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dos pontos que fragilizavam a concretização deste projeto. A título de exemplo, podemos
referir a diferenciação das taxas de câmbio entre as moedas dos Estados membros e a livre
circulação de pessoas e bens.
Em 1968, França enfrentava uma grave crise financeira que acabava por se estender por
quase toda a europa. Esta situação apontava, ainda mais, para a necessidade de intervir.
Na Cimeira de Haia, ocorrida no final do ano seguinte, é apontada a vontade de que a
Comunidade evoluísse para um verdadeira união económica, mais sólida e estável.
Neste sentido, é introduzido o Plano Barre: este plano era, então, o resultado da
necessidade de intensificar a convergência monetária entre os Estados. Era constituído por 3
etapas, estabelecidas sob a ideia de equilíbrio entre união económica e monetária.
Este visava um conjunto de objetivos considerados essenciais para a prossecução do projeto
de um mercado comum:
Deviam ser eliminadas as flutuações entre as moedas dos Estados membros
nomeadamente através de linhas de crédito multilaterais recíprocas, a criação de uma
unidade de conta europeia e de um mecanismo de cooperação monetária;
Era, igualmente, essencial uma coordenação de politicas económicas, por exemplo,
através da sincronização dos programas a médio prazo para cada Estado.
Os Estados membros ficavam também incumbidos de informar a Comissão sobre os
projetos que pudessem afetar a situação conjuntural e orçamental.
Ora, como quase sempre acontece quando existe a necessidade de uma tomada de decisão,
existia desacordo quanto à forma como a unificação monetária europeia devia prosseguir.
Os países presentes da Cimeira de Haia, consideravam que era necessário aprofundar a
cooperação económica e monetária entre os Estados-membros, bem como a adoção coletiva
de posições na área financeira internacional e a criação de mecanismos que permitissem a
redução de margens de flutuação das moedas nacionais.
Havia, então , a necessidade de concretizar a resposta política a essa questão. Assim, é clara
a abordagem funcional a esta questão pelas partes envolvidas, tanto governos nacionais
como instituições europeias.
É, então, nesta sequência que, no final de 1969, surge o debate sobre a forma que a
integração monetária deveria tomar. Estavam em confronto orientações monetaristas e os
economistas.
A posição monetarista assentava na urgência da criação da união monetária. Esta, por
si só, seria conducente à convergência e coesão das economias europeias. Do lado dos
monetaristas encontravam-se França, Bélgica, Luxemburgo e a própria Comissão.
Por outro lado, os economistas consideravam ser necessária uma aproximação
económica dos países, dando depois lugar à criação de uma moeda única. Tanto
Holanda como Alemanha integravam-se neste lado do debate.
Motivado pela falta de uma resposta una, foi constituído um comité presidido por Pierre
Werner, o primeiro-ministro luxemburguês na época. Este comité deveria preparar um
relatório que fizesse a análise das diferentes sugestões dentro da Comunidade, identificando
as questões principais tendo em vista a criação faseada de uma União Económica e
Monetária. Este objetivo baseava-se na necessidade de dar resposta à instabilidade no
sistema monetário.
Apesar de visões distintas, França e Alemanha eram, no início dos anos 70, crentes na ideia
de que uma integração do mercado comum seria prioritária face a uma integração
económica e monetária. Neste sentido, era necessário cimentar uma área comum de
consenso quanto às prioridades europeias entre as duas visões sobre como abordar as
políticas económicas e monetárias ao nível europeu.
Assim, o Relatório Werner foi concebido num momento de convergência tática entre os
dois atores principais no domínio europeu. Simultaneamente, estavam em curso, na época,
processos de adesão da Dinamarca, Irlanda, Reino Unido e Noruega, o que significava que
outros interesses começavam a pesar sobre o rumo da integração europeia, o que significa
que o próprio processo de construção da união é influenciado em larga escala pela defesa de
interesses estratégicos nacionais.
Esta realidade fez com que o resultado final do relatório fosse pouco auspicioso,
funcionando como um compromisso entre as duas visões existentes à época.
No âmbito do Plano Werner foi igualmente proposto a criação de um fundo europeu para a
cooperação monetária que deveria estabelecer-se como o precursor do futuro sistema
comunitário de Bancos Centrais que vigoraria na fase final da união económica e monetária.
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Em 22 de Março de 1971 o Conselho, dando acolhimento às conclusões produzidas no
grupo de trabalho, adopta uma resolução onde é expressa “a vontade política de criar, no
decurso dos próximos dez anos, uma união económica e monetária segundo um plano por
etapas com inicio a 1 de Janeiro de 1971”, tendo como objectivo assegurar “um crescimento
satisfatório, o pleno emprego e a estabilidade no interior da Comunidade” que desta forma
ganharia individualidade monetária própria no contexto do sistema monetário internacional.