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LEGENDAS:
* = Tema relacionado, mas não necessariamente enfatizado em
sala.
Conteúdo Prova A1
Cessão de crédito; Assunção das dívidas e Adimplemento e
extinção das obrigações.
Conteúdo Prova A2
Cessão de crédito; Assunção de dívida; Adimplemento e
extinção das obrigações e Adimplemento Indireto das
obrigações (334-388).
Global
Todo o conteúdo do semestre (até o art. 420 CC.)
Crédito Hipotecário *
É chamado de crédito Hipotecário um empréstimo que uma entidade outorga a
alguém, estabelecendo condições para a devolução.
EX: Suponhamos que eu fiz um financiamento para comprar uma casa no valor
de 20 mil reais; a casa fica como uma garantia para o banco, até eu pagar o valor
estipulado pelo empréstimo (20 mil+ juros ou outros valores, quando houver).
Quando eu terminar o pagamento, o banco que me fez o financiamento não terá
mais direitos sobre a casa.
TERCEIRO INTERESSADO
≠ TERCEIRO NÃO INTERESSADO
Realização do
pagamento
TERCEIRO SOLVENTE*
FUNGÍVEL X INFÚNGÍVEL*
São considerados bens fungíveis aqueles que podem ser substituídos por outros
de mesma espécie, como refeições, objetos etc.
Já os bens infungíveis são aqueles que não podem ser substituídos, como é
caso das obras de arte, imóveis, dentre outros.
Art. 307: pagamentos que envolvam tramitação de imóvel, deverão ser feitas
unicamente por aquele que possa alienar o bem (aquele que tem posse, que
pode fazer uso do bem)
➢ Quando se der coisa fungível e o credor, e este de boa-fé, o aceitar e
consumir o bem, mesmo que depois se descubra que o bem dado não era de
posse de quem o entregou, não poderão exigir do credor que devolva o valor
ou o bem.
EX: Eu devo uma bolsa, pego a bolsa de um conhecido e dou como pagamento
e o credor de boa-fé aceita. Eu não tinha posse do bem, então eu não poderia
aliená-lo dessa forma.
• Se o credor não tiver consumido o bem, deverá no caso de pedido do real
possuidor do bem, restituir o bem.
• Se o credor consumir de boa-fé este bem fungível, não poderão exigir dele a
restituição do bem.
➢ No caso onde o bem não possa ser restituído, o prejudicado (verdadeiro dono
do bem consumido) poderá exigir perdas e danos pelo bem entregue.
Vale lembrar que o credor não é obrigado a receber nada diferente do que havia
sido estabelecido, mesmo que seja algo com mais valor agregado.
DIVISÍVEL X INDIVISÍVEL*
Os bens se dividem em dois grupos, sendo divisíveis e indivisíveis. São divisíveis
todos os bens que se possa fracionar sem que o bem seja danificado ou tenha
perca no seu valor puro, como é o caso de grãos que são empacotados e
distribuídos a vários lugares, se tratando assim de um bem divisível.
Já os indivisíveis são os bens que não podem ser fracionados, como carros,
casas etc.
Vale lembrar que não é porque um bem é originalmente divisível que eu posso
fraciona-lo. (EX: se eu compro um pacote de arroz no supermercado, eu não
posso exigir apenas uma parte daquele pacote só porque os grãos são divisíveis,
quando o arroz está empacotado e no supermercado ele é como um bem
indivisível).
DA NOVAÇÃO (360-367)
A novação é nome dado a criação de uma nova obrigação, de forma a extinguir
a primeira; isto é; quando o devedor contrai nova dívida com o credor para
extinguir a primeira obrigação.
360: ocorre a novação quando o devedor contrair nova dívida com o credor;
quando um novo devedor suceder o primeiro, ficando este quite; quando devido
a obrigação, novo credor assumir.
➢ Caso a nova obrigação for nula ou declarada como anulável, poderá o credor
exigir a realização da anterior.
➢ Não importa o tipo de obrigação, ela sempre poderá ser substituída por outra.
➢ EX: uma novação pode tratar uma obrigação condicional, mesmo que a
obrigação antiga fosse diversa, como um termo ou mesmo uma obrigação
pura e simples.
➢ Sempre há algo de novo na obrigação trazida pela novação, sendo a novação
objetiva quando existir alteração quanto ao objeto, quantidade, qualidade e
afins; subjetiva quando a alteração se referir as partes do contrato ou mesmo
subjetiva-objetiva, onde ambos os fatores estão presentes. (aliquid novi)
361: a novação não se presume, devendo a intenção de novar (amicus
novandi), seja de forma expressa (escrita), ou tácita (diferença das obrigações
antigas e novas). Quando não há novação simplesmente se confirma os
acordados da primeira obrigação.
362: quando a novação se der pela assunção de um novo devedor, terá o credor
direto de permiti-lo ou não.
➢ Do mesmo modo, se a novação ocorrer pela troca de credor, caberá o
consentimento aos demais credores, quando existirem, e aos devedores.
363: quando o novo devedor for insolvente, não terá o credor ação contra o
devedor anterior, salvo o caso em que for caracterizada a má-fé.
➢ Isso acontece, pois, a solvência não é um requisito de validade da novação,
cabe ao credor averiguar as condições financeiras desse novo devedor antes
de autorizar a novação.
364: salvo estipulação em contrário, ocorrendo a novação, os acessórios e
garantias dadas na obrigação anterior, não serão mais válidas. (Princípio da
Gravitação Jurídica; o acessório segue o principal)
➢ Todos concordando, poderão ser mantidas as garantias e acessórios da
primeira obrigação.
➢ No caso de garantias dadas por bens de terceiros, estas só poderão ser
mantidas se o terceiro em questão anuir; permitir.
365: quando houver pluralidade de devedores e um deles realizar a novação,
somente sobre os bens deste será contabilizada a nova obrigação.
➢ No caso onde a obrigação inicial for indivisível e ocorrer o descrito acima, os
demais devedores da relação ficarão exonerados, visto que não é possível
pagar apenas parte da obrigação.
366: fica exonerado o fiador (terceiros) que não concordou com a novação.
367: salvo nas obrigações meramente anuláveis, não são objetos da novação as
obrigações nulas e/ou extintas. (Não há a possibilidade de discutir essa regra,
uma vez eu obrigações nulas e extintas são vistas como inexistentes)
DA COMPENSAÇÃO (368-380)
A compensação se baseia no aspecto de anulação das dívidas. Quando duas
pessoas se devem simultaneamente, suas dívidas se extinguem até onde seja
justo para ambos lados (ela pode ser total ou parcial), de forma a simplificar a
relação.
368: se duas pessoas simultaneamente forem credoras e devedoras uma da
outra, suas obrigações se extinguem até onde se compensarem.
369: a compensação pode ocorrer com dívidas líquidas, vencidas e fungíveis.
➢ A liquidez da dívida não exige que o valor esteja definido, mas somente que
ele seja apurável.
➢ Quando as obrigações forem de coisa incerta, o direito de escolha deve ser
do devedor para que ocorra a compensação. Se a escolha for do credor,
haverá a necessidade de pronunciar a vontade das partes.
370: se as obrigações forem diferentes em termos de qualidade e eles estiverem
previstos em contrato, mesmo que sejam de mesmo gênero as coisas fungíveis,
não se compensarão as obrigações.
371: o fiador pode compensar a dívida com o credor de seu afiançado.
372: os prazos de favores, mesmo que não tenham vencido, não justificam a
contraposição do credor em questão à compensação.
373: de forma geral, a causa da dívida não impede a compensação, exceto:
➢ Se vier de esbulho (similar ao roubo; é a retirada forçada da posse de um
bem), desapropriação, roubo ou furto.
➢ Se uma delas provier de comodato, depósito ou alimentos
➢ Se uma for de coisa não suscetível de penhora.
374: Revogado
375: Não haverá compensação quando as partes renunciarem a possibilidade,
ou quando por livre acordo a excluírem.
➢ A renúncia é facultativa e pode ocorrer de forma expressa ou até mesmo
tácita, com o pagamento da d´vida em questão por exemplo.
376: não se pode compensar dívida assumida por um terceiro representante
(mandatário, curador), pois se caracteriza a ausência de personalidade das
partes.
EX: a pessoa A é representante da pessoa B e a representando, contrai uma
dívida com a pessoa C. Mesmo que por ventura a pessoa A fosse credora da
pessoa C em uma outra obrigação, essas obrigações não poderiam se
compensar, pois as pessoas envolvidas são diferentes.
Relação 1
A é representante
B é o devedor
C é o credor
Relação 2
A é credor
B Inexiste
C é devedor
DA CONFUSÃO (381-384)
Dá-se o nome de Confusão para representar a falta de precisão das partes no
processo, isto é, quando não é possível definir o credor e o devedor da relação
por meios normais. (não é possível identificar quem é o ativo e o passivo)
381: extingue-se a obrigação quando a qualificação de credor e devedor forem
da mesma pessoa.
➢ Para se caracterizar a figura da confusão existem alguns requisitos sendo: 1-
unidade da relação obrigacional, 2-figura do credor e do devedor na mesma
pessoa, 3- ausência da separação do patrimônio das partes.
EX: Eu possuo uma dívida com a minha mãe, tendo ela assim crédito comigo.
Supondo que ela viesse a falecer e eu herdasse esse crédito, se caracterizaria
a confusão pois eu me tornaria o credor e o devedor da mesma relação jurídica.
382:a confusão pode envolver dívida total ou parcial.
➢ Para fins de extinção judicial a dívida deverá ser de cunho total.
383: a dívida que envolver devedores e/ou credores solidários só extingue a
dívida na sua parte correspondente.
384: cessando a confusão, se retornará a dívida ao seu estado anterior.
EX: no mesmo caso de herança citado anteriormente, se posteriormente fosse
descoberta uma causa que anula o testamento, a minha dívida voltaria ao seu
estado original, como se a confusão nunca tivesse existido.
DISPOSIÇÕES GERAIS
389: não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e os honorários de advogados.
390: nas obrigações negativas (de não fazer), o devedor responde pela
inadimplência a partir do dia em que praticou o ato que não deveria.
391: pelo inadimplemento da obrigação, respondem todos os bens do devedor.
392: nos contratos de benefícios, responde por culpa o contratante se o contrato
o favorecia, e por dolo se não o favorecia.
➢ Se distingue o dolo da culpa, só se impõe o dever de indenizar ao devedor
que não se beneficiar do contrato.
➢ Em caso do contrato não for de benefício, mas de onerosidade, ambas as
partes responderão por culpa.
393: não responde o devedor pelos casos fortuitos ou pela força maior, salvo se
houver expressamente se responsabilizados por eles.
DA MORA (Atrasos)
394: considera-se em mora o devedor que não pagar ou o devedor que não quer
receber (injustamente) no tempo e lugar previamente estabelecidos.
395:responde o devedor pelo prejuízo que a sua mora der causa mais juros e os
honorários de advogados com atualização monetária.
➢ Se pela mora do devedor a prestação se tornar inútil para o credor, poderá o
credor rejeitá-la e exigir perdas e danos do devedor.
396: não existindo fato ou omissão imputável ao devedor, ele não será
responsabilizado pela mora.
397: estando o devedor em mora numa obrigação líquida e positiva, se
caracteriza o inadimplemento da obrigação.
➢ São três os requisitos da mora, sendo:
• Inexecução culposa da obrigação
• Exigibilidade imediata da obrigação
• Prestação Líquida e certa (seu valor já deve ter sido apurado; calculado e
deve ter todos os seus elementos estabelecidos)
398:nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora.
399: o devedor em mora responde pela impossibilidade de cumprir com a
prestação, bem como pelo caso fortuito e pela força maior.
➢ Uma vez que o devedor já deveria ter pago o que deve, ele responderá por
tudo o que acontecer após a data do vencimento da prestação, salvo o caso
onde fique provado que mesmo se tivesse cumprido no tempo certo, o pior
ainda ocorreria.
400: a mora pelo credor retira a responsabilidade do devedor, isento de dolo,
pela conservação da coisa e obriga o credor a ressarcir as despesas da
conservação recebimento, da forma que seja mais favorável ao devedor.
➢ Quando o credor recusa o pagamento sem justificativa (caracteriza mora pelo
credor), a ele será cobrado os dispostos do art. 400 CC.
➢ Não há a necessidade de culpa pelo credor nesse caso, mas apenas que o
recebimento seja atrasado pela recusa sem causa.
401: livra-se da mora:
a) Por parte do devedor, quando pagar a prestação conjuntamente aos
prejuízos decorrentes do atraso.
b) Por parte do credor, quando receber o pagamento e se sujeita aos efeitos da
mora até aquele dia (assumir os custos do pagamento e conservação do
bem, etc.).
• A mora se encerra quando a pessoa a aceita e paga as suas consequências.
• Outro caso que pode encerrar a mora é quando o afetado renúncia o direito
que poderia obter da situação, podendo a renúncia ser expressa ou tácita.
DA CLÁUSULA PENAL
408: o devedor que não cumpre a obrigação aciona a cláusula penal, ainda que
culposamente ou se caracterizando a mora.
➢ Uma vez descumprido o acordo surge a cláusula penal que impõe uma
sanção econômica, se reforça o vínculo obrigacional estipulando multa; seja
pelo descumprimento ou atraso da obrigação. Inclusive, em certos casos é
possível liquidar antecipadamente as perdas e danos.
409: a cláusula penal pode tratar da inexecução completa, de uma cláusula em
específico ou simplesmente da mora, independentemente de ter sido estipulada
conjuntamente a obrigação ou posteriormente.
410: se o inadimplemento for total, a cláusula penal será convertida em
alternativa, em benefício ao credor.
➢ Esse artigo não voga para inexecução parcial ou execução insatisfatória.
411:quando o caso envolver cláusula específica do contrato ou falar de mora;
poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e o cumprimento da pena
conjuntamente.
412: o valor da pena econômica cominada não pode exceder o valor da
obrigação principal.
413:é dever do juiz reduzir a penalidade se a obrigação foi cumprida em parte,
ou se o valor da penalidade for excessivo com relação à natureza e finalidade do
negócio jurídico.
➢ O juiz não pode ser extremo ao ponto de anular a penalidade.
414: se a obrigação for indivisível e houver a solidariedade de devedores, um
deles cometendo falta, todos responderão.
➢ A cobrança pelo credor só poderá ser feita integralmente ao devedor que
cometeu a falta, respondendo os demais apenas pela parte que lhes couber.
➢ Ainda que todos respondam conjuntamente pela cláusula penal, fica salvo o
direito de regresso aos devedores inocentes contra àquele que acionou a
cláusula.
415: quando a obrigação for divisível, só responde pela falta o devedor que
infringiu a regra, e proporcionalmente a parte que lhe cabe da obrigação.
416: para exigir a pena convencional (e/ou cláusula penal) não é necessário que
o credor alegue prejuízo, mas tão somente que o devedor descumpra a
obrigação.
➢ Em via de regra, mesmo que o prejuízo do credor seja superior ao valor da
cláusula penal do devedor; não poderá o credor exigir indenização
suplementar, se assim não houver sido convencionado previamente pelas
partes.