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TOPOGRAFIA: A palavra TOPOGRAFIA tem sua origem na escrita grega, onde

TOPOS significa lugar e GRAPHEN significa descrição. Desta maneira pode-se dizer que a
TOPOGRAFIA é a ciência que trata do estudo da representação detalhada de uma porção da
superfície terrestre.

FINALIDADE DA TOPOGRAFIA: Determinar o contorno, dimensão e


posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, do fundo dos mares ou do
interior de minas, desconsiderando a curvatura resultante da esfericidade da Terra
NORMALIZAÇÃO: A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o
órgão responsável pela normalização técnica no país, tendo sido fundada em 1940 para
fornecer a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

NBR 10068 - Folha de desenho, leiaute e dimensões: Esta Norma padroniza as


características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas a serem aplicadas em
todos os desenhos técnicos.
SIMBOLOGIAS UTILIZADAS NA TOPOGRAFIA
NBR 13133/1994
DIFERENÇA ENTRE GEODÉSIA E TOPOGRAFIA: A Topografia
tem por finalidade mapear uma pequena porção daquela superfície (área de raio até 30km),
a Geodésia, tem por finalidade, mapear grandes porções desta mesma superfície, levando
em consideração as deformações devido à sua esfericidade. Portanto, pode-se afirmar que a
Topografia, menos complexa e restrita, é apenas um capítulo da Geodésia, ciência muito
mais abrangente.

REPRESENTAÇÃO TOPOGRÁFICA: A porção da superfície terrestre,


levantada topograficamente, é representada através de uma Projeção Ortogonal Cotada e
denomina-se Superfície Topográfica.
TOPOGRAFIA É DIVIDIDA EM: TOPOLOGIA E
TOPOMETRIA

TOPOLOGIA: Tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e das leis
que regem o seu modelado.

TOPOMETRIA: estuda os processos clássicos de medição de distâncias, ângulos e


desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições relativas de pontos. Pode ser dividida
em planimetria e altimetria.
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO PLANIMÉTRICO:
Compreendendo o conjunto de operações necessárias para a determinação de pontos e
feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência através de
suas coordenadas X e Y (representação bidimensional).
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ALTIMÉTRICO:
Compreendendo o conjunto de operações necessárias para a determinação de pontos e
feições do terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de referência,
terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de nível através de
suas coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional).
OBS: Ao conjunto de métodos abrangidos pela planimetria e pela altimetria dá-se o nome
de TOPOMETRIA (mais conhecida como PLANIALTIMETRIA).
A TOPOGRAFIA é a base para diversos trabalhos de Engenharia, onde o
conhecimento das formas e dimensões do terreno é importante. Alguns exemplos de
aplicação:

 PROJETOS E EXECUÇÃO DE ESTRADAS;


 GRANDES OBRAS DE ENGENHARIA, COMO PONTES, VIADUTOS, TÚNEIS, PORTOS, ETC.;
 LOCAÇÃO DE OBRAS;
 TRABALHOS DE TERRAPLENAGEM;
 MONITORAMENTO DE ESTRUTURAS;
 PLANEJAMENTO URBANO;
 IRRIGAÇÃO E DRENAGEM;
 REFLORESTAMENTOS;
MODELOS TERRESTRES: Indica o estudo da forma e dimensão da Terra,
podemos considerar (4) quatro tipos de superfície ou modelo para a sua representação. São
eles:
MODELO REAL: Este modelo permitiria a representação da Terra tal qual ela se
apresenta na realidade, ou seja, sem as deformações que os outros modelos apresentam.

MODELO GEOIDAL: Permite que a superfície terrestre seja representada por


uma superfície fictícia definida pelo prolongamento do nível médio dos mares (N.M.M.).

MODELO ELIPSOIDAL: É o mais usual de todos os modelos que serão


apresentados. Nele, a Terra é representada por uma superfície gerada a partir de um
elipsóide de revolução, com deformações relativamente maiores que o modelo geoidal.
MODELO ESFÉRICO: Este é um modelo bastante simples, onde a Terra é
representada como se fosse uma esfera. O produto desta representação, no entanto, é o
mais distante da realidade, ou seja, o terreno representado segundo este modelo apresenta-
se bastante deformado no que diz respeito à forma das suas feições e à posição relativa das
mesmas. Um exemplo deste tipo de representação são os globos encontrados em livrarias e
papelarias.
MODELO PLANO: Considera-se a porção da Terra em estudo com sendo plana. Essa
simplificação é bastante utilizada pela Topografia. Entretanto, esta aproximação é válida
dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos topográficos face aos erros
decorrentes destas simplificações, logo, este plano tem suas dimensões limitadas. Tem-se
adotado como limite para este plano na prática a dimensão de 20 a 30 km. A NRB 13133
(Execução de Levantamento Topográfico) que admite um plano com até aproximadamente
80 km
Uma vez que a Topografia busca representar um conjunto de pontos no plano é necessário
estabelecer um sistema de coordenadas cartesianas para a representação dos mesmos.
Este sistema pode ser caracterizado da seguinte forma: Eixo Z: materializado pela vertical
do lugar (linha materializada pelo fio de prumo); Eixo Y: definido pela meridiana (linha
norte-sul magnética ou verdadeira); Eixo X: sistema dextrógiro (formando 90º na direção
leste).
Em alguns casos, o eixo Y pode ser definido por uma direção notável do terreno, como o
alinhamento de uma rua, por exemplo,
EFEITO DA CURVATURA NA DISTÂNCIA E ALTIMETRIA
A seguir é demonstrado o efeito da curvatura nas distâncias e na altimetria. Na figura
abaixo tem-se que S é o valor de uma distância considerada sobre a Terra esférica e S´ a
projeção desta distância sobre o plano topográfico.
EIXO DA TERRA: é a reta que une o pólo Norte ao pólo Sul e em torno do qual a
Terra gira. (Movimento de Rotação). Equador: é o círculo máximo da Terra, cujo plano é
normal à linha dos pólos.
VERTICAL DO LUGAR: é a linha que passa por um ponto da superfície
terrestre, em direção ao centro do planeta. Esta linha é materializada pelo “fio de prumo”
dos equipamentos de medição, teodolito, prumo de centro etc.

PARALELOS: são os círculos cujos planos são paralelos ao plano do equador. Os


Paralelos mais importantes são: Trópico de Capricórnio e Trópico de Câncer.

MERIDIANOS: são as seções elípticas cujos planos contém a linha dos pólos e que
são normais aos paralelos.

LATITUDE: de um ponto da superfície terrestre é o ângulo formado entre o paralelo


deste ponto e o plano do EQUADOR. Sua contagem é feita com origem no equador e varia
de 0 a 90 graus, positivamente para o norte (N) e negativamente para o sul (S).
Em diversos trabalhos a Topografia está presente na etapa de planejamento e projeto,
fornecendo informações sobre o terreno; na execução e acompanhamento da obra;
realizando locações e fazendo verificações métricas; e finalmente no monitoramento da
obra após a sua execução, para determinar, por exemplo, deslocamentos de estruturas.
SISTEMAS DE COORDENADAS: Um dos principais objetivos da
Topografia é a determinação de coordenadas relativas de pontos. Para tanto, é necessário
que estas sejam expressas em um sistema de coordenadas. São utilizados basicamente dois
tipos de sistemas para definição unívoca da posição tridimensional de pontos: sistemas de
coordenadas cartesianas e sistemas de coordenadas esféricas.
SISTEMAS DE COORDENADAS CARTESIANAS: Quando se
posiciona um ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao mesmo.
Estas coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a um sistema de coordenadas.
Existem diversos sistemas de coordenadas, alguns amplamente empregados em Geometria
e Trigonometria, por exemplo. Estes sistemas normalmente representam um ponto no
espaço bidimensional ou tridimensional.
No espaço bidimensional, um sistema bastante utilizado é o sistema de coordenadas
retangulares ou cartesianas. Este é um sistema de eixos ortogonais no plano, constituído de
duas retas orientadas X e Y, perpendiculares entre si (figura 1.2). A origem deste sistema é o
cruzamento dos eixos X e Y.
Um ponto é definido neste sistema através de uma coordenada denominada abscissa
(coordenada X) e outra denominada ordenada (coordenada Y). Uma das notações P(x, y) ou
P= (x, y) é utilizada para denominar um ponto P com abscissa x e ordenada y. Apresenta-se
um sistema de coordenadas, cujas coordenadas da origem são O (0,0). Nele estão
representados os pontos A(10,10), B(15,25) e C(20,-15).
Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no espaço tridimensional é
caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados,
mutuamente perpendiculares, as quais se interceptam em um único ponto, denominado de
origem. A posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas coordenadas
cartesianas retangulares (x, y, z)
LATITUDE ASTRONÔMICA: (Φ): é o arco de meridiano contado desde o
equador até o ponto considerado, sendo, por convenção, positiva no hemisfério Norte e
negativa no hemisfério Sul. - Longitude Astronômica (Λ): é o arco de equador contado
desde o meridiano de origem (Greenwich) até o meridiano do ponto considerado. Por
convenção a longitude varia de 0º a +180º no sentido leste de Greenwich e de 0º a -180º
por oeste de Greenwich.
LONGITUDE: de um ponto da superfície terrestre é o ângulo formado entre o

meridiano de origem, conhecido por Meridiano de GREENWICH (na Inglaterra), e


o meridiano do lugar (aquele que passa pelo ponto em questão). Sua contagem é feita de
0 a 180 graus, positivamente para oeste (W ou O) e negativamente para leste (E ou L).
COORDENADAS GEOGRÁFICAS: Éo nome dado aos valores de
LATITUDE e LONGITUDE que definem a posição de um ponto na superfície
terrestre. Estes valores dependem do elipsóide de referência utilizado para a projeção do
ponto em questão.
MODELO PLANO (MODELO DE PROJEÇÃO): Considera a
porção da Terra em estudo como sendo plana. É a simplificação utilizada pela Topografia.
Esta aproximação é válida dentro de certos limites e facilita bastante os cálculos
topográficos, onde:

•Eixo Z: Definido pela vertical do lugar (linha materializada pelo fio de prumo)
•Eixo Y: Definido pela meridiana (linha norte-sul magnética ou verdadeira)
•Eixo X: Definido e formando em angulo de 90º na direção leste).
ALTITUDE/COTA: Quando as distâncias verticais são referidas à superfície
média dos mares (NÍVEL VERDADEIRO) são chamadas de ALTITUDES. Se forem referidas à
N.M.M.
superfície de nível arbitrária, acima ou abaixo do são chamadas de COTAS.
(NÍVEL APARENTE) O Nível Médio dos Mares coincide com a superfície GEOIDAL.
PLANIMETRIA: Operação que tem por finalidade a determinação, no terreno, dos
dados necessários à representação em plano horizontal, da forma e da posição relativas
utilizando pontos cotados.
CURVA DE NIVEL: As curvas de nível dão informações de altitudes. No
entanto, a sua configuração nos dá informações muito precisas do relevo.
AS CURVAS DE NÍVEL E OS PRINCIPAIS ACIDENTES
GEOGRÁFICOS NATURAIS: Depressão e Elevação: como na figura a seguir
(GARCIA, 1984), são superfícies nas quais as curvas de nível de maior valor envolvem as de
menor no caso das depressões e vice-versa para as elevações.
COLINA, MONTE E MORRO: segundo ESPARTEL (1987), a primeira é
uma elevação suave, alongada, coberta de vegetação e com altura entre 200 a 400m. A
segunda é uma elevação de forma variável, abrupta, normalmente sem vegetação na parte
superior e com altura entre 200 a 300m. A terceira é uma elevação semelhante ao monte,
porém, com altura entre 100 e 200m. Todas aparecem isoladas sobre o terreno. Espigão:
constitui-se numa elevação alongada que tem sua origem em um contraforte. Figura de
DOMINGUES (1979).
CORREDOR: faixa de terreno entre duas elevações de grande extensão. Figura de
GARCIA e PIEDADE (1984).
TALVEGUE: linha de encontro de duas vertentes opostas (pela base) e segundo a
qual as águas tendem a se acumular formando os rios ou cursos d’água. Figura de
DOMINGUES (1979).
VALE: superfície côncava formada pela reunião de duas vertentes opostas (pela base).
Segundo DOMINGUES (1979) e conforme figura abaixo, podem ser de fundo côncavo, de
fundo de ravina ou de fundo chato. Neste, as curvas de nível de maior valor envolvem as
de menor.
DIVISOR DE ÁGUAS: linha formada pelo encontro de duas vertentes opostas
(pelos cumes) e segundo a qual as águas se dividem para uma e outra destas vertentes.
Figura de DOMINGUES (1979).
CONSTRUÇÃO DE UM PERFIL TOPOGRÁFICO: Às vezes, é
necessário observar detalhadamente a variação do relevo de um terreno. Para isso, deve-
se construir um perfil topográfico. Com base nas curvas de nível podemos construir perfis
topográficos do relevo. O perfil topográfico é uma representação gráfica de um corte
vertical do terreno.
NIVELAMENTO: Chama-se genericamente de “Nivelamento”, as operações que
se executam em uma determinada região, nas quais colhem-se dados com o objetivo de se
determinar à diferença de nível de pontos da superfície em relação a outros.
LANCE ÚNICO: Na medição da distância horizontal entre os pontos A e B,
procura-se, na realidade, medir a projeção de AB no plano horizontal, resultando na
medição de A’B’,
Na figura abaixo é possível identificar a medição de uma distância horizontal utilizando
uma trena, bem como a distância inclinada e o desnível entre os mesmos pontos.
VÁRIOS LANCES - Pontos Visíveis Quando não é possível medir a distância entre
dois pontos utilizando somente uma medição com a trena (quando a distância entre os
dois pontos é maior que o comprimento da trena), costuma-se dividir a distância a ser
medida em partes, chamadas de lances. A distância final entre os dois pontos será a
somatória das distâncias de cada lance. A execução da medição utilizando lances é descrita
a seguir.

Analisando a seguir, o balizeiro de ré (posicionado em A) orienta o balizeiro intermediário,


cuja posição coincide com o final da trena, para que este se mantenha no alinhamento AB.
CUIDADOS NA MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS: A
qualidade com que as distâncias são obtidas depende, principalmente de: - acessórios; -
cuidados tomados durante a operação, tais como: - manutenção do alinhamento a medir; -
horizontalidade da trena; - tensão uniforme nas extremidades. A tabela a seguir, apresenta
a precisão que é obtida quando se utiliza trena em um levantamento, considerando-se os
efeitos da tensão, temperatura, horizontalidade e alinhamento.
MEDIDA DIRETA DE DISTÂNCIAS: A medida de distâncias de forma
direta ocorre quando a mesma é determinada a partir da comparação com uma grandeza
padrão, previamente estabelecida, através de trenas e outros equipamentos destinados a
medição.
TRENA DE FIBRA DE VIDRO: A trena de fibra de vidro é feita de
material resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por processos especiais).
A figura a seguir ilustra alguns modelos de trenas. Estes equipamentos podem ser
encontrados com ou sem envólucro, os quais podem ter o formato de uma cruzeta, ou
forma circular e sempre apresentam distensores (manoplas) nas suas extremidades. Seu
comprimento varia de 20 a 50 m (com envólucro) e de 20 a 100 m (sem envólucro).
Comparada à trena de lona, deforma menos com a temperatura e a tensão, não se
deteriora facilmente e é resistente à umidade e a produtos químicos, sendo também
bastante prática e segura..
Durante a medição de uma distância
utilizando uma trena, é comum o uso de
alguns acessórios como: piquetes, estacas
testemunhas, balizas e níveis de
cantoneira.
PIQUETES: Os piquetes são necessários para marcar convenientemente os extremos
do alinhamento a ser medido.
Estes apresentam as seguintes características:

-fabricados de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície no topo plana;


-assinalados (marcados) na sua parte superior com tachinhas de cobre, pregos ou outras
formas de marcações que sejam permanentes;
-comprimento variável de 15 a 30 cm (depende do tipo de terreno em que será realizada a
medição); - diâmetro variando de 3 a 5 cm;
- é cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5 cm) deve permanecer visível, sendo
que sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.
ESTACAS TESTEMUNHAS: São utilizadas para facilitar a localização dos
piquetes, indicando a sua posição aproximada. Estas normalmente obedecem as seguintes
características: - cravadas próximas ao piquete, cerca de 30 a 50 cm; - comprimento
variável de 15 a 40 cm; - diâmetro variável de 3 a 5 cm; - chanfradas na parte superior para
permitir uma inscrição, indicando o nome ou número do piquete. Normalmente a parte
chanfrada é cravada voltada para o piquete,
BALIZAS: São utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos,
quando há necessidade de se executar vários lances. Características: - construídas em
madeira ou ferro, arredondado, sextavado ou oitavado; - terminadas em ponta guarnecida
de ferro; - comprimento de 2 m; - diâmetro variável de 16 a 20 mm; - pintadas em cores
contrastantes (branco e vermelho ou branco e preto) para permitir que sejam facilmente
visualizadas à distância; Devem ser mantidas na posição vertical, sobre o ponto marcado
no piquete, com auxílio de um nível de cantoneira.
NÍVEL DE CANTONEIRA: Equipamento em forma de cantoneira e dotado
de bolha circular que permite ao auxiliar segurar a baliza na posição vertical sobre o
piquete ou sobre o alinhamento a medir
ESCALA: É comum em levantamentos topográficos a necessidade de representar no
papel certa porção da superfície terrestre, para que isto seja possível, teremos que
representar as feições levantadas em uma escala adequada para os fins do projeto.

PRINCIPAIS ESCALAS E SUAS APLICAÇÕES: A seguir encontra-se


uma tabela com as principais escalas utilizadas por engenheiros e as suas respectivas
aplicações:
ESCALA GRÁFICA: É utilizada para facilitar a leitura de um mapa, consistindo-
se em um segmento de reta dividido de modo a mostrar graficamente a relação entre as
dimensões de um objeto no desenho e no terreno. Por exemplo, seja um mapa na escala
1:4000. Deseja-se desenhar um retângulo no mapa que corresponda a 100 metros no
terreno.
APLICAÇÃO: Para a construção de uma escala gráfica a primeira coisa a fazer é
conhecer a escala do mapa. Por exemplo, seja um mapa na escala 1:4000. Deseja-se
desenhar um retângulo no mapa que corresponda a 100 metros no terreno. Aplicando os
conhecimentos mostrados anteriormente deve-se desenhar um retângulo com 2,5
centímetros de comprimento:
D = distância do terreno – 100 x 100 cm = 10.000 m
d = distância do desenho – valor a ser encontrado em (cm)
M = denominador da escala - 4000
Isto é uma escala gráfica, embora bastante simples. É comum desenhar-se mais que um
segmento (retângulo), bem como indicar qual o comprimento no terreno que este segmento
representa, conforme mostra a figura a seguir.
TAQUEOMETRIA OU ESTADIMETRIA: As observações de campo
são realizadas com o auxílio de teodolitos. Os teodolitos serão descritos com mais
propriedade no capítulo Medidas de Ângulos. Com o teodolito realiza-se a medição do
ângulo vertical ou ângulo zenital (figura 5.9), o qual, em conjunto com as leituras
efetuadas, será utilizado no cálculo da distância.
LEVANTAMENTO DE UMA POLIGONAL: É um dos métodos mais
empregados para a determinação de coordenadas de pontos em Topografia,
principalmente para a definição de pontos de apoio planimétricos. Uma poligonal consiste
em uma série de linhas consecutivas onde são conhecidos os comprimentos e direções,
obtidos através de medições em campo.
AS ESTÁDIAS, OU MIRAS ESTADIMÉTRICAS: são réguas
graduadas centimetricamente, ou seja, cada espaço branco ou preto corresponde a um
centímetro. Os decímetros são indicados ao lado da escala centimétrica (no caso do
exemplo a seguir o número 1 corresponde a 1 decímetro, ou 10 cm), localizados próximo ao
meio do decímetro correspondente (5 cm). A escala métrica é indicada com
Na dedução da fórmula para o cálculo da distância através de taqueometria é necessário
adotar uma mira fictícia, já que a mira real não está perpendicular à linha de visada.

Tal artifício é necessário para poder se efetuar os cálculos e chegar à fórmula desejada.
Adotando-se:

Ângulo Zenital: Z ;
Ângulo Vertical: V ;
Distância Horizontal: Dh ;
Distância Inclinada: Di ;

Número Gerador da Mira Real:


G (G = Leitura Superior - Leitura Inferior);
Número Gerador da Mira Fictícia: G’.
MEDIÇÃO ELETRÔNICA DE DISTÂNCIAS: A medição de
distâncias na Topografia e na Geodésia, sempre foi um problema, devido ao tempo
necessário para realizá-la e também devido à dificuldade de se obter boa precisão.
Baseados no princípio de funcionamento do RADAR, surgiram em 1948 os Geodímetros e
em 1957 os Telurômetros, os primeiros equipamentos que permitiram a medida indireta
das distâncias, utilizando o tempo e a velocidade de propagação da onda eletromagnética.
ÂNGULOS HORIZONTAIS E VERTICAIS: Uma das operações
básicas em Topografia é a medição de ângulos horizontais e verticais. Na realidade, no caso
dos ângulos horizontais, direções são medidas em campo, e a partir destas direções são
calculados os ângulos. Para a realização destas medições emprega-se um equipamento
denominado de teodolito.
ÂNGULO HORIZONTAL: ângulo formado por dois planos verticais que
contém as direções formadas pelo ponto ocupado e os pontos visados. É medido sempre
na horizontal, razão pela qual o teodolito deve estar devidamente nivelado.
ÂNGULO VERTICAL (V): é o ângulo formado entre a linha do horizonte
(plano horizontal) e a linha de visada, medido no plano vertical que contém os pontos
(figura 6.4). Varia de 0º a + 90º (acima do horizonte) e 0º a - 90º (abaixo do horizonte)..
ÂNGULO ZENITAL (Z): ângulo formado entre a vertical do lugar (zênite) e a
linha de visada (figura 6.5). Varia de 0º a 180º, sendo a origem da contagem o zênite.
Durante um levantamento topográfico, normalmente são determinados pontos de apoio
ao levantamento (pontos planimétricos, altimétricos ou planialtimétricos), e a partir
destes, são levantados os demais pontos que permitem representar a área levantada. A
primeira etapa pode ser chamada de estabelecimento do apoio topográfico e a segunda
de levantamento de detalhes.

De acordo com a NBR 13133 (ABNT 1994, p.4) os pontos de apoio são definidos por:
“pontos, convenientemente distribuídos, que amarram ao terreno o levantamento
topográfico e, por isso, devem ser materializados por estacas, piquetes, marcos de
concreto, pinos de metal, tinta, dependendo da sua importância e permanência.”
A POLIGONAÇÃO: É um dos métodos mais empregados para a determinação
de coordenadas de pontos em Topografia, principalmente para a definição de pontos de
apoio planimétricos. Uma poligonal consiste em uma série de linhas consecutivas onde são
conhecidos os comprimentos e direções, obtidos através de medições em campo.

O levantamento de uma poligonal é realizado através do método de caminhamento,


percorrendo-se o contorno de um itinerário definido por uma série de pontos, medindo-se
todos os ângulos, lados e uma orientação inicial.

A partir destes dados e de uma coordenada de partida, é possível calcular as coordenadas


de todos os pontos que formam esta poligonal.
Utilizando-se uma poligonal é possível definir uma série de pontos de apoio ao
levantamento topográfico, a partir dos quais serão determinadas coordenadas de outros
pontos, utilizando, por exemplo, o método de irradiação a ser visto posteriormente.
POLIGONAL FECHADA: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e
retorna ao mesmo ponto. Sua principal vantagem é permitir a verificação de erro de
fechamento angular e linear.
POLIGONAL ENQUADRADA: parte de dois pontos com coordenadas
conhecidas e acaba em outros dois pontos com coordenadas conhecidas. Permite a
verificação do erro de fechamento angular e linear.
POLIGONAL ABERTA: parte de um ponto com coordenadas conhecidas e
acaba em um ponto cujas coordenadas deseja-se determinar (figura 9.4). Não é possível
determinar erros de fechamento, portanto devem-se tomar todos os cuidados necessários
durante o levantamento de campo para evitá-los.
LEVANTAMENTO DA POLIGONAL: Um dos elementos necessários
para a definição de uma poligonal são os ângulos formados por seus lados. A medição
destes ângulos pode ser feita utilizando técnicas como pares conjugados, repetição ou
outra forma de medição de ângulos. Normalmente são determinados os ângulos externos
ou internos da poligonal. É possível ainda realizar a medida dos ângulos de deflexão dos
lados da poligonal .
Ângulos de deflexão de uma poligonal fechada. No texto a seguir, o sentido de
caminhamento para o levantamento da poligonal será considerado como sendo o sentido
horário. Dois conceitos importantes, a saber: estação RÉ VANTE
e estação . No
sentido de caminhamento da poligonal, a estação anterior a estação ocupada denomina-se
de estação RÉ e a estação seguinte de VANTE
ESTAÇÕES TOTAIS: De maneira geral pode-se dizer que uma estação total nada
mais é do que um teodolito eletrônico (medida angular e medida linear) e um processador
matemático, associados em um só conjunto. A partir de informações medidas em campo,
como ângulos e distâncias, uma estação total permite obter outras informações como:

 Distância reduzida ao horizonte (distância horizontal);


 Desnível entre os pontos (ponto “a” equipamento, ponto “b” refletor;
 Coordenadas dos pontos ocupados pelo refletor, a partir de uma orientação prévia.
ESTAÇÕES TOTAIS: De maneira geral pode-se dizer que uma estação total nada
mais é do que um teodolito eletrônico (medida angular e medida linear) e um processador
matemático, associados em um só conjunto. A partir de informações medidas em campo,
como ângulos e distâncias, uma estação total permite obter outras informações como:

 Distância reduzida ao horizonte (distância horizontal);


 Desnível entre os pontos (ponto “a” equipamento, ponto “b” refletor;
 Coordenadas dos pontos ocupados pelo refletor, a partir de uma orientação prévia.
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE UM LOTE: Executada a
limpeza do terreno e considerando que os projetos serão elaborados para um determinado
terreno, é necessário que se tenha as medidas corretas do lote, pois nem sempre as
medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais.

LOTE REGULAR: Geralmente em forma de retângulo, bastando portanto medir


os seus "quatro" lados, e usar o valor médio, caso as medidas encontradas forem diferentes
as da escritura.
LOTE RETANGULAR: Medir os quatro lados
LOTE IRREGULAR: Medir os quatro lados e as duas diagonais
LOTE IRREGULAR: Neste caso, a medição da diagonal se torna imperfeita
devido a grande distância. Convém utilizar um ponto intermediário "A" diminuindo assim o
comprimento da diagonal
LOTE COM UM OU MAIS LIMITES EM CURVA: Para se
levantar o trecho em curva, o mais preciso será a medição da corda e da flecha (central).
Nestes casos devemos demarcar as divisas retas até encontrarmos os pontos do início e fim
da corda. Medir a corda e a flecha no local. E com o auxílio de um desenho (realizado no
escritório) construir a curva a partir da determinação do centro da mesma utilizando a
flecha e a corda
TERRAPLANGEM: Terraplenagem é a operação destinada a conformar o
terreno existente aos gabaritos definidos em projeto. De maneira geral ela engloba os
serviços de CORTE (escavação de materiais) e de ATERRO
(deposição e
compactação de materiais escavados). A conjugação desses dois serviços tem por finalidade
proporcionar condições geométricas compatíveis com o volume e tipo dos veículos que irão
utilizar a rodovia. Proporcionar condições geométricas compatíveis com o volume e tipo de
veículos

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
CLASSE DE PROJETO
Projeto de terraplenagem:
Geometria da estrada (planta e perfil longitudinal)
Seções transversais

REDE HIDROGRÁFICA
alturas mínimas em regiões de cheias
obras de arte em travessias de cursos d’água

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
MOVIMENTAÇÃO DE TERRA
Custo significativo em relação ao custo total da estrada

EQUILÍBRIO ENTRE OS VOLUMES DE CORTE E ATERRO


Procura-se compensar cortes e aterros
Minimizar empréstimos e/ou bota-fora

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
SEÇÃO TRANSVERSAL

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
ÁREA DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
ÁREA DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
Perfil longitudinal
Divisão da área em figuras geométricas (trapézios)

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
SIMPLIFICAÇÃO:
Variação linear do terreno entre seções consecutivas
Aceitável quando a distância entre estacas é igual a 20 m
3 tipos de seções:

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
SEÇÕES MISTAS

Áreas de corte e aterro são calculados separadamente

https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/a9_p2_terraplenagem.pdf
VOLUME DE TERRA
Somar uma série de volumes compreendidos entre duas seções consecutivas
EMPOLAMENTO E CONTRAÇÃO DO SOLO
Ao escavar o solo, a terra fica solta e passa a ocupar mais espaço. Esse efeito é conhecido
como empolamento e é expresso em porcentagem. É importante conhecer esse fenômeno
para planejar os equipamentos, principalmente de transporte, e também a produtividade.
caso o volume de corte do solo. O oposto do empolamento é a contração. Ou seja, o quanto
a terra ocupa a menos de volume quando compactada. Nesse caso, o volume final é inferior
ao que a terra ocupava no corte.

http://www.construplena.com.br/noticia.php?id=16#:~:text=1.,%22E%22%20%C3%A9%20o%20empolamento.
I. Uma obra que necessite escavar 50 m3 de terra, medido pelo serviço de topografia.
O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir o transporte, o que é
calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que "Vc" é o volume medido no corte; e "E"
é o empolamento. Vs = Vc (1 + E)

II. Para exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa de empolamento de
25%. Para realizar a conta, transforme a porcentagem em 0,25. A conta fica assim:

Vs = 50 X 0,25 = 12,50
Vs = 50 + 12,50 = 62,50 m3

Vs= 62,50 m3 – volume de terra solta

III. Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50 m3 no corte,


aumentará para 62,50 m³
http://www.construplena.com.br/noticia.php?id=16#:~:text=1.,%22E%22%20%C3%A9%20o%20empolamento.
A contração ocorre quando o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1 m3 de solo
(medido no corte) contrai para 0,9 m3 no aterro após compactação, a redução volumétrica
é de 10%.
Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um aterro com 50 m3 - e
considerando redução volumétrica de 10% - vamos utilizar a seguinte fórmula: Vc = Va/C

Onde:
Vc = Volume de terra medido no corte
Va = Volume compactado no aterro

C = Contração (se a redução volumétrica é de 10%, a contração é de 90%) Aplicando a


fórmula, lembre-se de mudar a porcentagem. Assim: 90% = 0,90. Portanto:
Vc = 50 ÷ 0,90
Vc = 55,55 m3

http://www.construplena.com.br/noticia.php?id=16#:~:text=1.,%22E%22%20%C3%A9%20o%20empolamento.
Se também quiser saber o volume de terra solta a ser transportada - usando a mesma taxa
de empolamento de 25% -, basta utilizar, novamente, a fórmula:

Vs = Vc (1 + E) Vs = Vc (1 + E) Vs = 55,55 m3 (1 + 0,25) Vs = 55,55 m3 x 1,25 Volume de terra


solta = 69,4 m3

Conclui-se, portanto, que para fazer um aterro com volume final de 50 m³ é necessário
escavar 55,55 m3 e transportar 69,4 m3 de terra.

http://www.construplena.com.br/noticia.php?id=16#:~:text=1.,%22E%22%20%C3%A9%20o%20empolamento.

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