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MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA

DE XXXXXX
XXXXXXX, nacionalidade, estado civil, profissã o, portadora da Carteira de Identidade nº
XXXXXXX/SSP-XX, inscrita no CPF sob o nº XXXXX, residente e domiciliada na XXXXXXX,
Telefone: (XX) XXXXX, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu (ua) advogado (a) e bastante procurador (a), requerer a presente
TUTELA
de sua irmã XXXXXX, brasileira, solteira, menor totalmente incapaz, nascida em XXXXXXX,
pelas razõ es de fato e de direito que seguem.
1 DOS FATOS
A Requerente XXXXXXX é irmã da menor XXXXXXXX.
Registre-se que o pai da menor XXXXXX, Sr. XXXXXX, é falecido desde XXXXXX, enquanto a
mã e daquela, XXXXXXX, faleceu em XXXXXX. Pois bem.
Desde entã o, quem presta toda a assistência à menor, a qual conta atualmente com XX
(XXXXX) anos de idade, é a Requerente XXXXXX.
Ressalte-se, outrossim, que a Requerente nã o é portadora de nenhuma anomalia física ou
mental, sendo, ademais, pessoa idô nea e responsá vel. Acrescente-se a isso que a menor está
perfeitamente ambientada na companhia da Requerente, a qual lhe dispensa todo carinho e
atençã o.
Resta consignar, por fim, que a menor XXXXX nã o é possuidora de nenhum bem mó vel ou
imó vel.
2 DO DIREITO
Consoante cediço, a tutela é um encargo conferido a alguém para que dirija a pessoa e
administre os bens de menor, quando lhe faltam os pais. Normalmente, aliá s, ocorre
quando os pais do menor sã o falecidos, como no caso vertente. A propó sito, dispõ e o art.
1.728, inc. I, do Có digo Civil e artigo 36 da Lei 8.069/90:
Art. 1.728. Os filhos menores sã o postos em tutela:
I – com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
Art. 36.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõ e a prévia decretaçã o da perda ou
suspensã o do pá trio poder e implica necessariamente o dever de guarda.
A via a ser adotada no caso em questã o, portanto, é a da tutela dativa, à falta de tutor
testamentá rio e ou legítimo. Nesse sentido, preceitua o artigo 1.732 do já referido Diploma
Legal:
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idô neo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentá rio ou legítimo;
Por seu turno, dispõ e o art. 1.731, do Có digo Civil, em relaçã o à ordem de preferência para
nomeaçã o do tutor:
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes
consangü íneos do menor, por esta ordem:
I – aos ascendentes, preferindo o de grau mais pró ximo ao mais remoto;
Portanto, tratando-se a Requerente de irmã da menor, enquadra-se perfeitamente na
disposiçã o constante no inc. I, do art. 1.731, do referido Estatuto, devendo, assim, assumir
tal encargo, até porque já é quem detém a sua guarda de fato desde a morte dos pais.
Ademais, insta salientar a desnecessidade de especializaçã o em hipoteca legal, tendo em
vista que, consoante já relatado em linhas pretéritas, a menor nã o tem a propriedade de
bens mó veis ou imó veis (art. 37, caput, da Lei 8.069/90).
Por fim, a Requerente nã o incide em nenhum dos impedimentos previstos no artigo 1.735
do CC e está ciente de suas obrigaçõ es legais, caso seja designada tutora, sendo, que, por
este ato, já foi notificada destas, abaixo designadas, tendo recebido có pia desta petiçã o
inicial:
ATOS QUE PODEM SER PRATICADOS INDEPENDENTEMENTE DE PRÉ VIA AUTORIZAÇÃ O
JUDICIAL:
- dirigir a educaçã o do menor, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus
haveres e condiçã o;
- reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister
correçã o;
- adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opiniã o do menor,
se este já contar doze anos de idade.
- sob a inspeçã o do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo
seus deveres com zelo e boa-fé.
- representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, apó s essa
idade, nos atos em que for parte;
- receber as rendas e pensõ es do menor, e as quantias a ele devidas;
- fazer-lhe as despesas de subsistência e educaçã o, bem como as de administraçã o,
conservaçã o e melhoramentos de seus bens;
ATOS QUE SOMENTE PODEM SER PRATICADOS COM AUTORIZAÇÃ O JUDICIAL:
- pagar as dívidas do menor;
- aceitar por ele heranças, legados ou doaçõ es, ainda que com encargos;
- transigir;
- vender-lhe os bens mó veis, cuja conservaçã o nã o convier, e os imó veis nos casos em que
for permitido (somente quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliaçã o
judicial e aprovaçã o do juiz);
- propor em juízo as açõ es, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a bem
deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos;
- adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens mó veis ou
imó veis pertencentes ao menor;
- dispor dos bens do menor a título gratuito;
- constituir-se cessioná rio de crédito ou de direito, contra o menor.
No caso de falta de autorizaçã o, a eficá cia de ato do tutor depende da aprovaçã o ulterior do
juiz.
RESPONSABILIDADE:
O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado
GUARDA DOS BENS DO TUTELADO:
- Os tutores nã o podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados, além do necessá rio
para as despesas ordiná rias com o seu sustento, a sua educaçã o e a administraçã o de seus
bens.
- Se houver necessidade, dinheiro proveniente de qualquer procedência poderá ser
utilizado ou depositado em conta-bancá ria ou conta-poupança em nome do tutelado,
mediante prévia autorizaçã o judicial, podendo ser utilizado para as despesas com o
sustento e educaçã o do tutelado, ou a administraçã o de seus bens ou para se entregarem
aos ó rfã os, quando emancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus herdeiros.
PRESTAÇÃ O DE CONTAS EM JUÍZO:
Deverá ser realizada no prazo designado pelo juiz, se houver necessidade segundo o juiz,
devendo guardar todos os comprovantes de despesas realizadas em favor do menor com os
recursos destinados a este.
A tutela subsiste até a maioridade, emancipaçã o ou adoçã o do menor. No entanto, as
funçõ es do tutor cessam quando houver alguma causa legítima que o impeça de continuar a
exercer a tutela (artigo 1764, do Có digo Civil). Será destituído o tutor, quando negligente,
prevaricador ou incurso em incapacidade (artigo 1766, do Có digo Civil).
Feitas tais consideraçõ es, passa-se ao pedido.
3 DO PEDIDO
Em face do exposto, uma vez narrados os fatos e declinado o direito em que alicerça sua
pretensã o, a Autora requer:
a) os benefícios da Assistência Judiciá ria, por ser juridicamente pobre nos termos da lei
(art. 4º, da Lei 1.060/50);
b) o deferimento, inclusive em cará ter provisó rio, a título de antecipação dos efeitos da
tutela, tendo em vista a verossimilhança das alegações e o perigo de dano grave à
menor, da tutela provisória de XXXXXX à requerente XXXXX, mormente considerando
que a menor XXXXXX necessita urgentemente de representação legal, a fim de que
possa pleitear a pensão por morte dos pais junto ao INSS;
c) a oitiva do ilustre representante do Ministério Pú blico, nos termos da lei;
d) o prosseguimento do feito até final sentença, julgando-se procedente o pedido inicial
para o fim de colocar a menor XXXXXXX sob a tutela de sua irmã XXXXXXXX, lavrando-se o
respectivo termo.
e) a produçã o de prova documental complementar, de prova oral – consistente no
depoimento pessoal da menor, uma vez que já é relativamente capaz e oitiva das
testemunhas que serã o posteriormente arroladas, as quais deverã o ser intimadas para
audiência que vier a ser designada por Vossa Excelência, se houver necessidade – e de
prova pericial psicossocial, caso necessá rio.
Dá -se à causa o valor de R$ XXXXXXX Obs. Por nã o possuir bens, o valor da causa será de 1
(um) salá rio mínimo vigente.
Nesses termos,
pede e aguarda deferimento.
Local e data.
Advogado (a)/OAB/XX

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