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SUBJETIVO/FORMAL/ORGÂNIC OBJETIVO/MATERIAL/FUNCIONAL
O
SENTIDO Órgãos administrativos Execução das políticas públicas
ESTRITO subordinados. (função administrativa).
SENTIDO Órgãos constitucionais de Formulação de políticas públicas
AMPLO Governo e órgãos (função de governo) e execução
administrativos subordinados. dessas políticas (função
administrativa).
QUESTÕES
CESPE. AGU. ADVOGADO DA UNIÃO. 2009: Pelo critério teleológico, o
Direito Administrativo é considerado como o conjunto de normas que
regem as relações entre a administração e os administrados. Tal critério
leva em conta necessariamente, o caráter residual ou negativo do Direito
Administrativo.
COMENTÁRIO: O critério teleológico é aquele que diz que o direito
administrativo disciplina o cumprimento das finalidades do Estado. Essa
definição colocada na questão é do critério das relações jurídicas. Ao final,
traz a definição do caráter residual. Questão incorreta.
CESPE. TCE/PB. PROCURADOR. 2014: Para Gaston Jezè, defensor da Escola
do Serviço Público, o direito administrativo tem como objeto a soma das
atividades desenvolvidas para a realização dos fins estatais, excluídas a
legislação e jurisdição.
COMENTÁRIO: Gaston Jezè foi defensor da escola do serviço público, mas
a definição da escola de serviço público na questão está errada, que na
verdade é a de que o direito administrativo regula a prestação do serviço
público, o conceito dado na questão é o conceito do critério negativo ou
residual. Questão incorreta.
CESPE. PGM/FORTALEZA. PROCURADOR MUNICIPAL. 2017: A regulação das
relações jurídicas entre agentes públicos, entidades e órgãos estatais cabe
ao direito administrativo, ao passo que a regulação das relações entre o
Estado e Sociedade compete aos ramos do direito privado, que regulam,
por exemplo, as ações judiciais de responsabilização do Estado.
COMENTÁRIO: Questão incorreta. O direito administrativo é o conjunto de
normas que regula as atividades do Estado, tanto em sua relação interna
quanto externa (Estado e sociedade).
CESPE. TRF-1. MAGISTRATURA. 2017: A administração pública, em seu
sentido material, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes
que exercem a função administrativa. Por outro lado, em seu sentido
forma, designa a natureza da atividade exercida por esses entes.
COMENTÁRIO: questão incorreta. É justamente o contrário, as pessoas e
órgãos se referem ao requisito subjetivo, já a atividade exercida se trata
do requisito material.
2. NOÇÕES GERAIS
Os princípios do Direito Administrativo são postulados, axiomas fundamentais, que
norteiam a atuação da Administração Pública.
São aplicáveis a toda administração, seja direta, indireta, de direito privado ou
público.
Os princípios têm finalidade, segundo a doutrina:
A) INFORMATIVA: reside em GUIAR, ORIENTAR a ATUAÇÃO DO LEGISLADOR. O
legislador não pode atuar em afronta aos princípios do Direito Administrativo.
B) INTERPRETATIVA: são usados como BALIZAS para CONHECER e INTERPRETAR as
regras jurídicas.
C) NORMATIVA: diz respeito à aplicação DIRETA e IMEDIATA de um princípio em uma
realidade completa, é a atuação do princípio como NORMA COGENTE. Isso é possível,
ocorrendo o princípio os direitos e deveres são gerados por si só, sem nenhuma
interposição legislativa. O maior exemplo de força cogente é a vedação ao nepotismo
(Súmula Vinculante 13), pois decorre diretamente do art. 37, caput, do princípio da
moralidade, eficiência, impessoalidade, e etc. Os princípios, segundo a doutrina, são
divididos entre expressos (explícitos) e implícitos.
Os PRINCÍPIOS EXPRESSOS são os constantes do art. 37, caput, da CF. Essa norma é
muito importante para o Direito Administrativo, pois regula não só princípios, mas
também disposições sobre concurso público, agentes públicos, organização da
administração, etc.
Já os PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS derivam do ordenamento jurídico como um todo e são
reconhecidos pela doutrina. O legislador, em alguns casos, chegou a positivar alguns
dos princípios implícitos, como é o caso da lei 9.784/99 que regula o processo
administrativo federal.
A doutrina gosta de fazer a classificação entre os princípios serem expressos ou
implícitos, no entanto, não há diferença alguma entre eles, tendo eles, em abstrato, o
MESMO VALOR e FORÇA NORMATIVA.
Decorre da teoria dos princípios, estudada em Constitucional, que dita que NÃO
EXISTE UMA HIERARQUIA ENTRE PRINCÍPIOS.
Para definir qual princípio é mais importante, é necessário olhar o caso concreto, à luz
deste é que se vai sopesar os princípios e ver qual prevalecerá no caso concreto.
Assim, não há qualquer diferença ontológica de força dos princípios.
2.1. PRINCIPIOS EXPLICÍTOS OU EXPRESSOS
Todos estão presentes no art. 37, caput da CF/88. São decorados no acrônimo LIMPE.
2.2. LEGALIDADE
Todos devem observar a lei, para a Administração isso significa que toda e qualquer
atividade administrativa deve ser AUTORIZADA EM LEI, tendo previsão legal.
Seu fundamento está nas origens do Direito Administrativo, pois decorre do Estado
de Direito.
Sua premissa é que todos devem respeitar a lei, é o império da lei.
Esse respeito a legalidade é diferente para o particular e para o agente público, uma
vez que a legalidade do particular é aquela presente no art. 5o da CF/88, que diz que
ninguém é obrigado a fazer ou não algo, senão em virtude de lei. Isso significa que o
particular pode atuar na livre vontade quando não há uma lei que o proíba, na omissão
da lei o particular tem liberdade, conhecido também como autonomia da vontade ou
vinculação negativa à lei.
A administração pública tem uma completa SUBMISSÃO A LEI, uma legalidade
estrita, de modo que o administrador só pode agir quando a lei expressamente o
autoriza.
O princípio da legalidade afasta a possibilidade de a Administração praticar atos
INOMINADOS; estes são possíveis para os particulares, como decorrência do
princípio da autonomia da vontade".
CAIU ASSIM: O princípio da legalidade veda à administração a prática de atos
inominados, embora estes sejam permitidos aos particulares. (CERTO)
O conceito cunhado por HELY LOPES MEIRELLES é que “enquanto na administração
particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza”.
PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE
A administração deve obediência ao princípio da legalidade, o que significa que deve
atuar somente nos casos e na forma prevista nas leis. O princípio da juridicidade
amplia esta observância, de modo que a Administração deve respeito não só ao
disposto nas leis mas, também, ao disposto no Direito como um todo, incluindo
princípios gerais, normas internacionais, infralegais dentre outros. Desta forma, a
Administração deve atuar conforme a lei e o Direito.
LEGALIDADE CLÁSSICA: Administração estava vinculada unicamente aos ditames da
lei.
LEGALIDADE MODERNA: Administração está submetida à lei e o Direito (princípios,
atos infralegais, etc).
2.2.1. LEGALIDADE x RESERVA LEGAL
O princípio da reserva legal tem um SENTIDO MAIS ESPECÍFICO, qual seja, algumas
matérias só poderão ser tratadas por lei; reserva, assim, algumas matérias a serem
tratadas por LEI FORMAL, estes temas estão previstos na Constituição Federal, como o
direito tributário (art. 149, CF).
2.2.2. EXCEÇÕES AO PRINCIPIO DA LEGALIDADE
Assim como todo princípio, o princípio da legalidade NÃO É ABSOLUTO, mas admite
algumas mitigações, essas mitigações estão na Constituição Federal. Para concurso é
importante lembrar as seguintes mitigações:
CF, art. 84, VI: permissão para que o Presidente da República disponha,
mediante DECRETO, sobre organização administrativa federal, quando
não implicar aumento de despesas e para a extinção de funções ou cargos
vagos. É conhecido como decreto autônomo.
CF, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, MEDIANTE DECRETO, sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional no 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional no 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída
pela Emenda Constitucional no 32, de 2001)
ESTADO DE DEFESA e ESTADO DE SÍTIO: quando há anormalidade
institucional é instaurada uma LEGALIDADE EXTRAORDINÁRIA, que mitiga
a legalidade comum.
2.5. PUBLICIDADE
Pode ser compreendido como o dever da administração de DIVULGAR de forma mais
ampla possível todos os atos e informações constantes do seu banco de dados, isso
existe para possibilitar o CONTROLE SOCIAL DA ADMINISTRAÇÃO, para os cidadãos
poderem fiscalizar seus representantes e verem se o interesse público está realmente
alcançado.
A doutrina também analisa a publicidade como requisito de eficácia dos atos
administrativos e não de validade.
O princípio da publicidade prescreve, por um lado, que a administração tenha que
fornecer as informações que lhe são solicitadas, que é conhecida como
TRANSFERÊNCIA PASSIVA, havendo também a TRANSFERÊNCIA ATIVA, que é o
esforço da administração para fornecer a todos a maior quantidade de informações
públicas, publicizando os atos, criando portal da transparência, etc.
Tem como fundamento legal o art. 37, caput da CF, bem como algumas normas de
reforço espalhadas na Constituição, em especial no art. 5o da CF.
Duas delas tem alta incidência em questões de concurso na primeira fase:
CF, Art. 5o, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
A publicidade é a regra, mas a própria CF admite o sigilo da administração pública
como exceção. O sigilo está regulado na esfera federal, na Lei de Acesso a Informação
(Lei 2.547/11), tendo as especificações de até quando pode se manter o sigilo. (Art. 5o,
inciso XXXIV).
CF, Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
QUESTÕES
CESPE. PGF. 2013: Como decorrência do princípio da legalidade, a
organização e o funcionamento da administração federal somente podem
ser disciplinados por lei.
COMENTÁRIO: Duas observações sobre técnica de chute em provas
discursivas: sempre desconfie de juízos absolutos (aquela convicção de
sempre, nunca, jamais, exclusivamente, somente), viu uma palavra dessas,
circule. Geralmente essas palavras restringem o sentido da questão e,
muitas vezes, está errado, é logico que há exceções, pois a lei também
utiliza essas expressões, mas é algo a se desconfiar.
A questão está errada, pois fala que a organização da administração
pública é somente por lei, mas, na verdade, ela excepcionalmente poderá
ser por DECRETO (como no caso do art. 84 da CF).
CESPE. PGF. 2013: No convênio celebrado entre o poder público e entidade
particular, o valor repassado pelo poder público não passa a integrar o
patrimônio da entidade, mas mantém a natureza de dinheiro público,
vinculado aos fins previstos no convênio, obrigando a entidade a prestar
contas de sua utilização, para o ente repassador e para o tribunal de
contas.
COMENTÁRIO: Essa questão pode ser resolvida por dois ângulos, pelos
contratos e convênios administrativos ou pelo princípio da publicidade,
porque, se o convênio é este repasse de recursos para o particular realizar
o fim público, é certo que deve haver PUBLICIDADE quanto ao uso desse
dinheiro, especialmente para o ente que repassou e para os órgãos de
controle, motivo pelo qual, só com a análise do princípio da publicidade se
vê que a questão está correta.
CESPE. AGU. 2009. Com base no princípio da eficiência e em outros
fundamentos constitucionais, o STF entende que viola a Constituição a
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta
em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.
COMENTÁRIO: alternativa correta, veicula a vedação ao nepotismo,
prevista na Súmula Vinculante 13.
CESPE. AGU. 2009. Considere que Platão, governador de estado da
Federação, tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui formação
superior na área de engenharia, para o cargo de secretário de estado de
obras. Pressupondo-se que Aristóteles atenda a todos os requisitos legais
para a referida nomeação, conclui-se que esta não vai de encontro ao
posicionamento adotado em recente julgado do STF.
COMENTÁRIO: Questão correta. Secretário é CARGO POLÍTICO, de modo
que a aferição do nepotismo se dá pela VIA SUBJETIVA, assim, se o
indivíduo possui os requisitos para o cargo e não há nenhuma fraude,
poderá ser nomeado.
CESPE. PROCURADOR BACEN. 2013. Em razão do princípio da publicidade,
que rege a administração pública, todos têm direito de obter dos órgãos
públicos, desde que mediante o pagamento de taxa, certidões para a
defesa e esclarecimento de situações e interesse pessoal.
COMENTÁRIO: questão incorreta. As certidões são fornecidas
independentemente do pagamento de taxas, nos termos do art. 5o,
XXXIV.
TRT-18.2014. Sendo a lei um mandamento moral e visto que, no âmbito da
administração pública, só é permitido aos agentes públicos atuarem nos
estritos limites da lei, para atender à moralidade administrativa basta que
o agente observe fielmente os mandamentos legais.
COMENTÁRIO: Para atender o PRINCÍPIO DA MORALIDADE não basta
olhar só a lei, pois ele é algo que EXCEDE A LEI, como é o caso do
nepotismo, pois é possível ofender a moralidade sem ofender qualquer
regra legal. Questão incorreta.
ATENÇÃO! A crítica será usada mais em uma segunda fase. Na primeira fase, basta
saber que o princípio da supremacia do interesse público traduz esse primado do
interesse público sobre o particular, interesse público que seria primário.
3.3. AUTOTUTELA
Segundo o princípio da autotutela, a administração possui o PODER-DEVER DE REVER
SEUS PRÓPRIOS AUTOS, tanto para ANULA-LOS, em razão do vício de legalidade,
como para REVOGA-LOS, diante de perda superveniente do interesse público na
manutenção do ato.
A administração, assim como os particulares, está sujeita a erros, assim é necessário
que ela tenha os meios e instrumentos necessários para corrigir seus erros.
Esses instrumentos para sanar os erros derivam do princípio da autotutela, que é
reconhecido há muito tempo pelo STF e, em especial, pela Súmula 473 do STF, que foi
editada na década de 60.
Súmula 473 do STF:
A administração PODE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
REVOGÁ-LOS, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Essa súmula enuncia o princípio da autotutela. Embora seja da década de 60, tem
aplicabilidade atualmente, tendo sido positivada no artigo 53 da Lei 9.784, que regula
o processo administrativo federal.
Art. 53. A Administração DEVE anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e PODE revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS.
Possui dupla incidência, já que serve para corrigir duas espécies de erros.
Serve para corrigir ILEGALIDADES e INCONVENIÊNCIAS.
A administração, quando se encontra diante de uma ILEGALIDADE, quando pratica ato
desconforme com a lei, deve sanar o ato via ANULAÇÃO. Essa anulação elimina ato
pelo qual não se origina direitos. A anulação tem efeitos EX TUNC, isto é, retroage.
Já a REVOGAÇÃO é diferente, porque tem como objeto a INCONVENIÊNCIA, o que fica
mais claro quando se estuda o ato administrativo, discricionariedade e vinculação.
Se o ato se torna INCONVENIENTE, a administração está errando em manter o ato,
ela precisa ter o poder de tirar o ato do ordenamento jurídico, o que vira uma
REVOGAÇÃO, que tem efeitos meramente EX NUNC. Isso significa que os efeitos da
revogação não retroagem, ao contrário da anulação.
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
ILEGALIDADE INCONVENIÊNCIA
EX TUNC EX NUNC