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Revoltas regenciais
Rusgas Cuiabanas (1834) – Mato Grosso
A província de Mato Grosso era dominada politicamente por um grupo poderoso de
comerciantes e fazendeiros portugueses, algo que desagradava a elite de Cuiabá, que
se reunia no grupo liberal Sociedade dos Zelosos da Independência, que reivindicava
mais participação e autonomia na política local.
A ala radical desse grupo defendia a morte e a expulsão dos portugueses da região. Em
30 de maio de 1834, teve início uma rebelião após o boato de que os portugueses
estariam planejando o assassinato de oficiais da Guarda Nacional.
Os rebeldes assassinaram muitos portugueses, destruíram propriedades e saquearam
casas comerciais.
A situação logo saiu do controle e a província pediu ajuda ao governo do Rio de Janeiro
para conter os revoltosos. Em outubro, as tropas imperiais derrotaram os rebeldes.
Os principais líderes foram presos e julgados no Rio de Janeiro.
Cabanagem (1835-1840) – Grão-Pará
Na província do Grão-Pará, a elite local era formada por ricos comerciantes
(normalmente portugueses) e por proprietários de terra.
Enquanto isso, a maioria da população era formada por negros, indígenas e mestiços,
que serviam como mão de obra escrava ou semiescrava nas lavouras e no comércio
local.
Esses indivíduos eram conhecidos como cabanos, porque moravam em cabanas nas
beiras dos rios.
O sentimento antilusitano e as condições precárias de vida levaram os cabanos a
tomarem o palácio do governo em janeiro de 1835, apoiados por alguns setores das
camadas médias urbanas e por proprietários de terra locais, descontentes com a
política local que privilegiava os portugueses.
A revolta se espalhou pela província, se popularizou e se radicalizou. Se destacaram
lideranças populares como os irmãos Vinagre e o seringueiro Eduardo Angelim.
Os cabanos lutavam contra a pobreza e contra a presença dos portugueses na região, e
os liberais paraenses pediam o fim da interferência do governo do Rio de Janeiro no
local.
No entanto, três coisas enfraqueceram o movimento:
1) Os diferentes interesses dos rebeldes, que não conseguiram conciliar seus
objetivos;
2) Uma epidemia de Varíola;
3) A forte repressão do governo imperial.
O conflito durou até 1840, quando os rebeldes se renderam.
Saldo final: mais de 30 mil mortos.