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ESCOLA ESTADUAL PADRE JOSÉ MARIA DE MAN

ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE HISTÓRIA 6º ANO PROF. MARÍLIA GABRIELA


3ºBIMESTRE

Reinos e Impérios Africanos – Reino de Axum


Do Império de Axum ao Império da Etiópia: um breve passeio pela história milenar do ‘‘Chifre da
África’’.

Retomando a nossa série ‘‘Reis e Impérios africanos’’, hoje iremos abordar o Império de Axum,
inscrito como um dos grandes impérios do mundo, na antiguidade. Retomando a nossa linha do
tempo, iniciamos a série no norte da África, com a civilização Núbia, que floresceu ao sul do
Egito, onde hoje é o Sudão. Passamos pelo Egito, uma das grandes civilizações da idade antiga e
hoje, chegamos ao Chifre da África (África Oriental), para falar do Império de Axum, origem da
atual Etiópia e Eritréia. O Império Axumita foi considerado um dos quatro grandes impérios do
final da Antiguidade (séculos I-VI d.C.), ao lado de Roma, Pérsia e China.

Voltando alguns séculos antes da Era Cristã, mais precisamente ao século X a.C., de acordo com
a mitologia etíope contida no livro Kebra Negast, acredita-se que nesta região viveu a Rainha de
Sabá (Makeda). Acredita-se também que a família imperial da Etiópia, bem como os imperadores
de Axum, têm sua origem a partir de Menelik I, filho da Rainha de Sabá e do rei Salomão. Esta
dinastia governou o país durante aproximadamente três mil anos, terminando apenas em 1974,
com o Imperador Haile Selassie, o que demonstra a origem milenar da Etiópia.

Apesar da Etiópia ser uma das áreas de ocupação humana mais antigas do mundo, pouco se
sabe sobre os períodos anteriores à unificação dos povos da região sob o Império de Axum, no
século I d.C. A origem da Rainha de Sabá ainda hoje é reivindicada por etíopes e por iemenitas
(Iêmen) e o que se sabe é fruto de estudos arqueológicos e dos escritos do  Kebra
Negast. Ademais, há indícios arqueológicos de que Makeba viveu na cidade de Askum, capital do
Império Axumita.

A partir do século I da Era Cristão, teve início a expansão de Axum pelo norte da Etiópia, parte da
Pérsia, sul da península arábica (Iêmen) e, no século IV, a conquista de Meroé, capitão do Reino
de Kush (Sudão). Deste modo, construiu-se um império, que abarcava ricas terras cultiváveis do
norte da Etiópia, do Sudão e da Arábia meridional, cujos monarcas pagavam tributos ao ‘‘rei dos
reis’’ de Axum. Axum alongou-se por aproximadamente um milênio, a partir do século I da Era
Cristã.

A capital do Império era a cidade de Askum, na atual Etiópia, embora as cidades mais prósperas
eram as cidades portuárias de Adúlis e Matara, onde hoje é a Eritréia. A partir das conquistas de
estados na região, os axumitas passaram a controlar uma das rotas marítimas comerciais mais
importantes da antiguidade, o Mar Vermelho, caminho entre a África, a Arábia e a Índia. Para
fomentar as trocas comerciais e facilitar a economia local, o Império de Axum passou a cunhar
sua própria moeda, constituindo o primeiro estado da África a evidenciar-se pela cunhagem de
sua própria moeda.

A cidade de Askum e o reino de mesmo nome, gozavam de sólida reputação no século III da era
cristã. A população era relativamente numerosa, cuja as atividades não se limitavam à agricultura
ou a criação de animais. O comércio era intenso e a arquitetura, com destaque para as ‘‘estelas’’,
é marca importante da cultura axumita.

A posição do Reino no mundo comercial da época era a de uma potência mercantil de primeiro
plano. A cunhagem, sobretudo de moedas de ouro, constituía medida econômica e política, pois
através dela, o Estado proclamava ao mundo sua independência e prosperidade, o nome de seus
monarcas e as divisas do reino. Dos vinte reis que se sucederam no trono, dezoito foram
descobertos por terem os bustos esculpidos em moedas.

A língua e a escrita axumita era o ge’ez, usada até hoje. Outro ponto importante de Axum foi a
conversão do reino ao cristianismo, fato atribuído ao bispo Frumêncio, que foi responsável pelo
batismo do Rei Ezana, no século IV. O Antigo Testamento foi gradualmente traduzido do grego
para o ge’ez nos séculos seguintes. A Bíblia difundiu-se por toda a Etiópia, um dos primeiros
países cristãos do mundo. Nascia então, a Igreja Ortodoxa Etíope.

Nos séculos VII e VIII, o reino se enfraqueceu enquanto os árabes muçulmanos emergiam como
um novo centro de poder. O reino de Axum continuou imponente até o século XI, época em que o
islamismo já havia se expandido pela Península Arábica e conquistado boa parte do território que
os axumitas dominavam, isolando aquele reino cristão.

O império de Axum e, posteriormente, o império etíope deixou uma diversidade de riquezas para
a posteridade, a exemplo da língua ainda falada na região (ge’ez), a igreja etíope com suas
tradições, a história milenar que remonta à Rainha de Sabá e um patrimônio arquitetônico. Na
Idade Média, há o renascimento deste reino, sobretudo com a construção das famosas onze
igrejas da cidade de Lalibela, esculpidas em rochas, no solo e inspirada em Jerusalém, as quais,
desde 1978, são patrimônio histórico da humanidade.

Nos séculos seguintes, Axum entrou em decadência, mas a importância simbólica para a religião
e a realeza etíope, nunca foi esquecida. Atualmente, a cidade de Aksum e Lalibela são cidades
sagradas para a Igreja Ortodoxa Etíope, em vista, respectivamente, do início da cristandade e das
construções sagradas.

Fonte:

Síntese da coleção história geral da África, I: pré-história ao século


XVI: http://bit.ly/2IZV2Se

Vamos praticar?

1- De acordo com o texto, o Império Axumita foi considerado um dos quatro grandes
Impérios da Antiguidade. Quais eram os outros três?
2- Desses quatro Impérios, qual você mais ouviu falar?
3- Qual a origem do Império Axumita segundo o texto?
4- Quais rotas comerciais os axumitas dominavam?
5- Pesquise sobre as estelas de Axum e faça um desenho em seu caderno:
6- Como os arqueólogos descobriram 18 dos 20 reis de Axum?
7- Pesquise sobre a Rainha de Sabá e faça um breve relato de sua história:
8- Quais heranças foram deixadas pelo Império de Axum segundo o texto?

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