Quando falamos em constituição de empresas, muitas vezes nos limitamos aos tipos
mais comuns que ouvimos falar. Desde os modelos individuais: MEI, Empresário
Individual e EIRELI, até os formatos de sociedade simples ou sociedade limitada. Mas
além desses modelos mais usuais, existe uma série de tipos de sociedades no Brasil. São
outras opções de formatos empresariais para quem vai começar um negócio com sócios.
Você que quer se tornar um empreendedor ou até mesmo quem já é e/ou deseja fazer
uma transformação empresarial, conhece os principais tipos de sociedades empresariais?
Se já conhece, vale a atualização das informações, se não conhece vamos apresentar
cada uma delas de uma forma clara e objetiva. Antes, porém, vamos esclarecer o que é
uma sociedade empresarial.
Agora o termo sociedade empresarial já não é mais desconhecido para você. Mas não
basta apenas dizer “vou abrir uma sociedade”. Além disto, é preciso entender qual dos
tipos existentes se encaixa dentro do seu perfil e das características do negócio que você
vai abrir. Desta forma, conseqüentemente atenderá suas expectativas e as necessidades
de sua futura empresa.
Sociedade Simples
A Sociedade Simples Pura é voltada para parcerias profissionais que prestam serviços.
Ou seja, os próprios sócios exercem as atividades da empresa. Alguns exemplos são os
médicos, advogados e outros profissionais que têm suas profissões como própria
atividade. Geralmente são aquelas atividades de cunho intelectual. Além disto, eles
devem possuir registro em órgão de classe, como o CREMESP (Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo), por exemplo, no caso dos médicos.
Sociedade Limitada
A empresa pode ser constituída por membros de uma família ou uma sociedade
anônima, de forma que um desses sócios seja o responsável legal pela empresa. Para
essa cláusula, vai especificada no Contrato Social de constituição da empresa essa
informação. Por se tratar de uma sociedade em que há investimento de cada sócio, ela
dá o respaldo legal que protege os patrimônios de cada um nos casos de falência,
rompimento ou afastamento. E diferentemente da sociedade simples pura, a sociedade
limitada é registrada na junta comercial correspondente ao estado de abertura.
Este novo formato surgiu através da medida provisória 881/2019 (já sancionada por lei).
A Sociedade Unipessoal Limitada tem características muito parecidas com as da
EIRELI, mas difere em alguns aspectos. Uma das diferenças mais relevantes é sobre a
obrigatoriedade da integralização de capital social no momento da constituição.
Na EIRELI, é preciso abrir com um mínimo de 100 salários mínimos, o que não é
necessário para abrir a Sociedade Unipessoal Limitada. Uma curiosidade é que, apesar
de ter “sociedade” no nome, a Unipessoal pode ser constituída somente por uma pessoa
e mantém a característica de “limitada”, que é justamente o fato que protege o
patrimônio particular do sócio.
Esse é um tipo de sociedade não muito utilizado e com um detalhe bem específico. Isto
porque ela se divide em duas categorias dentro da sociedade, sendo ela composta por
comanditários e os comanditados.
Comanditários são os sócios que compõe o capital social da empresa, sem fazer parte da
administração da mesma. Já os Comanditados são os sócios que compõe tanto o capital
quanto o administrativo da empresa, com responsabilidades ilimitadas.
Em se tratando dos bens dos sócios, em caso de falecimento, por exemplo, ele só seria
atingido caso o capital da empresa se esgotasse. Ou até mesmo um caso de destituição
de um diretor seria realizado através da deliberação dos sócios representando pelo
menos pela maioria deles.
Sociedade Anônima
A Sociedade Anônima é mais comum no Brasil. Composta por dois sócios ou mais, seu
capital social é dividido por ações ou cotas. Este tipo de sociedade possui uma certa
complexidade e geralmente já está mais amadurecida. Os sócios possuem o objetivo de
acumular capital.
Sociedade Cooperativa
Associação que, até 2003, era composta por, no mínimo, 20 (vinte) pessoas com o
mesmo objetivo. Após a aprovação da Lei 10.406/2002, artigo 1.094, Inciso II deixou
de ter um número mínimo de associados, mantendo-se de forma organizada
economicamente e democrática, sem exceder os limites de respeito dos direitos e
deveres de cada um de seus cooperados. Tem a finalidade de prestar serviços e sem fins
lucrativos.
Sociedade composta por duas ou mais pessoas, sendo uma delas comerciante. Nela, os
sócios se reúnem sem firma social, a fim de chegar a um lucro comum para operações
de comércios determinados, de forma que um ou todos trabalham em seu nome
individual para o fim social.
São reguladas pelos Artigos 991 a 996 do Novo Código Civil, Lei 10.406/2002. O nome
da associação se torna sociedade em conta de participação, acidental, momentânea ou
anônima. Ela não está sujeita às formalidades determinadas para a formação das outras
sociedades. Além disso, se prova através dos fatos admitidos nos contratos comerciais.
Sociedade de Advogados
Neste caso nenhum advogado pode fazer parte de mais de uma sociedade. Além disto,
sua denominação deve ser composta obrigatoriamente pelo nome de um dos advogados,
responsável pela sociedade. A sociedade unipessoal é obrigatoriamente formada pelo
nome do advogado, tendo a expressão de “Sociedade Individual de Advocacia”.
Quais são as diferenças entre a sociedade empresária e sociedade simples?
Pois bem, você já deve ter notado algumas diferenças nesses dois tipos de sociedade,
não é mesmo?
Reforçamos que a principal diferença entre elas é o fato de como exercem a sua
atividade econômica: Na sociedade simples é por meio dos sócios e na sociedade
empresária é feito por meio da empresa como um todo.
Além disso, queremos destacar 3 pontos em que elas também apresentam divergências
significativas:
Formato
Registro
Na sociedade simples, deve ser feito por meio do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, já
na sociedade empresária é realizado na Junta Comercial, conforme o Código Civil
Brasileiro.
Falência
A questão da falência também é uma diferença importante entre esses 2 tipos, pois é
possível que uma sociedade empresária entre no processo de falência e, nesse caso, o
empreendedor possui a opção de abrir mão da sua recuperação.
A sociedade simples não poderá sofrer falência, ou seja, nessa situação, os sócios não
poderão abrir mão da sua recuperação.