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“O que é ansiedade?”, “Como saber se sou ansioso?”, “Como lidar com ansiedade?”, “Um
cristão pode ter ansiedade?”. Essas são dúvidas comuns sobre um tema de grande
relevância. Não são poucos os que sofrem com ansiedade. Muitos, entretanto, conhecem
pouco ou de maneira confusa sobre essa condição. A fim de trazer clareza e ajuda nessa
questão, pedimos aos irmãos do SASE um texto especial sobre o assunto.
Esperamos que você aproveite, pois a partir do divisor abaixo, todas as palavras são de
especialistas:
Quem nunca sentiu aquele friozinho na barriga diante de uma situação nova? Com
certeza, todos nós! Vale afirmar que essa sensação que nos prepara para o inesperado,
para lidarmos com o desconhecido tem um nome que talvez já tenha ouvido
falar: ANSIEDADE.
Uma dose de ansiedade é normal e faz bem, seja diante de uma entrevista de trabalho, de
uma viagem, de um exame de vestibular e até mesmo em uma situação de risco em
potencial (quando, por exemplo, caminhamos em uma rua deserta e temos a impressão de
estarmos sendo seguidos, a ansiedade nos deixa em estado de alerta).
Em certa medida é até saudável, mas, por outro lado pode ser considerada negativa, ou
melhor dizendo, patológica, quando, mesmo sem a presença de uma situação de perigo
real, começa a gerar um mal-estar e desorganiza o indivíduo a ponto de atrapalhar ou até
mesmo inviabilizar suas atividades habituais, sejam elas sociais ou laborativas.
De forma geral, os quadros de ansiedade podem ser divididos em dois grandes grupos: o
primeiro quadro onde a ansiedade é constante e permanente; e o segundo onde há
crises repentinas e mais ou menos intensas, que são as crises de pânico, e caso ocorram
de modo repetitivo, podem configurar um transtorno de pânico.
Para uma maior compreensão sobre o assunto, listamos algumas perguntas muito comuns
quando o assunto é ansiedade, vamos lá?
Vamos citar como exemplo a entrevista de seleção para o primeiro emprego. Neste caso é
esperado certa expectativa, uma sensação de desconforto por saber que será alvo de
observação e avaliação. Então, sentir frio na barriga, está ok. Uma perda de sono na noite
anterior? Ok. Agora, se em todas as entrevistas de emprego em que me candidato,
tenho uma série de sintomas que até me impedem de sair de casa, então, a minha
reação já não é mais proporcional ao evento que se apresenta. É um sinal de que
preciso buscar ajuda.
Como exemplo temos o caso das pessoas que ficam buscando o diagnóstico de uma
doença grave, mesmo que seus diversos exames indiquem o contrário. Ter clareza dos
fatores que levam a sentir ansiedade é essencial para sabermos nos proteger e
administrarmos a situação.
1. Ter uma preocupação excessiva, na maioria dos dias, por no mínimo seis meses;
2.2. Cansaço fácil,
2.3. Fatigabilidade;
2.4. Dificuldade de concentrar-se,
2.6. Irritabilidade,
2.7. Pavio curto;
2.8. Dificuldade de relaxar;
Vamos ilustrar com a seguinte situação: um jovem perde o pai de forma inesperada em
acidente automobilístico. Neste caso, desenvolver um quadro de ansiedade é esperado,
pois o jovem terá que lidar de forma repentina com a condição de orfandade e assumir a
responsabilidade pela sua vida sem suporte e apoio, o que pode gerar uma grande
insegurança e desconforto quanto ao futuro. É uma situação em que os familiares podem
estar igualmente fragilizados, sem condições de oferecer acolhimento e apoio.
Este é um dos muitos exemplos em que o psicólogo pode e deve ser acionado para
avaliação do quadro de ansiedade e encaminhamento para avaliação clínica, quando
necessário, onde o uso ou não de medicação, o qual é da competência do psiquiatra ou
neurologista, será avaliado.
Ansiedade é uma reação natural. Afinal, quem não se sente ansioso e com medo diante de
uma enfermidade, do desemprego, de uma crise familiar, da violência, dos desafios que
temos que assumir ou mesmo diante das lutas pelas quais atravessamos em nossa
caminhada de fé?
Para nós que temos o Senhor, o primeiro passo é crer Naquele que nos supre e
cuida de nós. Em Jeremias 29:11-14a, diz assim: “Eu é que sei que pensamentos tenho a
vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que
desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e
me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o
SENHOR, e farei mudar a vossa sorte”.
A comunhão com o Pai que cuida e tem todo o poder para mudar as circunstância é a
base para o sentimento de paz e segurança que todos precisam cultivar no dia a
dia. Digamos que esse é o primeiro passo, que precisa ser seguido de atitudes de
autocuidado como: desenvolver relacionamentos afetivos significativos, tanto no viver
familiar, quanto nas amizades. Não falamos aqui daquele grupo de pessoas que somente
estão juntas em momentos sociais, mas aquelas com quem podemos sentar, abrir o nosso
coração e compartilhar o que sentimos, recebendo ajuda e orientação.
Queremos deixar bem claro e sublinhado que não conseguimos isso por meios virtuais
e sim na convivência humana, no estar juntos. Diga-se de passagem, que embora a
internet tenha contribuído em muito, facilitando a comunicação e divulgação de
conhecimento, ela não substitui o relacionamento entre as pessoas.
Muitas das doenças emocionais encontram fértil solo em pessoas solitárias, que se isolam
em suas questões existenciais. O ansioso geralmente fica mergulhado em seus
pensamentos deixando passar a feliz oportunidade de abrir-se e buscar ajuda com
pessoas que tenham um viver consistente de temor e amor ao Senhor. Afinal de
contas, não podemos abrir a nossa vida igual a porta de uma geladeira para qualquer um,
mas ter bons relacionamentos é um excelente segundo passo para proteção.
A Bíblia afirma que o perfeito amor lança fora o medo. Collins, já citado, afirma que o
inimigo do medo é o amor. Especialmente, demonstrar o amor de Cristo é ajudar
também aqueles que sofrem de ansiedade e medo. Pregar o evangelho do Salvador
com paciência e amor é a melhor maneira de levar outros a expulsar de sua vida o medo e
a ansiedade.
A Paz de Cristo
Filipenses começa relatando uma crise de relacionamento (v.2), mas termina com uma
promessa de paz (v.7). É possível ter a paz de Cristo ocupando o lugar do medo e da
ansiedade em nossa mente e coração, mesmo que as circunstâncias externas não
mudem.
Dicas Práticas:
1 – Faça uma autoavaliação
Descobrir a causa da ansiedade dá início à solução do problema. Através da observação,
reflexão, autoanálise, leitura da Bíblia e aconselhamento, podemos descobrir o que de fato
nos preocupa. Às vezes, não é fácil esse exercício, mas pode nos fazer muito bem, se
feito adequadamente. Você sabe bem as causas da sua ansiedade quando a
sente? Davi, certa vez, pediu que Deus vasculhasse o seu coração e fizesse aflorar os
males que ali estavam (Sl 139.23-24).
2 – Não fique só
Depois de descobrirmos a causa de nossa ansiedade, como já foi orientado, devemos
buscar cultivar bons e saudáveis relacionamentos. A convivência com outras pessoas
serve como parâmetro para nivelarmos nossas reações e dependendo da fase que
estejamos atravessando em nossa vida, sentir-se acolhido e apoiado, além de ser muito
bom, encoraja-nos a ter uma atitude de enfrentamento diante do novo.
3.3. Mexa o corpo!! Exercício físico é sempre bom. Tente fazer uma atividade aeróbica
por 20-30 minutos, cinco dias por semana, melhora a condição cardiovascular. Em caso de
lesão, praticar uma atividade que evite usar o grupo muscular ou articulação lesionados
pode ajudar a manter a disposição física durante a recuperação.
3.6. Tenha uma alimentação saudável: uma dieta que fornece os nutrientes essenciais e
as quantidades adequadas de calorias, evitando o excesso de açúcar, carboidratos e
alimentos gordurosos.