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UNESP

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

ATIVIDADE PEDAGÓGICA
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO I

BEATRIZ FONTE

RIO CLARO
2019
TEMA 1
Na perspectiva de Piaget, a construção do conhecimento se dá pela ação do sujeito sobre
o objeto, ou seja, o conhecimento humano é construído a partir da interação do homem/meio e
sujeito/objeto. Para Piaget: “conhecer é organizar, estruturar e explicar a realidade a partir
daquilo que se vivencia nas experiências com os objetos de conhecimento”.
Quando as crianças nascem, elas são dotadas de reações automáticas desencadeadas por
estímulos, as quais são denominadas de reflexo. Esses reflexos possibilitam as crianças a
lidarem com o meio ambiente e é através dos elementos do meio ambiente (seio materno,
chupeta, mamadeira) que ocorre a assimilação pela criança. A adaptação possui dois
mecanismos que garantem o processo de desenvolvimento: o primeiro mecanismo é a
assimilação (processo de classificação e incorporação dos elementos do meio externo (objetos
e acontecimentos) que dão origem aos esquemas de ação); o segundo mecanismo é a
acomodação (processo de modificação que se opera nas estruturas de pensamento dos
indivíduos).
É por meio do esquema de ação que as crianças entram em contato com o meio e
começam a conhecer a realidade. Por sua vez, o conhecimento não nasce com o indivíduo, o
conhecimento é construído a partir da interação com as ações físicas e mentais, adquirindo
assim a significação para o ser humano. Segundo Piaget, o conhecimento é a equilibração
entre assimilação e acomodação, ou seja, o conhecimento não origina do sujeito e nem do
objeto, mas sim das interações entre eles (entre os indivíduos e os objetos do mundo).
TEMA 2
Considerando o processo de Piaget sobre a construção do conhecimento, podemos dizer
que a síntese do construtivismo é a obtenção da aprendizagem através da interação do
indivíduo com o meio, alicerçando-se nas experiências vivenciadas no dia-a-dia.
Com relação ao papel do professor, é necessário que ele identifique o conhecimento
prévio de cada aluno, incentivando o aluno a pensar, a questionar e construir suas próprias
opiniões, propondo situações de aprendizagem que objetivem e desenvolvam os alunos a
buscarem novos conceitos de conhecer e compreender o mundo. O professor não deve ser só
um transmissor de informações e sim um facilitador e orientador do processo de
aprendizagem.
Na educação, as atividades são conhecidas como situações de aprendizagem e nessas
situações se não houver interação entre aluno/professor, não há desenvolvimento. A busca
pela aprendizagem de novos conceitos e de novos conhecimentos deve ser incessante. O
professor tem a função de propor, escolher e determinar as situações, sendo elas teóricas ou
práticas, as quais devem ser solucionadas pelos alunos através da construção do seu próprio
conhecimento.
A perspectiva construtivista tem como objetivo respeitar os limites do progresso de cada
aluno e estimular a construção do conhecimento. A escola deve instigar o aluno a ter vontade
de criar, descobrir e experimentar. Portanto é necessário que a educação crie, construa e
proponha estratégias que atuem no esquema mental, como: brincadeiras, cinema, literatura,
pintura, escultura, entre outros.
Conclui-se que a teoria de Piaget está presente na Educação atual e contribui
significativamente para o processo de construção do conhecimento dos indivíduos. Portanto:
“O papel fundamental da escola é dar à criança oportunidades de agir sobre os objetos de
conhecimento [...], pois a criança é quem constrói o seu próprio conhecimento.”
TEMA 3
A autonomia consegue estimular a aprendizagem, a construção de conhecimentos e
ainda propiciar a crítica construtiva. Com a autonomia, é possível bloquear a heteronomia
(falta de autonomia, ou seja, a influência externa que tem poder sobre os pensamentos de
qualquer indivíduo).
Para Piaget a educação pode ser pensada como um processo que objetiva a “autonomia
do sujeito”. No período sensório-motor (0 a 2 anos) inicia-se o egocentrismo inconsciente,
onde os bebês exploram o seu próprio corpo e o meio através dos esquemas motores. No
período pré-operatório (2 a 7 anos) surge a aparição da linguagem, onde as crianças formam
seu pensamento lúdico, ou seja, misturam os pensamentos da realidade com os da fantasia. O
período operatório concreto (7 a 11 anos) destaca-se pelo pensamento lógico da criança, ela
consegue pensar antes de agir. No período operatório formal (11 a 15 anos) os adolescentes
conseguem refletir sobre situações hipotéticas de maneira lógica, tornando-se capaz de pensar
nos seus próprios pensamentos.
Então podemos compreender que a autonomia é adquirida conforme o tempo, a
maturidade e o conhecimento de cada indivíduo. A partir do período sensório-motor as
crianças já precisam da presença de um intermediário para o desenvolvimento, tendo como
sujeitos principais a educação e o professor. O professor tem o papel de auxiliar os alunos a
pensarem, questionarem e debaterem para obter o seu próprio ponto de vista, construindo
assim a “autonomia do sujeito”. Ele também precisa mostrar aos alunos que é necessário
respeitar todas as diferenças, mostrar que existem diversas maneiras de aprender e de
demonstrar um mesmo conhecimento.

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