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A educação dos surdos foi

marcada ao longo do tempo por


preconceitos, descréditos,
piedade e loucura, porém, a
concepção de homem cidadão é o
primeiro passo para mudar uma
história marcada por lutas e
conquistas.
Idade Antiga
(4.000 – 355 a.c)

➢Eram protegidos e
considerados como criaturas
privilegiadas, enviados dos
deuses. No entanto, tinham vida
inativa e não eram educados.
➢Serescastigados pelos
deuses.
➢Eram lançados ao mar ou do
alto dos rochedos, rejeitados e
abandonados em praças
públicas ou nos campos
(vivendo miseravelmente como
escravos ou abandonados).
Sócrates (469 a.c) acreditava
que o surdo deveria usar
sinais para se comunicar.

Aristóteles (384 a.c)


acreditava que quando uma
pessoa não verbalizasse,
consequentemente não
possuía linguagem, tão
pouco pensamento.
Idade Média
(476 d.c)

Para a Igreja Católica os


surdos eram como seres
com “almas imortais”, pois
não conseguiam verbalizar
os sacramentos.
Os surdos eram privados
dos direitos legais pois eram
considerados incapazes, não
fazendo parte nem mesmo
das famílias.
Idade Moderna
(1.453)

Girolano Cardano:
(1.500)
Os surdos poderiam ser ensinados.
Utilizava a língua de sinais e a
escrita com os surdos. (Filho surdo)
Pedro Ponce de Léon:
(1.584)
Primeiro professor de surdos usando como
metodologia a datilologia, a oralização e a
escrita. Criou uma escola para professores
de surdos e para os próprios surdos na
Espanha. (Irmãos surdos)
Juan Pablo Bonet:
(1.620)
Iniciou seu trabalho com
surdo através de sinais,
treinamento da fala e o
uso de alfabeto
dactiolológico.

Publicou o primeiro livro sobre a educação de surdos em que


expunha o seu método oral, “Reduccion de las letras y arte
para enseñar a hablar a los sordos”.
Defendia o ensino precoce do alfabeto manual aos surdos.
Seu método serviu de base para toda Europa.
Samuel Heinicke:
(1.755)

O “Pai do método alemão” –


Oralismo Puro – iniciou as bases da
filosofia oralista. Um grande valor
era atribuído somente à fala, na
Alemanha.
Publicou a obra “Observações sobre
os surdos e sobre a palavra” e em
1.778 fundou a primeira escola de
oralismo puro, inicialmente com 9
alunos.
Charles Michel L´Epée:
(1.759)
Instruía os surdos em sua própria
casa com as combinações de
língua de sinais e gramática
francesa sinalizada,
denominados sinais metódicos
(método bastante criticado pelos
oralistas). Defendia que a língua
de sinais constitui a
linguagem natural dos surdos e que é um verdadeiro meio de
comunicação e de desenvolvimento do pensamento. Publicou
o primeiro dicionário de sinais e sobre o ensino dos surdos
por meio dos sinais metódicos (A verdadeira maneira de
instruir os surdos), colocando as regras sintáticas e o alfabeto
manual inventado por Pablo Bonet.
Idade
Contemporânea
(1.802) Jean Marc Gaspard Itard:
(1.802)

Médico cirurgião e psiquiatra residente do


Instituto Nacional de Surdos em Paris (criado

por L´Epée em 1.760) acreditava que as


sensações eram a base para o conhecimento
humano e que reconhecia somente a
experiência externa como fonte de
conhecimento.
Assim era exigida a erradicação ou a
“diminuição” da surdez para que o surdo
tivesse acesso ao conhecimento.
Thomas Gallaudet:
(1.814)
Vai à Europa buscar métodos de
ensino a surdos, voltando à América
com o professor surdo Laurent Clerc
(melhor aluno do Instituto Nacional
para Surdos de Paris). Juntos
fundaram a primeira escola
permanente para surdos nos Estados
Unidos, e com seu sucesso imediato
levou à abertura de outras escolas
de surdos nesse país. Quase todos os
professores ouvintes e surdos já
eram usuários fluentes em língua de
sinais.
Eduard Huet: (1.855) professor surdo francês chega ao
Brasil, sob aprovação do imperador Dom Pedro II, para abrir
uma escola pra iniciar um trabalho de educação de pessoas
surdas. Em 26 de setembro de 1857 fundou-se, no Rio de
Janeiro, o Instituto Nacional dos Surdos-Mudos,
posteriormente alterou o nome para Instituto Nacional de
Educação de Surdos – INES.
As abordagens educacionais na
educação dos surdos

Oralismo Comunicação Total

Bilinguismo
Considera a surdez como doença e tem como
objetivo levar a pessoa surda a se tornar o mais
semelhante possível ao modelo ouvinte, ou seja, o
surdo precisa aprender a falar, ler e escrever,
valorizando a língua oral e rejeitando qualquer
tipo de sinais. O surdo deve se capacitar para usar
a voz e a leitura labial, para isso requer:
Diagnóstico precoce.

 Adaptação de AASI (aparelho de amplificação sonora
individual).
 Colaboração da família.
 Convívio com pessoas ouvintes.
Aspectos Aspectos
Positivos Negativos

Estimulou o
estudo sobre a Déficit cognitivo.
surdez.

A maioria dos
Estimulou o
surdos
avanço
abandonaram a
tecnológico.
escola.

Alguns surdos Falta de


conseguiram o comunicação no
sucesso relacionamento
educacional. familiar.

Nega a aquisição
natural da língua
de sinais como
Alguns defensores do oralismo: língua materna.
Samuel Heinick
Jean Marc Itard
Nega a cultura
Alexandre Grahan Bell surda.
O uso de sinais estava impedindo o desenvolvimento da fala, da leitura
labial e, consequentemente, dos aspectos cognitivo dos surdos.
Sendo a utilização de sinais proibida em sala de aula, pais e alunos
surdos eram instruídos a não fazerem uso dos mesmos nos ambientes
familiares pela principal razão de que, no entendimento dos
educadores, tal prática atrapalharia o aprendizado da língua oral.
Surgiu na década de 60 visando facilitar o processo de
ensino e aprendizagem da língua oral pela utilização de
todo e qualquer recurso.

 Sinais
 Mímicas
 Alfabeto manual
 Leitura labial
 Oralização
 Escrita
 Bimodalismo
Aspectos Aspectos
Positivos Negativos

Maior Português
flexibilidade. sinalizado.

Aceita a língua de Não dá o devido


sinais como forma valor a língua de
de comunicação. sinais.

Melhores
possibilidades de A utilização
trabalho dos simultânea das
profissionais duas línguas.
ouvintes.

Nega a aquisição
natural da língua
de sinais como
língua materna.
Alguns adeptos:
Willian Stokoe Nega a cultura
Ivete Vasconcelos surda.
Surgiu na década de 80. O objetivo é levar o surdo a
desenvolver habilidades em sua língua primária (sinais)
e secundária (a escrita do idioma do país).

 L1 – língua de sinais.
 L2 – língua oral na sua modalidade escrita.
 A aquisição da L1 facilita a aprendizagem da L2.
 O contexto bicultural que os surdos estão inseridos
devem ser considerados.
Aspectos Aspectos
Positivos Negativos
Considera a língua
A proposta carece
de sinais com os
de sistematização
mesmos status
e de mais
linguístico de uma
pesquisas.
língua oral.

Ainda não há
resultados
Estimula as
consistentes, e
relações humanas.
para alguns ainda
é utopia.

A aquisição da L1 Há carência de
facilita a professores
aprendizagem da bilíngues e surdos
L2. instrutores.

Permite o
desenvolvimento
cognitivo da
criança.
Alguns adeptos:
Willian Stokoe Facilita o trabalho
Ronice Quadros pedagógico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•ALPENDRE, E. V.; AZEVEDO, H. J. S. Concepções sobre surdez e linguagem e a aprendizagem de leitura.
Curitiba: SEED, 2008.
•BRASIL. Decreto Nº 5.626. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098,
de 19 de dezembro de 2000. Publicada no diário Oficial da União em 22 de dezembro de 2005.
•BRASIL. Lei Nº 10.436. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Publicada
no diário Oficial da União em 24 de abril de 2002.
•LACERDA, C. B. F. de. A difícil tarefa de promover uma inclusão escolar bilíngue para alunos surdos. Anais
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•QUADROS, R. M. Educação de surdos: efeitos de modalidade e práticas pedagógicas. In: MENDES, E. G.;
ALMEIDA, M. A.; WILLIAMS, L. C. de A. (orgs). Temas em educação especial: avanços recentes. São Carlos:
EduFSCar, 2009.
•QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed,
2004.
•QUEIROZ, T. G. B. Bilinguismo na educação do surdo – conhecimentos do professor. Anais do XV ENDIPE –
Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Belo Horizonte: 2010.
•QUEIROZ, T. G. B; BENITE, A. M. C. A educação de surdos mediada pela língua de sinais e outras formas de
comunicação visual. Anais do XXV CONADE – Congresso de Educação do Sudoeste Goiano. Jataí: 2009.
•SILVA, A. C. da; NEMBRI, A. G. Ouvindo o silêncio: educação, linguagem e surdez. Porto Alegre: Mediação,
2008.
•UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre Necessidades Educativas especiais. Brasília:
CORDE, 1994.
•VELOSO, E; MAIA FILHO, V. Aprenda Libras com eficiência e rapidez. Curitiba: Mãos Sinais, 2009.

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