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ALTERAÇÕES DO COTOVELO OBSERVADAS AO RAIO-X QUE INDICAM


FRATURA OCULTA: ENSAIO ICONOGRÁFICO

Poster · April 2019

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Claudio M. A. O. Lima
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ALTERAÇÕES DO COTOVELO OBSERVADAS AO RAIO-X QUE
INDICAM FRATURA OCULTA: ENSAIO ICONOGRÁFICO
Lyz Tavares de Sousa¹, Amanda Rodrigues Machado¹, Isabella Lombardi Teixeira¹, Marlon Manhães Faes¹, Miliana Silva Cruz¹, Rayssa C. S. Couto¹, Cláudio M. A. O. Lima²
1- Estudante de graduação da Faculdade de Medicina Estácio de Sá ; 2- Professor e Orientador da Universidade Estácio de Sá

Introdução
A radiologia convencional sempre foi uma importante ferramenta diagnóstica
para avaliação do trauma ósseo, não só do cotovelo mas de todo esqueleto. Seu valor é
inquestionável e a partir disso várias classificações de fraturas foram apresentadas na
literatura medica mundial.
Algumas fraturas podem permanecer ocultas, mesmo em duas incidências
radiográficas, em especial as fraturas do cotovelo, sendo de especial interesse, nestes casos,
a observação adequada das partes moles adjacentes e do posicionamento das estruturas
osseas, onde alguns sinais podem indicar fratura de um ou mais ossos do cotovelo.
Neste trabalho apresentamos algumas alterações radiográficas observadas no
cotovelo que indicam fratura oculta.
Fig. 2: Linha umeral anterior. Uma linha imaginária desenhada ao longo da frente do
úmero deve cruzar o terço médio para anterior do capítulo. Caso contrário, uma
fratura supracondiliana deve ser suspeitada.
Discussão
As fraturas supracondilares perfazem cerca de 60% de todas as fraturas nas
crianças. No adulto, a fratura mais frequente ocorre na cabeça do rádio (50%), seguidas
pelas fraturas do olecrânio (20%)(1-3).
Em um trauma de cotovelo, quando a estrutura óssea está íntegra, o médico
deve estar atento a duas coisas que indicam fratura oculta: as alterações no alinhamento dos
ossos e a presença de hemartrose ou edema de tecidos periarticulares(1-3).
Ao rever imagens do cotovelo, deve-se procurar um alinhamento adequado das
articulações (figura 1A e B). Isso envolve a avaliação de dois marcadores específicos de
alinhamento. A primeira é a linha umeral anterior. Uma linha imaginária desenhada ao Fig. 3: Linha radiocapitelar. Uma linha traçada ao longo do rádio que deve passar
longo da frente do úmero deve cruzar o terço médio para anterior do capítulo. Caso pelo meio do capítulo. Se isso não acontecer, a luxação da cabeça radial está
contrário, uma fratura supracondiliana deve ser suspeitada (figura 2). O próximo marcador presente.
de uma radiografia de cotovelo normal é a linha radiocapitelar. Uma linha traçada ao longo
do rádio que deve passar pelo meio do capítulo. Se isso não acontecer, a luxação da cabeça
radial está presente(2-4) (figura 3).
Existem três pequenas bolsas adiposas localizadas na fossa do rádio, no
processo coronóide e no olecrânio. Estas bolsas, anterior e posterior, encontram-se envoltas
ou circundadas pelas fibras da cápsula articular, que as separa do revestimento sinovial
(figura 4). A sua localização é portanto intracapsular e extrasinovial(2-4).
No trauma, a bolsa adiposa anterior sofre um deslocamento anterior e superior, enquanto a
bolsa posterior se desloca superior e posteriormente, melhor visualizada nas radiografias do
cotovelo em flexão de 90º, as quais apresentam aspecto de “vela náutica” ou seja, uma área
Fig. 4: Coxins de gordura do cotovelo. (A) coxim anterior formada pelos coxins de
lucente em forma de vela no local correspondente às bolsas adiposas (3-5).
A presença do “sinal da vela” (figura 5) indica uma fratura oculta, portanto é gordura coronoide e ulnar sobrepostos, (B) coxim de gordura do supinador, que pode
um sinal a ser valorizado no contexto do trauma. É de notar que podem surgir falsos indicar uma fratura do rádio e (C) coxim posterior, localizado profundamente na fossa
positivos ou falsos negativos, caso a aquisição da imagem não seja adequada (4-6). olecraniana e pode não ser visível em uma projeção lateral normal e bem posicionada.
O coxim adiposo posterior, quando visto frequentemente, indica alteração dentro da
articulação, como fratura ou luxação. Para demonstrar os coxins de gordura, o cotovelo
Alterações nas Radiografias deve ser posicionado em um perfil verdadeiro, ser flexionado em 90 graus e ter ótima
técnica de exposição.

Fig. 5: No trauma, a bolsa adiposa anterior sofre um deslocamento anterior e superior,


Fig. 1A enquanto a bolsa posterior se desloca superior e posteriormente, melhor visualizada
nas radiografias do cotovelo em flexão de 90º.

Fig. 1B
Fig. 6: Sinal da vela (vermelho) deslocamento coxim posterior (setas amarelas).

Referências
Conclusão
1.Donnely LF, Klostermeier TT, Klosterman LA. Traumatic elbow effusions in pediatric patients: are occult fractures the rule?. AJR Am J Roentgenol 1998;171(1):243-245.
A adequada avaliação radiográficas do cotovelo no trauma deve incluir a
2. Major NM, Crawford ST. Elbow Effusions in Trauma in Adults and Children. AJR Am J Roentgenol 2002:17892):413-418.
observação do alinhamento adequado das articulações e da integridade dos coxins
3. MOREIRA, Filipe. Radiografia do Cotovelo: O Sinal de Vela. Disponível em: <http://www.imagensderadiologia.com/cotovelo-sinal-de-vela/>. Acesso em: 7 mar. 2019. adiposos. Assim sendo, é de extrema importância que alunos de graduação de uma
4. PIÈGES DIAGNOSTIQUES DE LA TRAUMATOLOGIE DU COUDE DE L’ENFANT. Europa, nov. 2016. Faculdade de Medicina reconheçam de imediato estes sinais, utilizando e aplicando-os
5. Blumberg S, Kunkov S, Crain E, et al. The predictive value of a normal anterior fat pad sign following elbow trauma in children. Pediatr Emerg Care 2011;7:596-600.
nas emergências ortopédicas, assim determinando grandes benefícios aos pacientes
assistidos.Tais conhecimentos certamente serão utéis durante toda a sua vida médica.
6. Skaggs D, Mirzayan R. The posterior fat pad sign in association with occult fracture of the elbow in children. J Bone Joint Surg Am 1999;10:1429-1433.

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