

Parágrafo único. O prêso transferido deverá ser recolhido à nova prisão


com as mesmas formalidades previstas no art. 237 e seu parágrafo único.

Separação de prisão

Art. 239. As pessoas sujeitas a prisão provisória deverão ficar separadas


das que estiverem definitivamente condenadas.

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Local da prisão

Art. 240. A prisão deve ser em local limpo e arejado, onde o detento pos-
sa repousar durante a noite, sendo proibido o seu recolhimento a masmorra,
solitária ou cela onde não penetre a luz do dia.

Respeito à integridade do prêso e assistência

Art. 241. Impõe-se à autoridade responsável pela custódia o respeito à


integridade física e moral do detento, que terá direito a presença de pessoa
da sua família e a assistência religiosa, pelo menos uma vez por semana, em
dia prèviamente marcado, salvo durante o período de incomunicabilidade,
bem como à assistência de advogado que indicar, nos têrmos do art. 71, ou,
se estiver impedido de fazê-lo, à do que fôr indicado por seu cônjuge, ascen-
dente ou descendente.
Parágrafo único. Se o detento necessitar de assistência para tratamento
de saúde ser-lhe-á prestada por médico militar.

Prisão especial

Art. 242. Serão recolhidos a quartel ou a prisão especial, à disposição


da autoridade competente, quando sujeitos a prisão, antes de condenação
irrecorrível:
a) os ministros de Estado;
b) os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o prefeito
do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia;
c) os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e das As-
sembléias Legislativas dos Estados;
d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou civis
reconhecidas em lei;
e) os magistrados;

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Oficial da Polícia Militar

f) os oficiais das Fôrças Armadas, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros,


Militares, inclusive os da reserva, remunerada ou não, e os reformados;
g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional;
h) os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino nacional;
i) os ministros do Tribunal de Contas;
j) os ministros de confissão religiosa.

Prisão de praças

Parágrafo único. A prisão de praças especiais e a de graduados atenderá


aos respectivos graus de hierarquia.

Seção II
Da prisão em flagrante

Pessoas que efetuam prisão em flagrante

Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem


fôr insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.

Sujeição a flagrante delito

Art. 244. Considera-se em flagrante delito aquêle que:


a) está cometendo o crime;
b) acaba de cometê-lo;
c) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar
ser êle o seu autor;
d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou pa-
péis que façam presumir a sua participação no fato delituoso.

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Oficial da Polícia Militar

Infração permanente

Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em


flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Lavratura do auto

Art. 245. Apresentado o prêso ao comandante ou ao oficial de dia, de ser-


viço ou de quarto, ou autoridade correspondente, ou à autoridade judiciária,
será, por qualquer dêles, ouvido o condutor e as testemunhas que o acompa-
nharem, bem como inquirido o indiciado sôbre a imputação que lhe é feita, e
especialmente sôbre o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de
tudo auto, que será por todos assinado.
§ 1º Em se tratando de menor inimputável, será apresentado, imediata-
mente, ao juiz de menores.

Ausência de testemunhas

§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante,


que será assinado por duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado
a apresentação do preso.

Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto

§ 3º Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, não souber ou não


puder fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham
ouvido a leitura na presença do indiciado, do condutor e das testemunhas do
fato delituoso.

Designação de escrivão

§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para


exercer as funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou se-
gundo-tenente, se o indiciado fôr oficial. Nos demais casos, poderá designar
um subtenente, suboficial ou sargento.

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Falta ou impedimento de escrivão

§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no pa-


rágrafo anterior, a autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa
idônea, que, para êsse fim, prestará o compromisso legal.

Recolhimento a prisão. Diligências

Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pes-


soa conduzida, a autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se,
imediatamente, se fôr o caso, a exame de corpo de delito, à busca e apre-
ensão dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência necessária ao
seu esclarecimento.

Nota de culpa

Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao prê-
so nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome
do condutor e os das testemunhas.

Recibo da nota de culpa

§ 1º Da nota de culpa o prêso passará recibo que será assinado por duas
testemunhas, quando êle não souber, não puder ou não quiser assinar.

Relaxamento da prisão

§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar


ou judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a
não participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de
infração penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Registro das ocorrências

Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto
ou têrmo, para remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta
confirme ou infirme os atos praticados.

Fato praticado em presença da autoridade

Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da autoridade, ou con-


tra ela, no exercício de suas funções, deverá ela própria prender e autuar em
flagrante o infrator, mencionando a circunstância.

Prisão em lugar não sujeito à administração militar

Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada em lugar não sujeito
à administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela
autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a prisão.

Remessa do auto de flagrante ao juiz

Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente


ao juiz competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no
máximo, dentro em cinco dias, se depender de diligência prevista no art. 246.

Passagem do prêso à disposição do juiz

Parágrafo único. Lavrado o auto de flagrante delito, o prêso passará ime-


diatamente à disposição da autoridade judiciária competente para conhecer
do processo.

Devolução do auto

Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à autoridade militar,


pelo juiz ou a requerimento do Ministério Público, se novas diligências forem
julgadas necessárias ao esclarecimento do fato.

914
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Concessão de liberdade provisória

Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o
agente praticou o fato nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto
no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao
indiciado liberdade provisória, mediante têrmo de comparecimento a todos os
atos do processo, sob pena de revogar a concessão.

Seção III
Da prisão preventiva

Competência e requisitos para a decretação

Art. 254. A prisão preventiva pode ser decretada pelo auditor ou pelo
Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-
diante representação da autoridade encarregada do inquérito policial-militar,
em qualquer fase dêste ou do processo, concorrendo os requisitos seguintes:
a) prova do fato delituoso;
b) indícios suficientes de autoria.

No Superior Tribunal Militar

Parágrafo único. Durante a instrução de processo originário do Superior


Tribunal Militar, a decretação compete ao relator.

Casos de decretação

Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, de-
verá fundar-se em um dos seguintes casos:
a) garantia da ordem pública;
b) conveniência da instrução criminal;
c) periculosidade do indiciado ou acusado;

915
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

d) segurança da aplicação da lei penal militar;


e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e dis-
ciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do
indiciado ou acusado.

Fundamentação do despacho

Art. 256. O despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será


sempre fundamentado; e, da mesma forma, o seu pedido ou requisição, que
deverá preencher as condições previstas nas letras a e b , do art. 254.

Desnecessidade da prisão

Art. 257. O juiz deixará de decretar a prisão preventiva, quando, por qual-
quer circunstância evidente dos autos, ou pela profissão, condições de vida
ou interêsse do indiciado ou acusado, presumir que êste não fuja, nem exerça
influência em testemunha ou perito, nem impeça ou perturbe, de qualquer
modo, a ação da justiça.
Modificação de condições
Parágrafo único. Essa decisão poderá ser revogada a todo o tempo, desde
que se modifique qualquer das condições previstas neste artigo.

Proibição

Art. 258. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz


verificar, pelas provas constantes dos autos, ter o agente praticado o fato nas
condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e
42, do Código Penal Militar.

Revogação e nova decretação

Art. 259. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do pro-
cesso, verificar a falta de motivos para que subsista, bem como de nôvo de-
cretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. A prorrogação da prisão preventiva dependerá de prévia


audiência do Ministério Público.

Execução da prisão preventiva

Art. 260. A prisão preventiva executar-se-á por mandado, com os requisi-


tos do art. 225. Se o indiciado ou acusado já se achar detido, será notificado
do despacho que a decretar pelo escrivão do inquérito, ou do processo, que
o certificará nos autos.

Passagem à disposição do juiz

Art. 261. Decretada a prisão preventiva, o prêso passará à disposição da


autoridade judiciária, observando-se o disposto no art. 237.

CAPÍTULO IV
DO COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO

Tomada de declarações

Art. 262. Comparecendo espontâneamente o indiciado ou acusado, to-


mar-se-ão por têrmo as declarações que fizer. Se o comparecimento não se
der perante a autoridade judiciária, a esta serão apresentados o têrmo e o
indiciado ou acusado, para que delibere acêrca da prisão preventiva ou de
outra medida que entender cabível.
Parágrafo único. O têrmo será assinado por duas testemunhas presenciais
do ocorrido; e, se o indiciado ou acusado não souber ou não puder assinar,
sê-lo-á por uma pessoa a seu rôgo, além das testemunhas mencionadas.

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Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO V
DA MENAGEM

Competência e requisitos para a concessão

Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos crimes cujo
máximo da pena privativa da liberdade não exceda a quatro anos, tendo-se,
porém, em atenção a natureza do crime e os antecedentes do acusado.

Lugar da menagem

Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no lugar em que residia


quando ocorreu o crime ou seja sede do juízo que o estiver apurando, ou,
atendido o seu pôsto ou graduação, em quartel, navio, acampamento, ou em
estabelecimento ou sede de órgão militar. A menagem a civil será no lugar da
sede do juízo, ou em lugar sujeito à administração militar, se assim o enten-
der necessário a autoridade que a conceder.

Audiência do Ministério Público

§ 1º O Ministério Público será ouvido, prèviamente, sôbre a concessão da


menagem, devendo emitir parecer dentro do prazo de três dias.

Pedido de informação

§ 2º Para a menagem em lugar sujeito à administração militar, será pedida


informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelo
respectivo comando ou direção.

Cassação da menagem

Art. 265. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para o
qual foi ela concedida, ou faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial
para que tenha sido intimado ou a que deva comparecer independentemente
de intimação especial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Menagem do insubmisso

Art. 266. O insubmisso terá o quartel por menagem, independentemente


de decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassada pela autoridade militar,
por conveniência de disciplina.

Cessação da menagem

Art. 267. A menagem cessa com a sentença condenatória, ainda que não
tenha passado em julgado.
Parágrafo único. Salvo o caso do artigo anterior, o juiz poderá ordenar a ces-
sação da menagem, em qualquer tempo, com a liberação das obrigações dela
decorrentes, desde que não a julgue mais necessária ao interêsse da Justiça.

Contagem para a pena

Art. 268. A menagem concedida em residência ou cidade não será levada


em conta no cumprimento da pena.

Reincidência

Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem.

CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA

Casos de liberdade provisória

Art. 270. O indiciado ou acusado livrar-se-á sôlto no caso de infração a


que não fôr cominada pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Poderá livrar-se sôlto:
a) no caso de infração culposa, salvo se compreendida entre as previstas
no Livro I, Título I, da Parte Especial, do Código Penal Militar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) no caso de infração punida com pena de detenção não superior a dois


anos, salvo as previstas nos arts. 157, 160, 161, 162, 163, 164, 166, 173,
176, 177, 178, 187, 192, 235, 299 e 302, do Código Penal Militar.

Suspensão

Art. 271. A superveniência de qualquer dos motivos referidos no art. 255


poderá determinar a suspensão da liberdade provisória, por despacho da au-
toridade que a concedeu, de ofício ou a requerimento do Ministério Público.

CAPÍTULO VII
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE MEDIDAS DE SEGURANÇA

Casos de aplicação

Art. 272. No curso do inquérito, mediante representação do encarregado,


ou no curso do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
enquanto não fôr proferida sentença irrecorrível, o juiz poderá, observado o
disposto no art. 111, do Código Penal Militar, submeter às medidas de segu-
rança que lhes forem aplicáveis:
a) os que sofram de doença mental, de desenvolvimento mental incomple-
to ou retardado, ou outra grave perturbação de consciência;
b) os ébrios habituais;
c) os toxicômanos;
d) os que estejam no caso do art. 115, do Código Penal Militar.

Interdição de estabelecimento ou sociedade

§ 1º O juiz poderá, da mesma forma, decretar a interdição, por tempo não


superior a cinco dias, de estabelecimento industrial ou comercial, bem como
de sociedade ou associação, que esteja no caso do art. 118, do Código Penal
Militar, a fim de ser nela realizada busca ou apreensão ou qualquer outra dili-
gência permitida neste Código, para elucidação de fato delituoso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Fundamentação

§ 2º Será fundamentado o despacho que aplicar qualquer das medidas


previstas neste artigo.

Irrecorribilidade de despacho

Art. 273. Não caberá recurso do despacho que decretar ou denegar a


aplicação provisória da medida de segurança, mas esta poderá ser revogada,
substituída ou modificada, a critério do juiz, mediante requerimento do Minis-
tério Público, do indiciado ou acusado, ou de representante legal de qualquer
dêstes, nos casos das letras a e c do artigo anterior.

Necessidade da perícia médica

Art. 274. A aplicação provisória da medida de segurança, no casos da


letra a do art. 272 não dispensa nem supre realização da perícia médica, nos
têrmos dos arts. 156 e 160.

Normas supletivas

Art. 275. Decretada a medida, atender-se-á, no que fôr aplicável, às dis-


posições relativas à execução da sentença definitiva.

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela

Art. 276. A suspensão provisória do exercício do pátrio poder, da tutela


ou da curatela, para efeito no juízo penal militar, deverá ser processada no
juízo civil.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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TÍTULO XV
DOS ATOS PROBATÓRIOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Irrestrição da prova

Art. 294. A prova no juízo penal militar, salvo quanto ao estado das pes-
soas, não está sujeita às restrições estabelecidas na lei civil.

Admissibilidade do tipo de prova

Art. 295. É admissível, nos têrmos dêste Código, qualquer espécie de


prova, desde que não atente contra a moral, a saúde ou a segurança indivi-
dual ou coletiva, ou contra a hierarquia ou a disciplina militares.

Ônus da prova. Determinação de diligência

Art. 296. O ônus da prova compete a quem alegar o fato, mas o juiz po-
derá, no curso da instrução criminal ou antes de proferir sentença, determi-
nar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sôbre ponto relevante. Realizada
a diligência, sôbre ela serão ouvidas as partes, para dizerem nos autos, den-
tro em quarenta e oito horas, contadas da intimação, por despacho do juiz.

Inversão do ônus da prova

§ 1º Inverte-se o ônus de provar se a lei presume o fato até prova em


contrário.

Isenção

§ 2º Ninguém está obrigado a produzir prova que o incrimine, ou ao seu


cônjuge, descendente, ascendente ou irmão.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Avaliação de prova

Art. 297. O juiz formará convicção pela livre apreciação do conjunto


das provas colhidas em juízo. Na consideração de cada prova, o juiz deverá
confrontá-la com as demais, verificando se entre elas há compatibilidade e
concordância.

Prova na língua nacional

Art. 298. Os atos do processo serão expressos na língua nacional.

Intérprete

§ 1º Será ouvido por meio de intérprete o acusado, a testemunha ou


quem quer que tenha de prestar esclarecimento oral no processo, desde que
não saiba falar a língua nacional ou nela não consiga, com exatidão, enunciar
o que pretende ou compreender o que lhe é perguntado.

Tradutor

§ 2º Os documentos em língua estrangeira serão traduzidos para a nacio-


nal, por tradutor público ou por tradutor nomeado pelo juiz, sob compromisso.

Interrogatório ou inquirição do mudo, do surdo e do surdo-mudo

Art. 299. O interrogatório ou inquirição do mudo, do surdo, ou do surdo-


-mudo será feito pela forma seguinte:
a) ao surdo, serão apresentadas por escrito as perguntas, que êle respon-
derá oralmente;
b) ao mudo, as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as êle por
escrito;
c) ao surdo-mudo, as perguntas serão formuladas por escrito, e por escri-
to dará êle as respostas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º Caso o interrogado ou inquirido não saiba ler ou escrever, intervirá no


ato, como intérprete, pessoa habilitada a entendê-lo.
§ 2º Aplica-se ao ofendido o disposto neste artigo e § 1º.

Consignação das perguntas e respostas

Art. 300. Sem prejuízo da exposição que o ofendido, o acusado ou a


testemunha quiser fazer, a respeito do fato delituoso ou circunstâncias que
tenham com êste relação direta, serão consignadas as perguntas que lhes fo-
rem dirigidas, bem como, imediatamente, as respectivas respostas, devendo
estas obedecer, com a possível exatidão, aos têrmos em que foram dadas.

Oralidade e formalidades das declarações

§ 1º As perguntas e respostas serão orais, podendo estas, entretanto, ser


dadas por escrito, se o declarante, embora não seja mudo, estiver impedido
de enunciá-las. Obedecida esta condição, o mesmo poderá ser admitido a
respeito da exposição referida neste artigo, desde que escrita no ato da in-
quirição e sem intervenção de outra pessoa.
§ 2º Nos processos de primeira instância compete ao auditor e nos origi-
nários do Superior Tribunal Militar ao relator fazer as perguntas ao declarante
e ditar as respostas ao escrivão. Qualquer dos membros do Conselho de Jus-
tiça poderá, todavia, fazer as perguntas que julgar necessárias e que serão
consignadas com as respectivas respostas.
§ 3º As declarações do ofendido, do acusado e das testemunhas, bem
como os demais incidentes que lhes tenham relação, serão reduzidos a têrmo
pelo escrivão, assinado pelo juiz, pelo declarante e pelo defensor do acusado,
se o quiser. Se o declarante não souber escrever ou se recusar a assiná-lo, o
escrivão o declarará à fé do seu cargo, encerrando o têrmo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Observância no inquérito

Art. 301. Serão observadas no inquérito as disposições referentes às tes-


temunhas e sua acareação, ao reconhecimento de pessoas e coisas, aos atos
periciais e a documentos, previstas neste Título, bem como quaisquer outras
que tenham pertinência com a apuração do fato delituoso e sua autoria.

CAPÍTULO II
DA QUALIFICAÇÃO E DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Tempo e lugar do interrogatório

Art. 302. O acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar,


dia e hora designados pelo juiz, após o recebimento da denúncia; e, se pre-
sente à instrução criminal ou prêso, antes de ouvidas as testemunhas.

Comparecimento no curso do processo

Parágrafo único. A qualificação e o interrogatório do acusado que se apre-


sentar ou fôr prêso no curso do processo, serão feitos logo que ele compare-
cer perante o juiz.

Interrogatório pelo juiz

Art. 303. O interrogatório será feito, obrigatòriamente, pelo juiz, não sen-
do nêle permitida a intervenção de qualquer outra pessoa.

Questões de ordem

Parágrafo único. Findo o interrogatório, poderão as partes levantar ques-


tões de ordem, que o juiz resolverá de plano, fazendo-as consignar em ata
com a respectiva solução, se assim lhe fôr requerido.

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Interrogatório em separado

Art. 304. Se houver mais de um acusado, será cada um dêles interrogado


separadamente.

Observações ao acusado

Art. 305. Antes de iniciar o interrogatório, o juiz observará ao acusado que,


embora não esteja obrigado a responder às perguntas que lhe forem formula-
das, o seu silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa.

Perguntas não respondidas

Parágrafo único. Consignar-se-ão as perguntas que o acusado deixar de


responder e as razões que invocar para não fazê-lo.

Forma e requisitos do interrogatório

Art. 306. O acusado será perguntado sôbre o seu nome, naturalidade,


estado, idade, filiação, residência, profissão ou meios de vida e lugar onde
exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem defensor. Respondidas
essas perguntas, será cientificado da acusação pela leitura da denúncia e es-
tritamente interrogado da seguinte forma:
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia
desta e de que forma;
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na denúncia,
desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas;
c) se conhece as provas contra êle apuradas e se tem alguma coisa a ale-
gar a respeito das mesmas;
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer
dos objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos;
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita;

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Oficial da Polícia Militar

f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular


a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser imputa-
da a prática do crime e se com elas esteve antes ou depois desse fato;
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração e, em
caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a
cumpriu;
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer.

Nomeação de defensor ou curador

§ 1º Se o acusado declarar que não tem defensor, o juiz dar-lhe-á um,


para assistir ao interrogatório. Se menor de vinte e um anos, nomear-lhe-á
curador, que poderá ser o próprio defensor.

Caso de confissão

§ 2º Se o acusado confessar a infração, será especialmente interrogado:


a ) sôbre quais os motivos e as circunstâncias da infração;
b) sôbre se outras pessoas concorreram para ela, quais foram e de que
modo agiram.

Negativa da imputação

§ 3º Se o acusado negar a imputação no todo ou em parte, será convidado


a indicar as provas da verdade de suas declarações.

CAPÍTULO III
DA CONFISSÃO

Validade da confissão

Art. 307. Para que tenha valor de prova, a confissão deve:


a) ser feita perante autoridade competente;
b) ser livre, espontânea e expressa;

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c) versar sôbre o fato principal;


d) ser verossímil;
e) ter compatibilidade e concordância com as demais provas do processo.

Silêncio do acusado

Art. 308. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá


constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.

Retratabilidade e divisibilidade

Art. 309. A confissão é retratável e divisível, sem prejuízo do livre con-


vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

Confissão fora do interrogatório

Art. 310. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada


por têrmo nos autos, observado o disposto no art. 304.

CAPÍTULO IV
DAS PERGUNTAS AO OFENDIDO

Qualificação do ofendido. Perguntas

Art. 311. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sôbre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por têrmo as suas declarações.

Falta de comparecimento

Parágrafo único. Se, notificado para êsse fim, deixar de comparecer sem
motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade, sem ficar su-
jeito, entretanto, a qualquer sanção.

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Presença do acusado

Art. 312. As declarações do ofendido serão feitas na presença do acu-


sado, que poderá contraditá-las no todo ou em parte, após a sua conclusão,
bem como requerer ao juiz que o ofendido esclareça ou torne mais precisa
qualquer das suas declarações, não podendo, entretanto, reperguntá-lo.

Isenção de resposta

Art. 313. O ofendido não está obrigado a responder pergunta que possa
incriminá-lo, ou seja estranha ao processo.

CAPÍTULO V
DAS PERÍCIAS E EXAMES

Objeto da perícia

Art. 314. A perícia pode ter por objeto os vestígios materiais deixados
pelo crime ou as pessoas e coisas, que, por sua ligação com o crime, possam
servir-lhe de prova.

Determinação

Art. 315. A perícia pode ser determinada pela autoridade policial militar
ou pela judiciária, ou requerida por qualquer das partes.

Negação

Parágrafo único. Salvo no caso de exame de corpo de delito, o juiz poderá


negar a perícia, se a reputar desnecessária ao esclarecimento da verdade.

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Formulação de quesitos

Art. 316. A autoridade que determinar perícia formulará os quesitos que


entender necessários. Poderão, igualmente, fazê-lo: no inquérito, o indiciado;
e, durante a instrução criminal, o Ministério Público e o acusado, em prazo
que lhes fôr marcado para aquêle fim, pelo auditor.

Requisitos

Art. 317. Os quesitos devem ser específicos, simples e de sentido inequí-


voco, não podendo ser sugestivos nem conter implícita a resposta.

Exigência de especificação e esclarecimento

§ 1º O juiz, de ofício ou a pedido de qualquer dos peritos, poderá mandar


que as partes especifiquem os quesitos genéricos, dividam os complexos ou
esclareçam os duvidosos, devendo indeferir os que não sejam pertinentes ao
objeto da perícia, bem como os que sejam sugestivos ou contenham implí-
cita a resposta.

Esclarecimento de ordem técnica

§ 2º Ainda que o quesito não permita resposta decisiva do perito, poderá


ser formulado, desde que tenha por fim esclarecimento indispensável de or-
dem técnica, a respeito de fato que é objeto da perícia.

Número dos peritos e habilitação

Art. 318. As perícias serão, sempre que possível, feitas por dois peritos,
especializados no assunto ou com habilitação técnica, observado o disposto
no art. 48.

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Resposta aos quesitos

Art. 319. Os peritos descreverão minuciosamente o que examinarem e


responderão com clareza e de modo positivo aos quesitos formulados, que
serão transcritos no laudo.

Fundamentação

Parágrafo único. As respostas poderão ser fundamentadas, em seqüência


a cada quesito.

Apresentação de pessoas e objetos

Art. 320. Os peritos poderão solicitar da autoridade competente a apre-


sentação de pessoas, instrumentos ou objetos que tenham relação com cri-
me, assim como os esclarecimentos que se tornem necessários à orientação
da perícia.

Requisição de perícia ou exame

Art. 321. A autoridade policial militar e a judiciária poderão requisitar dos


institutos médico-legais, dos laboratórios oficiais e de quaisquer repartições
técnicas, militares ou civis, as perícias e exames que se tornem necessários
ao processo, bem como, para o mesmo fim, homologar os que nêles tenham
sido regularmente realizados.

Divergência entre os peritos

Art. 322. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no


auto de exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro. Se
êste divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a nôvo exame
por outros peritos.

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Suprimento do laudo

Art. 323. No caso de inobservância de formalidade ou no caso de omis-


são, obscuridade ou contradição, a autoridade policial militar ou judiciária
mandará suprir a formalidade, ou completar ou esclarecer o laudo. Poderá
igualmente, sempre que entender necessário, ouvir os peritos, para qualquer
esclarecimento.

Procedimento de nôvo exame

Parágrafo único. A autoridade poderá, também, ordenar que se proceda a


nôvo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

Ilustração dos laudos

Art. 324. Sempre que conveniente e possível, os laudos de perícias ou


exames serão ilustrados com fotografias, microfotografias, desenhos ou es-
quemas, devidamente rubricados.

Prazo para apresentação do laudo

Art. 325. A autoridade policial militar ou a judiciária, tendo em atenção a


natureza do exame, marcará prazo razoável, que poderá ser prorrogado, para
a apresentação dos laudos.

Vista do laudo

Parágrafo único. Do laudo será dada vista às partes, pelo prazo de três
dias, para requererem quaisquer esclarecimentos dos peritos ou apresenta-
rem quesitos suplementares para êsse fim, que o juiz poderá admitir, desde
que pertinentes e não infrinjam o art. 317 e seu § 1º.

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Liberdade de apreciação

Art. 326. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.

Perícias em lugar sujeito à administração militar ou repartição

Art. 327. As perícias, exames ou outras diligências que, para fins probató-
rios, tenham que ser feitos em quartéis, navios, aeronaves, estabelecimentos
ou repartições, militares ou civis, devem ser precedidos de comunicações aos
respectivos comandantes, diretores ou chefes, pela autoridade competente.

Infração que deixa vestígios

Art. 328. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame


de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.

Corpo de delito indireto

Parágrafo único. Não sendo possível o exame de corpo de delito direto,


por haverem desaparecido os vestígios da infração, supri-lo-á a prova tes-
temunhal.

Oportunidade do exame

Art. 329. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.

Exame nos crimes contra a pessoa

Art. 330. Os exames que tiverem por fim comprovar a existência de crime
contra a pessoa abrangerão:

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a) exames de lesões corporais;


b) exames de sanidade física;
c) exames de sanidade mental;
d) exames cadavéricos, precedidos ou não de exumação;
e) exames de identidade de pessoa;
f) exames de laboratório;
g) exames de instrumentos que tenham servido à prática do crime.

Exame pericial incompleto

Art. 331. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver


sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar, por determinação da
autoridade policial militar ou judiciária, de ofício ou a requerimento do indi-
ciado, do Ministério Público, do ofendido ou do acusado.

Suprimento de deficiência

§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo


de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

Exame de sanidade física

§ 2º Se o exame complementar tiver por fim verificar a sanidade física


do ofendido, para efeito da classificação do delito, deverá ser feito logo que
decorra o prazo de trinta dias, contado da data do fato delituoso.

Suprimento do exame complementar

§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova teste-


munhal.

Realização pelos mesmos peritos

§ 4º O exame complementar pode ser feito pelos mesmos peritos que


procederam ao de corpo de delito.

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Exame de sanidade mental

Art. 332. Os exames de sanidade mental obedecerão, em cada caso, no


que fôr aplicável, às normas prescritas no Capítulo II, do Título XII.

Autópsia

Art. 333. Haverá autópsia:


a) quando, por ocasião de ser feito o corpo de delito, os peritos a julgarem
necessária;
b) quando existirem fundados indícios de que a morte resultou, não da
ofensa, mas de causas mórbidas anteriores ou posteriores à infração;
c) nos casos de envenenamento.

Ocasião da autópsia

Art. 334. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais da morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.

Impedimento de médico

Parágrafo único. A autópsia não poderá ser feita por médico que haja tra-
tado o morto em sua última doença.

Casos de morte violenta

Art. 335. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame exter-
no do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as
lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessi-
dade de exame interno, para a verificação de alguma circunstância relevante.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Fotografia de cadáver

Art. 336. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na po-


sição em que forem encontrados.

Identidade do cadáver

Art. 337. Havendo dúvida sôbre a identidade do cadáver, proceder-se-á


ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição
congênere, pela inquirição de testemunhas ou outro meio de direito, lavran-
do-se auto de reconhecimento e identidade, no qual se descreverá o cadáver,
com todos os sinais e indicações.

Arrecadação de objetos

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados to-


dos os objetos que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

Exumação

Art. 338. Haverá exumação, sempre que esta fôr necessária ao esclare-
cimento do processo.

Designação de dia e hora

§ 1º A autoridade providenciará para que, em dia e hora prèviamente


marcados, se realize a diligência e o exame cadavérico, dos quais se lavrará
auto circunstanciado.

Indicação de lugar

§ 2º O administrador do cemitério ou por êle responsável indicará o lugar


da sepultura, sob pena de desobediência.

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Pesquisas

§ 3º No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou o lugar


onde esteja o cadáver, a autoridade mandará proceder às pesquisas necessá-
rias, o que tudo constará do auto.

Conservação do local do crime

Art. 339. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticado o
crime, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o
estado das coisas, até a chegada dos peritos. (Vide Lei n. 6.174, de 1974)

Perícias de laboratório

Art. 340. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-


ciente para a eventualidade de nova perícia.

Danificação da coisa

Art. 341. Nos crimes em que haja destruição, danificação ou violação da


coisa, ou rompimento de obstáculo ou escalada para fim criminoso, os peri-
tos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que
meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.

Avaliação direta

Art. 342. Proceder-se-á à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou


que constituam produto de crime.

Avaliação indireta

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à


avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultem de
pesquisas ou diligências.

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Oficial da Polícia Militar

Caso de incêndio

Art. 343. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em


que houver começado, o perigo que dêle tiver resultado para a vida e para o
patrimônio alheio, e, especialmente, a extensão do dano e o seu valor, quando
atingido o patrimônio sob administração militar, bem como quaisquer outras
circunstâncias que interessem à elucidação do fato. Será recolhido no local o
material que os peritos julgarem necessário para qualquer exame, por êles ou
outros peritos especializados, que o juiz nomeará, se entender indispensáveis.

Reconhecimento de escritos

Art. 344. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação


de letra, observar-se-á o seguinte:
a) a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito, será intimada
para o ato, se fôr encontrada;
b) para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que ela re-
conhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho,
ou sôbre cuja autenticidade não houver dúvida;

Requisição de documentos

c) a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os docu-


mentos que existirem em arquivos ou repartições públicas, ou nêles realizará
a diligência, se dali não puderem ser retirados;
d) quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe fôr ditado;

Ausência da pessoa

e) se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência


poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras a que a
pessoa será intimada a responder.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Exame de instrumentos do crime

Art. 345. São sujeitos a exame os instrumentos empregados para a práti-


ca de crime, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência e, sempre que
possível, a origem e propriedade.

Precatória

Art. 346. Se a perícia ou exame tiver de ser feito em outra jurisdição,


policial militar ou judiciária, expedir-se-á precatória, que obedecerá, no que
lhe fôr aplicável, às prescrições dos artigos 283, 359, 360 e 361.
Parágrafo único. Os quesitos da autoridade deprecante e os das partes
serão transcritos na precatória.

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Notificação de testemunhas

Art. 347. As testemunhas serão notificadas em decorrência de despacho


do auditor ou deliberação do Conselho de Justiça, em que será declarado o
fim da notificação e o lugar, dia e hora em que devem comparecer.

Comparecimento obrigatório

§ 1º O comparecimento é obrigatório, nos têrmos da notificação, não po-


dendo dêle eximir-se a testemunha, salvo motivo de fôrça maior, devidamen-
te justificado.

Falta de comparecimento

§ 2º A testemunha que, notificada regularmente, deixar de comparecer


sem justo motivo, será conduzida por oficial de justiça e multada pela auto-
ridade notificante na quantia de um vigésimo a um décimo do salário mínimo

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

vigente no lugar. Havendo recusa ou resistência à condução, o juiz poderá


impor-lhe prisão até quinze dias, sem prejuízo do processo penal por crime
de desobediência.

Oferecimento de testemunhas

Art. 348. A defesa poderá indicar testemunhas, que deverão ser apresen-
tadas independentemente de intimação, no dia e hora designados pelo juiz
para inquirição, ressalvado o disposto no art. 349.

Requisição de militar ou funcionário

Art. 349. O comparecimento de militar, assemelhado, ou funcionário pú-


blico será requisitado ao respectivo chefe, pela autoridade que ordenar a
notificação.

Militar de patente superior

Parágrafo único. Se a testemunha fôr militar de patente superior à da au-


toridade notificante, será compelida a comparecer, sob as penas do § 2º do
art. 347, por intermédio da autoridade militar a que estiver imediatamente
subordinada.

Dispensa de comparecimento

Art. 350. Estão dispensados de comparecer para depor:


a) o presidente e o vice-presidente da República, os governadores e in-
terventores dos Estados, os ministros de Estado, os senadores, os deputados
federais e estaduais, os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público,
o prefeito do Distrito Federal e dos Municípios, os secretários dos Estados, os
membros dos Tribunais de Contas da União e dos Estados, o presidente do
Instituto dos Advogados Brasileiros e os presidentes do Conselho Federal e
dos Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil, os quais serão
inquiridos em local, dia e hora prèviamente ajustados entre êles e o juiz;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) as pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por velhice, que serão


inquiridas onde estiverem.

Capacidade para ser testemunha

Art. 351. Qualquer pessoa poderá ser testemunha.

Declaração da testemunha

Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, idade, estado civil, resi-
dência, profissão e lugar onde exerce atividade, se é parente, e em que grau,
do acusado e do ofendido, quais as suas relações com qualquer dêles, e re-
latar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado
na denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não po-
dendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que
prestou no inquérito. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso
de dizer a verdade sôbre o que souber e lhe fôr perguntado.

Dúvida sôbre a identidade da testemunha

§ 1º Se ocorrer dúvida sôbre a identidade da testemunha, o juiz procederá


à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o
depoimento desde logo.

Não deferimento de compromisso

§ 2º Não se deferirá o compromisso aos doentes e deficientes mentais,


aos menores de quatorze anos, nem às pessoas a que se refere o art. 354.

Contradita de testemunha antes do depoimento

§ 3º Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a tes-


temunha ou argüir circunstâncias ou defeitos que a tornem suspeita de par-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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cialidade ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a


resposta da testemunha, mas só não lhe deferirá compromisso ou a excluirá,
nos casos previstos no parágrafo anterior e no art. 355.

Após o depoimento

§ 4º Após a prestação do depoimento, as partes poderão contestá-lo, no


todo ou em parte, por intermédio do juiz, que mandará consignar a argüição
e a resposta da testemunha, não permitindo, porém, réplica a essa resposta.

Inquirição separada

Art. 353. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si , de modo


que uma não possa ouvir o depoimento da outra.

Obrigação e recusa de depor

Art. 354. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor.


Excetuam-se o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge,
ainda que desquitado, e o irmão de acusado, bem como pessoa que, com êle,
tenha vínculo de adoção, salvo quando não fôr possível, por outro modo, ob-
ter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Proibição de depor

Art. 355. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segrêdo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Testemunhas suplementares

Art. 356. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.

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Testemunhas referidas

§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, ainda que não haja requerimento das


partes, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.

Testemunha não computada

§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber


que interesse à decisão da causa.

Manifestação de opinião pessoal

Art. 357. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.

Caso de constrangimento da testemunha

Art. 358. Se o juiz verificar que a presença do acusado, pela sua atitude,
poderá influir no ânimo de testemunha, de modo que prejudique a verdade
do depoimento, fará retirá-lo, prosseguindo na inquirição, com a presença do
seu defensor. Neste caso, deverá constar da ata da sessão a ocorrência e os
motivos que a determinaram.

Expedição de precatória

Art. 359. A testemunha que residir fora da jurisdição do juízo poderá ser
inquirida pelo auditor do lugar da sua residência, expedindo-se, para êsse fim,
carta precatória, nos têrmos do art. 283, com prazo razoável, intimadas as
partes, que formularão quesitos, a fim de serem respondidos pela testemunha.

Sem efeito suspensivo

§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

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Juntada posterior

§ 2º Findo o prazo marcado, e se não fôr prorrogado, poderá realizar-se o


julgamento, mas, a todo tempo, a carta precatória, uma vez devolvida, será
junta aos autos.

Precatória a juiz do fôro comum

Art. 360. Caso não seja possível, por motivo relevante, o comparecimen-
to da testemunha perante auditor, a carta precatória poderá ser expedida a
juiz criminal de comarca onde resida a testemunha ou a esta seja acessível,
observado o disposto no artigo anterior.

Precatória a autoridade militar

Art. 361. No curso do inquérito policial militar, o seu encarregado po-


derá expedir carta precatória à autoridade militar superior do local onde a
testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de notificá-la e inquiri-la, ou
designar oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de hierarquia, se
a testemunha fôr militar. Com a precatória, enviará cópias da parte que deu
origem ao inquérito e da portaria que lhe determinou a abertura, e os que-
sitos formulados, para serem respondidos pela testemunha, além de outros
dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato.

Inquirição deprecada do ofendido

Parágrafo único. Da mesma forma, poderá ser ouvido o ofendido, se o


encarregado do inquérito julgar desnecessário solicitar-lhe a apresentação à
autoridade competente.

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Mudança de residência da testemunha

Art. 362. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-


quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.

Antecipação de depoimento

Art. 363. Se qualquer testemunha tiver de ausentar-se ou, por enfer-


midade ou idade avançada, inspirar receio de que, ao tempo da instrução
criminal, esteja impossibilitado de depor, o juiz poderá, de ofício ou a reque-
rimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

Afirmação falsa de testemunha

Art. 364. Se o Conselho de Justiça ou o Superior Tribunal Militar, ao pro-


nunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fêz afirmação fal-
sa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade
policial competente, para a instauração de inquérito.

CAPÍTULO VII
DA ACAREAÇÃO

Admissão da acareação

Art. 365. A acareação é admitida, assim na instrução criminal como no


inquérito, sempre que houver divergência em declarações sôbre fatos ou cir-
cunstâncias relevantes:
a) entre acusados;
b) entre testemunhas;
c) entre acusado e testemunha;
d) entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida;
e) entre as pessoas ofendidas.

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Pontos de divergência

Art. 366. A autoridade que realizar a acareação explicará aos acusados


quais os pontos em que divergem e, em seguida, os reinquirirá, a cada um de
per si e em presença do outro.
§ 1º Da acareação será lavrado têrmo, com as perguntas e respostas,
obediência às formalidades prescritas no § 3º do art. 300 e menção na ata da
audiência ou sessão.
§ 2º As partes poderão, por intermédio do juiz, reperguntar as testemu-
nhas ou os ofendidos acareados.

Ausência de testemunha divergente

Art. 367. Se ausente alguma testemunha cujas declarações divirjam das


de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da diver-
gência, consignando-se no respectivo têrmo o que explicar.

CAPÍTULO VIII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOA E DE COISA

Formas de procedimento

Art. 368. Quando houver necessidade de se fazer o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
a) a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;
b) a pessoa cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível,
ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se
a apontá-la quem houver de fazer o reconhecimento;
c) se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconheci-
mento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não seja vista por aquela.

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§ 1º O disposto na alínea c só terá aplicação no curso do inquérito.


§ 2º Do ato de reconhecimento lavrar-se-á têrmo pormenorizado, subscri-
to pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.

Reconhecimento de coisa

Art. 369. No reconhecimento de coisa, proceder-se-á com as cautelas


estabelecidas no artigo anterior, no que fôr aplicável

Variedade de pessoas ou coisas

Art. 370. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-


mento de pessoa ou coisa, cada uma o fará em separado, evitando-se qual-
quer comunicação entre elas. Se forem varias as pessoas ou coisas que tive-
rem de ser reconhecidas, cada uma o será por sua vez.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Natureza

Art. 371. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos


ou papéis, públicos ou particulares.

Presunção de veracidade

Art. 372. O documento público tem a presunção de veracidade, quer


quanto à sua formação quer quanto aos fatos que o serventuário, com fé pú-
blica, declare que ocorreram na sua presença.

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Identidade de prova

Art. 373. Fazem a mesma prova que os respectivos originais:


a) as certidões textuais de qualquer peça do processo, do protocolo das
audiências ou de outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por
êle, ou sob sua vigilância e por êle subscritas;
b) os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de escritos lan-
çados em suas notas;
c) as fotocópias de documentos, desde que autenticadas por oficial público;

Declaração em documento particular

Art. 374. As declarações constantes de documento particular escrito e


assinado, ou sómente assinado, presumen-se verdadeiras em relação ao
signatário.
Parágrafo único. Quando, porém, contiver declaração de ciência, ten-
dente a determinar o fato, documento particular prova a declaração, mas
não o fato declarado, competindo o ônus de provar o fato a quem interessar
a sua veracidade.

Correspondência obtida por meios criminosos

Art. 375. A correspondência particular, interceptada ou obtida por meios


criminosos, não será admitida em juízo, devendo ser desentranhada dos au-
tos se a êstes tiver sido junta, para a restituição a seus donos.

Exibição de correspondência em juízo

Art. 376. A correspondência de qualquer natureza poderá ser exibida em


juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa do seu direito, ainda que não
haja consentimento do signatário ou remetente.

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Exame pericial de letra e firma

Art. 377. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a


exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.

Apresentação de documentos

Art. 378. Os documentos poderão ser apresentados em qualquer fase do


processo, salvo se os autos dêste estiverem conclusos para julgamento, ob-
servado o disposto no art. 379.

Providências do juiz

§ 1º Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto


relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de
requerimento das partes, para a sua juntada aos autos, se possível.

Requisição de certidões ou cópias

§ 2º Poderá, igualmente, requisitar às repartições ou estabelecimentos


públicos as certidões ou cópias autênticas necessárias à prova de alegações
das partes. Se, dentro do prazo fixado, não fôr atendida a requisição, nem
justificada a impossibilidade do seu cumprimento, o juiz representará à auto-
ridade competente contra o funcionário responsável.

Providências do curso do inquérito

§ 3º O encarregado de inquérito policial militar poderá, sempre que neces-


sário ao esclarecimento do fato e sua autoria, tomar as providências referidas
nos parágrafos anteriores.

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Audiências das partes sôbre documento

Art. 379. Sempre que, no curso do processo, um documento fôr apresen-


tado por uma das partes, será ouvida, a respeito dêle, a outra parte. Se junto
por ordem do juiz, serão ouvidas ambas as partes, inclusive o assistente da
acusação e o curador do acusado, se o requererem.

Conferência da pública-forma

Art. 380. O juiz, de ofício ou a requerimento das partes, poderá ordenar


diligência para a conferência de pública-forma de documento que não puder
ser exibido no original ou em certidão ou cópia autêntica revestida dos re-
quisitos necessários à presunção de sua veracidade. A conferência será feita
pelo escrivão do processo, em dia, hora e lugar prèviamente designados, com
ciência das partes.

Devolução de documentos

Art. 381. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não


exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e depois de ouvido o Ministério Público, ser entregues
à parte que os produziu, ficando traslado nos autos; ou recibo, se se tratar de
traslado ou certidão de escritura pública. Neste caso, do recibo deverão constar
a natureza da escritura, a sua data, os nomes das pessoas que a assinaram e
a indicação do livro e respectiva fôlha do cartório em que foi celebrada.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Definição

Art. 382. Indício é a circunstância ou fato conhecido e provado, de que se


induz a existência de outra circunstância ou fato, de que não se tem prova.

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Requisitos

Art. 383. Para que o indício constitua prova, é necessário:


a) que a circunstância ou fato indicante tenha relação de causalidade, pró-
xima ou remota, com a circunstância ou o fato indicado;
b) que a circunstância ou fato coincida com a prova resultante de outro ou
outros indícios, ou com as provas diretas colhidas no processo.

LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
TÍTULO I
DO PROCESSO ORDINÁRIO
CAPÍTULO ÚNICO
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Seção I
Da prioridade de instrução. Da polícia e ordem das sessões.
Disposições Gerais

Preferência para a instrução criminal

Art. 384. Terão preferência para a instrução criminal:


a) os processos, a que respondam os acusados prêsos;
b) dentre os prêsos, os de prisão mais antiga;
c) dentre os acusados soltos e os revéis, os de prioridade de processo.

Alteração da preferência

Parágrafo único. A ordem de preferência poderá ser alterada por conveni-


ência da justiça ou da ordem militar.

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Polícia das sessões

Art. 385. A polícia e a disciplina das sessões da instrução criminal serão,

de acôrdo com o art. 36 e seus §§ 1º e 2º, exercidas pelo presidente do Con-

selho de Justiça, e pelo auditor, nos demais casos.

Conduta da assistência

Art. 386. As partes, os escrivães e os espectadores poderão estar sen-

tados durante as sessões. Levantar-se-ão, porém, quando se dirigirem aos

juízes ou quando êstes se levantarem para qualquer ato do processo.

Prerrogativas

Parágrafo único. O representante do Ministério Público e os advogados po-

derão falar sentados, e êstes terão, no que fôr aplicável, as prerrogativas que

lhes assegura o art. 89 da Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963.

Publicidade da instrução criminal

Art. 387. A instrução criminal será sempre pública, podendo, excepcio-

nalmente, a juízo do Conselho de Justiça, ser secreta a sessão, desde que o

exija o interêsse da ordem e disciplina militares, ou a segurança nacional.

Sessões fora da sede

Art. 388. As sessões e os atos processuais poderão, em caso de necessi-

dade, realizar-se fora da sede da Auditoria, em local especialmente designado

pelo auditor, intimadas as partes para êsse fim.

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Conduta inconveniente do acusado

Art. 389. Se o acusado, durante a sessão, se portar de modo inconve-


niente, será advertido pelo presidente do Conselho; e, se persistir, poderá ser
mandado retirar da sessão, que prosseguirá sem a sua presença, perante,
porém, o seu advogado ou curador. Se qualquer dêstes se recusar a perma-
necer no recinto, o presidente nomeará defensor ou curador ad hoc ao acusa-
do, para funcionar até o fim da sessão. Da mesma forma procederá o auditor,
em se tratando de ato da sua competência.

Caso de desacato

Parágrafo único. No caso de desacato a juiz, ao procurador ou ao escrivão,


o presidente do Conselho ou o auditor determinará a lavratura do auto de
flagrante delito, que será remetido à autoridade judiciária competente.

Prazo para a instrução criminal

Art. 390. O prazo para a conclusão da instrução criminal é de cinqüenta


dias, estando o acusado prêso, e de noventa, quando sôlto, contados do re-
cebimento da denúncia.

Não computação de prazo

§ 1º Não será computada naqueles prazos a demora determinada por do-


ença do acusado ou defensor, por questão prejudicial ou por outro motivo de
fôrça maior justificado pelo auditor, inclusive a inquirição de testemunhas por
precatória ou a realização de exames periciais ou outras diligências necessá-
rias à instrução criminal, dentro dos respectivos prazos.

Doença do acusado

§ 2º No caso de doença do acusado, ciente o seu advogado ou curador e


o representante do Ministério Público, poderá o Conselho de Justiça ou o au-
ditor, por delegação dêste, transportar-se ao local onde aquêle se encontrar,
procedendo aí ao ato da instrução criminal.

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Doença e ausência do defensor

§ 3º No caso de doença do defensor, que o impossibilite de comparecer à


sede do juízo, comprovada por atestado médico, com a firma de seu signa-
tário devidamente reconhecida, será adiado o ato a que aquêle devia compa-
recer, salvo se a doença perdurar por mais de dez dias, caso em que lhe será
nomeado substituto, se outro defensor não estiver ou não fôr constituído pelo
acusado. No caso de ausência do defensor, por outro motivo ou sem justifica-
tiva, ser-lhe-á nomeado substituto, para assistência ao ato e funcionamento
no processo, enquanto a ausência persistir, ressalvado ao acusado o direito
de constituir outro defensor.

Prazo para devolução de precatória

§ 4º Para a devolução de precatória, o auditor marcará prazo razoável,


findo o qual, salvo motivo de fôrça maior, a instrução criminal prosseguirá,
podendo a parte juntar, posteriormente, a precatória, como documento, nos
têrmos dos arts. 378 e 379.

Atos procedidos perante o auditor

§ 5º Salvo o interrogatório do acusado, a acareação nos têrmos do art. 365


e a inquirição de testemunhas, na sede da Auditoria, todos os demais atos da
instrução criminal poderão ser procedidos perante o auditor, com ciência do
advogado, ou curador, do acusado e do representante do Ministério Público.
§ 6º Para os atos probatórios em que é necessária a presença do Conselho
de Justiça, bastará o comparecimento da sua maioria. Se ausente o presidente,
será substituído, na ocasião, pelo oficial imediato em antigüidade ou em pôsto.

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Juntada da fé de ofício ou antecedentes

Art. 391. Juntar-se-á aos autos do processo o extrato da fé de ofício ou


dos assentamentos do acusado militar. Se o acusado fôr civil será junta a fô-
lha de antecedentes penais e, além desta, a de assentamentos, se servidor
de repartição ou estabelecimento militar.

Individual datiloscópica

Parágrafo único. Sempre que possível, juntar-se-á a individual datiloscó-


pica do acusado.

Proibição de transferência ou remoção

Art. 392. O acusado ficará à disposição exclusiva da Justiça Militar, não


podendo ser transferido ou removido para fora da sede da Auditoria, até a
sentença final, salvo motivo relevante que será apreciado pelo auditor, após
comunicação da autoridade militar, ou a requerimento do acusado, se civil.

Proibição de transferência para a reserva

Art. 393. O oficial processado, ou sujeito a inquérito policial militar, não


poderá ser transferido para a reserva, salvo se atingir a idade-limite de per-
manência no serviço ativo.

Dever do exercício de função ou serviço militar

Art. 394. O acusado sôlto não será dispensado do exercício das funções
ou do serviço militar, exceto se, no primeiro caso, houver incompatibilidade
com a infração cometida.

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Lavratura de ata

Art. 395. De cada sessão será, pelo escrivão, lavrada ata, da qual se jun-
tará cópia autêntica aos autos, dela constando os requerimentos, decisões e
incidentes ocorridos na sessão.

Retificação de ata

Parágrafo único. Na sessão seguinte, por determinação do Conselho ou


a requerimento de qualquer das partes, a ata poderá ser retificada, quando
omitir ou não houver declarado fielmente fato ocorrido na sessão.

Seção II
Do início do processo ordinário

Início do processo ordinário

Art. 396. O processo ordinário inicia-se com o recebimento da denúncia.

Falta de elementos para a denúncia

Art. 397. Se o procurador, sem prejuízo da diligência a que se refere o


art. 26, n. I, entender que os autos do inquérito ou as peças de informação
não ministram os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia,
requererá ao auditor que os mande arquivar. Se êste concordar com o pe-
dido, determinará o arquivamento; se dêle discordar, remeterá os autos ao
procurador-geral.

Designação de outro procurador

§ 1º Se o procurador-geral entender que há elementos para a ação penal,


designará outro procurador, a fim de promovê-la; em caso contrário, manda-
rá arquivar o processo.

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Avocamento do processo

§ 2º A mesma designação poderá fazer, avocando o processo, sempre que


tiver conhecimento de que, existindo em determinado caso elementos para a
ação penal, esta não foi promovida.

Alegação de incompetência do juízo

Art. 398. O procurador, antes de oferecer a denúncia, poderá alegar a


incompetência do juízo, que será processada de acôrdo com o art. 146.

Seção III
Da instalação do Conselho de Justiça

Providências do auditor

Art. 399. Recebida a denúncia, o auditor:

Sorteio ou Conselho

a) providenciará, conforme o caso, o sorteio do Conselho Especial ou a


convocação do Conselho Permanente, de Justiça;

Instalação do Conselho

b) designará dia, lugar e hora para a instalação do Conselho de Justiça;

Citação do acusado e do procurador militar

c) determinará a citação do acusado, de acôrdo com o art. 277, para as-


sistir a todos os têrmos do processo até decisão final, nos dias, lugar e horas
que forem designados, sob pena de revelia, bem como a intimação do repre-
sentante do Ministério Público;

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Intimação das testemunhas arroladas e do ofendido

d) determinará a intimação das testemunhas arroladas na denúncia, para


comparecerem no lugar, dia e hora que lhes fôr designado, sob as penas de
lei; e se couber, a notificação do ofendido, para os fins dos arts. 311 e 312.

Compromisso legal

Art. 400. Tendo à sua direita o auditor, à sua esquerda o oficial de pôsto
mais elevado ou mais antigo e, nos outros lugares, alternadamente, os de-
mais juízes, conforme os seus postos ou antigüidade, ficando o escrivão em
mesa próxima ao auditor e o procurador em mesa que lhe é reservada — o
presidente, na primeira reunião do Conselho de Justiça, prestará em voz alta,
de pé, descoberto, o seguinte compromisso: “Prometo apreciar com imparcial
atenção os fatos que me forem submetidos e julgá-los de acôrdo com a lei e
a prova dos autos.” Êsse compromisso será também prestado pelos demais
juízes, sob a fórmula: “Assim o prometo.”
Parágrafo único. Dêsse ato, o escrivão lavrará certidão nos autos.

Assento dos advogados

Art. 401. Para o advogado será destinada mesa especial, no recinto, e,


se houver mais de um, serão, ao lado da mesa, colocadas cadeiras para que
todos possam assentar-se.

Designação para a qualificação e interrogatório

Art. 402. Prestado o compromisso pelo Conselho de Justiça, o auditor


poderá, desde logo, se presentes as partes e cumprida a citação prevista no
art. 277, designar lugar, dia e hora para a qualificação e interrogatório do
acusado, que se efetuará pelo menos sete dias após a designação.

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Presença do acusado

Art. 403. O acusado prêso assistirá a todos os têrmos do processo, inclu-


sive ao sorteio do Conselho de Justiça, quando Especial.

Seção IV
Da qualificação e do interrogatório do acusado. Das exceções que
podem ser opostas. Do comparecimento do ofendido.

Normas da qualificação e interrogatório

Art. 404. No lugar, dia e hora marcados para a qualificação e interrogató-


rio do acusado, que obedecerão às normas prescritas nos artigos 302 a 306,
ser-lhe-ão lidos, antes, pelo escrivão, a denúncia e os nomes das testemu-
nhas nela arroladas, com as respectivas identidades.

Solicitação da leitura de peças do inquérito

§ 1º O acusado poderá solicitar, antes do interrogatório ou para esclarecer


qualquer pergunta dêle constante, que lhe seja lido determinado depoimento,
ou trechos dêle, prestado no inquérito, bem como as conclusões do relatório
do seu encarregado.

Dispensa de perguntas

§ 2º Serão dispensadas as perguntas enumeradas no art. 306 que não


tenham relação com o crime.

Interrogatório em separado

Art. 405. Presentes mais de um acusado, serão interrogados separada-


mente, pela ordem de autuação no processo, não podendo um ouvir o inter-
rogatório do outro.

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Postura do acusado

Art. 406. Durante o interrogatório o acusado ficará de pé, salvo se o seu


estado de saúde não o permitir.

Exceções opostas pelo acusado

Art. 407. Após o interrogatório e dentro em quarenta e oito horas, o acu-


sado poderá opor as exceções de suspeição do juiz, procurador ou escrivão,
de incompetência do juízo, de litispendência ou de coisa julgada, as quais se-
rão processadas de acôrdo com o Título XII, Capítulo I, Seções I a IV do Livro
I, no que fôr aplicável.

Matéria de defesa

Parágrafo único. Quaisquer outras exceções ou alegações serão recebidas


como matéria de defesa para apreciação no julgamento.

Exceções opostas pelo procurador militar

Art. 408. O procurador, no mesmo prazo previsto no artigo anterior, po-


derá opor as mesmas exceções em relação ao juiz ou ao escrivão.

Presunção da menoridade

Art. 409. A declaração de menoridade do acusado valerá até prova em


contrário. Se, no curso da instrução criminal, ficar provada a sua maioridade,
cessarão as funções do curador, que poderá ser designado advogado de defe-
sa. A verificação da maioridade não invalida os atos anteriormente praticados
em relação ao acusado.

Comparecimento do ofendido

Art. 410. Na instrução criminal em que couber o comparecimento do


ofendido, proceder-se-á na forma prescrita nos arts. 311, 312 e 313.

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Seção V
Da revelia

Revelia do acusado prêso

Art. 411. Se o acusado prêso recusar-se a comparecer à instrução crimi-


nal, sem motivo justificado, ser-lhe-á designado o advogado de ofício para
defendê-lo, ou outro advogado se êste estiver impedido, e, independente-
mente da qualificação e interrogatório, o processo prosseguirá à sua revelia.

Qualificação e interrogatório posteriores

Parágrafo único. Comparecendo mais tarde, será qualificado e interrogado


mas sem direito a opor qualquer das exceções previstas no art. 407 e seu
parágrafo único.

Revelia do acusado sôlto

Art. 412. Será considerado revel o acusado que, estando sôlto e tendo
sido regularmente citado, não atender ao chamado judicial para o início da
instrução criminal, ou que, sem justa causa, se prèviamente cientificado, dei-
xar de comparecer a ato do processo em que sua presença seja indispensável.

Acompanhamento posterior do processo

Art. 413. O revel que comparecer após o início do processo acompa-


nhá-lo-á nos têrmos em que êste estiver, não tendo direito à repetição de
qualquer ato.

Defesa do revel. Recursos que pode interpor

Art. 414. O curador do acusado revel se incumbirá da sua defesa até o


julgamento, podendo interpor os recursos legais, excetuada a apelação de
sentença condenatória.

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Seção VI
Da inquirição de testemunhas, do reconhecimento de
pessoa ou coisa e das diligências em geral

Normas de inquirição

Art. 415. A inquirição das testemunhas obedecerá às normas prescritas


nos arts. 347 a 364, além dos artigos seguintes.

Leitura da denúncia

Art. 416. Qualificada a testemunha, o escrivão far-lhe-á a leitura da de-


núncia, antes da prestação do depoimento. Se presentes várias testemunhas,
ouvirão tôdas, ao mesmo tempo, aquela leitura, finda a qual se retirarão do
recinto da sessão as que não forem depor em seguida, a fim de que uma não
possa ouvir o depoimento da outra, que a preceder.

Leitura de peças do inquérito

Parágrafo único. As partes poderão requerer ou o auditor determinar que à


testemunha seja lido depoimento seu prestado no inquérito, ou peça dêste, a
respeito da qual seja esclarecedor o depoimento prestado na instrução criminal.

Precedência na inquirição

Art. 417. Serão ouvidas, em primeiro lugar, as testemunhas arroladas


na denúncia e as referidas por estas, além das que forem substituídas ou
incluídas posteriormente pelo Ministério Público, de acôrdo com o § 4º dêste
artigo. Após estas, serão ouvidas as testemunhas indicadas pela defesa.

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Inclusão de outras testemunhas

§ 1º Havendo mais de três acusados, o procurador poderá requerer a inqui-


rição de mais três testemunhas numerárias, além das arroladas na denúncia.

Indicação das testemunhas de defesa

§ 2º As testemunhas de defesa poderão ser indicadas em qualquer fase da


instrução criminal, desde que não seja excedido o prazo de cinco dias, após
a inquirição da última testemunha de acusação. Cada acusado poderá indicar
até três testemunhas, podendo ainda requerer sejam ouvidas testemunhas
referidas ou informantes, nos têrmos do § 3º.

Testemunhas referidas e informantes

§ 3º As testemunhas referidas, assim como as informantes, não poderão


exceder a três.

Substituição, desistência e inclusão

§ 4º Quer o Ministério Público quer a defesa poderá requerer a substitui-


ção ou desistência de testemunha arrolada ou indicada, bem como a inclusão
de outras, até o número permitido.

Inquirição pelo auditor

Art. 418. As testemunhas serão inquiridas pelo auditor e, por intermédio


dêste, pelos juízes militares, procurador, assistente e advogados. Às testemu-
nhas arroladas pelo procurador, o advogado formulará perguntas por último.
Da mesma forma o procurador, às indicadas pela defesa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Recusa de perguntas

Art. 419. Não poderão ser recusadas as perguntas das partes, salvo se
ofensivas ou impertinentes ou sem relação com o fato descrito na denúncia,
ou importarem repetição de outra pergunta já respondida.

Consignação em ata

Parágrafo único. As perguntas recusadas serão, a requerimento de qual-


quer das partes, consignadas na ata da sessão, salvo se ofensivas e sem re-
lação com o fato descrito na denúncia.

Testemunha em lugar incerto. Caso de prisão

Art. 420. Se não fôr encontrada, por estar em lugar incerto, qualquer das
testemunhas, o auditor poderá deferir o pedido de substituição. Se averiguar
que a testemunha se esconde para não depor, determinará a sua prisão para
êsse fim.

Notificação prévia

Art. 421. Nenhuma testemunha será inquirida sem que, com três dias
de antecedência pelo menos, sejam notificados o representante do Ministério
Público, o advogado e o acusado, se estiver prêso.

Redução a têrmo, leitura e assinatura de depoimento

Art. 422. O depoimento será reduzido a têrmo pelo escrivão e lido à tes-
temunha que, se não tiver objeção, assiná-lo-á após o presidente do Conse-
lho e o auditor. Assinarão, em seguida, conforme se trate de testemunha de
acusação ou de defesa, o representante do Ministério Público e o assistente
ou o advogado e o curador. Se a testemunha declarar que não sabe ler ou
escrever, certificá-lo-á o escrivão e encerrará o têrmo, sem necessidade de
assinatura a rôgo da testemunha.

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Pedido de retificação

1º A testemunha poderá, após a leitura do depoimento, pedir a retificação


de tópico que não tenha, em seu entender, traduzido fielmente declaração sua.

Recusa de assinatura

2º Se a testemunha ou qualquer das partes se recusar a assinar o depoi-


mento, o escrivão o certificará, bem como o motivo da recusa, se êste fôr
expresso e o interessado requerer que conste por escrito.

Têrmo de assinatura

Art. 423. Sempre que, em cada sessão, se realizar inquirição de testemu-


nhas, o escrivão lavrará têrmo de assentada, do qual constarão lugar, dia e
hora em que se iniciou a inquirição.

Período da inquirição

Art. 424. As testemunhas serão ouvidas durante o dia, das sete às dezoi-
to horas, salvo prorrogação autorizada pelo Conselho de Justiça, por motivo
relevante, que constará da ata da sessão.

Determinação de acareação

Art. 425. A acareação entre testemunhas poderá ser determinada pelo


Conselho de Justiça, pelo auditor ou requerida por qualquer das partes, obe-
decendo ao disposto nos arts. 365, 366 e 367.

Determinação de reconhecimento de pessoa ou coisa

Art. 426. O reconhecimento de pessoa e de coisa, nos têrmos dos arts.


368, 369 e 370, poderá ser realizado por determinação do Conselho de Justi-
ça, do auditor ou a requerimento de qualquer das partes.

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Conclusão dos autos ao auditor

Art. 427. Após a inquirição da última testemunha de defesa, os autos irão

conclusos ao auditor, que dêles determinará vista em cartório às partes, por

cinco dias, para requererem, se não o tiverem feito, o que fôr de direito, nos

têrmos dêste Código.

Determinação de ofício e fixação de prazo

Parágrafo único. Ao auditor, que poderá determinar de ofício as medidas

que julgar convenientes ao processo, caberá fixar os prazos necessários à

respectiva execução, se, a êsse respeito, não existir disposição especial.

Vista para as alegações escritas

Art. 428. Findo o prazo aludido no artigo 427 e se não tiver havido requeri-

mento ou despacho para os fins nêle previstos, o auditor determinará ao escri-

vão abertura de vista dos autos para alegações escritas, sucessivamente, por

oito dias, ao representante do Ministério Público e ao advogado do acusado. Se

houver assistente, constituído até o encerramento da instrução criminal, ser-

-lhe-á dada vista dos autos, se o requerer, por cinco dias, imediatamente após

as alegações apresentadas pelo representante do Ministério Público.

Dilatação do prazo

§ 1º Se ao processo responderem mais de cinco acusados e diferen-

tes forem os advogados, o prazo de vista será de doze dias, correndo em

cartório e em comum para todos. O mesmo prazo terá o representante do

Ministério Público.

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Certidão do recebimento das alegações. Desentranhamento

§ 2º O escrivão certificará, com a declaração do dia e hora, o recebimen-


to das alegações escritas, à medida da apresentação. Se recebidas fora do
prazo, o auditor mandará desentranhá-las dos autos, salvo prova imediata de
que a demora resultou de óbice irremovível materialmente.

Observância de linguagem decorosa nas alegações

Art. 429. As alegações escritas deverão ser feitas em têrmos convenientes


ao decôro dos tribunais e à disciplina judiciária e sem ofensa à autoridade pú-
blica, às partes ou às demais pessoas que figuram no processo, sob pena de
serem riscadas, de modo que não possam ser lidas, por determinação do presi-
dente do Conselho ou do auditor, as expressões que infrinjam aquelas normas.

Sanação de nulidade ou falta. Designação de dia e hora do julgamento

Art. 430. Findo o prazo concedido para as alegações escritas, o escrivão


fará os autos conclusos ao auditor, que poderá ordenar diligência para sanar
qualquer nulidade ou suprir falta prejudicial ao esclarecimento da verdade. Se
achar o processo devidamente preparado, designará dia e hora para o julga-
mento, cientes os demais juízes do Conselho de Justiça e as partes, e requi-
sição do acusado prêso à autoridade que o detenha, a fim de ser apresentado
com as formalidades previstas neste Código.

Seção VII
Da sessão do julgamento e da sentença

Abertura da sessão

Art. 431. No dia e hora designados para o julgamento, reunido o Conse-


lho de Justiça e presentes todos os seus juízes e o procurador, o presidente
declarará aberta a sessão e mandará apresentar o acusado.

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Comparecimento do revel

§ 1º Se o acusado revel comparecer nessa ocasião, sem ter sido ainda


qualificado e interrogado, proceder-se-á a êstes atos, na conformidade dos
arts. 404, 405 e 406, perguntando-lhe antes o auditor se tem advogado. Se
declarar que não o tem, o auditor nomear-lhe-á um, cessando a função do
curador, que poderá, entretanto, ser nomeado advogado.

Revel de menor idade

§ 2º Se o acusado revel fôr menor, e a sua menoridade só vier a ficar com-


provada na fase de julgamento, o presidente do Conselho de Justiça nomear-
-lhe-á curador, que poderá ser o mesmo já nomeado pelo motivo da revelia.

Falta de apresentação de acusado prêso

§ 3º Se o acusado, estando prêso, deixar de ser apresentado na sessão de


julgamento, o auditor providenciará quanto ao seu comparecimento à nova
sessão que fôr designada para aquêle fim.

Adiamento de julgamento no caso de acusado sôlto

§ 4º O julgamento poderá ser adiado por uma só vez, no caso de falta de


comparecimento de acusado sôlto. Na segunda falta, o julgamento será feito
à revelia, com curador nomeado pelo presidente do Conselho.

Falta de comparecimento do advogado

§ 5º Ausente o advogado, será adiado o julgamento uma vez. Na segunda


ausência, salvo motivo de fôrça maior devidamente comprovado, será o ad-
vogado substituído por outro.

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Falta de comparecimento de assistente ou curador

§ 6º Não será adiado o julgamento, por falta de comparecimento do assis-


tente ou seu advogado, ou de curador de menor ou revel, que será substituí-
do por outro, de nomeação do presidente do Conselho de Justiça.

Saída do acusado por motivo de doença

§ 7º Se o estado de saúde do acusado não lhe permitir a permanência na


sessão, durante todo o tempo em que durar o julgamento, êste prosseguirá
com a presença do defensor do acusado. Se o defensor se recusar a perma-
necer na sessão, a defesa será feita por outro, nomeado pelo presidente do
Conselho de Justiça, desde que advogado.

Leitura de pecas do processo

Art. 432. Iniciada a sessão de julgamento, o presidente do Conselho de Jus-


tiça ordenará que o escrivão proceda à leitura das seguintes peças do processo:
a) a denúncia e seu aditamento, se houver;
b) o exame de corpo de delito e a conclusão de outros exames ou perícias
fundamentais à configuração ou classificação do crime;
c) o interrogatório do acusado;
d) qualquer outra peça dos autos, cuja leitura fôr proposta por algum dos
juízes, ou requerida por qualquer das partes, sendo, neste caso, ordenada
pelo presidente do Conselho de Justiça, se deferir o pedido.

Sustentação oral da acusação e defesa

Art. 433. Terminada a leitura, o presidente do Conselho de Justiça dará a


palavra, para sustentação das alegações escritas ou de outras alegações, em
primeiro lugar ao procurador, em seguida ao assistente ou seu procurador, se
houver, e, finalmente, ao defensor ou defensores, pela ordem de autuação
dos acusados que representam, salvo acôrdo manifestado entre eles.

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Tempo para acusação e defesa

§ 1º O tempo, assim para a acusação como para a defesa, será de três


horas para cada uma, no máximo.

Réplica e tréplica

§ 2º O procurador e o defensor poderão, respectivamente, replicar e tre-


plicar por tempo não excedente a uma hora, para cada um.

Prazo para o assistente

§ 3º O assistente ou seu procurador terá a metade do prazo concedido ao


procurador para a acusação e a réplica.
Defesa de vários acusados
§ 4º O advogado que tiver a seu cargo a defesa de mais de um acusado
terá direito a mais uma hora, além do tempo previsto no § 1º, se fizer a de-
fesa de todos em conjunto, com alteração, neste caso, da ordem prevista no
preâmbulo do artigo.

Acusados excedentes a dez

§ 5º Se os acusados excederem a dez, cada advogado terá direito a uma


hora para a defesa de cada um dos seus constituintes, pela ordem da respec-
tiva autuação, se não usar da faculdade prevista no parágrafo anterior. Não
poderá, entretanto, exceder a seis horas o tempo total, que o presidente do
Conselho de Justiça marcará, e o advogado distribuirá, como entender, para
a defesa de todos os seus constituintes.

Uso da tribuna

§ 6º O procurador, o assistente ou seu procurador, o advogado e o curador


desenvolverão a acusação ou a defesa, da tribuna para êsse fim destinada,
na ordem que lhes tocar.

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Disciplina dos debates

§ 7º A linguagem dos debates obedecerá às normas do art. 429, podendo


o presidente do Conselho de Justiça, após a segunda advertência, cassar a
palavra de quem as transgredir, nomeando-lhe substituto ad hoc.

Permissão de apartes

§ 8º Durante os debates poderão ser dados apartes, desde que permitidos


por quem esteja na tribuna, e não tumultuem a sessão.

Conclusão dos debates

Art. 434. Concluídos os debates e decidida qualquer questão de ordem le-


vantada pelas partes, o Conselho de Justiça passará a deliberar em sessão se-
creta, podendo qualquer dos juízes militares pedir ao auditor esclarecimentos
sôbre questões de direito que se relacionem com o fato sujeito a julgamento.

Pronunciamento dos juízes

Art. 435. O presidente do Conselho de Justiça convidará os juízes a se


pronunciarem sôbre as questões preliminares e o mérito da causa, votando
em primeiro lugar o auditor; depois, os juízes militares, por ordem inversa de
hierarquia, e finalmente o presidente.

Diversidade de votos

Parágrafo único. Quando, pela diversidade de votos, não se puder cons-


tituir maioria para a aplicação da pena, entender-se-á que o juiz que tiver
votado por pena maior, ou mais grave, terá virtualmente votado por pena
imediatamente menor ou menos grave.

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Interrupção da sessão na fase pública

Art. 436. A sessão de julgamento será permanente. Poderá, porém, ser


interrompida na fase pública por tempo razoável, para descanso ou alimenta-
ção dos juízes, auxiliares da Justiça e partes. Na fase secreta não se interrom-
perá por motivo estranho ao processo, salvo moléstia de algum dos juízes,
caso em que será transferida para dia designado na ocasião.

Conselho Permanente. Prorrogação de jurisdição

Parágrafo único. Prorrogar-se á a jurisdição do Conselho Permanente de


Justiça, se o nôvo dia designado estiver incluído no trimestre seguinte àquele
em que findar a sua jurisdição, fazendo-se constar o fato de ata.

Definição do fato pelo Conselho

Art. 437. O Conselho de Justiça poderá:


a) dar ao fato definição jurídica diversa da que constar na denúncia, ainda
que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que aquela
definição haja sido formulada pelo Ministério Público em alegações escritas e
a outra parte tenha tido a oportunidade de respondê-la;

Condenação e reconhecimento de agravante não argüida

b) proferir sentença condenatória por fato articulado na denúncia, não


obstante haver o Ministério Público opinado pela absolvição, bem como reco-
nhecer agravante objetiva, ainda que nenhuma tenha sido argüída.

Conteúdo da sentença

Art. 438. A sentença conterá:


a) o nome do acusado e, conforme o caso, seu pôsto ou condição civil;
b) a exposição sucinta da acusação e da defesa;

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Oficial da Polícia Militar

c) a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;


d) a indicação, de modo expresso, do artigo ou artigos de lei em que se
acha incurso o acusado;
e) a data e as assinaturas dos juízes do Conselho de Justiça, a começar
pelo presidente e por ordem de hierarquia e declaração dos respectivos pos-
tos, encerrando-as o auditor.

Declaração de voto

§ 1º Se qualquer dos juízes deixar de assinar a sentença, será declarado,


pelo auditor, o seu voto, como vencedor ou vencido.

Redação da sentença

§ 2º A sentença será redigida pelo auditor, ainda que discorde dos seus
fundamentos ou da sua conclusão, podendo, entretanto, justificar o seu voto,
se vencido, no todo ou em parte, após a assinatura. O mesmo poderá fazer
cada um dos juízes militares.

Sentença datilografada e rubricada

§ 3º A sentença poderá ser datilografada, rubricando-a, neste caso, o au-


ditor, fôlha por fôlha.

Sentença absolutória. Requisitos

Art. 439. O Conselho de Justiça absolverá o acusado, mencionando os


motivos na parte expositiva da sentença, desde que reconheça:
a) estar provada a inexistência do fato, ou não haver prova da sua existência;
b) não constituir o fato infração penal;
c) não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração penal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

d) existir circunstância que exclua a ilicitude do fato ou a culpabilidade ou


imputabilidade do agente (arts. 38, 39, 42, 48 e 52 do Código Penal Militar);
e) não existir prova suficiente para a condenação;
f) estar extinta a punibilidade.

Especificação

§ 1º Se houver várias causas para a absolvição, serão tôdas mencionadas.

Providências

§ 2º Na sentença absolutória determinar-se-á:


a) pôr o acusado em liberdade, se fôr o caso;
b) a cessação de qualquer pena acessória e, se fôr o caso, de medida de
segurança provisòriamente aplicada;
c) a aplicação de medida de segurança cabível.

Sentença condenatória. Requisitos

Art. 440. O Conselho de Justiça ao proferir sentença condenatória:


a) mencionará as circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser
levado em conta na fixação da pena, tendo em vista obrigatòriamente o dis-
posto no art. 69 e seus parágrafos do Código Penal Militar;
b) mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no
citado Código, e cuja existência reconhecer;
c) imporá as penas, de acôrdo com aquêles dados, fixando a quantidade
das principais e, se fôr o caso, a espécie e o limite das acessórias;
d) aplicará as medidas de segurança que, no caso, couberem.

Proclamação do julgamento e prisão do réu

Art. 441. Reaberta a sessão pública e proclamado o resultado do julga-


mento pelo presidente do Conselho de Justiça, o auditor expedirá mandado
de prisão contra o réu, se êste fôr condenado a pena privativa de liberdade,

974
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

ou alvará de soltura, se absolvido. Se presente o réu, ser-lhe-á dada voz de


prisão pelo presidente do Conselho de Justiça, no caso de condenação. A
aplicação de pena não privativa de liberdade será comunicada à autoridade
competente, para os devidos efeitos.

Permanência do acusado absolvido na prisão

§ 1º Se a sentença fôr absolutória, por maioria de votos, e a acusação


versar sôbre crime a que a lei comina pena, no máximo por tempo igual ou
superior a vinte anos, o acusado continuará prêso, se interposta apelação
pelo Ministério Público, salvo se se tiver apresentado espontâneamente à pri-
são para confessar crime, cuja autoria era ignorada ou imputada a outrem.

Cumprimento anterior do tempo de prisão

§ 2º No caso de sentença condenatória, o réu será pôsto em liberdade se,


em virtude de prisão provisória, tiver cumprido a pena aplicada.
§ 3º A cópia da sentença, devidamente conferida e subscrita pelo escrivão
e rubricada pelo auditor, ficará arquivada em cartório.

Indícios de outro crime

Art. 442. Se, em processo submetido a seu exame, o Conselho de Justiça,


por ocasião do julgamento, verificar a existência de indícios de outro crime,
determinará a remessa das respectivas peças, por cópia autêntica, ao órgão
do Ministério Público competente, para os fins de direito.

Leitura da sentença em sessão pública e intimação

Art. 443. Se a sentença ou decisão não fôr lida na sessão em que se pro-
clamar o resultado do julgamento, sê-lo-á pelo auditor em pública audiência,
dentro do prazo de oito dias, e dela ficarão, desde logo, intimados o represen-
tante do Ministério Público, o réu e seu defensor, se presentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Intimação do representante do Ministério Público

Art. 444. Salvo o disposto no artigo anterior, o escrivão, dentro do prazo


de três dias, após a leitura da sentença ou decisão, dará ciência dela ao re-
presentante do Ministério Público, para os efeitos legais.

Intimação de sentença condenatória

Art. 445. A intimação da sentença condenatória será feita, se não o tiver


sido nos têrmos do art. 443:
a) ao defensor de ofício ou dativo;
b) ao réu, pessoalmente, se estiver prêso;
c) ao defensor constituído pelo réu.

Intimação a réu sôlto ou revel

Art. 446. A intimação da sentença condenatória a réu sôlto ou revel far-


-se-á após a prisão, e bem assim ao seu defensor ou advogado que nomear
por ocasião da intimação, e ao representante do Ministério Público.

Requisitos da certidão de intimação

Parágrafo único. Na certidão que lavrar da intimação, o oficial de justiça


declarará se o réu nomeou advogado e, em caso afirmativo, intimá-lo-á tam-
bém da sentença. Em caso negativo, dará ciência da sentença e da prisão do
réu ao seu defensor de ofício ou dativo.

Certidões nos autos

Art. 447. O escrivão lavrará nos autos, em todos os casos, as respectivas


certidões de intimação, com a indicação do lugar, dia e hora em que houver
sido feita.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Lavratura de ata

Art. 448. O escrivão lavrará ata circunstanciada de tôdas as ocorrências


na sessão de julgamento.

Anexação de cópia da ata

Parágrafo único. Da ata será anexada aos autos cópia autêntica datilogra-
fada e rubricada pelo escrivão.

Efeitos da sentença condenatória

Art. 449. São efeitos de sentença condenatória recorrível:


a) ser o réu prêso ou conservado na prisão;
b) ser o seu nome lançado no rol dos culpados.

Aplicação de artigos

Art. 450. Aplicam-se à sessão de julgamento, no que couber, os arts.


385, 386 e seu parágrafo único, 389, 411, 412 e 413.

TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO I
DA DESERÇÃO EM GERAL

Têrmo de deserção. Formalidades

Art. 451. Consumado o crime de deserção, nos casos previsto na lei penal
militar, o comandante da unidade, ou autoridade correspondente, ou ainda
autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo, imediatamente, que po-
derá ser impresso ou datilografado, sendo por ele assinado e por duas teste-
munhas idôneas, além do militar incumbido da lavratura. (Redação dada pela
Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo


de deserção, iniciar-se-á a zero hora do dia seguinte àquele em que for ve-
rificada a falta injustificada do militar. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de
20.9.1991)
§ 2º No caso de deserção especial, prevista no art. 190 do Código Penal
Militar, a lavratura do termo será, também, imediata. (Redação dada pela Lei
n. 8.236, de 20.9.1991)

Efeitos do têrmo de deserção

Art. 452. O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e


destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal,
sujeitando, desde logo, o desertor à prisão. (Redação dada pela Lei n. 8.236,
de 20.9.1991)
Art. 453. O desertor que não for julgado dentro de sessenta dias, a contar
do dia de sua apresentação voluntária ou captura, será posto em liberdade,
salvo se tiver dado causa ao retardamento do processo. (Redação dada pela
Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

CAPÍTULO II
DO PROCESSO DE DESERÇÃO DE OFICIAL

Lavratura do têrmo de deserção e sua publicação em boletim

Art. 454. Transcorrido o prazo para consumar-se o crime de deserção, o


comandante da unidade, ou autoridade correspondente ou ainda a autori-
dade superior, fará lavrar o termo de deserção circunstanciadamente, in-
clusive com a qualificação do desertor, assinando-o com duas testemunhas
idôneas, publicando-se em boletim ou documento equivalente, o termo de
deserção, acompanhado da parte de ausência. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Remessa do têrmo de deserção e documentos à Auditoria

§ 1º O oficial desertor será agregado, permanecendo nessa situação ao


apresentar-se ou ser capturado, até decisão transitada em julgado. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Autuação e vista ao Ministério Público

§ 2º Feita a publicação, a autoridade militar remeterá, em seguida, o ter-


mo de deserção à auditoria competente, juntamente com a parte de ausên-
cia, o inventário do material permanente da Fazenda Nacional e as cópias do
boletim ou documento equivalente e dos assentamentos do desertor. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 3º Recebido o termo de deserção e demais peças, o Juiz-Auditor man-
dará autuá-los e dar vista do processo por cinco dias, ao Procurador, podendo
este requerer o arquivamento, ou que for de direito, ou oferecer denúncia, se
nenhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligên-
cias requeridas. (Incluído pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 4º Recebida a denúncia, o Juiz-Auditor determinará seja aguardada a
captura ou apresentação voluntária do desertor. (Incluído pela Lei n. 8.236,
de 20.9.1991)

Apresentação ou captura do desertor. Sorteio do Conselho

Art. 455. Apresentando-se ou sendo capturado o desertor, a autoridade


militar fará a comunicação ao Juiz-Auditor, com a informação sobre a data
e o lugar onde o mesmo se apresentou ou foi capturado, além de quaisquer
outras circunstâncias concernentes ao fato. Em seguida, procederá o Juiz-Au-
ditor ao sorteio e à convocação do Conselho Especial de Justiça, expedindo
o mandado de citação do acusado, para ser processado e julgado. Nesse
mandado, será transcrita a denúncia. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de
20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Rito processual

§1º Reunido o Conselho Especial de Justiça, presentes o procurador, o


defensor e o acusado, o presidente ordenará a leitura da denúncia, seguin-
do-se o interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião, as testemunhas
arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer prova documental
e requerer a inquirição de testemunhas, até o número de três, que serão ar-
roladas dentro do prazo de três dias e ouvidas dentro do prazo de cinco dias,
prorrogável até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Julgamento

§2º Findo o interrogatório, e se nada for requerido ou determinado, ou


finda a inquirição das testemunhas arroladas pelas partes e realizadas as
diligências ordenadas, o presidente do conselho dará a palavra às partes,
para sustentação oral, pelo prazo máximo de trinta minutos, podendo haver
réplica e tréplica por tempo não excedente a quinze minutos, para cada uma
delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o rito prescrito
neste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DE DESERÇÃO DE PRAÇA COM OU SEM
GRADUÇÃO E DE PRAÇA ESPECIAL.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 8.236, DE 20.9.1991)

Inventário dos bens deixados ou extraviados pelo ausente

Art. 456. Vinte e quatro horas depois de iniciada a contagem dos dias de
ausência de uma praça, o comandante da respectiva subunidade, ou autori-
dade competente, encaminhará parte de ausência ao comandante ou chefe da

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respectiva organização, que mandará inventariar o material permanente da


Fazenda Nacional, deixado ou extraviado pelo ausente, com a assistência de
duas testemunhas idôneas. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 1º Quando a ausência se verificar em subunidade isolada ou em desta-
camento, o respectivo comandante, oficial ou não providenciará o inventá-
rio, assinando-o com duas testemunhas idôneas. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Parte de deserção

§ 2º Decorrido o prazo para se configurar a deserção, o comandante da


subunidade, ou autoridade correspondente, encaminhará ao comandante, ou
chefe competente, uma parte acompanhada do inventário. (Redação dada
pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Lavratura de têrmo de deserção

§ 3º Recebida a parte de que trata o parágrafo anterior, fará o coman-


dante, ou autoridade correspondente, lavrar o termo de deserção, onde se
mencionarão todas as circunstâncias do fato. Esse termo poderá ser lavrado
por uma praça, especial ou graduada, e será assinado pelo comandante e por
duas testemunhas idôneas, de preferência oficiais. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Exclusão do serviço ativo, agregação e remessa à auditoria

§ 4º Consumada a deserção de praça especial ou praça sem estabilidade,


será ela imediatamente excluída do serviço ativo. Se praça estável, será agre-
gada, fazendo-se, em ambos os casos, publicação, em boletim ou documento
equivalente, do termo de deserção e remetendo-se, em seguida, os autos à
auditoria competente. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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Arquivamento do têrmo de deserção

Art. 457. Recebidos do comandante da unidade, ou da autoridade compe-


tente, o termo de deserção e a cópia do boletim, ou documento equivalente
que o publicou, acompanhados dos demais atos lavrados e dos assentamen-
tos, o Juiz-Auditor mandará autuá-los e dar vista do processo, por cinco dias,
ao procurador, que requererá o que for de direito, aguardando-se a captura
ou apresentação voluntária do desertor, se nenhuma formalidade tiver sido
omitida, ou após o cumprimento das diligências requeridas. (Redação dada
pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Inspeção de saúde

§ 1º O desertor sem estabilidade que se apresentar ou for capturado de-


verá ser submetido à inspeção de saúde e, quando julgado apto para o ser-
viço militar, será reincluído. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)
§ 2º A ata de inspeção de saúde será remetida, com urgência, à auditoria
a que tiverem sido distribuídos os autos, para que, em caso de incapacidade
definitiva, seja o desertor sem estabilidade isento da reinclusão e do proces-
so, sendo os autos arquivados, após o pronunciamento do representante do
Ministério Público Militar. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Reinclusão

§ 3º Reincluída que a praça especial ou a praça sem estabilidade, ou pro-


cedida à reversão da praça estável, o comandante da unidade providenciará,
com urgência, sob pena de responsabilidade, a remessa à auditoria de cópia
do ato de reinclusão ou do ato de reversão. O Juiz-Auditor determinará sua
juntada aos autos e deles dará vista, por cinco dias, ao procurador que reque-
rerá o arquivamento, ou o que for de direito, ou oferecerá denúncia, se ne-
nhuma formalidade tiver sido omitida, ou após o cumprimento das diligências
requeridas. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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Substituição por impedimento

§ 4º Recebida a denúncia, determinará o Juiz-Auditor a citação do acusa-


do, realizando-se em dia e hora previamente designados, perante o Conselho
Permanente de Justiça, o interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião,
as testemunhas arroladas pelo Ministério Público. A defesa poderá oferecer
prova documental e requerer a inquirição de testemunhas, até o número de
três, que serão arroladas dentro do prazo de três dias e ouvidas dentro de
cinco dias, prorrogáveis até o dobro pelo conselho, ouvido o Ministério Públi-
co. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Nomeação de curador

§ 5º Feita a leitura do processo, o presidente do conselho dará a palavra


às partes, para sustentação oral, pelo prazo máximo de trinta minutos, po-
dendo haver réplica e tréplica por tempo não excedente a quinze minutos,
para cada uma delas, passando o conselho ao julgamento, observando-se o
rito prescrito neste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Designação de advogado

§ 6º Em caso de condenação do acusado, o Juiz-Auditor fará expedir, ime-


diatamente, a devida comunicação à autoridade competente, para os devidos
fins e efeitos legais. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Audição de testemunhas

§ 7º Sendo absolvido o acusado, ou se este já tiver cumprido a pena im-


posta na sentença, o Juiz-Auditor providenciará, sem demora, para que seja
posto em liberdade, mediante alvará de soltura, se por outro motivo não es-
tiver preso. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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Oficial da Polícia Militar

Vista dos autos

§ 8º O curador ou advogado do acusado terá vista dos autos para exa-


minar suas peças e apresentar, dentro do prazo de três dias, as razões de
defesa.

Dia e hora do julgamento

§ 9º Voltando os autos ao presidente, designará êste dia e hora para o


julgamento.

Interrogatório

§ 10. Reunido o Conselho, será o acusado interrogado, em presença do


seu advogado, ou curador se fôr menor, assinando com o advogado ou cura-
dor, após os juízes, o auto de interrogatório, lavrado pelo escrivão.

Defesa oral

§ 11. Em seguida, feita a leitura do processo pelo escrivão, o presidente


do Conselho dará a palavra ao advogado ou curador do acusado, para que,
dentro do prazo máximo de trinta minutos, apresente defesa oral, passando
o Conselho a funcionar, desde logo, em sessão secreta.
Comunicação de sentença condenatória ou alvará de soltura
§ 12. Terminado o julgamento, se o acusado fôr condenado, o presidente
do Conselho fará expedir imediatamente a devida comunicação à autoridade
competente; e, se fôr absolvido ou já tiver cumprido o tempo de prisão que
na sentença lhe houver sido impôsto, providenciará, sem demora, para que
o acusado seja, mediante alvará de soltura, pôsto em liberdade, se por outro
motivo não estiver prêso. O relator, no prazo de quarenta e oito horas, redi-
girá a sentença, que será assinada por todos os juízes.
Art. 458. e 459 (Revogados pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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CAPÍTULO IV
(REVOGADO PELA LEI N. 8.236, DE 20.9.1991)

Art. 460 a 462 (Revogados pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

CAPÍTULO V
DO PROCESSO DE CRIME DE INSUBMISSÃO

Lavratura de têrmo de insubmissão

Art. 463. Consumado o crime de insubmissão, o comandante, ou auto-


ridade correspondente, da unidade para que fora designado o insubmisso,
fará lavrar o termo de insubmissão, circunstanciadamente, com indicação,
de nome, filiação, naturalidade e classe a que pertencer o insubmisso e a
data em que este deveria apresentar-se, sendo o termo assinado pelo re-
ferido comandante, ou autoridade correspondente, e por duas testemunhas
idôneas, podendo ser impresso ou datilografado. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

Arquivamento do têrmo

§ 1º O termo, juntamente com os demais documentos relativos à in-


submissão, tem o caráter de instrução provisória, destina-se a fornecer os
elementos necessários à propositura da ação penal e é o instrumento legal
autorizador da captura do insubmisso, para efeito da incorporação. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Inclusão do insubmisso

§ 2º O comandante ou autoridade competente que tiver lavrado o termo


de insubmissão remetê-lo-á à auditoria, acompanhado de cópia autêntica do
documento hábil que comprove o conhecimento pelo insubmisso da data e
local de sua apresentação, e demais documentos. (Redação dada pela Lei n.
8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Procedimento

§ 3º Recebido o termo de insubmissão e os documentos que o acompa-


nham, o Juiz-Auditor determinará sua atuação e dará vista do processo, por
cinco dias, ao procurador, que requererá o que for de direito, aguardando-se
a captura ou apresentação voluntária do insubmisso, se nenhuma formalida-
de tiver sido omitida ou após cumprimento das diligências requeridas. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Menagem e inspeção de saúde

Art. 464. O insubmisso que se apresentar ou for capturado terá o direito


ao quartel por menagem e será submetido à inspeção de saúde. Se incapaz,
ficará isento do processo e da inclusão. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de
20.9.1991)

Remessa ao Conselho da unidade

§ 1º A ata de inspeção de saúde será, pelo comandante da unidade, ou


autoridade competente, remetida, com urgência, à auditoria a que tiverem
sido distribuídos os autos, para que, em caso de incapacidade para o serviço
militar, sejam arquivados, após pronunciar-se o Ministério Público Militar. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

Liberdade do insubmisso

§ 2º Incluído o insubmisso, o comandante da unidade, ou autoridade cor-


respondente, providenciará, com urgência, a remessa à auditoria de cópia
do ato de inclusão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos autos e deles
dará vista, por cinco dias, ao procurador, que poderá requerer o arquivamen-
to, ou o que for de direito, ou oferecer denúncia, se nenhuma formalidade ti-
ver sido omitida ou após o cumprimento das diligências requeridas. (Redação
dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º O insubmisso que não for julgado no prazo de sessenta dias, a contar


do dia de sua apresentação voluntária ou captura, sem que para isso tenha
dado causa, será posto em liberdade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.236,
de 20.9.1991)

Equiparação ao processo de deserção

Art. 465. Aplica-se ao processo de insubmissão, para sua instrução e jul-


gamento, o disposto para o processo de deserção, previsto nos §§ 4º, 5º, 6º
e 7º do art. 457 deste código. (Redação dada pela Lei n. 8.236, de 20.9.1991)

LIVRO III
DAS NULIDADES E RECURSOS EM GERAL
TÍTULO I

CAPÍTULO ÚNICO
DAS NULIDADES

Sem prejuízo não há nulidade

Art. 499. Nenhum ato judicial será declarado nulo se da nulidade não re-
sultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.

Casos de nulidade

Art. 500. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


I - por incompetência, impedimento, suspeição ou subôrno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte;
III - por preterição das fórmulas ou têrmos seguintes:
a) a denúncia;
b) o exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalva-
do o disposto no parágrafo único do art. 328;

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c) a citação do acusado para ver-se processar e o seu interrogatório, quan-


do presente;
d) os prazos concedidos à acusação e à defesa;
e) a intervenção do Ministério Público em todos os têrmos da ação penal;
f) a nomeação de defensor ao réu presente que não o tiver, ou de curador
ao ausente e ao menor de dezoito anos;
g) a intimação das testemunhas arroladas na denúncia;
h) o sorteio dos juízes militares e seu compromisso;
i) a acusação e a defesa nos têrmos estabelecidos por êste Código;
j) a notificação do réu ou seu defensor para a sessão de julgamento;
l) a intimação das partes para a ciência da sentença ou decisão de que
caiba recurso;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do pro-
cesso.

Impedimento para a argüição da nulidade

Art. 501. Nenhuma das partes poderá argüir a nulidade a que tenha dado
causa ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser-
vância só à parte contrária interessa.

Nulidade não declarada

Art. 502. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Falta ou nulidade da citação, da intimação ou da notificação. Pre-

sença do interessado. Conseqüência

Art. 503. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação


ficará sanada com o comparecimento do interessado antes de o ato consu-
mar-se, embora declare que o faz com o único fim de argüi-la. O juiz orde-

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nará, todavia, a suspensão ou adiamento do ato, quando reconhecer que a


irregularidade poderá prejudicar o direito da parte.

Oportunidade para a argüição

Art. 504. As nulidades deverão ser argüidas:


a) as da instrução do processo, no prazo para a apresentação das alega-
ções escritas;
b) as ocorridas depois do prazo das alegações escritas, na fase do julga-
mento ou nas razões de recurso.
Parágrafo único. A nulidade proveniente de incompetência do juízo pode
ser declarada a requerimento da parte ou de ofício, em qualquer fase do
processo.

Silêncio das partes

Art. 505. O silêncio das partes sana os atos nulos, se se tratar de forma-
lidade de seu exclusivo interêsse.

Renovação e retificação

Art. 506. Os atos, cuja nulidade não houver sido sanada, serão renovados
ou retificados.
Nulidade de um ato e sua conseqüência
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, envolverá a dos atos sub-
seqüentes.

Especificação

§ 2º A decisão que declarar a nulidade indicará os atos a que ela se estende.

Revalidação de atos

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Art. 507. Os atos da instrução criminal, processados perante juízo incom-


petente, serão revalidados, por têrmo, no juízo competente.

Anulação dos atos decisórios

Art. 508. A incompetência do juízo anula sòmente os atos decisórios,


devendo o processo, quando fôr declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.

Juiz irregularmente investido, impedido ou suspeito

Art. 509. A sentença proferida pelo Conselho de Justiça com juiz irregu-
larmente investido, impedido ou suspeito, não anula o processo, salvo se a
maioria se constituir com o seu voto.

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RESOLUÇÃO N. 168/2016

Regulamenta a realização da Audiência de Custódia, no âmbito da


justiça militar de primeira instância do Estado de Minas Gerais.

O ÓRGÃO PLENO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO DE MI-


NAS GERAIS, no uso das atribuições que lhe confere o inciso VIII do artigo 21
do Regimento Interno do Tribunal de Justiça,
CONSIDERANDO que o Estado Brasileiro submete-se à jurisdição da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, cujos precedentes exigem a apresenta-
ção do militar preso à autoridade judicial;
CONSIDERANDO que o Brasil, no ano de 1992, ratificou a Convenção Ame-
ricana sobre Direitos Humanos (Pacto San Jose da Costa Rica) que, em seu
art. 7º, item 5, dispõe que “toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida,
sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a
exercer funções judiciais”;
CONSIDERANDO que a prisão configura medida extrema, conforme previ-
são constitucional, justificando-se, tão somente nos casos expressos em lei e
quando não comportar nenhuma das medidas cautelares alternativas à prisão;
CONSIDERANDO os termos da Resolução n. 213, de 15 de dezembro de
2015, do Conselho Nacional de Justiça;
CONSIDERANDO a necessidade de implantar, em absoluta sinergia com
recentes medidas do CNJ, do Ministério da Justiça e do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais ferramentas para controle judicial mais eficaz da necessidade de
manutenção da custódia cautelar;
RESOLVE:
Art. 1º Esta Resolução regulamenta, no âmbito da justiça militar do
Estado de Minas Gerais, a realização da Audiência de Custódia, nos termos
da Resolução n. 213, de 15 de dezembro de 2015, do Conselho Nacional de
Justiça-CNJ.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 2º A prisão ou detenção de qualquer militar será imediatamente le-


vada ao conhecimento da autoridade judiciária competente, com a declaração
do local onde a mesma se acha sob custódia e se está, ou não, incomunicável
(art. 222 do CPPM).
§ 1º Não sendo o caso previsto no § 2º, do art. 247, do Código de Proces-
so Penal Militar, a comunicação da prisão e m flagrante à autoridade judiciá-
ria, que se dará por meio do encaminhamento do auto de prisão em flagrante,
deverá ocorrer em até 24 horas da privação da liberdade.
§ 2º Lavrado o auto de flagrante delito, o militar preso passará imedia-
tamente à disposição da autoridade judiciária competente para conhecer do
processo (art. 251, parágrafo único, do CPPM), que poderá, desde logo, rela-
xar a prisão ou conceder liberdade provisória.
§ 3º Será considerada competente para conhecer do processo o juiz a
quem couber conhecer, por distribuição, do auto de prisão em flagrante.
Art. 3º O militar preso, independentemente da motivação ou natureza do
ato, será obrigatoriamente apresentado, em até 24 horas da comunicação do
flagrante, à autoridade judicial competente para ser ouvida sobre as circuns-
tâncias em que se realizou sua prisão.
§ 1º Estando o militar preso acometido de grave enfermidade que a
impossibilite de ser apresentada ao juiz no prazo do caput, deverá ser as-
segurada a realização da audiência no local em que ela se encontre e, nos
casos em que o deslocamento se mostre inviável, deverá ser providenciada
a condução para a audiência de custódia imediatamente após restabelecida
sua condição de saúde.
§ 2º Havendo circunstância comprovadamente excepcional que a impossi-
bilite o militar preso de ser apresentado ao juiz no prazo do caput, deverá ser
assegurada a realização da audiência no local em que ele se encontre e, nos
casos em que o deslocamento se mostre inviável, deverá ser providenciada
a condução para a audiência de custódia imediatamente após restabelecida a
condição de apresentação.

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§ 3º Nos casos de prisão fora da região metropolitana de Belo Horizonte, a


longa distância em relação à sede da Justiça Militar pode, fundamentadamen-
te, caracterizar a situação excepcional prevista no parágrafo anterior.
Art. 4º Se o militar preso em flagrante constituir advogado até o término
da lavratura do auto de prisão, a autoridade de polícia judiciária militar deve-
rá notificá-lo, pelos meios mais comuns, tais como correio eletrônico, telefone
ou mensagem de texto, para que compareça à audiência de custódia, consig-
nando nos autos.
Parágrafo único. Não havendo defensor constituído, o militar preso será
atendido pela Defensoria Pública.
Art. 5º Antes da apresentação do militar preso ao juiz, será assegurado
seu atendimento prévio e reservado por advogado constituído ou defensor
público, sem a presença dos responsáveis por sua prisão, sendo esclarecidos
por servidor designado os motivos, fundamentos e ritos que versam sobre a
audiência de custódia.
Parágrafo único. Será reservado local apropriado visando à garantia da
confidencialidade do atendimento prévio com advogado ou defensor público.
Art. 6º A apresentação do militar preso em flagrante delito à autoridade
judicial competente será obrigatoriamente precedida de cadastro no Sistema
de Audiência de Custódia (SISTAC) do Conselho Nacional de Justiça-CNJ.
Parágrafo único. O auto de prisão em flagrante subsidiará as informações
a serem registradas no SISTAC, conjuntamente com aquelas obtidas a partir
do relato do próprio autuado.
Art. 7º Será competente para realizar a Audiência de Custódia o juiz a
quem couber, por distribuição, conhecer do auto de prisão em flagrante.
§ 1º Fora do horário de expediente forense, o juiz designado para o plan-
tão será competente para realizar a Audiência de Custódia.
§ 2º Realizada a audiência e feitos os encaminhamentos necessários,
o feito conduzido por juiz de plantão será encaminhado ao juiz designado
por distribuição.

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Art. 8º A audiência de custódia será realizada em dias úteis e durante o


horário do expediente forense, conforme rotina de trabalho estabelecida pelo
juízo competente.
Art. 9º A realização de audiência de custódia durante os fins de semana,
feriados ou em qualquer outro dia em que não houver expediente forense,
será disciplinada em ato normativo próprio da Corregedoria, observado o dis-
posto nesta Resolução.
Art. 10 A secretaria do juízo deverá:
I – registrar, distribuir e preparar o auto de prisão em flagrante para a
audiência de custódia;
II – juntar folha de antecedentes e certidão de antecedentes do militar
preso; e
III – fazer o cadastro no Sistema de Audiência de Custódia (SISTAC) do
Conselho Nacional de Justiça -CNJ.
Art. 11 A apresentação do militar preso em juízo acontecerá após o pro-
tocolo e distribuição o do auto de prisão em flagrante e respectiva nota de
culpa perante a unidade judiciária correspondente, dela constando o motivo
da prisão, o nome do condutor e das testemunhas do flagrante.
Art. 12 A audiência de custódia será realizada na presença do Ministério
Público e da Defensoria Pública, caso o militar preso não possua defensor
constituído no momento da lavratura do flagrante.
Parágrafo único. É vedada a presença dos responsáveis pela prisão ou pela
investigação durante a audiência de custódia.
Art. 13 Na audiência de custódia, a autoridade judicial entrevistará o mi-
litar preso em flagrante, devendo:
I – esclarecer o que é a audiência de custódia, ressaltando as questões a
serem analisadas pela autoridade judicial;
II – assegurar que o militar preso não esteja algemada, salvo em casos
de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, devendo a excepcionalidade ser justificada por escrito;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – dar ciência sobre seu direito de permanecer em silêncio;


IV – questionar se lhe foi dada ciência e efetiva oportunidade de exercício
dos direitos constitucionais inerentes à sua condição, particularmente o direi-
to de consultar-se com advogado ou defensor público, o de ser atendido por
médico e o de comunicar-se com seus familiares;
V – indagar sobre as circunstâncias de sua prisão ou apreensão;
VI – perguntar sobre o tratamento recebido em todos os locais por onde
passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocorrência
de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;
VII – verificar se houve a realização de exame de corpo de delito, deter-
minando sua realização nos casos em que:
a) não tiver sido realizado;
b) os registros se mostrarem insuficientes;
c) a alegação de tortura e maus tratos referir-se a momento posterior ao
exame realizado;
d) o exame tiver sido realizado na presença de agente policial, observando-se
a Recomendação CNJ 49/2014 quanto à formulação de quesitos ao perito;
VIII – abster-se de formular perguntas com finalidade de produzir prova
para a investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão
em flagrante;
IX – adotar as providências a seu cargo para sanar possíveis irregularidades;
X – averiguar, por perguntas e visualmente, hipóteses de gravidez, existên-
cia de filhos ou dependentes sob cuidados do militar preso em flagrante delito,
histórico de doença grave, incluídos os transtornos mentais e a dependência
química, para analisar o cabimento de encaminhamento assistencial e da con-
cessão da liberdade provisória, sem ou com a imposição de medida cautelar.
§ 1º Após a oitiva do militar preso em flagrante delito, o juiz deferirá ao
Ministério Público e à defesa técnica, nesta ordem, reperguntas compatíveis
com a natureza do ato, devendo indeferir as perguntas relativas ao mérito
dos fatos que possam constituir eventual imputação, permitindo-lhes, em
seguida, requerer:

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I – o relaxamento da prisão em flagrante;


II – a concessão da liberdade provisória sem ou com aplicação de medida
cautelar diversa da prisão;
III – a decretação de prisão preventiva;
IV – a adoção de outras medidas necessárias à preservação de direitos do
Militar preso.
§ 2º A oitiva do militar preso será registrada, preferencialmente, em mí-
dia, dispensando-se a formalização de termo de manifestação do militar pre-
so ou do conteúdo das postulações das partes, e ficará arquivada na unidade
responsável pela audiência de custódia.
§ 3º A ata da audiência conterá, apenas e resumidamente, a delibera-
ção fundamentada do magistrado quanto à legalidade e manutenção da pri-
são, cabimento de liberdade provisória sem ou com a imposição de medidas
cautelares diversas da prisão,considerando-se o pedido de cada parte, como
também as providências tomadas, em caso da constatação de indícios de tor-
tura e maus tratos.
§ 4º Concluída a audiência de custódia, cópia da sua ata será entregue
ao militar preso em flagrante delito, ao Defensor e ao Ministério Público, to-
mando-se a ciência de todos, e apenas o auto de prisão em flagrante, com
antecedentes e cópia da ata, seguirá para livre distribuição.
§ 5º Proferida a decisão que resultar no relaxamento da prisão em fla-
grante, na concessão da liberdade provisória sem ou com a imposição de
medida cautelar alternativa à prisão, ou quando determinado o imediato ar-
quivamento do inquérito, o Militar preso em flagrante delito será prontamente
colocada em liberdade, mediante a expedição de alvará de soltura, e será
informada sobre seus direitos e obrigações, salvo se por outro motivo tenha
que continuar presa.
§ 6º Sendo o caso de prática de crime doloso contra a vida de civil, o juiz
poderá determinar a remessa dos autos à Justiça Comum.

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Art. 14 A aplicação de medidas cautelares diversas da prisão previstas


no art. 319 do CPP c/c art. 3º do CPPM deverá compreender a avaliação da
real adequação e necessidade das medidas, com estipulação de prazos para
seu cumprimento e para a reavaliação de sua manutenção, observando-se o
Protocolo I da Resolução n. 213/2015 do Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º O acompanhamento das medidas cautelares diversas da prisão de-
terminadas judicialmente ficará a cargo do juízo competente para o processo
de conhecimento relacionado ao fato que gerou a prisão.
§ 2º O juiz deve buscar garantir aos militares presos em flagrante deli-
to o direito à atenção médica e psicossocial eventualmente necessária, res-
guardada a natureza voluntária desses serviços, a partir do encaminhamento
ao serviço de acompanhamento de alternativas penais, não sendo cabível a
aplicação de medidas cautelares para tratamento ou internação compulsória
de militares autuados em flagrante que apresentem quadro de transtorno
mental ou de dependência química, em desconformidade com o previsto no
art. 4º da Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, e no art. 319, inciso VII, do CPP.
Art. 15 A aplicação da medida cautelar diversa da prisão prevista no art.
319, inciso IX, do Código de Processo Penal, aplicável por força do art. 3º,
do Código de Processo Penal Militar será excepcional e determinada apenas
quando demonstrada a impossibilidade de concessão da liberdade provisória
sem cautelar ou de aplicação de outra medida cautelar menos gravosa, sujei-
tando-se à reavaliação periódica quanto à necessidade e adequação de sua
manutenção, sendo destinada exclusivamente a militares presos em flagrante
delito por crimes dolosos puníveis com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos ou condenadas por outro crime doloso, em senten-
ça transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64
do Código Penal, bem como militares em cumprimento de medidas protetivas
de urgência acusadas por crimes que envolvam violência doméstica e familiar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou militar com defici-
ência, quando não couber outra medida menos gravosa.

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Parágrafo único. Por abranger dados que pressupõem sigilo, a utilização de


Informações coletadas durante a monitoração eletrônica de pessoas depende-
rá de autorização judicial, em atenção ao art. 5º, XII, da Constituição Federal.
Art. 16 Havendo declaração do militar preso em flagrante delito de que
foi vítima de tortura e maus tratos ou entendimento da autoridade judicial de
que há indícios da prática de tortura, será determinado o registro das infor-
mações, adotadas as providências cabíveis para a investigação da denúncia e
preservação da segurança física e psicológica da vítima, que será encaminha-
da para atendimento médico e psicossocial especializado.
§ 1º Com o objetivo de assegurar o efetivo combate à tortura e maus tra-
tos, a autoridade jurídica e funcionários de verão observar o Protocolo II des-
ta Resolução com vistas a garantir condições adequadas para a oitiva e coleta
idônea de depoimento dos militares presos em flagrante delito na audiência
de custódia, a adoção de procedimentos durante o depoimento que permitam
a apuração de indícios de práticas de tortura e de providências cabíveis em
caso de identificação de práticas de tortura.
§ 2º O funcionário responsável pela coleta de dados do militar preso em
flagrante delito deve cuidar para que sejam coletadas as seguintes informa-
ções, respeitando a vontade da vítima:
I – identificação dos agressores, indicando sua instituição e sua unidade
de atuação;
II – locais, datas e horários aproximados dos fatos;
III – descrição dos fatos, inclusive dos métodos adotados pelo agressor e
a indicação das lesões sofridas;
IV – identificação de testemunhas que possam colaborar para a averigua-
ção dos fatos;
V – verificação de registros das lesões sofridas pela vítima;
VI – existência de registro que indique prática de tortura ou maus tratos
no laudo elaborado pelos peritos do Instituto Médico Legal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VII – registro dos encaminhamentos dados pela autoridade judicial para


requisitar investigação dos relatos;
VIII – registro da aplicação de medida protetiva ao autuado pela autorida-
de judicial, caso a natureza ou gravidade dos fatos relatados coloque em risco
a vida ou a segurança do militar preso em flagrante delito, de seus familiares
ou de testemunhas.
§ 3º Os registros das lesões poderão ser feitos em modo fotográfico ou au-
diovisual, respeitando a intimidade e consignando o consentimento da vítima.
§ 4º Averiguada pela autoridade judicial a necessidade da imposição de
alguma medida de proteção ao militar preso em flagrante delito, em razão da
comunicação ou denúncia da prática de tortura e maus tratos, será assegu-
rada, primordialmente, a integridade pessoal do denunciante, das testemu-
nhas, do funcionário que constatou a ocorrência da prática abusiva e de seus
familiares, e, se pertinente, o sigilo das informações.
§ 5º Os encaminhamentos dados pela autoridade judicial e as informações
deles resultantes deverão ser comunicadas ao juiz responsável pela instrução
do processo.
Art. 17 O termo da audiência de custódia será apensado ao inquérito ou
à ação penal.
Art. 18 A apresentação à autor idade judicial no prazo de 24 horas tam-
bém será assegurada aos militares presos em decorrência de cumprimento
de mandados de prisão cautelar ou definitiva, aplicando-se, no que couber, os
procedimentos previstos nesta Resolução.
Parágrafo único. Todos os mandados de prisão deverão conter, expressa-
mente, a determinação para que, no momento de seu cumprimento, o militar
preso seja imediatamente apresentada à autoridade judicial que determinou
a expedição da ordem de custódia ou, nos casos em que forem cumpridos
fora da jurisdição do juiz processante, à autoridade judicial competente, con-
forme lei de organização judiciária local.

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Art. 19 Para a efetiva realização da Audiência de Custódia, o Presidente


do Tribunal poderá firmar convênios com instituições que necessariamente
devem atuar para a realização do ato processual.
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 05 de maio de 2016.


(a) Juiz Fernando A. N. Galvão da Rocha
- Presidente -

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LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras pro-


vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I
PARTE GERAL

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação fami-
liar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas,
as famílias ou a comunidade em que vivem. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus di-
reitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento
e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

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Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às


políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério
e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema
Único de Saúde. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção
primária. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua
vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será
realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. (Parágrafo com re-
dação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mu-
lheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e con-
trarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e
a grupos de apoio à amamentação. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à ges-
tante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir
ou minorar as consequências do estado puerperal. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada tam-
bém a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de
privação de liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009
e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua
preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-
-parto imediato. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

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§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno,


alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infan-
til, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
estimular o desenvolvimento integral da criança. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesa-
riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não
iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera
que não comparecer às consultas pós-parto. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho
na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação
de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da crian-
ça. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 9º O Poder Público, as instituições e os empregadores propiciarão
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão
ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à im-
plementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleita-
mento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor
de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

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Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de


gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II  – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anorma-
lidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos
pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe.
VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orien-
tações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Inciso acrescido pela Lei
n. 13.436, de 12/4/2017, publicada no DOU de 13/4/2017, em vigor 90 dias
após a publicação)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saú-
de da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde,
observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promo-
ção, proteção e recuperação da saúde. (“Caput” do artigo com redação dada
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem dis-
criminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e especí-
ficas de habilitação e reabilitação. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)

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§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que ne-


cessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas
relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adoles-
centes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
específicas. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crian-
ças na primeira infância receberão formação específica e permanente para a
detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para
o acompanhamento que se fizer necessário. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as uni-
dades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão
proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos
pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Ar-
tigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de trata-
mento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva lo-
calidade, sem prejuízo de outras providências legais. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangi-
mento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009 transformado em § 1º e com redação dada pela
Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os ser-
viços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do
Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir
máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primei-

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ra infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,


formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e,
se necessário, acompanhamento domiciliar. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência
médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamen-
te afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,
educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com
as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e
será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselha-
mento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais
será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros
dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a
finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 13.438, de 26/4/2017, publicada no DOU de 27/4/2017, em
vigor 180 dias após a publicação)

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CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dig-


nidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fí-
sica, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescen-
te, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori-
zante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante,
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto,
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pe-
los agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o
uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em:

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a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamen-
to em relação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis,
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pes-
soa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradan-
te como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medi-
das, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV – obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V – advertência.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Artigo acresci-
do pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)

CAPÍTULO III
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no


seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a

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convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvol-


vimento integral. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
mo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs-
tas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017, vetado pelo Presidente
da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição
Extra de 23/2/2018)
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhi-
mento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamen-
te fundamentada pela autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua fa-
mília terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que
será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009 e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe
ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização judicial. (Parágrafo acresci-
do pela Lei n. 12.962, de 8/4/2014)

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§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adoles-


cente que estiver em acolhimento institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisci-
plinar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu
filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à
Justiça da Infância e da Juventude. (“Caput” do artigo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade ju-
diciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância,
à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judi-
ciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os
genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
audiência a que se refere o § 1º do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre
a entrega. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

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§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem


representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o po-
der familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar
da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja
habilitado a adotá-la. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
n. 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no
DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para
propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do está-
gio de convivência. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audi-
ência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o
nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado
pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo pra-
zo de 180 (cento e oitenta) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado
o disposto no art. 48 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas
não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir
do dia do acolhimento. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
n. 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no
DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento ins-
titucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento.
(“Caput” do artigo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança
e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência fa-
miliar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos

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social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Parágrafo acrescido


pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos
exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Parágrafo
vetado pelo Presidente da República na Lei n. 13.509, de 22/11/2017, manti-
do pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim
de colaborar para o seu desenvolvimento. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será defi-
nido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para
crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
colocação em família adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça
da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou
por organizações da sociedade civil. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis
pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente no-
tificar a autoridade judiciária competente. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por ado-
ção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ções discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo
pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qual-
quer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judi-
ciária competente para a solução da divergência. (Expressão “pátrio poder”
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos


filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cum-
prir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais
e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da
criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta
Lei. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. (Expressão “pá-
trio poder” substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da
medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a
qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de
proteção, apoio e promoção. (Parágrafo único transformado em §1º pela Lei
n. 12.962, de 8/4/2014 e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição
do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito
à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judi-
cialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação
civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o art. 22. (Expressão “pátrio poder” substituída por
“poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção II
Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais


ou qualquer deles e seus descendentes.

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Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que


se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, forma-
da por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que
seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III
Da Família Substituta

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu-


tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adoles-
cente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente
ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvi-
mento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
opinião devidamente considerada. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário


seu consentimento, colhido em audiência. (Parágrafo com redação dada pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e
a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as con-
sequências decorrentes da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda
da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco
de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade
de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento
definitivo dos vínculos fraternais. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será pre-
cedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural,
os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei
e pela Constituição Federal;
II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comu-
nidade ou junto a membros da mesma etnia;
III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que re-


vele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não
ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da
criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-go-
vernamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará com-
promisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos
autos.

Subseção II
Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferi-
da, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto
no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a
prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente,
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da au-
toridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em pre-
paração para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o

dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a

pedido do interessado ou do Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei

n. 12.010, de 3/8/2009)

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in-

centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança

ou adolescente afastado do convívio familiar. (“Caput” do artigo com redação

dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento

familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qual-

quer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta

Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no

programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente

mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Parágra-

fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em fa-

mília acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que

organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residên-

cias de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam

no cadastro de adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e muni-

cipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora,

facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. (Pará-

grafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato

judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

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Subseção III
Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação
da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever
de guarda. (Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo
art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên-
tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n. 10.406, de
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após
a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial
do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
(“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisi-
tos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à
pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que
a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melho-
res condições de assumi-la. (Parágrafo único com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV
Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o dis-


posto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adoles-

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cente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25


desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Parágrafo único transformado
em § 2º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de
outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos
e os interesses do adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante
e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes,
o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, ob-
servada a ordem de vocação hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independen-
temente do estado civil. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da
família. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que
o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o re-
gime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na

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constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de


vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Parágrafo com redação dada
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo be-
nefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme pre-
visto no art. 1.584 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca ma-
nifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
prolatada a sentença. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para
o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu al-
cance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representan-
te legal do adotando.
§ 1º O consentimento será dispensado em relação à criança ou adoles-
cente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder
familiar. (Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será tam-
bém necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança
ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade
da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já es-
tiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para
que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Parágra-
fo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da rea-


lização do estágio de convivência. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser pror-
rogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora
do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apre-
sentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo,
que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro-
fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca
da conveniência do deferimento da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, pre-
ferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a
critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a com-
petência do juízo da comarca de residência da criança. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.

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§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como


o nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original
do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório
do Registro Civil do Município de sua residência. (Parágrafo com redação dada
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas
certidões do registro. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Parágrafo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obri-
gatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28
desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sen-
tença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei,
caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme
ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o
adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.955, de 5/2/2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120
(cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)

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Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem


como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (“Caput” do ar-
tigo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais. (Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regio-
nal, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados
e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos
técnicos do Juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requi-
sitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de
preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º
deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento
familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob
a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância
e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de aco-
lhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convi-
vência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de


crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
casais habilitados à adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do
País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacio-
nais habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste artigo. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem
adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadas-
tros estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de respon-
sabilidade. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e cor-
reta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Cen-
tral Federal Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto
pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacio-
nal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua ado-
ção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será
colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento fa-
miliar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes


à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domi-
ciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:
I – se tratar de pedido de adoção unilateral;
II – for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man-
tenha vínculos de afinidade e afetividade;
III – oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de crian-
ça maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá-
rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em
adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com
necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretenden-
te possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de
maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n. 3.087, de 21 junho de
1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. (“Caput” do
artigo com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domi-
ciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (“Caput” do
parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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I – que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso con-


creto; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
II – que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança
ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
III – que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,
por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro-
fissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangei-
ros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Cen-
trais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Parágrafo com
redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou ado-
lescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a
Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solici-


tantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que conte-
nha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
III – a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autori-
dade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasilei-
ra; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
IV – o relatório será instruído com toda a documentação necessária, in-
cluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e
cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
de vigência; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
V – os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados
pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacio-
nais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramen-
tado; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VI – a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar com-
plementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção,
já realizado no país de acolhida; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
VII – verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual,
a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do pre-
enchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e
subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei
como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à
adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VIII – de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a
formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efe-


tuada pela Autoridade Central Estadual. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os
pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por orga-
nismos credenciados. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de
organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autorida-
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que:
I – sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es-
tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde es-
tiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil;
II  – satisfizerem as condições de integridade moral, competência pro-
fissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
pela Autoridade Central Federal Brasileira;
III – forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experi-
ência para atuar na área de adoção internacional;
IV – cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro
e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. (Pa-
rágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda:
I – perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem sedia-
dos, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
II – ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhe-
cida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia


Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante pu-
blicação de portaria do órgão federal competente;
III – estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país
onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua com-
posição, funcionamento e situação financeira;
IV  – apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, re-
latório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompa-
nhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
V – enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Es-
tadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de aco-
lhida para o adotado;
VI – tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes enca-
minhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro
de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes se-
jam concedidos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4º deste artigo pelo
organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamen-
to. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarrega-
do de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois)
anos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante re-
querimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (ses-
senta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção


internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará
a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pe-
culiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu
polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e
certidão de trânsito em julgado. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momen-
to, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adota-
dos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que
sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que
não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamento.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados
por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção
internacional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Bra-
sil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de ado-
ção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento
institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen-


der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento,
o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados
de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas.
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às delibera-
ções do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi-
cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado
em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automatica-
mente recepcionada com o reingresso no Brasil.
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal
de Justiça.
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante
da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a ho-
mologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou
do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato
à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à ex-
pedição do Certificado de Naturalização Provisório.

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Oficial da Polícia Militar

§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente


deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que
a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao inte-
resse superior da criança ou do adolescente.
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1º deste
artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito
para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se
as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Au-
toridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
(Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua le-
gislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção na-
cional. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao


pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân-
cias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade; (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.306, de 4/7/2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adoles-
cente trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fun-
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comu-
nicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.

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Art. 57. O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas pro-


postas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e ava-
liação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, ar-
tísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO
TRABALHO

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de ida-


de, salvo na condição de aprendiz.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legisla-
ção especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional mi-
nistrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I – garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa
de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegura-
dos os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
protegido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de tra-


balho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-
-governamental, é vedado trabalho:
I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
horas do dia seguinte;
II – perigoso, insalubre ou penoso;
III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, moral e social;
IV – realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de
capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exi-
gências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do edu-
cando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou
a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no
trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

TÍTULO III
DA PREVENÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação


dos direitos da criança e do adolescente.

1036
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão


atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução
de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações:
I – a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação
do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumen-
tos de proteção aos direitos humanos;
II – a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atu-
am na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente;
III – a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvol-
vimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evi-
dências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente;
IV – o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que
envolvam violência contra a criança e o adolescente;
V – a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os
direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de ativida-
des junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação,
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
VI – a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de
ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assis-
tência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência


terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
e proteção. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que
se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pes-
soas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que
trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofí-
cio, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado re-
tardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Artigo acrescido pela Lei n.
13.046, de 1/12/2014)
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção es-
pecial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

CAPÍTULO II
DA PREVENÇÃO ESPECIAL

Seção I
Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O Poder Público, através do órgão competente, regulará as di-


versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se mostre inadequada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos


deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exi-
bição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetácu-
los públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão in-
gressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acom-
panhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades edu-
cativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem
aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas
que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribu-
ída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólu-
cro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inade-
quado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham
mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem
opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil
não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os va-
lores éticos e sociais da pessoa e da família.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercial-


mente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não
seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.

Seção II
Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;
III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu redu-
zido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida;
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,
motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acom-
panhado pelos pais ou responsável.

Seção III
Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma
unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;

1040
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) a criança estiver acompanhada:


1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado do-
cumentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispen-
sável, se a criança ou adolescente:
I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II – viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo
outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

LIVRO II
PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente


far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-
-governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;

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II – serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de ga-


rantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos,
seus agravamentos ou reincidências; (Inciso com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão;
IV – serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança
e do adolescente.
VI – políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes; (Inciso acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especifica-
mente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessida-
des específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de orga-
nizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a des-
centralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados
aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

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Oficial da Polícia Militar

V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, De-


fensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um
mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a
quem se atribua autoria de ato infracional;
VI  – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais
básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de
crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou,
se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em famí-
lia substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;
(Inciso com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos
diversos segmentos da sociedade. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
VIII – especialização e formação continuada dos profissionais que traba-
lham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhe-
cimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Inciso
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
IX – formação profissional com abrangência dos diversos direitos da crian-
ça e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; (Inciso acrescido
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
X – realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infan-
til e sobre prevenção da violência. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
Art. 89. A função de membro do Conselho Nacional e dos conselhos esta-
duais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de
interesse público relevante e não será remunerada.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimentos são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de progra-
mas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em
regime de:
I – orientação e apoio sócio-familiar;
II – apoio sócio-educativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – acolhimento institucional; (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
V – prestação de serviços à comunidade; (Inciso com redação dada pela
Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
(noventa) dias após a publicação)
VI – liberdade assistida; (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após
a publicação)
VII – semiliberdade; e (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após
a publicação)
VIII – internação. (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deverão proce-
der à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento,
na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações,

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do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Pará-


grafo único transformado em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos progra-
mas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistên-
cia Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento:
I – o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às reso-
luções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Con-
selhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
II – a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Con-
selho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;
III – em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami-
liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de
adaptação à família substituta, conforme o caso. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade
judiciária da respectiva localidade.
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Parágrafo único transforma-
do em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

1045
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c) esteja irregularmente constituída;


d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações re-
lativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Alínea acrescida
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente,
reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1º deste
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fami-
liar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fami-
liar; (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
II – integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa; (Inciso com redação dada pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
III – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV – desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V – não-desmembramento de grupos de irmãos;
VI – evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;
VII – participação na vida da comunidade local;
VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX – participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento
institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (Pará-
grafo único transformado em § 1º com nova redação dada pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)

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§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhi-


mento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo
a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação pre-
vista no § 1º do art. 19 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciá-
rio, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais
que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
nal e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Parágra-
fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe-
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de
assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus
pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado
o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de en-
tidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é
causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
administrativa, civil e criminal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhi-
mento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de
referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e

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ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como priori-


tárias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento insti-
tucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e
da Juventude, sob pena de responsabilidade. (“Caput” do artigo com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local,
tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração fa-
miliar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhi-
mento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no
§ 2º do art. 101 desta Lei. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as
seguintes obrigações, entre outras:
I – observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II – não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição
na decisão de internação;
III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos
reduzidos;
IV – preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade
ao adolescente;
V – diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vín-
culos familiares;
VI – comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que
se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
pessoal;

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VIII  – oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa


etária dos adolescentes atendidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêu-
ticos;
X – propiciar escolarização e profissionalização;
XI – propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XIII – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV – reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis
meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV – informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situa-
ção processual;
XVI – comunicar às autoridades competentes todos os casos de adoles-
cente portadores de moléstias infecto-contagiosas;
XVII – fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de
egressos;
XIX – providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania
àqueles que não os tiverem;
XX – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus
pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo
às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades
utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.

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Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcio-


nem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter,
em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Con-
selho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Artigo acrescido pela
Lei n. 13.046, de 1/12/2014)

Seção II
Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais, referidas


no art. 90, serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos
Conselhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresen-
tados ao Estado ou ao Município, conforme a origem das dotações orçamen-
tárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des-
cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I – às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendi-
mento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser
o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das


atividades ou dissolução da entidade. (Parágrafo único transformado em § 1º
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não gover-
namentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças
e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios nortea-
dores das atividades de proteção específica. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

TÍTULO II
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis


sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isola-


da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medi-
das: (“Caput” do parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crian-


ças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
II – proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda
e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
III – responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efeti-
vação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é
de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução
de programas por entidades não governamentais; (Inciso acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
IV – interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
te, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do ado-
lescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e re-
serva da sua vida privada; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve
ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente
pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promo-
ção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VIII – proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária
e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se en-

1052
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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contram no momento em que a decisão é tomada; (Inciso acrescido pela Lei


n. 12.010, de 3/8/2009)
IX – responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo
que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente;
(Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
X – prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da
criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os man-
tenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for
possível, que promovam a sua integração em família adotiva; (Inciso acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
XI – obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou
responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que deter-
minaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
XII – oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em se-
parado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
cada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de
proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judi-
ciária competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
(Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto-
ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante, termo de respon-
sabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III  – matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de
ensino fundamental;

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IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de prote-


ção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Inciso com
redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regi-
me hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional; (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
IX – colocação em família substituta. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas pro-
visórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração
familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta,
não implicando privação de liberdade. (Parágrafo único transformado em § 1º
com nova redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de
vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130
desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de proce-
dimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às insti-
tuições que executam programas de acolhimento institucional, governamen-
tais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu res-


ponsável, se conhecidos;
II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de
referência;
III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua
guarda;
IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a
entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração fami-
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário
de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contem-
plar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a
opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros:
I – os resultados da avaliação interdisciplinar;
II – os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
III – a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reinte-
gração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada de-
terminação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em
família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo
à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de rein-

1055
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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tegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem


será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção
social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o ado-
lescente acolhido. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo
programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunica-
ção à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou
do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas
oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição por-
menorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política munici-
pal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quin-
ze) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se
entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsa-
bilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou
colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no
art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o


órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
de permanência em programa de acolhimento. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acom-
panhadas da regularização do registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento
da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, me-
diante requisição da autoridade judiciária.
§ 2º Os registros e certidões necessárias à regularização de que trata este
artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento
específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n. 8.560,
de 29 de dezembro de 1992. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é dispensável o ajui-
zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pater-
nidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo,
do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhe-
cimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão corresponden-
te. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO III
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou


contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as me-
didas previstas no art. 101.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em


flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsá-
veis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente
e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilida-
de, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em in-

dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade im-

periosa da medida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a

identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo

para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

CAPÍTULO III

DAS GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devi-

do processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes

garantias:

I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante

citação ou meio equivalente;

II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas

e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III – defesa técnica por advogado;

IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;


V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qual-

quer fase do procedimento.


CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – obrigação de reparar o dano;


III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade
de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação
de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II
Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re-


duzida a termo e assinada.

Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais,


a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a

1060
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o


prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser
substituída por outra adequada.

Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de


tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do ado-
lescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas se-
manais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V
Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a


medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o ado-
lescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso,
a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autorida-
de competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:

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I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes


orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário
de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho;
IV – apresentar relatório do caso.

Seção VI
Do Regime de Semiliberdade

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início,


ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º É obrigatória a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre
que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, aplicando-se, no que
couber, as disposições relativas à internação.

Seção VII
Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equi-
pe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manuten-
ção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis
meses.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a


três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente
deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade
assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização
judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista a
qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noven-
ta) dias após a publicação)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III  – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
mente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não po-
derá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após
o devido processo legal. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.594,
de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para ado-
lescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa se-
paração por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
serão obrigatórias atividades pedagógicas.

1063
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,


os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V – ser tratado com respeito e dignidade;
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII – receber visitas, ao menos semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX – ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X – habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI – receber escolarização e profissionalização;
XII – realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XIII – ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV – receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
assim o deseje;
XV – manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
em poder da entidade;
XVI – receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais in-
dispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos in-
ternos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO V
DA REMISSÃO

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de


ato infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a re-
missão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias
e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do
adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de anteceden-
tes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre-
vistas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista ju-
dicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou
de seu representante legal, ou do Ministério Público.

TÍTULO IV
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


I – encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da família; (Inciso com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência
e aproveitamento escolar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento es-


pecializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
IX – destituição da tutela;
X – suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão “pátrio poder”
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determi-
nar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória
dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do
agressor. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.415, de 9/6/2011)

TÍTULO V
DO CONSELHO TUTELAR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não juris-


dicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante
da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma)

1066
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

recondução, mediante novo processo de escolha. (Artigo com redação dada


pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigi-
dos os seguintes requisitos:
I – reconhecida idoneidade moral;
II – idade superior a vinte e um anos;
III – residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos res-
pectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
I – cobertura previdenciária; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
II  – gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço)
do valor da remuneração mensal; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
III – licença-maternidade; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
IV – licença-paternidade; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
V – gratificação natalina. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distri-
to Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho
Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
(Parágrafo único com redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço
público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Artigo com
redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98
e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço so-
cial, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações;
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infra-
ção administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre
as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adoles-
cente quando necessário;
IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orça-
mentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e
do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II da Constituição Federal;
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manuten-
ção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1068
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

XII  – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,


ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de
maus-tratos em crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.046,
de 1/12/2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará inconti-
nenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os moti-
vos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio
e a promoção social da família. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante


do art. 147.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar


será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Con-
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
Ministério Público. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 8.242, de
12/10/1991)
§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá
em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição pre-
sidencial. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do


ano subsequente ao processo de escolha. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.696, de 25/7/2012)
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado
ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vanta-
gem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

CAPÍTULO V
DOS IMPEDIMENTOS

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher,


ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, du-
rante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma des-
te artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na
Comarca, Foro Regional ou Distrital.

TÍTULO VI
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defenso-


ria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus
órgãos.
§ 1º A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessi-
tarem, através de defensor público ou advogado nomeado.

1070
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juven-


tude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
de má fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maio-
res de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tu-
tores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal
ainda que eventual.
Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra-
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria
de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar
a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
(Parágrafo único com redação dada pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o arti-
go anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

CAPÍTULO II
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 145. Os Estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-


zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de in-
fra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

1071
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção II
Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da


Juventude, ou o Juiz que exerce essa função, na forma da Lei de Organização
Judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais
ou responsável.
§ 1º Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar
da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e preven-
ção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade compe-
tente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de
rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo Estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para
apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas
cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do pro-
cesso;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos
ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art.
209;

1072
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de


atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra nor-
ma de proteção a criança ou adolescentes;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as
medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses
do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para
o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modifi-
cação da tutela ou guarda; (Expressão “pátrio poder” substituída por “poder
familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna,
em relação ao exercício do poder familiar; (Expressão “pátrio poder” substi-
tuída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os
pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou re-
presentação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que
haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros
de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria,
ou autorizar, mediante alvará:
I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado
dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;

1073
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

b) bailes ou promoções dançantes;


c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão;
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará
em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de
crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fun-
damentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III
Dos Servidores Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça-


mentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, des-
tinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e ou-
tros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.

1074
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos inte-


grantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicos-
sociais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por
esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder
à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei n. 13.105, de 16 de mar-
ço de 2015 (Código de Processo Civil). (Parágrafo único acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)

CAPÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiaria-


mente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente.
§1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como
na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. (Parágrafo úni-
co acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, transformado em § 1º pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimen-
tos são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia
do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministé-
rio Público. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá in-
vestigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afas-
tamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em outros

1075
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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procedimentos necessariamente contenciosos. (Parágrafo único acrescido


pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar

(Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da


Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar
terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
interesse. (Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 156. A petição inicial indicará:
I – a autoridade judiciária a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por
representante do Ministério Público;
III – a exposição sumária do fato e o pedido;
IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de tes-
temunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvi-
do o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
(Expressão “pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, conco-
mitantemente ao despacho de citação e independentemente de requerimento
do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interpro-
fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do


art. 101 desta Lei, e observada a Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obri-
gatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar re-
ferida no § 1º deste artigo, de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, observado o disposto no § 6º do art. 28 desta Lei.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua
realização. (Parágrafo único transformado em §1º e com redação dada pela
Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado
o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo
suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n. 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil). (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não
sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação úni-
ca, dispensado o envio de ofícios para a localização. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em car-
tório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res-
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial


de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que
lhe seja nomeado defensor. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.962, de
8/4/2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse
à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo
social ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (“Caput”
do artigo com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a
presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações
da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados
e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de não compareci-
mento perante a Justiça quando devidamente citados. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade ju-
dicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.962, de 8/4/2014)

1078
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos


autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requeren-
te, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvi-
das as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando
apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um,
prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Parágrafo com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciá-
ria, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado
pelo Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador es-
pecial em favor da criança ou adolescente. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de ma-
nutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o ado-
lescente com vistas à colocação em família substituta. (“Caput” do parágrafo
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder
familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do
adolescente. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção III
Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a


remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto
na Seção anterior.

1079
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Seção IV
Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em


família substituta:
I  – qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
companheiro, com expressa anuência deste;
II – indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge,
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não
parente vivo;
III – qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
IV – indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se pos-
sível, uma cópia da respectiva certidão;
V – declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relati-
vos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os
requisitos específicos.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus-
pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de
colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assis-
tência de advogado. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (“Caput” do parágrafo
único transformado em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação
dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
I – na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assis-
tidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua concordância
com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pro-

1080
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

tocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as


declarações; e (Inciso acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
II – declarará a extinção do poder familiar. (Inciso acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da
Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre
a irrevogabilidade da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for
ratificado na audiência a que se refere o § 1º deste artigo. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência
especificada no § 1º deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento
no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extin-
ção do poder familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento
da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação
por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da In-
fância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação
dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes


ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convi-
vência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio
de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado,
mediante termo de responsabilidade. (Parágrafo único acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida,
sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao
Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a sus-
pensão do poder familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de
colocação em família substituta, será observado o procedimento contraditório
previsto nas seções II e III deste Capítulo. (Expressão “pátrio poder” substi-
tuída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada
nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no
art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada pela
autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção V
Da apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, des-


de logo, encaminhado à autoridade judiciária.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,


desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendi-
mento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-
-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que,
após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vio-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do dis-
posto nos arts. 106, parágrafo único e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da ma-
terialidade e autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente
será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromis-
so e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não-liberação, a autoridade policial encaminhará,
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial en-
caminhará o adolescente a entidade de atendimento, que fará a apresentação
ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apre-
sentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial espe-

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cializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada


da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminha-
rá imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de partici-
pação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial en-
caminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações
e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não
poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú-
blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor-
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informal-
mente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima
e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não-apresentação, o representante do Minis-
tério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adoles-
cente, podendo requisitar o concurso das Polícias Civil e Militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o repre-
sentante do Ministério Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;
III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-
-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão
pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que

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conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária


para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Pro-
curador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
representação, designará outro membro do Ministério Público para apresen-
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a au-
toridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen-
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve re-
sumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol
de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e
materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedi-
mento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor
da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judici-
ária dará curador especial ao adolescente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá

mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até

a efetiva apresentação.

§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresenta-

ção, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária,

não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no

art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localida-

de mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará

sua remoção em repartição policial, desde que em Seção isolada dos adultos

e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de

cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a au-

toridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião

de profissional qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o

representante do Ministério Público, proferindo decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação

ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verifican-

do que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor,

designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a

realização de diligências e estudo do caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três

dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de

testemunhas.

1086
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na


representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o rela-

tório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Mi-

nistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos

para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,

que em seguida proferirá decisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, in-

justificadamente, à audiência de apresentação, a autoridade judiciária desig-

nará nova data, determinando sua condução coercitiva.

Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo,

poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que

reconheça na sentença:

I – estar provada a inexistência do fato;

II – não haver prova da existência do fato;

III – não constituir o fato ato infracional;


IV – não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente interna-

do, será imediatamente colocado em liberdade.

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou

regime de semiliberdade será feita:

I – ao adolescente e ao seu defensor;


II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável,

sem prejuízo do defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na

pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este mani-

festar se deseja ou não recorrer da sentença.

1087
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção V-A

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes

contra a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente

(Seção acrescida pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de


investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e
241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes
regras:
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e
fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de
prova, ouvido o Ministério Público;
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representa-
ção de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investi-
gadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas;
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vin-
te) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relató-
rios parciais da operação de infiltração antes do término do prazo de que trata
o inciso II do § 1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão;

1088
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-


nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a
prova puder ser obtida por outros meios. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441,
de 8/5/2017)
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminha-
das diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará
por seu sigilo.
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Artigo
acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,
por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos
arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 (Código Penal).
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a es-
trita finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Artigo
acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos
bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da
autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será nu-
merado e tombado em livro específico. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441,
de 8/5/2017)

1089
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos pratica-


dos durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório cir-
cunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste
artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescen-
tes envolvidos. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade


governamental e não-governamental terá início mediante portaria da autori-
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório
do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias,
oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a
produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autori-
dade judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as
partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público te-
rão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade

1090
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a


substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
programa de atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às
Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por
representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infra-
ção elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 195. O requerimento terá prazo de dez dias para apresentação de
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença
do requerido;
II – por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre-
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;
III – por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal;
IV – por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o para-
deiro do requerido ou de seu representante legal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade


judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, decidindo
em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na con-
formidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de
instrução e julgamento.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o
Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

(Seção acrescida pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresenta-


rão petição inicial na qual conste:
I – qualificação completa;
II – dados familiares;
III – cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou de-
claração relativa ao período de união estável;
IV – cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas;
V – comprovante de renda e domicílio;
VI – atestados de sanidade física e mental;
VII – certidão de antecedentes criminais;
VIII – certidão negativa de distribuição cível. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
poderá:

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I – apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional


encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta
Lei;
II – requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em
juízo e testemunhas;
III – requerer a juntada de documentos complementares e a realização
de outras diligências que entender necessárias. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu-
do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (“Caput” do artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa ofere-
cido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do
direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente
habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua prepa-
ração psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou
de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da prepa-
ração referida no § 1º deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e
da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos respon-
sáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Parágra-

1093
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institu-
cionalmente ou por família acolhedora sejam preparados por equipe interpro-
fissional antes da inclusão em família adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no progra-
ma referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Mi-
nistério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicosso-
cial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas-
tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponi-
bilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (“Caput” do artigo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser
observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art.
50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente
mediante avaliação por equipe interprofissional. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensá-
vel a renovação da habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofis-
sional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de


crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá reava-
liação da habilitação concedida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção
ou a devolução da criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será
de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o
sistema recursal da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
cesso Civil), com as seguintes adaptações: (“Caput” com redação dada pela
Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
(noventa) dias após a publicação)
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para
o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Inciso
com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
IV – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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V – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)


VI – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judici-
ária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão,
no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os
autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas,
independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa
dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministé-
rio Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá re-
curso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,
embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devo-
lutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores
do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no
efeito devolutivo. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados
com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamen-
to no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.

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Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento


e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu pare-
cer. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de proce-
dimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento
das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Artigo acresci-
do pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 200. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-


cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I – conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II – promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atri-
buídas a adolescentes;
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos
de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tuto-
res, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedi-
mentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão
“pátrio poder” substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
IV – promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia-
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes
nas hipóteses do art. 98;
V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescên-
cia, inclusive os definidos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
VI – instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:

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a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em


caso de não-comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, in-
clusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições pri-
vadas;
VII – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e deter-
minar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infra-
ções às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegura-
dos às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extraju-
diciais cabíveis;
IX – impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em
qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem preju-
ízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
XII – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médi-
cos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados,
para o desempenho de suas atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dis-
puserem a Constituição e esta Lei.

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§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que


compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso in-
devido das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de
sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo,
poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe-
tente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
dia, local e horário previamente notificados ou acertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de

relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável

para sua perfeita adequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obri-

gatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida

esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar

documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita

pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade

do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer

interessado.

Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério

Público deverão ser fundamentadas.

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CAPÍTULO VI

DO ADVOGADO

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual-


quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir
nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respei-
tado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra-
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato
do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar defensor
nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal
com a presença da autoridade judiciária.

CAPÍTULO VII
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS,
DIFUSOS E COLETIVOS

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabi-


lidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, refe-
rentes ao não-oferecimento ou oferta irregular:
I – do ensino obrigatório;
II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

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III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco


anos de idade; (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.306, de 4/7/2016)
IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
adolescentes que dele necessitem;
VII – de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de
liberdade.
IX – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção
social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência
familiar por crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
X – de programas de atendimento para a execução das medidas socio-
educativas e aplicação de medidas de proteção; (Inciso acrescido pela Lei
n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (no-
venta) dias após a publicação)
XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de violência. (Inciso acrescido pela Lei n.
13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a
publicação)
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da
adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Parágrafo único trans-
formado em § 1º pela Lei n. 11.259, de 30/12/2005)
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será
realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deve-
rão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias

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de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados


necessários à identificação do desaparecido. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
11.259, de 30/12/2005)
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do
local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá compe-
tência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difu-
sos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia
autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade
ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá
eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei,
são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de
Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, que lesem direito
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá
pelas normas da lei do mandado de segurança.

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Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de


fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for su-
ficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cum-
primento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-
ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho
dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Pú-
blico, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposita-
do em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evi-
tar dano irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

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Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-


rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, quando reconhe-
cer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e
danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, reme-
terão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in-
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particu-
lar, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível,
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informa-
tivas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias,
ao Conselho Superior do Ministério Público.

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§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento,


em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, poderão as associa-
ções legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão junta-
dos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regi-
mento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquiva-
mento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajui-
zamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da
Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985.

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e


o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação
penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

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Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:

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Pena – detenção de seis meses a dois anos.


Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7/4/1997)
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de
criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)

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Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por


qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (“Caput” do artigo
com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
(“Caput” do parágrafo com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
(Inciso com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Inciso com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. (Inciso acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Artigo com reda-
ção dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

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I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,


cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são pu-
níveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente no-
tificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de co-
municar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos
arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o
material ilícito referido. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de
sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modi-
ficação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:

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Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Artigo
acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de indu-
zir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Artigo
acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Artigo com redação dada pela
Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica:
Pena  – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Artigo com redação dada pela Lei n. 13.106, de
17/3/2015)

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Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-


quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no
caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (“Caput” do
artigo acrescido pela Lei n. 9.975, de 23/6/2000)
Pena  – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fede-
ral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
(Pena acrescida pela Lei n. 9.975, de 23/6/2000, com redação dada pela Lei
n. 13.440, de 8/5/2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente
às práticas referidas no caput deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
9.975, de 23/6/2000)
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 9.975, de 23/6/2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet.
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um ter-
ço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º
da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.015,
de 7/8/2009)

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CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio
ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária po-
derá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação
da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
dois números. (Expressão “ou a suspensão da programação da emissora até
por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números”

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declarada inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal


Federal, pela ADIN n. 869-2, publicada no DO de 03/09/2004, p. 1.)
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU
de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a publicação)
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao
poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão “pátrio poder” subs-
tituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária,
em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena – multa. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 12.038, de
1/10/2009)
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.038, de 1/10/2009)
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias,
o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.038, de 1/10/2009)
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.

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Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou


espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de
reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias. (Expressão “em horário diverso do
autorizado” declarada inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supre-
mo Tribunal Federal, pela ADIN n. 2.404, publicada no DOU de 12/9/2016,
p. 2)
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuído pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-


cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação
e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efe-
tuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Artigo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Artigo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais);
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.106, de
17/3/2015)

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DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste


Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de
seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao
que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos Estados e Municípios promoverem a adap-
tação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabelecidos
nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais,
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto
de renda, obedecidos os seguintes limites: (“Caput” com redação dada pela
Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
(noventa) dias após a publicação)
I  – 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em
vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
II – 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas
físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
n. 9.532, de 10 de dezembro de 1997. (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noven-
ta) dias após a publicação)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 9.532, de 10/12/1997)
§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos
captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da crian-
ça e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convi-
vência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009 e com redação dada


pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança
e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplica-
ção, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças
e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em
áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Pa-
rágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fa-
zenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações feitas aos
fundos, nos termos deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 8.242, de
12/10/1991)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscali-
zação da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 8.242, de 12/10/1991)
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei n. 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do caput: (Parágrafo
com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
I – será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
junto com outras deduções do imposto; e (Inciso com redação dada pela Lei
n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (no-
venta) dias após a publicação)
II – não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do
lucro real. (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/01/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)

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Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pes-


soa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do art.
260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes
percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração:
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
§ 2º A dedução de que trata o caput:
I – está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;
II – não se aplica à pessoa física que:
a) utilizar o desconto simplificado;
b) apresentar declaração em formulário; ou
c) entregar a declaração fora do prazo;
III – só se aplica às doações em espécie; e
IV – não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento
da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções especí-
ficas da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º implica
a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de
Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano calendário, aos fundos con-
trolados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente municipais,
distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata o
caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Artigo acrescido

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pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor


90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser de-
duzida:
I – do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram
o imposto trimestralmente; e
II – do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas
jurídicas que apuram o imposto anualmente.
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que
se refere a apuração do imposto. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe-
tuadas em espécie ou em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas
em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos res-
pectivos fundos de que trata o art. 260. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594,
de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa
competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especificando:
I – número de ordem;
II  – nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente;
III – nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;
IV – data da doação e valor efetivamente recebido; e
V – ano-calendário a que se refere a doação.

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§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido


anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês.
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identifi-
cação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa
ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
CNPJ e endereço dos avaliadores. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:
I – comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;
II – baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
II – considerar como valor dos bens doados:
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do im-
posto de renda, desde que não exceda o valor de mercado;
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na
determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado
por autoridade judiciária. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012,
publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publica-
ção)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E
devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para
fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012,
em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem:

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I – manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os


recursos do Fundo;
II – manter controle das doações recebidas; e
III  – informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
(Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art.
260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
ao Ministério Público. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
nal, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunidade:
I – o calendário de suas reuniões;
II  – as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
criança e ao adolescente;
III – os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados
com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
estaduais, distrital ou municipais;
IV – a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto;
V – o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto
atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de In-
formações sobre a Infância e a Adolescência; e
VI  – a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,

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distrital e municipais. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, pu-


blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma
de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta
Lei.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I
sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministério
Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual-
quer cidadão. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada
no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repúbli-
ca (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31
de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estadu-
ais e municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no
CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012,
em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instru-
ções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Artigo acres-
cido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em
vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 261. À falta dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
Adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts.
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade ju-
diciária da comarca a que pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos Estados e Muni-
cípios, e os Estados aos Municípios, os recursos referentes aos programas

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e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições
a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940, Código
Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“1) Art. 121.............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129.................................................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses
do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136..............................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de catorze anos.
4) Art. 213..........................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214..................................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de três a nove anos.”
Art. 264. O art. 102 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica
acrescido do seguinte item:
“Art. 102.................................................................................

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6º) a perda e a suspensão do pátrio poder.” (Vide art. 3º da Lei n. 12.010,


de 3/8/2009)
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administra-
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público Federal, promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos
direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em
linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, es-
pecialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Artigo acrescido
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas
atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.s 4.513, de 1964 e 6.697, de 10 de ou-
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.
Brasília, em 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-
pública.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antonio Magri
Margarida Procópio

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LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Mensagem de veto
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados
no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consu-
mados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide Lei n.
7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei n.
13.142, de 2015)
I  – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930,
de 1994)
III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V  – estupro (art. 213,  caput  e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)

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VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Re-
dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio
previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o
de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consuma-
dos. (Redação dada pela Lei n. 13.497, de 2017)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes pre-
vistos neste artigo, dar-se-á  após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da
pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, ob-
servado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei n. 7.210, de 11 de julho
de 1984 (Lei de Execução Penal). (Redação dada pela Lei n. 13.769, de 2018)

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§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamen-


te se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de
2007)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83.......................................................................................
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.”
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157.....................................................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de
cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
Art. 159. .....................................................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º............................................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º............................................................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.


§ 3º............................................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Art. 213.......................................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214.......................................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 223.......................................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
Art. 267.......................................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 270.......................................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
“Art. 159......................................................................................
§ 4º  Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-
nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade
o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o  art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas
de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando

1128
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código


Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35.......................................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990
*

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LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de


enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de en-
tidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba sub-
venção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limi-
tando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.

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Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados
a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, do-
losa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento
do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público
ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa respon-
sável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade
dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriqueci-


mento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão

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do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades


mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
serviços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de
mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o tra-
balho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indire-
ta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja des-
proporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

1132
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VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou


assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;
IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou apli-
cação de verba pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indi-
retamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, ver-
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integran-
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao pa-
trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

1133
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III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,


ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valo-
res do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta
lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à
espécie;
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte-
grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e re-
gulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevida-
mente
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo
para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
-los indevidamente; (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei
ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinen-
tes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicita-
mente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, má-
quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à

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disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem


como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a pres-
tação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e pré-
via dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
(Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades le-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de
2014) (Vigência)
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada
utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-
tração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades priva-
das sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX – frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias
da administração pública com entidades privadas ou dispensá-lo indevida-
mente; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das pres-
tações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti-
dades privadas; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação dada
pela Lei n. 13.204, de 2015)

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XX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das pres-


tações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti-
dades privadas; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XX  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei n. 13.204, de 2015)
XXI  – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014) (Vigência)

Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016) (Produção de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão
ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou


omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar
n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de
2016) (Produção de efeito)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra


os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às institui-
ções, e notadamente:

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I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso da-
quele previsto, na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atri-
buições e que deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprova-
ção de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Redação dada
pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de ser-
viços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei
n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei n. 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
DAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas,


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas
previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbi-
dade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou

1137
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cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei


n. 12.120, de 2009).
I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-
te ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamen-
to de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-
cunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-
vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
de três anos.
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
Lei Complementar n. 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente.

1138
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimô-
nio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regu-
lamento) (Regulamento)
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, locali-
zado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os ob-
jetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que
o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e
no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prá-
tica de ato de improbidade.

1139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,


conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a
imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público
e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento adminis-
trativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedi-
mento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão re-
presentará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou tercei-
ro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o blo-
queio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indi-
ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Mi-
nistério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.

1140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata


o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessá-
rias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público,
aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei no 4.717, de 29
de junho de 1965. (Redação dada pela Lei n. 9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n. 1.984-16, de 2000) (Inclu-
ído pela Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham
indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fun-
damentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts.
16 a 18 do Código de Processo Civil. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de
2000) (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordena-
rá a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que po-
derá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
dias. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de im-
probidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)

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§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contes-
tação. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instru-
mento. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação
de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (Vide
Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória n.
2.225-45, de 2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos
regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Proces-
so Penal. (Vide Medida Provisória n. 2.088-35, de 2000) (Incluído pela Medida
Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica
interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária
de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano
ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento
ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
dicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra


agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.

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Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar


o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só
se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente po-
derá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, em-
prego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Públi-
co, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta


lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II  – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.

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III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da


prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 25. Ficam revogadas as Leis n.s 3.164, de 1º de junho de 1957,
e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da Independência e 104º da


República.

FERNANDO COLLOR
Célio Borja

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992

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LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Mensagem de veto Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis


Vigência e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordi-


nária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de
sua competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicida-
de, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que
possível, a conciliação ou a transação.

CAPÍTULO II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,


processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim
consideradas:
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III – a ação de despejo para uso próprio;
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao
fixado no inciso I deste artigo.

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§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:


I – dos seus julgados;
II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o
salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de na-
tureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e tam-
bém as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia
ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipóte-
se de conciliação.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado
do foro:
I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça
atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,
agência, sucursal ou escritório;
II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para re-
paração de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no
foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas


a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de
experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais
justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do
bem comum.

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Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recru-


tados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os
segundos, entre advogados com mais de cinco anos de experiência.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia
perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III
Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o in-
capaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas
da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:
(Redação dada pela Lei n. 12.126, de 2009)
I – as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de pes-
soas jurídicas; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
II – as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, mi-
croempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar
no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar
n. 147, de 2014)
III – as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Ci-
vil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
(Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)
IV – as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art.
1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.126,
de 2009)
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de
assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes com-
parecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor
superior, a assistência é obrigatória.

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§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer as-


sistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá
a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído
junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,
quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes
especiais.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser
representado por preposto credenciado.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá
ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição
com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.
(Redação dada pela Lei n. 12.137, de 2009)
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de
terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

Seção IV
Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-


rário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo
juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive para a interposi-
ção de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído pela Lei n.
13.728, de 2018)
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 2º desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

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§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-


tada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados resumida-
mente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou estenotipa-
das. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente,
que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo
e demais documentos que o instruem.

Seção V
Do Pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito


ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:
I – o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II – os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III – o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,
desde logo, a extensão da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, po-
dendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alterna-
tivos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a soma não
ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autu-
ação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se
no prazo de quinze dias.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á,
desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido
e a citação.

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Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a


contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

Seção VI
Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:


I – por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II – tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega
ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
III – sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de man-
dado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para compareci-
mento do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-
-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da
citação.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por
qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cien-
tes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas
no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local
anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

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Seção VII
Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à


audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos ale-
gados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes


presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as
consequências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º
desta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por
conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homo-
logada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo.
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá
sentença.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum
acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de
termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não
estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a
audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz,
na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o ár-
bitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença
irrecorrível.

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Seção IX
Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à


audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a
defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a
audiência designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes, desde
logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes,
colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam inter-
ferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão de-
cididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das par-
tes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da
audiência.

Seção X
Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de


defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se proces-
sará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,
formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fun-
dado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria
audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada,
cientes todos os presentes.

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Seção XI
Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não


especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados
pelas partes.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparece-
rão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrola-
do, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à
Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar
sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de
sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a re-
querimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determi-
nar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o
verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença re-
ferir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão
de Juiz togado.

Seção XII
Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com bre-


ve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

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Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíqui-


da, ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada
estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e
imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de
atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes toga-
dos, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciên-
cia da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido
do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta
e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer res-
posta escrita no prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe
efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita
magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do re-
querente as despesas respectivas.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com
a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositi-
va. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.
Art. 47. (VETADO)

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Seção XIII
Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acór-


dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão
nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oral-
mente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração
suspenderão o prazo para recurso. 
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interpo-
sição de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Seção XIV
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:


I – quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências
do processo;
II – quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu
prosseguimento, após a conciliação;
III – quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV – quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º
desta Lei;
V – quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não
se der no prazo de trinta dias;
VI – quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucesso-
res no prazo de trinta dias da ciência do fato.

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§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia


intimação pessoal das partes.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência
decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento
das custas.

Seção XV
Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, apli-


cando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as se-
guintes alterações:
I – as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão
em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;
II – os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de ou-
tras parcelas serão efetuados por servidor judicial;
III – a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria
audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a
cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos
efeitos do seu descumprimento (inciso V);
IV – não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e
tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á
desde logo à execução, dispensada nova citação;
V – nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz,
na sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de
acordo com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadim-
plemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação
da multa ou a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz
de imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a
multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor
na execução do julgado;

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VI – na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por


outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob
pena de multa diária;
VII – na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o
credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a
qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo
o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento
não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
móvel, ou hipotecado o imóvel;
VIII – é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar
de alienação de bens de pequeno valor;
IX – o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, ver-
sando sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente
à sentença.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até qua-
renta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil,
com as modificações introduzidas por esta Lei.
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiên-
cia de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito
ou verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a so-
lução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o
conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito
a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação
do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improce-
dentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das
alternativas do parágrafo anterior.

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§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o proces-


so será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI
Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de


jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta
Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispen-
sadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas
e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em
segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de ad-
vogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:
I – reconhecida a litigância de má-fé;
II – improcedentes os embargos do devedor;
III – tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso
improvido do devedor.

Seção XVII
Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias


necessárias e o serviço de assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser
homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a
sentença como título executivo judicial.

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Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas


partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Mi-
nistério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a
conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedi-
mento instituído por esta Lei.

CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou toga-


dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tri-
bunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei n. 13.603, de 2018)

Seção I

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Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi


praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-
rário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas
de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento pode-
rão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz enca-
minhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebi-
mento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

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Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência la-


vrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames pe-
riciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for ime-
diatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
parecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação
dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a
realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da
qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secre-
taria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na
forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acom-
panhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua
orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os
que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

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Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homo-


logada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de
ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acar-
reta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediata-
mente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ver-
bal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência pre-
liminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo
previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,
pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será subme-
tida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infra-
ção, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará

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em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo


benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referi-
da no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação


de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese
prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imedia-
to, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no
termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formu-
lação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa
oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entre-
gando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cien-
tificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julga-
mento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados.

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§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66


e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para in-
timação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão inti-
mados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julga-
mento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando impres-
cindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para respon-
der à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se ime-
diatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, imper-
tinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de con-
vicção do Juiz.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença ca-
berá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

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§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência


da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição es-
crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magné-
tica a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV
Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-


-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a puni-
bilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros
criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em
pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em
lei.

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Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de


direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão
competente, nos termos da lei.

Seção V
Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena


restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais
serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI
Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, de-


penderá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corpo-
rais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido con-
denado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do Juiz;

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IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para


informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier
a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e
de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis


e Criminais, sua organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências re-
alizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,

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ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previa-


mente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os
Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação
desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes,
que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.726, de 2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua
publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.
7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da


República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995
*

1168
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LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena
é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adoles-
cente;

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II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-


cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
III – se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego pú-
blico e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontran-
do-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997
*

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LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989


Mensagem de veto

Vide Lei n. 12.735, de 2012

Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-
criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de
trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de
2010)

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§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-


munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena – reclusão de um a três anos.

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Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,


navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

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§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.
JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em


9.1.1989

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LEI N. 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003

Mensagem de veto
Vigência
(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º  É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

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III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII  – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em responsa-
bilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

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Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um


direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e
à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;

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VI – participação na vida política, na forma da lei;


VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por
meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.

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§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medi-


camentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órte-
ses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º  Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público
de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que
integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é


assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III  – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-
tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)

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§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista


no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas
de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua inte-
gração à vida moderna.
§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-
ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.

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Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,


na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança
de participação do idoso no custeio da entidade.
§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência
Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não poderá

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exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de


assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar
o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:
I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

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III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia


de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, ex-
ceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º  No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

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Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e


os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-
ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

1185
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Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de


longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I  – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-
sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-
cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

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Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.


Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-
nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61.............................................................................

1187
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............................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
.............................................................................” (NR)
“Art. 121.............................................................................
............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.............................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
............................................................................
§ 3º ............................................................................
............................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 140.............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
“Art. 141.............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria.
“Art. 148.............................................................................
§ 1º....................................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.
“Art. 159............................................................................

1188
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Oficial da Polícia Militar

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqües-


trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
“Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21............................................................................

............................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de
1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º ............................................................................

§ 4º ................................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
............................................................................” (NR)
Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18............................................................................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21


(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
...............................................................................” (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacio-
nal de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os
recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-
pulação idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto
de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-
da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o
acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-e-
conômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir
de 1o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho

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Rubem Fonseca Filho


Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

1191
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Oficial da Polícia Militar

LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Regulamento
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e
munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da


Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território
nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no
País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e
outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as de-
correntes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte
de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

1192
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e mu-
nições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

1193
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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III  – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para


o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento
desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo
de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mes-
mas características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de
2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo

1194
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência


desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computado-
res - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a
seguir: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

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CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente consti-
tuídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação
ambiental.

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X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributá-
rio. (Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos
do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de
2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei
n. 12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III  – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das insti-
tuições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-

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nada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.


4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais
está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.  (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais
e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal,
ao exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento
do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento
desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.706, de
2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei
n. 11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de
2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o

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caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de
segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-

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torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.


(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança
que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de seguran-
ça. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º  desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo de-
verá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento

1200
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para


colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia
temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, per-
derá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abor-
dado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.

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§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pes-


soas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art.
6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições
do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação
da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de
fogo. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-
go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou


munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

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Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-


nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem
de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-


portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin
3.112-1)

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Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,


transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-
ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incen-
diário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de

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atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem


autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efei-
to deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou co-
mércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou
restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empre-
sas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do

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chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-


to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-
nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-
ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

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§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-


berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,
serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao
Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.

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Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de


fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expi-
rar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884,
de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma
e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de
taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entre-
gá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, se-

1208
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rão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de


eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706,
de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a
R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento
desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilida-
de, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição
Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de
transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo


entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da Re-


pública.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

ANEXO
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$
I – Registro de arma de fogo:
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito
(art. 30)
- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00
II – Renovação do certificado de registro de arma de fogo:
Gratuito
- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5º, § 3º)

- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00


III – Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de 60,00
transporte
de valores

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ATO ADMINISTRATIVO R$
IV – Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa
de
segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1º de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1º de novembro de 2008 60,00


V – Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI – Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII – Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00
VIII – Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

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LEI N. 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra


a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal,
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discrimina-
ção contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera
o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal;
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violên-
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-
tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo
dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,

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à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à


liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, explo-
ração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições ne-
cessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patri-
monial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I  – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

1213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-


dem de orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das
formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, en-


tre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei
n. 13.772, de 2018)
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja
a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou
à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-

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mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recur-


sos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V  – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e fami-


liar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas pú-
blicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação
de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessá-
rios e cabíveis nos casos de violência sexual.
§ 4º (Vide Lei n. 13.871, de 2019)
§ 5º (Vide Lei n. 13.871, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 6º (Vide Lei n. 13.871, de 2019)


§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem priorida-
de para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios do registro da ocorrência poli-
cial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela
Lei n. 13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matricu-
lados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às
informações será reservado ao juiz, ao Ministério Público e aos órgãos com-
petentes do poder público. (Incluído pela Lei n. 13.882, de 2019)

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumpri-
mento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por
servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados.
(Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou
de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mu-
lher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,
considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

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II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de


violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela
Lei n. 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II  – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
III  – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético,
devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei n.
13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imedia-
to ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo
ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços


disponíveis.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representa-
ção a termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas;
VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VI – A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma
de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem
como notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do regis-
tro ou da emissão do porte, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 (Estatuto do desarmamento); (Incluído pela Lei n.13.880, de 2019)
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;

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III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela


ofendida.
IV – informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência
e se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência
preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.836, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários mé-
dicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-
rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à in-
tegridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de
seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou
local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

1219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em
igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, deven-
do dar ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade
da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas prote-
tivas de urgência;
II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso;
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
IV – determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do
agressor. (Incluído pela Lei n.13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo
juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de ime-


diato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Mi-
nistério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumu-
lativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familia-
res e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,
caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque-
rimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação
ao agressor .

Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor,
em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgên-
cia, entre outras:

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Oficial da Polícia Militar

I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao


órgão competente, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixan-
do o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras pre-
vistas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circuns-
tâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-
trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável
pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes
de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, pode-
rá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o dis-
posto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).

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Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:


I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou co-
munitário de proteção ou de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direi-
tos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.
V – determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei
n. 13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
narmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por per-
das e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e fami-
liar contra a ofendida.
Parágrafo único. deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.

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Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Do Crime de descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n.
13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial po-
derá conceder fiança. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções ca-
bíveis. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-


tra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias neces-
sárias e do serviço de assistência judiciária.
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão
criar e promover, no limite das respectivas competências:
I – centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e res-
pectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III – delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e cen-
tros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar;

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IV – programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;


V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promo-
verão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nes-
ta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a
mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e infor-
mações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida proteti-
va de urgência. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em
banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da defensoria Pública e dos órgãos
de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efe-
tividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentá-
rias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercí-
cio financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.

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Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorren-


tes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Có-
digo de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313..................................................................................
IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência.” (NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61..................................................................................
II – f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésti-
cas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
...........................................................” (NR)
Art. 44. O art. 129 do decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129..................................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevale-
cendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..............................................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Exe-
cução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

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“Art. 152..................................................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff
Este texto não substitui o publicado no DOU de 8.8.2006 *

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LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Mensagem de veto
Regulamento
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinser-
ção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Dro-
gas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e de-
fine crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as subs-
tâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados
em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Exe-
cutivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos
dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Conven-
ção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971,
a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita
dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medi-

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cinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,


respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coor-


denar as atividades relacionadas com:
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuá-
rios e dependentes de drogas;
II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras,
critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos,
programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS,
e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:


I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmen-
te quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo bra-
sileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social,


para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Socie-
dade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do
Sisnad;
VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados
com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
tráfico ilícito;
VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Le-
gislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interde-
pendência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacio-
nal Antidrogas - Conad.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas
no país;

1230
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso in-


devido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
Estados e Municípios;
IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articu-
lação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

Seção I
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 6º (VETADO)
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a exe-
cução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no re-
gulamento desta Lei.
Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º (VETADO)

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Seção II
Das Competências
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)


I – formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria
com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
III – coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad
e suas normas de referência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores
e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das
políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e
Municípios para a execução das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de re-
cursos para financiamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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XII – sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção,


tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfi-
co ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIII – adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIV – estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando
a coibir o ingresso de drogas no País. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO II-A
(INCLUÍDO PELA LEI N. 13.840, DE 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I
Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, den-


tre outros: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações,
atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação,
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e
reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
II – viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação
e avaliação das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os


estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a preven-
ção do uso de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou
dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de
sua escolarização e a qualificação profissional; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
V – promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os
serviços públicos; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas,
ações e projetos das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019)
VII – fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orien-
tações e informações para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, ren-
da e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção pro-
fissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas
fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de
economia solidária e o cooperativismo, como forma de promover autonomia
ao usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento,
observando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019)
X – propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação
das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
XI – articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no
enfrentamento ao abuso de drogas; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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XII – promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre dro-
gas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar
de sua aprovação.

§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do

Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

Seção II

Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Esta-

dos, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: (Incluído pela

Lei n. 13.840, de 2019)

I – auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.

13.840, de 2019)

II – colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na exe-

cução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre

drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

III – propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elabo-

ração de programas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tra-

tamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico

ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

IV – promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o pla-

nejamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

V – propor políticas públicas que permitam a integração e a participação

do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e

cultural no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

VI – desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas

em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos. (Incluído pela Lei

n. 13.840, de 2019)

Seção III
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO III
(VETADO)

Art. 9º (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. (VETADO)
Art. 14. (VETADO)
CAPÍTULO IV
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE
DROGAS
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 15. (VETADO)
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.

1236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de


drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

1237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO

Seção I
Das Diretrizes
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas,


para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de
proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem
observar os seguintes princípios e diretrizes:
I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferên-
cia na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à
qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e
de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as
atendam;
III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em
relação ao uso indevido de drogas;

IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com

as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluin-

1238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

do usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do

estabelecimento de parcerias;

V  – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às

especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das dife-

rentes drogas utilizadas;

VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redu-

ção de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preven-

tiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da popu-

lação, levando em consideração as suas necessidades específicas;

VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em ativi-

dades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários

e dependentes de drogas e respectivos familiares;

IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, pro-

fissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qua-

lidade de vida;

X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da

prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3

(três) níveis de ensino;

XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido

de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretri-

zes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;

XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas

setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as

1239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-


lescente - Conanda.

Seção II
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas,


comemorada anualmente, na quarta semana de junho. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de dro-
gas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e
reinserção social e econômica de usuários de drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
IV – divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso
indevido de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – mobilização da comunidade para a participação nas ações de preven-
ção e enfrentamento às drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

1240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO
E DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DE-
PENDENTES DE DROGAS
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

Seção I
Disposições Gerais
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de


drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do de-
pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa huma-
na, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
de Assistência Social;
II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que conside-
rem as suas peculiaridades socioculturais;

1241
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a in-


clusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fami-
liares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multipro-
fissionais;
V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
VII – estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
VIII – efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação con-
tinuada e ao trabalho; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às
consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)

Seção II
Da Educação na Reinserção Social e Econômica
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão


atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação
de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção III
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 22-B. (VETADO).
Seção IV
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito


Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamen-
tária adequada.
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser
ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as moda-
lidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em
etapas que permitam: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a popula-
ção; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidên-
cias científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou depen-
dente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambu-
latorial; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habili-
dades e projetos individuais por meio de programas que articulem educação,
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento individuali-
zado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1243
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articu-


lada. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento,
em âmbito nacional. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em
unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares
e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registrado
no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabe-
lecimento no qual se dará a internação. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do de-
pendente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do
dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta fal-
ta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos
órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de
segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a
medida. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que
optou por este regime de tratamento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por
solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deve ser realizada após a formalização da decisão por médico respon-
sável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o
padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de

1244
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; (Inclu-


ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico
responsável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, reque-
rer ao médico a interrupção do tratamento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser infor-
madas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema
informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido
no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhe-
cê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas co-
munidades terapêuticas acolhedoras. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual de-
verão observar, no que couber, o previsto na Lei n. 10.216, de 6 de abril de
2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1245
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção V
Do Plano Individual de Atendimento
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de


atenção à saúde dependerá de: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e exe-
cução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
II – o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas
ou das pessoas com as quais convive. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsá-
veis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso
de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, administrati-
va e criminal, nos termos da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente
de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento. (In-
cluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)

1246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei n. 13.840,


de 2019)
III – a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação
profissional; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
V – formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimen-
to do previsto no plano; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII  – as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do in-
gresso no atendimento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano
individual de atendimento são consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas
de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas
encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atua-
ção nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuá-
rios ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicio-
nados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou subme-
tidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

1247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção VI
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comuni-


dade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
I – oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas
que visam à abstinência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida
como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário
ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convi-
vência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção
do desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou
dependente de drogas em vulnerabilidade social; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
IV – avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometi-
mentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção
médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser en-
caminhadas à rede de saúde. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada


ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educati-
vo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quan-
tidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psí-
quica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pesso-
ais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabeleci-
mentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.

1249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refe-


re o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I – admoestação verbal;
II – multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do in-
frator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambula-
torial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II
do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se
refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidro-
gas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das pe-
nas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107
e seguintes do Código Penal.

1250
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO
ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para


produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-pri-
ma destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo dele-
gado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente
para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, obser-
var-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o dis-
posto no Decreto n. 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada
a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente
- Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, con-
forme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legis-
lação em vigor.

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CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,


vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
gal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (qui-
nhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I  – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guar-
da, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI n. 4.274)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de
seu relacionamento, para juntos a consumirem:

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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas pode-
rão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons anteceden-
tes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-
nosa. (Vide Resolução n. 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuita-
mente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fa-
bricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil
e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, rei-
teradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (sete-
centos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil
e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associa-
ção destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1º, e 34 desta Lei:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezen-


tos) a 700 (setecentos) dias-multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas
necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão
do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente
com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)
a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for
de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entida-
des estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes,
de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes

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de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em


transportes públicos;
IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de
arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a
quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coau-
tores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância
sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei,
o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número
de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão im-
postas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei
são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

1255
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Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o


livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada
sua concessão ao reincidente específico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob
o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força peri-
cial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que
ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, reali-
zada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste


Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,
salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,
será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá


prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminha-
do ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requi-
sições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º
deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em
que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o
agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a
autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que dis-
põe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor
a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada
na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, em-
pregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previs-
tos na Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária


fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em
24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
cimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.

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§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo


não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10
(dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e deter-
minará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra neces-
sária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia
competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e
da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das
drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei n.
12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de pri-
são em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à re-
alização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se
o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser dupli-
cados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade
de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões
que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza
da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qua-
lificação e os antecedentes do agente; ou
II – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

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Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências


complementares:
I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que
seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante au-
torização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios:
I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, cons-
tituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção II
Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão


Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério

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Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providên-
cias:
I – requerer o arquivamento;
II – requisitar as diligências que entender necessárias;
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as
demais provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado
para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado
poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer do-
cumentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até
o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95
a 113 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor
para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de
nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez)
dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames
e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência
de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intima-
ção do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos
periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, po-

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derá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se


for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro
dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determi-
nada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando
se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório
do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessiva-
mente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para
sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável
por mais 10 (dez), a critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das par-
tes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas cor-
respondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou
o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclu-
sos.
§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso
do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto,
ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na
forma do art. 32, § 1º, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova,
a fração que fixar. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ou-
vido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do
produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do
laudo toxicológico. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta
Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e
de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

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CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de


acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, po-
derá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, di-
reitos ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes
previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos
necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata puder comprometer as investigações. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 re-
caírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emi-
tidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a con-
versão em moeda nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será encaminhada a ins-
tituição financeira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Con-
selho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a mo-
eda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o
seu destino. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja


verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à
representação diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada
em vigor da Medida Provisória n. 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam
custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos,
no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se
proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e
objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judici-
ária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que
trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará
a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre
quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será rea-
lizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação,
ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador no-
meado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

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§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministé-


rio Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias
e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as despesas do leilão, serão de-
positados em conta judicial remunerada e, após sentença condenatória tran-
sitada em julgado, serão revertidos ao Funad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de cer-
tificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
da cobrança de débitos fiscais, os quais permanecem sob responsabilidade
do antigo proprietário. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019) (Revogado pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído sobre dinheiro, inclusive
moeda estrangeira, ou cheques emitidos como ordem de pagamento para fins
ilícitos, o juiz determinará sua conversão em moeda nacional corrente, que
será depositada em conta judicial remunerada, e, após sentença condena-
tória com trânsito em julgado, será revertida ao Funad. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos
bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodovi-
ária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de
sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens
mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fa-

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zer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, me-
diante autorização judicial, ouvido o Ministério Público. (Revogado pela Medi-
da Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do
bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz
periodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informa-
ções sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de
2019)
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do
órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do paga-
mento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do
bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens uti-
lizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada
em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer
nova avaliação judicial. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a
entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

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§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade


de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução
fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória n.
885, de 2019)
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou o órgão
de registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto
da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou que tenham sido
convertidos, serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de do-
cumento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela Caixa
Econômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional, independente-
mente de qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas, contado do
momento da realização do depósito. (Incluído pela Medida Provisória n. 885,
de 2019)
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do
depósito será devolvido ao acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo
de até três dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do
art. 39 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o
valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os
direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judi-
cial, serão efetuados como anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas

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no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Medida Provisória n.


885, de 2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valores deposita-
dos ou devolvidos. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto
de medidas assecuratórias; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a
liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu
perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos
e valores declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imedia-
to cumprimento ao estabelecido no § 2º deste artigo. (Revogado pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação
dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indican-
do, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em
cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação
vigente.
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 (trezentos e ses-
senta) dias do trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo inte-

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ressado, os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas assecu-


ratórias ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos
ao Funad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o compa-
recimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direi-
tos e objeto de medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua
origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e
suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias,
multas e custas decorrentes da infração penal. (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça e Segurança Pública proceder à destinação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decre-
tado em favor da União, por meio das seguintes modalidades: (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
I – alienação, mediante: (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos que contribuam
para o alcance das finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; ou (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993; (Incluído pela Medida Provisória n. 885,
de 2019)
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, ob-
servadas as finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
III – destruição; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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IV – inutilização. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)


§ 1º A alienação por meio de licitação será na modalidade leilão, para bens
móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou glo-
bal, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço que
não seja inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será amplamente divulgado
em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmen-
te no Município em que será realizado, dispensada a publicação em diário
oficial. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da adminis-
tração pública, a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em
diário oficial e em jornais de grande circulação. (Incluído pela Medida Provi-
sória n. 885, de 2019)
§ 4º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade
de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução
fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória n.
885, de 2019)
§ 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Me-
dida Provisória n. 885, de 2019)
§ 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justi-
ça e Segurança Pública poderá celebrar convênios ou instrumentos congêne-
res com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica auto-
rizada a contratação da iniciativa privada para a execução das ações de ava-

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liação, administração e alienação dos bens a que se refere esta Lei. (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regula-
mentar os procedimentos relativos à administração, à preservação e à des-
tinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a preven-
ção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por
ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados
à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em as-


suntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial
dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colabora-
ção, nas áreas de:
I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de aten-
ção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

1270
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas


e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO V-A
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Art. 65-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei,


até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, de-
nominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de
1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n. 7.560, de 19 de de-
zembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para
execução das políticas sobre drogas deverão garantir o acesso às suas insta-
lações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva fiscali-
zação pelos órgãos competentes. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que

1271
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção so-


cial de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e
do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consu-
mirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que
existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tra-
mite o feito:
I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam
lacradas suas instalações;
II – ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das me-
didas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arreca-
dadas;
III – dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscri-
tos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas
jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica
que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto
não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade
sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério
Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farma-
cêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob
a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da
Justiça Federal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede
de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição
respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o
juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou
a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras
guardadas para contraprova, certificando nos autos. (Redação dada pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com
o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei n. 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n.
10.409, de 11 de janeiro de 2002.
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da Repú-
blica.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006

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LEI N. 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011

Mensagem de veto
Vigência
Regulamento
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no
inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Fede-
ral; altera a Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n.
11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei n. 8.159, de 8 de
janeiro de 1991; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela


União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso
a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art.
37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I – os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes
Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Minis-
tério Público;
II – as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as socie-
dades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indireta-
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades
privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de inte-
resse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante sub-

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venções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo,


ajustes ou outros instrumentos congêneres.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades ci-
tadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua
destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente
obrigadas.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar
o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em
conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as
seguintes diretrizes:
I – observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
exceção;
II – divulgação de informações de interesse público, independentemente
de solicitações;
III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da
informação;
IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na adminis-
tração pública;
V – desenvolvimento do controle social da administração pública.
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I – informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para
produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, supor-
te ou formato;
II – documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o
suporte ou formato;
III – informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição
de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado;
IV – informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada
ou identificável;

1275
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V – tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção,


recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmis-
são, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, des-
tinação ou controle da informação;
VI – disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e
utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
VII – autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida,
expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento
ou sistema;
VIII  – integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive
quanto à origem, trânsito e destino;
IX – primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o má-
ximo de detalhamento possível, sem modificações.
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que
será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma trans-
parente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as nor-


mas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
I – gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e
sua divulgação;
II – proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autentici-
dade e integridade; e
III – proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observa-
da a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de
acesso.
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre
outros, os direitos de obter:

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I – orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem


como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação alme-
jada;
II – informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acu-
mulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
III – informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade
privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mes-
mo que esse vínculo já tenha cessado;
IV – informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V – informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclu-
sive as relativas à sua política, organização e serviços;
VI – informação pertinente à administração do patrimônio público, utiliza-
ção de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e
VII – informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, pro-
jetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores
propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas
realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de
contas relativas a exercícios anteriores.
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as infor-
mações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou
tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela
parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de
certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.

1277
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§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas


utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo
será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos
órgãos e entidades referidas no art. 1º, quando não fundamentada, sujeitará
o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado
requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para
apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela
guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar
o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independen-
temente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito
de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles
produzidas ou custodiadas.
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,  deverão
constar, no mínimo:
I – registro das competências e estrutura organizacional, endereços e te-
lefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
II – registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos finan-
ceiros;
III – registros das despesas;
IV – informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os
respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;
V – dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos
e obras de órgãos e entidades; e
VI – respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades pú-
blicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispu-

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serem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de


computadores (internet).
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, aten-
der, entre outros, aos seguintes requisitos:
I  – conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à
informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil
compreensão;
II – possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos,
inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a
facilitar a análise das informações;
III – possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em forma-
tos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
IV – divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da in-
formação;
V – garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis
para acesso;
VI – manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII – indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se,
por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e
VIII – adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de con-
teúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei n. 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 186, de 9 de
julho de 2008.
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes
ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o §
2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações
relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previs-
tos no art. 73-B da Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal).

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Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante:


I – criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades
do poder público, em local com condições apropriadas para:
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas uni-
dades;
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e
II – realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participa-
ção popular ou a outras formas de divulgação.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I
Do Pedido de Acesso

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a in-


formações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer
meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a es-
pecificação da informação requerida.
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do
requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação.
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa
de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na
internet.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinan-
tes da solicitação de informações de interesse público.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o aces-
so imediato à informação disponível.
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta
no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não
superior a 20 (vinte) dias:

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I – comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a


reprodução ou obter a certidão;
II – indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
acesso pretendido; ou
III – comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhe-
cimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requeri-
mento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de
seu pedido de informação.
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez)
dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do
cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer
meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que
necessitar.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total
ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibi-
lidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda,
ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
§ 5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse
formato, caso haja anuência do requerente.
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato
impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão
informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá
consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que
desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento
direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
mesmo tais procedimentos.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, sal-
vo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pú-
blica consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor
necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados.

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Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo


aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sus-
tento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei n. 7.115, de 29 de
agosto de 1983.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento
cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a
consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado
poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a
reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação
do documento original.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa
de acesso, por certidão ou cópia.

Seção II
Dos Recursos

Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões


da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão
no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente
superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Po-
der Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da
União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
I – o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;
II – a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente
classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierar-
quicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclas-
sificação;

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III – os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabeleci-

dos nesta Lei não tiverem sido observados; e

IV – estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos pre-

vistos nesta Lei.

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Contro-

ladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma

autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugna-

da, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral

da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências neces-

sárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.

§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, po-

derá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações,

a que se refere o art. 35.

Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de in-

formação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o

requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das compe-

tências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art.

35, e do disposto no art. 16.

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às auto-

ridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma

autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão im-

pugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.

§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a des-

classificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comis-

são Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.

Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas

no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos

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sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e


Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado
ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o anda-
mento de seu pedido.
Art. 19. (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao
Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público,
respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a
informações de interesse público.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei n. 9.784, de 29
de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.

CAPÍTULO IV
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela


judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condu-
tas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públi-
cos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição
de acesso.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de
sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial de-
correntes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por
pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder
público.

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Seção II
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou


do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulga-
ção ou acesso irrestrito possam:
I – pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do ter-
ritório nacional;
II – prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações
internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso
por outros Estados e organismos internacionais;
III – pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV – oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou mone-
tária do País;
V – prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das For-
ças Armadas;
VI – prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas
de interesse estratégico nacional;
VII – pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades na-
cionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
VIII – comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação
ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão
de infrações.
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, obser-
vado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da so-
ciedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou
reservada.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a
classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e
são os seguintes:

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I – ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;


II – secreta: 15 (quinze) anos; e
III – reservada: 5 (cinco) anos.
§ 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Pre-
sidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as)
serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do
mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º, poderá ser estabe-
lecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado
evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de clas-
sificação.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que de-
fina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso
público.
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo,
deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério
menos restritivo possível, considerados:
I – a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e
II – o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu
termo final.

Seção III
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas

Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informa-


ções sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua
proteção. (Regulamento)
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada
como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhe-
cê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem
prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.

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§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação


para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem ado-
tados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra
perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias
para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas
e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de in-
formações sigilosas.
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de
qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de
informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus em-
pregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimen-
tos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei.

Seção IV
Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
Desclassificação

Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administra-


ção pública federal é de competência: (Regulamento)
I – no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior;
II – no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares
de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia
mista; e

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III – no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e


das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou
superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia
equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou en-
tidade, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classi-
ficação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade
responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a sub-
delegação.
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas au-
toridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos
respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento.
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como
ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão
Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo pre-
visto em regulamento.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá
ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
I – assunto sobre o qual versa a informação;
II – fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no
art. 24;
III – indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do
evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e
IV – identificação da autoridade que a classificou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau
de sigilo da informação classificada.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade
classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provo-
cação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas
à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto
no art. 24. (Regulamento)

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§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculia-


ridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes
públicos.
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a
permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do
acesso ou da divulgação da informação.
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo pra-
zo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anu-
almente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados
e informações administrativas, nos termos de regulamento:
I – rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12
(doze) meses;
II – rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identifi-
cação para referência futura;
III – relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação
recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre
os solicitantes.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação pre-
vista no caput para consulta pública em suas sedes.
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações
classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da
classificação.

Seção V
Das Informações Pessoais

Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma


transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das
pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.

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§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à inti-


midade, vida privada, honra e imagem:
I  – terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de
sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de pro-
dução, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se
referirem; e
II – poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros dian-
te de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se
referirem.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo
será responsabilizado por seu uso indevido.
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exigido quando
as informações forem necessárias:
I – à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou
legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o trata-
mento médico;
II – à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interes-
se público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa
a que as informações se referirem;
III – ao cumprimento de ordem judicial;
IV – à defesa de direitos humanos; ou
V – à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e
imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar pro-
cesso de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver
envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históri-
cos de maior relevância.
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de
informação pessoal.

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CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do


agente público ou militar:
I – recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, re-
tardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente
de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II – utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigu-
rar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob
sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das
atribuições de cargo, emprego ou função pública;
III – agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à infor-
mação;
IV – divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso inde-
vido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V – impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro,
ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem;
VI – ocultar da revisão de autoridade superior competente informação si-
gilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII – destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a
possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido
processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas:
I – para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, trans-
gressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabeleci-
dos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou
II – para fins do disposto na Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e
suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mí-
nimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.

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§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente públi-


co responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto
nas Leis n.s 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em
virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e deixar de ob-
servar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – rescisão do vínculo com o poder público;
IV – suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de
contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
anos; e
V – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administra-
ção pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria autori-
dade que aplicou a penalidade.
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas jun-
tamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o
interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos re-
sultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva
da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do
interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura
de vista.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos
danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização
indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apura-
ção de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o
respectivo direito de regresso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou en-


tidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com órgãos
ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a
tratamento indevido.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35. (VETADO).
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que
decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o tratamento e a
classificação de informações sigilosas e terá competência para:
I – requisitar da autoridade que classificar informação como ultrassecreta
e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da informação;
II  – rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de
ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto
no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
III – prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ultrasse-
creta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação
puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do ter-
ritório nacional ou grave risco às relações internacionais do País, observado o
prazo previsto no § 1º do art. 24.
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deverá ocorrer,
no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no art. 39,
quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavalia-
ção de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a desclassificação
automática das informações.
§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e funcio-
namento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o

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mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposições desta


Lei. (Regulamento)
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acor-
dos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações constantes
desses instrumentos.
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC),
que tem por objetivos: (Regulamento)
I – promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança
de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de infor-
mações sigilosas; e
II – garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas pro-
venientes de países ou organizações internacionais com os quais a República
Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer ou-
tro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações
Exteriores e dos demais órgãos competentes.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, organização e
funcionamento do NSC.
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei n. 9.507, de 12 de novembro de
1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de re-
gistro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação
das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máxi-
mo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação previs-
ta no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei.
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista
no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Rea-
valiação de Informações, observados os termos desta Lei.

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§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto


no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legisla-
ção precedente.
§ 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não re-
avaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente,
de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o
dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração pública federal
direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada
para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atri-
buições:
I – assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informa-
ção, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
II – monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relató-
rios periódicos sobre o seu cumprimento;
III – recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aper-
feiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimen-
to do disposto nesta Lei; e
IV – orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do
disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pú-
blica federal responsável:
I  – pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à
cultura da transparência na administração pública e conscientização do direito
fundamental de acesso à informação;
II – pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvol-
vimento de práticas relacionadas à transparência na administração pública;
III – pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração
pública federal, concentrando e consolidando a publicação de informações
estatísticas relacionadas no art. 30;

1295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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IV – pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com


informações atinentes à implementação desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 116....................................................................
............................................................................................
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envol-
vimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apu-
ração;
.................................................................................” (NR)
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei n. 8.112, de 1990, passa a vigo-
rar acrescido do seguinte art. 126-A:
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apura-
ção de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que
tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, empre-
go ou função pública.”
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legis-
lação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir
regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9º e na Seção II
do Capítulo III.
Art. 46. Revogam-se:
I – a Lei n. 11.111, de 5 de maio de 2005; e
II – os arts. 22 a 24 da Lei n. 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de
sua publicação.

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Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e 123º da Re-


pública.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardoso
Celso Luiz Nunes Amorim
Antonio de Aguiar Patriota
Miriam Belchior
Paulo Bernardo Silva
Gleisi Hoffmann
José Elito Carvalho Siqueira
Helena Chagas
Luís Inácio Lucena Adams
Jorge Hage Sobrinho
Maria do Rosário Nunes

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.11.2011 - Edição extra

1297
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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os


membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fun-
damento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos re-
sultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e
que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de palavra, de
crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi procla-
mado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos
pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último
recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amis-
tosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da
ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do
ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que de-
cidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma
liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover,
em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e li-
berdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades
é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto

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A ASSEMBLEIA GERAL

Proclama

A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS


DIREITOS HUMANOS

como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre
em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por
promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconheci-
mento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo I

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.


São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros
com espírito de fraternidade.

Artigo II

1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades


estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de
raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2 - Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição políti-
ca, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio,
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo III

Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

1299
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Artigo IV

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico


de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V

Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel,


desumano ou degradante.

Artigo VI

Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido


como pessoa perante a lei.

Artigo VII

Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer dis-
criminação que viole a presente declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação.

Artigo VIII

Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competen-
tes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe
sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo IX

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

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Artigo X

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audi-
ência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus
direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo XI

1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser pre-
sumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas
as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional.
Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento
da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo XII

Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família,


em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputa-
ção. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências
ou ataques.

Artigo XIII

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência


dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o pró-
prio, e a este regressar.

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Artigo XIV

1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de


gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitima-
mente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos ob-
jetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XV

1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.


2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade.

Artigo XVI

1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de


raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e
fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento,
sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento
dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à
proteção da sociedade e do Estado.

Artigo XVII

1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com


outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

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Artigo XVIII

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e


religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a li-
berdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pela observância, em público ou em particular.

Artigo XIX

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este


direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independen-
temente de fronteiras.

Artigo XX

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.


2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo XXI

1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liber-
dade de voto.

Artigo XXII

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança


social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de
acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômi-

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cos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvi-


mento da sua personalidade.

Artigo XXIII

1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a


condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remune-
ração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa
e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário,
outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar
para proteção de seus interesses.

Artigo XXIV

Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razo-
ável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

Artigo XXV

1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegu-


rar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circuns tâncias fora de
seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência espe-
ciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da
mesma proteção social.

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Artigo XXVI

1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será
obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como
a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da per-
sonalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais.
A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre to-
das as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das
Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que
será minis trada a seus filhos.

Artigo XXVII

1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural


da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de
seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e mate-
riais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual
seja autor.

Artigo XXVIII

Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que
os direitos e liberdades estabelecidos na presente declaração possam ser ple-
namente realizados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Artigo XXIX

1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre
e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará su-
jeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exer-
cidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXX

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como


o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quais-
quer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013


Define organização criminosa e dispõe sobre a investi-
gação criminal, os meios de obtenção da prova, infra-
ções penais correlatas e o procedimento criminal;
Vigência
altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei nº 9.034, de 3 de
maio de 1995; e dá outras providências.

A  PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investiga-


ção criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tare-
fas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamen-
te, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais
cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de
caráter transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorri-
do no estrangeiro, ou reciprocamente;
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a
prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
nº 13.260, de 2016)

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Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por


interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das pe-
nas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, em-
baraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou co-
letivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos
de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização crimi-
nosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em
parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações
criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da or-
ganização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos sub-
sequentes ao cumprimento da pena.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata
esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará

1308
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ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a


sua conclusão.

CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I - colaboração premiada;
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III - ação controlada;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados ca-
dastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações
eleitorais ou comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos
da legislação específica;
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do
art. 11;
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais
e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade
investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos in-
cisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação de que trata o pará-
grafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser

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comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Inclu-


ído pela Lei nº 13.097, de 2015)

Seção I
Da Colaboração Premiada

Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão


judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização crimi-
nosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da orga-
nização criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da orga-
nização criminosa;
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a per-
sonalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Pú-
blico, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
cial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou represen-
tar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que
couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal).

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§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao


colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspen-
dendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar
de oferecer denúncia se o colaborador:
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para
a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º , o respectivo termo, acompa-
nhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será re-
metido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o
colaborador, na presença de seu defensor.
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acom-
panhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o co-
laborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por ini-
ciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será fei-
to pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
das informações.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença
de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colabo-
ração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
Art. 5º São direitos do colaborador:
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais pre-
servados;
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus
ou condenados.
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por
escrito e conter:
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;

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IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado


de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua famí-
lia, quando necessário.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribu-
ído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador
e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas di-
retamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, as-
segurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º .

Seção II
Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que
a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será pre-
viamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter


informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca
da ação controlada.
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retar-
damento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer
com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III
Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,


representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-
tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que
trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º , o relatório circunstanciado será
apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministé-
rio Público.

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§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-


minar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do dele-
gado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da ne-
cessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,
os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma
a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou
identificar o agente que será infiltrado.
§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração se-
rão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese
de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas ne-
cessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acom-
panharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionali-
dade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de
crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível
conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9º da Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;

1315
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais infor-
mações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal,
salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos
meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, inde-


pendentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
vestigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delega-
do de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo pra-
zo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua


prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,


a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar infor-
mações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envol-
vam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e in-
formações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no
curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apos-
sa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão


apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo ra-
zoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastina-
tório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,

1317
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do di-
reito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico
de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é arma-
da ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342. ...................................................................................
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)
dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.


DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

LEI N. 5.301, DE 16/10/1969

Contém o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais.


(Ementa com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 95,
de 17/1/2007.)

(Vide Emenda à Constituição n. 59, de 19/12/2003.)


(Vide Lei n. 16.299, de 3/8/2006.)
(Vide inciso III do art. 1º da Lei n. 19.576, de 16/8/2011.)
(Vide art. 9º da Lei n. 20.010, de 5/1/2012.)

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e


eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DO PESSOAL DA POLÍCIA MILITAR

CAPÍTULO I
GENERALIDADES

Art. 1º Os direitos, prerrogativas, deveres e responsabilidades dos mili-


tares do Estado regem-se por este Estatuto, nos termos do art. 39 da Cons-
tituição do Estado.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 2º São militares do Estado os integrantes da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros Militar.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 3º No decorrer de sua carreira pode o militar encontrar-se na ativa,
na reserva ou na situação de reformado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Militar da ativa é o que, ingressando na carreira policial-militar, faz


dela profissão, até ser transferido para a reserva, reformado ou excluído.
§ 2º – Militar da reserva é o que, tendo prestado serviço na ativa, passa
à situação de inatividade.
§ 3º – Reformado é o militar desobrigado definitivamente do serviço.
Art. 4º A carreira na Polícia Militar é privativa de brasileiros natos, para
oficiais e natos ou naturalizados para praças, observadas as condições de
cidadania, idade, capacidade física, moral e intelectual, previstas em leis e
regulamentos.
Art. 5º O ingresso nas instituições militares estaduais dar-se-á por meio
de concurso público, de provas ou de provas e títulos, no posto ou graduação
inicial dos quadros previstos no § 1º do art. 13 desta Lei, observados os se-
guintes requisitos:
I – ser brasileiro;
II – possuir idoneidade moral;
III – estar quite com as obrigações eleitorais e militares;
IV – ter entre 18 e 30 anos de idade na data da inclusão, salvo para os
oficiais do Quadro de Saúde, cuja idade máxima será de 35 anos;
V – possuir nível superior de escolaridade para ingresso na Polícia Mili-
tar e nível médio de escolaridade ou equivalente para ingresso no Corpo de
Bombeiros Militar;
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
VI – ter altura mínima de 1,60m (um metro e sessenta centímetros),
exceto para oficiais do Quadro de Saúde;
VII – ter aptidão física;
VIII – ser aprovado em avaliação psicológica;
IX – ter sanidade física e mental;
X – não apresentar, quando em uso dos diversos uniformes, tatuagem
visível que seja, por seu significado, incompatível com o exercício das ativi-
dades de policial militar ou de bombeiro militar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Para fins da comprovação da idoneidade moral, o candidato deverá


apresentar certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pelas
Justiças Federal, Estadual e Militar e não poderá estar indiciado em inquérito
comum ou militar ou sendo processado criminalmente por crime doloso.
§ 2º – A aptidão física prevista no inciso VII será comprovada perante co-
missão de avaliadores, por meio do teste de capacitação física.
§ 3º – O teste de capacitação física consistirá em provas, todas de caráter
eliminatório e classificatório, que verificarão, no mínimo, a resistência aeróbi-
ca, a agilidade e a força muscular dos membros superiores e inferiores e do
abdômen, de acordo com os padrões de condicionamento físico exigidos para
o exercício das funções atribuídas ao cargo.
§ 4º – A avaliação psicológica prevista no inciso VIII será realizada por
Oficial psicólogo ou comissão de oficiais psicólogos dos quadros da instituição
militar ou por psicólogos contratados e terá como base as exigências funcio-
nais e comportamentais do cargo a ser ocupado, compreendendo, no mínimo:
I – teste de personalidade;
II – teste de inteligência;
III – dinâmica de grupo, prova situacional ou anamnese psicológica.
§ 5º – Do resultado da avaliação psicológica cabe recurso à junta examina-
dora, observados os prazos e procedimentos previstos no edital do concurso.
§ 6º – A junta examinadora a que se refere o § 5º não poderá ser integra-
da por psicólogo que participou da avaliação prevista no § 4º.
§ 7º – Os laudos de avaliação psicológica serão guardados, em caráter
confidencial, pela unidade executora do concurso, sob a responsabilidade da
seção de psicologia.
§ 8º – O requisito de sanidade física e mental previsto no inciso IX será
comprovado por meio de exames médicos, odontológicos e complementares,
a critério da Junta Militar de Saúde e da comissão de avaliadores.

1321
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 9º – Para o preenchimento de cargos no Quadro de Oficiais, o requisito


previsto no inciso IV não será exigido dos militares de ambas as instituições,
desde que possuam, no máximo, vinte anos de efetivo serviço, a ser compro-
vado até a data da matrícula.
§ 10 – Para o preenchimento de cargos nos Quadros de Oficiais Comple-
mentares e de Oficiais Especialistas, os militares, para ingressarem no Curso
de Habilitação de Oficiais, deverão possuir, no máximo, vinte e quatro anos
de efetivo serviço, a ser comprovado até a data da matrícula.
§ 11 – A existência de tatuagem visível incompatível com o exercício da
atividade militar, prevista no inciso X, será comprovada por Oficial médico ou
comissão de oficiais médicos dos quadros da instituição militar ou por médi-
cos contratados, em laudo devidamente fundamentado.
§ 12 – Comprovada a existência de tatuagem visível incompatível com a
atividade militar, na forma do § 11, caberá recurso à junta examinadora, ob-
servados os prazos e procedimentos previstos no edital do concurso.
§ 13 – A junta examinadora a que se refere o § 12 não poderá ser integra-
da por médico que tenha participado da comprovação prevista no § 11.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide Lei Complementar n. 41, de 9/1/1996.)
(Vide Lei Complementar n. 62, de 19/12/2001.)
(Vide art. 7º da Lei n. 14.445, de 26/11/2002.)
(Vide Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
Art. 6º Os candidatos aos cargos do Quadro de Oficiais de Saúde devem
possuir graduação em nível superior em área compatível com a função a ser
exercida.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)

1322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 6ºA Para ingresso no Quadro de Oficiais da Polícia Militar – QO-PM – é


exigido o título de bacharel em Direito, obtido em estabelecimento reconhe-
cido pelo sistema de ensino federal, estadual ou do Distrito Federal, sendo o
respectivo concurso público realizado com a participação da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 13.
(Artigo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
Art. 6º-B Para ingresso nos Quadros de Praças e de Praças Especialistas
da Polícia Militar é exigido o nível superior de escolaridade, obtido em curso
realizado em estabelecimento reconhecido pelo sistema de ensino federal,
estadual ou do Distrito Federal, em área de concentração definida em edital,
sem prejuízo do disposto no § 4º do art. 13.
(Artigo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar n. 115, de 5/8/2010.)
Art. 6º-C Para ingresso no Quadro de Oficiais do Corpo de Bombeiros Mi-
litar é exigida a aprovação no curso de formação de oficiais, em nível superior
de graduação, promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas
Gerais, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 13.
(Artigo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
Art. 6º-D Para ingresso nos Quadros de Praças e de Praças Especialistas
do Corpo de Bombeiros Militar é exigida a aprovação em curso de formação
promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, sem
prejuízo do disposto no § 4º do art. 13.
(Artigo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
Art. 6º-E Para ingresso no Quadro de Oficiais Capelães da Polícia Militar
ou do Corpo de Bombeiros Militar é exigida conclusão de graduação em curso

1323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

de nível superior, devidamente reconhecida nos termos da legislação de ensi-


no em vigor, em área do conhecimento compatível com a função de assistên-
cia religiosa a ser exercida.
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 7º O militar será considerado estável após três anos de efetivo servi-
ço no cargo, mediante avaliação de desempenho individual.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

CAPÍTULO II
DA HIERARQUIA E DA PRECEDÊNCIA MILITAR

Art. 8º Hierarquia militar é a ordem e a subordinação dos diversos postos


e graduações que constituem carreira militar.
§ 1º – Posto é o grau hierárquico dos oficiais, conferido por ato do Chefe
do Governo do Estado.
§ 2º – Graduação é o grau hierárquico das praças, conferido pelo Coman-
dante Geral da Polícia Militar.
Art. 9º São os seguintes os postos e graduações da escala hierárquica:
I – Oficiais de Polícia
a) Superiores: Coronel, Tenente-Coronel e Major
b) Intermediários: Capitão
c) Subalternos: 1º Tenente, 2º Tenente
II – Praças Especiais de Polícia
a) Aspirante a Oficial
b) Cadetes do último ano do Curso de Formação de Oficiais e Alunos do
Curso de Habilitação de Oficiais;
(Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

1324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) Cadetes do Curso de Formação de Oficiais dos demais anos;


(Alínea acrescentada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
III – Praças de Polícia:
a) Subtenentes e Sargentos;
Subtenente;
1º Sargento;
2º Sargento;
3º Sargento;
b) Cabos e Soldados:
Cabo;
Soldado de 1ª Classe;
Soldado de 2ª Classe (Recruta).
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o Cadete do último ano do Curso
de Formação de Oficiais tem precedência funcional em relação ao Aluno do
Curso de Habilitação de Oficiais.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 10. Aos postos e graduações de que trata o artigo anterior será
acrescida a designação “PM” (Polícia Militar).
Art. 11. A precedência hierárquica é regulada:
I – Pelo posto ou graduação;
II – pela antiguidade no posto ou graduação salvo quando ocorrer pre-
cedência funcional, estabelecida em lei ou decreto.
Parágrafo único. O aspirante a oficial frequentará o círculo dos oficiais
subalternos.
Art. 12. A antiguidade de cada posto ou graduação será regulada:
I – pela data da promoção ou nomeação;
II – pela prevalência dos graus hierárquicos anteriores;
III – pela data de praça;
IV – pela data de nascimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. Nos casos de nomeação coletiva mediante concurso, de


declaração de Aspirantea-Oficial e de promoção a 3º-Sargento, a Cabo e a
Soldado de 1ª Classe, prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem de
classificação obtida no concurso ou curso.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 13. Serão organizados anualmente “almanaques” da Polícia Militar,
contendo a relação nominal de oficiais, aspirantes a oficial e graduados da
ativa, distribuídos pelos respectivos quadros, de acordo com a antiguidade
dos postos e graduações.
§ 1º – Os Quadros serão organizados da seguinte forma:
I – Oficiais da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QO-PM/BM);
II – Oficiais de Saúde da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar
(QOS-PM/BM);
III – Praças da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QP-PM/BM);
IV – Praças Especialistas da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros
Militar (QPE-PM/BM).
V – Oficiais Capelães da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar
(QOCPL-PM/BM).
(Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Parágrafo renumerado e com redação dada pelo art. 4º da Lei Comple-
mentar n. 95, de 17/1/2007.)
§ 2º – O ingresso no Quadro previsto no inciso I do § 1º dar-se-á no posto
inicial da carreira, após a aprovação em curso de formação de oficiais especí-
fico, definido pela instituição militar, e o cumprimento do período de estágio
na graduação de Aspirante-a-Oficial.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – O ingresso no Quadro previsto no inciso II do § 1º dar-se-á no pos-


to de 2º-Tenente.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 4º – O ingresso nos Quadros previstos nos incisos III e IV do § 1º
dar-se-á na graduação de Soldado de 2ª Classe, mediante realização de curso
de formação específico, definido pela instituição militar.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
§ 5º – Ficam instituídos os Quadros de Oficiais Complementares da Polícia
Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QOC-PM/BM) e de Oficiais Especia-
listas da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar (QOE-PM/BM).
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 6º – Os Quadros previstos no § 5º serão preenchidos por militares per-
tencentes aos Quadros previstos nos incisos III e IV do § 1º, respectivamen-
te, mediante aprovação no Curso de Habilitação de Oficiais – CHO.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 7º – Os militares aprovados no CHO a que se refere o § 6º ingres-
sarão no posto de 2º-Tenente e poderão ser promovidos, na ativa, até o
posto de Capitão.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 8º – Poderão concorrer ao CHO os Subtenentes, os 1ºs-Sargentos
e os 2ºs-Sargentos que tenham, no mínimo, quinze anos e, no máximo,
vinte e quatro anos de efetivo serviço na instituição militar estadual até a
data da matrícula.

1327
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 109, de


22/12/2009.).
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide art. 19 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
§ 9º – (Revogado pelo art. 21 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
Dispositivo revogado:
“§ 9º Os 2ºs-Sargentos possuidores do Curso de Atualização em Seguran-
ça Pública – Casp – ou equivalente no Corpo de Bombeiros Militar poderão
concorrer ao CHO desde que, além do requisito previsto no § 8º, possuam
seis anos de efetivo serviço na graduação.”
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 10 – O número de vagas para o CHO do QOC e do QOE será definido pelo
Comandante-Geral da instituição militar.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 11 – O aluno aprovado no CHO terá seu nome incluído no almanaque no
posto de 2º-Tenente, segundo a ordem de classificação geral no curso, obtida
por merecimento intelectual.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 12 – O aluno do CHO reprovado, desligado ou com impedimento à pro-
moção retornará ao seu grau hierárquico anterior, não computando esse tem-
po para fins do art. 183 e dos §§ 1º e 2º do art. 187 desta Lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 13 – Os militares pertencentes ao QOS-PM/BM, ao QOE-PM/BM e ao
QPE-PM/BM poderão ser aproveitados na atividade-fim das instituições mili-
tares estaduais em circunstâncias especiais ou extraordinárias.”.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 14 – O ingresso no Quadro previsto no inciso V do § 1º dar-se-á no


posto de 2º-Tenente, após conclusão de estágio de adaptação definido pela
instituição militar, observado o disposto no art. 5º desta lei, com exceção das
exigências a que se referem os incisos IV e VI do caput desse artigo.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 15 – Os militares que ingressarem no QOCPL-PM/BM poderão ser pro-
movidos, na ativa, até o posto de Capitão
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)

CAPÍTULO III
DA FUNÇÃO POLICIAL-MILITAR

Art. 14. Função policial-militar é exercida por oficiais e praças da Polícia


Militar, com a finalidade de preservar, manter e restabelecer a ordem pública
e segurança interna, através das várias ações policiais ou militares, em todo
o território do Estado.
Art. 15. A qualquer hora do dia ou da noite, na sede da Unidade ou onde
o serviço o exigir, o policial-militar deve estar pronto para cumprir a missão
que lhe for confiada pelos seus superiores hierárquicos ou impostos pelas leis
e regulamentos.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 127, de 2/7/2013.)

CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, RESPONSABILIDADES, DIREITOS E PRERROGATIVAS

(Vide Lei n. 14.310, de 19/6/2002.)


Art. 16. Oficial somente perderá o posto ou patente nos seguintes casos:
I – Em virtude de sentença condenatória restritiva da liberdade individual,
por mais de 2(dois) anos e passada em julgado;

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II – quando declarado indigno do oficialato ou com ele incompatível, em


face de incapacidade moral ou profissional, pelo Tribunal de Justiça Militar, em
tempo de paz, ou por tribunal especial, em tempo de guerra;
III – quando demitido, nos termos da legislação vigente.
§ 1º – A declaração de indignidade ou incompatibilidade referida no item
II do artigo proceder-se-á através de processo especial, iniciando-se pelo
Conselho de Justificação, nos termos da legislação própria.
§ 2º – O tribunal referido no item II do artigo poderá determinar a reforma
do oficial no posto por ele ocupado, com os vencimentos proporcionais ao seu
tempo de serviço, nos termos da legislação própria.
Art. 17. O militar da ativa que aceitar cargo público civil temporário, não
eletivo, assim como em autarquia, empresa pública ou sociedade de econo-
mia mista, ficará agregado ao respectivo quadro, e, enquanto permanecer
nessa situação, somente poderá ser promovido por antiguidade, contan-
do-se-lhe o tempo de serviço apenas para promoção, transferência para a
reserva ou reforma.
Parágrafo único. Depois de 2 (dois anos), contínuos ou não de afastamen-
to nos termos deste artigo, será o militar transferido para a reserva ou refor-
mado, na conformidade deste Estatuto.
Art. 18. O militar da ativa que aceitar cargo público permanente, estranho
à sua carreira, será transferido para a reserva ou reformado com os direitos
e deveres definidos nesta lei.
Art. 19. Enquanto perceber remuneração do cargo temporário, assim
como de autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, não
tem direito o militar da ativa ao soldo e vantagens do seu posto ou graduação,
assegurada a opção.
Art. 20. É vedada a utilização de componentes da Polícia Militar em
órgãos civis, públicos ou privados, sob pena de responsabilidade de quem
o permitir.
Parágrafo único. Ressalvam-se as situações definidas expressamente em
lei federal.

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Art. 21. Os militares da ativa e os inativos, estes quando convocados ou


designados para o serviço ativo, podem, no interesse da dignidade profissio-
nal, ser chamados a prestar contas sobre a origem e natureza dos seus bens
móveis, imóveis e semoventes.
Art. 22. Aos militares da ativa é vedado fazer parte de firmas comerciais,
de empresas industriais de qualquer natureza ou nelas exercer função ou
emprego remunerado.
§ 1º – Os militares da reserva, quando convocados para o serviço ati-
vo, ficam proibidos de tratar nas repartições públicas, civis ou militares,
de interesse de indústria ou comércio a que estejam ou não associados ou
não associados.
§ 2º – Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus
bens desde que não infrinjam o disposto no presente artigo.
§ 3º – No intuito de desenvolver a prática profissional e elevar o nível cul-
tural dos elementos da Corporação, é permitido, no meio civil, aos militares
titulados, o exercício do magistério ou de atividades técnico-profissionais,
atendidas as restrições previstas em lei própria.
Art. 23. Cabe aos militares a responsabilidade integral das decisões que
tomam ou dos atos que praticam, inclusive na execução de missões por eles
taxativamente determinadas.
Art. 24. As patentes, com as vantagens, prerrogativas e deveres a elas
inerentes, são garantidas em toda a plenitude, assim aos oficiais da ativa
e da reserva, como aos reformados, ressalvado o disposto no artigo 16
deste Estatuto.
Art. 25. Os títulos, postos, graduações e uniformes da Polícia Militar são
de uso privativo de seus componentes da ativa, da reserva e do reformado.
§ 1º – Os militares da reserva e os reformados só podem usar uniformes
por ocasião de cerimônias sociais, militares e cívicas. Os da reserva, quando
convocados para o serviço ativo, usam uniforme idêntico aos da ativa, nos
termos do RUIPM.

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§ 2º – Os militares da reserva ou reformados podem ser proibidos de usar


uniformes, temporária ou definitivamente, em virtude da prática de atos in-
dignos, por decisão do Comandante Geral.
Art. 26. São ainda direitos dos militares:
I – exercício da função correspondente ao posto ou graduação, ressalva-
dos os casos legais de afastamento;
II – percepção de soldo e vantagens, na forma deste Estatuto e demais
leis em vigor;
III – transferência para a reserva ou reforma, com proventos, na forma
deste Estatuto;
IV – julgamento em foro especial, nos delitos militares;
V – dispensa de serviço, férias, licença e recompensa, nas condições pre-
vistas neste Estatuto;
VI – demissão voluntária e baixa do serviço ativo, de acordo com as nor-
mas legais;
VII – transporte para si e sua família, nos termos deste Estatuto;
VIII – porte de arma, nos termos da legislação específica;
IX – prorrogação por sessenta dias da licença-maternidade prevista no
inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição da República, concedida
à militar.
(Inciso acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
§ 1º – O direito a que se refere o inciso IX do caput fica condicionado à
concessão de igual benefício à servidora pública civil do Poder Executivo
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
(Parágrafo renumerado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)
§ 2º O gozo do direito a que se refere o inciso IX do caput não prejudicará
o desenvolvimento da militar na carreira.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 115, de
5/8/2010.)

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Art. 27. A praça perde a condição de servidor público e o consequente


direito à inatividade remunerada, nos casos previstos nos itens I e III do arti-
go 16, deste Estatuto, quando excluída disciplinarmente ou por incapacidade
profissional, de acordo com o Regulamento Disciplinar da Corporação.
Art. 28. Só em caso de flagrante delito o militar poderá ser preso por au-
toridade policial civil.
§ 1º – Quando se der o caso previsto no artigo, a autoridade policial fará
entrega do preso à autoridade militar mais próxima, só podendo retê-lo na de-
legacia ou posto policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 2º – A autoridade policial que maltratar ou consentir que seja maltrata-
do preso militar, ou não lhe dispensar o tratamento devido ao seu posto ou
graduação, será responsabilizada, por iniciativa da autoridade competente.
Art. 29. O militar, fardado ou em trajes civis, tem as prerrogativas e as
obrigações correspondentes ao seu posto ou graduação.
Art. 30.. É proibido o uso de uniforme em manifestações de caráter polí-
tico-partidário, exceto em serviço.
Art. 31. Não é permitido sobrepor ao uniforme insígnias ou distintivos de
qualquer natureza, não previstos no regulamento ou plano de uniforme.
Art. 32. São declaradas nulas as regalias, concessões e prerrogativas
decorrentes de leis ou atos anteriores que permitem o uso de uniformes e
postos militares a funcionários civis da Polícia Militar.
Art. 33. É vedado o uso individual ou por parte de organizações civis,
públicas ou privadas, de uniformes, emblemas, insígnias, denominações ou
distintivos que tenham semelhança com os adotados na Polícia Militar, ou que
possam com ele ser confundidos
Parágrafo único. São responsáveis pela infração das disposições deste ar-
tigo os diretores ou chefes de repartições, estabelecimentos de qualquer na-
tureza, firmas ou empregadores, empresas, institutos ou departamentos que
os tenham adotado ou consentido.
Art. 34. O uso do uniforme, fora do País, só é permitido aos militares que
estiverem em missão oficial.

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TÍTULO II
DOS VENCIMENTOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
VENCIMENTOS E VANTAGENS

Art. 35. Vencimentos ou vencimento é o quantitativo em dinheiro devido


ao militar em serviço ativo.
Parágrafo único. Os vencimentos compreendem:
I – Soldo;
II – Vantagens constantes.
Art. 36. Provento da inatividade é a remuneração devida ao militar da
reserva ou reformado.
Parágrafo único. O soldo e vantagens incorporáveis da inatividade, que
formam os proventos, não poderão ser superiores ao soldo e vantagens in-
corporáveis do militar da ativa.
Art. 37. Nesta lei, a referência “militar” abrange todos os postos e gradu-
ações da hierarquia policial-militar; quando o dispositivo se restringir a deter-
minado círculo, posto ou graduação, a ele fará referência especial.
Art. 38. São adotadas as seguintes definições:
I – cargo é o conjunto de atribuições definidas por lei ou regulamento e
cometido, em caráter permanente, a um militar;
II – encargo é a atribuição de serviço cometida a um militar;
III – função ou exercício é a execução, dentro das normas regulamenta-
res, das atribuições estipuladas para os cargos e encargos;
IV – entrada em exercício ou em função ocorre quando o militar passa a
executar as medidas necessárias ao desempenho de suas novas atribuições
no local de atividade própria, assumindo efetivamente as responsabilidades
do cargo ou encargo;

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V – sede é a região compreendida dentro dos limites geográficos do mu-


nicípio ou distrito, em que se localiza uma organização e onde o servidor
tem exercício;
VI – organização é a denominação genérica dada ao Corpo, subunidade,
destacamento, estabelecimento ou qualquer outra unidade tática, adminis-
trativa ou policial;
VII – comandante é a denominação genérica dada ao elemento mais gra-
duado ou mais antigo de cada guarnição, abrangendo assim seu comandante,
diretor, chefe ou outra denominação que tenha ou venha a ter;
VIII – guarnição é a unidade ou conjunto de unidades, repartições e esta-
belecimentos militares existentes, permanente ou transitoriamente, em uma
mesma localidade;
IX – servidor é toda pessoa que exerça cargo ou função permanente na
Polícia Militar, percebendo remuneração mensal pelos cofres públicos.
Art. 39. O soldo do pessoal da Polícia Militar é o fixado em lei especial.
Art. 40. Os vencimentos dos militares são devidos a partir da data:
I – do decreto de promoção, para oficial;
II – do ato de declaração, para o aspirante a oficial;
III – da publicação do ato em Boletim da Corporação, quando se tratar de
promoção, para as demais praças;
IV – do ato de matrícula, para os alunos do Curso de Formação de Oficiais
e do Curso de Formação de Sargentos;
V – da inclusão na Polícia Militar, nos demais casos.
§ 1º – Excetuam-se das condições deste artigo os casos em que o ato te-
nha caráter retroativo, quando serão devidos partir da data expressamente
declarada nesse ato.
§ 2º – Quando a nomeação inicial decorrer de habilitação em concurso,
o direito à percepção dos vencimentos será contado do dia da entrada
em exercício.
§ 3º – No cálculo dos vencimentos, todas as demais vantagens incidem
sobre a soma de soldo, quinquênios e função militar.

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Art. 41. O direito do militar aos vencimentos da ativa cessa na data:


I – da transferência para a inatividade;
II – do falecimento;
III – da perda do posto ou patente;
IV – da demissão;
V – da exclusão;
VI – da deserção.
Art. 42. Os vencimentos são assegurados ao oficial enquanto estiver em
uso e gozo da carta patente.
Art. 43. O vencimento do militar é irredutível e não está sujeito a penho-
ra, sequestro ou arresto, senão nos casos e pela forma regulada em lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade do vencimento não exclui providên-
cias disciplinares administrativas, tendentes a conduzir o militar ao pagamen-
to de dívida legalmente constituída ou pensão alimentar, determinadas, pelo
Comandante sob cujas ordens ele servir.
Art. 44. O militar no desempenho de cargo, encargo ou função atribuída
privativamente a posto ou graduação superior ao seu, perceberá o vencimen-
to correspondente a esse posto ou graduação.
§ 1º – São excetuadas as substituições, por qualquer motivo, que im-
portem no afastamento temporário do substituído por prazo igual ou infe-
rior a 30 (trinta) dias, caso em que não haverá alteração de vencimentos
para o substituto.
§ 2º – O pagamento a que se refere o presente artigo é devido ao militar
desde a data em que se investir no cargo, encargo ou função até a véspera
daquela em que o transmitir.
Art. 45. Aplicam-se às substituições decorrentes de outras os mesmos
dispositivos referentes à substituição inicial que as determinou.
Art. 46. Para os efeitos do disposto no presente Capítulo, prevalecem
os postos e graduações correspondentes aos cargos, encargos ou funções,
estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos e, só na falta desses, dos
quadros de efetivos ou lotação.

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Art. 47. O militar continuará com direito ao soldo e vantagens que estiver
percebendo, ao ser considerado, dentro dos prazos legais ou regulamentares,
em qualquer das situações abaixo:
I – dispensa do serviço: núpcias, luto, trânsito e instalação;
II – férias;
III – férias-prêmio.
Art. 48. O militar, nas situações seguintes, terá soldo e vantagens assim
regulados:
I – em licença para tratamento da própria saúde ou da de pessoa de sua
família:
a) até um ano, mesmo em licenças continuadas, concedidas parcelada-
mente, perceberá o soldo e vantagens do posto ou graduação;
b) a partir de 1 (um) até 2(dois) anos, perderá o acréscimo do tempo in-
tegral de serviço.
II – em licença para tratar de interesses particulares, nada perceberá;
III – aperfeiçoando conhecimentos técnicos, ou realizando estudos no País
ou no Exterior:
a) perceberá o soldo e vantagens, quando for de interesse da Corporação;
b) nos demais casos, nada perceberá.
IV – exercendo atividade técnica de sua especialidade em organizações
civis nada perceberá.
Art. 49. O militar, quando em tratamento de saúde em consequência de
ferimentos ou doença decorrentes do serviço público, terá direito ao soldo e
vantagens do posto ou graduação, até o período de 3 (três) anos.
Art. 50. O militar atacado de enfermidade referida no item III do artigo
96 deste Estatuto será compulsoriamente licenciado com o soldo e vanta-
gens integrais.
Parágrafo único. A licença será convertida em reforma, antes dos prazos
fixados nesta lei, quando assim opinar a Junta Militar de Saúde da Corpora-
ção, por considerar definitiva a invalidez do militar.

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Art. 51. O militar, quando hospitalizado, terá o seguinte soldo e vantagens:


I – em consequência de ferimento recebido em campanha, em serviço
policial, acidente em serviço ou moléstia contraída em campanha ou serviço,
ou dela decorrente, os vencimentos e vantagens do posto ou graduação, até
o limite de 3 (três) anos;
II – por qualquer outro motivo, os vencimentos e vantagens do posto ou
graduação, até o limite de 2 (dois) anos.
Art. 52. O militar que for declarado ausente, por ter excedido a licença
ou por qualquer outro motivo, somente terá direito ao soldo e vantagens do
posto ou graduação a partir da data de sua apresentação.
Parágrafo único. A disposição deste artigo não se aplica ao militar cuja
ausência venha a ser considerada extravio, desaparecimento, aprisionamen-
to de guerra ou internação em país neutro, caso em que a sua situação será
regulada pelas leis militares vigentes.
Art. 53. O militar agregado perceberá soldo e vantagens decorrentes da
situação que motivou a sua agregação.
Art. 54. Abonam-se o soldo e vantagens do posto ou graduação ao militar:
I – preso disciplinarmente, fazendo serviço;
II – respondendo a inquérito ou submetido a processo, solto, sem prejuízo
do serviço;
III – no período em que tenha de ficar preso além do tempo correspon-
dente à pena imposta.
Art. 55. Não faz o militar jus ao acréscimo de tempo integral, ao abono de
fardamento e à gratificação de função militar:
I – respondendo inquérito, preso ou detido, com prejuízo para o serviço;
II – submetido a processo, preso;
III – afastado das funções, por incapacidade profissional ou moral;
IV – cumprindo pena.
Art. 56. O desertor, quando julgado apto em inspeção, pela Junta Militar
de Saúde, terá direito, a partir da data da captura ou apresentação, ao soldo
e vantagens concedidos ao militar nas condições do item II do artigo anterior.

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Art. 57. O militar que, por sentença passada em julgado, for declarado livre
de culpa em crime que lhe tenha sido imputado, ou tendo este prescrito, terá
direito à diferença de soldo e vantagens correspondentes ao período de prisão.
§ 1º – Igual direito assistirá àquele que tiver respondido a inquérito, preso
ou detido, mas somente nos casos em que for apurada pela autoridade com-
petente a inexistência de crime, contravenção ou transgressão.
§ 2º – Do indulto, graça ou anistia não decorre direito de qualquer pagamento.

CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 58. Para os efeitos deste Estatuto, as vantagens são consideradas:


I – constantes: as que, satisfeitas as condições legais para sua concessão
inicial, são devidas ao servidor, em qualquer situação em que estiver, ressal-
vadas as restrições desta lei;
II – transitórias: as devidas durante a execução de determinados serviços,
em situações especiais;
III – ocasionais: as devidas em consequência de fatos ou situações que
somente ocorrem eventualmente.
§ 1º – As condições e a forma de incorporação das vantagens são as fixa-
das nesta lei ou nos regulamentos próprios.
§ 2º – As vantagens transitórias não são incorporáveis.
Art. 59. São as seguintes as vantagens atribuídas ao pessoal da Polícia
Militar, nas condições estabelecidas neste Estatuto ou regulamento próprio:
I – constantes:
a) adicionais por quinquênio vencido e adicional de 30 (trinta) anos
de serviço;
b) gratificação de tempo integral;

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c) função militar categoria I;


(Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei n. 9.456, de 21/12/1987.)
d) função militar categoria II;
(Alínea acrescentada pelo art. 1º da Lei n. 9.456, de 21/12/1987.)
e) Adicional de Desempenho – ADE –;
(Alínea acrescentada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
f) auxílio-invalidez;
(Alínea acrescentada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
II – Transitórias:
– vantagens de campanha.
III – Ocasionais:
a) risco de vida ou saúde;
b) localidade especial;
c) gratificação de gabinete;
d) abono familiar;
e) gratificação por trabalho técnico-científico;
f) auxílio-moradia;
g) especiais:
1 – de exercício das funções de Comandante-Geral, Chefe do Estado Maior
e de Chefe do Gabinete Militar;
2 – de exercício das funções previstas no artigo 70 deste Estatuto;
h) representação;
i) abono de fardamento;
j) diárias;
l) ajuda de custo;
m) etapas;
n) transporte;

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o) hospitalização, serviços médicos e congêneres;


p) quantitativo para funeral.
(Vide inciso I do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
(Vide Lei n. 11.102, de 26/5/1993.)
Art. 59.-A – O Adicional de Desempenho – ADE – constitui vantagem
remuneratória, concedida mensalmente ao militar que tenha ingressado nas
instituições militares estaduais após a publicação da Emenda à Constituição
n. 57, de 15 de julho de 2003, ou que tenha feito a opção prevista no art. 115
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado,
e que cumprir os requisitos estabelecidos no art. 59-B.
§ 1º – O valor do ADE será determinado a cada ano, levando-se em conta
o número de Avaliações de Desempenho Individual – ADIs – satisfatórias ob-
tidas pelo militar, nos termos desta Lei.
§ 2º – O militar da ativa, ao manifestar a opção de que trata o caput, fará
jus ao ADE a partir do exercício subsequente, observados os requisitos pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º – A partir da data da opção pelo ADE, não serão concedidas novas
vantagens por tempo de serviço ao militar, asseguradas aquelas já concedidas.
§ 4º – O militar poderá utilizar o período anterior à sua opção pelo ADE, que
será considerado de desempenho satisfatório, salvo o período já computado
para obtenção de adicional por tempo de serviço na forma de quinquênio.
§ 5º – O somatório de percentuais de ADE e de adicionais por tempo de
serviço na forma de quinquênio ou trintenário não poderá exceder a 90%
(noventa por cento) da remuneração básica do militar.
(Artigo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 59.-B – São requisitos para a obtenção do ADE:
I – a estabilidade do militar, nos termos do art. 7º; e
II – o número de resultados satisfatórios obtidos pelo militar na ADI.

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§ 1º – Para fins do disposto no inciso II do caput, considera- se satisfatório


o resultado igual ou superior a 70% (setenta por cento).
§ 2º – O período anual considerado para aferição da ADI terá início no dia
e mês do ingresso do militar nas instituições militares estaduais ou de sua
opção pelo ADE.
§ 3º – Na ADI serão considerados como fatores de avaliação:
I – a Avaliação Anual de Desempenho e Produtividade – AADP;
II – o conceito disciplinar; e
III – o treinamento profissional básico.
§ 4º – A regulamentação da ADI, no que se refere aos incisos I e III do §
3º, poderá ser delegada ao Comandante-Geral da instituição militar estadual.
(Artigo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 59.-C – Os valores máximos do ADE correspondem a um percentual
da remuneração básica do militar, estabelecido conforme o número de ADIs
com desempenho satisfatório por ele obtido, assim definidos:
I – para três ADIs com desempenho satisfatório: 6% (seis por cento);
II – para cinco ADIs com desempenho satisfatório: 10% (dez por cento);
III – para dez ADIs com desempenho satisfatório: 20% (vinte por cento);
IV – para quinze ADIs com desempenho satisfatório: 30% (trinta por cento);
V – para vinte ADIs com desempenho satisfatório: 40% (quarenta por cento);
VI – para vinte e cinco ADIs com desempenho satisfatório: 50% (cinquenta
por cento); e
VII – para trinta ADIs com desempenho satisfatório: 60% (sessenta
por cento).
§ 1º – O valor do ADE a ser pago ao militar será calculado por meio da
multiplicação do percentual de sua remuneração básica definido nos inci-
sos do caput pela centésima parte do resultado obtido na ADI no ano de
cálculo do ADE.

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§ 2º – O militar que fizer jus à percepção do ADE continuará percebendo


o adicional no percentual adquirido, até atingir o número necessário de ADIs
com desempenho satisfatório para alcançar o nível subsequente definido nos
incisos do caput deste artigo.
§ 3º – O valor do ADE não será cumulativo, devendo o percentual apurado
a cada nível substituir o percentual anteriormente percebido pelo militar.
§ 4º – O militar que não for avaliado por estar totalmente afastado por
mais de cento e vinte dias de suas atividades devido a problemas de saúde
terá o resultado de sua ADI fixado em 70% (setenta por cento), enquanto
perdurar essa situação.
§ 5º – Se o afastamento previsto no § 4º for decorrente de acidente de
serviço ou moléstia profissional, o militar permanecerá com o resultado da
sua última ADI, se este for superior a 70% (setenta por cento).
§ 6º – Ao militar afastado parcialmente do serviço, dispensado por pro-
blemas de saúde, serão asseguradas, pelo Comandante-Geral da instituição
militar estadual, condições especiais para a realização da ADI, observadas
suas limitações.
§ 7º – O militar afastado do exercício de suas funções por mais de cento e
vinte dias, contínuos ou não, durante o período anual considerado para a ADI,
não será avaliado quando o afastamento for devido a:
I – licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
II – ausência, extravio ou deserção;
III – privação ou suspensão de exercício de cargo ou função, nos casos
previstos em lei;
IV – cumprimento de sentença penal ou de prisão judicial, sem exercício
das funções; ou
V – exercício temporário de cargo público civil.
(Artigo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)

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Art. 59.-D – O ADE será incorporado aos proventos do militar quando


de sua transferência para a inatividade, em valor correspondente a um
percentual da sua remuneração básica, estabelecido conforme o número de
ADIs com desempenho satisfatório por ele obtido, respeitados os seguintes
percentuais máximos:
I – para trinta ADIs com desempenho satisfatório: até 70% (setenta por cento);
II – para vinte e nove ADIs com desempenho satisfatório: até 66%
(sessenta e seis por cento);
III – para vinte e oito ADIs com desempenho satisfatório: até 62%
(sessenta e dois por cento);
IV – para vinte e sete ADIs com desempenho satisfatório: até 58%
(cinquenta e oito por cento); e
V – para vinte e seis ADIs com desempenho satisfatório: até 54%
(cinquenta e quatro por cento).
§ 1º – O valor do ADE a ser incorporado aos proventos do militar quando
de sua transferência para a inatividade será calculado por meio da multipli-
cação do percentual definido nos incisos I a V do caput pela centésima parte
do resultado da média aritmética simples dos resultados satisfatórios obtidos
nas ADIs durante sua carreira.
§ 2º – Para fins de incorporação aos proventos dos militares que não al-
cancem o número de resultados satisfatórios definidos nos incisos do caput, o
valor do ADE será calculado pela média aritmética das últimas sessenta par-
celas do ADE percebidas anteriormente à sua transferência para a inatividade
ou à instituição da pensão.
(Artigo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 60. A contagem de tempo, para os efeitos deste Capítulo, será pro-
cedida pelos órgãos competentes da Polícia Militar.

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Seção II
Da Gratificação de Tempo Integral de Serviço

Art. 61. A gratificação de tempo integral de serviço é devida ao policial-


-militar, em face de sua disponibilidade para o serviço público, a qualquer
hora do dia ou da noite, nos termos do artigo 15 deste Estatuto, e pela im-
possibilidade de exercer outra atividade remunerada em entidade pública ou
privada, nos termos das legislações federal e estadual específicas.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
Art. 62. A gratificação a que se refere o artigo anterior é fixada em 30%
(trinta por cento) dos vencimentos devidos aos policiais-militares, a cujos
proventos, na passagem para a inatividade, será incorporada.
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
(Vide art. 4º da Lei n. 6.318, de 22/5/1974.)
((Vide art. 7º da Lei n. 7.922, de 23/4/1981.)

Seção III
Do Adicional por Quinquênio e Adicional de Trinta anos de Serviço

Art. 63. O militar terá seus vencimentos acrescidos, para todos os efeitos,
e sem prejuízo de quaisquer outras vantagens, a partir do 5º (quinto) ano de
efetivo exercício, da gratificação adicional de 5 (cinco) por cento por quinquênio.
(Vide art. 4º da Lei n. 6.318, de 22/5/1974.)
Art. 64. Completando o militar 30 (trinta) anos de serviço, terá direito ao
adicional de 10 (dez) por cento de seus vencimentos.

Seção IV
Do Abono Familiar

Art. 65. A vantagem proporcional aos encargos de família, denominada


neste Estatuto “abono familiar”, constitui o auxílio pecuniário pago ao servi-
dor para atender, em parte, às despesas de assistência à família.

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Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. O abono familiar é assegurado ao militar da ativa, da


reserva ou reformado, nas mesmas condições e bases estabelecidas na legis-
lação estadual para os servidores públicos em geral.
(Vide art. 4º da Lei n. 6.318, de 22/5/1974.)

Seção V
Da Gratificação de Função Militar

Art. 66. Ao militar em exercício efetivo nas unidade e serviços da Polícia


Militar será concedida gratificação de função militar.
§ 1º – A gratificação prevista no artigo será disciplinada e terá seus valo-
res fixados em regulamento próprio, a ser baixado por decreto do Executivo.
§ 2º – A gratificação de função militar incorpora-se aos proventos do mi-
litar, por ocasião da passagem para a inatividade.
(Vide parágrafo único e Inciso II do art. 7º da Lei n. 9.265, de 18/9/1986.)
(Vide inciso I do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

Seção VI
Da Gratificação de Risco de Vida ou Saúde

Art. 67. A gratificação por risco de vida ou saúde, para o pessoal do Qua-
dro de Saúde da Polícia Militar, será concedida mediante proposta fundamen-
tada do Comandante-Geral e ato autorizado do Chefe do Poder Executivo,
atendida a disciplina específica na legislação estadual.
(Vide inciso II do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

Seção VII
Da Gratificação de Localidade Especial

Art. 68. A gratificação de localidade especial é atribuída pelo desempenho


de atividades nas localidades insalubres do Estado, assim consideradas as
zonas fisioterápicas do Itacambira, Alto Jequitinhonha, Médio Jequitinhonha,
Alto Médio São Francisco e Urucuia.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. A gratificação mencionada no artigo será concedida aos


militares nas mesmas condições e bases que forem estabelecidas em lei es-
pecial para os servidores públicos em geral.
(Vide inciso III do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

Seção VIII
Das Gratificações Especiais

Art. 69. Gratificação de Tropa é o quantitativo devido às praças em efetivo


exercício nos órgãos de direção, apoio e execução da Polícia Militar.
§ 1º – A Gratificação de Tropa não pode ser percebida cumulativamente
com a de Gabinete.
§ 2º – A Gratificação de Tropa integra os proventos da inatividade.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei n. 8.536, de 27/4/1984.)
(Artigo anteriormente revogado pelo art. 8º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
Art. 70. A Gratificação de Tropa é constante e tem o valor de 1/5 (um
quinto) do vencimento.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei n. 8.536, de 27/4/1984.)
(Artigo anteriormente revogado pelo art. 8º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)

Seção IX
Da Gratificação de Gabinete

Art. 71. Será concedida gratificação da Gabinete correspondente a:


I – 1/5 (um quinto) dos vencimentos ou proventos, aos oficiais;
II – 1/3 (um terço) do vencimento, aos oficiais em efetivo exercício no
Gabinete Militar do Governador, no Gabinete do Comandante Geral e nas As-
sistências Militares de Secretário de Estado.
§ 1º – A gratificação de gabinete de 1,5 (um quinto) não pode ser perce-
bida cumulativamente com a de 1/3 (um terço), ainda que tenha uma delas
incorporada aos seus vencimentos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 2º – É vedado o pagamento da gratificação de que trata este artigo ao


militar que se encontrar em qualquer das situações de que tratam os incisos
I a IV do artigo 55.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei n. 8.536, de 27/4/1984.)
(Vide Lei n. 11.102,de 26/5/1993.)
(Vide art. 5º da Lei Delegada n. 43, de 7/6/2000.)

Seção X
Do abono de Fardamento

Art. 72. Ao militar da ativa que esteja no desempenho de função policial-mi-


litar, prevista nas leis e regulamentos da Corporação, será concedido o abono
de fardamento correspondente a 10 (dez) por cento do vencimento respectivo,
para atender, em parte, às despesas de aquisição e renovação de uniformes.
§ 1º – Poderão ser fornecidas peças de fardamento básico para o serviço
e a instrução, conforme se dispuser em regulamento.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei n. 9.265, de 18/9/1986.)
§ 2º – O militar que perder seus uniformes em qualquer sinistro ou aciden-
te de serviço terá direito, após apuração do fato por autoridade competente,
ao ressarcimento do dano, por conta do Estado, mediante requerimento da
parte prejudicada.
(Vide inciso VII do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

Seção XI
Das Etapas de Alimentação

Art. 73. Etapa de Alimentação é o quantitativo concedido ao pessoal da


Polícia Militar, em espécie, ou em dinheiro segundo as circunstâncias e con-
veniências do serviço, observadas as condições estabelecidas nesta Seção.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei n. 6.915, de 16/11/1976.)
(Vide inciso IX do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

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Oficial da Polícia Militar

Art. 74. São etapas de alimentação:


I – policial-militar;
II – de especialistas ou artífices;
III – de auxílio a tuberculosos;
IV – de instrução.
§ 1º – A etapa definida no item I do artigo será paga apenas aos oficiais e
praças empenhados em serviço de natureza policial-militar.
§ 2º – A etapa de especialistas ou artífices é devida a esses servidores,
quando empenhados em suas funções específicas.
§ 3º – A etapa de auxílio a tuberculosos será concedida aos servidores
acometidos dessa moléstia, para alimentação especial.
§ 4º – A etapa de instrução será concedida aos oficiais e praças empenha-
dos em instrução.
Art. 75. A etapa de alimentação será paga uma só vez por dia e o servidor
fará jus à vantagem, nos casos dos parágrafos 1º, 2º e 4º do artigo anterior,
quando empenhado em serviço ou em instrução de duração igual ou superior
a 8 (oito) horas.
Art. 76. A etapa de alimentação não poderá ser percebida cumulativa-
mente com diária.
Art. 77. O valor das etapas de alimentação e a forma de sua concessão
serão regulados através de decreto do Governador do Estado, mediante pro-
posta fundamentada do Comandante-Geral.

Seção XII
Do Auxílio-Moradia

Art. 78. Para atender, em parte, às despesas de moradia, o militar fará


jus a um auxílio-moradia, cujo valor e forma de concessão serão regulados
em decreto do Executivo.
(Vide inciso X do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
(Vide art. 4º da Lei Delegada n. 38, de 26/9/1997.)

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Seção XIII
Das Vantagens de Campanha

Art. 79. As vantagens de campanha são as vantagens e acréscimos con-


cedidos ao militar, além dos vencimentos e vantagens que lhe competem,
como compensação pelo maior dispêndio de energia, determinado pela luta
armada, assim constituída:
I – abono de campanha;
(Vide inciso VIII do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
II – gratificação de campanha.
(Vide inciso IV do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
§ 1º – Abono de campanha é o quantitativo pago ao militar para indeni-
zação das despesas decorrentes dos deslocamentos das zonas de operações,
correspondente a 1 (um) mês de vencimentos e será pago apenas uma vez,
durante todo o curso da campanha.
§ 2º – Gratificação de campanha é o acréscimo concedido ao militar en-
quanto for considerado em campanha e corresponde ao valor dos vencimen-
tos que estiver percebendo.
§ 3º – Compete ao Governador do Estado fixar, em decreto, o período
considerado em campanha.

Seção XIV
Da Gratificação por Trabalho Técnico-Científico

Art. 80. Aos servidores empenhados em trabalho de natureza técnico-cien-


tífica, individualmente ou em grupo de trabalho, comissões especiais e bancas
examinadoras instituídos pelo Comandante-Geral, será concedida uma gratifica-
ção, cujo valor será fixado em decreto pelo Governador do Estado.
(Vide inciso V do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

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Seção XV
Da Gratificação de Representação

Art. 81. Será deferida ao servidor da Polícia Militar gratificação de re-


presentação, destinada a atender às despesas extraordinárias decorrentes
de compromissos de ordem social, diplomática ou profissional, inerentes à
apresentação e ao bom desempenho em determinados cargos, comissões,
funções ou missões.
(Vide inciso VI do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
Parágrafo único. A gratificação de representação terá seu valor e forma de
concessão fixados em regulamento a ser baixado pelo Poder Executivo.

Seção XVI
Do Transporte

Art. 82. O servidor da Polícia Militar, da ativa, tem direito a passagem por
conta do Estado desde que seja obrigado a mudar-se ou afastar-se da sede,
nos seguintes casos:
I – transferência, adição ou classificação;
II – designação, nomeação para qualquer serviço, missão ou comissão, ou
remoção de destacamento;
III – movimentação no interesse do serviço da justiça ou da disciplina;
IV – matrícula em escola, curso, núcleos ou centro de instrução policial-
-militar ou de interesse da Corporação.
Parágrafo único. Nos casos de direito a passagem previstos neste artigo,
os militares terão também direito a passagem para suas famílias e transpor-
tes para as respectivas bagagens, desde que a comissão ou permanência seja
de duração maior de 6 (seis) meses presumíveis.

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Art. 83. Consideram-se pessoas da família do servidor, para os efeitos do


artigo anterior, desde que vivam às expensas dele e sob o mesmo teto:
I – esposa;
II – filhas, enteadas e irmãs, desde que solteiras, viúvas ou desquitadas;
III – os filhos, enteados ou irmãos quando menores ou inválidos;
IV – a mãe e a sogra, desde que viúvas, solteiras ou desquitadas;
V – o pai, quando inválido;
VI – o menor sob guarda.
§ 1º – As pessoas da família do servidor com direito a passagem por conta
do Estado, que não puderem acompanhá-lo na mesma viagem, por qualquer
motivo, poderão fazê-lo até 30 (trinta) dias antes ou 9 (nove) meses depois,
desde que tenham sido feitas, naquele período, as necessárias declarações à
autoridade competente para requisitar as passagens.
§ 2º – A família do servidor que falecer quando em serviço ativo terá den-
tro de 1 (um) ano do óbito direito a passagem, dentro do País e por conta do
Estado, para a localidade em que for fixar residência.
Art. 84. As passagens serão concedidas aos servidores e respectivas fa-
mílias em primeira classe, com direito a leito.
Art. 85. O servidor que mudar de sede terá também direito ao custeamen-
to, pelo Estado, do transporte de seu mobiliário e utensílios domésticos até
1.500 (hum mil e quinhentos) kg e mais 500 (quinhentos) kg por dependente.

Seção XVII
Da Ajuda de Custo

Art. 86. A ajuda de custo é a importância paga ao pessoal da Polícia Mi-


litar, a título de indenização pelos gastos de mudanças e instalação da nova
residência, quando passar a ter exercício, compulsoriamente, em outra sede
ou for deslocado por motivo de estudos ou cursos de especialização.
§ 1º – A ajuda de custo compor-se-á de uma parte fixa e de outra variável.
§ 2º – A parte fixa será igual a 1 (um) mês de vencimentos do servidor.

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§ 3º – A parte variável será paga em caso de necessidade de complemen-


tação da parte fixa, mediante comprovação dos gastos necessários a juízo do
Comandante Geral, não podendo, em nenhuma hipótese, exceder de 3 (três)
vezes a parte fixa.
§ 4º – Caso o servidor se desloque por motivo de interesse próprio ou no
interesse da disciplina, não perceberá ajuda de custo.

Seção XVIII
Da Diária

Art. 87. Diária é o quantitativo destinado à indenização das despesas de


alimentação e pousada, concedida ao pessoal da Polícia Militar que se desloca
de sua sede por motivo de serviço, nas condições e valores que forem fixados
pelo Poder Executivo.
§ 1º – A fixação do valor das diárias atenderá ao mínimo de 1 (um) dia de
vencimento, quando o deslocamento for no País, e de 2 (dois) dias de venci-
mento, quando for para o Exterior.
§ 2º – Caso o servidor já tiver direito a pousada apenas perceberá a etapa
de alimentação concernente a função que estiver exercendo.
(Vide art. 5º da Lei Complementar n. 148, de 4/10/2019.)

Seção XIX
Da Hospitalização, Serviços Médicos e Congêneres

Art. 88. A hospitalização consiste na assistência médica continuada dia e


noite ao militar da ativa, da reserva ou reformado, bem como a pessoas de
sua família, enfermas ou feridas, baixadas a hospitais.
§ 1º – O servidor hospitalizado terá direito, a título de auxílio, a uma diária
de hospitalização, pedida em folhas de vencimentos mensais e corresponden-
te à metade de 1 (um) dia de vencimento.
(Vide inciso XI do art. 51 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 2º – O servidor hospitalizado em consequência de ferimento ou doença


por motivo de acidente em serviço ou em campanha, ou ainda acometido de
enfermidades endêmicas ou epidêmicas, nos locais em que se achar servindo,
terá direito a tratamento integral, às expensas do Estado, mediante pedido de
indenização em folhas especiais acompanhadas dos respectivos comprovantes.
§ 3º – No caso de enfermidade grave, que exija tratamento especializado, o
policial-militar poderá baixar a organização de outras Corporações ou particula-
res, em qualquer Estado da Federação, correndo as despesas por conta do Esta-
do de Minas Gerais, desde que a enfermidade tenha sido adquirida em serviço.
§ 4º – O internamento, na forma do parágrafo anterior, só se fará quando
comprovada, pela Junta Militar de Saúde, a inexistência de meios eficientes
no Estado de Minas Gerais.
§ 5º – No interior, na localidade em que não houver órgão hospitalar do
Estado, o policial-militar, quando acidentado em serviço e em caso urgente,
poderá ser hospitalizado em organização particular, por conta do Estado.
§ 6º – As pessoas da família citadas neste artigo são as mesmas do artigo
83 deste Estatuto.
§ 7º – Continuarão compreendidos nas disposições deste artigo a viúva do
policial-militar e os filhos menores, se dela dependentes.

Seção XX
Do Quantitativo para Funeral

Art. 89. Quantitativo para funeral é o abono concedido para as despesas


com o sepultamento do militar da ativa, da reserva ou reformado e será igual
a 1 (um) mês de vencimentos integrais e intangíveis, correspondente ao pos-
to ou graduação do morto, independentemente do soldo e vantagens a que o
falecido houver feito jus até a data do óbito.
Parágrafo único. O pagamento será efetuado a quem de direito pela
repartição pagadora, mediante apresentação do atestado de óbito, sem
outras formalidades.

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Seção XXI
Das Disposições Especiais

Art. 90. A situação do militar no estrangeiro será regulada em decreto do


Executivo.
Art. 91. Nos termos desta lei, são incorporáveis aos proventos do militar,
na passagem para a inatividade:
I – gratificação de tempo de serviços;
II – adicional de 30 (trinta) anos de serviço;
III – gratificação de tempo integral;
IV – gratificação de função militar;
V – gratificações especiais, previstas nos artigos 69 e 70 desta lei;
VI – gratificações de saúde, na conformidade da legislação própria;
VII – gratificação de gabinete;
VIII – gratificação de localidade especial, nos termos da legislação própria.
Art. 92. As disposições deste título se aplicam ao pessoal da ativa, da
reserva e reformados da Polícia Militar, ressalvado, para os atuais inativos, o
direito de optar pela situação anterior ao presente Estatuto.
Art. 93. A opção de que trata o artigo anterior terá natureza irreversível e
será manifestada no prazo de 06 (seis) meses, a partir da vigência do decreto
que regulamentará esta lei, em requerimento do interessado ao Comandante
Geral da Polícia Militar.

CAPÍTULO III
DOS PROVENTOS DA INATIVIDADE

Art. 94. Os proventos da inatividade serão devidos a partir da data:


I – da transferência para a reserva remunerada;
II – da reforma.

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Art. 94.-A – Os proventos dos militares da reserva remunerada e dos


reformados corresponderão aos mesmos vencimentos dos militares da ati-
va, do mesmo posto ou graduação, respeitadas as vantagens provenientes
de adicional de desempenho ou tempo de serviço, nos termos da Consti-
tuição do Estado.
(Artigo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 95. O militar transferido para a reserva remunerada, nas condições
dos artigos 136, 137 e 142 deste Estatuto, perceberá:
I – o soldo do posto e vantagens incorporáveis que perceber na ocasião;
a) se contar 30 (trinta) anos de efetivo serviço;
b) se atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo e contar mais
de 20 (vinte) anos de efetivo serviço;
II – o soldo e vantagens incorporáveis proporcionais ao tempo de serviço,
nas seguintes condições:
a) se atingir a idade-limite de permanência na ativa e contar 20 (vinte)
anos, ou menos, de efetivo serviço, à razão de 1/25 (um vinte e cinco avos)
por ano de serviço;
b) se contar mais de 5 (cinco) anos de efetivo exercício na Polícia Militar e
a transferência se der em virtude do disposto nos artigos 17 e seu parágrafo
e 18 deste Estatuto, à razão de 1/30 (um trinta avos) por ano de serviço;
c) quando enquadrado no item IV do artigo 136 deste Estatuto, à razão de
1/25 (um vinte e cinco avos) por ano de serviço.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
Art. 96. O militar da ativa, atingido pelos artigos 139 e 140 deste Estatu-
to, terá direito à reforma nas seguintes condições:
I – se contar mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço, perceberá o soldo
e as vantagens incorporáveis do posto ou graduação;

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II – se o tempo de serviço for igual ou menor de 25 (vinte e cinco) anos,


porém maior de 5 (cinco) anos, a reforma será concedida com o soldo e as
vantagens incorporáveis proporcionais ao tempo de serviço, à razão de 1/25
(um vinte e cinco avos) por ano de serviço, sobre o mesmo soldo e vantagens;
III – Se a incapacidade for motivada por acidente no serviço ou por mo-
léstia profissional ou tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna,
cegueira, lepra, paralisia, ozena, pênfigo foliáceo, cardiopatia descompensa-
da ou doença que o invalide inteiramente, mediante parecer da junta militar
de Saúde, será reformado com o soldo e vantagens integrais do posto ou
graduação, qualquer que seja o tempo de serviço.
(Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei n. 6.980, de 22/4/1977.)
§ 1º – A reforma será proporcional, à razão de 1/25 (um vinte e cinco
avos) do soldo e vantagens, por ano de serviço, quando determinada por
incapacidade moral ou profissional, nos termos do parágrafo 2º do artigo
16 e letra “d” do item I do artigo 139 deste Estatuto, no caso de oficial, e
nos termos do item III do artigo 140 deste Estatuto, no caso de praça, não
se aplicando, na hipótese prevista neste parágrafo, o disposto no item I do
presente artigo.
§ 2º – A praça que atingir a idade-limite de permanência na ativa ao ser
transferida para a reserva remunerada, perceberá:
a) o soldo do posto e vantagens incorporáveis que perceber na ocasião, se
contar mais de 20 (vinte) anos de serviço;
b) o soldo e vantagens incorporáveis proporcionais ao tempo de serviço, à
razão de 1/25 (um vinte e cinco avos) por ano de serviço, se contar 20 (vinte)
anos, ou menos, de serviço.
§ 3º – Enquadra-se nos incisos I e II o indivíduo julgado incapaz para fun-
ções típicas de policial-militar, podendo, entretanto, manter sua subsistência
pelo exercício de atividades civis.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei n. 6.980, de 22/4/1977.)

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§ 4º – Considera-se inteiramente inválido o indivíduo total e permanente-


mente impossibilitado de exercer qualquer trabalho, na vida policial-militar ou
civil, não podendo prover, por forma alguma, os meios de subsistência.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei n. 6.980, de 22/4/1977.)
§ 5º – Considera-se alienação mental todo o caso de distúrbio mental ou
neuromental grave persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tra-
tamento, permaneça alteração completa ou considerável na personalidade,
destruindo a auto-determinação do progmatismo, tornando o indivíduo total
e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei n. 6.980, de 22/4/1977.)
§ 6º – Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psí-
quicas e neurológicas, assim julgadas pela Junta Militar de Saúde.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei n. 6.980, de 22/4/1977.)
Art. 97. O oficial ou praça, pertencente respectivamente ao QOR e QPE,
serão reformados mediante ato do Governo, com os vencimentos que estive-
rem percebendo.
Art. 98. Perderá direito à inatividade e às vantagens dela decorrentes o
oficial que perder a patente em face do artigo 16 e a praça quando excluída
em face do disposto no artigo 27, deste Estatuto.
Art. 99. Os aumentos de vencimentos que forem concedidos aos milita-
res da ativa atingirão, nas mesmas proporções, os demais militares inativos,
observada a proporcionalidade de tempo de serviço, quando a transferência
para a inatividade não se processou, na época, com vencimentos integrais.
(Artigo com execução suspensa pela Resolução do Senado Federal n. 47,
de 02/10/1979, em virtude da declaração de inconstitucionalidade em deci-
são definitiva do Supremo Tribunal Federal, nos autos do Recurso Extraordi-
nário n. 86.175-1.)

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TÍTULO III
DAS FÉRIAS, DISPENSAS DO SERVIÇO E TRANSITO

CAPÍTULO I
DAS FÉRIAS

Art. 100. Férias são dispensas totais do serviço concedidos ao pessoal da


Polícia Militar, nas condições estabelecidas na presente lei.
Parágrafo único. As férias são concedidas anualmente e por decênio de serviço.

Seção I
Das Férias Anuais

Art. 101. Os militares têm direito de gozar, por ano, vinte e cinco dias
úteis de férias.
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 102. São autoridades competentes para conceder férias anuais:
I – O Comandante Geral, aos oficiais de seu Gabinete, aos Coronéis e aos
Comandantes de Corpos e Chefes de Serviços e Estabelecimentos;
II – Comandantes de Corpos e Chefes de Serviços ou Estabelecimentos,
aos seus oficiais e praças.
Art. 103. O gozo de férias obedecerá às seguintes prescrições:
I – O Comandante do Corpo organizará um plano de férias anuais tendo
em vista o interesse do serviço e a obrigatoriedade de sua concessão a todos
que a elas tenham direito;
II – O militar só não gozará anualmente o período de férias quando ocorrer
absoluta necessidade do serviço. Neste caso, poderá gozar cumulativamente
as férias do ano corrente com as do ano imediatamente anterior;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
(Vide § 1º do art. 42 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)

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IV – o militar em férias anuais não perderá direito ao soldo e vantagens


que esteja percebendo ao iniciá-las, salvo se, durante o seu afastamento,
cessar a situação que deu margem à mesma percepção.
Art. 104. As férias anuais que não puderem ser gozadas nos termos do
inciso II do artigo anterior acrescerão o tempo de serviço do componente da
Polícia Militar, computado em dobro a pedido do interessado, para fins de ina-
tividade, quinquênios e incorporação de gratificações.
(Artigo com redação dada pelo art. 25 da Lei n. 9.266, de 18/9/1986.)
Parágrafo único. Para cada cinco dias de férias anuais cassadas e não
gozadas, será acrescido um dia, para efeito de contagem do tempo de ser-
viço do militar.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 7º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
(O art. 25 da Lei n. 9.266, de 18/9/1986 foi vetado pelo Governador e
mantido pela Assembleia Legislativa em 17/10/1986.)
Art. 105. As férias escolares serão concedidas de conformidade com o regu-
lamento dos órgãos de ensino da Polícia Militar, não podendo o militar gozá-las
no mesmo exercício com as anuais, exceto se não atingirem o limite estabelecido
no artigo, caso em que terá direito à diferença de dias entre uma e outra.
Art. 106. As autoridades que concederem férias anuais poderão cas-
sá-las, quando ocorrer absoluta necessidade do serviço.

Seção II
Das Férias-prêmio

Art. 107. O militar que contar com 10 (dez) anos de efetivo serviço na
Polícia Militar tem assegurado o direito de férias-prêmio de 4 (quatro) meses,
com vencimentos e vantagens integrais e sem perda da contagem de tempo
para todos os efeitos, como se estivessem em efetivo exercício; completando
20 (vinte) anos de serviço, terá direito a mais 4 (quatro) meses, nas mesmas
condições anteriores.

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§ 1º Para esse fim, será computado como tempo de efetivo serviço o afas-
tamento do militar do exercício das funções por motivo de:
I – dispensa do serviço prevista no artigo 109;
II – férias anuais;
III – comissões a serviço do Governo do Estado ou da União.
§ 2º A concessão de férias-prêmio obedecerá às prescrições estabelecidas
no Regulamento Geral da Corporação.
Art. 108. As férias-prêmio que não puderem ser gozadas acrescerão o
tempo de serviço de componente da Polícia Militar, computado em dobro a
pedido do interessado, para fins de inatividade, quinquênios e incorporação
de gratificações.
(Artigo com redação dada pelo art. 26 da Lei n. 9.266, de 18/9/1986.)
(O art. 26 da Lei n. 9.266, de 18/9/1986 foi vetado pelo Governador e
mantido pela Assembleia Legislativa em 17/10/1986.)

CAPÍTULO II
DAS DISPENSAS DE SERVIÇO

Art. 109. As dispensas do serviço são concedidas aos militares por motivo
de núpcias ou luto, dentro dos seguintes limites:
I – por 8 (oito) dias, quando o militar contrair núpcias;
II – por 8 (oito) dias, quando ocorrer falecimento de pessoa da família
assim considerados os pais, esposa, filhos, irmãos e sogros.
Art. 110. À concessão das dispensas do serviço aplicam-se as disposições
do artigo 102, item I e II e artigo 103, itens III e IV, e artigo 106.
Art. 111. As dispensas do serviço não prejudicarão o direito às férias,
podendo estas ser concedidas em prorrogação àquelas, a juízo da autoridade
competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DO TRÂNSITO E INSTALAÇÃO

Art. 112. Os militares que tenham de afastar-se, em caráter definitivo, da


guarnição em que servem, por motivo de transferência de Unidade, classifica-
ção, adição ou comissão de caráter permanente, terão direito aos seguintes
períodos de trânsito e instalação:
I – oficiais e aspirantes a oficial: 20 (vinte) dias;
II – subtenentes e sargentos: 16 (dezesseis) dias;
III – cabos e soldados: 10 (dez) dias;
§ 1º – Conta-se o período, para efeito deste artigo, desde a data do desli-
gamento do militar do Corpo ou Repartição até sua apresentação no destino.
§ 2º – Em casos especiais, a critério do Comandante Geral, esses períodos
poderão ser reduzidos ou ampliados.
§ 3º – O militar movimentado por conveniência da disciplina entrará em
trânsito após ter cumprido a punição imposta.

TÍTULO IV
DA LICENÇA E AGREGAÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 113. O oficial ou praça poderá ser licenciado:


I – para tratamento da própria saúde;
II – para tratar de interesse particular;
III – por motivo de doença em pessoa da família.
Art. 114. São autoridades competentes para conceder licença:
I – o Governador do Estado, até 24 (vinte e quatro) meses;
II – o Comandante-Geral até 3 (três) meses.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 115. A autoridade competente para conceder licença também poderá


mandar cassá-la:
I – nos casos dos itens I e III do artigo 113, mediante inspeção de saúde
ou parecer médico e desde que cesse o motivo da concessão;
II – no caso do item II do mesmo artigo, quando as necessidades do ser-
viço público assim o exigirem.
Parágrafo único. Cassada a licença, terá o militar o prazo de 48 (Quarenta
e oito) horas para apresentar-se, se estiver no local onde o deva fazer; caso
contrário, a autoridade que cassou a licença arbitrará o prazo necessário.
Art. 116. O militar pode desistir da licença concedida ou do resto da licen-
ça em cujo gozo se acha, dependendo do parecer da Junta Militar de Saúde,
quando se tratar de licença para tratamento de saúde.
Art. 117. A licença pode ser prorrogada “ex-offício” ou mediante solicita-
ção do militar, não excedendo o prazo de prorrogação, reunido ao da licença,
o máximo de tempo previsto no artigo 114 deste Estatuto.
§ 1º – O pedido de prorrogação deve ser apresentado e despachado antes
de findar o prazo da licença, de sorte a não interrompê-la, se deferido.
§ 2º – As licenças concedidas dentro de 60 (sessenta) dias da data do
término da anterior são consideradas como prorrogação.
Art. 118. O militar poderá gozar a licença onde lhe convier, ficando, no
entanto, o oficial obrigado a participar por escrito à autoridade a que estiver
subordinado e a praça a solicitar a necessária permissão.

CAPÍTULO II
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA SAÚDE

Art. 119. A licença para tratamento de saúde é concedida “ex-offício” ou


a pedido, mediante inspeção de saúde, pelo prazo indicado na respectiva ata.
Parágrafo único. Se a natureza ou a gravidade da doença impossibilitar o
militar de comparecer à Junta Militar de Saúde, ser-lhe-á concedida licença
mediante atestado médico da Unidade, ou de profissionais idôneos, se encon-
trar fora da sede.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 120. A licença terá início na data em que o militar for julgado doente
pelo médico ou pela Junta Militar de Saúde, ressalvados outros casos espe-
ciais previstos no Regulamento Geral da Corporação.
Art. 121. O militar que, após 2 (dois) anos de licença continuada para
tratamento de saúde, for julgado carecedor de nova licença, será reforma-
do ou excluído nos termos deste Estatuto, ainda que sua incapacidade não
seja definitiva.

CAPÍTULO III
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 122. O Comandante Geral poderá conceder licença, pelo prazo máxi-
mo de 3 (três) meses ao militar por motivo de doença na pessoa de seu pai,
mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja legalmente separado, desde que
prove ser indispensável sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada
simultaneamente com o exercício de suas funções.
§ 1º – Cabe à autoridade que conceder a licença verificar sua necessidade,
através de sindicância, e exercer fiscalização a respeito.
§ 2º – Provar-se-á a necessidade da licença mediante atestado do médico
da Unidade, ou de profissionais idôneos, se o doente encontrar-se fora da
localidade onde estiver sediado o militar, para a licença de que trata o artigo.
§ 3º – A licença de que trata o artigo só será concedida quando não for pos-
sível movimentar-se o servidor para a localidade onde se encontre o doente.

CAPÍTULO IV
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR

Art. 123. O militar poderá obter licença para tratar de interesse particular:
I – quando a licença não contrariar o interesse do serviço;
II – quando tenha, pelo menos, 10 (dez) anos de serviços prestados à
Polícia Militar.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)


Art. 124. Só poderá ser concedida nova licença depois de decorridos 2
(dois) anos do término da anterior.

CAPÍTULO V
DA AGREGAÇÃO

Art. 125. A agregação é a situação temporária, durante a qual fica o mi-


litar afastado da atividade, por motivo de:
I – incapacidade para o serviço militar verificada em inspeção de saúde,
após um ano de moléstia continuada, embora curável;
II – licença para tratamento de interesse particular, superior a 1 (um) ano;
III – cumprimento de sentença, passada em julgado, cuja pena seja maior
de 1 (um) ano e não superior a 2 (dois) anos;
IV – extravio;
V – licença para exercer atividade técnica de sua especialidade em orga-
nizações civis;
VI – desempenho de comissões de caráter civil;
VII – casos previstos no artigo 17 deste Estatuto;
VIII – candidatura a cargo eletivo, quando tiver 5 (cinco) ou mais anos
de serviço.
Art. 126. Cessada a causa determinante da agregação, voltará o militar
ao serviço ativo, no respectivo quadro, por ato do Comandante Geral.
Art. 127. O nome do militar agregado continuará no almanaque, na clas-
se e lugar até então ocupados, com a abreviatura “ag” e com as anotações
esclarecedoras de sua situação.
Parágrafo único. Não ocupará o agregado vaga no quadro ordinário, quan-
do o seu afastamento for superior a 1 (um) ano.
Art. 128. Ser agregado o oficial ou praça que, por qualquer motivo, figu-
rar como excedente no respectivo quadro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. No caso deste artigo, o militar exercerá as mesmas atribui-


ções e terá os mesmos direitos do militar do quadro efetivo, salvo quando se
tratar de promoção indevida, que se regerá segundo as normas para promoções.
Art. 129. O militar, quando passar à situação de agregado, perceberá sol-
do e vantagens específicas neste Estatuto ou em Regulamento próprios.

TÍTULO V
DA INATIVIDADE

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 130. Os Oficiais e praças da Polícia Militar passam à situação de ina-


tividade:
I – pela transferência para a reserva;
II – pela reforma;
§ 1º – A situação de inatividade será declarada por ato do Governador
do Estado.
§ 2º – A inatividade, no caso do item I, é remunerada ou não, de acordo
com os dispositivos estabelecidos neste Estatuto ou em lei e regulamentos
especiais: no caso do item II, é remunerada.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 58, de 29/11/2000.)
Art. 131. O militar que estiver aguardando transferência para a reserva
permanecerá no exercício de suas funções até a publicação do decreto de
transferência. Caso, porém, seja detentor de cargo, poderá continuar nas
funções por mais 30 (trinta) dias, no máximo, sendo nulos os atos que prati-
car no exercício da função após esse prazo.
Art. 132. A passagem para a reserva, compulsória ou voluntária não isen-
ta o militar da indenização de prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a
terceiros, nem das pensões decorrentes de sentença judicial.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 133. A transferência para a inatividade interrompe toda e qualquer


licença, cassando-a automaticamente e será promovida sem nenhuma des-
pesa para o oficial ou praça.
Art. 134. Não será transferido para a reserva, nem reformado, antes
de transitar em julgado sentença absolutória ou declarada definitivamente a
impunibilidade, o militar que estiver indiciado em inquérito ou submetido a
processo por crime contra o patrimônio particular ou público.
Parágrafo único. Ao alcançar qualquer das hipóteses deste Estatuto, pre-
vistas para transferência para a reserva ou para ser reformado, o militar, im-
pedido por força do disposto nesta lei, sujeitar-se-á às seguintes condições:
I – ficará agregado;
II – não ocupará vaga no quadro respectivo;
III – não concorrerá a promoção;
IV – ficará afastado de função;
V – não terá acrescida vantagem de qualquer natureza por nenhum motivo.

CAPÍTULO II
DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA

Art. 135. A reserva pode ser remunerada e não remunerada.


Parágrafo único. Será organizado o Quadro Geral da Reserva da Polícia
Militar, abrangendo o QOR e o QPR, estabelecendo seus deveres, direitos
e emprego.
Art. 136. Será transferido para a reserva remunerada o oficial ou praça que:
I – completar 30 (trinta) anos de efetivo serviço;
II – atingir a idade limite de permanência no serviço ativo;
III – (Revogado pelo art. 12 da Lei Complementar n. 28, de 16/7/1993.)
Dispositivo revogado:
“III – enquadra-se nos casos dos artigos 17 e seu parágrafo e 18, deste
Estatuto;”
IV – houver sido eleito para cargo e tiver 5 (cinco) anos ou mais de serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – O oficial ou praça atingido pelas disposições deste artigo passará


a pertencer respectivamente ao Quadro de Oficiais da Reserva (QOR) ou o
Quadro de Praças da Reserva (QPR).
§ 2º – O militar da reserva remunerada poderá ser designado para o ser-
viço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, a juízo do
Governador do Estado, para atender a necessidade especial relacionada com
as atividades da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais – PMMG -, segundo
dispuser regulamentação específica.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 50, de
13/1/1998.)
§ 3º – O militar designado nos termos do parágrafo anterior fará jus a gra-
tificação mensal pró-labore correspondente a 1/3 (um terço) dos proventos
da inatividade.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 50, de
13/1/1998.)
§ 4º – Sem prejuízo para o pessoal da ativa quanto ao acesso na carreira,
a designação das praças será feita no limite das vagas correspondentes, ob-
servada a Lei n. 11.099, de 18 de maio de 1993, que fixa o efetivo da PMMG.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 50, de
13/1/1998.)
§ 5º – Os militares designados têm os mesmos direitos e obrigações dos
militares da ativa e estão sujeitos a todas as comunicações legais.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 50, de
13/1/1998.)
§ 6º – A Polícia Militar deverá manter atualizado o Plano de Emprego
da Reserva.
§ 7º – Os oficiais e praças da reserva e reformados deverão fornecer à
Diretoria de Pessoal da Polícia Militar seus endereços e, sempre que muda-
rem de residência deverão, imediatamente, comunicar àquele órgão seus
novos endereços.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 8º – O oficial ou praça da reserva ou reformado, ao mudar para nova loca-


lidade, deverá, logo que ali chegar, apresentar-se à maior autoridade da Polícia
Militar, fornecendo-lhe seu novo endereço. A apresentação será substituída
pela comunicação, quando a autoridade local for hierarquicamente inferior.
§ 9º – O militar da reserva, que deixar de atender, no prazo estabeleci-
do, á convocação, terá seus proventos suspensos, sem prejuízo das comi-
nações legais.
§ 10º – O oficial da Polícia Militar que tiver exercido o cargo de Comandan-
te Geral quando exonerado ficará desobrigado de exercer cargo, encargo ou
função na Corporação, exceto em caso de mobilização geral.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
§ 11 – O oficial da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais ocupante do
cargo de Comandante Geral, de Chefe de Gabinete Militar do Governador, de
Chefe do Estado-Maior, de Chefe da Assessoria Militar do Tribunal de Justiça
ou de Chefe do Gabinete Militar da Assembleia Legislativa que completar trin-
ta anos de efetivo exercício poderá permanecer em serviço ativo mediante
solicitação do chefe do Poder em que o cargo é exercido e até o final do man-
dato deste, respeitado o limite de idade previsto nesta lei.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 152 de
30/12/2019.)
§ 12 – Serão abertas vagas para promoção sempre que ocorrer a situação
prevista no § 11.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 31, de
14/1/1994.)
§ 13 – A policial militar e a bombeiro militar poderão requerer sua trans-
ferência para a reserva remunerada aos vinte e cinco anos de efetivo serviço,
com proventos integrais, vedada a contagem de qualquer tempo fictício não
prevista nesta Lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 14 – A policial militar e a bombeiro militar, quando de sua transferên-


cia para a reserva, nos termos do § 13 deste artigo, serão promovidas ao
posto ou à graduação imediata, se tiverem, no mínimo, um ano de serviço
no posto ou graduação, desde que satisfaçam os requisitos estabelecidos
nos incisos I e IV do caput do art. 186 e não se enquadrem nas situações
previstas no art. 203 desta Lei.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 137. O limite de idade para a permanência do oficial no serviço ativo
é de 60 (sessenta) anos.
Parágrafo único. Quando se tratar de Oficial do QOS-PM/BM ou do QOCPL-
-PM/BM, a idadelimite a que se refere o caput será acrescida de cinco anos.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 138. Será transferido para a reserva não remunerada o oficial que
solicitar demissão do serviço ativo e a praça que solicitar baixa do serviço, ou
que se candidatar e for eleito para a função ou cargo público, se tiver menos
de 5 (cinco) anos de serviço.
§ 1º – Não será concedida a demissão ou baixa do serviço, a não ser que
o militar indenize todas as despesas de curso que tenha feito às expensas do
Estado, inclusive vencimentos, vantagens ou bolsas de estudo ou que perma-
neça na Corporação, após o curso:
I – durante 2 (dois) anos, se o curso for de duração até 6 (seis) meses letivos;
II – durante 3 (três) anos se o curso for de duração de mais de 6 (seis)
meses até 12 (doze) meses letivos;
III – durante 5 (cinco) anos, se o curso for de duração superior a 12
(doze) meses letivos.
§ 2º – suspender-se-á a faculdade outorgada neste artigo:
I – durante a vigência de estado de guerra, de emergência ou de mobilização;
II – se o oficial estiver sujeito a inquérito ou processo em qualquer juris-
dição, ou ainda cumprindo pena de qualquer natureza.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO III
DA REFORMA

Art. 139. A reforma do oficial se verificará:


I – Dos Quadros da Ativa:
a) por incapacidade física definitiva;
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
b) por incapacidade física declarada após 2 (dois) anos de afastamento
do serviço ou de licença continuada para tratamento de saúde, ainda que por
moléstia curável, salvo quando a incapacidade for decorrente do serviço, caso
em que esse prazo será de 3 (três) anos;
c) por sentença judiciária, condenatória, à reforma passada em julgado;
d) na hipótese prevista no § 2º do artigo 16 deste Estatuto;
II – Do Quadro de Oficiais da Reserva:
a) nos casos das letras “c” e “d” do item anterior;
b) quando atingir a idade-limite prevista no artigo 141 deste Estatuto;
c) quando, por determinação do Comandante Geral, for submetido a ins-
peção de saúde e julgado incapaz fisicamente;
d) – (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“quando, em qualquer tempo, requerer reforma.”
Art. 140. A reforma da praça se verificará:
I – por incapacidade física definitiva;
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
II – por incapacidade física declarada após 2 (dois) anos de afastamento
do serviço ou de licença continuada para tratamento de saúde, ainda que por
moléstia curável, salvo quando a incapacidade for decorrente do serviço em
que esse prazo será de 3 (três) anos;
III – quando se enquadrar nos casos de reforma compulsória, por incapaci-
dade moral ou profissional, previstos no Regulamento Disciplinar da Corporação;
IV – (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Dispositivo revogado:
“IV – quando, no QPR, requerer reforma;”
V – quando atingir a idade-limite de permanência na reserva.
Art. 141. O limite de idade para permanência do oficial ou praça na reser-
va é de 65 (sessenta e cinco) anos.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
Parágrafo único. Quando se tratar de oficial de polícia-saúde, engenharia ou
técnico, a idade-limite de que trata este artigo será acrescida de 5(cinco) anos.
Art. 142. A idade-limite de permanência da praça no serviço ativo é de
60 (sessenta) anos.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
Art. 143. O Oficial ou praça que estiver fisicamente impossibilitado de
continuar no serviço ativo será, a pedido ou “ex-offício”, submetido a inspe-
ção de saúde; se for julgado incapaz para o serviço e tiver direito à reforma
deverá apresentar os documentos respectivos dentro de 60 (sessenta) dias:
se o fizer, será reformado compulsoriamente.
Parágrafo único. Durante esse prazo, será o militar considerado afastado
do serviço para efeito de reforma.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)
Art. 144. O militar que, em inspeção de saúde, for declarado porta-
dor de moléstia ou lesão incompatíveis com o serviço policial-militar, mas
curáveis mediante intervenção cirúrgica, e não quiser submeter-se a esta,
será julgado definitivamente incapaz e excluído ou reformado, conforme o
tempo de serviço.
Parágrafo único. O militar reformado de conformidade com este artigo não
poderá valer-se, no futuro, dos serviços de saúde para efeito de tratamento
recusado, nem reverter à ativa, mesmo quando operado com êxito.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 145. A petição do oficial ou praça que se julgar com direito à reforma
por incapacidade física deverá ser instruída com os seguintes documentos:
I – liquidação do tempo de serviço, processado pela repartição competen-
te da Polícia Militar;
II – cópia do parecer da Junta Militar de Saúde.
§ 1º – O militar estável e interditado judicialmente por mais de dois anos
será reformado com proventos proporcionais, salvo na situação prevista no
inciso III do art. 96, comprovada mediante laudo da Junta Militar de Saúde
(Parágrafo com redação dada pelo art. 9º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
§ 2º – Se a doença de que sofre o militar o impossibilitar de vir á Capital, para
ser examinado pela Junta Militar de Saúde, o exame só poderá ser feito onde o
mesmo se achar por uma junta médica designada pelo Comandante Geral.
(Vide art. 1º da Lei Complementar n. 55, de 10/1/2000.)

CAPÍTULO IV
DA EXCLUSÃO DA PRAÇA

Art. 146. A praça será excluída do serviço ativo da Polícia Militar nos ca-
sos seguintes:
I – em face de transferência para a inatividade, nos termos deste Estatuto;
II – em virtude de incapacidade moral, mediante indicação do Conselho de
Disciplina, nos termos do Regulamento Disciplinar da Corporação;
III – quando julgada incapaz definitivamente pela Junta Militar de Saúde
e o tempo de serviço for igual ou inferior a 5 (cinco) anos;
IV – quando incorrer na pena de exclusão disciplinar, prevista no Regula-
mento Disciplinar da Corporação.
V – com baixa do serviço, na forma da lei:
a) “ex-offício”;
b) a pedido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 147. A exclusão “ex-offício” é aplicável somente no período de for-


mação ou no de incorporação por conveniência ou interesse da Polícia Militar,
ou para atender a circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Será também excluída do serviço ativo a praça com me-
nos de 5 (cinco) anos de serviço que se candidatar a cargo eletivo.
Art. 148. A exclusão com baixa do serviço ativo, a pedido, será concedi-
da, observando-se o prescrito no § 2º do artigo 138:
I – por conclusão do período de incorporação, engajamento ou reengajamento;
II – para tomar posse em cargo público, quando a praça tenha sido apro-
vada por concurso.
Parágrafo único. Não será concedia baixa do serviço prevista no item II do
artigo, quando:
I – encontrar-se a Unidade do requerente ou a Corporação empenhada em
prevenção, manutenção ou restabelecimento da ordem;
II – a baixa do serviço for requerida com o fim de deixar a praça de cum-
prir nova missão ou movimentação acometida a si ou à sua Unidade.
Art. 149. Período de incorporação, para os efeitos deste Estatuto, é aque-
le que perdura por 2 (dois) anos, a contar da assinatura do “termo de incor-
poração”, após a aprovação no Curso de Formação Policial-Militar.
§ 1º – O ingresso no quadro de praça, satisfeitos os requisitos do inciso
III, do Art. 5º deste Estatuto, será feito na situação de Soldado de 2ª Classe,
o qual será matriculado no Curso de Formação Policial-Militar, com duração
mínima de 6 (seis) meses.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 7º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
§ 2º – Somente o soldado de 2ª classe, aprovado no Curso de Formação
Policial-Militar, poderá assinar o “Termo de incorporação” e que terá efeito de
acesso a Soldado de 1ª Classe.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 7º da Lei n. 5.946, de 11/7/1972.)
Art. 150. Terminado o período de incorporação, a praça deverá solicitar
engajamento, por dois anos, nas fileiras da Polícia Militar, ou baixa do serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Será excluída “ex-offício” a praça que não apresentar pedido de


engajamento, após decorridos 30 (trinta) dias do término do período de in-
corporação ou de engajamento.
§ 2º – A praça engajada será submetida a exames médicos, na Seção de
Saúde da Unidade, de 2(dois) em 2 (dois) anos.
§ 3º – A praça, para engajar-se ou reengajar-se, fica sujeita:
I – à aprovação em exame de aptidão profissional;
II – ao atendimento à conveniência ou interesse da Corporação.
Art. 151. Os alunos do Curso de Formação de Oficiais e do Curso de For-
mação de Sargentos estão sujeitos aos casos de exclusão previstos nos itens
I e IV e letra “b” do item V do artigo 146 deste Estatuto e aos que forem pre-
vistos no Regulamento do Departamento de Instrução (RDI).
§ 1º – Ao aluno do Curso de Formação de Oficiais que ingressou na Polícia
Militar nessa condição, não se aplica o disposto nos artigos 147, 148, 149 e
150 deste Estatuto.
§ 2º – O Regulamento do Departamento de Instrução poderá prever o
aproveitamento do aluno do CFO, na categoria de praça de polícia, desde que
o cancelamento da matrícula não se dê em face do disposto no item III do ar-
tigo 146 deste Estatuto, ou por incapacidade moral ou inaptidão profissional,
nos termos do RDI.
Art. 152. Não poderá ser excluída, ainda que tenha concluído o tempo de
serviço, a praça que:
I – não apresentar o armamento e demais objetos a seu cargo, em perfei-
ta conservação;
II – tiver dívida para com a Fazenda Estadual ou a Polícia Militar;
III – estiver em diligência, campanha, ou outros serviços que a impossibi-
litem de ser excluída.
Art. 153. A praça reclamada como desertora de outra Corporação será
excluída e posta á disposição da autoridade competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 154. Serão excluídos da Polícia Militar aqueles que nela ingressarem
com infração do disposto no artigo 5º deste Estatuto, e os viciosos, os que já
houverem cumprido sentença por crimes aviltantes, os que tiverem sido exo-
nerados a bem do serviço público, os expulsos ou excluídos disciplinarmente
de outras Corporações, por mau comportamento e que, iludindo as autorida-
des da Corporação, conseguiram ingressar em suas fileiras, sem prejuízos de
ação disciplinar, administrativa ou penal contra os infratores.
Art. 155. São proibidas as baixas sem declaração de motivo legal ou fora
dos casos previstos neste Estatuto.

CAPÍTULO V
DA REINTEGRAÇÃO E READMISSÃO

Art. 156. Não será readmitida a praça excluída disciplinarmente da Po-


lícia Militar.
§ 1º – Quando a exclusão do serviço ativo se der nas hipóteses previstas
no item V do artigo 146 deste Estatuto, por decisão do Comandante Geral, a
readmissão é permitida, satisfeitas as seguintes exigências:
I – existência de interesse da Corporação;
II – as contidas na letra “a” e seus números 2, 4, 5 e 7 do item III do ar-
tigo 5º deste Estatuto;
III – não tenha ultrapassado de 5 (cinco) anos o tempo de permanência
fora da Polícia Militar e a idade do requerente, na data do protocolo do reque-
rimento de readmissão, menos o tempo anterior na Corporação, não exceda
de 30 (trinta) anos.
§ 2º – A readmissão, na Polícia Militar, com rematrícula em curso do De-
partamento de Instrução, será regulada pelo Regulamento da Escola.
§ 3º – Nos casos de atos nulos ou anuláveis, o Comandante Geral poderá
fazer a reintegração do excluído, na forma do direito.

1376
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – A praça graduada, portadora de curso da Corporação, ao ser rein-


cluída na Polícia Militar, terá direito a todas as vantagens do curso, inclusive
concorrer a promoção, desde que o período de afastamento não tenha sido
superior a 5 (cinco) anos.
Art. 157. O Oficial que, a pedido, tiver sido excluído do serviço ativo da
Polícia Militar, só poderá nele ser readmitido por ato do Governador do Es-
tado, caso haja interesse da Corporação e satisfaça a todas as condições de
ingresso previstas nos números 3, 4 e 5, letra “a”, item III do artigo 5º deste
Estatuto e no item III do parágrafo 1º do artigo anterior.
Parágrafo único. A readmissão prevista no artigo se dará no posto em que te-
nha sido demitido e quando o afastamento não tenha ultrapassado 5 (cinco) anos.
Art. 158. Em qualquer hipótese de readmissão, o oficial ou praça deve-
rá ser submetido a exame de aptidão profissional e só será readmitido se
for aprovado.

TÍTULO VI
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 159. A partir da data da inclusão na Polícia Militar, começam os ser-


vidores a contar o tempo de serviço.
§ 1º – Na apuração do tempo de serviço dos servidores, são usadas as
seguintes expressões:
I – tempo de efetivo serviço;
II – anos de serviço.
§ 2º – Essas expressões são definidas do seguinte modo:
I – tempo de efetivo serviço: – espaço de tempo contado dia a dia, entre
a data inicial da praça ou inclusão e a data de exclusão, transferência para a
reserva ou reforma, deduzindo-se, na apuração, os períodos não computáveis
e desprezados os acréscimos previstos na legislação vigente, exceto o tempo
dobrado de serviço em campanha, que é considerado efetivo serviço;

1377
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – anos de serviço (computáveis para fins de inatividade cálculo de tem-


po para efeito de incorporação de gratificações): – soma do tempo de efetivo
serviço e dos acréscimos legais.
§ 3º – O número de dias será convertido em anos, considerados sempre
esses como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 4º – Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, os dias restan-
tes até 182 (cento e oitenta e dois) não serão computados, arredondando-se
para 1(um) ano, quando excederem esse número.
Art. 160. Serão considerados de efetivo serviço os dias em que o militar
estiver afastado por motivo de:
I – férias anuais, escolares e férias-prêmio;
II – licenças especiais ou previstas no artigo 109 deste Estatuto;
III – exercício de outro cargo público em comissões;
IV – desempenho de mandato legislativo, federal ou estadual;
V – tempo de serviço público federal, estadual e municipal, comprovado
mediante certidão;
VI – licença do militar acidentado em serviço ou acometido de moléstia
profissional.
Art. 161. Na contagem de tempo para o efeito de inatividade, compu-
tar-se-á o de licença para tratamento de saúde ou baixa hospitalar que não
exceda de 90 (noventa) dias, no decurso de 12 (doze) meses.
Art. 162. Na contagem do tempo de serviço para efeito de inatividade e
quinquênios, computar-se-á, integralmente, o tempo de serviço público pres-
tado à União, aos Estados, aos Municípios, às entidades autárquicas e para-
estatais da União e dos Estados, bem como em outras repartições estaduais.
Art. 163. Não se computará como tempo de serviço:
I – o de licença para tratamento de saúde que exceda de 90 (noventa)
dias no decurso de 12 (doze) meses;
II – o de licença concedida por qualquer outro motivo;
III – o de deserção e o de ausência do quartel por mais de 48 (quarenta)
e oito horas;

1378
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – prisão disciplinar, com prejuízo do serviço;


V – o de prisão preventiva em processo de que resulte condenação, e o de
cumprimento de pena criminal, transitada em julgado.
Art. 164. Entende-se por tempo de serviço em campanha o período em
que o militar estiver em operações de guerra ou em serviço dela dependente
ou decorrente, ou em que o militar tomar parte, nas mesmas condições, em
expedição tendente a restabelecer a ordem interna.

TÍTULO VII
DA MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS E DEFINIÇÕES

Art. 165. A movimentação do pessoal tem por fim regular a passagem


dos oficiais e praças pelas diferentes funções policiais-militares, de modo a
satisfazer as necessidades do serviço e distribuir equitativamente os ônus e
vantagens dele decorrentes:
I – proporcionando a todos o indispensável e perfeito conhecimento da
tropa e do serviço policial-militar e completo desenvolvimento do hábito de
comandar e ser comandado e da capacidade de instruir e administrar;
II – assegurando a presença constante, nos Corpos de Tropa, Serviços e
Estabelecimentos, de um quadro mínimo indispensável à manutenção de sua
continuidade administrativa, da atividade de diferentes órgãos e da eficiência
do serviço policial militar.
Art. 166. Entende-se por movimentação:
I – classificação: movimentação para o Corpo de Tropa, Estabelecimento
ou Serviço do oficial recém promovido;
II – Transferência: movimentação do oficial ou praça, de um para outro
Corpo de Tropa, Estabelecimento ou Serviço;

1379
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – Nomeação: movimentação do oficial para comissão prevista nos qua-


dros de efetivo ou nos regulamentos;
IV – Designação: movimentação do oficial ou praça, dentro de um Corpo
de Tropa, Estabelecimento ou Serviço, de uma para outra Repartição e de
uma para outra Seção.

CAPÍTULO II
DA MOVIMENTAÇÃO DOS OFICIAIS

Art. 167. A movimentação dos oficiais tem por finalidade:


I – completar os efetivos dos Corpos de Tropa, Estabelecimentos e Serviços;
II – regularizar a situação do oficial, tendo em vista as condições impostas
pelas leis e regulamentos;
III – atender aos interesses da disciplina;
IV – atender aos interesses individuais ou da saúde do oficial ou de pessoa
de sua família.
Art. 168. Para atender às prescrições do artigo anterior, os oficiais serão
movimentados por:
I – necessidade do serviço;
II – conveniência da disciplina;
III – interesse próprio.
§ 1º – A movimentação “por necessidade do serviço” será feita quando se
tratar dos casos previstos nos itens I e II do artigo anterior.
§ 2º – A movimentação “por conveniência da disciplina” será feita por so-
licitação documentada, do Comandante ou Chefe do Serviço ao Comandante
Geral, e, em princípio, quando o Oficial for punido com prisão.
§ 3º – A movimentação “por interesse próprio” só será efetuada quando
motivada por solicitação do interessado, em requerimento dirigido à autoridade
competente para fazê-la; no caso de o motivo alegado ser o de sua saúde ou
de pessoa de sua família, deverá instruir o requerimento com parecer médico.

1380
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 169. O oficial não permanecerá por mais de 3 (três) anos consecuti-
vos afastado dos Corpos de Tropa ou Serviço da Polícia Militar.
Art. 170. Atingido o prazo fixado no artigo anterior, deve o oficial ser mo-
vimentado para servir no Corpo de Tropa, ou Serviço, durante o prazo mínimo
de 1 (um) ano.
Art. 171. Nenhum oficial dos quadros técnicos ou dos serviços de saúde
ou engenharia poderá servir em função estranha á sua especialidade.
Art. 172. Não poderão servir adidos aos Corpos de Tropa, Estabelecimen-
tos e Serviços, para efeito de arregimentação, os oficiais agregados ou em
comissão fora da Corporação.
Art. 173. Ao Oficial que, por qualquer circunstâncias, não tenha ainda
satisfeito as exigências de arregimentação, cabe solicitar a movimentação, na
forma prevista no item II do artigo 167 deste Estatuto.
Parágrafo único. Nenhuma reclamação poderá ser feita pelo oficial que,
não tendo cumprido a obrigação imposta por este artigo, venha a sofrer res-
trições em seu acesso hierárquico.

CAPÍTULO III
DA MOVIMENTAÇÃO DE PRAÇAS

Art. 174. A movimentação de praças tem por finalidade:


I – completar ou nivelar os efetivos dos Corpos de Tropa, Estabelecimen-
tos, Serviços e Destacamentos;
II – promover o desenvolvimento da instrução, através da matrícula em
escolas e cursos de formação ou de aperfeiçoamento;
III – atender aos interesses do serviço;
IV – beneficiar a saúde da praça ou de pessoa de sua família.
Art. 175. Para atender às prescrições contidas no artigo anterior, as pra-
ças serão movimentadas por:
I – necessidade do serviço;
II – conveniência da disciplina;
III – interesse próprio.

1381
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A movimentação “por necessidade do serviço” será feita quando se


tratar dos casos previstos nos itens I e II do artigo anterior.
§ 2º – A movimentação “por conveniência da disciplina” será feita por so-
licitação do Comandante ou Chefe de Serviço da praça.
§ 3º – A movimentação “por interesse próprio” só será efetuada mediante
requerimento motivado do interessado, devidamente informado e instruído
pelo Comandante ou Chefe com todos os dados que motivaram o pedido e
quando não ocorrer prejuízo para o serviço e a disciplina. No caso de o motivo
alegado ser o de sua saúde ou de pessoa de sua família, deverá o requerente
instruir o pedido com parecer médico.
Art. 176. Nenhuma praça especialista ou artífice poderá ser designada
para função estranha à sua especialidade.
Art. 177. Compete ao Comandante do Corpo de Tropa ou Chefe de Ser-
viço ou de Estabelecimento designar a função correspondente às graduações
e especialidades da praça movimentada, de acordo com os regulamentos e
quadros de efetivo.
Art. 178. A praça promovida terá sua movimentação feita no mesmo bo-
letim que publicar sua promoção.
Parágrafo único. Se a praça for promovida e transferida para outra Unida-
de, ficará adida à Unidade de origem, no exercício de função compatível com
a nova graduação, até a data do desligamento.
Art. 179. A praça movimentada para outra Unidade será excluída do
estado efetivo da Unidade de origem, no mesmo boletim que publicar sua
movimentação, passando à situação de adida, até o seu desligamento para
o novo destino.

1382
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA PARA MOVIMENTAÇÃO

Art. 180. A movimentação na Polícia Militar será feita:


I – pelo Governador do Estado:
a) classificação e transferência de oficiais;
b) designação de Coronéis para os cargos do Quartel General;
II – pelo Comandante Geral:
a) designação de oficiais;
b) transferência de praças;
III – pelos Comandantes de Corpos e Chefes de Serviços Autônomos:
– designação de praças nas respectivas Unidades.

TÍTULO VIII
DAS PROMOÇÕES

CAPÍTULO I
DAS PROMOÇÕES DE OFICIAIS

Art. 181. O acesso aos diferentes postos da Polícia Militar, nos quadros
de oficiais de Polícia e no que for aplicável, aos oficiais de Polícia-Saúde, En-
genharia e Técnicos, obedecerá aos princípios estabelecidos neste Capítulo.
Art. 182. Excetuando-se a declaração de aspirante a oficial o acesso na
hierarquia militar será gradual e sucessivo.
Art. 183.. Os Oficiais da ativa serão organizados em turmas, fixando-se
o ano-base para fins de cômputo do tempo e percentuais para promoção por
merecimento e por antiguidade.
Parágrafo único. O ano-base dos:
I – Oficiais do Quadro previsto no inciso I do § 1º do art. 13 será o ano de
declaração de Aspirante-a-Oficial;
II – Oficiais do Quadro previsto no inciso II do § 1º do art. 13 será o se-
gundo ano após o da nomeação para o posto de 2º-Tenente;

1383
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – Oficiais dos demais Quadros será o ano da promoção a 2º-Tenente.


(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide arts. 13 e 14 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 184.. As promoções serão feitas anualmente no dia 25 de dezembro.
§ 1º – A promoção, pelo critério de merecimento, dos Oficiais do QO-PM/
BM e QOS-PM/BM será realizada nos seguintes períodos e frações:
I – ao posto de Tenente-Coronel, no:
a) décimo nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos Majores existen-
tes na turma;
b) vigésimo ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Majores existentes
na turma;
c) vigésimo primeiro ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Majores
existentes na turma;
d) vigésimo segundo ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Majores
existentes na turma;
e) vigésimo terceiro ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos Majores
existentes na turma;
II – ao posto de Major, no:
a) décimo quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos Capitães exis-
tentes na turma;
b) décimo sexto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos Capitães exis-
tentes na turma;
c) décimo sétimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos Capitães exis-
tentes na turma;
III – ao posto de Capitão, no:
a) nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 1ºs-Tenentes existentes
na turma;
b) décimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 1ºs-Tenentes existen-
tes na turma;

1384
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

IV – ao posto de 1º-Tenente, no:


a) terceiro ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Tenentes existen-
tes na turma;
V – ao posto de 2º-Tenente, de acordo com a ordem de classificação inte-
lectual, observada a nota final de classificação no:
a) Curso de Formação para o QO-PM/BM;
b) curso, estágio ou equivalente para o QOS-PM/BM.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 2º A promoção, pelo critério de merecimento, dos Oficiais do QOC-PM/
BM e QOE-PM/BM será realizada nos seguintes períodos e frações:
I – ao posto de Capitão, no:
a) nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 1ºs-Tenentes existentes
na turma;
b) décimo ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 1ºs-Tenentes existen-
tes na turma;
II – ao posto de 1º-Tenente, no:
a) terceiro ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Tenentes existen-
tes na turma;
b) quarto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Tenentes existen-
tes na turma.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 3º – Os Oficiais serão promovidos por antiguidade, no QO-PM/BM e
QOS-PM/BM, nos seguintes períodos:
I – ao posto de Tenente-Coronel, no vigésimo quarto ano após o ano-base,
os Majores remanescentes
II – ao posto de Major, no décimo oitavo ano após o ano-base, os Capitães
remanescentes da turma;

1385
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – ao posto de Capitão, no décimo primeiro ano após o ano-base, os


1ºs-Tenentes remanescentes da turma;
IV – ao posto de 1º-Tenente, no quarto ano após o ano-base, os 2ºs-Te-
nentes remanescentes da turma.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 4º – Os Oficiais serão promovidos por antiguidade, no QOC-PM/BM e no
QOE-PM/BM, nos seguintes períodos:
I – ao posto de Capitão, no décimo primeiro ano após o ano-base, os 1ºs-
-Tenentes remanescentes da turma;
II – ao posto de 1º-Tenente, no quinto ano após o ano-base, os 2ºs-Tenen-
tes remanescentes da turma.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 5º – Na apuração do número de promoções previsto neste artigo, será
feito o arredondamento para o número inteiro posterior, sempre que houver
fracionamento.
§ 6º – As promoções por necessidade do serviço, por ato de bravura e
post-mortem poderão ser feitas fora da data prevista no caput, aplicando-se
aos Oficiais o previsto no art. 217 desta Lei.
§ 7º – Havendo necessidade de adequar o efetivo existente ao previsto em
lei, o Alto-Comando, órgão colegiado composto por Oficiais do último posto
da ativa, poderá alterar os períodos e as frações previstos neste artigo
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 8º – Para a definição da quantidade de militares existentes nas turmas,
serão computados os Oficiais que preencherem o requisito previsto no inciso
III do caput do art. 186.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 9º da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
(Vide art. 20 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)

1386
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 9º – A promoção, pelo critério de merecimento, dos Oficiais do QOCPL-


-PM/BM será realizada nos seguintes períodos e frações:
I – ao posto de Capitão, no:
a) décimo quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 1ºs-Tenentes
existentes na turma;
b) décimo sexto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 1ºs-Tenentes
existentes na turma;
II – ao posto de 1º-Tenente, no:
a) quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Tenentes existen-
tes na turma;
b) sexto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Tenentes existentes
na turma.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 10 – Os Oficiais serão promovidos por antiguidade, no QOCPL-PM/BM,
nos seguintes períodos:
I – ao posto de Capitão, no décimo sétimo ano após o ano-base, os 1ºs-
-Tenentes remanescentes da turma;
II – ao posto de 1º-Tenente, no sétimo ano após o ano-base, os 2ºs-Te-
nentes remanescentes da turma.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 11 – Para fins de promoção dos Oficiais do QOCPL-PM/BM, considera-se
ano-base o da promoção ao posto de 2º-Tenente, observado o disposto nos
arts. 186, 187 e 203.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide arts. 13 e 16 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 185. As promoções de oficiais são de competência exclusiva do Go-


vernador do Estado.
Art. 186. Constituem requisitos para concorrer à promoção:
I – idoneidade moral;
II – aptidão física;
III – interstício no posto;
IV – comportamento disciplinar satisfatório;
V – aprovação no exame de aptidão profissional;
VI – resultado igual ou superior a 60% (sessenta por cento) na AADP;
(Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complementar n. 109, de
22/112/2009.)
VII – possuir os seguintes cursos, realizados em instituição militar estadu-
al ou em outra corporação militar, mediante convênio ou autorização:
a) Curso de Formação de Oficiais – CFO -, para promoção ao posto de
2º-Tenente do QO-PM/BM;
b) Curso de Especialização em Segurança Pública – Cesp – ou Mestrado,
ou equivalente no Corpo de Bombeiros Militar, para promoção ao posto de
Major do QO-PM/BM;
(Alínea com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
c) Curso de Especialização em Gestão Estratégica de Segurança Pública –
Cegesp – ou Mestrado ou Doutorado, ou equivalente no Corpo de Bombeiros
Militar, para promoção ao posto de Coronel do QO-PM/BM.
(Alínea com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 1º – Aos Oficiais do QOC e do QOE será exigido o Curso de Habilitação
de Oficiais para promoção a 2º-Tenente.
§ 2º – O Oficial punido em decorrência de sua submissão a processo
administrativo disciplinar de natureza demissionária pela prática de ato que
afete a honra pessoal ou o decoro da classe será considerado possuidor do
requisito de idoneidade moral dois anos após o término do cumprimento da
sanção disciplinar.

1388
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 3º – Os casos de inaptidão física serão atestados por Junta Militar de Saúde.


§ 4º – Interstício é o período mínimo, contado dia a dia, em que o Oficial
deverá permanecer no posto para que possa ser cogitado para a promoção
pelos critérios de merecimento ou de antiguidade, assim compreendido:
I – 2º-Tenente: dois anos;
II – 1º-Tenente: quatro anos;
III – Capitão: quatro anos;
IV – Major: um ano;
(Inciso com redação dada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
V – Tenente-Coronel: um ano.
§ 5º – O interstício do Aspirante-a-Oficial será de seis meses, findo o qual
será promovido ao posto de 2º-Tenente, independentemente da data prevista
no caput do art. 184 desta Lei.
§ 6º – Não preencherá o requisito comportamento disciplinar satisfatório
o Oficial classificado no conceito “C” ou “B”, com pontuação igual ou inferior
a vinte e cinco pontos negativos.
§ 7º – O exame de aptidão profissional será aplicado a todos os 1ºs-Te-
nentes, independentemente do Quadro, versará sobre matéria de interesse
das instituições militares estaduais e será definido por ato do respectivo Co-
mandante-Geral.
§ 8º – O resultado do exame de aptidão profissional não alterará a ordem
de classificação por antiguidade.
§ 9º – O Comandante-Geral definirá os requisitos para acesso aos cursos
internos da respectiva instituição militar estadual.
§ 10 – O Mestrado e o Doutorado previstos nas alíneas “b” e “c” do inciso
VII do caput serão computados como requisito de promoção quando ofereci-
dos ou autorizados pela respectiva instituição militar estadual.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)

1389
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de


17/1/2007.)
(Vide art. 15 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 187. Não é computado, para fins de promoção, o tempo de:
I – licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
II – ausência, extravio e deserção;
III – privação ou suspensão de exercício de cargo ou função, nos casos
previstos em lei;
IV – cumprimento de sentença penal ou de prisão judicial;
V – interdição judicial;
VI – exercício de cargo público civil temporário, salvo para promoção por
antiguidade.
§ 1º – O Oficial que se encontrar em qualquer das situações previstas nes-
te artigo, por períodos contínuos ou não, a cada ano completado, contado o
tempo de arredondamento, será remanejado para turma posterior e terá seu
ano-base alterado.
§ 2º – Para fins de arredondamento, considerar-se-á o período superior a
cento e oitenta e dois dias igual a um ano.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide arts. 13 e 14 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 188. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 188 – A promoção por antiguidade cabe ao oficial mais antigo de
cada posto, no quadro respectivo, e que satisfaça os requisitos legais.”
Art. 189. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Dispositivo revogado:
“Art. 189 – Para promoção por merecimento deve o oficial satisfazer ainda
os seguintes requisitos:
I – atingir, por ordem de antiguidade, para promoção até o posto de Capi-
tão o número correspondente á metade do quadro respectivo;
II – ter ótima conduta militar e como cidadão, e gozar de bom conceito na
classe e na vida civil;
III – ter cultura profissional comprovada, nos termos da legislação específica;
IV – possuir capacidade de comando ou de administrador.
§ 1º – Quando da metade prevista no item I deste artigo forem excluídos
oficiais não habilitados, serão incluídos, em igual número, os elementos sub-
sequentes, respeitadas a ordem de antiguidade e demais exigências.
§ 2º – Poderão ser promovidos oficiais integrantes da segunda metade do
quadro de antiguidade, quando o número de vagas exceder o de ocupantes
da primeira metade, observadas as restrições do parágrafo anterior.”
Art. 190. A promoção por ato de bravura dispensa outras exigências le-
gais, sendo facultada a partir da data do evento.
§ 1º – Em caso de falecimento, será o oficial promovido “post-mortem”.
(Parágrafo renumerado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 2º – Ao oficial promovido por ato de bravura será atribuída nota mínima
de aprovação em curso exigido para promoção ao posto
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 191. Aos militares dispensados definitivamente, pela Junta Central
de Saúde, de atividade incluída no conjunto de serviços de natureza policial
ou bombeiro-militar e que mantenham capacidade laborativa residual serão
asseguradas condições especiais para treinamentos ou cursos, para fins de
promoção dentro do respectivo quadro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos discentes de cur-
sos de formação ou de habilitação para provimento inicial no respectivo quadro.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 191.-A – Ao militar licenciado ou dispensado em caráter temporário,
em decorrência de acidente de serviço ou moléstia profissional, cuja falta de
capacidade laborativa não seja definitiva e que não tenha participado de curso
ou treinamento exigido nos termos deste Estatuto, em decorrência do mesmo
acidente ou moléstia, será assegurada a convocação para o treinamento ou
curso subsequente, de mesma natureza, tão logo cesse sua licença ou dis-
pensa e, se aprovado, ser-lhe-á garantida, para fins de promoção dentro do
respectivo quadro, a contagem de tempo retroativa à data de conclusão do
curso ou treinamento de que não tenha participado, observado o disposto no
parágrafo único do art. 191.
(Artigo acrescentado pelo art. 10 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 192. A promoção de aspirante a segundo tenente só se dará se o can-
didato, além de satisfazer as condições gerais, tiver comprovada vocação para
o oficialato, reconhecida pela maioria dos oficiais da Unidade em que servir.
Art. 193. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 193 – O ingresso no posto inicial no quadro de Oficiais de Polícia-Téc-
nica, de Polícia-Saúde e de Polícia-Engenharia será feito na forma estabeleci-
da no item II do artigo 5º deste Estatuto.”
Art. 194. Os candidatos incluídos nos quadros de acesso só poderão ser
promovidos se forem julgados aptos em exame de saúde, conforme dispuser
o R.P.O.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 195. Os quadros de acesso são relações de oficiais e aspirantes a ofi-


cial que preencham as condições de promoção pelos critérios de antiguidade
e merecimento.
§ 1º – Serão organizados, anualmente, por postos separados, os quadros
de acesso relativos às promoções até Coronel, inclusive.
§ 2º – No quadro de acesso por antiguidade, os oficiais serão agrupados se-
gundo seus postos e nos quadros a que pertençam, por ordem de antiguidade.
§ 3º – No quadro de acesso por merecimento, os oficiais, até o posto de
Major, serão agrupados segundo os respectivos postos e quadros e relacio-
nados conforme a ordem decrescente de pontos apurados através das fichas
de promoção, os quais deverão constar expressamente de publicação em
boletim da Polícia Militar.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 4º – Os Tenentes-Coronéis, incluídos pela Comissão de Promoção de
Oficiais, figurarão no quadro de acesso em ordem alfabética.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 6º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 196. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 196 – A Comissão de promoções incluirá:
I – no quadro de acesso por antiguidade, os oficiais em condições de pro-
moção, em número correspondente às vagas existentes ou prováveis até 10
(dez) de outubro, a serem preenchidas por esse critério;
II – no quadro de acesso por merecimento, relativo às promoções até Te-
nente-Coronel, inclusive, 3 (três) nomes para a primeira vaga e mais 1 (um)
nome para cada vaga subsequente;

1393
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – no quadro de acesso para Coronel o número de candidatos corres-


pondente à metade do quadro de Tenente-Coronel, pelo critério exclusivo de
merecimento, dentre os que satisfizerem o disposto nos itens I, II, III e IV do
artigo 186 e que não estiverem enquadrados nas restrições deste Estatuto.”
Art. 197. As promoções por antiguidade e merecimento só poderão recair
em oficiais incluídos nos quadros de acesso, excetuando-se a situação previs-
ta no parágrafo 1º do artigo 378 da Lei n. 3.344, de 14 de janeiro de 1965
(Lei de Organização Judiciária).
§ 1º – A promoção ao posto de Coronel será de livre escolha do Governa-
dor do Estado, pelo critério exclusivo de merecimento, dentre os candidatos
incluídos no Quadro de Acesso.
§ 2º – (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“§ 2º – Os Tenentes – Coronéis, incluídos pela Comissão de Promoções de
Oficiais na forma do item III do artigo 196, figurarão no Quadro de Acesso
em ordem alfabética.”
Art. 198. O Oficial incluído no quadro de acesso não poderá dele ser re-
tirado, senão em caso de morte, incapacidade física ou moral, condenação a
1 (um) ano, ou mais, à pena privativa da liberdade, ocasionada ou verificada
anteriormente à sua inclusão no Quadro de Acesso, ou se houver atingido a
idade-limite de permanência no serviço ativo.
Art. 199. À Comissão de Promoções de Oficiais compete organizar os
Quadros de Acesso e emitir parecer sobre assuntos concernentes às promo-
ções em geral.
Art. 200. A Comissão de Promoção de Oficiais – CPO – será constituída
por Coronéis do QO-PM/BM da ativa, tendo como membros natos o Co-
mandante-Geral, o Chefe do Estado-Maior e o Chefe do Gabinete Militar do
Governador.
(Caput com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A presidência da Comissão de Promoções de Oficiais será exercida


pelo Comandante Geral.
§ 2º – Quando se tratar de julgamento de candidato do Quadro § 2º O
número de membros efetivos e suplentes da CPO será definido em decreto.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 7º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 3º – à exceção dos membros natos, não poderão funcionar na Comissão
de Promoções os membros que tenham, como candidatos ao Quadro de Aces-
so, parentes até o 4º (quarto) grau, inclusive, e os afins, na mesma situação.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
§ 4º – Nas deliberações da Comissão de Promoções de Oficiais (CPO),
cada membro nato que a integra terá direito a voto duplo, tendo ainda o seu
Presidente voto de qualidade.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei n. 9.597, de 30/6/1988.)
(Vide Lei n. 11.102, de 26/5/1993.)
Art. 201. Fará parte da Comissão de Promoções, como Secretário, o Che-
fe do Gabinete do Comandante Geral, ou outro oficial superior do Quartel
General, na impossibilidade ou impedimento da atuação daquele.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei n. 9.597, de 30/6/1988.)
Art. 202. Ao Oficial é garantido, dentro dos princípios disciplinares, o di-
reito de recorrer das decisões emitidas pela Comissão de Promoções.
§ 1º – Das decisões finais da Comissão de Promoções de Oficiais cabe re-
curso ao Governador do Estado.
§ 2º – Para defesa de direito, serão fornecidos, por certidão, pareceres, fi-
chas, conceitos, dados lançados em quaisquer documentos emitidos pela CPO
ou qualquer outra autoridade referida neste Capítulo ou no RPO.
Art. 203. Não concorrerá à promoção nem será promovido, embora inclu-
ído no quadro de acesso, o Oficial que:
I – estiver cumprindo sentença penal;
(Inciso com redação dada pelo art. 11 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
(Vide art. 20 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)

1395
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

II – estiver em deserção, extravio ou ausência;


III – for submetido a processo administrativo de caráter demissionário ou
exoneratório;
IV – estiver em licença para tratar de interesse particular, sem vencimento;
V – estiver no exercício de cargo público civil temporário, salvo para pro-
moção por antiguidade;
VI – for privado ou suspenso do exercício de cargo ou função, nos casos
previstos em lei;
VII – estiver em caso de interdição judicial;
VIII – (Revogado pelo art. 21 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009)
Dispositivo revogado:
“VIII – for cedido a entidade associativa de militares, salvo para promoção
por antiguidade”;
(Vide parágrafo único do art. 21 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
IX – estiver preso à disposição da justiça ou sendo processado por crime
doloso previsto:
(Caput com redação dada pelo art. 11 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
(Vide art. 20 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
a) em lei que comine pena máxima de reclusão superior a dois anos, des-
consideradas as situações de aumento ou diminuição de pena;
b) nos Títulos I e II, nos Capítulos II e III do Título III e no Capítulo I do
Título VII do Livro I da Parte Especial do Código Penal Militar;
(Alínea com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
c) no Livro II da Parte Especial do Código Penal Militar;
d) (Revogada pelo art. 12 da Lei Complementar n. 125, de 14/12/2012.)
Dispositivo revogado:
“d) no Capítulo I do Título I e nos Títulos II, VI e XI da Parte Especial do
Código Penal;”
e) (Revogada pelo art. 12 da Lei Complementar n. 125, de 14/12/2012.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Dispositivo revogado:
“e) na Lei de Segurança Nacional.”
§ 1º – O Oficial incluído no quadro de acesso que for alcançado pelas
restrições dos incisos III e IX e, posteriormente, for declarado sem culpa ou
absolvido por sentença penal transitada em julgado será promovido, a seu
requerimento, com direito a retroação.
§ 2º – O Oficial enquadrado nas restrições previstas nos incisos III e IX
concorrerá à promoção, podendo ser incluído no quadro de acesso, sendo
promovido se for declarado sem culpa ou absolvido por sentença transitada
em julgado, que produzirá efeitos retroativos.
§ 3º – Não ocorrerá a retroação prevista no § 1º, salvo na promoção pelo
critério de antiguidade, quando a declaração de ausência de culpa ou a absol-
vição ocorrer por inexistência de prova suficiente para a aplicação de sanção
ou para condenação ou por prescrição.
§ 4º – As restrições previstas no inciso IX não se aplicam a militar quando
decorrentes de ação legítima, verificada em inquérito ou auto de prisão em
flagrante ou em procedimento administrativo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Vide art. 20 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Art. 204. O Oficial da ativa, ao completar trinta anos de serviço, quando
de sua transferência para a reserva, será promovido ao posto imediato, se
contar, pelo menos, um ano de efetivo serviço no posto e vinte anos de efe-
tivo serviço na instituição militar estadual, vedada, neste último caso, a con-
tagem de qualquer tempo fictício não prevista nesta Lei, desde que satisfaça
os requisitos estabelecidos nos incisos I e IV do caput do art. 186 e não se
enquadre nas situações previstas no art. 203 desta Lei.
(Caput com redação dada pelo art. 11 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)

1397
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Sendo do último posto, e satisfeitos requisitos deste artigo, terá o


seu provento acrescido de 10% (dez por cento) do soldo.
(Parágrafo renumerado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei n. 8.713, de 1/11/1984, com
redação dada pelo art. 49 da Lei Delegada n. 37, de 13/1/1989.)
(Vide art. 6º da Lei n. 8.713, de 1/11/1984.)
(Vide § 2º do art. 1º da Lei Delegada n. 43, de 7/6/2000.)
§ 2º – O Oficial que tenha cumprido as exigências para transferência vo-
luntária para a reserva estabelecidas no caput e que opte por permanecer em
atividade fará jus a abono de permanência equivalente ao valor de 1/3 (um
terço) de seus vencimentos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 205. O poder Executivo baixará decreto regulamentando o disposto
neste Capítulo.

CAPÍTULO II
DAS PROMOÇÕES DE PRAÇAS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 206. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de


17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 206 – Promoção é o acesso gradual e sucessivo das praças da Polícia
Militar a graduação ou classe superior e será concedida pelo Comandante-Ge-
ral da Corporação duas vezes por ano, nos dias 9 de junho e 25 de dezembro.”
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 74, de
8/1/2004.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Art. 207. Promoção é o acesso gradual e sucessivo das praças das insti-
tuições militares estaduais à graduação superior e será concedida por ato do
Comandante-Geral, em 25 de dezembro.
(Caput com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 1º – A promoção por tempo de serviço é exclusiva de Cabos e Soldados
da ativa.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 74, de
8/1/2004.)
§ 2º – A promoção por necessidade de serviço, ato de bravura ou post
mortem poderá ser concedida em qualquer época.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 74, de
8/1/2004.)
§ 3º – A promoção à graduação de 3º-Sargento será realizada de acordo
com a ordem de classificação intelectual, obtida ao final do Curso de Forma-
ção de Sargentos.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
§ 4º – A promoção por tempo de serviço à graduação de Cabo poderá ser
concedida em qualquer data e seus efeitos retroagem, para todos os fins de
direito, à data em que o militar completou dez anos de efetivo serviço.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 8º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

Seção II
Dos Quadros de Acesso

Art. 208. Quadros de Acesso são relações de praças que preencham as


condições de promoção, pelos critérios de antiguidade e merecimento, na for-
ma que for estabelecida pelo Regulamento de Promoções de Praças.

1399
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção III
Das Restrições

Art. 209. Aplica-se às promoções de praças por merecimento e por an-


tiguidade o previsto nos incisos I a VI do caput e nos §§ 2º, 3º e 6º do art.
186, bem como nos arts. 187, 194, 198 e 203 desta Lei.
§ 1º – O exame de aptidão profissional será aplicado a todos os 3ºs-Sar-
gentos e 1ºs-Sargentos, independentemente do Quadro, versará sobre ma-
téria de interesse das instituições militares estaduais e será definido por ato
do respectivo Comandante-Geral.
§ 2º – O resultado do exame de aptidão profissional não alterará a ordem
de classificação por antiguidade.
§ 3º – Para promoção a 1º-Sargento é exigido o Curso de Atualização em
Segurança Pública – Casp.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

Seção IV
Dos Períodos de Interstício e Arregimentação

Art. 210. São os seguintes os períodos obrigatórios de interstício na


graduação, para promoção por antiguidade ou merecimento, à gradua-
ção seguinte:
I – cinco anos na graduação de 3º-Sargento;
(Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
II – seis anos na graduação de 2º-Sargento;
(Inciso com redação dada pelo art. 9º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

1400
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

III – três anos na graduação de 1º-Sargento.


(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Vide art. 15 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 211. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 211 – O período de arregimentação, para quaisquer graduações,
será de 1 (um) ano, assim considerados os de desempenho de função em
Unidades, Serviços e outras organizações da Corporação, Justiça Militar ou
qualquer outra atividade considerada de interesse policial-militar, por decisão
do Comandante Geral.”
Art. 212. (Revogado pelo art. 19 da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
Dispositivo revogado:
“Art. 212 – Não será computado como tempo de interstício ou arregimen-
tação aquele em que a praça encontrar-se nas seguintes situações:
I – presa disciplinarmente, sem fazer serviço;
II – enquadrada nas situações dos itens I e II do artigo 203 deste Estatuto.”
Art. 213. A promoção por merecimento e por antiguidade é devida às
praças da ativa a partir do acesso à graduação de 2º-Sargento.
§ 1º – As praças serão organizadas em turmas, fixando-se o ano-base a
partir da promoção a 3º-Sargento para fins de cômputo do tempo e percen-
tuais para promoção por merecimento e por antiguidade.
§ 2º – As praças serão promovidas por merecimento nos seguintes perío-
dos e frações:
I – à graduação de Subtenente, no:
a) décimo nono ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 1ºs-Sargentos
existentes na turma;
b) vigésimo ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 1ºs-Sargentos
existentes na turma;

1401
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

c) vigésimo primeiro ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 1ºs-Sar-
gentos existentes na turma;
d) vigésimo segundo ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 1ºs-Sar-
gentos existentes na turma;
e) vigésimo terceiro ano após o ano-base, 1/4 (um quarto) dos 1ºs-Sar-
gentos existentes na turma;
II – à graduação de 1º-Sargento, no:
a) décimo terceiro ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 2ºs-Sargen-
tos existentes na turma;
b) décimo quarto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Sargentos
existentes na turma;
c) décimo quinto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 2ºs-Sargentos
existentes na turma;
III – à graduação de 2º-Sargento, no:
a) quinto ano após o ano-base, 1/3 (um terço) dos 3ºs-Sargentos existen-
tes na turma;
b) sexto ano após o ano-base, 1/2 (um meio) dos 3ºs-Sargentos existen-
tes na turma.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 3º – As praças serão promovidas por antiguidade nos seguintes períodos:
I – à graduação de Subtenente, no vigésimo quarto ano após o ano-base,
os 1ºs-Sargentos remanescentes da turma;
II – à graduação de 1º-Sargento, no décimo sexto ano após o ano-base,
os 2ºs-Sargentos remanescentes da turma;
III – à graduação de 2º-Sargento, no sétimo ano após o ano-base, os
3ºs-Sargentos remanescentes da turma.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)

1402
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 4º – Na apuração do número de promoções previsto neste artigo, será


feito o arredondamento para o número inteiro posterior, sempre que houver
fracionamento.
§ 5º – Havendo necessidade de adequar o efetivo existente ao previsto em
lei, o Alto-Comando, órgão colegiado composto por Oficiais do último posto
da ativa, poderá alterar os períodos e as frações previstos neste artigo.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 6º – Para a definição da quantidade de militares existentes nas turmas,
serão computadas as praças que preencherem o requisito previsto no art. 210.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 11 da Lei Complementar n. 109,
de 22/12/2009.)
(Vide art. 20 da Lei Complementar n. 109, de 22/12/2009.)
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)
(Vide art. 16 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)

Seção V
Da Promoção por Tempo de Serviço e por Antiguidade
(Seção com denominação alterada pelo art. 2º da Lei Complementar n.
74, de 8/1/2004.)

Art. 214. A promoção por tempo de serviço é devida ao Soldado de 1ª


Classe que tenha, no mínimo, oito anos de efetivo serviço e ao Cabo que te-
nha, no mínimo, oito anos de efetivo serviço na mesma graduação, observado
o disposto nos incisos I, II e IV do caput do art. 186, nos arts. 187, 194, 198
e nos incisos I a VII e IX do caput e nos parágrafos do art. 203.
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Vide art. 11 da Lei Complementar n. 125, de 14/12/2012.)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – Poderão ter acesso ao Curso de Formação de Sargentos os Cabos e


Soldados de 1ª Classe que se candidatarem e forem aprovados em processo
seletivo interno nas instituições militares estaduais, bem como os Cabos al-
cançados pela promoção por tempo de serviço.
§ 2º – A promoção por tempo de serviço à graduação de Cabo independe
de curso de formação específico.
§ 3º – Os Cabos, para promoção por tempo de serviço, serão convocados
para o curso de formação específico, observada a antiguidade, o número de
vagas ofertadas para o curso, a necessidade e o interesse da instituição mi-
litar, ficando sua promoção condicionada ao aproveitamento no curso, sem
direito a retroação.
§ 4º – O Cabo que não obtiver aproveitamento satisfatório no curso somente
poderá ser convocado para novo curso um ano após o término do primeiro, e
o Cabo que desistir do curso após seu início, sem motivo justificado, somente
poderá ser convocado para novo curso dois anos após o término do primeiro.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
§ 5º – O Soldado de 1ª Classe ou o Cabo colocado à disposição de entida-
de associativa de militares, enquanto permanecer nesta situação, terá o seu
tempo de serviço computado para os fins previstos no caput deste artigo.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei Complementar n. 95, de
17/1/2007.)

Seção VI
Da Promoção por Merecimento

Art. 215. A promoção por merecimento far-se-á segundo critérios e for-


mas a serem estabelecidos pelo Regulamento de Promoções de Praças.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

Seção VII
Da Promoção por Ato de Bravura ou por Invalidez
(Título da seção com redação dada pelo art. 6º da Lei Complementar
n. 125, de 14/12/2012.)

Art. 216. A promoção por ato de bravura dispensa outras exigências le-
gais, sendo facultada a partir da data do evento.
§ 1º – Em caso de falecimento será a praça promovida “post-mortem”.
(Parágrafo renumerado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Vide art. 1º da Lei n. 8.070, de 3/10/1981.)
§ 2º – À praça promovida por ato de bravura será atribuída nota mínima
de aprovação em curso exigido para promoção ao posto.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 5º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Art. 217. A praça que tenha sofrido, no cumprimento de suas funções
e no exercício da atividade policial militar ou bombeiro militar, lesões que a
tornem inválida permanentemente, será promovida por invalidez, indepen-
dentemente de vaga e data própria.
Parágrafo único. O ato de promoção por invalidez retroage, para todos os
fins e efeitos legais, à data do fato que a provocou ou, quando essa data não
puder ser determinada, à data do laudo médico declaratório da invalidez.
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)

Seção VIII
Da Comissão de Promoções de Praças

Art. 218. A Comissão de Promoções de Praças (CPP) é o órgão do Quartel


General, consultivo, decisório ou instrutivo das questões relacionadas com
as promoções de praças, cuja composição e competência serão previstas no
Regulamento de Promoções de Praças.

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Seção IX
Das Disposições Finais

Art. 219. Às praças aplica-se o disposto no artigo 187 deste Estatuto.


Art. 220. Ao completarem trinta anos de serviço, quando de sua transfe-
rência para a reserva, a praça da ativa será promovida à graduação imediata,
e o Subtenente, ao posto de 2º Tenente, desde que:
I – contem pelo menos um ano de exercício na graduação;
II – contem vinte anos de efetivo serviço na instituição militar estadual,
vedada a contagem de qualquer tempo fictício não previsto nesta Lei;
III – satisfaçam os requisitos estabelecidos nos incisos I e IV do caput
do art. 186;
IV – não se enquadrem nas situações previstas no art. 203 desta Lei.
Parágrafo único. A praça que tenha cumprido as exigências para transfe-
rência voluntária para a reserva estabelecidas no caput e que opte por per-
manecer em atividade fará jus a abono de permanência equivalente ao valor
de 1/3 (um terço) de seus vencimentos.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
(Artigo com redação dada pelo art. 11 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 221. Será exigida a aprovação no Curso de Aperfeiçoamento de Sar-
gentos (CAS), para a promoção à graduação de 1º Sargento, após o prazo de
1 (um) ano, contado a partir da vigência desta Lei.
Art. 221.-A – Os conceitos emitidos pela Comissão de Promoções dos
Oficiais – CPO – e pela Comissão de Promoções das Praças – CPP – serão
fundamentados.
(Artigo acrescentado pelo art. 12 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)

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TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 222. Os militares da ativa podem contrair matrimônio, satisfeitos os


requisitos da legislação civil, obedecendo o seguinte:
I – o Oficial fará, previamente, comunicação ao seu Comandante;
II – a praça requererá permissão à autoridade referida no item anterior.
Art. 223. É assegurado ao servidor da Polícia Militar o direito de requerer,
representar ou recorrer, na forma da legislação vigente.
§ 1º – O direito a que se refere o artigo decai, na esfera administrativa,
no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da publicação do ato ou do conheci-
mento do fato.
§ 2º – O recurso só terá efeito devolutivo.
§ 3º – É vedado o reexame de recurso que já tenha sido solucionado pela
administração.
§ 4º – Das decisões do Comandante-Geral caberá recurso ao Governador
do Estado, cuja decisão poderá ser precedida de parecer da Advocacia-Geral
do Estado.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 13 da Lei Complementar n. 109,
de 22/12/2009.)
Art. 224. O servidor que for nomeado ou designado para cargo, na
Polícia Militar, que envolva responsabilidade específica pela fiscalização e
arrecadação de rendas, processamento ou pagamento de despesas de qual-
quer espécie, guarda de bens e valores, aquisição, guarda e distribuição de
material, administração e fiscalização de obras deverá, obrigatoriamente,
fazer declaração de bens e valores que possua, assim como de seu cônjuge,
se casado for.
Parágrafo único. A declaração será registrada no Cartório de Títulos e
Documentos da Comarca onde se achar instalada a sede do órgão em que o
servidor tenha exercício.

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Art. 225. Ocorrendo modificações que importem em aumento ou diminui-


ção do patrimônio do declarante, ou em qualquer caso, alienação, aquisição
ou permuta de bens, será a declaração renovada, pelo menos de 2 (dois) em
2 (dois) anos.
Parágrafo único. No caso de transferência para a reserva, reforma ou dis-
pensa do cargo, será exigida, previamente, nova declaração de bens.
Art. 226. A declaração de bens compreende imóveis, móveis, semoven-
tes, dinheiro, joias, títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e valores
patrimoniais.
Art. 227. Para entrar em exercício no cargo ou dele ser dispensado, o
servidor deverá provar que fez a declaração de bens, através de certidão que
será publicada no boletim do órgão em que servir.
Art. 228. Os atuais ocupantes dos cargos referidos no artigo 224 deste
Estatuto terão o prazo de 60 (sessenta) dias, contados da publicação desta
Lei, para fazerem declarações de bens, ficando o servidor, na falta de decla-
ração, impedido do exercício do cargo sem prejuízo das sanções disciplinares.
Art. 229. Os professores de Departamento de Instrução, com honras de
oficial, que tenham completado ou venham a completar sucessivamente 20
(vinte) e 25 (vinte e cinco) anos de efetivo serviço, serão promovidos ao pos-
to imediato, com os respectivos vencimentos e vantagens, sem retroação de
benefícios.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto no artigo, observar-se-á para as
promoções, o contido neste Estatuto, no Capítulo I do Título VIII, no que
for aplicável.
Art. 230. Os professores do Colégio Estadual Tiradentes e seus Anexos
são professores do Ensino Médio, nível XV, do Estado.
§ 1º – Os atuais professores do Colégio Estadual Tiradentes e seus Ane-
xos, contratados e com estabilidade assegurada, nos termos do artigo 240
da Constituição do Estado de Minas Gerais, são professores de Ensino Médio.
§ 2º – Os professores contratados, não estáveis, até que sejam aprovados
em concurso, são considerados professores auxiliares do Ensino Médio.

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§ 3º – Os servidores civis do Colégio Estadual Tiradentes serão regidos


pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, no que for aplicável
e demais normas relativas ao pessoal de ensino do Estado.
Art. 231. Até que seja baixado o respectivo decreto do Poder Executivo,
fica assegurado o direito à vantagem de 20% (Vinte por cento), relativa à
função militar, que, a partir da data de vigência desta lei, será extensiva aos
demais militares da Corporação.
Art. 232. Os assemelhados previstos na Lei n. 4.775, de 23 de maio de
1968, passam a integrar o Quadro do Pessoal Civil da Polícia Militar, a ser re-
estruturado em lei especial.
Parágrafo único. Os integrantes do Quadro de Pessoal Civil, até que seja
aprovada a lei a que se refere o artigo, terão seus direitos e deveres regula-
dos pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.
(Vide inciso I do art. 2º da Lei n. 7.982, de 10/7/1981.)
Art. 233. Ficam mantidas as honras militares conferidas aos atuais pro-
fessores do Departamento de Instrução.
Art. 234. A Polícia Militar fica autorizada a movimentar suas dotações
orçamentárias, através de seus órgãos provedores, nos termos da legislação
específica.
Art. 235. Atendidas as disposições previstas em leis vigentes, as comis-
sões de concorrência serão compostas e terão suas competências conforme
dispuser o Comandante Geral, em portaria.
Art. 236. São vedadas consignações a favor de entidades particulares em
folhas de vencimentos de componentes da Polícia Militar.
§ 1º – Excetuam-se da proibição do artigo os descontos:
1) a favor dos Clubes dos Oficiais e dos Sargentos da Polícia Militar;
2) a favor de entidades previdenciais, Companhias de Seguro em Grupo e
Caixas de Pecúlio, para as quais já se descontava até 16 de outubro de 1969;
3) para pagamento de divida contraída e não saldada por servidor contra
quem já tenha sido aplicada medida disciplinar;

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4) a favor da Fundação Tiradentes e Cooperativas Habitacionais vincula-


das ao Plano Nacional de Habitação.
§ 2º – Para se proceder aos descontos mencionados as entidades referidas
nas alíneas “1” e “2” do artigo deverão firmar convênio com a Polícia Militar,
obrigando-se ao pagamento de uma taxa, destinada ao custo de operação,
conforme dispuser o Comandante Geral em Resolução.
§ 3º – O Comandante Geral poderá deixar de firmar convênio ou, já tendo
sido firmado, denunciá-lo, nas seguintes hipóteses:
1) quando a entidade não estiver atendendo às finalidades estatutárias, a
critério do Comandante Geral:
2) quando a entidade estiver “sub judice” ou for considerado inidônea para
Administração;
3) quando algum dos responsáveis pela entidade estiver “sub judice”.
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
Art. 237. Os Oficiais de polícia, da ativa, quando Delegados Especiais,
são considerados em efetivo exercício, para fins de satisfação dos requisitos
legais exigidos para a promoção, vantagens e condecorações.
Art. 238. (Revogado pelo art. 12 da Lei Complementar n. 125, de
14/12/2012.)
Dispositivo revogado:
“Art. 238 – Ao Capelão Militar, respeitada a peculiaridade da função, serão
atribuídos direitos e deveres, inclusive vencimentos e vantagens, do posto de
Capitão da Polícia Militar.”
Art. 239. No caso de incorrer a praça em ato delituoso, ser-lhe-á aplica-
da, na esfera administrativa, a medida disciplinar cabível, quando ocorrer, na
prática do ato, transgressão disciplinar, ou dele decorrer grave prejuízo moral
para a Corporação.
Art. 240. O valor da aula extranumerária ou suplementar dos estabele-
cimentos de ensino da Polícia Militar, inclusive o Batalhão Escola, bem como
as normas para o respectivo pagamento, serão definidos em decreto do Po-
der Executivo.
Parágrafo único. (Revogado pelo art. 2º da Lei 6.980, de 22/4/1977.)

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Dispositivo revogado:
“Parágrafo único – É vedada ao Chefe da Divisão de Ensino do Departa-
mento de Instrução e ao seu Adjunto a regência de aulas extranumerárias,
sendo-lhes devida, além dos vencimentos e vantagens dos postos respecti-
vos, a remuneração correspondente à média das aulas extranumerárias que
tenham ministrado nos 2 (dois) últimos anos, assegurado o mínimo corres-
pondente a 40 (quarenta) aulas mensais.”
(Artigo acrescentado pelo art. 8º da Lei 5.641, de 14/12/1970.)
Art. 240.-A – O desertor comete ato atentatório à honra pessoal e ao
decoro da classe.
Parágrafo único. O prazo para submissão do militar a processo administra-
tivo-disciplinar é de, no máximo, cinco anos, contado da data em que ele foi
capturado ou se apresentar.
(Artigo acrescentado pelo art. 10 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 240.-B – Nos casos em que couber a exoneração, o militar será sub-
metido a processo administrativo próprio, sendo-lhe asseguradas as garan-
tias constitucionais.
(Artigo acrescentado pelo art. 10 da Lei Complementar n. 95, de 17/1/2007.)
Art. 240.-C – Considera-se consumada a deserção prevista no art. 240-A
no nono dia de ausência do militar, sem licença, da unidade em que serve ou
do lugar em que deve permanecer.
(Artigo acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 240.-D – Fica o Poder Executivo autorizado a reduzir para vinte horas
semanais a jornada de trabalho do militar legalmente responsável por pessoa
com deficiência.
(Artigo acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)

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Art. 240.-E – Considera-se em serviço o militar do Estado que, intimado,


for prestar, no período de folga ou descanso, esclarecimentos em procedi-
mento ou processo administrativo ou judicial acerca de fato em que se tenha
envolvido em razão do exercício de sua função.”
(Artigo acrescentado pelo art. 14 da Lei Complementar n. 109, de
22/12/2009.)
Art. 241. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei n.
1.803, de 14 de agosto de 1958.
(Artigo renumerado pelo art. 9º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)
Art. 242. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
(Artigo renumerado pelo art. 9º da Lei n. 5.641, de 14/12/1970.)

Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e exe-


cução desta lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente
como nela se contém.

Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 16 de outubro de 1969.


ISRAEL PINHEIRO DA SILVA
Raul Bernardo Nelson de Senna
João Franzen de Lima
===================
Data da última atualização: 2/1/2020.

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LEI 14.310, 20/06/2002

Dispõe sobre o Código de Ética e


Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais.
(Vide Lei Complementar n. 74, de 8/1/2004.)
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou
e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
GENERALIDADES

Art. 1º. O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais –


CEDM – tem por finalidade definir, especificar e classificar as transgressões
disciplinares e estabelecer normas relativas a sanções disciplinares, concei-
tos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o Processo Administra-
tivo- Disciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e Disciplina Militares
da Unidade – CEDMU.
Art. 2º. Este Código aplica-se:
I – aos militares da ativa;
II – aos militares da reserva remunerada, nos casos expressamente men-
cionados neste Código.
Parágrafo único. Não estão sujeitos ao disposto neste Código:
I – os Coronéis Juízes do Tribunal de Justiça Militar Estadual, regidos por
legislação específica;
II – (Vetado);
a) (Vetado);
b) (Vetado);
c) (Vetado).

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Art. 3º. A camaradagem é indispensável ao convívio dos militares, deven-


do-se preservar as melhores relações sociais entre eles.
§ 1º – É dever do militar incentivar e manter a harmonia, a solidariedade
e a amizade em seu ambiente social, familiar e profissional.
§ 2º – O relacionamento dos militares entre si e com os civis pautar-se-á
pela civilidade, assentada em manifestações de cortesia, respeito, confiança
e lealdade.
Art. 4º. Para efeito deste Código, a palavra comandante é a denominação
genérica dada ao militar investido de cargo ou função de direção, comando
ou chefia.
Art. 5º. Será classificado com um dos seguintes conceitos o militar que,
no período de doze meses, tiver registrada em seus assentamentos funcio-
nais a pontuação adiante especificada:
I – conceito “A” – cinquenta pontos positivos;
II – conceito “B” – cinquenta pontos negativos, no máximo;
III – conceito “C” – mais de cinquenta pontos negativos.
§ 1º – Ao ingressar nas Instituições Militares Estaduais – IMEs –, o militar
será classificado no conceito “B”, com zero ponto.
§ 2º – A cada ano sem punição, o militar receberá dez pontos positivos,
até atingir o conceito “A”.

CAPÍTULO II
PRINCÍPIOS DE HIERARQUIA E DISCIPLINA

Art. 6º. A hierarquia e a disciplina constituem a base institucional das IMEs.


§ 1º – A hierarquia é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes,
dentro da estrutura das IMEs.
§ 2º – A disciplina militar é a exteriorização da ética profissional dos mili-
tares do Estado e manifesta-se pelo exato cumprimento de deveres, em todos
os escalões e em todos os graus da hierarquia, quanto aos seguintes aspectos:
I – pronta obediência às ordens legais;

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II – observância às prescrições regulamentares;


III – emprego de toda a capacidade em benefício do serviço;
IV – correção de atitudes;
V – colaboração espontânea com a disciplina coletiva e com a efetividade
dos resultados pretendidos pelas IMEs.
Art. 7º. O princípio de subordinação rege todos os graus da hierarquia
militar, em conformidade com o Estatuto dos Militares do Estado de Minas
Gerais – EMEMG.
Art. 8º. O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de
transgressão disciplinar comunicará o fato à autoridade competente, no prazo
estabelecido no art. 57, nos limites de sua competência.

CAPÍTULO III
ÉTICA MILITAR

Art. 9º. A honra, o sentimento do dever militar e a correção de atitudes


impõem conduta moral e profissional irrepreensíveis a todo integrante das
IMEs, o qual deve observar os seguintes princípios de ética militar:
I – amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade
profissional;
II – observar os princípios da Administração Pública, no exercício das atri-
buições que lhe couberem em decorrência do cargo;
III – respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV – cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, instruções e or-
dens das autoridades competentes;
V – ser justo e imparcial na apreciação e avaliação dos atos praticados por
integrantes das IMEs;
VI – zelar pelo seu próprio preparo profissional e incentivar a mesma prá-
tica nos companheiros, em prol do cumprimento da missão comum;
VII – praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de cooperação;

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VIII – ser discreto e cortês em suas atitudes, maneiras e linguagem e ob-


servar as normas da boa educação;
IX – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de assuntos internos
das IMEs ou de matéria sigilosa;
X – cumprir seus deveres de cidadão;
XI – respeitar as autoridades civis e militares;
XII – garantir assistência moral e material à família ou contribuir para ela;
XIII – preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já na reserva
remunerada, os preceitos da ética militar;
XIV – exercitar a proatividade no desempenho profissional;
XV – abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilida-
de pessoal de qualquer natureza ou encaminhar negócios particulares ou de
terceiros;
XVI – abster-se, mesmo na reserva remunerada, do uso das designações
hierárquicas:
a) em atividades liberais, comerciais ou industriais;
b) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito de assun-
tos institucionais;
c) no exercício de cargo de natureza civil, na iniciativa privada;
d) em atividades religiosas;
e) em circunstâncias prejudiciais à imagem das IMEs.
Parágrafo único. Os princípios éticos orientarão a conduta do militar e as
ações dos comandantes para adequá-las às exigências das IMEs, dando-se
sempre, entre essas ações, preferência àquelas de cunho educacional.
Art. 10. Sempre que possível, a autoridade competente para aplicar a
sanção disciplinar verificará a conveniência e a oportunidade de substituí-la
por aconselhamento ou advertência verbal pessoal, ouvido o CEDMU.

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TÍTULO II
TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DEFINIÇÕES, CLASSIFICAÇÕES E ESPECIFICAÇÕES

Art. 11. Transgressão disciplinar é toda ofensa concreta aos princípios da


ética e aos deveres inerentes às atividades das IMEs em sua manifestação
elementar e simples, objetivamente especificada neste Código, distinguindo-
-se da infração penal, considerada violação dos bens juridicamente tutelados
pelo Código Penal Militar ou comum.
Art. 12. A transgressão disciplinar será leve, média ou grave, conforme
classificação atribuída nos artigos seguintes, podendo ser atenuada ou agra-
vada, consoante a pontuação recebida da autoridade sancionadora e a decor-
rente de atenuantes e agravantes.
Art. 13. São transgressões disciplinares de natureza grave:
I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa ou que ofenda os prin-
cípios da cidadania e dos direitos humanos, devidamente comprovado em
procedimento apuratório;
II – concorrer para o desprestígio da respectiva IME, por meio da prática
de crime doloso devidamente comprovado em procedimento apuratório, que,
por sua natureza, amplitude e repercussão, afete gravemente a credibilidade
e a imagem dos militares;
III – faltar, publicamente, com o decoro pessoal, dando causa a grave es-
cândalo que comprometa a honra pessoal e o decoro da classe;
IV – exercer coação ou assediar pessoas com as quais mantenha relações
funcionais;
V – ofender ou dispensar tratamento desrespeitoso, vexatório ou humi-
lhante a qualquer pessoa;
VI – apresentar-se com sinais de embriaguez alcoólica ou sob efeito de
outra substância entorpecente, estando em serviço, fardado, ou em situação
que cause escândalo ou que ponha em perigo a segurança própria ou alheia;

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VII – praticar ato violento, em situação que não caracterize infração penal;
VIII – divulgar ou contribuir para a divulgação de assunto de caráter sigi-
loso de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função;
IX – utilizar-se de recursos humanos ou logísticos do Estado ou sob sua
responsabilidade para satisfazer a interesses pessoais ou de terceiros;
X – exercer, em caráter privado, quando no serviço ativo, diretamente ou
por interposta pessoa, atividade ou serviço cuja fiscalização caiba à Polícia Mi-
litar ou ao Corpo de Bombeiros Militar ou que se desenvolva em local sujeito
à sua atuação;
XI – maltratar ou permitir que se maltrate o preso ou a pessoa apreendida
sob sua custódia ou deixar de tomar providências para garantir sua integri-
dade física;
XII – referir-se de modo depreciativo a outro militar, a autoridade e a ato
da administração pública;
XIII – autorizar, promover ou tomar parte em manifestação ilícita contra
ato de superior hierárquico ou contrária à disciplina militar;
XIV – agir de maneira parcial ou injusta quando da apreciação e avaliação
de atos, no exercício de sua competência, causando prejuízo ou restringindo
direito de qualquer pessoa;
XV – dormir em serviço;
XVI – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
XVII – negar publicidade a ato oficial;
XVIII – induzir ou instigar alguém a prestar declaração falsa em procedi-
mento penal, civil ou administrativo ou ameaçá-lo para que o faça;
XIX – fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que ter-
ceiros obtenham vantagem pecuniária indevida;
XX – faltar ao serviço.
Art. 14. - São transgressões disciplinares de natureza média:
I – executar atividades particulares durante o serviço;

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II – demonstrar desídia no desempenho das funções, caracterizada por


fato que revele desempenho insuficiente, desconhecimento da missão, afas-
tamento injustificado do local ou procedimento contrário às normas legais,
regulamentares e a documentos normativos, administrativos ou operacionais;
III – deixar de cumprir ordem legal ou atribuir a outrem, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atividade que lhe competir;
IV – assumir compromisso em nome da IME ou representá-la indevidamente;
V – usar indevidamente prerrogativa inerente a integrante das IMEs;
VI – descumprir norma técnica de utilização e manuseio de armamento ou
equipamento;
VII – faltar com a verdade, na condição de testemunha, ou omitir fato
do qual tenha conhecimento, assegurado o exercício constitucional da am-
pla defesa;
VIII – deixar de providenciar medida contra irregularidade de que venha a
tomar conhecimento ou esquivar-se de tonar providências a respeito de ocor-
rência no âmbito de suas atribuições;
IX – utilizar-se do anonimato ou envolver indevidamente o nome de ou-
trem para esquivar-se de responsabilidade;
X – danificar ou inutilizar, por uso indevido, negligência, imprudência ou
imperícia, bem da administração pública de que tenha posse ou seja detentor;
XI – deixar de observar preceito legal referente a tratamento, sinais de
respeito e honras militares, definidos em normas especificas;
XII – contribuir para a desarmonia entre os integrantes das respecti-
vas IMEs, por meio da divulgação de notícia, comentário ou comunicação
infundados;
XIII – manter indevidamente em seu poder bem de terceiro ou da Fazen-
da Pública;
XIV – maltratar ou não ter o devido cuidado com os bens semoven-
tes das IMEs;
XV – deixar de observar prazos regulamentares;

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XVI – comparecer fardado a manifestação ou reunião de caráter político-


-partidário, exceto a serviço;
XVII – recusar-se a identificar-se quando justificadamente solicitado;
XVIII – não portar etiqueta de identificação quando em serviço, salvo se
previamente autorizado, em operações policiais específicas;
XIX – participar, o militar da ativa, de firma comercial ou de empresa indus-
trial de qualquer natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
Art. 15. São transgressões disciplinares de natureza leve:
I  – chegar injustificadamente atrasado para qualquer ato de serviço de
que deva participar;
II – deixar de observar norma específica de apresentação pessoal definida
em regulamentação própria;
III – deixar de observar princípios de boa educação e correção de atitudes;
IV – entrar ou tentar entrar em repartição ou acessar ou tentar acessar
qualquer sistema informatizado, de dados ou de proteção, para o qual não
esteja autorizado;
V – retardar injustificadamente o cumprimento de ordem ou o exercício
de atribuição;
VI – fumar em local onde esta prática seja legalmente vedada;
VII – permutar serviço sem permissão da autoridade competente.

CAPÍTULO II
JULGAMENTO DA TRANSGRESSÃO

Art. 16. O julgamento da transgressão será precedido de análise que


considere:
I – os antecedentes do transgressor;
II – as causas que a determinaram;
III – a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram;
IV – as consequências que dela possam advir.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 17. No julgamento da transgressão, serão apuradas as causas que a


justifiquem e as circunstâncias que a atenuem ou agravem.
Parágrafo único. A cada atenuante será atribuído um ponto positivo e a
cada agravante, um ponto negativo.
Art. 18. Para cada transgressão, a autoridade aplicadora da sanção atri-
buirá pontos negativos dentro dos seguintes parâmetros:
I – de um a dez pontos para infração de natureza leve;
II – de onze a vinte pontos para infração de natureza média;
III – de vinte e um a trinta pontos para infração de natureza grave.
§ 1º – Para cada transgressão, a autoridade aplicadora tomará por base
a seguinte pontuação, sobre a qual incidirão, se existirem, as atenuantes e
agravantes:
I – cinco pontos para transgressão de natureza leve;
II – quinze pontos para transgressão de natureza média;
III – vinte e cinco pontos para transgressão de natureza grave.
§ 2º – Com os pontos atribuídos, far-se-á a computação dos pontos cor-
respondentes às atenuantes e às agravantes, bem como da pontuação pre-
vista no art. 51, reclassificando-se a transgressão, se for o caso.
Art. 19. São causas de justificação:
I – motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovado;
II – evitar mal maior, dano ao serviço ou à ordem pública;
III – ter sido cometida a transgressão:
a) na prática de ação meritória;
b) em estado de necessidade;
c) em legítima defesa própria ou de outrem;
d) em obediência a ordem superior, desde que manifestamente legal;
e) no estrito cumprimento do dever legal;
f) sob coação irresistível.
Parágrafo único. Não haverá punição, quando for reconhecida qualquer
causa de justificação.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 20. São circunstâncias atenuantes:


I – estar classificado no conceito “A”;
II – ter prestado serviços relevantes;
III – ter o agente confessado espontaneamente a autoria da transgressão,
quando esta for ignorada ou imputada a outrem;
IV – ter o transgressor procurado diminuir as consequências da transgres-
são, antes da sanção, reparando os danos;
V – ter sido cometida a transgressão:
a) para evitar consequências mais danosas que a própria transgressão
disciplinar;
b) em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde que isso não
constitua causa de justificação;
c) por falta de experiência no serviço;
d) por motivo de relevante valor social ou moral.
Art. 21. São circunstâncias agravantes:
I – estar classificado no conceito “C”;
II – prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III – reincidência de transgressões, ressalvado o disposto no art. 94;
IV – conluio de duas ou mais pessoas;
V – cometimento da transgressão:
a) durante a execução do serviço;
b) com abuso de autoridade hierárquica ou funcional;
c) estando fardado e em público;
d) com induzimento de outrem à prática de transgressões mediante con-
curso de pessoas;
e) com abuso de confiança inerente ao cargo ou função;
f) por motivo egoístico ou para satisfazer interesse pessoal ou de terceiros;
g) para acobertar erro próprio ou de outrem;
h) com o fim de obstruir ou dificultar apuração administrativa, policial ou
judicial, ou o esclarecimento da verdade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 22. Obtido o somatório de pontos, serão aplicadas as seguintes san-


ções disciplinares:
I – de um a quatro pontos, advertência;
II – de cinco a dez pontos, repreensão;
III – de onze vinte pontos, prestação de serviço;
IV – de vinte e um a trinta pontos, suspensão.

TÍTULO III
SANÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
NATUREZA E AMPLITUDE

Art. 23. A sanção disciplinar objetiva preservar a disciplina e tem caráter


preventivo e educativo.
Art. 24. Conforme a natureza, a gradação e as circunstâncias da trans-
gressão, serão aplicáveis as seguintes sanções disciplinares:
I – advertência;
II – repreensão;
III – prestação de serviços de natureza preferencialmente operacional,
correspondente a um turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas;
IV – suspensão, de até dez dias;
V – reforma disciplinar compulsória;
VI – demissão;
VII – perda do posto, patente ou graduação do militar da reserva.
Art. 25. Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções
ou cumulativamente com elas, as seguintes medidas:
I – cancelamento de matrícula, com desligamento de curso, está-
gio ou exame;
II – destituição de cargo, função ou comissão;
III – movimentação de unidade ou fração.

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§ 1º – Quando se tratar de falta ou abandono ao serviço ou expediente, o


militar perderá os vencimentos correspondentes aos dias em que se verificar
a transgressão, independentemente da sanção disciplinar.
§ 2º – As sanções disciplinares de militares serão publicadas em boletim
reservado, e o transgressor notificado pessoalmente, sendo vedada a sua
divulgação ostensiva, salvo quando o conhecimento for imprescindível ao ca-
ráter educativo da coletividade, assim definido pelo CEDMU.

CAPÍTULO II
DISPONIBILIDADE CAUTELAR

Art. 26. O Corregedor da IME, o Comandante da Unidade, o


Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade – CEDMU –, o
Presidente da Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar e o
Encarregado de Inquérito Policial Militar – IPM – poderão solicitar ao Co-
mandante-Geral a disponibilidade cautelar do militar.
Art. 27. Por ato fundamentado de competência indelegável do
Comandante-Geral, o militar poderá ser colocado em disponibilidade cau-
telar, nas seguintes hipóteses:
I – quando der causa a grave escândalo que comprometa o decoro da
classe e a honra pessoal;
II – quando acusado de prática de crime ou de ato irregular que efetiva-
mente concorra para o desprestígio das IMEs e dos militares.
§ 1º – Para declaração da disponibilidade cautelar, é imprescindível a exis-
tência de provas da conduta irregular e indícios suficientes de responsabilida-
de do militar.
§ 2º – A disponibilidade cautelar terá duração e local de cumprimento
determinado pelo Comandante-Geral, e como pressuposto a instauração de
procedimento apuratório, não podendo exceder o período de quinze dias,
prorrogável por igual período, por ato daquela autoridade, em casos de reco-
nhecida necessidade.

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§ 3º – A disponibilidade cautelar assegura ao militar a percepção de ven-


cimento e vantagens integrais do cargo.

CAPÍTULO III
EXECUÇÃO

Art. 28. A advertência consiste em uma admoestação verbal ao


transgressor.
Art. 29. A repreensão consiste em uma censura formal ao transgressor.
Art. 30. A prestação de serviço consiste na atribuição ao militar de tare-
fa, preferencialmente de natureza operacional, fora de sua jornada habitual,
correspondente a um turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas,
sem remuneração extra.
Art. 31. A suspensão consiste em uma interrupção temporária do exercí-
cio de cargo, encargo ou função, não podendo exceder a dez dias, observado
o seguinte:
I – os dias de suspensão não serão remunerados;
II – o militar suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes
do exercício do cargo, encargo ou função.
Parágrafo único. A aplicação da suspensão obedecerá aos seguintes parâ-
metros, conforme o total de pontos apurados:
I – de vinte e um a vinte e três pontos, até três dias;
II – de vinte e quatro a vinte e cinco pontos, até cinco dias;
III – de vinte e seis a vinte e oito pontos, até oito dias;
IV – de vinte e nove a trinta pontos, até dez dias.
Art. 32. A reforma disciplinar compulsória consiste em uma medida ex-
cepcional, de conveniência da administração, que culmina no afastamento do
militar, de ofício, do serviço ativo da
Corporação, pelo reiterado cometimento de faltas ou pela sua gravidade,
quando contar pelo menos quinze anos de efetivo serviço.
Parágrafo único. Não poderá ser reformado disciplinarmente o militar que:

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I – estiver indiciado em inquérito ou submetido a processo por crime con-


tra o patrimônio público ou particular;
II – tiver sido condenado a pena privativa de liberdade superior a dois
anos, transitada em julgado, na Justiça Comum ou
Militar, ou estiver cumprindo pena;
III – cometer ato que afete a honra pessoal, a ética militar ou o decoro da
classe, nos termos do inciso II do art. 64, assim reconhecido em decisão de
Processo Administrativo-Disciplinar.
Art. 33. A demissão consiste no desligamento de militar da ativa dos qua-
dros da IME, nos termos do EMEMG e deste Código.
Parágrafo único. A demissão pune determinada transgressão ou decorre
da incorrigibilidade do transgressor contumaz, cujo histórico e somatório de
sanções indiquem sua inadaptabilidade ou incompatibilidade ao regime disci-
plinar da Instituição.
Art. 34. Ressalvado o disposto no § 1º do art. 42 da
Constituição da República, a demissão de militar da ativa com menos de
três anos de efetivo serviço, assegurado o direito à ampla defesa e ao contra-
ditório, será precedida de Processo
Administrativo-Disciplinar Sumário – PADS –, instaurado quando da ocor-
rência das situações a seguir relacionadas:
I – reincidência em falta disciplinar de natureza grave, para o militar clas-
sificado no conceito “C”;
II – prática de ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, inde-
pendentemente do conceito do militar.
Art. 35. No PADS, as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas
pelo acusado ou seu procurador legalmente constituído, no prazo de cinco
dias úteis do final da instrução.
§ 1º – É assegurada a participação da defesa na instrução, por meio do
requerimento da produção das provas que se fizerem necessárias, cujo defe-

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rimento ficará a critério da autoridade processante, e do arrolamento de até


cinco testemunhas.
§ 2º – O acusado e seu defensor serão notificados, por escrito, com ante-
cedência mínima de vinte e quatro horas de todos os atos instrutórios, sendo
que, no caso de seu interrogatório, esse prazo será de quarenta e oito horas.
§ 3º – É permitido à defesa, no momento da qualificação, contraditar a
testemunha, bem como, ao final do depoimento, formular perguntas por in-
termédio da autoridade processante.
§ 4º – Aplicam-se ao PADS, no que couber, as normas do
Processo Administrativo-Disciplinar.
§ 5º – O prazo para conclusão do processo sumário será de vinte dias,
prorrogável por mais dez dias.
Art. 36. A demissão de militar da ativa com no mínimo três anos de efe-
tivo serviço ocorrerá por proposta da Comissão de
Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD –, ressalvado o disposto no §
1º do art. 42 da Constituição da República.
Art. 37. A perda da graduação consiste no desligamento dos qua-
dros das IMEs.
Art. 38. Será aplicado o cancelamento de matrícula, com desligamento
de curso, estágio ou exame, conforme dispuser a norma escolar própria, a
discentes de cursos das IMEs, observado o disposto no art. 34 ou no art. 64,
dependendo de seu tempo de efetivo serviço.
Art. 39. O discente das IMEs que era civil quando de sua admissão, ao ter
cancelada sua matrícula e ser desligado do curso, observando-se o disposto
no art. 34 ou no art. 64, será também excluído da Instituição.
Art. 40. Quando o militar incorrer em ato incompatível com o exercício do
cargo, função ou comissão, será destituído, independentemente da aplicação
de sanção disciplinar, nos termos do inciso II do art. 25.

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CAPÍTULO IV
REGRAS DE APLICAÇÃO

Art. 41. A sanção será aplicada com justiça, serenidade, imparcialidade


e isenção.
Art. 42. O ato administrativo-disciplinar conterá:
I – a transgressão cometida, em termos concisos, com relato objetivo dos
fatos e atos ensejadores da transgressão;
II – a síntese das alegações de defesa do militar;
III – a conclusão da autoridade e a indicação expressa dos artigos e dos
respectivos parágrafos, incisos, alíneas e números, quando couber, da lei ou
da norma em que se enquadre o transgressor e em que se tipifiquem as cir-
cunstâncias atenuantes e agravantes, se existirem;
IV – a classificação da transgressão;
V – a sanção imposta;
VI – a classificação do conceito que passa a ter ou em que permanece o
transgressor.
Art. 43. O militar será formalmente cientificado de sua classificação no
conceito “C”.
Art. 44. O cumprimento da sanção disciplinar por militar afastado do ser-
viço ocorrerá após sua apresentação, pronto, na unidade.

CAPÍTULO V
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO

Art. 45. A competência para aplicar sanção disciplinar, no âmbito da res-


pectiva IME, é atribuição inerente ao cargo e não ao grau hierárquico, sen-
do deferida:
I – ao Governador do Estado e Comandante-Geral, em relação
`queles que estiverem sujeitos a este Código;

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II – ao Chefe do Estado-Maior, na qualidade de Subcomandante da Corpo-


ração, em relação aos militares que lhe são subordinados hierarquicamente;
III – ao Corregedor da IME, em relação aos militares sujeitos a este Códi-
go, exceto o Comandante-Geral, o Chefe do Estado-Maior e o Chefe do Gabi-
nete Militar;
IV – ao Chefe do Gabinete Militar, em relação aos que servirem sob sua
chefia ou ordens;
V – aos Diretores e Comandantes de Unidades de Comando
Intermediário, em relação aos que servirem sob sua direção, comando ou
ordens, dentro do respectivo sistema hierárquico;
VI – aos Comandantes de Unidade, Chefes de Centro e Chefes de
Seção do Estado-Maior, em relação aos que servirem sob seu comando
ou chefia.
§ 1º – Além das autoridades mencionadas nos incisos I, II e
III – deste artigo, compete ao Corregedor ou correspondente, na
Capital, a aplicação de sanções disciplinares a militares inativos.
§ 2º – A competência descrita no parágrafo anterior é dos
Comandantes de Comandos Intermediários e de Unidades, na respectiva
região ou área, exceto, em ambos os casos, quanto aos oficiais inativos do
último posto das IMEs.
Art. 46. Quando a ocorrência disciplinar envolver militares de mais de
uma Unidade, caberá ao Comandante imediatamente superior, na linha de
subordinação, apurar ou determinar a apuração dos fatos, adotar as medidas
disciplinares de sua competência ou transferir para a autoridade competente
o que lhe escapar à alçada.
§ 1º – Quando duas autoridades de postos diferentes, ambas com ação
disciplinar sobre o militar, conhecerem da falta, competirá à de posto mais
elevado punir, salvo se esta entender que a punição cabe nos limites da com-
petência da outra autoridade.

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Oficial da Polícia Militar

§ 2º – No caso de ocorrência disciplinar na qual se envolvam militar das For-


ças Armadas e militares estaduais, a autoridade competente das IMEs deverá
tomar as medidas disciplinares referentes àqueles que lhe são subordinados.
§ 3º – A competência de que trata este artigo e seus § § 1º e
2º será exercida também pelo Corregedor da respectiva IME.
Art. 47. As autoridades mencionadas nos incisos I e II do art. 45 são com-
petentes para aplicar sanção disciplinar a militar que estiver à disposição ou
a serviço de órgão do poder público, independentemente da competência da
autoridade sob cujas ordens estiver servindo para aplicar–lhe as sanção legal
por infração funcional.
Parágrafo único. A autoridade que tiver de ouvir militar ou que lhe houver
aplicado sanção disciplinar requisitará a apresentação do infrator, devendo tal
requisição ser atendida no prazo de cinco dias após seu recebimento.

CAPÍTULO VI
ANULAÇÃO

Art. 48. A anulação da punição consiste em tornar totalmente sem efeito


o ato punitivo, desde sua publicação, ouvido o Conselho de Ética e Disciplina
da Unidade.
§ 1º – Na hipótese de comprovação de ilegalidade ou injustiça, no prazo
máximo de cinco anos da aplicação da sanção, o ato punitivo será anulado.
§ 2º – A anulação da punição eliminará todas as anotações nos assenta-
mentos funcionais relativos à sua aplicação.
Art. 49. São competentes para anular as sanções impostas por elas mes-
mas ou por seus subordinados as autoridades discriminadas no art. 45.

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TÍTULO IV
RECOMPENSAS

CAPÍTULO I
DEFINIÇÕES E ESPECIFICAÇÕES

Art. 50. Recompensas são prêmios concedidos aos militares em razão de


atos meritórios, serviços relevantes e inexistência de sanções disciplinares.
§ 1º – Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são
recompensas militares:
I – elogio;
II – dispensa de serviço;
III – cancelamento de punições;
IV – consignação de nota meritória nos assentamentos do militar, por atos
relevantes relacionados com a atividade profissional, os quais não comportem
outros tipos de recompensa.
§ 2º – A dispensa de que trata o inciso II do § 1º será formalizada em
documento escrito em duas vias, sendo a segunda entregue ao beneficiário.
Art. 51.– As recompensas, regulamentadas em normas específicas, serão
pontuadas positivamente, conforme a natureza e as circunstâncias dos fatos
que as originaram, nos seguintes limites:
I – elogio individual: cinco pontos cada;
II – nota meritória: três pontos cada;
III – comendas concedidas pela instituição:
a) Alferes Tiradentes na Polícia Militar de Minas Gerais –
PMMG – ou equivalente no Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais – CBMMG: três pontos;
b) Mérito Profissional: três pontos;
c) Mérito Militar: três pontos;
d) Guimarães Rosa na PMMG ou equivalente no CBMMG: três pontos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
Oficial da Polícia Militar

§ 1º – A pontuação a que se refere este artigo tem validade por doze me-
ses a partir da data da concessão.
§ 2º – A concessão das recompensas de que trata o caput deste artigo
será fundamentada, ouvido o CEDMU.

CAPÍTULO II
COMPETÊNCIA PARA CONCESSÃO

Art. 52. A concessão de recompensa é função inerente ao cargo e não ao


grau hierárquico, sendo competente para fazê-la aos militares que se achem
sob o seu Comando:
I – o Governador do Estado, as previstas nos incisos I, III e
IV – do § 1º do art. 50 e as que lhe são atribuídas em leis ou códigos;
II – o Comandante-Geral, as previstas no § 1º do art. 50,
sendo a dispensa de serviço por até vinte dias;
III – o Chefe do Estado-Maior, as recompensas previstas no §
1º do art. 50, sendo a dispensa de serviço por até quinze dias;
IV  – as autoridades especificadas nos incisos III a VI do art. 45, as re-
compensas previstas no § 1º do art. 50, sendo a dispensa de serviço por
até dez dias;
V – o Comandante de Companhia e Pelotão destacados, dispensa de ser-
viço por até três dias.

CAPÍTULO III
AMPLIAÇÃO, RESTRIÇÃO E ANULAÇÃO

Art. 53. A recompensa dada por uma autoridade pode ser ampliada, res-
tringida ou anulada por autoridade superior, que motivará seu ato.
Parágrafo único. Quando o serviço ou ato meritório prestado pelo militar
ensejar recompensa que escape à alçada de uma autoridade, esta diligencia-
rá a respectiva concessão perante a autoridade superior competente.

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CAPÍTULO IV
REGRAS PARA CONCESSÃO

Art. 54. A concessão das recompensas está subordinada às seguintes


prescrições:
I – só se registram nos assentamentos dos militares os elogios e as notas
meritórias obtidos no desempenho de atividades próprias das IMEs e conce-
didos ou homologados por autoridades competentes;
II – salvo por motivo de força maior, não se concederá a recompensa pre-
vista no inciso II do § 1º do art. 50 a discentes, durante o período letivo, nem
a militar, durante o período de manobras ou em situações extraordinárias;
III – a dispensa de serviço é concedida por dias de vinte e quatro horas,
contadas da hora em que o militar começou a gozá-la.
Art. 55. A dispensa de serviço, para ser gozada fora da sede, fica condi-
cionada às mesmas regras da concessão de férias previstas no EMEMG.

TÍTULO V
COMUNICAÇÃO E QUEIXA DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
COMUNICAÇÃO DISCIPLINAR

Art. 56. A comunicação disciplinar é a formalização escrita, assinada por militar


e dirigida à autoridade competente, acerca de ato ou fato contrário à disciplina.
§ 1º – A comunicação será clara, concisa e precisa, sem comentários ou
opiniões pessoais, e conterá os dados que permitam identificar o fato e as
pessoas ou coisas envolvidas, bem como o local, a data e a hora da ocorrência.
§ 2º – A comunicação deve ser a expressão da verdade, cabendo à auto-
ridade a quem for dirigida encaminhá-la ao acusado, para que, no prazo de
cinco dias úteis, apresente as suas alegações de defesa por escrito.

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Oficial da Polícia Militar

Art. 57. A comunicação será apresentada no prazo de cinco dias úteis


contados da observação ou do conhecimento do fato.
§ 1º – A administração encaminhará a comunicação ao acusado mediante
notificação formal para que este apresente as alegações de defesa no prazo
improrrogável de cinco dias úteis.
§ 2º – A inobservância injustificada do prazo previsto no §
1º não inviabilizará os trabalhos da autoridade, operando-se os efeitos
da revelia.

CAPÍTULO II
QUEIXA DISCIPLINAR

Art. 58. Queixa é a comunicação interposta pelo militar diretamente atin-


gido por ato pessoal que repute irregular ou injusto.
§ 1º – A apresentação da queixa será feita no prazo máximo de cinco dias
úteis, a contar da data do fato, e encaminhada por intermédio da autoridade
a quem o querelante estiver diretamente subordinado.
§ 2º – A autoridade de que trata o § 1º terá prazo de três dias para en-
caminhar a queixa, sob pena de incorrer no disposto no inciso XVI do art. 14
desta lei.
§ 3º – Por decisão da autoridade superior e desde que haja solicitação do
querelante, este poderá ser afastado da subordinação direta da autoridade
contra quem formulou a queixa, até que esta seja decidida.
§ 4º – Na formulação da queixa, será observado o disposto no art. 56.

CAPÍTULO III
RECURSO DISCIPLINAR

Art. 59. Interpor, na esfera administrativa, recurso disciplinar é direito do


militar que se sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado por qualquer ato ou
decisão administrativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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Art. 60. Da decisão que aplicar sanção disciplinar caberá recurso à autori-
dade superior, com efeito suspensivo, no prazo de cinco dias úteis, contados a
partir do primeiro dia útil posterior ao recebimento da notificação pelo militar.
Parágrafo único. Da decisão que avaliar o recurso caberá novo recurso no
prazo de cinco dias úteis.
Art. 61. O recurso disciplinar, encaminhado por intermédio da autoridade
que aplicou a sanção, será dirigido à autoridade imediatamente superior àque-
la, por meio de petição ou requerimento, contendo os seguintes requisitos:
I – exposição do fato e do direito;
II – as razões do pedido de reforma da decisão.
Parágrafo único. Recebido o recurso disciplinar, a autoridade que aplicou
a sanção poderá reconsiderar a sua decisão, no prazo de cinco dias, ouvido o
CEDMU, se entender procedente o pedido, e, caso contrário, encaminhá-lo-á
ao destinatário, instruído com os argumentos e documentação necessários.
Art. 62. A autoridade imediatamente superior proferirá decisão em cinco
dias úteis, explicitando o fundamento legal, fático e a finalidade.

TÍTULO VI
PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DESTINAÇÃO E NOMEAÇÃO

Art. 63. A Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD – é


destinada a examinar e dar parecer, mediante processo especial, sobre a in-
capacidade de militar para permanecer na situação de atividade ou inativida-
de nas IMEs, tendo como princípios o contraditório e a ampla defesa.
Art. 64. Será submetido a Processo Administrativo - Disciplinar o militar,
com no mínimo três anos de efetivo serviço, que:
I – vier a cometer nova falta disciplinar grave, se classificado no conceito “C”;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, indepen-
dentemente do conceito em que estiver classificado.
Art. 65. A CPAD será nomeada e convocada:
I – pelo Comandante Regional ou autoridade com atribuição equivalente;
II – pelo Chefe do Estado–Maior, ou por sua determinação;
III – pelo Corregedor da IME.
Art. 66. A CPAD compõe-se de três militares de maior grau hierárquico ou
mais antigos que o submetido ao processo.
§ 1º - Poderão compor a CPAD integrantes dos seguintes quadros:
I – Quadro de Oficiais Policiais Militares – QOPM –;
II – Quadro de Oficiais Bombeiros Militares – QOBM –;
III – Quadro de Oficiais Administrativos – QOA –;
IV – Quadro de Praças Policiais Militares – QPPM –;
V – Quadro de Praças Bombeiros Militares – QPBM.
§ 2º – O oficial do QOPM ou QOBM, de maior posto ou mais antigo, será o
presidente; o militar de menor grau hierárquico ou mais moderno, o escrivão;
o que o preceder, o interrogante e relator do processo.
§ 3º – Fica impedido de atuar na mesma Comissão o militar que:
I – tiver comunicado o fato motivador da convocação ou tiver sido encar-
regado do inquérito policial-militar, auto de prisão em flagrante ou sindicância
sobre o fato acusatório;
II – tenha emitido parecer sobre a acusação;
III – estiver submetido a Processo Administrativo-Disciplinar;
IV – tenha parentesco consanguíneo ou afim, em linha ascendente, des-
cendente ou colateral, até o 4º grau, com quem fez a comunicação ou reali-
zou a apuração ou com o acusado.
§ 4º – Ficam sob suspeição para atuar na mesma Comissão os militares que:
I – sejam inimigos ou amigos íntimos do acusado;
II – tenham particular interesse na decisão da causa.

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§ 5º – O militar que se enquadrar em qualquer dos incisos dos §§ 3º e


4º suscitará seu impedimento ou suspeição antes da reunião de instalação
da Comissão.
Art. 67. Havendo arguição de impedimento ou suspeição de membro da
CPAD, a situação será resolvida pela autoridade convocante.
§ 1º – A arguição de impedimento poderá ser feita a qualquer tempo e
a de suspeição até o término da primeira reunião, sob pena de decadência,
salvo quando fundada em motivo superveniente.
§ 2º – Não constituirá causa de anulação ou nulidade do processo ou de
qualquer de seus atos a participação de militar cuja suspeição não tenha sido
arguida no prazo estipulado no § 1º,
exceto em casos de comprovada má-fé.

CAPÍTULO II
PEÇAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO

Art. 68. São peças fundamentais do processo:


I – a autuação;
II – a portaria;
III – a notificação do acusado e de seu defensor, para a reunião de insta-
lação e interrogatório;
IV – a juntada da procuração do defensor e, no caso de insanidade mental,
do ato de nomeação do seu curador;
V – o compromisso da CPAD;
VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia ou deserção do acusado;
VII – a defesa prévia do acusado, nos termos do §1º deste artigo;
VIII – os termos de inquirição de testemunhas;
IX – as atas das reuniões da CPAD;
X – as razões finais de defesa do acusado;
XI – o parecer da Comissão, que será datilografado ou digitado e assinado
por todos os membros, que rubricarão todas as suas folhas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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§ 1º – O acusado e seu representante legal devem ser notificados para


apresentar defesa prévia, sendo obrigatória a notificação por edital quando o
primeiro for declarado revel ou não for encontrado.
§ 2º – A portaria a que se refere o inciso II deste artigo conterá a convo-
cação da Comissão e o libelo acusatório, sendo acompanhada do Extrato dos
Registros Funcionais – ERF – do acusado e dos documentos que fundamen-
tam a acusação.
§ 3º – Quando o acusado for militar da reserva remunerada e não for lo-
calizado ou deixar de atender à notificação escrita para comparecer perante
a CPAD, observar-se-ão os seguintes procedimentos:
I – a notificação será publicada em órgão de divulgação na área do domi-
cílio do acusado ou no órgão oficial dos Poderes do Estado;
II – o processo correrá à revelia, se o acusado não atender à publicação
no prazo de trinta dias;
III – será designado curador em favor do revel.
Art. 69. A nulidade do processo ou de qualquer de seus atos verificar-se-á
quando existir comprovado cerceamento de defesa ou prejuízo para o acusa-
do, decorrente de ato, fato ou omissão que configure vício insanável.
§ 1º – Os membros da CPAD manifestar-se-ão imediatamente à autori-
dade convocante sobre qualquer nulidade que não tenham conseguido sanar,
para que a autoridade convocante mande corrigir a irregularidade ou arquivar
o processo.
§ 2º – A nulidade de um ato acarreta a de outros sucessivos dele
dependentes.

CAPÍTULO III
FUNCIONAMENTO DO PROCESSO

Art. 70. A CPAD, no funcionamento do processo, atenderá ao seguinte:


I – funcionará no local que seu presidente julgar melhor indicado para a
apuração e análise do fato;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para PM/MG
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II – examinará e emitirá seu parecer, no prazo de quarenta dias, o qual,


somente por motivos excepcionais, poderá ser prorrogado pela autoridade
convocante, por até vinte dias;
III – exercerá suas atribuições sempre com a totalidade de seus membros;
IV – marcará, preliminarmente, a reunião de instalação no prazo de dez
dias, a contar da data de publicação da portaria, por meio de seu presidente,
o qual notificará o militar da acusação que lhe é feita, da data, hora e local da
reunião, com até quarenta e oito horas de antecedência, fornecendo-lhe cópia
da portaria e dos documentos que a acompanham;
V – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:
a) o presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e
descoberto, com as seguintes palavras: “Prometo examinar, cuidadosamente,
os fatos que me forem submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade
e justiça”, ao que, em idêntica postura, cada um dos outros membros confir-
mará: “Assim o prometo”;
b) o escrivão autuará todos os documentos apresentados, inclusive os
oferecidos pelo acusado;
c) será juntada aos autos a respectiva procuração concedida ao defensor
constituído pelo acusado;
VI – as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas pelo acusado
ou seu procurador legalmente constituído, no prazo de cinco dias úteis, no
final da instrução;
VII – se o processo ocorrer à revelia do acusado, ser-lhe-á nomeado cura-
dor pelo presidente;
VIII – nas reuniões posteriores, proceder-se-á da seguinte forma:
a) o acusado e o seu defensor serão notificados, por escrito, com antece-
dência mínima de quarenta e oito horas, exceto quando já tiverem sido inti-
mados na reunião anterior, observado o interstício mínimo de vinte e quatro
horas entre o término de uma reunião e a abertura de outra;

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b) o militar que, na reunião de instalação, se seguir ao presidente em hie-


rarquia ou antiguidade procederá ao interrogatório do acusado;
c) ao acusado é assegurado, após o interrogatório, prazo de cinco dias
úteis para oferecer sua defesa prévia e o rol de testemunhas;
d) o interrogante inquirirá, sucessiva e separadamente, as testemunhas
que a Comissão julgar necessárias ao esclarecimento da verdade e as apre-
sentadas pelo acusado, estas limitadas a cinco, salvo nos casos em que a por-
taria for motivada em mais de um fato, quando o limite máximo será de dez;
e) antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a teste-
munha e, em caso de acolhimento pelo presidente da Comissão, não se lhe
deferirá o compromisso ou a dispensará nos casos previstos no Código de
Processo Penal Militar – CPPM;
IX – providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa
instrução do processo, até mesmo acareação de testemunhas e exames periciais,
e indeferirá, motivadamente, solicitação de diligência descabida ou protelatória;
X – tanto no interrogatório do acusado como na inquirição de testemu-
nhas, podem os demais membros da Comissão, por intermédio do interro-
gante e relator, perguntar e reperguntar;
XI – é permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria, perguntar às
testemunhas, por intermédio do interrogante, e apresentar questões de or-
dem, que serão respondidas pela Comissão quando não implicarem nulidade
dos atos já praticados;
XII  – efetuado o interrogatório, apresentada a defesa prévia, inquiridas
as testemunhas e realizadas as diligências deliberadas pela Comissão, o pre-
sidente concederá o prazo de cinco dias úteis ao acusado para apresentação
das razões escritas de defesa, acompanhadas ou não de documentos, deter-
minando que se lhe abra vista dos autos, mediante recibo;
XIII – havendo dois ou mais acusados, o prazo para apresentação das ra-
zões escritas de defesa será comum de dez dias úteis;

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XIV – se a defesa não apresentar suas razões escritas, tempestivamente,


novo defensor será nomeado, mediante indicação pelo acusado ou nomeação
pelo presidente da Comissão, renovando-se-lhe o prazo, apenas uma vez,
que será acrescido ao tempo estipulado para o encerramento do processo;
XV – findo o prazo para apresentação das razões escritas de defesa, à vis-
ta das provas dos autos, a Comissão se reunirá para emitir parecer sobre a
procedência total ou parcial da acusação ou sua improcedência, propondo as
medidas cabíveis entre as previstas no art. 74;
XVI – na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facul-
tado ao defensor do acusado assistir à votação, devendo ser notificado pelo
menos quarenta e oito horas antes da data de sua realização;
XVII – o parecer da Comissão será posteriormente redigido pelo relator,
devendo o membro vencido fundamentar seu voto;
XVIII – as folhas do processo serão numeradas e rubricadas pelo escrivão,
inutilizando-se os espaços em branco;
XIX – os documentos serão juntados aos autos mediante despacho do
presidente;
XX – as resoluções da Comissão serão tomadas por maioria de votos de
seus membros;
XXI – a ausência injustificada do acusado ou do defensor não impedirá a
realização de qualquer ato da Comissão, desde que haja um defensor nome-
ado pelo presidente;
XXII – de cada sessão da Comissão o escrivão lavrará uma ata que será
assinada por seus membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo curador,
se houver.
Art. 71. Na situação prevista no inciso I do art. 64, a Comissão, atenden-
do a circunstâncias especiais de caso concreto e reconhecendo a possibilidade
de recuperar o acusado, poderá sugerir, ouvido o CEDMU, a aplicação do dis-
posto no § 2º do art. 74.

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§ 1º – Se, no prazo estabelecido no artigo, o militar cometer transgressão


disciplinar, será efetivada a sua demissão.
§ 2º – O benefício a que se refere este artigo será concedido apenas uma
vez ao mesmo militar.
Art. 72. Quando forem dois ou mais os acusados por faltas disciplinares
conexas que justifiquem a instauração de Processo Administrativo-Disciplinar,
adotar-se-á o princípio da economia processual, com instalação de um úni-
co processo.
§ 1º – Quando os envolvidos forem de Unidades diferentes dentro do mes-
mo sistema hierárquico, o Comandante da Unidade de Direção Intermediária
instaurará o Processo Administrativo- Disciplinar; quando não pertencerem
ao mesmo sistema hierárquico, a instauração caberá ao Corregedor da IME.
§ 2º – Quando ocorrer a situação descrita neste artigo, o processo ori-
ginal ficará arquivado na pasta funcional do militar mais graduado ou mais
antigo, arquivando-se também cópia do parecer e da decisão nas pastas dos
demais acusados.
§ 3º – A qualquer momento, surgindo diferenças significativas na situação
pessoal dos acusados, poderá ocorrer a separação dos processos, aproveitan-
do–se, no que couber, os atos já concluídos.
Art. 73. Surgindo fundadas dúvidas quanto à sanidade mental do acusa-
do, o processo será sobrestado pela autoridade convocante que, mediante
fundamentada solicitação do presidente, encaminhará o militar à Junta Cen-
tral de Saúde – JCS –, para realização de perícia psicopatológica.
Parágrafo único. Confirmada a insanidade mental, o processo não poderá
prosseguir, e a autoridade convocante determinará seu encerramento, arquivan-
do-o na pasta funcional do acusado para futuros efeitos e remetendo o respecti-
vo laudo à Diretoria de Recursos Humanos para adoção de medidas decorrentes.

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CAPÍTULO IV
DECISÃO

Art. 74. Encerrados os trabalhos, o presidente remeterá os autos do pro-


cesso ao CEDMU, que emitirá o seu parecer, no prazo de dez dias úteis, e en-
caminhará os autos do processo à autoridade convocante, que proferirá, nos
limites de sua competência e no prazo de dez dias úteis, decisão fundamen-
tada, que será publicada em boletim, concordando ou não com os pareceres
da CPAD e do CEDMU:
I – recomendando sanar irregularidades, renovar o processo ou realizar
diligências complementares;
II – determinando o arquivamento do processo, se considerar improce-
dente a acusação;
III – aplicando, agravando, atenuando ou anulando sanção disciplinar, na
esfera de sua competência;
IV  – remetendo o processo à Justiça Militar ou ao Ministério Público, se
constituir infração penal a ação do acusado;
V – opinando, se cabível, pela reforma disciplinar compulsória;
VI – opinando pela demissão.
§ 1º – Os autos que concluírem pela demissão ou reforma disciplinar
compulsória de militar da ativa serão encaminhados ao Comandante-Geral
para decisão.
§ 2º – O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão
da demissão pelo período de um ano, caso o militar tenha sido submetido a
processo com base no inciso I do art. 64.
§ 3º – Quando for o caso de cumprimento do disposto no § 1º do art. 42
combinado com o inciso VI do § 3º do art. 142 da Constituição da República,
o Comandante-Geral remeterá o processo, no prazo de três dias, à Justiça
Militar, para decisão.
Art. 75. Se, ao examinar o parecer, a autoridade julgadora verificar a
existência de algum fato passível de medida penal ou disciplinar que atinja

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militar que não esteja sob seu comando, fará a remessa de cópias das res-
pectivas peças à autoridade competente.
Art. 76. A autoridade que convocar a CPAD poderá, a qualquer tempo,
tornar insubsistente a sua portaria, sobrestar seu funcionamento ou modificar
sua composição, motivando administrativamente seu ato.
Parágrafo único. A modificação da composição da CPAD é permitida ape-
nas quando indispensável para assegurar o seu normal funcionamento.
Art. 77. O Comandante-Geral poderá modificar motivadamente as deci-
sões da autoridade convocante da CPAD, quando ilegais ou flagrantemente
contrárias às provas dos autos.

TÍTULO VII
CONSELHO DE ÉTICA E DISCIPLINA MILITARES DA UNIDADE

CAPÍTULO I
FINALIDADE E NOMEAÇÃO

Art. 78. O Conselho de Ética e Disciplina Militares da


Unidade – CEDMU – é o órgão colegiado designado pelo Comandante da
Unidade, abrangendo até o nível de Companhia Independente, com vistas
ao assessoramento do Comando nos assuntos de que trata este Código.
Art. 79. O CEDMU será integrado por três militares, superiores hierár-
quicos ou mais antigos que o militar cujo procedimento estiver sob análise,
possuindo caráter consultivo.
§ 1º – Poderá funcionar na Unidade, concomitantemente, mais de um
CEDMU, em caráter subsidiário, quando o órgão colegiado previamente de-
signado se achar impedido de atuar.
§ 2º – A qualquer tempo, o Comandante da Unidade poderá substituir
membros do Conselho, desde que haja impedimento de atuação ou suspeição
de algum deles.

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§ 3º – A Unidade que não possuir os militares que preencham os requi-


sitos previstos neste Código solicitará ao escalão superior a designação dos
membros do CEDMU.
§ 4º – Tratando-se de punição a ser aplicada pela
Corregedoria da IME, esta ouvirá o CEDMU da Unidade do militar faltoso.
§ 5º – O integrante do CEDMU será designado para um período de seis
meses, permitida uma recondução.
§ 6º – Após o interstício de um ano, contado do término do último período
de designação, o militar poderá ser novamente designado para o CEDMU.

CAPÍTULO II
FUNCIONAMENTO

Art. 80. Recebida qualquer documentação para análise, o


CEDMU lavrará termo próprio, o qual será seguido de parecer destinado
ao Comandante da Unidade, explicitando os fundamentos legal e fático e a
finalidade, bem como propondo as medidas pertinentes ao caso.
Art. 81. O CEDMU atuará com a totalidade de seus membros e deliberará
por maioria de votos, devendo o membro vencido justificar de forma objetiva
o seu voto.
Parágrafo único. A votação será iniciada pelo militar de menor posto ou
graduação ou pelo mais moderno, sendo que o presidente votará por último.
Art. 82. Após a conclusão e o encaminhamento dos autos de procedi-
mento administrativo à autoridade delegante, e havendo em tese prática
de transgressão disciplinar, serão remetidos os documentos alusivos ao fato
para o CEDMU.
Art. 83. O militar que servir fora do município-sede de sua Unidade, ao
ser comunicado disciplinarmente, será notificado por seu chefe direto para a
apresentação da defesa escrita, observando- se o que prescreve o art. 57.
Parágrafo único. É facultado ao militar comparecer à audiência do CEDMU.

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Art. 84. Havendo discordância entre o parecer do CEDMU e a decisão do


Comandante da Unidade, toda a documentação produzida será encaminhada
ao comando hierárquico imediatamente superior, que será competente para
decidir sobre a aplicação ou não da sanção disciplinar.

TÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 85. A classificação de conceito obedecerá ao previsto neste Código,


a partir de sua vigência.
Art. 86. Os prazos previstos neste Código são contínuos e peremptórios,
salvo quando vencerem em dia em que não houver expediente na IME, caso
em que serão considerados prorrogados até o primeiro dia útil imediato.
Parágrafo único. A contagem do prazo inicia-se no dia útil seguinte ao da
prática do ato.
Art. 87. A não interposição de recurso disciplinar no momento oportuno
implicará aceitação da sanção, que se tornará definitiva.
Art. 88. A CPAD não admitirá em seus processos a reabertura de discus-
sões em torno do mérito de punições definitivas.
Art. 89. A forma de apresentação do recurso disciplinar não impedirá seu
exame, salvo quando houver má-fé.
Art. 90. Contados da data em que foi praticada a transgressão, a ação
disciplinar prescreve em:
I – cento e vinte dias, se transgressão leve;
II – um ano, se transgressão média;
III – dois anos, se transgressão grave.
Art. 91. O Governador do Estado poderá baixar normas complementares
para a aplicação deste Código.
Art. 92. Os militares da reserva remunerada sujeitam-se às transgres-
sões disciplinares especificadas nos incisos II, III e VI do art. 13.

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Art. 93. Para os fins de competência para aplicação de sanção disciplinar,


são equivalentes à graduação de Cadete as referentes aos alunos do Curso
Especial de Formação de Oficiais ou do Curso de Habilitação de Oficiais.
Art. 94. Decorridos cinco anos de efetivo serviço, a contar da data da pu-
blicação da última transgressão, o militar sem nenhuma outra punição terá
suas penas disciplinares canceladas automaticamente.
§ 1º – As punições canceladas serão suprimidas do registro de alterações
do militar, proibida qualquer referência a elas, a partir do ato de cancelamento.
§ 2º – Após dois anos de sua transferência para a inatividade, o militar
classificado no conceito “C” será automaticamente reclassificado.
Art. 95. O militar que presenciar ou tomar conhecimento de ato ou fato
contrário à moralidade ou à legalidade praticado por outro militar mais antigo
ou de maior grau hierárquico poderá encaminhar relatório reservado e funda-
mentado à autoridade imediatamente superior ou órgão corregedor das IMEs,
contendo inclusive meios para demonstrar os fatos, ficando-lhe assegurado
que nenhuma medida administrativa poderá ser aplicada em eu desfavor.
§ 1º – A comunicação infundada acarretará responsabilidade administra-
tiva, civil e penal ao comunicante.
§ 2º – A autoridade que receber o relatório, quando não lhe couber apurar
os fatos, dar-lhe-á o devido encaminhamento, sob Pena – de responsabilida-
de administrativa, civil e penal.
Art. 96. Ficam definidas as seguintes regras de aplicação dos dispositivos
deste Código, a partir de sua vigência:
I – o militar que possuir registro de até uma detenção em sua ficha fun-
cional nos últimos cinco anos fica classificado no conceito “A”;
II – o militar que possuir registro de menos de duas prisões em sua ficha
funcional no período de um ano ou de até duas prisões em dois anos fica clas-
sificado no conceito “B”, com zero ponto;

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III – o militar que possuir registro de até duas prisões em sua ficha funcio-
nal no período de um ano fica classificado no conceito “B”, com vinte e cinco
pontos negativos;
IV – o militar que possuir registro de mais de duas prisões em sua ficha
funcional no período de um ano fica classificado no conceito “C”, com cinquen-
ta e um pontos negativos;
V – as punições aplicadas anteriormente à vigência deste
Código serão consideradas para fins de antecedentes e outros efeitos in-
seridos em legislação específica;
VI – aplicam-se aos procedimentos administrativo-disciplinares em anda-
mento as disposições deste Código, aproveitando-se os atos já concluídos;
VII – fica abolido o caderno de registros como instrumento de avaliação
do oficial da PMMG e do CBMMG, ficando instituída a avaliação anual de de-
sempenho e produtividade.
Art. 97. Os casos omissos ou duvidosos, resultantes da aplicação deste
Código, serão normatizados pelo Comandante-Geral, mediante atos publica-
dos no Boletim Geral das IMEs ou equivalente no CBMMG.
Art. 98. Esta lei entra em vigor quarenta e cinco dias após a data de sua
publicação.
Art. 99. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as con-
tidas no Regulamento aprovado pelo Decreto n.

23.085, de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1º a 16 da Lei n.


6.712, de 3 de dezembro de 1975.
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 19 de ju-
nho de 2002.
Itamar Franco - Governador do Estado
Data da última atualização: 03/12/2007

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