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CONTRATO DE EMPREITADA

O contrato de empreitada caracteriza-se como uma locaçã o se serviços, onde o


locador faz ou manda fazer determinada obra, através de alguma retribuiçã o
estipulada ou que seja equivalente ao trabalho executado.
É importante mencionar que o contrato de empreitada nã o se refere apenas a coisa
corpó rea, terraplanagem e construçã o civil, tendo potencial para ser aplicado em
alguma obra incorpó rea, tendo como exemplo uma criaçã o artística, intelectual ou
artesanal.
Sendo assim, o contrato nada mais é que a formalizaçã o da vontade das partes em
efetivar determinada obra, seja com ou sem o fornecimento de materiais e sendo uma
das partes o contratante e a outra o executor, por uma certa obra com um valor
determinado, das quais as fases de execuçã o, materiais e pagamentos estarã o
regularizados previamente em clausulas especificas do contrato.

Caio Má rio descreve o contrato de empreitada:


“Empreitada é o contrato em que uma das partes (empreiteiro) se
obriga, sem subordinaçã o ou dependência, a realizar certo trabalho
para outro (dono da obra), com material pró prio ou por este fornecido,
mediante remuneraçã o global ou proporcional ao trabalho executado”
(PEREIRA Caio Má rio da Silva. Instituiçõ es de Direito Civil, vol. III p.
315).

A empreitada no contrato é uma obrigaçã o de fazer, ou seja, o empreiteiro deve


atender alguns critérios que por vezes decorrem de suas habilidades ou seguir
técnicas provenientes do projeto estabelecido primeiramente seja pela engenharia ou
arquitetura da obra.
Porém pode-se dizer que certas habilidades sã o requisitadas a cada especie de
empreiteiro, deve entã o o dono da obra pesquisar e contratar a mã o de obra correta e
que atenda seus requisitos para o andamento da obra.

- QUAL O DEVER DO EMPREITEIRO NO CONTRATO DE EMPREITADA?


A principal obrigaçã o é a de garantir que a entrega da obra seja feita na data certa e
da forma que esta no contrato, pois se o empreiteiro por alguma razã o abster-se das
instruçõ es ou das normas técnicas dos trabalhos, por lei é concedido ao dono duas
opçõ es.
O dono poderá nã o receber a obra nas condiçõ es em que se encontram, ou combinar
com o empreiteiro sobre um abatimento no valor que julgar justo pelo nã o
cumprimento de normas impostas no contrato
Sendo assim, pode-se dizer que a responsabilidade do empreiteiro se baseia:
1- Nos riscos até o momento da entrega da obra, se também fornecer os materiais;
2- No pagamento dos materiais que recebeu, na empreitada laboral, se por imperícia
os inutilizar;
3- Na solidez e segurança do trabalho e dos materiais, pelo prazo de 5 (cinco) anos,
consoante dispõ e o artigo 618 do Có digo Civil;
4- No pagamento dos serviços realizados pelo subempreiteiro.
Sob nenhuma hipó tese será permitido o uso de materiais que sejam de qualidade
duvidosa, e caso o empreiteiro se aproveite de alguma brecha no contrato de empreitada,
estará sujeito a ser repreendido por má fé, respondendo judicialmente.
Por esse motivo havendo um cronograma fixado junto ao contrato de empreitada
indicando exatamente todas as especificaçõ es técnicas e os materiais a serem usados na
obra evitaria diversos conflitos.

- OS PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS

Sã o pautados por uma lei especifica que apresenta as suas condiçõ es e características, e
para que o contrato seja valido basta apenas o consenso das partes e que nã o contrariem a
lei e os bons costumes.

Segundo CARLOS ALBERTO BITTAR diz que:


"sendo o contrato corolário natural da liberdade e relacionado à força
disciplinadora reconhecida à vontade humana, tem-se que as pessoas
gozam da faculdade de vincular-se pelo simples consenso, fundadas,
ademais, no princípio ético do respeito à palavra dada e na confiança
recíproca que as leva a contratar. 

Sendo assim fica claro que as partes podem oficializar o contrato por escrito, publico ou
particular e verbalmente, com exceção nos casos em que a lei exija a forma escrita,
particular ou publica para obter maior segurança e seriedade (Art. 107 CC), nã o obstante o
consensualismo ser a regra, o formalismo vem como a exceção dela.
O principio da obrigatoriedade se baseia na doutrina entã o a força ligada ao contrato,
esperada pelos contratantes é garantida pela ordem jurídica, posto isso, quem concordar
livremente com uma obrigaçã o mediante contrato esta criando uma expectativa que a
ordem jurídica há de garantir.

“162000003365 – DIREITO CIVIL E ADMINISTRATIVO – CONTRATO


DE EMPREITADA – OBRA PÚ BLICA – FRAUDE E DESVIO DE RECURSOS
– DESCUMPRIMENTO DE CLÁ USULAS CONTRATUAIS – RESCISÃ O
UNILATERAL – DEVER DE INDENIZAR O ENTE PÚ BLICO
RECONHECIDO – SENTENÇA REFORMADA – APELAÇÃ O CONHECIDA E
PROVIDA – 1- Através do contrato de Empreitada a empreiteira se
obriga a cumprir as cláusulas contratuais e entregar a obra cumprindo
todas as condiçõ es estabelecidas na carta convite. 2- O nã o
cumprimento do contrato, com a entrega da obra sem a sua finalizaçã o
gera prejuízo e dano para o ente Pú blico, bem como o direito a
indenizaçã o. 3- Verificada a inadimplência fica estabelecido o direito
de rescisã o unilateral do contrato, por parte da administraçã o, bem
como a receber reparaçã o por danos. 4- Configurado o dano e a fraude
que envolve a aplicaçã o de verbas pú blicas, é dever de a administraçã o
agir para defender o interesse pú blico”. (TJTO – AC 7756 – 2ª C.Cív. –
Rel. Juiz Nelson Coelho – DJe 03.09.2010 – p. 9).

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