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A história do Termômetro

A importância da observação da temperatura do corpo humano era conhecida desde a Grécia


de Hipócrates (século V a.C.). Os médicos gregos, utilizavam apenas o tato para avaliar a
temperatura de seus pacientes. Na Idade Média, a febre, era um mal sinal e considerado muito
importante na prática médica, mas ainda não existia a medição cientifica da temperatura.
Os cientistas italianos da época sugeriram a criação de algo que correspondesse à expansão de
um líquido devido à exposição ao calor. Assim, no fim do século XVI, Galileu Galilei cria o
termoscópio a ar, que media a temperatura do ambiente, que consistia em um frasco bojudo
de vidro, de gargalo fino e comprido. Ao se aquecer o frasco, o ar em seu interior se dilatava,
sendo parcialmente expelido. Em seguida, virava-se o frasco para baixo, com a boca
mergulhada numa vasilha cheia de água colorida ou álcool.
Quando o ar do frasco resfriava, voltava ao volume normal, fazendo a água subir dentro do
gargalo. Dessa forma, as mudanças na altura da coluna de água indicavam variações na
temperatura ambiente.

Em 1611 o médico italiano Santorio Santorre (1561-1636) idealizou uma escala para o
termoscópio, transformando-o no primeiro termômetro clínico de que se tem notícia. Porém
sua eficiência não correspondia a realidade concreta, pois não levava em conta a influência da
pressão atmosférica sobre o nível da água.
Durante o século XVII, vários termômetros foram construídos, mas sem nenhum rigor
científico. Por isso, as medições feitas por aparelhos diferentes não coincidiam.
Descontente com a péssima qualidade dos termômetros holandeses da época, o físico alemão
Gabriel Daniel Fahrenheit (1689-1736), fabricante de instrumentos meteorológicos em
Amsterdam fabricou um a álcool, em 1709, preciso e confiável. Na sua escala, o ponto zero era
a temperatura de uma mistura de neve e sal amoníaco, a mais baixa que ele conseguiu medir,
equivalente a -18° C; o ponto de fusão do gelo correspondia a 32 graus (0°C); e o ponto de
ebulição de água, a 212 graus (100° C).
Em 1714, ao descobrir que o mercúrio se dilata mais uniformemente do que o álcool,
Fahrenheit inventou o primeiro termômetro de mercúrio fechado a vácuo, considerando a
pressão atmosférica e o próprio ar. Então era possível dizer que o termômetro realmente
media precisamente a temperatura, e tornou-se um instrumento científico.
Ainda no século XVIII, o termômetro começou a ser usado regularmente nos hospitais e nas
universidades europeias. Um médico holandês percebeu que a temperatura corporal era tão
importante quanto o pulso para avaliar o estado de saúde de seus pacientes.
Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius (1701-1744), fez um termômetro de mercúrio
com escala de zero a cem graus, em que a temperatura normal do corpo correspondia a 36,7
graus (98,6 Fº), logo incorporado à prática médica, pois a escala centígrada é mais fácil de ser
lida.
Um problema crucial, entretanto, ainda tinha de ser vencido: impedir que o mercúrio descesse
quando o termômetro fosse retirado da boca ou da axila do paciente, para evitar erros de
leitura, para resolver a questão, outro médico escocês de Edimburgo, aprimorou, em 1852, o
termômetro, ele estava começando a estudar certas infecções dos pulmões causadas por
febres contagiosas. Para isso, as temperaturas tinham de ser medidas com muita atenção
como as medições ficassem cada vez mais constantes, às vezes tirando a temperatura de várias
pessoas ao mesmo tempo, ele idealizou um estrangulamento no tubo de vidro, logo acima do
bulbo de mercúrio.
Assim, depois que o mercúrio se dilatava, estacionava na graduação correspondente à
temperatura máxima registrada, o que permitia que ele próprio, lesse a temperatura, alguns
providenciais minutos após a medição, e para o mercúrio descer, só era preciso sacudir o
termômetro, como se faz até hoje.
No decorrer do século XX, poucas mudanças ocorreram no termômetro clínico e uma delas foi
a leitura eletrônica digital: trate-se de um termômetro comum, com um mostrador
semelhante ao de um relógio digital; alguns modelos emitem um “bip” quando é alcançada a
temperatura máxima.

ATANES, Silvio. O termômetro. Como o termômetro passou a ser usado no diagnóstico


médico. Superinteressante: 31 out 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/o-
termometro/ acesso: 16 mar 2021

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