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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRRJ

Campus – Nova Iguaçu – Instituto Multidisciplinar


Departamento de História

Curso: Licenciatura em História


Semestre: 2021.1
Disciplina: História do Brasil IV
Professor: Surama Conde de Sá Pinto

Danilo Vieira da Silva – 2018705121

Título:
RESENHA CRÍTICA – METAMORFOSES DO ESTADO BRASILEIRO NO FINAL
DO SÉCULO XX – BRASILIO SALLUM JR

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SALLUM JR, Brasilio. Metamorfose do Estado Brasileiro no final do Século XX. Rev. bras.
Ci. Soci. São Paulo. V.18, n. 52, pp. 35-54.

O artigo “Metamorfoses do Estado Brasileiro no Final do século XX”, (2003), escrito


pelo professor titular de Sociologia da USP, Brasilio Sallum Júnior, tem como objetivo
descrever as transformações sociais e econômicas do Estado brasileiro no final do século XX,
ao ponto que, o assunto abordado seja descrito de forma clara e concisa para o entendimento
dessas mudanças que, segundo o autor, foram essenciais para um processo de instauração
democrática no Brasil.
O assunto tratado no artigo foi abordado de forma bem organizada, fazendo com que a
ideia do Sallum pudesse chegar ao seu leitor de forma flexível e ao mesmo tempo, de forma
indutiva. Fora utilizados alguns termos socioeconômicos, podendo transparecer confusão, no
entanto, é com base em teorias da sociologia política e econômica que é possível a
compreensão das metamorfoses no Estado brasileiro durante o período estudado.
Este estudo foi dividido em quatro tópicos, sendo eles: a Crise de Estado e transição
política; a Nova República: democratização e desenvolvimento; a nova hegemonia liberal e
suas consequências e por fim, liberalismo, desenvolvimentismo e democracia.
Pode-se notar ao longo do artigo a importância elaborada para cada transformação no
Brasil ao longo dos últimos anos do século XX, de modo relevante, saber pouco a pouco
como se ocorre a democratização política juntamente com a liberalização econômica é
fundamental para que seja possível compreender a estrutura social em que vivemos, contudo,
é primordial saber também que passar por mudanças acaba fazendo com que Estados passem
por crises, ou, se posso dizer em outras palavras, um processo de redescobrimento social e
econômico.
A princípio, é o que acabamos por ver, o autor nos esclarece de forma extraordinária
que, de uma perspectiva econômica, as novas transformações poderiam nos acarretar em uma
crise, esta que, para Brasilio Sallum, acabava por se basear na incapacidade do estado de
pagar as dívidas externas que ele tinha, com isso, seria necessário que o país em questão fosse
atrás de algum novo arranjo econômico. De todo modo, esta nova busca de alternativas não
parecia tão simples, já que mudanças tão drásticas poderiam acarretar numa quebra de
relações com centros econômicos e políticos mundiais e também nas próprias políticas de
relações internas do país.
Os problemas enfrentados não eram fáceis, neste contexto da década de oitenta,
aconteceu de países latinos americanos sofrerem uma diminuição na quantidade de

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empréstimos que poderiam pegar, isso ocorre por causa da política setentista, que defendia a
contenção de gastos públicos e controle monetário, acarretando com que a autonomia política
e econômica nacional fossem restringidas.
No entanto, vale ressaltar que o Enersto Geisel impulsiona a liberalização e
democratização do nosso país, deste modo, até mesmo as classes populares passam a ter uma
determinada autonomia chegando a conseguir até usufruir de materiais que eram exclusivos
da classe média. Porém, é nesse momento que há uma distinção nos movimentos, Brasilio
aponta que a política externa pensa numa economia mais ortodoxa enquanto na condição
interna do país, a premissa era ir num caminho contrário. Esse rompimento ideológico abre
uma fratura que o autor, de modo conciso, nos impulsiona a entender que os beneficiários
seriam os grandes empresários do setor privado, o que leva a base popular a não concordar.
A partir do momento em que a massa popular ganha legitimidade para se expressar,
ainda mais no período setentista que era dominado pelo regime militar, uma
descontentamento fica inerente, com isso, a legitimidade do estado diminui e ele se vê
obrigado a aceitar os movimentos populares que desencadearam o diretas já, um movimento
da massa que exige uma democratização, pois, não há democracia sem a participação popular,
nem tão pouco há participação popular sem ter a liberdade de expressar uma vontade coletiva.
Apesar dos movimentos populares, o regime militar acaba por conseguir o
impedimento no congresso nacional para que não se inicie o diretas já, esse movimento, de
certo modo, retrai um pouco a quebra de hegemonia que o estado estava tendo. Então vemos
que as massas não conseguem o direito de escolher o seu presidente, é com esse impedimento
na participação política que o autor irá discorrer dizendo que, “[...] a oposição política,
minoritária no Colégio Eleitoral, só teve condições efetivas de vencer moderando suas
ambições e efetuando um pacto político com dissidentes do regime autoritário.” (SALLUM,
2003, p.38)
Contudo, é nessa disputa eleitoral entre Tancredo Neves e Paulo Maluf que o
candidato da aliança democrática acaba por se sair vitorioso, respectivamente, esses nomes
defendiam ideias políticas como propostas desenvolvimentistas aliadas aos empresários
industriais, enquanto do outro lado, havia um projeto neoliberal. Neste contexto, ficou claro
qual era o interesse das elites políticas dominantes e também os rumos para o futuro, tal qual,
iria prezar em construir uma nova república que seria baseada numa democracia plena e que
não limitasse os movimentos sociais e que, em sua base econômica, optasse por uma
economia nacional desenvolvimentista que pudesse crescer economicamente tendo como base
uma redistribuição de renda.

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É importante ressaltar que, apesar do Tancredo Neves ter ganho a eleição ele não é
empossado e quem assume é o seu vice, José Sarney. Deste modo, inicia-se uma nova
república fundando finalmente, um ideal democrático e desenvolvimentista. E é nesse período
em que alguns limites políticos que eram usados como base desde a época de Vargas vão se
dissolvendo e dando espaço para as classes populares, estas que começam a ser reconhecidas
como agentes políticos, além disso, nesse novo modo de Estado, há uma expansão dos
direitos básicos. Para citar alguns exemplos de mudança, eles foram: eleições diretas, em dois
turnos, para a presidência da república; eleições diretas nas capitais dos estados; representação
política para o Distrito Federal na Câmara dos Deputados e no Senado Federal; direito de voto
aos analfabetos; liberdade de organização partidária, entre outros.
Para além dessas mudanças, ocorrem outras no meio trabalhista que acabam por
englobar ainda mais a classe popular como agente de ação, isto é, começam a surgir mais
organizações sindicais por haver um menor controle governamental nas participações
trabalhistas. Isto faz com que essa nova república funcione com a participação de várias
classes sociais, incluindo a classe baixa, que assim se aproveitaram para lutar por seus direitos
e seus interesses, sendo através do voto ou organizações sindicais. Esse movimento acabou
gerando um certo desconforto hierárquico, dando mais autonomia para os trabalhadores e que
nos leva a constituição de 1988.
De todo modo, o poder legislativo é ampliado juntamente com o poder judiciário, além
do que, o ministério público também sofre uma ampliação por causa da constituição de 1988.
As mudanças nos direitos sociais estavam a todo vapor, sendo trabalhador ou não, era dever
do Estado garantir tais políticas. No entanto, Sallum propõe que, mesmo chegando a um novo
processo democratizante, a nova constituição trazia molduras rígidas ao desenvolvimentismo
democratizado, pois havia uma restrição ao capital estrangeiro. Essa falta de entendimento
entre estado/mercado acaba por ampliar uma falha no governo Sarney, que acaba passando
por dificuldades de instabilidade econômica. Com isso as taxas de investimentos
internacionais diminuem, nesse mesmo período, o que antes era nossa base
desenvolvimentista também freia (empresas estatais) o que nos leva a uma inflação gigante
que substitui o desenvolvimentismo.
E é no ano de 1989 que o Brasil tem a primeira eleição depois de quase 30 anos sem
um processo democrático popular, e é durante essa disputa eleitoral que surge Fernando
Affonso Collor de Mello, que após as instabilidades vividas no governo anterior propõe novas
medidas para o Estado, que segundo Brasilio Sallum, quebra com o sentido em que a
sociedade brasileira estava caminhando naquele momento para um sentido antiestatal e

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internacionalizante. Foi durante o governo Collor de Mello que as licenças e as barreiras não
tarifárias à importação foram suspensas e as tarifas alfandegárias foram redefinidas.
O governo Collor foi, a sua maneira, uma virada para tudo que o estado brasileiro
tinha vivido até então, ele sendo o primeiro candidato eleito com diretas já, sentia-se no
direito de fazer algumas jogadas, que na visão do nosso querido autor, podem ter acarretado
no seu impeachment, no entanto, voltemos para os acontecimentos para poder sintetizar, de
fato, como seu governo se desenvolvera. Pois bem, Collor buscou a privatização de empresas
estatais que não fossem protegidas pela constituição, sobretudo em seu governo também
houve a desregulamentação das atividades econômicas, a premissa do ex-presidente era
reduzir aos poucos o papel do Estado no incentivo à indústria doméstica.
É desse modo que a antiga estratégia desenvolvimentista abordada no governo Sarney
é rompida, cuja pretensão era construir uma estrutura industrial completa e integrada, usando
o Estado como escudo protetor ante a competição externa. Apesar de constituir uma política
internacionalizante, Fernando Collor teve dificuldades em lidar com sua orientação liberal e
internacional, sua primeira equipe econômica encontrou dificuldades ante aos bancos
estrangeiros na negociação da dívida externa. É válido lembrar também sua queda de prestígio
frente ao povo, sua pretensão era sanar as dificuldades que, outrora foram criadas com a crise
de hegemonia iniciada em 1983, no entanto, apesar de suas tentativas esse problema não foi
possível de resolução.
A crise de hegemonia tem a ver com multiplicidade de poderes da classe dirigente,
consequentemente, havia um acirramento das tensões, o ex-presidente não conseguiu lidar
com as forças externas durante o seu governo, é assim que Sallum Jr, de forma cirúrgica,
aponta alguns motivos que levaram ao impeachment de Collor de Mello 1, sendo eles: a
participação do povo, pois o impeachment se tornaria posse de um instituto da democracia; a
perda do prestígio popular, o ex-presidente, em 1990, propõe o confisco da poupança; a
coalisão política entre os partidos (PMDB, PSDB e PT), sendo esses três partidos a conduzir o
processo de impeachment, entre outros.
Após ter enfrentado todas as ocasiões em suas mãos, Collor é impeachmado e isso nos
leva a uma nova propensão ideológica e econômica, se assim podemos assumir, então o Brasil
está a receber o Plano real, que segundo o nosso autor, foi senão um passo de extrema
importância para o caminha de construção para um princípio de universalidade (p.44), para
1
LIVROS 134: O IMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR – SOCIOLOGIA DE UMA CRISE, DE
BRASILIO SALLUM JR. UNIVESP. Youtube. 21 de dez. 2015. 29min26s. Disponível em: Livros 134:
O impeachment de Fernando Collor – Sociologia de uma crise, de Brasilio Sallum Jr. – YouTube.
Acesso em: 25 de out. 2021.

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Sallum Jr, seria FHC aquela a conseguir conter as forças em conflito, já que seu plano seria
regido numa forma de conservação do Estado, é então com Fernando Henrique Cardoso que
vemos a inclinação para uma vertente liberal com o seu projeto de retomada de poder e de
reconstrução do Estado.
Então no dia 1 de janeiro de 1995, os novos representantes de um sistema hegemônico
de poder estavam a assumir o comando de um Estado que se via ancorado numa moeda
provavelmente estável, o real. É bom lembrar que, essa autonomia se dá pelo fato da maioria
dos apoiadores do FHC terem ganho as eleições em seus Estados, e é assim que o novo
comando hegemônico dentro do congresso nacional poderia moldar a sociedade ao ideário
econômico liberal.
O novo ideário político de Fernando Henrique Cardoso pretendia, a grosso modo, que
o Estado transferisse quase todas as suas funções empresarias para a iniciativa privada, nesse
mesmo contexto, as finanças públicas deveriam ser equilibradas e os incentivos diretos às
companhias privadas seriam modestos; haveria também a restrição dos privilégios existentes
entre os servidores públicos; e o país deveria, de algum modo, intensificar sua articulação
com a economia mundial, embora não pudesse perder a prioridade com o Mercosul e sua
relação com os demais países da América do sul. E foi assim que o novo conjunto básico de
ideais liberais materializou-se em iniciativas que mudaram as relações anteriores entre o
mercado/estado.
Brasilio fomenta a ideia que, além de promover um conjunto de reformas
constitucionais, o governo FHC não só estimulou o congresso a aprovar a lei complementar
que regulava as concessões públicas a iniciativas privadas, mas também conseguiu a
aprovação de uma lei de proteção aos direitos de propriedade industrial e intelectual, que fora
recomendado pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Apesar dessa busca nova de
ideal, ainda vivíamos uma metamorfose no Estado brasileiro, deste modo, foi logo no
primeiro mandato do FHC que a versão do liberalismo predominou, houve nesse momento, a
sobrevalorização do câmbio e altas taxas de juros, o que produziu a estabilidade monetária,
porém, a economia brasileira foi conduzida ao desequilíbrio externo.
De todo modo, os atuais governantes do Brasil buscaram soluções para sanar tal
ocasião, foi limitado um pouco a apreciação cambial e foi acentuado a elevação dos juros com
dois objetivos complementares, refrear a atividade econômica doméstica e as importações,
consequentemente diminuindo o déficit comercial, para que assim, fosse possível atrair o
capital exterior para financiar o desequilíbrio externo do país.

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O governo FHC era baseado numa política macroeconômica 2, no entanto, aconteceram
alguns processos que acabaram por dificultar o governo de conseguir manter durante os dois
mandatos do Fernando Henrique Cardoso os seus pilares de sustentação, o que busco reiterar
é, que de acordo com Sallum, o real sofreu ataques externos com intuito de fazer o seu valor
ser perdido, isso se deu por causa de uma crise financeira acontecido no México em 1994,
mostrando a fragilidade de uma política macroeconômica. Isto é, o real é valorizado perante
ao dólar, contudo, a fragilidade externa financeira do país em nada mudou, fazendo com que o
desemprego viesse à tona, além de fazer com que o produto nacional bruto fosse restringido
ao crescimento, o que leva a uma falha na dinâmica da política macroeconômica.
É com base plena no trabalho rico e esclarecedor de Brasilio Sallum Jr que podemos
perceber o quanto o governo FHC conseguiu atingir as suas metas, ao menos, ancorado no seu
primeiro mandato, foi possível substituir o regime de câmbio semifixo e sobrevalorizado pelo
câmbio flutuante e no manejo da política monetária, Fernando Henrique Cardoso conseguiu
manter a estabilidade da moeda e apesar da estagnação em 1999 o PIB cresceu cerca de 4%
no ano 2000. Porém, a política de câmbio flutuante não conseguiu proteger a economia
totalmente, fazendo com que à dívida externa e interna crescessem.
Assim como antes vimos, a relação com prestígio popular pode consegue manter um
presidente no poder, ao menos foi desta maneira que as massas populares conseguiram se
impor como atuantes na política brasileira. É dessa maneira que podemos passar os olhos para
o governo FHC, pois no seu primeiro mandato o seu prestígio para com o povo estava nas
alturas, originado pelo fato de ter conseguido estabilizar a moeda brasileira, no entanto, já
para o segundo mandato não foi dessa forma que as coisas ocorreram, a desvalorização da
moeda em 1999 fez com que seu prestigio fosse ao declínio, não conseguindo manter a
promessa de estabilidade financeira.
É com o fim do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso que vamos para luta
eleitoral de 2002, nesse recorte não houve nenhum candidato da oposição apostando no
fundamentalismo liberal. O viés do governo anterior não foi quebrado, o Partido dos
Trabalhadores se comprometeu a manter o eixo da gestão econômica de Cardoso,
aproximando-se do centro do espectro partidário. A premissa do PT era advogar mais controle
do Estado sobre o mercado, mais incentivos as estatais para as atividades produtivas e maior
proteção do Estado para os mais pobres, mas sem que o molde liberal fosse quebrado. Isso

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Política macroeconômica é aquela que visa objetivos amplos da economia como um todo, tendo em
prol ideológico o bem estar da sociedade ligados ao crescimento econômico, ao desemprego, à
inflação e ao balanço de pagamentos.

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quer dizer que, mesmo com entrada do Partido dos Trabalhadores, não ocorreu uma ruptura
na hegemonia liberal estabelecida anos atrás.
É com essa jogada de movimentos que acontecem ao longo dos últimos 20 anos do
século XX que, Brasilio Sallum Jr reitera que, o caminho percorrido pelo Estado brasileiro em
busca de um progresso foi notável, junto com as classes médias e populares diante ao
comportamento predatório da elite, o progresso para uma sociedade mais democrática foi, ao
ser ver, notável, no entanto, mesmo com todos as mudanças, o Brasil não conseguiu escapar
das condições periféricas que se encontrava (p.50)

Notas:
1 – Aqui, Brasilio Sallum Jr dá uma entrevista a UNIVESP, com base no seu livro “O
impeachment de Fernando Collor” (2015)

2 - A definição de uma política macroeconômica, de acordo com o professor titular e


Coordenador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicado (Cepea), Geraldo
Sant’Ana de Camargo Barros.

Referência Bibliográfica:

BARROS, Geraldo Sant’Ana; Políticas Macroeconômicas. Cepae. Disponível em: <


https://www.cepea.esalq.usp.br/br/politicas-macroeconomicas.aspx#:~:text=Pol%C3%ADticas
%20macroecon%C3%B4micas%20s%C3%A3o%20aquelas%20que,infla%C3%A7%C3%A3o%2C%20ao
%20balan%C3%A7o%20de%20pagamentos.> Acesso em: 25 out. 2021

LIVROS 134: O IMPEACHMENT DE FERNANDO COLLOR – SOCIOLOGIA DE


UMA CRISE, DE BRASILIO SALLUM JR. UNIVESP. Youtube. 21 de dez. 2015.
29min26s. Disponível em: Livros 134: O impeachment de Fernando Collor – Sociologia de
uma crise, de Brasilio Sallum Jr. – YouTube. Acesso em: 25 de out. 2021

SALLUM JR,. Brasilio. Metamorfose do Estado Brasileiro no final do Século XX.


Rev. bras. Ci. Soci. São Paulo. V.18, n. 52, pp. 35-54.

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