SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. 11 ed.
Portugal: Afrontamento, 1999.
SANTOS (1999) elabora seu discurso sobre as ciências em três
momentos. No primeiro, refere-se ao paradigma dominante ou paradigma da modernidade. No segundo, destaca a crise do paradigma dominante, que estamos vivendo atualmente. No terceiro, aponta quatro aspectos ou teses essenciais de um paradigma emergente.
Segundo a visão do autor, vivemos em um tempo atônito, e se nos
voltarmos para os progressos científicos dos últimos trinta anos, nos depararemos com uma ordem tão dramática de avanços que todo o período anterior parecerá uma pré- história longínqua. No entanto, as bases desse progresso, suas concepções teóricas, foram elaboradas entre o século XVIII e os primeiros vinte anos do século XX.
Vivemos uma sociedade sem limites para o progresso científico, uma
sociedade de comunicação e interação, mas que convive “com perigos cada vez mais verossímeis da catástrofe ecológica ou da guerra nuclear” (p.6). Vivemos uma grande perplexidade de não sabermos o que ocorrerá. Pensamos que tais perguntas devem ser dirigidas à ciência mas não somente a ela. Precisamos saber o que a ciência fez para melhorar quanti e qualitativamente a vida das pessoas, mas também o que o Estado, e suas políticas públicas, conseguiram realizar. Esse ato de fazer perguntas simples deve levar-nos a refletir sobre o que é a ciência, quais suas relações com cada ser humano desse planeta e como tem cuidado do meio ambiente que nos envolve.