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Aula 01

Economia do Setor Público p/ TCE-CE (Analista e Técnico)


Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

09558578304 - Maria Socorro Vasconcelos


Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 01

AULA 01 – Princípios Econômicos de Tributação.

SUMÁRIO PÁGINA

1. Introdução à tributação 02
2. Tipos de impostos 09
3. Tributação do consumo: IVA e impostos cumulativos 14
4. Tributação ótima de mercadorias 17
5. Alíquotas marginal e média 23
6. Incidência tributária 25
7. Curva de Laffer 34
8. Resumão da Aula 36
Questões comentadas 40
Lista das questões comentadas na aula 85
Gabarito 101

Olá caros(as) amigos(as),

E aí, como estão os estudos? Se você sentiu muitas dificuldades,


saiba que é normal. A Economia é tida como uma matéria das mais
difíceis para concurso .

Nesta aula, trataremos dos temas relacionados à tributação. É um


dos assuntos que mais tem caído em provas da área fiscal e dos
Tribunais de Contas também. Portanto, muita atenção a esta aula!
Muita gente coloca esse tema dentro da disciplina “Economia do Setor
Público”, achando que é algo diferente de Microeconomia. Na verdade, é
um tema híbrido, pois, às vezes, é bastante teórico, não necessitando que
o leitor saiba Microeconomia. 09558578304

No entanto, outras vezes, determinados temas carregam um forte


conteúdo de Micro, sendo muito difícil entender o conteúdo se não tiver
estudado Micro previamente. Por isso, preferimos ministrar os temas de
Tributação após o conteúdo de Micro (seja em cursos em PDF, seja em
cursos presenciais). Isso facilita muito o aprendizado do aluno.

Dessa forma, fizemos a aula 00 somente com os requisitos básicos


necessários para aprender os conceitos dessa aula. Você vai perceber
que, em diversos momentos da aula, trataremos de temas como
“elasticidades”, “demanda”, “oferta”, etc.

E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

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1. CONCEITO E PRINCÍPIOS DE TRIBUTAÇÃO

"A arte da tributação consiste em depenar o ganso de


modo a se obter a maior quantidade possível de penas com
a menor quantidade possível de grasnidos."
(Jean-Baptiste Colbert, ministro da economia do rei Luís XIV,
França)

Nós, como cidadãos, esperamos que o governo nos proporcione


diversos bens e serviços. Para fornecê-los, o governo precisa de recursos
para atender às necessidades do povo (nós). Esses encargos são
financiados por meio de várias maneiras; seguem alguns exemplos:
emissão de moeda, lançamento de títulos públicos, empréstimos e a
tributação.

A tributação, sem dúvida, é o mais famoso e atuante meio do


governo financiar os seus gastos. Benjamim Franklin, ex-presidente
norte-americano em meados do século XVIII, disse uma frase que ficaria
famosa mundialmente: “neste mundo nada é certo a não ser a morte e os
impostos”.

O mecanismo da tributação intervém diretamente na alocação dos


recursos e na sua distribuição na sociedade. Desta forma, pode, também,
reduzir as desigualdades na riqueza, na renda e no consumo.

O sistema tributário variará de acordo com as peculiaridades


políticas, econômicas e sociais de cada país ou Estado. Mesmo que
tenhamos sistemas diferentes, eles serão com certeza o principal meio de
obtenção de recursos e o principal instrumento para promover ajustes de
natureza social e econômica.

Neste sentido, dado que o governo vai enfiar a mão em bolsos


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privados para pagar suas despesas, surgem algumas perguntas sobre a


composição de um sistema tributário adequado. Qual o melhor sistema
tributário para a sociedade? Quais as consequências de determinados
tributos para certas classes da sociedade? Quais são seus efeitos ao nível
individual e coletivo? As alíquotas dos tributos devem ser as mesmas para
todos os bens e para todos os indivíduos?

De uma forma geral, espera-se que sistema tributário obedece ao


seguinte:

 Obtenção de receitas para financiar os gastos públicos;

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 Os tributos seriam escolhidos de forma a minimizar sua
interferência no sistema de mercado, a fim de não torná-lo (mais)
ineficiente (princípio da neutralidade);
 A distribuição do ônus tributário deve ser equitativa entre os
diversos indivíduos de uma sociedade (equidade);
 Cada indivíduo deveria ser taxado de acordo com sua habilidade
para pagar (equidade  capacidade de pagamento);
 Os tributos deveriam ser universais, cobrados sem distinção para
indivíduos em situações similares;

Baseado nestas premissas, podemos apresentar os princípios


teóricos da tributação, a saber:

 Princípio da neutralidade

Princípio do benefício
 Princípio da equidade
Princípio da capacidade ou
habilidade de pagamento

1.1. Princípio da neutralidade

O princípio da neutralidade diz que os impactos gerados pelo


ônus tributário não devem alterar, ou intervir o mínimo possível, a
alocação de recursos na economia. Como os preços são a melhor
forma de se estabelecer a alocação de recursos em uma economia,
podemos concluir que o impacto da tributação sobre os preços dos bens e
serviços deve ser neutro, ou seja, a relação de preços existente entre os
diversos bens deve-se manter igual. Em outras palavras, e de um modo
mais técnico, o princípio da neutralidade não deve interferir ou distorcer
os preços relativos (preço de um produto em relação aos outros) dos bens
e serviços.
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Para clarear o raciocínio, veja o seguinte exemplo: antes da


incidência da tributação, o preço do quilo de picanha custava R$ 30,00 e o
quilo de coxão duro custava R$ 7,50. Com isso, o preço relativo entre
picanha e coxão duro era 0,25 (7,5/30=1/4).

Para que seja mantida a neutralidade tributária, a incidência da


tributação sobre a picanha deve ser igual aos outros tipos de carne (o
coxão duro, por exemplo). Imaginemos o caso de um aumento de cerca
de 10% na tributação para todos os bens. O preço do quilo de picanha
passa a custar R$ 33, e o quilo de coxão duro, R$ 8,25. Veja que foi
obedecido o princípio da neutralidade, pois o preço relativo dos bens não
foi distorcido, continuou com o mesmo valor de 0,25 (8,25/33=1/4).

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Se o governo, por outro lado, decidisse não tributar a picanha para
tornar o seu consumo mais acessível às classes mais pobres e, ao mesmo
tempo, tributar o coxão duro nos mesmos 10%, haveria mudança nos
preços relativos. A picanha continuaria custando R$ 30,00 o quilo,
enquanto o coxão duro custaria R$ 8,25. O preço relativo seria 0,275. Ou
seja, a tributação, neste caso, interveio na alocação de recursos, de tal
forma que não podemos dizer que, nesta última situação, o objetivo da
neutralidade foi atendido.

Assim, pelo exposto, percebemos que, quando a tributação deixa de


ser neutra, haverá mudança na alocação existente. Se esta alocação
preexistente significar um equilíbrio em um mercado competitivo, ela será
um ótimo de Pareto1 (eficiente economicamente). Ao tributar e mudar a
alocação eficiente preexistente, o (possível) não atendimento à
neutralidade pode tornar o mercado (mais) ineficiente. É por isso que o
princípio da neutralidade está intimamente ligado ao conceito de eficiência
econômica (ótimo de Pareto).

O último parágrafo pode ser mais bem esclarecido. Pense no


seguinte: imagine que a economia está equilibrada em um ótimo de
Pareto (equilíbrio competitivo  maximização de excedentes) e a
produção seja tributada com um imposto que não seja neutro. O que
acontecerá? Como a economia estava operando em níveis ótimos de
eficiência, será provável que este imposto, que não é neutro, piore os
níveis de eficiência da economia (ou seja, cause peso morto), pois ele
alterará a alocação preexistente, que era eficiente.

Por outro lado, imagine que a economia não esteja em níveis ótimos
de eficiência, em razão de alguma falha de mercado (algum “defeito” no
funcionamento do mercado). Diante disso, o governo, a fim de corrigir
essa falha de mercado, pode decidir impor um tributo específico a fim de
corrigir a distorção existente. Veja que esse tributo, apesar de não ser
neutro, pode melhorar a eficiência econômica, tendo em vista que ele visa
à redução de uma falha de mercado. 09558578304

Lump-sum X Excise tax

Lump-sum tax (ou tributo por montante único) é uma obrigação


tributária de montante fixo, um tipo de imposto em que cada indivíduo
paga um valor fixo, independentemente do montante da sua renda e do
seu consumo. Por exemplo, se o governo decidir cobrar R$ 50,00 por

1
O P
Geralmente, definimos tal situação como sendo a hipótese em que o mercado competitivo está em
equilíbrio (curva de demanda intercepta a curva de oferta). Nesta situação, os excedentes dos
consumidores e produtores são maximizados e não temos peso morto. Daí, dizemos que há
eficiência econômica (ou eficiência de Pareto).

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mês de cada indivíduo, isto configura um lump sum tax.

Do ponto de vista da eficiência econômica (sem levar em conta


considerações de equidade2), o lump-sum tax é um tipo de imposto
“ideal”. Como ele é um valor fixo cobrado de todos os cidadãos, ele não
interfere na eficiência econômica das trocas, pois todos estão pagando o
mesmo valor para o governo e têm suas rendas reduzidas no mesmo
montante. Isto fará com que o comportamento de todos não seja
alterado, e o equilíbrio (preços e quantidades) não seja alterado.

Portanto, guarde o seguinte, em relação ao imposto lump-sum tax: o


equilíbrio do mercado (como um todo, incluindo preço e
quantidade de equilíbrio) não será alterado.

Observe que, se a economia está em um ótimo de Pareto, e é cobrado


um imposto do tipo lump-sum, a eficiência econômica não será
prejudicada. Por isso, o lump-sum tax é considerado um imposto neutro
(imposto eficiente).

Um excise tax é uma sobretaxa tributária que é acrescentada ao preço


de cada unidade de um produto. Segundo a doutrina, um excise tax
geralmente tem a peculiaridade de ser aplicado sobre uma pequena
parcela de produtos, e de também possuir alíquotas um pouco mais
elevadas. Alguns produtos, por serem supérfluos ou nocivos à saúde,
sofrem a incidência do excise tax: gasolina, álcool e tabaco, por exemplo.

Imagine que o governo queira levantar uma determinada receita


tributária e, para isso, ele tenha que escolher um lump-sum ou um
excise tax. Do ponto de vista do contribuinte, qual será a melhor
opção?

O lump-sum tax altera o orçamento disponível (renda) para o


consumidor, reduzindo-o. O excise tax não interfere no orçamento
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Quando falamos que um imposto é eficiente do ponto de vista econômico, isto significa que
estamos falando somente da eficiência econômica e isso não guarda qualquer relação com
equidade. Assim, podemos ter um tributo eficiente, mas que seja concentrador de renda (ou seja,
é eficiente, mas não é equitativo). Por outro lado, podemos ter um imposto que melhore a
distribuição de renda (obedeça a objetivos de melhorar a equidade), mas que não seja eficiente do
ponto de vista econômico.
Pense em um bolo. O tamanho do bolo é relacionado à eficiência econômica. A repartição das suas
fatias é relacionada à equidade. Assim, se o governo prioriza a eficiência econômica, na verdade,
ele está priorizando o tamanho do bolo. Por outro lado, se ele prioriza a repartição das fatias, ele
está priorizando a equidade. Às vezes, a política de melhoria de equidade pr
do bolo. Repartir o bolo e entregar a fatia para muito mais pessoas pode provocar desperdícios, o
que seria a nossa perda de eficiência. Por isso, às vezes, é dito que há um trade-off (dilema) entre
eficiência e equidade. Ou seja, priorizar a eficiência significa abrir mão de um pouco de equidade,
ou o contrário, priorizar equidade significa abrir mão de um pouco de eficiência.

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disponível, mas interfere na relação entre os preços dos bens. Ou seja, o
excise tax aumenta para o consumidor o custo de oportunidade do bem
que está sendo taxado.

O mais relevante que você guarde é que, supondo que o consumidor


adquira alguma quantidade positiva do bem que é tributado pelo excise
tax e, dada uma escolha entre um lump-sum e um excise tax que
proporcione a mesma receita tributária, o consumidor preferirá o
lump-sum. Em outras palavras, um lump-sum é a forma preferível de
tributação, pois é mais eficiente.

No caso do excise tax, o governo se afasta de seus objetivos de eficiência


econômica, tendo em vista que seu principal objetivo é taxar de forma
mais elevada alguns tipos de produtos (supérfluos ou nocivos à saúde).

Ressaltamos que essa escolha do imposto do tipo lump-sum depende dos


pressupostos de que as preferências do consumidor sejam representadas
por curvas de indiferença bem-comportadas e o consumo do bem
tributado pelo excise tax seja positivo. Para exemplificar, segue um caso
em que estes pressupostos não são obedecidos e, por conseguinte, o
lump-sum tax não é a melhor escolha:

Imagine a escolha entre um lump-sum e um excise tax sobre cigarros


que arrecadem a mesma receita tributária, numa região onde metade
dos contribuintes seja fumante e a outra metade seja não fumante. As
pessoas que fumam (consumo positivo de cigarros) preferirão o lump-
sum, enquanto os não fumantes (não adquirem qualquer quantidade de
cigarros) preferirão o excise tax. Ou seja, se o consumidor não
adquire qualquer quantidade do bem que será tributado, ele
preferirá o excise tax. A explicação é óbvia: se o governo aplica um
excise tax sobre um bem que ele não consome, ele não será prejudicado
de nenhuma forma, ao passo que, na adoção de um lump-sum, ele terá
que pagar alguma quantia ao governo. Ou seja, entre pagar uma quantia
fixa, e não pagar nada, é melhor não pagar nada!
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Então, você dever guardar o seguinte. Do ponto de vista da eficiência


econômica (sem levar em conta considerações de equidade), o lump-sum
tax é um tipo de imposto “ideal”, que não interfere no equilíbrio do
mercado. Portanto, ele é um imposto neutro (imposto eficiente).

Veja que o fato de os mais pobres serem mais prejudicados (pois estarão
pagando o mesmo valor de imposto que os ricos) é indiferente na
consideração da eficiência econômica do lump-sum. Mais uma vez,
vemos que a eficiência não leva em conta aspectos distributivos, ok?!

Um exemplo de tentativa de implantação deste imposto aconteceu na


Inglaterra no final do governo da “dama de ferro”, a primeira-ministra

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Margaret Tatcher. No final da década de oitenta, seu governo tentou
implementar um imposto lump-sum que, no entanto, acabou causando
grande insatisfação popular (e forte oposição no partido), de tal forma
que teve sua implementação cancelada. A insatisfação ocorreu
justamente porque os pobres teriam que pagar fatias percentuais
maiores de suas rendas, quando comparadas com os ricos.

1.2. Princípio da equidade

O princípio da equidade tem por objetivo a garantia de uma


distribuição equitativa do ônus tributário pelos indivíduos, de uma forma
“justa”. Existem duas abordagens ou princípios a fim de definir qual a
parcela justa de imposto que cada indivíduo deve pagar:

 Princípio da capacidade contributiva: a repartição tributária


deveria ser baseada na capacidade individual de contribuição.

 Princípio do benefício: o ônus tributário deveria ser repartido


entre os indivíduos de acordo com o benefício que cada um recebe
em relação aos bens e serviços prestados pelo governo.

A partir de agora, vejamos cada uma deles:

1.2.1. Princípio da capacidade contributiva

Também chamado de princípio da capacidade de pagamento ou,


ainda, princípio da habilidade de pagamento, ele nos afirma que os
impostos devem ser cobrados das pessoas de acordo com a capacidade
que elas têm de suportar o encargo.

Esse princípio é justificado pelo argumento de que todos os


cidadãos devem fazer o mesmo sacrifício para sustentar o governo. Isso
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significa que R$ 100,00 é mais importante para um indivíduo pobre do


que para um rico. Dado esse fato, se um indivíduo pobre e um rico pagam
um mesmo montante de tributos, eles não fizeram o mesmo sacrifício.
Devido à sua capacidade de pagamento inferior, o indivíduo pobre teve
um sacrifício superior ao do rico.

Para evitar esse tipo de injustiça, utilizamos dois mecanismos de


tributação que têm por objetivo igualar o sacrifício dos cidadãos: a
equidade horizontal e a equidade vertical.

A equidade horizontal significa que os indivíduos com iguais


capacidades devem pagar o mesmo montante de tributos. Sua
implementação é relativamente fácil, já que as pessoas com o mesmo

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nível de renda (mesma capacidade de pagamento) devem, em princípio,
dar igual contribuição tributária.

A equidade vertical significa que indivíduos com diferentes


habilidades devem pagar tributos em montantes diferenciados. Quem
pode pagar mais, de fato, deve pagar mais. É o tratamento desigual para
desiguais. Vale destacar que esses montantes a que nos referimos são em
valores percentuais. Por exemplo, um sujeito que ganha R$ 1.000,00
deve pagar uma parte menor de sua renda que outro sujeito que ganha
R$ 7.500,00. Se o primeiro paga R$ 200,00 de impostos (20% de sua
renda) e o segundo paga R$ 1.500,00 (20% da renda), não estaremos
obedecendo à equidade vertical, mas, sim, à equidade horizontal, pois os
dois sujeitos estarão pagando o mesmo montante (mesmo percentual de
suas rendas). Assim, para que a equidade vertical seja obedecida, quem
ganha mais, deve contribuir com um percentual maior de sua renda.

1.2.2. Princípio do benefício

Este princípio afirma que as pessoas devem pagar impostos com


base nos benefícios que obtêm dos serviços do governo. Quanto maior o
benefício auferido, maior deve ser a contribuição e vice-versa.

Algumas pessoas argumentam que esse princípio é mais justo


porque evita a situação na qual um indivíduo paga indiretamente pelo
benefício de outra pessoa. Outras pessoas argumentam que esse princípio
é mais eficiente porque ele se alinha perfeitamente com o sistema de
mercado livre, onde cada indivíduo paga de acordo com os benefícios que
recebe ao adquirir determinados bens e serviços.

Baseado nestes argumentos, temos que, quanto maior é o


benefício, maior é o nível de consumo e, por conseguinte, maior é o preço
a ser pago pelos benefícios. Ainda nesta forma de análise, argumenta-se
que, se o pagamento dos tributos não é feito com base no princípio do
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benefício, o resultado inequivocamente é o desperdício, porque há um


estímulo velado à superutilização dos serviços, levando à ineficiência e/ou
desperdício.

Por outro lado, a aplicação do princípio do benefício revela duas


dificuldades intransponíveis. Em primeiro lugar, é difícil estabelecer qual é
o benefício de cada indivíduo na fruição de bens e serviços públicos. Por
exemplo, quanto de segurança nacional cada indivíduo usufrui? Difícil
responder, não!? Quanto cada cidadão paulistano usufrui do Parque do
Ibirapuera, ou quanto cada cidadão carioca usufrui das praias, ou, ainda,
quanto cada cidadão brasiliense usufrui do Parque da Cidade? São
perguntas (quase) impossíveis de se responder, de modo que se torna
inviável a aplicação prática do princípio do benefício.

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Em segundo lugar, outra dificuldade para a aplicação deste princípio


surge no momento em que se procura mensurar o benefício individual
para que, de acordo com ele, se estabeleça um valor a ser pago. Pelos
exemplos do parágrafo anterior, vê-se que não há mecanismos eficientes
para medir o benefício que cada cidadão tem ao usufruir os bens e
serviços públicos. Mesmo que houvesse meios de mensurar esse
benefício, haveria ainda a dificuldade de estabelecer o quantum deveria
ser cobrado de cada um.

Assim, fica claro que o mecanismo da tributação baseado apenas no


princípio do benefício seria de dificílima implantação. Logo, a alternativa
de se estabelecer um sistema de tributação adequado mostra a
necessidade de se buscar outro mecanismo que, associado ao princípio do
benefício, torne a estrutura de tributação menos ineficiente e mais justa
e, ao mesmo tempo, viável do ponto de vista prático.

2. TIPOS DE IMPOSTOS

Neste tópico, nós veremos diversas classificações dos impostos, que


são cobradas em concursos.

2.1. Ingressos públicos: receitas originárias e derivadas

Com o objetivo de atender às necessidades públicas, o Estado


possui meios de financiar suas atividades por intermédio dos ingressos
públicos. Eles são considerados todas as entradas de bens ou direitos, em
um certo período de tempo, que o Estado utiliza para financiar seus
gastos, podendo ou não se incorporar ao seu patrimônio.

Quanto à forma de ingresso ou natureza, a receita pode ser


orçamentária3 ou extraorçamentária4. Para nós, o que interessa é a
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receita orçamentária (ou receita pública).

3
Para o Manual Técnico do Orçamento (MTO), a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada
pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e
demandas da sociedade.
4
Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do orçamento público. Como
exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de
pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e
outras operações assemelhadas. Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua
realização não se vincula à execução do orçamento. Tais receitas também não constituem renda
para o Estado, uma vez que este é apenas depositário de tais valores. Contudo tais receitas somam-
se às disponibilidades financeiras do Estado, porém têm em contrapartida um passivo exigível que
será resgatado quando da realização da correspondente despesa extra-orçamentária.

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Segundo o MTO (Manual Técnico do Orçamento), as receitas


públicas podem ser classificadas em vários critérios:

1. natureza;
2. indicador de resultado primário; e
3. fonte/destinação de recursos.

Apesar da classificação do MTO, existe ainda a classificação da


doutrina, no que tange ao critério da procedência5. Essa classificação
possui uso acadêmico e não é normatizada; portanto, não é utilizada
como classificador oficial da receita pelo poder público.

Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as


arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela
Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio
mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos
(ou tarifas), de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos
industriais ou agropecuários.

Assim, quando o Estado aluga um imóvel a terceiros ou quando


recebe dividendos de empresas em que tem participação acionária, tais
recursos são receitas originárias.

Receitas públicas derivadas, por outro lado, são as obtidas pelo


poder público por meio da soberania estatal, por meio da coercitividade.
Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de
forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de
contribuições especiais.

Veja, então, que a maior parte dos recursos (tributos) que o Estado
aufere é enquadrada como receita derivada.

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2.2. Impostos diretos e indiretos

A diferença básica entre esses tributos está na incidência. Enquanto


os tributos diretos incidem sobre a renda e riqueza (patrimônio) das
pessoas, os tributos indiretos são aqueles que incidem sobre as
mercadorias e serviços adquiridos pela sociedade. Nesse sentido,
podemos também conceituar o primeiro como sendo aquele que incide
sobre as pessoas, enquanto o segundo incide sobre a produção.

Como exemplo de impostos diretos, temos o IR (Imposto de


Renda), incidente sobre a renda das pessoas; o SIMPLES (imposto sobre
o lucro das micro e pequenas empresas e empresas de pequeno porte),
5
Alguns falam também em critério da coercibilidade.

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incidente sobre a renda das pessoas jurídicas; o IPVA (Imposto sobre a
propriedade de veículos automotores), incidente sobre o patrimônio; o
IPTU (Imposto predial e territorial urbano), incidente sobre o patrimônio;
o ITR (Imposto territorial rural), incidente sobre o patrimônio; etc.

Como exemplo de impostos indiretos, temos o ICMS (Imposto sobre


circulação de mercadorias e serviços), o IPI (Imposto sobre produtos
industrializados), o ISS (Imposto sobre serviços), etc.

2.3. Impostos específicos e ad valorem

Dentro dos impostos indiretos, nós podemos ainda ter os impostos


específicos e os ad valorem.

Imposto específico ou ad rem é aquele cobrado com base em um


valor único, dependente da quantidade transacionada da mercadoria. Por
exemplo, imagine um imposto de R$ 1,00 por cada lata de cerveja
produzida. É um tipo de imposto específico pois é um valor único e não
depende do valor pelo qual a lata foi vendida, mas apenas do número de
latas vendidas.

Imposto ad valorem é aquele cobrado com base em uma alíquota


que incide sobre o valor da transação. É o tipo mais comum. Por exemplo,
imagine uma venda de um bem que custe R$ 100 e a alíquota do imposto
seja 10%. O valor do imposto será R$ 10. Se o mesmo bem for vendido
em outro lugar por R$ 200, o valor do imposto será R$ 20. Diferente,
portanto, do imposto específico que tem um valor único por unidade
transacionada.

Ainda em relação ao imposto ad valorem, podemos ter dois tipos:


os cobrados por fora ou por dentro.

O imposto ad valorem cobrado por fora incide sobre o valor da


mercadoria, de modo que o imposto é uma porcentagem sobre o preço de
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venda, onde ainda não está incluso o imposto. Exemplo: se um bem custa
R$ 100,00 (preço de venda) e o imposto por fora equivale a 10%, o preço
de nota fiscal do bem (aquele que o consumidor pagará) será R$ 110. O
IPI é um exemplo de imposto ad valorem cobrado por fora.

O imposto ad valorem cobrado por dentro incide sobre o preço de


venda, de modo que o valor do imposto é uma porcentagem sobre o
preço de venda, onde já está incluso o imposto. Exemplo: se um bem
custa R$ 100 (preço de venda) e o imposto por dentro equivale a 10%, o
preço de nota fiscal do bem será R$ 100 e o valor do imposto será R$ 10.
Ou seja, o preço líquido da mercadoria (preço de venda do bem menos o
imposto) será R$ 90. O ICMS é um exemplo de imposto ad valorem
cobrado por dentro.

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Uma pergunta pertinente seria: qual destes impostos ad valorem é


mais oneroso para o contribuinte, o por fora ou o por dentro? Certamente
o imposto ad valorem cobrado por dentro é mais oneroso. Veja os
exemplos que foram citados acima. No caso do imposto por fora, o preço
líquido da mercadoria equivale a R$ 100 enquanto o imposto equivale a
R$ 10, ou seja, a tributação foi de 10% sobre o preço líquido da
mercadoria. No caso do imposto por dentro, o preço líquido da mercadoria
equivale a R$ 90 enquanto o imposto equivale R$ 10, ou seja, a
tributação foi de 11,11% (10/90) sobre o preço líquido da mercadoria.

2.4. Impostos proporcionais, progressivos e regressivos

2.4.1. Impostos proporcionais

Neste sistema, aplica-se a mesma alíquota de imposto para os


diferentes níveis de renda. Este tipo de tributo coaduna-se com a
equidade horizontal, em que indivíduos com capacidades iguais de
pagar, pagam o mesmo montante percentual de suas rendas.

Veja como exemplo a tabela abaixo:

Classes Alíquota Valor do % de imposto % de renda


Renda
de renda % imposto sobre a renda após o imposto
A 1.000 10 100 10 90
B 2.000 10 200 10 90
C 3.000 10 300 10 90
D 4.000 10 400 10 90

Veja que todos pagam impostos nos mesmos montantes


percentuais de suas rendas. A partir deste quadro, concluímos que o
sistema proporcional não tem nenhum impacto sobre a redistribuição da
renda na sociedade. 09558578304

2.4.2. Impostos progressivos

Por meio desse sistema, aplicam-se maiores percentuais de


impostos para as classes de renda mais alta. Este tipo de tributo
coaduna-se diretamente com a equidade vertical, em que indivíduos
com capacidades desiguais para pagar, pagam montantes percentuais
desiguais de suas rendas. No entanto, se considerarmos que indivíduos
rendas iguais também pagarão percentuais iguais de suas rendas, então,
podemos afirmar que o imposto progressivo também se coaduna
com a equidade horizontal.

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Veja como exemplo a tabela abaixo:

% de % de
Classes
Alíquota imposto renda após
de Renda Valor do imposto
% sobre a o imposto
renda
renda
Até R$
A 10 100 10 90
1.000
Até R$
B 20 100+200 15 85
2.000
Até R$
C 30 100+200+300 20 80
3.000
Mais
D que R$ 40 100+200+300+400 25 75
3.000

Nota  o sujeito que ganha R$ 4.000,00 não pagará a alíquota de 40%


sobre todo o montante de sua renda. Ele pagará 10% sobre os valores
que se encontram na faixa de renda entre R$ 0 e R$ 1000; 20% sobre os
valores que se encontram na faixa de renda entre R$ 1.000 e R$ 2.000;
30% sobre os valores que se encontram na faixa de renda entre R$ 2.000
e R$ 3.000; e 40% sobre os valores que se encontram na faixa de renda
acima de R$ 3.000.

Observe que aqueles mais ricos pagam percentuais maiores de suas


rendas. Após o imposto, o percentual que sobra de suas rendas é menor
que o percentual das classes pobres após a “mordida” do imposto. Assim,
concluímos que o imposto progressivo é um sistema de tributação em que
há impacto sobre a redistribuição de renda da sociedade, contribuindo
para menores desigualdades na sua distribuição.

No Brasil, temos como exemplo de impostos progressivos o IR


(Imposto de Renda), em que há uma faixa de renda em que não se paga
qualquer imposto e, por outro lado, há um faixa em que se paga até
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27,5% sobre a renda. Outro exemplo é o IPTU em que, quanto maior o


valor venal (de venda) do imóvel, maior é a alíquota do imposto a pagar.
No município de São Paulo, por exemplo, dependendo do valor do imóvel
residencial, temos alíquotas que vão desde a isenção total (0%) até 1,5%
do valor venal.

A magnitude das alterações na distribuição da renda após o imposto


dependerá da diferenciação das alíquotas para as diversas classes de
renda. Quanto maior a diferenciação, ou seja, quanto maior o intervalo de
uma alíquota para outra, maior será o impacto sobre a distribuição da
renda.

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2.4.3. Impostos regressivos

Esse sistema tributa de forma mais aguda as classes mais pobres,


fazendo com que elas suportem uma carga tributária maior. Nesse caso,
quanto menor o nível de renda, maior é o percentual de imposto a ser
pago pelo indivíduo.

No sistema tributário brasileiro, é admitido que os impostos


indiretos (incidentes sobre a produção) são regressivos. Por exemplo,
imagine uma pessoa com renda de R$ 1.000 que decida comprar um
televisor de LCD com o valor de nota fiscal de R$ 1.500. O ICMS e IPI da
televisão somados valem, digamos, R$ 300,00. Ao comprar a TV, este
indivíduo pagará, em impostos indiretos (ICMS e IPI), o equivalente a
30% de sua renda. Agora, imagine alguém com renda de R$ 6.000 decida
comprar a mesma TV. Ao pagar os mesmos R$ 300,00 em impostos, este
último indivíduo estará perdendo apenas 5% de sua renda.

Assim, percebe-se que os impostos indiretos, no sistema tributário


brasileiro, são regressivos e pioram a distribuição de renda.

3. A TRIBUTAÇÃO DO CONSUMO NO BRASIL: Impostos


cumulativos e não cumulativos

Impostos cumulativos são aqueles que incidem sobre todas as


etapas da produção. Também são chamados de impostos em cascata,
justamente por incidirem sobre todas as etapas produtivas, assim como
uma cascata vem incidindo sobre tudo que está abaixo dela. A antiga
CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é um
exemplo típico. Qualquer transferência financeira, excetuadas raras
exceções, era tributada.

Impostos não cumulativos são aqueles que incidem apenas sobre o


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valor adicionado em cada etapa de produção. Por exemplo, imagine uma


fazenda que produziu trigo no valor de R$ 1,00 o quilo. Haverá tributação
em cima deste valor de R$ 1,00/kg. Se uma indústria comprar o trigo e
produzir farinha de trigo no valor de R$ 3,50/kg e o tributo for não
cumulativo, é permitido que se deduza o que foi pago na etapa anterior
de produção. Assim, é permitido compensar o imposto que foi pago sobre
a base de cálculo de R$ 1,00 (produção do trigo). Na prática, então, será
cobrado imposto somente sobre o valor que foi adicionado, ou seja, sobre
R$ 2,50 (3,50 – 1,00). Se o imposto fosse cumulativo, haveria tributação
sobre o valor cheio nos dois casos (sobre R$ 1,00 na primeira etapa e
sobre R$ 3,50 na segunda etapa). Pelo fato de o imposto não cumulativo
incidir somente sobre o valor adicionado, ele também é denominado de
IVA (Imposto sobre o Valor Adicionado).

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3.1. Impostos cumulativos (em cascata)

O imposto cumulativo (ou em cascata) aplica-se ao faturamento ou


ao montante que é vendido. Ele incide, portanto, sobre todos os estágios
do processo produtivo.

Uma medida da ineficiência econômica deste tipo de tributo repousa


na mudança de comportamento a que ele conduz os agentes econômicos.
Ele faz com que os vendedores verticalizem a produção. Pense, por
exemplo, na produção de um produto que envolve muitas etapas
produtivas. Um computador, por exemplo, começa a ser fabricado quando
as mineradoras extraem a matéria-prima (cobre, alumínio, etc). Depois,
outros componentes são produzidos por outras empresas (fios, plástico,
componentes eletrônicos, etc). Depois disso, a firma monta o computador
e o vende ao comércio. Este, por sua vez, vende o computador ao
consumidor final. Veja que ocorrem várias etapas. Se o imposto é
cumulativo, todas elas serão tributadas, de tal maneira que o preço do
produto será excessivamente apenado pelo imposto.

Neste caso, vale a pena todas essas empresas que participam desse
processo se juntarem (isto significa “verticalizar” a produção), de tal
modo a reduzir as etapas de produção a um pequeno número, e fazer
com que a tributação seja reduzida ao menor número de vezes possível.
Assim, percebe-se que a adoção de impostos cumulativos faz com que os
agentes mudem de comportamento na tentativa de “fugir” do imposto.
Essa mudança de comportamento gerada pelo imposto em cascata
representa a sua ineficiência econômica.

Desta forma, concluímos que o imposto cumulativo é um


imposto altamente ineficiente do ponto de vista econômico.

A verticalização faz com que um número menor de empresas


produza em maior quantidade, o que nos levar a concluir que a
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cumulatividade do imposto também reduz o grau de concorrência6


da economia.

3.2. O imposto sobre o valor agregado7 (IVA)

Teoricamente, um imposto sobre o valor adicionado na venda de


bens de consumo seria equivalente a um imposto sobre vendas somente
ao consumidor final, tendo em vista a igualdade contábil entre a soma
dos valores adicionados e o valor do produto final. No exemplo que foi

6
Essa redução da concorrência também é um parâmetro que nos mostra a ineficiência econômica
deste imposto.
7
Também pode ser chamado de imposto sobre o valor adicionado .

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dado no início do tópico 3, os valores adicionados são R$ 1,00 e R$ 2,50;
e o valor do bem vendido ao consumidor final é R$ 3,50. Um imposto em
cascata seria inferior a ambas as alternativas (seria cobrado sobre os
valores de R$ 1,00 e R$ 3,50), uma vez que discriminaria contra produtos
que apresentassem um número maior de etapas de produção e
comercialização, incentivando a integração vertical das empresas e
reduzindo o grau de concorrência.

No imposto cumulativo, conforme vimos no tópico precedente, há


incentivo para que várias empresas se integrem, de forma que todas as
etapas de produção sejam tributadas somente uma vez. Explicando mais
uma vez, desta vez por meio de outra situação:

Imagine a produção de pão. Caso tenhamos a tributação


cumulativa, haverá tributação cheia em todas as etapas de produção
(produção do trigo, da farinha de trigo e do pão). Assim, naturalmente,
há um forte estímulo para que as empresas das diversas etapas de
produção (fazenda produtora do trigo, indústria produtora da farinha de
trigo, padaria produtora do pão) se integrem e formem uma só, de tal
maneira que somente o pão, ao final, será tributado. Por outro lado,
quando a tributação é não cumulativa, não há estímulo a essa integração
vertical, pois a tributação ocorre somente sobre o valor adicionado, pois é
possível utilizar como crédito fiscal o que foi pago na etapa anterior da
produção.

Pelo fato de não estimular a mudança de comportamento dos


agentes, e nem prejudicar a concorrência de mercado (já que não há
estímulos à integração vertical), nós podemos entender que o IVA é um
imposto mais eficiente economicamente do que o imposto em cascata.
Assim, se o governo pretende tributar o consumo e se preocupa com
questões de eficiência econômica, a solução do IVA é preferível à solução
do imposto cumulativo. Por isso, em razão do IVA distorcer menos as
decisões dos agentes (não estimular a integração vertical e incidir
somente sobre o valor adicionado), ele é mais neutro que o imposto
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cumulativo.

Em relação à fiscalização dos impostos cumulativos e do IVA, neste


último, ela torna-se mais transparente. Como é possível o abatimento do
que foi pago nas etapas anteriores da produção por meio do crédito fiscal,
fica exposta uma espécie de trilha de auditoria. Assim, a sonegação é
desincentivada, pois ela só não será detectada se houver sonegação em
todas as etapas da produção. Muitos tributaristas dizem até que o IVA
(imposto não cumulativo) é um tributo autofiscalizador, devido a este
rastro que ele deixa nas várias etapas da produção.

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4. TRIBUTAÇÃO ÓTIMA DE MERCADORIAS

Neste tópico, nós veremos como os impostos afetam a eficiência


econômica. Para isso, pelo menos no início, utilizaremos o enfoque gráfico
em que visualizamos as curvas de demanda, oferta, os excedentes do
consumidor e produtor, e o peso morto do imposto.

Já sabemos que, ao tributar o bem, normalmente os demandantes


pagam um preço maior e os ofertantes recebem um preço menor. Isso
representa um custo para os consumidores (demandantes) e para os
ofertantes (produtores). Mas, do ponto de vista da eficiência
econômica, o custo do imposto é que ele diminui o nível de
produção que seria alcançado caso não houvesse tributação.

A produção perdida representa o custo social do imposto. Ele


também é chamado de perda de peso morto8. Analisaremos esse peso
morto por meio das ferramentas dos excedentes do consumidor e
produtor. Para isso, acompanhe o raciocínio pela figura 01.

Nota: o peso morto também é chamado de excesso de gravame ou


gravame excessivo, no sentido de que a imposição do imposto ocasiona,
em geral, um custo adicional para a sociedade, além do valor que é
arrecadado para o governo.

Inicialmente, temos (veja pela figura 01) um mercado competitivo


em equilíbrio, no ponto onde as curvas de demanda e oferta se
interceptam. Esse equilíbrio significa um ótimo de Pareto, pois é um
equilíbrio de um mercado competitivo. Isto acontece porque o equilíbrio
competitivo representa um ponto onde os excedentes do consumidor e
produtor são maximizados.

A figura 01 ilustra o preço pago pelos compradores e o preço


recebido pelos produtores após a imposição do imposto específico t,
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cobrado dos produtores.

8
E
A ão quer dizer que
o peso morto foi reduzido, mas simplesmente que há peso morto. A confusão ocorre devido à
tradução literal do termo em inglês deadweight loss (perda de peso morto).

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Figura 01

Preços

Equilíbrio após o
imposto
O
Preço pago pelos
compradores = PC
A
Imposto t B
Equilíbrio antes
Preço recebido pelos D C do imposto
vendedores = PV

D
Quantidade
Q2 Q1

A produção foi reduzida por esse imposto (de Q2 para Q1). A perda
de excedente dos consumidores é dada pela soma das áreas A+B, e a
perda de excedente dos produtores é dada pela soma das áreas C+D.

Como estamos à procura de uma expressão para o custo social do


imposto ou para o quantum ele reduz a eficiência econômica, seria
natural, a princípio, somarmos todas as perdas de excedentes
(A+B+C+D) para obter a perda total para os consumidores e produtores.
No entanto, é necessário considerar que um terceiro agente (o governo),
até então não considerado por nós, tem um relevante ganho de
excedente ou bem-estar.

O governo ganha a receita com o imposto. Essa receita tributária


pode ser encarada como uma espécie de “excedente do governo”. Pelo
menos teoricamente, essa receita auferida pelo governo será
integralmente devolvida para a sociedade na forma de bens e serviços
que beneficiarão toda a coletividade (saúde, educação, estradas,
09558578304

saneamento, etc).

Assim, a área A+D (que é a receita tributária9) retornará para a


sociedade, de tal forma que o resultado líquido da imposição do tributo
será uma perda total de excedentes (A+B+C+D) e um ganho de receita
tributária (A+D). Logo, o resultado líquido será uma perda de excedentes
no valor das áreas C+B, que é o ônus do imposto ou peso morto (ou
excesso de gravame).

Em (possíveis) questões envolvendo cálculos, se for necessário


calcular o peso morto, será preciso calcular a área “cinza” representada
9
A receita tributária é dada pela multiplicação do valor do imposto (t) pela quantidade produzida e
vendida (Q2). Assim, a receita tributária é dada pela área dos retângulos A+B.

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pelos triângulos B+C. Se você considerar que a área cinza (B+C) forma
um triângulo “deitado”, pode-se concluir que sua área será a metade da
multiplicação do valor do imposto (base do triângulo) pela diferença entre
Q1 e Q2 (altura do triângulo), uma vez que a área de qualquer triângulo é
dada por (base X altura)/2. Ou seja, para calcular o peso morto, basta
saber a diferença entre as quantidades de equilíbrio antes e
depois do imposto (Q1 – Q2) e multiplicar essa diferença pelo valor
do imposto, dividindo o resultado obtido por 2. Feito isto, teremos o
valor do peso morto.

Qual será a fonte desse ônus? Ele acontece pelo valor perdido pelos
consumidores e produtores com a redução nas vendas do bem. Observe
que a taxação imposta pelo governo faz reduzir a demanda e a oferta, de
tal forma que a quantidade de equilíbrio se reduz de Q1 para Q2. Essa
redução nas vendas provoca o peso morto. Afinal, não se taxa o que não
é vendido! Assim, o governo não obtém nenhuma receita pela redução
nas vendas do bem. Do ponto de vista da sociedade, e também da
eficiência econômica, esta redução é o ônus do imposto (ou peso morto).

Uma interessante pergunta que pode surgir é sobre o que


determina o grau de ineficiência do imposto. O que faz o peso morto ser
maior ou menor?

A ineficiência de qualquer imposto é determinada pela


medida em que os consumidores e produtores alteram seu
comportamento para evitar o imposto; o peso morto é causado por
decisões ineficientes de consumo e produção por indivíduos e empresas
para evitar a tributação. A quantidade alcançada no equilíbrio competitivo
maximiza o excedente total. Qualquer variação da quantidade em relação
ao ponto de equilíbrio leva à ineficiência. Assim, a ineficiência é
proporcional à variação de quantidade induzida pelo imposto.

No caso de bens de demanda inelástica, há pouca variação na


quantidade em virtude da imposição do imposto. Por outro lado, quanto
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mais elástica é a demanda (ou a oferta) de um bem, maior a variação de


quantidade induzida pelo imposto, e maior é a ineficiência por ele
causada.

Desta forma, podemos concluir que as elasticidades determinam


a ineficiência do imposto: quanto maiores as elasticidades da
demanda/oferta, maior será o peso morto. Quanto menores as
elasticidades da demanda/oferta, menor será o peso morto.
Graficamente, é fácil visualizarmos por que o peso morto é maior quando
as elasticidades são maiores, veja na figura 02:

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Figura 02

Quando a oferta e/ou a


Preço Oferta demanda são elásticas, o
peso morto do imposto é
alto.
Oferta
Quando a oferta e/ou a
Valor do demanda são inelásticas,
imposto (T) o peso morto do imposto
é pequeno. (T)

Demanda
Demanda

Quantidade
a) Mercado inelástico b) Mercado elástico

4.1. A Regra de Ramsey

Se o governo busca a neutralidade (eficiência econômica), de forma


a intervir o mínimo possível na alocação de recursos, sem causar
ineficiências, ele procurará tributar bens de demanda/oferta inelástica,
pois o peso morto será menor. Podemos expressar a regra de Ramsey
segundo a equação abaixo, também chamada de regra da “elasticidade
invertida”:

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Onde seria a alíquota ótima de imposto sobre um determinado


bem, Epd seria a elasticidade preço da demanda do bem, e seria o valor
da receita governamental adicional conseguida com um (possível)
aumento de alíquota do imposto. Observe que a alíquota ótima é
inversamente relacionada com a elasticidade preço da demanda do bem.
Isto é, bens de demanda elástica (valor alto de Epd) devem sofrer uma
tributação menor, e bens com demanda inelástica devem ser tributados
mais pesadamente.

Para arrematar o raciocínio, podemos entender que quanto mais o


imposto muda o comportamento de consumo e produção, menos eficiente
ele será e maior será o peso morto. Por exemplo, suponha que o governo
esteja preocupado com questões de eficiência, e deseje impor um

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imposto. Naturalmente, ele procurará impor esse imposto sobre bens cujo
consumo não deva se alterar muito após a imposição do imposto. Ou
seja, se o governo se preocupa com a eficiência, ele procurará
tributar bens de demanda inelástica (ou cujos consumidores
tenham alta propensão marginal a consumi-los). Nos dois casos,
haverá pouca mudança de comportamento no sentido de evitar o
imposto, de tal forma que a ineficiência do imposto será baixa.

A formulação de Ramsey indica que duas regras devem ser levadas


em conta na fixação de um imposto ótimo (mais eficiente) sobre
mercadorias:

 Regra da elasticidade invertida: bens com alta Epd devem ser


tributados a uma alíquota mais baixa; bens com baixa Epd devem
ser tributados a alíquotas mais altas.

 Regra da base ampla (suavização da tributação): é melhor


tributar uma grande variedade de bens a uma alíquota moderada do
que tributar poucos bens a uma alíquota elevada. Quanto maior a
alíquota, maior é o acréscimo de peso morto decorrente de mais
aumentos da alíquota10. Isto significa que é melhor tributar muitos
bens a 10% do que poucos bens a 20%, pois o aumento da alíquota
de 10% para 20% gera um acréscimo de peso morto maior do que
o aumento de alíquota de 0% para 10%.

Para equilibrar as duas regras, o governo deve tributar os bens de


demanda inelástica com alíquotas maiores (isto já sabemos!), entretanto,
ele não deve tentar arrecadar todos os seus impostos a partir desses
bens inelásticos. Seguindo a regra da base ampla, o governo deve
procurar tributar o maior número de bens possível. Ou seja, embora o
governo deva tributar os bens de demanda inelástica mais pesadamente,
ele também deve tributar outros bens.

Se o governo se preocupasse somente com a regra da elasticidade,


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ele poderia simplesmente identificar os bens inelásticos e procurar extrair


toda a sua receita tributária a partir deste bens, deixando de tributar os
bens de demanda elástica. No entanto, a regra da base ampla acaba
servindo para compensar a aplicação da regra da elasticidade.

4.2. Implicação da regra de Ramsey sobre a equidade

Conforme sabemos, eficiência não implica necessariamente


equidade, e vice-versa. A regra de Ramsey da alíquota ótima (mais

10
O peso morto marginal de um imposto (acréscimo de peso morto decorrente do aumento de
alíquota) aumenta junto com a alíquota. Assim, aumentar a alíquota de um imposto de 20% para
21% traz mais peso morto do que aumentar a alíquota deste mesmo imposto de 10% para 11%. Isto
é, o acréscimo de peso morto tende a ser maior para níveis mais elevados de alíquota.

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eficiente) dos tributos só leva em conta aspectos de eficiência.
Simplesmente ignora os aspectos de equidade.

A regra da elasticidade invertida tem implicações cruéis em termos


de equidade. Imagine, por exemplo, que houvesse apenas dois bens na
economia: leite e um bom uísque 12 anos (Jetro: Heber, porque todos os
seus exemplos envolvem bebida?). A elasticidade preço da demanda de
uísque é muito mais elevada do que a de leite (Heber: se a pessoa não
for uma “pinguça”, né  Jetro: Já sei quem é o pinguço...). Isto
significaria a imposição de uma alíquota muito menor a um bem
consumido por pessoas de renda mais alta. Já a alíquota do leite (bem de
demanda inelástica) seria bem maior. Isto, por sua vez, significaria a
imposição de alíquotas maiores a um bem consumido por pessoas de
renda mais baixa.

Observe que este resultado da regra de Ramsey, embora mais


eficiente, violaria a equidade tributária (equidade vertical). Pessoas mais
ricas estariam pagando alíquotas menores de imposto.

Um determinado governo pode querer equilibrar objetivos de


tributação ótima (busca da eficiência) com objetivos de equidade. Neste
caso, na hora de fixar a alíquota do bem, o governo poderia levar em
conta não somente a elasticidade preço da demanda de cada mercadoria,
mas também a renda de seus consumidores. Os bens que fossem
consumidos predominantemente por indivíduos com rendas mais altas
poderiam ter uma alíquota superior àquela determinada pela regra da
elasticidade. E bens que são predominantemente consumidos por
indivíduos com rendas mais baixas teriam alíquotas inferiores àquela da
regra da elasticidade.

Fazendo isso, o governo compensaria um pouco a falta de justiça


decorrente da aplicação da regra de Ramsey, que leva em conta somente
aspectos de eficiência econômica. Mas, obviamente, esta compensação,
considerando questões de equidade, faria o sistema tributário perder um
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pouco de eficiência, mas o tornaria mais justo (ou equânime).

Observe, então, que o governo geralmente enfrenta um trade-off


(dilema de escolha) na hora de organizar seu sistema tributário. Um
sistema eficiente não implica necessariamente um sistema justo. E,
quando o governo tenta tornar o sistema mais justo, tendo vista questões
de equidade, ele acaba tendo que tolerar uma perda de eficiência
econômica.

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5. ALÍQUOTA MARGINAL E ALÍQUOTA MÉDIA DE IMPOSTOS

Este tópico trata de temas intimamente relacionados à incidência


econômica de imposto sobre a riqueza, notadamente um imposto sobre a
renda.

No contexto da discussão da eficiência dos impostos, é importante


discutirmos dois conceitos: alíquota média e marginal. A alíquota média é
o imposto total pago dividido pela renda total. A alíquota marginal é o
imposto adicional pago sobre um R$ 1,00 adicional de renda.

Por exemplo, suponha um imposto progressivo em que o governo


aplique uma alíquota de 10% sobre os primeiros R$ 3.000,00 de renda e
uma alíquota de 50% sobre toda a renda além de R$ 3.000,00. Nessas
condições, uma pessoa que ganha R$ 4.000,00 paga um imposto de R$
800,00 (10% dos primeiros R$ 3.000,00, que é igual a R$ 300,00; mais
50% dos R$ 1.000,00 restantes, que é igual R$ 500,00). Para esse
contribuinte, a alíquota média seria 800/4000=0,2, ou 20%, mas a
alíquota marginal seria 50%, uma vez que cada R$ adicional que ele
ganhe será tributado à alíquota de 50%.

A análise das alíquotas média e marginal é bastante útil. Se o


objetivo é medir o sacrifício feito pelo contribuinte, a alíquota média é o
conceito mais apropriado, porque mede a parcela da renda do consumidor
que vai para o pagamento de impostos. Por outro lado, se o objetivo é
avaliar a medida que o tributo distorce as ações dos agentes, a alíquota
marginal é o conceito mais importante. Em economia, os agentes, ao
tomarem suas decisões, pensam “na margem”. Assim, se um indivíduo
decide avaliar se aumentará sua carga de trabalho, ele fará avaliações
pensando “na margem”, marginalmente: quanto “a mais” de renda eu
vou ganhar? Quanto “a mais” de impostos eu vou pagar?

Se a alíquota marginal é alta, como no caso acima, o acréscimo de


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trabalho será desencorajado, pois cada R$ ganho na margem provocará


R$ 0,50 a mais de impostos a pagar. Assim, é a alíquota marginal que
determina a mudança de comportamento dos agentes decorrentes da
imposição de um tributo. Por conseguinte, é a alíquota marginal que
determina o peso morto do imposto.

Se pensarmos que o lump-sum tax (tributo por montante único) é


um imposto neutro, que não provoca mudanças de comportamento nas
pessoas, nós entenderemos essa afirmação que relaciona a alíquota
marginal e a eficiência do imposto.

Um imposto lump-sum, tributo por montante único, é caracterizado


pela cobrança de um valor fixo sobre os cidadãos. Suponha que o governo

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imponha um tributo por montante único no valor de R$ 400,00. Ou seja,
todos deverão pagar o mesmo valor, independentemente de seus ganhos
ou ações. Para um contribuinte com renda de R$ 4.000,00, a alíquota
média é de 10%; para outro com renda de R$ 1.000,00, a alíquota média
é de 40%. Para ambos, a alíquota marginal é ZERO, porque não se
deverá nenhum imposto por R$ adicional de renda.

Como a alíquota marginal deste tipo de imposto é nula, as decisões


das pessoas e a renda auferida por elas não alteram o montante devido
ao governo. Assim, o imposto não distorce os incentivos, nem muda o
comportamento das pessoas e, portanto, não causa peso morto. Ou seja,
este tipo de imposto é o mais eficiente possível.

Se o imposto lump-sum é tão eficiente, por que ele não é utilizado


pelos governos? A razão é que a eficiência é apenas uma das
considerações de um sistema tributário e, adicionalmente, eficiência não
implica obrigatoriamente equidade. É bastante claro que a adoção de um
imposto de montante único, apesar de eficiente economicamente, não
atenderia ao princípio da equidade (imagine: pessoas extremamente
pobres ou ricas pagariam o mesmo montante de tributos). Por tal motivo,
ele não é adotado pelos governos.

Por fim, é interessante fazermos uma breve análise das alíquotas


médias e marginais em relação à progressividade e à regressividade dos
impostos.

Em um sistema de impostos progressivos, as alíquotas média e


marginal dos impostos elevam-se com a renda, sendo que a alíquota
marginal é naturalmente maior que a alíquota média. Quando a alíquota
de imposto marginal aumenta, a alíquota média aumenta, mas de forma
mais lenta. Como, no sistema progressivo de impostos, a alíquota
marginal cresce à medida que a renda cresce, podemos concluir
que esse sistema tem um efeito negativo sobre o incentivo de
aumentar a renda. Afinal, para que se esforçar mais e aumentar a
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renda se, cada vez mais, uma fatia maior dessa renda vai para os bolsos
do governo?

Em um sistema de impostos regressivos, a alíquota marginal se


reduz com o aumento de renda. Quando a alíquota marginal se reduz, a
alíquota média a acompanha, de forma que as alíquotas média e marginal
dos impostos reduzem-se com a renda, e também de forma que a
alíquota média é maior que alíquota marginal. Como, no sistema
regressivo, a alíquota marginal decresce à medida que a renda aumenta,
concluímos que esse sistema incentiva o aumento de renda (aumento de
trabalho). Afinal, quanto mais você ganhar, cada vez mais, uma fatia
menor dessa renda adicional vai para os bolsos do governo.

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6. INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

6.1. Repartição do ônus tributário

Quando um bem é tributado, os seus compradores e vendedores


compartilham o ônus dos impostos. Por exemplo, suponha que o governo
tribute um bem, inicialmente vendido ao preço de R$ 10,00, com um
imposto específico de R$ 2,00. Após a tributação, podemos ser levados a
pensar que este bem será vendido a R$ 12,00. Entretanto, isto não é
necessariamente correto. Caso o bem seja vendido a R$ 12,00, o ônus
tributário estará sendo repassado integralmente para os consumidores.
Na prática, na maioria das vezes, não é isso que ocorre. Mas, então,
como se dá essa divisão do ônus?

Na maioria das vezes, tanto consumidores quanto produtores são


apenados pela imposição dos tributos, no entanto, a divisão do ônus
raramente é igualitária. Para ver como o ônus é dividido, considere o
impacto da tributação sobre os dois mercados da figura 3. Em ambos os
casos, a figura mostra a curva de demanda inicial, a curva de oferta
inicial e um imposto que diminui o preço recebido pelos produtores e
aumenta o preço pago pelos consumidores.

Figura 3

REPARTIÇÃO DO ÔNUS TRIBUTÁRIO ENTRE


VENDEDORES E COMPRADORES

Oferta
Demanda
PCONS Demanda
Parte do imposto
Parte do imposto que recai sobre os
que recai sobre PCONS consumidores
os consumidores Imposto 09558578304

total Oferta PINICIAL


Parte do imposto
que recai sobre
os produtores E1
Imposto
PINICIAL total
Parte do imposto
PPROD PPROD que recai sobre os
produtores

Quantidade
a) Oferta elástica, b) Oferta inelástica,
demanda inelástica demanda elástica

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No painel 3.a, temos o caso da oferta elástica e da demanda
inelástica (lembre-se de que curvas mais horizontais, ou mais planas,
indicam maior elasticidade). No painel 3.b, temos o contrário: oferta
inelástica e demanda elástica. Nos dois casos, foi introduzido um imposto
e houve a repartição tributária, com uma parte do imposto recaindo sobre
os consumidores e outra parte recaindo sobre os produtores. PINICIAL é o
preço inicial, PCONS é o preço pago pelos consumidores após a imposição
do tributo, e PPROD é o preço recebido pelos produtores após o imposto. A
diferença PCONS – PPROD é o valor do imposto, que irá para os cofres do
governo.

No painel 3.a, note que a maior parte do imposto recai sobre os


consumidores. Isto acontece porque eles são mais inelásticos
(insensíveis) a mudanças nos preços que os produtores, já que a curva
dos consumidores (demanda) é mais vertical (inelástica) que a curva dos
produtores (oferta). Ou seja, como neste caso os produtores reagem mais
às mudanças nos preços (são mais elásticos), eles arcarão com a menor
parte do imposto.

No painel 3.b, note que a maior parte do imposto recai sobre os


produtores. Isto acontece porque eles são mais inelásticos a mudanças
nos preços que os consumidores, já que a curva de oferta é mais vertical
(inelástica) que a curva de demanda. Como, neste caso, os consumidores
reagem mais às mudanças nos preços (são mais elásticos), eles arcarão
com a menor parte do imposto.

Pelo exposto, chegamos à conclusão de que quem reage mais,


paga menos (imposto). Assim, o ônus de um imposto recai mais
pesadamente sobre o lado menos elástico do mercado. Ademais,
como a elasticidade reflete a declividade das curvas de demanda e
oferta (quanto mais inelástico, mais vertical; e quanto mais
elástico, mais horizontal), a repartição do ônus também
dependerá das declividades das curvas de demanda e oferta, o
que é o mesmo que dizer que a repartição dependerá das
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elasticidades dos consumidores e produtores. Mas, por que isso


ocorre?

Em essência, a elasticidade mede a disposição dos consumidores ou


produtores para sair do mercado quando as condições tornam-se
desfavoráveis. Uma elasticidade pequena da demanda significa que os
compradores não têm boas alternativas ao consumo do bem em questão.
Quando o bem é tributado, o lado com menos alternativas boas (menos
elasticidade) tem menos desejo de deixar o mercado e precisa, portanto,
arcar com uma parcela maior do ônus do imposto.

Vale ainda comentar os casos especiais da demanda e oferta.


Quando a demanda (consumidores) é totalmente inelástica, os

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consumidores arcam com a totalidade da tributação, já que eles não
reagem de nenhuma maneira a mudanças nos preços. Ainda neste caso,
ressaltamos que não haverá mudança nas quantidades transacionadas,
pois os consumidores, inelásticos que são, manterão o mesmo consumo
de antes. Seguindo o mesmo raciocínio, podemos também afirmar que se
a demanda é perfeitamente elástica, os produtores assumem toda
a carga do imposto, e os consumidores não assumem nenhuma
parte dela.

A mesma análise pode ser feita pelo lado da oferta. Se a oferta é


perfeitamente inelástica, os produtores serão integralmente
apenados pela imposição do tributo. Se a oferta é perfeitamente
elástica, os consumidores arcarão com a totalidade da tributação.

Por fim, ressaltamos que o lado do mercado sobre o qual o imposto


é lançado é irrelevante para a distribuição das cargas do imposto. Ou
seja, a incidência do imposto é idêntica, quer ele seja lançado sobre
produtores ou sobre consumidores. Por exemplo, suponha que o governo
decida cobrar um imposto específico de R$ 0,20 por litro de gasolina e,
para isso, ele tenha a opção de cobrar dos consumidores na bomba de
gasolina, quando pagam pela compra do produto, ou cobrar dos
produtores como é feito normalmente. Em quaisquer dos casos, a
repartição do ônus tributário dependerá das elasticidades e não
de quem é cobrado o imposto.

Ou seja, o lado do mercado sobre o qual o imposto é lançado


é irrelevante para determinar o ônus tributário, sendo que este é
determinado pelas elasticidades da demanda e da oferta, e não
sobre quem é lançado o tributo.

6.2. Calculando a repartição do ônus tributário

Neste tópico, veremos como se calcula a repartição do ônus


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tributário entre consumidores e vendedores, considerando um mercado


de concorrência perfeita. Para isso, utilizaremos as funções de demanda e
oferta do bem a ser tributado e consideraremos a hipótese de um imposto
sobre vendas (ou imposto sobre o consumo).

Qualquer imposto sobre vendas é recolhido pelo vendedor, mas isso


não significa que é ele quem pagará pelo imposto. O vendedor poderá
repassar uma parte deste imposto para o preço do produto, de forma que
o consumidor arcará com alguma parte do aumento de custo imposto pelo
governo. Por isso, nós dizemos que os impostos sobre o consumo ou
sobre as vendas são impostos indiretos, porque tributam indiretamente os
indivíduos em suas transações.

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Em que pese a discussão sobre quem de fato arcará com o ônus do
imposto, o fato é que a pessoa que recolherá o valor imposto e o
“entregará” ao governo é o produtor. Assim, qualquer imposto sobre
vendas alterará apenas a função de oferta de determinado bem (a
menos que a questão de prova fale explicitamente que se trata de
imposto sobre vendas que é cobrado do consumidor), pois é a função de
oferta que nos mostra o comportamento dos produtores. A função de
demanda não é alterada. Desta forma,

 Se tivermos um imposto específico (T), o novo preço da função de


oferta será (P – T).
 Se tivermos um imposto ad valorem por dentro, o novo preço da
função de oferta será P.(1 – T).
 Se tivermos um imposto ad valorem por fora, o novo preço da
função de oferta será P/(1 + T). Assim,

Imposto Novo preço na função de oferta


Específico (P – T)
Ad valorem por dentro P.(1 – T)
Ad valorem por fora P/(1 + T)

Vejamos um exemplo numérico, utilizando dados retirados de


uma questão de concurso:

EPPGG/MPOG – 2002 - As curvas de oferta e demanda de


mercado de um bem são, respectivamente: S=– 400 + 400p e
D=5.000 – 500p. Pede-se: (1) o preço e a quantidade de
equilíbrio (p1 e q1) dada a alíquota de um imposto específico T =
0,9 por produto e (2) o valor total da respectiva arrecadação do
governo.
a) (1) p1 = 6,40 e q1 = 1.800 e (2) 1.620,00
b) (1) p1 = 6,00 e q1 = 1.920 e (2) 1.728,00
c) (1) p1 = 6,00 e q1 = 2.000 e (2) 1.800,00
d) (1) p1 = 5,76 e q1 = 2.000 e (2) 1.800,00
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e) (1) p1 = 4,80 e q1 = 2.400 e (2) 2.160,00

Resolução:

Sem o imposto, o preço e quantidade de equilíbrio são: p=6,0 e Q=2000


(basta igualar S=D)

Com o imposto específico, temos que fazer (p-0,9) apenas na curva de


oferta, pois o imposto incide sobre os vendedores (são eles que recolhem
o imposto para o governo).

Assim, depois do imposto, temos:

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 -400+400(p - 0,9)=5000-500p
 p=6,4 e Q=1800

Veja que o preço de transação (aquele que o consumidor paga) passou de


6,0 para 6,4. Ou seja, o consumidor foi apenado com 0,4 (6,4 – 6,0).
Como o imposto é 0,9, o produtor foi apenado em 0,5 (0,9 - 0,4). Veja
que, do montante de 0,9 de imposto específico, o produtor arca com 0,5 e
o consumidor arca com 0,4.

Nota  o valor que o consumidor arca será sempre igual à diferença entre
o novo preço de equilíbrio e o preço antigo de equilíbrio. Neste caso, é
(6,4 – 6,0)=0,4.

A receita do governo o imposto específico multiplicado pela quantidade


que é transacionada no mercado, ou seja, a arrecadação será Q x t =
1800 x 0,9 = 1620 e a nova quantidade de equilíbrio 1800.

GABARITO: A

Para fins de treinamento, vamos fazer os seguintes cálculos


considerando um imposto ad valorem por dentro de 10%:

a) Novo preço de equilíbrio, divisão do ônus do imposto entre


consumidores e produtores:

Considerando um imposto ad valorem por dentro de 10%, o novo preço a


ser utilizado na função de oferta é p(1 – T), onde T=0,1 (10%). Assim, a
nova função de oferta ficará:

S=-400 + 400p(1–0,1)
S=-400 + 400.0,9p
S=-400 + 360p

Igualando a curva de oferta com o imposto e a função demanda, temos:


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-400 + 360p = 5000 – 500p


p = 6,28 (novo preço de equilíbrio)

Como o preço de equilíbrio era 6,0 e, depois do imposto, passou para


6,28, o consumidor arca com R$ 0,28 do imposto.

O tributo a ser pago e o preço líquido recebido pelo produtor serão,


respectivamente (considerando que T=10%=0,1):

T = 6,28.T = 0,628 (o tributo a ser pago é 10% sobre 6,28)

Preço a ser recebido pelo produtor: P´= 6,28 – 0,628 = 5,652

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Assim, no caso de um imposto ad valorem por dentro à alíquota de 10%,


o consumidor pagará 6,28, o valor do imposto será 0,628. Deste valor de
imposto, o consumidor arcará com 0,28; e o produtor arcará com o
restante (0,628 – 0,28 = 0,348). O preço a ser recebido pelo produtor
será 5,652.

Agora, façamos os mesmos cálculos considerando um


imposto ad valorem por fora à alíquota de 10%.

b) Novo preço de equilíbrio, divisão do ônus do imposto entre


consumidores e produtores:

Considerando um imposto ad valorem por fora de 10%, o novo preço a


ser utilizado na função de oferta é p/(1 + T), onde T=0,1 (10%). Assim, a
nova função de oferta ficará:

S=-400 + 400p/(1+0,1)
S=-400 + 400p/1,1
S=-400 + 363,64p

Igualando a curva de oferta com o imposto e a função demanda, temos:

-400 + 363,64p = 5000 – 500p


p = 6,25 (novo preço de equilíbrio)

Como o preço de equilíbrio era 6,0 e, depois do imposto, passou para


6,25, o consumidor arca com R$ 0,25 do imposto.

O preço líquido recebido pelo produtor será:

P = 6,25.[1/(1+T)] = 6,25/(1,1)
P = 5,682 (preço recebido pelo produtor)
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Tributo a ser pago: T= 5,682 x 10%= 5,682 x 0,1 = 0,568

Assim, no caso de um imposto ad valorem por fora à alíquota de 10%, o


consumidor pagará 6,25, o valor do imposto será 0,568. Deste valor de
imposto, o consumidor arcará com 0,25; e o produtor arcará com o
restante (0,568 – 0,25 = 0,318). O preço a ser recebido pelo produtor
será 5,682.

Comparando os valores encontrados para o imposto ad valorem por fora e


por dentro, vê-se que o imposto por dentro é mais oneroso para o
contribuinte (seja o contribuinte um consumidor ou um produtor), e isto
vale para qualquer nível de alíquota.

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...........

Existe ainda um meio alternativo de verificar a distribuição da


carga tributária de um imposto específico (em porcentagem) entre
compradores e vendedores. São duas expressões bastante fáceis (e
também de simples memorização) que envolvem o uso das
elasticidades da demanda (EPD) e da oferta (EPO):

Nota: nas fórmulas acima, nós estamos utilizando o valor absoluto


(módulo) da elasticidade preço da demanda. Como sabemos, a EPD é um
valor negativo. Se eu não utilizasse o valor absoluto da EPD, teríamos que
colocar um sinal negativo na frente da EPD.

Utilizando a questão resolvida neste item, com a função oferta e


demanda, respectivamente, S=– 400 + 400p e D=5.000 – 500p; e com
preço inicial de 6,4 e quantidade de equilíbrio igual a 1800, podemos
calcular as elasticidades:

Obs: o termo dD/dp tem o mesmo significado que D/ p e para as


equações apresentadas no exemplo terão o mesmo valor do número que
acompanha a variável que está no denominador de D/ p. Assim, o valor
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de D/ p para inserirmos no cálculo da EPD é igual a -500 (é


simplesmente o número que acompanha a variável “p” na equação
da demanda). Seguindo o mesmo raciocínio, o valor de S/ p para
inserirmos no cálculo de EPO é igual a 400 (o número que acompanha a
variável “p” na equação da oferta).

Verifiquemos agora a repartição da carga tributária:

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Nota 1: uma vez calculado a CTC (carga tributária do consumidor),


também podemos fazer CTV=1–CTC (o resultado será o mesmo, já que
CTC+CTV=1).

Nota 2: observe que se EPD=0 (demanda totalmente inelástica), então, os


consumidores arcam com a totalidade da tributação (pois a carga
tributária dos vendedores será 0%). Raciocínio similar pode ser adotado
para o caso de EPO=0.

Se o governo impuser um imposto específico de 0,9 (T=0,9), a divisão do


ônus ficará:

Parcela paga pelos consumidores: 0,444 * 0,9 = 0,4


Parcela paga pelos vendedores: 0,556 * 0,9 = 0,5

Veja que os valores são exatamente iguais àqueles calculados no início do


tópico para os mesmos dados .

6.3. Transferências para frente e para trás

Essas são duas nomenclaturas que podem aparecer em prova.


Portanto, devemos ficar atentos a elas. São bastante simples:

O ponto de análise é o produtor de determinado bem. Se este


produtor consegue transferir grande parte do tributo para o comprador
final, então, ocorre transferência para frente.

Por outro lado, se o produtor não consegue transferir o tributo para


o comprador final, por este ser elástico aos preços, ele pode tentar
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transferir o seu ônus tributário para a sua cadeia de insumos. Assim, ele
pode barganhar com os fornecedores de matérias-primas para pagar mais
barato por elas, ou pode até reduzir o salário de seus trabalhadores.
Neste caso, estará ocorrendo transferência para trás. Ou seja, ele não
consegue transferir o ônus para o comprador final, mas o faz em direção
a quem ele (o produtor) tem que pagar (empregados, fornecedores, etc).
Neste caso, ele barganhará para pagar valores mais baratos pela mão de
obra e pelos insumos produtivos.

6.5. Faz diferença cobrar o imposto dos consumidores ou dos


produtores?

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Suponha um mercado competitivo e o governo decida impor um
imposto (específico ou ad valorem). Será que o fato de o imposto ser
recolhido por produtores faz com que estes paguem mais ou menos? E se
o mesmo for recolhido por consumidores, será que isto faz com que estes
paguem mais?

A resposta a estas perguntas é NÃO. Se, por exemplo, o governo


cobrar um imposto específico sobre um produto, o preço do bem após o
imposto, a repartição do ônus e a nova quantidade de equilíbrio serão as
mesmas, independentemente se o imposto é cobrado de consumidores ou
produtores.

Suponha as curvas de demanda e oferta:


D = 1000 – 25P
O = 200 + 25P

O preço e quantidade de equilíbrio serão, respectivamente, P=16 e


Q=600. Suponha que o governo decida instituir um imposto específico de
R$ 4,00 sobre o produtor. Quais as novas condições de equilíbrio?

Nova oferta:
O´ = 200 + 25(P – 4)
O´ = 100 + 25P

Igualando nova oferta com a demanda (O´=D):

100 + 25P = 1000 – 25P


50P = 900
PC = 18 (preço de mercado que o consumidor pagará)
PP = 14 (preço que o produtor receberá pelo produto)
QE = 550 (basta substituir P=18 na função oferta nova, ou na
função demanda antiga)

Agora, façamos o mesmo procedimento, só que incidindo o imposto


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específico sobre o consumidor, de tal forma que a função demanda será


alterada:

Nova demanda:
D´= 1000 – 25(P + 4)
D´= 900 – 25P

Igualando a nova demanda com a oferta (D´=O):


900 – 25P = 200 + 25P
50P = 700
PP = 14 (preço que o produtor receberá pelo produto11)
11
Quando nós calculamos o preço após o imposto e o mesmo é cobrado do vendedor, o preço
encontrado após igualarmos a demanda com a nova oferta já é o preço que o bem será

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PC = 18 (preço que o consumidor pagará pelo produto)
QE = 550 (basta substituir P=14 na nova demanda ou na função
oferta antiga)

Estes resultados nos mostram que realmente os fatores


definidores da repartição do ônus tributários são as elasticidades
preço da oferta e da demanda, não importando sobre quem o
imposto incide.

A mesma conclusão vale para o mercado de trabalho. Neste


mercado, a demanda da mercadoria “trabalho” é representada pelas
firmas, e a oferta da mercadoria “trabalho” é representada pelos
trabalhadores, que são os ofertantes neste mercado.

Assim, no mercado de trabalho, assim como no mercado de bens,


não importa sobre quem incide o imposto (sobre a oferta de trabalho 
representada pelos trabalhadores, ou sobre a demanda de trabalho 
firmas), a repartição de seu ônus será decidida pelas elasticidades preço
da oferta e da demanda (neste caso, podemos utilizar a terminologia
elasticidade “salário” da demanda e/ou oferta, tendo em vista que o
salário é o preço da mercadoria trabalho).

Desta forma, quando o governo tributa a folha de pagamento do


trabalhador e determina que o tributo seja recolhido pelo empregador,
isso não significa necessariamente que o ônus tributário será agasalhado
pelo patrão. Como sabemos, a repartição obedecerá à regra da
elasticidade. O lado menos elástico pagará mais.

Se a “mercadoria” trabalho possui muitos substitutos (há muitos


trabalhadores desempregados que fazem o serviço), fica claro que a
elasticidade da demanda será bastante alta. Neste caso, o lado mais
inelástico, que é o ofertante (trabalhador), será apenado em maior grau
pela incidência tributária.
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7. A CURVA DE LAFFER

Impostos mais altos não significam, necessariamente, maior


arrecadação. A chamada Curva de Laffer, formulada por Arthur Laffer

transacionado no mercado (preço do consumidor). Por outro lado, quando fazemos a situação
oposta, ou seja, quando calculamos o preço após o imposto ser cobrado do consumidor, o preço
encontrado após igualarmos a oferta com a nova demanda NÃO é o preço que o bem será
transacionado, mas sim o preço que o produtor receberá pelo bem. Assim, neste último caso, para
descobrirmos o valor que o bem será transacionado (preço do consumidor), devemos somar o valor
do tributo. No nosso problema, devemos somar 4 (valor do imposto específico) ao preço
encontrado. Então, o preço pago pelo consumidor será igual a 18, portanto, igual ao valor
encontrado na situação em que o governo cobrou o imposto dos vendedores.

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(economista da escola monetarista), mostra a relação entre os distintos
níveis de tributação de certo imposto e a respectiva receita arrecadada
pelo governo. A conclusão a que se chega é que, quando o nível dos
impostos passa de um certo limite, a arrecadação do governo começa a
cair em vez de aumentar.

A representação gráfica do trabalho, conhecida como Curva de


Laffer, tem a forma de uma meia-lua voltada para baixo. O eixo
horizontal, x, representa a carga de tributos e o eixo vertical, y,
representa a arrecadação do governo. Com a alíquota zero, a
arrecadação, naturalmente, é nula. À medida que a alíquota é
aumentada, a renda que o governo recebe dos cidadãos e das empresas é
crescente até atingir o nível de arrecadação ótima (T*). Desse ponto em
diante, à medida que o governo continua aumentando a alíquota do
imposto, a receita cai até chegar a zero com o imposto de 100%.

Figura 10

Arrecadação CURVA DE LAFFER


Ponto de arrecadação
ótima
T*

Trecho da curva de Laffer


em que aumentos na
alíquota do imposto reduzem
a arrecadação.

0% Alíquota do imposto 100%

Ou seja, a curva de Laffer nos diz que, às vezes, o aumento


desenfreado dos impostos pode reduzir a arrecadação. Isto ocorre porque
a tributação excessiva provoca sonegação fiscal, fuga do consumo e
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desestímulo à produção. Estes três fatores provocam redução da


produção e da renda, causando, por conseguinte, redução da arrecadação
fiscal.

.................
Bem pessoal, por hoje é só!

Esperamos que tenham gostado (e aprendido). Agora, como de costume,


seguem vários exercícios, principalmente da FCC.

Abraços e bons estudos


Heber Carvalho e Jetro Coutinho

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Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 01

RESUMÃO DA AULA
Sistema Tributário Ideal
 Obtenção de receitas para financiar os gastos públicos;
 Os tributos seriam escolhidos de forma a minimizar sua interferência no sistema
de mercado, a fim de não torná-lo (mais) ineficiente (princípio da neutralidade);
 A distribuição do ônus tributário deve ser equitativa entre os diversos indivíduos
de uma sociedade (equidade);
 Cada indivíduo deveria ser taxado de acordo com sua habilidade para pagar
(equidade  capacidade de pagamento);
 Os tributos deveriam ser universais, cobrados sem distinção para indivíduos em
situações similares;

Princípios
 Princípio da neutralidade

Princípio do benefício
 Princípio da equidade
Princípio da capacidade ou
habilidade de pagamento

Lump-sum x Excise tax


 Lump-sum é um tributo por montante único. Do ponto de vista da eficiência
econômica é ideal, pois não altera o equilíbrio do mercado.
 Excise tax é um imposto de sobretaxa, acrescentada ao preço de cada unidade do
produto.

Princípio da Eqüidade sob a faceta da capacidade contributiva


 Equidade Horizontal: Indivíduos com capacidades iguais devem pagar o mesmo
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montante de tributos

 Equidade Vertical: indivíduos com diferentes habilidades devem pagar tributos em


montantes diferenciados.

Tipos de impostos

Critério da procedência (coercibilidade):


 Originárias: Exploração de atividades econômicas da Adm. Pública
 Derivadas: Arrecadação por meio da coercitividade, soberania estatal.

Impostos diretos e indiretos


 Diretos: Incidem sobre a renda e riqueza. (Ex: IR, IPVA, IPTU)

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Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 01
 Indiretos: Incidem sobre mercadorias e serviços. (Ex: ICMS, ISS)

Impostos específicos e ad valorem (classificação dentro dos Impostos Indiretos)


 Específicos (ad rem): Cobrado em um valor único, independente da
quantidade transacionada
 Ad valorem: cobrado com base em uma alíquota

Impostos proporcionais, progressivos e regressivos:


 Proporcionais: Equidade horizontal. Indivíduos com capacidades iguais de
pagar, pagam o mesmo montante percentual de suas rendas.
 Progressivos: Equidade Vertical (pode coadunar-se também com a
horizontal). Indivíduos com capacidades desiguais para pagar, pagam
montantes percentuais desiguais de sua renda. Os que tem mais, pagam mais.
 Regressivos: Tributa de forma mais aguda as classes mais pobres. No Brasil, os
impostos indiretos são regressivos e pioram a distribuição de renda.

Tributação do Consumo no Brasil


 Impostos cumulativos: Aplica-se ao faturamento ou ao montante que é vendido.
É ineficiente economicamente.
 IVA: Equivalente a um imposto s ore vendas somente ao consumidor final. É
mais neutro do que o imposto cumulativo. Favorece a transparência.

Tributação ótima de mercadorias

Preços

Equilíbrio após o
imposto
O
Preço pago pelos
compradores = PC
A
Imposto t B
Equilíbrio antes
Preço recebido pelos D C 09558578304
do imposto
vendedores = PV

D
Quantidade
Q2 Q1
 A ineficiência de qualquer imposto é determinada pela medida em que os
consumidores e produtores alteram seu comportamento para evitar o imposto.
As elasticidades determinam a ineficiência do imposto.

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Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 01

Quando a oferta e/ou a


Preço Oferta demanda são elásticas, o
peso morto do imposto é
alto.
Oferta
Quando a oferta e/ou a
Valor do demanda são inelásticas,
imposto (T) o peso morto do imposto
é pequeno. (T)

Demanda
Demanda

Quantidade
a) Mercado inelástico b) Mercado elástico

Regra de Ramsey

 Regra da elasticidade invertida: bens com alta Epd devem ser tributados a
uma alíquota mais baixa; bens com baixa Epd devem ser tributados a alíquotas
mais altas.

 Regra da base ampla (suavização da tributação): é melhor tributar uma


grande variedade de bens a uma alíquota moderada do que tributar poucos bens
a uma alíquota elevada. Quanto maior a alíquota, maior é o acréscimo de peso
morto decorrente de mais aumentos da alíquota.
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Incidência Tributária (Repartição do ônus tributário)

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Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
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Oferta
Demanda
PCONS Demanda
Parte do imposto
Parte do imposto que recai sobre os
que recai sobre PCONS consumidores
os consumidores Imposto
total Oferta PINICIAL
Parte do imposto
que recai sobre
os produtores E1
Imposto
PINICIAL total
Parte do imposto
PPROD PPROD que recai sobre os
produtores

Quantidade
a) Oferta elástica, b) Oferta inelástica,
demanda inelástica demanda elástica
 Quem reage mais, paga menos imposto. O ônus cai sob o lado menos elástico do
mercado.
 Quando a demanda é totalmente inelástica, os consumidores arcam com toda a
tributação
 Se a oferta for totalmente inelástica, os produtores arcam com a tributação.
 O lado do mercado sobre o qual o imposto é lançado é irrelevante para
determinar o ônus tributário, sendo que este é determinado pelas elasticidades
da demanda e da oferta.

Cálculo dos impostos


 Imposto por dentro: S=-400 + 400p(1 0,1)
 Imposto por fora: S=-400 + 400p/(1+0,1)

Curva de Laffer
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Arrecadação
Ponto de arrecadação
ótima
T*

Trecho da curva de Laffer


em que aumentos na
alíquota do imposto reduzem
a arrecadação.

0% Alíquota do imposto 100%

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Teoria e exercícios comentados
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QUESTÕES COMENTADAS

01. (FCC – ICMS/RJ – 2014) Grande parte do debate sobre a


política tributária se estabelece em torno do fato de “se os ricos
pagam uma parcela justa de impostos”. Uma das formas de se
avaliar essa questão adequadamente é verificar quanto as famílias
de diferentes níveis de renda pagam de tributos, em proporção à
renda, no atual sistema tributário.
Nesse sentido, os sistemas tributários podem ser classificados em
três tipos, a saber:
I. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas e aqueles com rendas menores pagam a
mesma fração de sua renda.
II. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas pagam uma fração menor de sua renda que
os contribuintes com rendas menores.
III. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas pagam uma fração maior de sua renda que
aqueles com rendas menores.
Os sistemas tributários I, II e III contêm, respectivamente,
(A) equidade horizontal, equidade regressiva e equidade progressiva.

(B) imposto proporcional horizontal, imposto regressivo vertical e imposto


progressivo vertical.

(C) imposto horizontal proporcional, imposto vertical regressivo e imposto


vertical progressivo.

(D) imposto vertical, imposto horizontal e imposto gradual.

(E) imposto proporcional, imposto regressivo e imposto progressivo.


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Comentários:
Quando se diz equidade, nós podemos apontar duas classificações:
equidade horizontal e/ou vertical.
Quando se fala em imposto, nós podemos apontar, em uma das várias
classificações possíveis, 03 tipos de impostos: progressivo, regressivo,
proporcional.
Nas alternativas, a banca fez uma salada, misturando tudo, criando várias
classificações não encontradas na doutrina. Nunca vimos (nos livros mais
tradicionais) classificações como: imposto vertical regressivo, ou
progressivo vertical! Imposto gradual? Nem sonhando …

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Economia do Setor Público para TCE-CE
Teoria e exercícios comentados
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Enfim, a única a alternativa que não “inventa” nada é a letra E, que é
justamente o gabarito.

I. Imposto proporcional: Um sistema tributário com imposto em que os


contribuintes com altas rendas e aqueles com rendas menores pagam a
mesma fração de sua renda.
II. Imposto regressivo: Um sistema tributário com imposto em que os
contribuintes com altas rendas pagam uma fração menor de sua renda
que os contribuintes com rendas menores.
III. Imposto progressivo: Um sistema tributário com imposto em que os
contribuintes com altas rendas pagam uma fração maior de sua renda que
aqueles com rendas menores.

Gabarito: E

02. (FCC – ICMS/RJ – 2014) As características do sistema


tributário de um país afetam a distribuição de renda da sociedade.
A equidade entre os grupos de renda é um princípio importante no
projeto de um sistema tributário.
Suponha que o governo utilizasse a seguinte fórmula para calcular
quanto uma família teria como valor do imposto devido:
Impostos devidos = (1/3 da renda) − 10 mil
Diante dessa regra de tributação, considere as seguintes situações
de renda familiar e valor de imposto devido:

I. Uma família com renda de $ 66 mil teria um imposto devido de


$ 12 mil; uma família com renda de $ 105 mil teria um
imposto devido de $ 25 mil; uma família com renda de $ 21 mil
teria um imposto calculado de (−) $ 3 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 3 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda negativo.

II. Uma família com renda de $ 96 mil teria um imposto devido de


$ 22 mil; uma família com renda de $ 45 mil teria um
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imposto devido de $ 5 mil; uma família com renda de $ 18 mil


teria um imposto calculado de (−) $ 4 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 4 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda equitativo.

III. Uma família com renda de $ 117 mil teria um imposto devido
de $ 29 mil; uma família com renda de $ 84 mil teria um
imposto devido de $ 18 mil; uma família com renda de $ 24 mil
teria um imposto calculado de (−) $ 2 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 2 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda positivo.

Está correto o que se afirma APENAS em:

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Teoria e exercícios comentados
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(A) I.

(B) I e II.

(C) II e III.

(D) III.

(E) II.

Comentários:
O imposto retratado na questão é do tipo progressivo. Se fosse uma
mesma alíquota (1/3 da renda) para todo mundo teríamos um imposto
proporcional. No entanto, temos o “-10 mil” no cálculo do valor do
imposto.

Ou seja, quanto maior é a renda da pessoa, mais ela tem sua renda
impactada pelo imposto. Quanto menor é a renda, menos a renda é
impactada. Se a renda for muito baixa, o contribuinte pode até receber
um cheque do governo (é um imposto ao contrário, ou o imposto
negativo).

Observe que, neste modelo, uma pessoa que ganha 100 mil vai pagar de
imposto o valor de 23 mil (33 mil – 10 mil). Ou seja, paga 23% da sua
renda.

Já uma pessoa que ganha 50 mil vai pagar de imposto o valor de 6,6 mil
(16,6 mil – 10 mil). Ou seja, paga 13,2% da sua renda.

Já uma pessoa que ganha 30 mil vai pagar de imposto um valor nulo (10
mil – 10 mil).
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Ou seja, note que, à medida que a renda cai, o percentual de imposto


pago também cai. Se a renda aumenta, o percentual de imposto pago
também aumenta, de modo que temos um imposto progressivo.
A assertiva II está errada, pois o imposto de renda é progressivo (não
é imposto de renda equitativo, o que, aliás, é uma classificação que nunca
vi na doutrina).
A assertiva III está errada está errada, pois, quando a família recebe um
cheque do governo (imposto ao contrário), o imposto é negativo (não é
positivo).

Gabarito: A

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03. (FCC – Consultor de Orçamento Público e Desenvolvimento
Econômico – ALEPE – 2014) Em um determinado país, a tributação
das pessoas físicas pelo Imposto sobre a Renda tem as seguintes
regras básicas:

I. Todas as pessoas são tributadas pelo Imposto sobre a Renda.


II. A renda das pessoas físicas é tributada em sua totalidade.
III. A renda das pessoas físicas é tributada à alíquota zero até o
valor de R$ 10.000,00 e à alíquota de 20% (vinte por cento) no
que exceder esse valor.

Com base nas regras tributárias vigentes no país, é correto


afirmar que:

(A) o Imposto sobre a Renda é proporcional para pessoas físicas com


renda superior a R$ 10.000,00.
(B) apesar de haver uma única alíquota nominal diferente de zero
vigente, o Imposto sobre a Renda deste país é progressivo.
(C) o Imposto sobre a Renda deste país respeita o Princípio da Equidade
Horizontal, mas não respeita o Princípio da Equidade Vertical.
(D) o baixo grau de progressividade do Imposto sobre a Renda deste país
faz com que as pessoas físicas não consigam repassar seu ônus tributário
a outros agentes econômicos.
(E) a introdução de novas faixas de renda e alíquotas aplicáveis ao
Imposto sobre a Renda não é suficiente para aumentar seu grau de
progressividade, em função da ausência de despesas dedutíveis de sua
base de cálculo.

Comentários:
A) Incorreta. Como vimos em aula, um imposto proporcional é um
imposto em que indivíduos com capacidades iguais de pagar pagam o
mesmo montante percentual de suas rendas. Isso não é o que ocorre no
caso apresentado. Para o país considerado na questão, o imposto será
progressivo. 09558578304

Uma pessoa que ganhe 15.000 será tributada à alíquota de 20% sobre o
que exceder 10.000. Assim, essa pessoa pagará 20% de (15.000-
10.000), ou seja, 0,2(5.000) = 1.000. Esses 1.000 de imposto
representam 6.66% da renda dessa pessoa (1.000/15.000)

Diferentemente, se uma pessoa ganhar 25.000, ela pagará de imposto


3.000 (25.000 – 10.000 = 15.000. 20% de 15.000 = 3.000). Esses 3.000
representam 12% da renda individual (3.000/25.000).

Percebam, então, que quanto mais renda uma pessoa tiver, mais imposto
pagará. Essa característica é apresentada nos impostos do tipo
progressivo.

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B) Correta. Sim, pois percebe-se que indivíduos com renda mais alta
pagam mais impostos.

C) Incorreta. Na verdade, por ser um imposto progressivo, ele respeita


tanto o Princípio da Equidade Vertical quanto o da Horizontal. Se tiver
dúvida a esse respeito, consulte o item 2.4.2.

D) Incorreta. Na verdade, há um alto grau de progressividade neste


imposto.

E) Incorreta. Se houvessem novas faixas de renda e novas alíquotas isso


poderia ser suficiente para aumentar a progressividade. Se indivíduos
com renda acima de 20.000 pagassem, por exemplo, 35% de imposto,
haveria aumento do grau de progressividade.

Gabarito: B

04. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Em um determinado mercado em


concorrência perfeita, na ausência de impostos sobre vendas, as
funções de demanda e de oferta são descritas pelas seguintes
funções lineares:
Qd = 3.600 – 8P
Qo =−400+12P
onde:
Qd = quantidade demandada
Qo = quantidade ofertada
P = preço de mercado
Se o Governo instituir um imposto específico no valor de R$ 10,00
por unidade vendida para o bem transacionado nesse mercado,
então
(A) o ônus do pagamento do imposto recairá apenas sobre os produtores.
(B) a quantidade transacionada no mercado diminuirá 4,8% após a
incidência do imposto.
(C) o preço de mercado passará a ser R$ 208,00 após a incidência do
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imposto.
(D) o ônus do pagamento do imposto recairá, em sua maior parte, sobre
os consumidores.
(E) a arrecadação do imposto corresponderá a R$ 19.200,00.

Comentários:
Antes de iniciar o comentário das assertivas, vamos calcular os preços e
quantidades de equilíbrio antes e depois do imposto:

Antes do imposto:

Função oferta: QO = -400 + 12P

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Função demanda: QD = 3.600 – 8P

Equilíbrio:
-400 + 12P = 3.600 – 8P
P = 200

Substituindo P=200 na oferta ou na demanda, temos:


QO=QD=2.000

Depois do imposto:

Nova função oferta: QO´ = -400 + 12(P – 10)


Função demanda: QD = 3.600 – 8P

Equilíbrio:
-400 + 12(P – 10) = 3.600 – 8P
P’ = 206

.....

Analisando-se a diferença entre o preço antes do imposto (P=200) e o


preço depois do imposto (P’=206), verificamos que:

Parcela do imposto pago pelos consumidores:


P’ – P = 206 – 200 = 6,00

Parcelo do imposto pago pelos produtores:


T – PPC = 10 – 6 = 4,00

Sendo assim, está certa a alternativa D (e erradas as alternativas A e C).

.......

Para saber as novas quantidades de equilíbrio, depois do imposto,


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devemos substituir P=206 na função demanda ou na nova função oferta:

QD=QO´= 1.952

Como a quantidade transacionada foi reduzida de 2000 para 1952,


tivemos uma redução de 2,4% (48/2000). Portanto, está errada a letra B.

Finalmente, vamos calcular a arrecadação tributária, que é igual à


quantidade transacionada após o imposto multiplicada pelo valor do
imposto:

Arrecadação = Q’ x T
Arrecadação = 1952 x 10

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Arrecadação = 19.520 (errada a letra E).

Gabarito: D

05. (Analista de Planejamento e Orçamento – APOFP/SP -


SEFAZ/SP – 2009) - Assinale a opção falsa com relação aos
Princípios Teóricos da Tributação.
a) Do ponto de vista do princípio do benefício, os impostos são vistos
como preços que os cidadãos pagam pelas mercadorias e serviços que
adquirem por meio de seus governos, presumivelmente cobrados de
acordo com os benefícios individuais direta ou indiretamente recebidos.
b) A neutralidade, na ótica da alocação de recursos, deveria ser
complementada pela equidade na repartição da carga tributária.
c) O princípio da capacidade de pagamento sugere que os contribuintes
devem arcar com cargas fiscais que representem igual sacrifício de bem-
estar, interpretado pelas perdas de satisfação no setor privado.
d) A equidade horizontal requer que indivíduos com diferentes habilidades
paguem tributos em montantes diferenciados.
e) Não existem meios práticos que permitam operacionalizar o critério do
benefício, por não ser a produção pública sujeita à lei do preço.

COMENTÁRIOS:
A alternativa errada é a letra D, pois a equidade vertical (e não
horizontal) requer que indivíduos com diferentes habilidades paguem
tributos em montantes diferenciados.

As outras alternativas estão corretas e, de certo modo, foram explicadas


ao longo da aula. De qualquer forma, neste tipo de questão, onde se
exige a alternativa falsa, é sempre interessante utilizar as assertivas
certas para “estudar” a matéria (rs!) e saber o que a banca pensa.

GABARITO: D

06. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Em relação ao trade-off entre


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eficiência e equidade na incidência de tributos, considere:


I. Um imposto do tipo lump-sum tax, em que os cidadãos pagam o
mesmo montante de imposto independentemente de sua renda, ́
um imposto que influencia negativamente a eficiência alocativa do
setor privado da economia.
II. Nas chamadas excise taxes, o Governo se afasta,
deliberadamente, do objetivo de alterar o mínimo possível os
preços relativos da economia, por se tratar de consumo de bens
considerados nocivos ̀ saúde pública ou de consumo suṕrfluo.
III. Um imposto progressivo sobre a renda atende melhor ao
princípio da equidade vertical na hipótese de que a utilidade
marginal da renda seja decrescente.

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IV. Um imposto proporcional sobre a renda influencia menos as
decisões de trabalho versus lazer das pessoas físicas que um
imposto progressivo.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II e IV.
(C) III e IV.
(D) I,II e III.
(E) II, III e IV.

Comentários:
I. Incorreta. O lump-sum não afeta negativamente a eficiência alocativa
(pelo contrário, o lump-sum é um imposto eficiente ou neutro; assim, ele
afeta positivamente a eficiência alocativa).

II. Correta. Um excise tax é uma sobretaxa tributária que é acrescentada


ao preço de cada unidade de um produto. Segundo a doutrina, um excise
tax geralmente tem a peculiaridade de ser aplicado sobre uma pequena
parcela de produtos, e de também possuir alíquotas um pouco mais
elevadas. A lógica de o governo aplicar um imposto mais gravoso (e
ineficiente) sobre alguns produtos reside no fato de ele entender que tais
produtos são supérfluos ou nocivos à saúde. Por isso, tais bens devem
sofrer uma taxação diferenciada. Essa taxação diferenciada é o nosso
excise tax. Exemplos de produtos que sofrem a incidência do excise tax:
gasolina, álcool e tabaco.

Observe, então, que, no caso do excise tax, o governo se afasta de seus


objetivos de eficiência econômica, tendo em vista que seu principal
objetivo é taxar de forma mais elevada alguns tipos de produtos
(supérfluos ou nocivos à saúde).

III. Correta. Exatamente! O imposto progressivo atende à equidade


vertical (e à equidade horizontal também) e a utilidade marginal
decrescente sustenta a aplicação de um imposto progressivo atendendo a
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princípios de equidade.

IV. Correta. Um imposto progressivo afeta negativamente a decisão de


trabalhar. Afinal, quanto mais você trabalhar, mais renda você terá, mas,
por outro lado, também terá que pagar mais impostos (e o crescimento
percentual dos impostos é maior que o crescimento percentual da renda,
no caso do imposto progressivo). Desta forma, um imposto proporcional
acaba afetando menos as decisões de “trabalho X lazer” do que um
imposto progressivo.

Gabarito: E

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07. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Considere uma economia
simplificada, onde existam apenas três setores produtivos. A
produção do setor I, integrado verticalmente, ́ igual a 100 e ́
vendida integralmente ao setor II. Este, por sua vez, produz bens
no valor total de 200, dos quais metade ́ vendida aos
consumidores finais e a outra metade, ao setor III. A produção
desse último setor ́ igual a 400, vendida em sua totalidade aos
consumidores finais. A imposição de um tributo sobre vendas

(A) cumulativo ou não cumulativo com alíquotas idênticas proporcionará a


mesma arrecadação.
(B) cumulativo (em cascata) com alíquota de 10% cobrada por fora
acarretará uma arrecadação total de 50.
(C) não cumulativo com alíquota de 20% implicará uma arrecadação total
de 100.
(D) a varejo com alíquota de 15% proporcionará uma arrecadação total
de 60.
(E) a varejo com alíquota de 10% proporcionará a mesma arrecadação
que um imposto cumulativo com alíquota de 5%.

Comentários:
Questão trabalhosa!

A) Incorreta. A arrecadação dos impostos cumulativos e não cumulativos


não é igual (exceto, se houver integração vertical na indústria que sofre
incidência de imposto cumulativo).

B) Incorreta.

Caso tenhamos um imposto cumulativo de 10% por fora, teremos o


seguinte:

Setor 1  Imposto = 10,00 (10% sobre 100,00)


Setor 2  Imposto = 20,00 (10% sobre 200,00)
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Setor 3  Imposto = 40,00 (10% sobre 400,00)

Arrecadação total = 70,00

C) Correta.

Vamos detalhar o que ocorreu, adotando uma alíquota de 20%:

Setor 1:
O setor 1 produz o bem no valor de R$ 100, com incidência de imposto de
20%. Assim, o valor do imposto será igual a R$ 20,00.

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Imposto pago setor 1 = 20,00

Setor 2:
O setor 2 compra o insumo do setor 1 e produz o bem no valor de R$
200,00, e tem R$ 20,00 de crédito a que ela tem direito (pois o imposto é
não cumulativo).

Assim, o valor do imposto é R$ 40,00 menos os R$ 20,00 de crédito.

Imposto pago setor 2 = R$ 40,00 – R$ 20,00


Imposto pago setor 2 = R$ 20,00

Setor 3:
A empresa 3 compra o bem da empresa 2, no valor de R$ 100,00, com
R$ 20,00 de crédito (dos R$ 200,00 produzidos pelo setor 2, apenas
metade, R$ 100, foi vendida ao setor 3).

O setor 3 produz o bem no valor de R$ 400,00. Assim, o valor do imposto


é R$ 80,00 (20% de 400) menos os R$ 20,00 de crédito.

Imposto pago setor 3 = R$ 80,00 – R$ 20,00


Imposto pago 3 = R$ 60,00

A arrecadação total dos 03 setores é igual 100,00 (20 + 20 + 60).


Portanto, correta a letra C.

D) Incorreta.

Vamos adotar o entendimento que o imposto a varejo é aquele cobrado


somente nas vendas a varejo (ao consumidor final).

Nós tivemos em venda ao consumidor final um total de R$ 500,00 (R$


100,00 do setor 2; e R$ 400,00 do setor 3).
09558578304

Se a alíquota do tributo sobre vendas a varejo é 15%, então, a


arrecadação teria que ser igual a R$ 75,00.

E) Incorreta.

Assim como fizemos na letra D, vamos adotar o entendimento que o


imposto a varejo é aquele cobrado somente nas vendas a varejo (ao
consumidor final).

Nós tivemos em venda ao consumidor final um total de R$ 500,00 (R$


100,00 do setor 2; e R$ 400,00 do setor 3).

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Se a alíquota do tributo sobre vendas a varejo é 10%, então, a
arrecadação teria que ser igual a R$ 50,00.

Já o tributo cumulativo de 5% teria arrecadação igual a R$ 35,00,


conforme segue:

Setor 1  Imposto = 5,00 (5% sobre 100,00)


Setor 2  Imposto = 10,00 (5% sobre 200,00)
Setor 3  Imposto = 20,00 (5% sobre 400,00)

Gabarito: C

08. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Considere:


I. O formato da curva de Laffer sugere que, quando a carga
tributária está elevada, se o Governo reduzir as alíquotas de um
imposto, poderá aumentar sua arrecadação em vez de diminú-la.
II. Admitindo-se a hipótese keynesiana de que o consumo das
pessoas ́ função decrescente da sua renda disponível, um
imposto geral sobre vendas com alíquotas fixas será
provavelmente progressivo.
III. O imposto sobre a renda progressivo atua como um
estabilizador automático da economia, já que quando ela está
apresentando altas taxas de crescimento e pressionando o índice
geral de preços em virtude de inexistência de capacidade ociosa, o
imposto diminui o crescimento da renda disponível, amenizando
as referidas pressões.
IV. Um corolário da regra de Ramsey sobre a tributação ́ de que
as taxas de imposto devem ser fixadas de forma proporcional ̀
elasticidade-preco da procura.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) I e III. 09558578304

(E) II, III e IV.

Comentários:
I. Correta. No trecho negativamente inclinado da curva de Laffer, uma
redução de alíquota faz a arrecadação aumentar, assim como um
aumento na alíquota faz a arrecadação diminuir.

II. Incorreta. Ainda estudaremos a função consumo keynesiana, mas, de


antemão, saiba que o consumo das famílias é uma função crescente da
renda disponível e um imposto com alíquotas fixas será regressivo (não
será progressivo).

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III. Correta. Ainda veremos os estabilizadores automáticos, mas saiba
que o imposto sobre a renda progressivo realmente tem a peculiaridade
de estabilizar automaticamente a economia (ele atenua a alta da renda,
assim como atenua a baixa da renda; pois a alta renda é tributada
fortemente, e a baixa renda é tributada de forma mais leve).

IV. Incorreta. Um corolário da regra de Ramsey é a de que as taxas de


imposto devem ser fixadas de forma inversamente proporcional à
elasticidade preço da procura.

Gabarito: D

09. (FCC – ICMS/SP – 2013) - A oferta e a demanda de um


mercado em concorrência perfeita são representadas,
respectivamente, pelas funções a seguir, onde QO = quantidade
ofertada, QD = quantidade demandada e P = preço de mercado:
Qo = −1.000 + 5P
Qd = 8.000 – 10P
O Governo instituiu um tributo específico sobre vendas no valor de
6 unidades monetárias por produto vendido nesse mercado. Em
consequência, haverá o surgimento de um peso morto da
tributação, em virtude de os preços de compra e de venda não
serem mais iguais. O valor desse peso morto, no novo ponto de
equiĺbrio de mercado, em unidades monetárias, ́
(A) 80.
(B) 160.
(C) 100.
(D) 40.
(E) 60.

Comentários:
O peso morto corresponde à área do triângulo que tem como altura o
valor da redução de produção (considere que o triângulo está deitado) e
como base o valor do imposto. Veja: 09558578304

Preços

Altura (h) do triângulo


é o valor da redução
de produção O

Valor do Imposto (Base do triângulo)

D
Quantidade
Q2 Q1

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A área de qualquer triângulo é dada pela metade da multiplicação da base


pela altura. Assim, o peso morto será:

Peso morto = área do triângulo cinza = (base x altura)/2


Peso morto = (valor do imposto x redução de produção)/2

Já temos o valor do imposto (T=6,00). Falta calcularmos a redução na


produção (Q1 – Q2):

Antes do imposto:

Função oferta: QO = -1000 + 5P


Função demanda: QD = 8000 – 10P

Equilíbrio:
-1000 + 5P = 8000 – 10P
P = 600

Substituindo P=600 na oferta ou na demanda, temos:


QO=QD=2.000

Assim, Q1=2000 (quantidade antes do imposto).

Depois do imposto:

Nova função oferta: QO´ = -1000 + 5(P – 6)


Função demanda: QD = 8000 – 10P

Equilíbrio:
-1000 + 5(P – 6) = 8000 – 10P
P’ = 602

Substituindo P’=602 na oferta (nova) ou na demanda, temos:


Q’O=QD=1980
09558578304

Assim, Q2=1980 (quantidade depois do imposto).

Agora sim, finalmente, vamos calcular o peso morto:

Peso morto = (valor do imposto x redução de produção)/2


Peso morto = [6 x (2000 – 1980)] / 2
Peso morto = 60

Gabarito: E

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10. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2013) - Um dos requisitos
desejáveis para um bom sistema tributário ́ que atenda ao
princípio da equidade, também denominado capacidade de pagar.
Um imposto sobre a renda das pessoas físicas em que haja uma
alíquota fixa qualquer que seja o valor do rendimento tributável e
em que não haja limite de isenção
(A) é injusto, porque a utilidade marginal da renda é crescente.
(B) é regressivo, porque as classes mais pobres pagam menores valores
de impostos já que recebem me- nos.
(C) é proporcional.
(D) é progressivo, porque as classes mais ricas, por terem mais renda,
são penalizadas.
(E) tem como característica garantir a equidade vertical na hipótese de a
utilidade marginal da renda ser decrescente.

Comentários:
Se a alíquota não muda conforme o rendimento tributável, então, o
tributo é proporcional.

Gabarito: C

11. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2013) - De acordo com a teoria


microeconômica convencional,

(A) impostos do tipo lump-sum, ou seja, com valores fixos,


independentemente do nível de produção das empresas, alteram
significativamente a quantidade de bens ofertados pelas empresas em
mercados concorrenciais.
(B) em mercados altamente concorrenciais, quanto menor a elasticidade-
preco da demanda dos consumidores, menor a possibilidade de o
produtor repassar o ônus do pagamento de um imposto sobre vendas aos
preços.
(C) impostos sobre vendas com alíquotas diferenciadas por produtos não
influem significativamente na alocação de recursos da economia pelo
09558578304

setor privado.
(D) a existência do chamado “peso morto da tributação” na incidência de
impostos sobre vendas decorre do fato de que o preço pago pelo
consumidor não é igual ao preço recebido pelo produtor, do qual está
deduzido o valor do imposto.
(E) um imposto progressivo sobre a renda com baixas alíquotas médias e
altas alíquotas marginais interfere menos nas decisões de trabalho versus
lazer dos contribuintes que uma alternativa com alíquotas marginais mais
baixas.

Comentários:
(A) Incorreta. Impostos lump-sum são neutros (ou eficientes). Assim, não
alteram a quantidade de bens ofertados.

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(B) Incorreta. Em mercados altamente concorrenciais, quanto menor a


elasticidade-preco da demanda dos consumidores, maior a possibilidade
de o produtor repassar o ônus do pagamento de um imposto sobre
vendas aos preços.

(C) Incorreta. Quanto mais um sistema tributário altera os preços


relativos da economia, mais ineficiente ele será (e mais ele influenciará na
alocação de recursos na economia). Assim, impostos com alíquotas
diferenciadas influem bastante na alocação de recursos, pois a existência
de alíquotas diferenciadas alterará bastante os preços relativos dos bens
na economia.

(D) Correta. De fato, o valor do peso morto é formado:


- pela diferença entre os preços pagos e recebidos por consumidores e
produtores e
- pela redução na produção decorrente da tributação.

(E) Incorreta. Um imposto progressivo com altas alíquotas marginais


interfere mais nas decisões de trabalho versus lazer. Altas alíquotas
marginais desestimulam o trabalho, em favor do lazer.

Gabarito: D

12. (FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012) Um


imposto sobre vendas a varejo com alíquota fixa (a mesma
alíquota para todos os produtos tributados) é um imposto

a) regressivo, pois onera mais fortemente a renda da parcela mais pobre


da população.
b) progressivo, pois à medida que a renda do cidadão se eleva, o imposto
aumenta mais que proporcionalmente.
c) proporcional, pois à medida que a renda do cidadão se eleva, o imposto
aumenta proporcionalmente ao aumento da renda.
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d) que atende ao princípio da capacidade de pagar.


e) progressivo, pois à medida que a renda do cidadão diminui, o imposto
se reduz mais que proporcionalmente.

Comentários:
Um imposto sobre vendas (imposto indireto) com alíquota fixa será
regressivo, pois consumidores mais pobres pagarão impostos que
representarão percentuais maiores de suas rendas em relação aos mais
ricos.

Por exemplo, imagine uma pessoa com renda de R$ 1.000 que decida
comprar 10 kg de carne, com o valor de R$ 200,00. O ICMS da carne
somados vale, digamos, R$ 15,00. Ao comprar a carne, este indivíduo

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pagará, em impostos indiretos (ICMS), o equivalente a 1,5% (15/1000)
de sua renda. Agora, imagine alguém com renda de R$ 3.000 decida
comprar a mesma quantidade de carne. Ao pagar os mesmos R$ 15,00
em impostos, este último indivíduo estará perdendo apenas 0,5%
(15/3000) de sua renda. Desta forma, o imposto sobre a mercadoria
acaba sendo regressivo.

Gabarito: A

13. (FCC – APOFP/SP – 2010) - É correto afirmar:


(A) O que diferencia os bens públicos dos bens privados é a natureza
jurídica da entidade que os produz.
(B) No conceito de déficit público nominal também são contabilizados os
juros e a correção monetária da dívida pública.
(C) Impostos indiretos são aqueles cujo responsável pelo recolhimento é
o agente que fez sua retenção.
(D) Um imposto é dito progressivo se com o passar do tempo é ampliada
sua base de contribuintes.
(E) A existência de um superávit primário é suficiente para garantir a
redução da dívida pública.

COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. Não faz parte do nosso edital.

B) Correta. É um assunto que será estudado apenas na nossa aula sobre


Déficit Público.

C) Incorreta. Os tributos indiretos são aqueles que incidem sobre os bens


e serviços adquiridos pela sociedade (ou sobre a produção). O conceito
não guarda relação com o agente que faz a retenção.

D) Incorreta. Um imposto é progressivo se a alíquota ou o montante da


renda gasta com o imposto aumenta com o passar do tempo.
09558578304

E) Incorreta. É um assunto que será estudado apenas na nossa aula sobre


Déficit Público.

GABARITO: B

14. (FCC – Agente Técnico Legislativo – ALESP – 2010) - Suponha


a imposição de um imposto sobre as vendas de um bem
comercializado em um mercado em concorrência perfeita. A
arrecadação tributária gerada por esse imposto será
(A) inferior à soma da perda do excedente do consumidor com a perda do
excedente do produtor.
(B) igual à perda de excedente do produtor.

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(C) igual à soma da perda do excedente do consumidor com a perda do
excedente do produtor.
(D) superior à soma da perda do excedente do consumidor com a perda
do excedente do produtor.
(E) igual à perda de excedente do consumidor.

COMENTÁRIOS:
A imposição de um tributo gera uma perda de excedentes do consumidor
e produtor. Ao mesmo tempo, gera uma arrecadação tributária.

No entanto, esta arrecadação tributária é inferior à soma das perdas de


excedentes do consumidor e produtor. Esta perda de excedentes, que não
é totalmente compensada com o aumento da receita tributária, é
chamada de “perda de peso morto”.

GABARITO: A

15. (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro – TCE/RO – 2010) - É


correto afirmar:
(A) A carga tributária, segundo o princípio da equidade, deve onerar mais
fortemente os contribuintes que obtêm mais benefícios provenientes da
atuação do governo sobre a economia.
(B) Um imposto sobre vendas com alíquota fixa onera os contribuintes de
forma progressiva, ou seja, onera igualmente os contribuintes
independentemente de sua capacidade de pagamento.
(C) A incidência de um imposto sobre vendas em um mercado de
concorrência perfeita é integralmente suportada pelos consumidores,
independentemente da elasticidade-preço da demanda do bem.
(D) Os juros e a atualização monetária incidentes sobre o resgate da
dívida pública são computados no cálculo do resultado primário das
contas públicas.
(E) O aumento dos gastos do governo quando a economia está em
depressão e a diminuição desses mesmos gastos quando a economia está
em crescimento acelerado, pressionando a taxa de inflação, são medidas
09558578304

de política de estabilização da economia.

COMENTÁRIOS:
A) Incorreta. Segundo o princípio geral da equidade (sem especificar qual
é a abordagem: princípio da capacidade contributiva ou princípio do
benefício), a carga tributária deve ser cobrada de forma equitativa, de
uma forma “justa”. A assertiva estaria correta se falasse de forma
expressa no princípio do benefício (que é espécie do gênero “princípio da
equidade”).

B) Incorreta. Este tipo de imposto onera os contribuintes de forma


regressiva.

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C) Incorreta. Os consumidores só suportarão integralmente o imposto
sobre vendas se eles forem totalmente inelásticos ao preço.

D) Incorreta. É um assunto que será estudado apenas na nossa aula


sobre Déficit Público.

E) Correta. Quando a economia está em depressão, o aumento dos gastos


do governo tem o objetivo de estimular e aquecer a economia, evitando o
desemprego.

Quando a economia está aquecida, em crescimento acelerado, a redução


dos gastos do governo tem o objetivo de controlar a inflação, evitando
uma alta indesejada nos preços. Nos dois casos, o governo está adotando
medidas de estabilização da economia (função estabilizadora do governo).

PS: Este assunto não está previsto no edital do TCE-CE, de forma que não
nos aprofundaremos na questão.

GABARITO: E

16. (FCC – Analista de Processos Organizacionais – BAHIAGÁS –


2010) – Em um mercado de concorrência perfeita,

(A) A instituição de um imposto sobre vendas implicará em um


aumento do preço de mercado exatamente igual ao valor do
imposto, qualquer que seja a elasticidade preço da demanda.

COMENTÁRIOS:
Só haverá um aumento do preço de mercado exatamente igual ao valor
do imposto se todo o ônus tributário for suportado pelos consumidores.
Ou seja, isto acontecerá somente no caso de os consumidores serem
totalmente inelásticos ao preço do bem.

GABARITO: ERRADO 09558578304

17. (FCC – Analista de Controle – Área Econômica – TCE/PR –


2011) - Com relação aos tributos, é correto afirmar:

(A) São considerados receita derivada e têm por finalidade obter


recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe
são correlatas.

COMENTÁRIOS:
Está perfeita a assertiva. Os tributos são considerados um tipo de receita
derivada, pois “derivam” do patrimônio do contribuinte. Se derivassem do
próprio patrimônio do estado seriam considerados receitas originárias, o
que não é o caso.

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GABARITO: CERTO

18. (FCC – Analista Judiciário – Área Econômica – TJ/PA – 2009) –


O prefeito de uma cidade pretende elevar a arrecadação de
impostos em sua gestão e para tanto decidiu utilizar o IPTU. Para
que seja respeitado o princípio da capacidade de pagamento, ele
deverá
(A) lançar um imposto de valor fixo para cada unidade imobiliária,
independentemente de seu uso e/ou tamanho.
(B) considerar a possibilidade de adotar alíquotas progressivas sobre o
valor venal do imóvel.
(C) adotar alíquotas inversamente proporcionais ao tamanho e valor venal
do imóvel.
(D) definir a base de cálculo do imposto exclusivamente com base no
número de pavimentos da edificação.
(E) impedir o pagamento parcelado do imposto em qualquer
circunstância.

COMENTÁRIOS:
Quando a questão fala em “respeitar o princípio da capacidade
contributiva”, ela quer dizer que o Prefeito deve cobrar alíquotas maiores
de quem tem maior patrimônio. Desta forma, ele deverá adotar alíquotas
progressivas sobre o valor venal do imóvel.

Isso acontece na legislação do IPTU de vários municípios. São Paulo-SP é


um exemplo disto.

GABARITO: B

19. (FCC – Analista Trainee – Economia – METRO/SP – 2010) - Em


um mercado de concorrência perfeita, cujas funções demanda e
oferta de um bem X são dadas, respectivamente, por:
09558578304

QD = 700 - 4P
QO = - 200 + 2P

A introdução de um imposto específico de 3 unidades monetárias


por unidade vendida provocará, na nova posição de equilíbrio de
mercado,
(A) aumento do preço de equilíbrio em 3 unidades monetárias.
(B) arrecadação de 288 unidades monetárias.
(C) redução da produção de equilíbrio em 6 unidades.
(D) ônus maior para os consumidores do que para os produtores em
relação ao pagamento do imposto.
(E) aumento tanto do preço de equilíbrio quanto da quantidade de
equilíbrio.

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COMENTÁRIOS:
Antes de iniciar o comentário das assertivas, vamos calcular os preços e
quantidades de equilíbrio antes e depois do imposto:

Antes do imposto:

Função oferta: QO = -200 + 2P


Função demanda: QD = 700 – 4P

Equilíbrio:
-200 + 2P = 700 – 4P
P = 150
QO=QD=100

Depois do imposto:

Nova função oferta: QO´ = -200 + 2(P – 3)


Função demanda: QD = 700 – 4P

Equilíbrio:
-200 + 2(P – 3)= 700 – 4P
P = 151

Para saber as novas quantidades de equilíbrio, devemos substituir P=151


na função demanda ou na nova função oferta:

QD=QO´= 96

Como o preço passou de 150 para 151, podemos concluir que os


consumidores arcarão com R$ 1,00 do imposto. Por conseguinte, os
produtores arcarão com R$ 2,00 do imposto, indicando, portanto, que
eles arcarão com a maior parte do imposto.
09558578304

Agora, vamos à análise das alternativas:

A) Incorreta. O preço aumentou em 01 unidade monetária.

B) Correta. A arrecadação será as quantidades transacionadas


multiplicadas pelo valor do tributo:

Arrecadação=QxT
Arrecadação=96x3
Arrecadação=288

C) Incorreta. A produção é reduzida em 04 unidades (vai de 100 para


96).

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D) Incorreta. O ônus é maior para os produtores (eles arcam com R$


2,00, enquanto os consumidores arcam com R$ 1,00).

E) Incorreta. O preço de equilíbrio aumenta, mas a quantidade de


equilíbrio diminui.

GABARITO: B

20. (FCC - Analista Trainee – Economia – METRO/SP - 2008) - Em


um mercado de concorrência perfeita, as funções de demanda e
oferta de um bem X são respectivamente:
Qdx = 1.600 - 40P
Qox = -200 + 20P
Estando o mercado em equilíbrio, se o governo impuser um
imposto específico de R$ 3,00 por unidade vendida, é correto
afirmar que
a) o ônus do pagamento do imposto será repartido igualmente entre os
produtores e os consumidores.
b) o preço de mercado, após a incidência do imposto, subirá 5%.
c) os produtores conseguirão repassar integralmente o ônus do
pagamento do imposto aos consumidores.
d) os produtores arcarão com a maior parcela do ônus do pagamento do
imposto.
e) o preço de mercado, após a incidência do imposto, deverá se elevar
em menos de 2%.

COMENTÁRIOS:
Antes de iniciar o comentário das assertivas, vamos calcular os preços e
quantidades de equilíbrio antes e depois do imposto:

Antes do imposto:

Função oferta: Qox = -200 + 20P


Função demanda: Qdx = 1600 – 40P
09558578304

Equilíbrio:
-200 + 20P = 1600 – 40P
P = 30
Qox=Qdx=400

Depois do imposto:

Função oferta: Q´ox = -200 + 20(P – 3)


Função demanda: Qdx = 1600 – 40P

Equilíbrio:

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-200 + 20(P – 3)= 1600 – 40P
P = 31
Q´ox=Qdx=360

Como o preço passou de 30 para 31, podemos concluir que os


consumidores arcarão com R$ 1,00 do imposto. Por conseguinte, os
produtores arcarão com R$ 2,00 do imposto, indicando, portanto, que
eles arcarão com a maior parte do imposto.

GABARITO: D

21. (FCC - Analista Trainee – Economia – METRO/SP - 2008) -


Partindo da premissa que a utilidade marginal da renda é
decrescente, para que um sistema tributário atenda ao princípio
da capacidade de pagamento, é necessário que seja

a) estruturado de tal forma que os cidadãos com maior nível de renda


contribuam mais intensamente para o pagamento de tributos do que os
cidadãos com menor nível de renda.
b) constituído por impostos sobre vendas com alíquotas fixas, já que,
nesse caso, os mais ricos pagarão mais tributos que os mais pobres.
c) estruturado de forma a não afetar as decisões de produção de bens e
serviços pelas empresas nem tampouco as decisões entre trabalho e lazer
das pessoas físicas.
d) constituído primordialmente por taxas, já que, nesse caso, os cidadãos
que recebem mais benefícios do governo contribuirão mais para o
pagamento de tributos.
e) estruturado de tal forma que os cidadãos contribuam para o
pagamento de tributos proporcionalmente ao seu nível de consumo.

COMENTÁRIOS:
O princípio da capacidade de pagamento nos diz que o indivíduo deve
pagar de acordo com o seu nível de renda. Se a utilidade marginal da
renda é decrescente (isto é, quanto mais renda, menor a satisfação
09558578304

adicional), então, os cidadãos com mais renda devem ser tributados mais
intensamente que os cidadãos com menos renda.

GABARITO: A

22. (FCC - Analista – Economia – MPU - 2007) - Em um mercado


de concorrência perfeita, caso seja instituído um tributo específico
sobre a venda de um bem, cuja demanda seja totalmente
inelástica, seu ônus será
a) parcialmente suportado pelos produtores.
b) integralmente suportado pelos produtores.
c) dividido em partes iguais entre produtores e consumidores.
d) parcialmente repassado aos consumidores.

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e) integralmente suportado pelos consumidores.

COMENTÁRIOS:
Se a demanda é totalmente inelástica, isto significa que os consumidores
não reagem a aumentos de preços. Neste caso, os consumidores
suportarão integralmente o imposto.

GABARITO: E

23. (FCC - Analista – Economia – MPU - 2007) - Uma empresa


especializada em trabalhos econometricos foi contratada para
estimar a demanda e a oferta do produto X para o sindicato das
empresas produtoras do bem.
As funções estimadas, todas estatisticamente significantes,
foram:
Qd = 0,05 Y - 30 Px + 20 Pz
Qo = - 6.000 + 50 Px
Onde:
Qd, Qo = quantidade demandada e quantidade ofertada
do bem X, respectivamente.
Px = preço do bem X
Pz = preço do bem Z
Y = renda dos consumidores
Assuma que o preço de mercado de Z seja 100 e que de Y seja
200.000.
Se for instituído um imposto especifico de 8 por unidade vendida
do bem, o novo preço de equilíbrio de mercado será:
a) 233
b) 230
c) 228
d) 208
e) 155

COMENTÁRIOS: 09558578304

Antes do imposto:

Função oferta: Qo = -6000 + 50Px


Função demanda: Qd = 12.000 – 30Px (já substitui Pz e Y!)

Nota  observe que não precisamos calcular os preços e quantidades


antes do imposto. Isso não é necessário para resolver a questão.

Depois do imposto:

Função oferta: Qo = -6000 + 50(Px – 8)


Função demanda: Qd = 12.000 – 30Px

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Equilíbrio:
-6000 + 50(Px – 8)= 12000 – 30Px
Px = 230

GABARITO: B

24. (FCC - Analista BACEN – Área III - 2006) - De acordo com a


teoria microeconômica tradicional, é correto afirmar que:

A) num mercado de concorrência perfeita, quando a curva de


demanda é completamente inelástica, a incidência de um imposto
sobre vendas é integralmente suportada pelo produtor.

COMENTÁRIOS:
Quando a curva de demanda é perfeitamente inelástica, a incidência de
um imposto sobre vendas é integralmente suportada pelo CONSUMIDOR.

GABARITO: ERRADO

25. (FCC – Analista Trainee – Economia – METRO/SP – 2010) - Um


exemplo de tributo que atende ao chamado princípio da
capacidade de pagamento é
(A) a taxa cobrada pelo exercício do poder de polícia.
(B) o Imposto de Renda das pessoas físicas.
(C) o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
(D) o Imposto sobre Operações Financeiras.
(E) o pedágio das estradas públicas.

COMENTÁRIOS:
Dentre as alternativas, a única que apresenta um tributo que cobra
alíquotas diferentes de acordo com a capacidade de pagamento da pessoa
é o imposto de renda das pessoas físicas.

GABARITO: B 09558578304

26. (FCC – Economista – SERGÁS – 2011) – A demanda do bem X é


dada pela reta Qd=1000 – 4P. É correto afirmar que

A) se o mercado for de concorrência perfeita e a curva de oferta,


representada pela reta Qo=-200 + 6P, a instituição de um imposto
específico de R$ 2,00 por unidade vendida fará com que o preço
de mercado se eleve em R$ 0,80.

COMENTÁRIOS:
Antes do imposto:

Função oferta: Qo = -200 + 6P

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Função demanda: Qd = 1000 – 4P

Equilíbrio:
-200 + 6P = 1000 – 4P
P = 120

Depois do imposto:

Função oferta: Qo´ = -200 + 6(P – 2)


Função demanda: Qd = 1000 – 4P

Equilíbrio:
-200 + 6(P – 2)= 1000 – 4P
P = 121,20

Como o preço passou de 120 para 121,20, podemos concluir que os


preços aumentaram em 1,20 (e não em 0,80 unidades monetárias). Dos
R$ 2,00 do imposto, os consumidores arcaram com 1,20 e os produtores
com 0,80.

GABARITO: ERRADO

27. (FCC – Analista – Economia – MPU - 2007) - Uma empresa


especializada em trabalhos econometricos foi contratada para
estimar a demanda e a oferta do produto X para o sindicato das
empresas produtoras do bem.
As funções estimadas, todas estatisticamente significantes,
foram:
Qd = 0,05 Y - 30 Px + 20 Pz
Qo = - 6.000 + 50 Px
Onde:
Qd, Qo = quantidade demandada e quantidade ofertada
do bem X, respectivamente.
Px = preço do bem X 09558578304

Pz = preço do bem Z
Y = renda dos consumidores

Assuma que o preço de mercado de Z seja 100 e que de Y seja


200.000.

No equilíbrio com imposto (adote a imposição de um imposto


específico de 8 unidades monetárias), a parcela do valor do
mesmo, em unidades monetárias, que é paga pelos produtores
corresponde a:
a) 3,0
b) 3,5
c) 4,0

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d) 4,5
e) 5,0

COMENTÁRIOS:
Antes do imposto:

Função oferta: Qo = -6000 + 50Px


Função demanda: Qd = 12.000 – 30Px (já substitui Pz e Y!)

-6000 + 50Px = 12.000 – 30Px


Px = 225

Depois do imposto:

Função oferta: Qo = -6000 + 50(Px – 8)


Função demanda: Qd = 12.000 – 30Px

Equilíbrio:
-6000 + 50(Px – 8)= 12000 – 30Px
Px = 230

Veja que o preço de equilíbrio de mercado aumenta de 225 para 230. Ou


seja, os consumidores arcam com 05 unidades (230 – 225). Como o
imposto é 08 unidades, os produtores arcam com 03 unidades.

GABARITO: A

28. (FCC - Analista de Controle – Economia – TCE/PR - 2011) –


Julgue o item:

IV. Na teoria neoclássica, a imposição de um tributo específico


sobre as vendas do monopolista não altera o preço e a quantidade
de equilíbrio do mercado.
09558578304

Comentários:
A imposição de um tributo sobre vendas altera a quantidade e o preço de
equilíbrio do mercado. Sendo assim, está errada a assertiva.

Gabarito: E

29. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2008) - Em um mercado de


concorrência perfeita, a demanda do bem X ́ representada pela
reta Qd = 1.600 – 2P e a de oferta, pela reta Qo = –200 + 3P. O
Governo decide instituir um imposto espećfico sobre as vendas do
bem X de R$ 20,00 por unidade. ́ correto afirmar que

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(A) o ônus do imposto será repartido igualmente entre produtores e
consumidores.
(B) o preço de equilíbrio do bem X no mercado aumentará R$ 12,00.
(C) a parcela do imposto que será paga pelos produtores corresponde a
60% do total.
(D) a quantidade transacionada do bem X no mercado diminuirá em 30
unidades.
(E) a eficiência do mercado não será afetada por esse imposto.

Comentários:
Antes do imposto:

Função oferta: Qo = -200 + 3P


Função demanda: Qd = 1.600 – 2P

-200 + 3P = 1.600 – 2P
P = 360

Depois do imposto:

Função oferta: Qo = -200 + 3(P – 20)


Função demanda: Qd = 1.600 – 2P

Equilíbrio:
-200 + 3(P – 20) = 1.600 – 2P
P’ = 372

Veja que o preço de equilíbrio de mercado aumenta de 360 para 372.


Desta forma, está correta a letra B.

Os consumidores arcam com R$ 12,00 (372 – 360). Como o imposto é


igual a R$ 20,00, os produtores arcam com R$ 8,00. Sendo assim, estão
erradas as letras A e C.
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Para calcularmos as quantidades de equilíbrio antes do imposto, basta


substituir P=360 na oferta (antes do imposto) ou na demanda. Fazendo
isso, encontramos Q=880. Para calcularmos as quantidades de equilíbrio
depois do imposto, basta substituir P’=372 na oferta (depois do imposto)
ou na demanda. Fazendo isso, encontramos Q’=856. Assim, a quantidade
transacionada do bem X diminuirá em 24 unidades. Sendo assim, está
errada a letra D.

Gabarito: B

30. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2008) - O peso morto da tributação


corresponde, em unidades monetárias, a
(A) R$ 300,00.

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(B) R$ 288,00.
(C) R$ 228,00.
(D) R$ 150,00.
(E) R$ 144,00.

Comentários:
Esta questão leva em conta os mesmos dados numéricos (mesmas
equações de demanda, oferta e valor de imposto) da questão 18.

O peso morto corresponde à área do triângulo que tem como altura o


valor da redução de produção (considere que o triângulo está deitado) e
como base o valor do imposto. Veja:

Preços

Altura (h) do triângulo


é o valor da redução
de produção O

Valor do Imposto (Base do triângulo)

D
Quantidade
Q2 Q1

A área de qualquer triângulo é dada pela metade da multiplicação da base


pela altura. Assim, o peso morto será:

Peso morto = área do triângulo cinza = (base x altura)/2


Peso morto = (valor do imposto x redução de produção12)/2
09558578304

Peso morto = (20 x 24)/2


Peso morto = 480/2
Peso morto = 240 (não há resposta!)

Gabarito: Anulada

31. (ESAF - AFRF/SRF – 2002) - A principal fonte de receita do


setor público é a arrecadação tributária. Com relação às
características de um sistema tributário ideal, assinale a opção
falsa:
a) A distribuição do ônus tributário deve ser equitativa.
12
Nos comentários da questão 18, vimos que as quantidades de equilíbrio antes do imposto eram
iguais a 880. Depois do imposto, passaram para 856. Logo, a redução nas quantidades é igual a 24.

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b) A cobrança dos impostos deve ser conduzida no sentido de onerar mais
aquelas pessoas com maior capacidade de pagamento.
c) O sistema tributário deve ser estruturado de forma a interferir o
minimamente possível na alocação de recursos da economia.
d) O sistema tributário deve ser eficiente e maximizar os custos de
fiscalização da arrecadação.
e) O sistema tributário deve ser de fácil compreensão para o contribuinte
e de fácil arrecadação para o governo.

COMENTÁRIOS:
Analisando as alternativas, vemos que, com certeza, um sistema
tributário ideal não busca maximizar os custos de fiscalização.

GABARITO: D

32. (ESAF – APOFP/SEFAZ-SP – 2009) - Por política fiscal,


entende-se a atuação do governo no que diz respeito à
arrecadação de impostos e aos gastos públicos. Com relação à
tributação, não é correto afirmar:
a) os tributos específicos e ad valorem são exemplos clássicos de
impostos diretos.
b) o sistema tributário é dito progressivo quando a participação dos
impostos na renda dos indivíduos aumenta conforme a renda aumenta.
c) o sistema tributário é considerado proporcional quando se aplica a
mesma alíquota do tributo para os diferentes níveis de renda.
d) a aplicação de um sistema de imposto regressivo afeta o padrão de
distribuição de renda, tornando-a mais desigual.
e) conforme aumenta a renda dos indivíduos e a riqueza da sociedade,
aumenta a arrecadação de impostos diretos.

COMENTÁRIOS:
Os tributos específicos e ad valorem são exemplos de impostos indiretos,
pois incidem sobre a produção e não sobre as pessoas.
09558578304

GABARITO: A

33. (FCC – ICMS/SP – 2006) - Com relação à incidência de um


imposto sobre vendas de um bem X num mercado em
concorrência perfeita, é correto afirmar que

a) as elasticidades-preço da oferta e da demanda do bem no mercado não


determinam o ônus do contribuinte de fato.
b) o imposto desloca a curva de demanda para baixo em montante maior
ao do imposto.
c) um imposto com alíquotas variáveis, em princípio, atende melhor ao
princípio da neutralidade do que um imposto com alíquotas fixas.

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d) o imposto é regressivo, porque tende a onerar mais fortemente os
consumidores mais ricos.
e) o ônus do imposto recai mais fortemente sobre os vendedores ou
consumidores dependendo do valor das respectivas elasticidades-preço.

Comentários:
a) Incorreta.

b) Incorreta. O imposto desloca a curva de oferta para cima (e para a


esquerda) em montante igual ao do imposto.

c) Incorreta. O imposto neutro (mais eficiente) é aquele que menos altera


os preços relativos dos bens. Um imposto com alíquotas fixas atende
melhor ao princípio da neutralidade do que o imposto com alíquotas
variáveis, uma vez que este tende alterar muito mais os preços relativos
das mercadorias.

d) Incorreta. Foi dado o conceito de imposto progressivo.

e) Correta.

Gabarito: E

34. (FCC – ICMS/SP – 2006) - Numa determinada economia, um


imposto sobre o valor adicionado, não-cumulativo e do tipo
multiestágio, tem uma alíquota fixa de 20% e é cobrado "por
fora". Há um setor dessa economia que produz um bem que passa
por quatro etapas produtivas até atingir o consumidor final, sendo
que a primeira etapa é constituída por uma firma totalmente
integrada verticalmente. Supondo-se que o preço cobrado por
essa empresa é 100 e que as outras três empresas na cadeia
produtiva acrescentam 100% ao valor do insumo recebido para
formar seu preço, o governo desse país arrecadará, por unidade
vendida do bem, 09558578304

a) 160
b) 180
c) 220
d) 250
e) 300

Comentários:
Nesta (difícil) questão, devemos ficar atentos ao fato de que é necessário
levarmos em conta os créditos existentes, quando uma empresa adquire
um insumo que já foi tributado. Façamos aqui a sequência de
acontecimentos, nas quatro etapas produtivas narradas no enunciado:

Etapa 1:

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A empresa 1 produz o bem no valor de R$ 100, com incidência de
imposto de 20% por fora. Assim, o valor total, com imposto, será igual a
R$ 120,00.

A empresa 1 não terá direito a crédito do imposto, pois não adquiriu


insumos já tributados anteriormente.

Imposto pago 1 = R$ 20,00

Etapa 2:
A empresa 2 compra o bem da empresa 1, no valor de R$ 120,00, dos
quais R$ 20,00 representam o crédito a que ela tem direito.

Conforme foi dito no enunciado, a empresa acrescenta 100% ao valor do


insumo (o valor líquido do insumo é R$ 100,00). Assim, o bem passará a
valer R$ 200,00. Mas a venda será feita ao preço de R$ 240,00 (devido
ao imposto por fora de 20%).

Observe, portanto, que o imposto é de R$ 40,00. Entretanto, como a


empresa 2 detém um crédito de R$ 20,00; então, só precisará pagar R$
20,00.

Imposto pago 2 = R$ 40,00 – R$ 20,00


Imposto pago 2 = R$ 20,00

Etapa 3:
A empresa 3 compra o bem da empresa 2, no valor de R$ 240,00, dos
quais R$ 40,00 representam o crédito a que ela tem direito.

Conforme foi dito no enunciado, a empresa acrescenta 100% ao valor do


insumo (o valor líquido do insumo é R$ 200,00). Assim, o bem passará a
valer R$ 400,00. Mas a venda será feita ao preço de R$ 480,00 (devido
ao imposto por fora de 20%).
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Observe, portanto, que o imposto é de R$ 80,00. Entretanto, como a


empresa 3 detém um crédito de R$ 40,00; então, só precisará pagar R$
40,00.

Imposto pago 3 = R$ 80,00 – R$ 40,00


Imposto pago 3 = R$ 40,00

Etapa 4:
A empresa 4 compra o bem da empresa 3, no valor de R$ 480,00, dos
quais R$ 80,00 representam o crédito a que ela tem direito.

Conforme foi dito no enunciado, a empresa acrescenta 100% ao valor do


insumo (o valor líquido do insumo é R$ 400,00). Assim, o bem passará a

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valer R$ 800,00. Mas a venda será feita ao preço de R$ 960,00 (devido
ao imposto por fora de 20%).

Observe, portanto, que o imposto é de R$ 160,00. Entretanto, como a


empresa 4 detém um crédito de R$ 80,00; então, só precisará pagar R$
80,00.

Imposto pago 4 = R$ 160,00 – R$ 80,00


Imposto pago 4 = R$ 80,00

...

Se somarmos os impostos pagos nas 04 etapas, teremos a arrecadação


do governo:

Imposto pago (etapas 1, 2, 3 e 4) = 20 + 20 + 40 + 80


Imposto pago (etapas 1, 2, 3 e 4) = 160

Gabarito: A

35. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Considere as duas


alternativas de políticas tributárias que se seguem:
Alternativa I: Aplicar um imposto per capita no valor de R$ 30,00
mensais por pessoa.
Alternativa II: Introduzir um imposto de R$ 1,00 por unidade
vendida sobre a venda de um bem, cuja oferta é perfeitamente
(infinitamente) elástica.
Assinale a opção correta.
a) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
inferior à alternativa II.
b) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
indiferente à alternativa II, uma vez que as duas implicam o mesmo gasto
09558578304

com impostos.
c) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
preferível à alternativa II.
d) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
superior à alternativa II caso a sua demanda por esse bem seja inelástica
e inferior à alternativa II caso sua demanda por esse bem seja elástica.
e) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
superior à alternativa II caso a sua demanda por esse bem seja elástica e
inferior à alternativa II caso sua demanda por esse bem seja inelástica.

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COMENTÁRIOS:
Esta questão trata de uma situação onde temos que escolher entre um
lump-sum tax e um excise tax. A alternativa I faz menção a um imposto
lump-sum tax. A alternativa II faz menção a um imposto excise tax.

Em todas as alternativas, é colocada uma situação tal em que ambos os


tributos proporcionam a mesma receita tributária para o governo.
Conforme vimos no quadro das páginas 05 a 07, se a receita tributária é
a mesma, e o consumidor tiver que escolher entre o lump-sum e o excise,
ele preferirá o primeiro. Assim:

 Se o consumidor consumir alguma quantidade do bem a ser


tributado, ele preferirá a alternativa (tributação via lump-sum tax).
Portanto, correta a alternativa C.
 Se o consumidor não consumir o bem tributado, ele optará pela
alternativa II (excise tax).

GABARITO: C

36. (ESAF - ACE – TCU - 2000) - As curvas de oferta e de demanda


de um bem que é vendido em um mercado concorrencial são
dadas por, respectivamente, qs=(1000/3)p e qd=(8.000 -
(1000/3)p), sendo p o preço da mercadoria vendida nesse
mercado, medido em reais por unidade, qs a quantidade ofertada
da mesma e qd a sua quantidade demandada. Caso seja
introduzido um imposto sobre a venda dessa mercadoria no valor
de R$ 3,00 por unidade vendida, pode-se afirmar que

a) o peso morto do imposto será igual a R$ 750,00.


b) a quantidade de equilíbrio desse mercado antes da introdução do
imposto é igual a 5.000 unidades
c) após a introdução do imposto, o preço ao consumidor deverá subir de
R$ 12,00 para R$ 14,00
d) a redução no excedente do consumidor em decorrência da introdução
09558578304

do imposto será igual a R$ 9,00


e) o imposto irá implicar uma redução no lucro dos produtores superior à
redução causada sobre o excedente dos consumidores

COMENTÁRIOS:
Antes de iniciar o comentário das assertivas, vamos calcular os preços e
quantidades de equilíbrio antes e depois do imposto:

Antes do imposto:

Função oferta: qs=(1000/3)p


Função demanda: qd=(8.000 - (1000/3)p)

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Equilíbrio:
1000p/3 = 8000 – 1000p/3
p = 12
qs=qd=4.000

Depois do imposto:

Função oferta: qs=(1000/3)(p – 3)


Função demanda: qd=(8.000 - (1000/3)p)

Equilíbrio:
(1000p – 3000)/3 = 8000 – 1000p/3
p = 13,5
qs=qd=3.500

Agora, passemos para a análise das alternativas:

a) O peso morto corresponde à área do triângulo que tem como altura o


valor da redução de produção (considere que o triângulo está deitado) e
como base o valor do imposto. Veja:

Preços

Altura (h) do triângulo


é o valor da redução
de produção O

Valor do Imposto (Base do triângulo)

D
Quantidade
Q2 Q1
09558578304

A área de qualquer triângulo é dada pela metade da multiplicação da base


pela altura. Assim, o peso morto será:

Peso morto = área do triângulo cinza = (base x altura)/2


Peso morto = (valor do imposto x redução de produção)/2
Peso morto = (3 x 500)/2
Peso morto = 1500/2
Peso morto = 750 (Portanto, correta a assertiva A)

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b) A quantidade de equilíbrio antes da imposição do imposto é de 4.000
unidades. Portanto, incorreta.

c) Após a introdução do imposto, o preço sobe de 12,00 para 13,50.


Incorreta.

d) O excedente do consumidor é área do triângulo formado pela linha do


preço, curva de demanda e eixo vertical (área cinza da figura abaixo).
Veja:

Preço
s
EXCEDENTE DO
CONSUMIDOR
Preço depois do
imposto C O
13,5
A B
12
Preço de equilíbrio
antes do imposto

D
Quantidade
QE=4.000

Qt=3.500

Para descobrirmos o valor da redução do excedente do consumidor,


podemos descobrir o excedente antes da imposição do imposto (área
cinza) e o valor do excedente depois do imposto (área C). Depois fazemos
excedente antes do imposto MENOS excedente depois do imposto.
09558578304

Alternativamente, podemos calcular diretamente o valor das áreas A+B e


isso já será o valor da redução de excedente do consumidor.

As áreas A+B, juntas, formam um trapézio, cuja base maior é 4000, base
menor é 3500, e altura é (13,5 – 12)=1,5. Com esses dados, basta
calcular a área do trapézio:

Área do trapézio13 = áreas A+B = [(b + B)xh]/2


Área do trapézio = [(3500 + 4000)x1,5]/2
Área do trapézio = 5.625

13A área de qualquer trapézio é dada pela metade da multiplicação da soma das bases
maior e menor pela altura. Assim, área do trapézio = [(b + B)*h]/2.

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Redução do excedente do consumidor = 5.625 (Incorreta a assertiva D)

Outra maneira de fazer o cálculo é calcular a área do retângulo A e somar


com a área do triângulo B. O resultado deve ser o mesmo.

e) A redução no excedente dos produtores pode ser entendida como


sendo igual à redução no lucro dos produtores. Assim, para verificar a
veracidade da alternativa devemos comparar a redução de excedente dos
produtores (redução do lucro) com a redução no excedente dos
consumidores. Na letra D, a redução de excedente do consumidor foi
calculada (5.625).

Se calcularmos a redução no excedente do produtor, o valor será o


mesmo, pois a área será exatamente igual (basta notar que o ônus
tributário é repartido igualmente entre produtores e consumidores). Desta
forma, o trapézio que representa a perda de excedente do produtor terá
área igual ao trapézio que representa a perda de excedente do
consumidor.

GABARITO: A

37. (ESAF - Inspetor Externo – TCR/RN - 2000) - Quanto à


incidência econômica de um imposto seletivo sobre venda
aplicado a um produto, supondo que haja concorrência perfeita,
podemos afirmar que:

a) se a demanda pelo bem for completamente inelástica em relação ao


preço, a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o produtor.
b) se a demanda pelo bem for completamente inelástica em relação ao
preço, a elevação do imposto provocará aumento de preço.
c) se a oferta do bem for completamente inelástica em relação ao preço,
a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o consumidor.
d) se a oferta do bem for completamente inelástica em relação ao preço,
a elevação do imposto provocará um aumento de preço.
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e) se a oferta do bem for infinitamente elástica em relação ao preço, a


elevação do imposto não provocará aumento de preço.

COMENTÁRIOS:
a) Incorreta. Se a demanda pelo bem for completamente inelástica em
relação ao preço, a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o
CONSUMIDOR.

b) Correta. Se a demanda pelo bem for completamente inelástica em


relação ao preço, a elevação do imposto provocará aumento de preço.

c) Incorreta. Se a oferta do bem for completamente inelástica em relação


ao preço, a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o PRODUTOR.

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d) Incorreta. Se a oferta do bem for completamente inelástica em relação


ao preço, a elevação do imposto RECAIRÁ integralmente sobre o produtor
(se recai 100% sobre o produtor, então, não há elevação de preços).

e) Incorreta. Se a oferta do bem for infinitamente elástica em relação ao


preço, a elevação do imposto PROVOCARÁ aumento de preço. Apenas
para ilustrar a questão, seguem alguns gráficos com os casos de
demanda e oferta completamente inelásticas:

Cobrança de um imposto (específico) sobre venda na


concorrência perfeita quando a OFERTA é completamente

b) Oferta totalmente inelástica


a) Oferta totalmente elástica
Preço
s O=O´

P´ O´
T
P O P=P´

D
D

Qtde Q*
Se a oferta é completamente elástica, e Se a oferta é completamente inelástica,
é cobrado um imposto T, a curva de isto significa que os produtores
oferta será deslocada para cima. O ofertarão sempre a mesma quantidade
novo preço de equilíbrio do mercado de produto (Q*). Depois de um aumento
(preço que o consumidor paga) será de imposto, a nova curva de oferta (O´)
exatamente o preço antigo (P) mais o será igual à antiga, já que os
valor do imposto (P´=P+T). Ou seja, o produtores são totalmente inelásticos.
Por conseguinte, o novo preço de
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consumidor está arcando com a


totalidade da tributação, pois o novo equilíbrio, P´ (preço pago pelo
preço que ele paga é igual ao preço consumidor), será igual ao preço antes
antigo mais o valor do tributo, o que do imposto, P. Como o preço de
indica que todo o tributo foi repassado transação do produto (preço pago pelo
para o consumidor. consumidor) não muda, concluímos que
o consumidor não sofre qualquer
influência do tributo. Então, se o
consumidor não paga nada, isto ocorre
porque o produtor arca com a
totalidade do imposto.

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Cobrança de um imposto (específico) sobre venda na


concorrência perfeita quando a DEMANDA é completamente
b) Demanda totalmente inelástica
a) Demanda totalmente elástica
Preço
s D
O´ O´
O O

T
P=P´ D
T P

Qtde Q*
Se a demanda é completamente Se a demanda é completamente
elástica, e é cobrado um imposto T, a inelástica, isto significa que os
curva de oferta será deslocada para a consumidores demandarão sempre a
esquerda e para cima. O novo preço de mesma quantidade de produto (Q*).
equilíbrio do mercado (preço que o Depois de um aumento de imposto, a
consumidor paga) será exatamente nova curva de oferta (O´) será
igual ao preço antigo (P). Ou seja, deslocada para a esquerda e para
apesar de ter havido a imposição do cima. O novo preço de equilíbrio, P´
imposto, o consumidor não arca com (preço pago pelo consumidor), será
qualquer parte deste tributo, indicando exatamente igual ao preço antes do
que a totalidade da tributação é paga imposto mais o imposto (P´=P+T). Ou
pelo produtor. seja, como o novo preço pago pelo
consumidor é o preço antigo mais o
imposto, isto significa que o
consumidor totalmente inelástico arca
com a totalidade da tributação.

GABARITO: B
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38. (ESAF - ACE – TCU - 2000) - Sobre a incidência de um imposto


sobre a venda de uma mercadoria específica é correto afirmar
que:
a) em um mercado concorrencial aumentará os preços se a demanda for
inelástica e a oferta elástica.
b) haverá aumento de preço se a curva de demanda for totalmente
elástica e o mercado for concorrencial.
c) implicará um aumento de preços apenas em mercados oligopolizados.
d) não provocará aumento nos preços em mercados concorrenciais,
podendo provocá-lo em mercados oligopolizados, dependendo das
elasticidades da oferta e da demanda.
e) não provocará aumento de preços se a demanda for inelástica e o
mercado concorrencial.

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COMENTÁRIOS:
a) Correta. Neste caso, os consumidores arcarão com a maior parte do
imposto.

b) Incorreta. Se a curva de demanda for totalmente elástica, os


produtores arcarão com a totalidade do imposto. Isto quer dizer que não
haverá aumento de preços, uma vez que não será repassada nenhuma
parte do imposto ao preço final do produto.

c) Incorreta. A regra geral é que o imposto provoque aumento de preços,


independente se o mercado é concorrencial, oligopolizado, ou
monopolista.

d) Incorreta. Conforme explicado na na letra C, o normal é que o imposto


provoque aumento de preços (independente do mercado), dependendo
das elasticidades da oferta e da demanda.

e) Incorreta. Se a demanda for inelástica, haverá aumento de preços,


pois os consumidores arcarão com a maior parte do tributo, uma vez que
os produtores poderão repassar boa parte do tributo para o preço final do
produto.

GABARITO: A

39. (FUNIVERSA – ANALISTA SEPLAG/DF – 2009) – Um sistema


tributário progressivo garante
a) equidade vertical e horizontal
b) eficiência
c) neutralidade
d) simplicidade
e) não acumulação de tributos

COMENTÁRIOS: 09558578304

Conforme comentado no item 2.4.2, ele garantirá equidade vertical e


horizontal.

Todos as outras alternativas não podem ser garantidas, com certeza, a


partir da implementação de um sistema tributário progressivo. A
alternativa E, em especial, é absurda.

GABARITO: A

40. (FUNIVERSA – ANALISTA SEPLAG/DF – 2009) – Como meio de


financiar uma política social de renda mínima para comunidades
carentes, o governo decide tributar os consumidores de iates de
luxo. Apesar de consumidos por pessoas ricas, a indústria que

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produz os navios é constituída por trabalhadores de baixa renda e
pequenos empresários, cujas firmas só podem produzir iates de
alto luxo ou barcos de pesca, muito menos rentáveis. Por sua vez,
os ricos consumidores podem escolher entre comprar um iate ou
fazer um cruzeiro, mas preferem o iate. Considerando essa
situação hipotética, é correto afirmar que o ônus tributário recairá
a) como determinado pelo governo, integralmente sobre os
consumidores.
b) parte sobre os produtores, parte sobre os consumidores, mas em nada
afetará os trabalhadores.
c) parte sobre os produtores, que podem repassá-lo parcialmente aos
trabalhadores, e parte sobre os consumidores.
d) integralmente sobre os produtores.
e) integralmente sobre os trabalhadores.

COMENTÁRIOS:
Essa questão é bastante interessante, e foi retirada quase que
literalmente do livro do Mankiw (estudo de caso do capítulo 6, do livro
“Introdução à Economia”).

Em 1990, o governo norte-americano aprovou um imposto sobre bens de


luxo, como iates, aviões, jóias, etc. O imposto tinha objetivos
distributivos: cobrar impostos dos ricos e, assim, fazer política de
redistribuição de renda.

O raciocínio do governo parecia bastante lógico: ora, quem compra estes


bens de luxo são os ricos, então, parece adequado tributá-los, pois quem
pagará tais impostos serão os ricos, de tal maneira que os pobres serão
muito pouco afetados pela decisão.

Em nossa aula, nós vimos que o ônus tributário é definido pelas


elasticidades da oferta e da demanda. Assim, quando o imposto começou
a ser cobrado, ficou claro que a elasticidade dos bens de luxo era
bastante elevada. Por exemplo, um milionário adoraria ter um iate, mas
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se o seu preço aumentasse muito, ele poderia fazer outras coisas para se
divertir: alugar um iate, em vez de comprá-lo; viajar para o lugar que
quisesse; comprar uma casa maior; etc. Por outro lado, a oferta de iates
era relativamente inelástica, pelo menos no curto prazo. As fábricas de
iates não podiam ser convertidas facilmente para outro uso, e os
trabalhadores que constroem iates não mudam de carreira muito
rapidamente em resposta a uma mudança nas condições de mercado.

O resultado da repartição de ônus de imposto é bastante claro: com a


demanda elástica e a oferta inelástica, o imposto recai em grande parte
sobre os produtores. Ou seja, o ônus recai sobre o setor produtivo e isto
inclui não só o empresário ou o dono da firma, mas também os seus
trabalhadores, uma vez que se o lucro do empresário é reduzido em

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virtude do aumento de impostos, isto significa que há a possiblidade de
alguns trabalhadores receberem salários menores ou até mesmo serem
demitidos. Com isso, o ônus dos impostos sobre bens de luxo recai mais
sobre a classe média do que sobre os ricos.

Em 1993, o Congresso norte-americano reduziu novamente a maior parte


dos impostos sobre bens de luxo.

Portanto, está correta a assertiva C, uma vez que o tributo, em sua maior
parte, incidirá sobre os produtores, que poderão repassá-los parcialmente
aos trabalhadores.

GABARITO: C

41. (FGV - ICMS/RJ – 2010) - Assinale que completa corretamente


o trecho a seguir:

Numa sociedade que valoriza equidade e eficiência, a redução


proporcional da demanda agregada por um bem, induzido pela
tributação, deve ser menor quanto mais o bem é consumido por
indivíduos cuja _____:
(A) utilidade marginal social da renda é alta, portanto considerados de
menor importância pela sociedade.
(B) utilidade marginal social da renda é alta, ou seja, os mais ricos da
sociedade.
(C) utilidade marginal social da renda é alta, o que reflete o critério de
eficiência embutido nos objetivos desta sociedade.
(D) propensão marginal a consumir bens tributados é alta.
(E) propensão marginal a gastar recursos com bens não tributados é alta.

COMENTÁRIOS:
Para respondermos a essa questão, devemos entender que:

Utilidade marginal social da renda alta = baixa renda (indivíduo pobre)


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Utilidade marginal social da renda baixa = alta renda (indivíduo rico)

Se a sociedade valoriza a equidade, ela preferirá tributar os indivíduos


mais ricos. Ou seja, aqueles com baixa utilidade marginal social da renda.
Portanto, incorretas as assertivas A, B e C.

Por outro lado, se a sociedade valoriza a eficiência, a tributação que deve


ser buscada é aquela em que a imposição do tributo não muda o
comportamento dos consumidores e produtores. Nesse sentido,
obedecendo a critérios eficiência, a tributação deve ser feita sobre
bens inelásticos e sobre consumidores que tenham alta propensão
marginal a consumir bens tributados. Portanto, correta a assertiva D
e incorreta a assertiva E.

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GABARITO: D

42. (FGV - ICMS/RJ – 2009) - Os impostos progressivos têm como


característica:

(A) a taxa marginal de imposto sobre a renda mais alta que a taxa média
para todo o nível de renda dos contribuintes, sem efeitos perversos sobre
o incentivo de aumentar a renda.
(B) o efeito perverso direto sobre a capacidade de arrecadação do Estado.
(C) a taxa marginal de imposto sobre a renda menor que a taxa média
para todo o nível de renda dos contribuintes.
(D) o efeito perverso sobre os incentivos marginais dos agentes
econômicos cuja renda ultrapassa certo nível.
(E) a redução do seu montante com o nível de renda do agente tributado.

COMENTÁRIOS:
No sistema progressivo de impostos, a taxa (alíquota) marginal cresce
com a renda, fazendo com que os agentes não tenham incentivos a
aumentar a renda a partir de determinado nível. Portanto, correta a
assertiva D.

Vejamos os erros das outras assertivas:

(A) a taxa marginal de imposto sobre a renda mais alta que a taxa média
para todo o nível de renda dos contribuintes, sem COM efeitos perversos
sobre o incentivo de aumentar a renda.

(B) NÃO HÁ efeito perverso direto sobre a capacidade de arrecadação do


Estado, pois o aumento de renda provoca aumento da arrecadação.

(C) a taxa marginal de imposto sobre a renda menor MAIOR que a taxa
média para todo o nível de renda dos contribuintes.
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(E) a redução O AUMENTO do seu montante com o nível de renda do


agente tributado.

GABARITO: D

43. (FGV - ICMS/RJ – 2008) - A respeito do sistema de tributação,


assinale a afirmativa incorreta.

(A) Um sistema eficiente nem sempre é equitativo.


(B) Para reduzir o impacto da tributação sobre a economia, devem-se
taxar mais bens com elasticidade baixa.
(C) A introdução de impostos sobre valor agregado eleva a ineficiência
devido ao efeito cascata.

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(D) A introdução de impostos pode reduzir os efeitos de externalidades
negativas.
(E) Um sistema tributário eficiente deve minimizar o peso morto e os
encargos administrativos.

COMENTÁRIOS:
A alternativa incorreta é a letra C, pois a introdução de impostos sobre o
valor agregado (IVA), em detrimento de impostos com efeito cascata,
eleva os níveis de eficiência econômica.

GABARITO: C

44. (FGV - ICMS/RJ – 2008) - A economia do país A possui as


seguintes curvas de demanda e oferta por milho:
I. curva de demanda por milho: q=100 − 4p;
II. curva de oferta por milho: q=10 + p.
O país A introduz um imposto de Z$ 5 por unidade, cobrado do
consumidor. Com esse imposto:
(A) o governo arrecada Z$ 140.
(B) o bem-estar cai em 20.
(C) o imposto só afeta o consumidor.
(D) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 28
unidades.
(E) o consumidor paga Z$ 1 do imposto.

COMENTÁRIOS:
Situação antes do imposto:

curva de demanda por milho: q=100 − 4p


curva de oferta por milho: q=10 + p

Equilíbrio:
100 – 4p = 10 + p
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p = 18
q = 28

Situação depois do imposto:

curva de demanda por milho: q=100 – 4p


curva de oferta por milho: q=10 + (p – 5)

Equilíbrio:
100 – 4p = 10 + (p – 5)

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p = 19
q = 24

Como o imposto era $ 5,00 e o preço pago pelos consumidores aumentou


apenas R$ 1,00 (foi de 18 para 19), nós podemos concluir que os
consumidores arcam com R$ 1,00 e os produtores arcam com R$ 4,00
dos R$ 5,00 do imposto. Por aí, correta a assertiva E.

Vejamos os erros das outras alternativas:

a) Incorreta. O governo arrecadará a produção multiplicada pelo imposto:


Arrecadação = 24 x 5 = 120.

b) Incorreta. A queda de bem-estar é medida pelo peso morto. Este, por


sua vez, é a área do triângulo cuja altura é o valor da redução de
produção (28 – 24=4) e cuja base é o valor do imposto (5,00). Assim, o
peso morto (perda de bem-estar) é:

Área do triângulo = (base x altura)/2 = (5x4)/2 = 10


Perda de bem-estar = 10

c) Incorreta. O imposto afeta consumidores (arcam com R$ 1,00) e


produtores (arcam com R$ 4,00).

d) Incorreta. Após o imposto, a quantidade ofertada iguala a quantidade


demandada em 24 unidades.

Esclarecimento:

Você pode estar se perguntando o seguinte: ora, o imposto não é cobrado


do consumidor? Não deveríamos alterar a curva de demanda? Não
deveríamos fazer (P + T) na curva de demanda?

No caso, como o imposto específico é cobrado dos consumidores, nós


09558578304

podemos fazer também (P+T) na equação da demanda, sem maiores


problemas. No entanto, os resultados em termos de repartição e peso
morto serão os mesmos, conforme foi destacado no item 7.3.5. Por isso,
eu fiz as alterações na curva de oferta, que é um procedimento a que
todos estão mais acostumados.

Se fizermos (P+T) na equação da demanda, a nova curva de demanda


(qd´) será:

qd´=100 - 4(p+5)
qd´=80 - 4p

Igualando com a oferta:

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80 - 4p = 10 + p
p = 14 (no entanto, veja bem, este preço é o preço de oferta, ao
contrário do que acontece quando mudamos a equação da oferta. Quando
isto é feito, o novo preço encontrado é o preço de demanda. No entanto,
repetindo: se alteramos a curva de demanda, o novo preço encontrado é
o preço de oferta).

Como o preço recebido pelos produtores (preço de oferta) é 14, o preço


pago pelos consumidores será 14+5=19.

O preço de equilíbrio antes do imposto era 18. Como o consumidor


passou a pagar 19, então, ele arca com 1. O produtor arca com o
restante, ou seja, com 4.

Veja que a repartição do ônus continua a mesma, independentemente se


incidimos o imposto sobre consumidores ou produtores.

GABARITO: E

45. (Fundação DOM CINTRA – Economista – Minist. Agric. Pec.


Abast – 2010) - A representação estilizada que sugere que, a
partir de certo nível de alíquota de imposto, qualquer elevação de
taxa, em vez de aumentar a arrecadação total do governo, resulta
em sua redução em virtude da evasão fiscal denomina-se Curva
de:
A) Possibilidades de Produção;
B) Giffen;
C) Marshall;
D) Phillips;
E) Lafer.

COMENTÁRIOS:
Questão bem simples! 09558578304

A questão trata da curva de Laffer. Nem tem muito o que comentar, não
é mesmo ;-)

GABARITO: E

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

01. (FCC – ICMS/RJ – 2014) Grande parte do debate sobre a


política tributária se estabelece em torno do fato de “se os ricos
pagam uma parcela justa de impostos”. Uma das formas de se
avaliar essa questão adequadamente é verificar quanto as famílias
de diferentes níveis de renda pagam de tributos, em proporção à
renda, no atual sistema tributário.
Nesse sentido, os sistemas tributários podem ser classificados em
três tipos, a saber:
I. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas e aqueles com rendas menores pagam a
mesma fração de sua renda.
II. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas pagam uma fração menor de sua renda que
os contribuintes com rendas menores.
III. Um sistema tributário com imposto em que os contribuintes
com altas rendas pagam uma fração maior de sua renda que
aqueles com rendas menores.
Os sistemas tributários I, II e III contêm, respectivamente,
(A) equidade horizontal, equidade regressiva e equidade progressiva.

(B) imposto proporcional horizontal, imposto regressivo vertical e imposto


progressivo vertical.

(C) imposto horizontal proporcional, imposto vertical regressivo e imposto


vertical progressivo.

(D) imposto vertical, imposto horizontal e imposto gradual.

(E) imposto proporcional, imposto regressivo e imposto progressivo.


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02. (FCC – ICMS/RJ – 2014) As características do sistema


tributário de um país afetam a distribuição de renda da sociedade.
A equidade entre os grupos de renda é um princípio importante no
projeto de um sistema tributário.
Suponha que o governo utilizasse a seguinte fórmula para calcular
quanto uma família teria como valor do imposto devido:
Impostos devidos = (1/3 da renda) − 10 mil
Diante dessa regra de tributação, considere as seguintes situações
de renda familiar e valor de imposto devido:

I. Uma família com renda de $ 66 mil teria um imposto devido de


$ 12 mil; uma família com renda de $ 105 mil teria um
imposto devido de $ 25 mil; uma família com renda de $ 21 mil

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teria um imposto calculado de (−) $ 3 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 3 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda negativo.

II. Uma família com renda de $ 96 mil teria um imposto devido de


$ 22 mil; uma família com renda de $ 45 mil teria um
imposto devido de $ 5 mil; uma família com renda de $ 18 mil
teria um imposto calculado de (−) $ 4 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 4 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda equitativo.

III. Uma família com renda de $ 117 mil teria um imposto devido
de $ 29 mil; uma família com renda de $ 84 mil teria um
imposto devido de $ 18 mil; uma família com renda de $ 24 mil
teria um imposto calculado de (−) $ 2 mil; assim, essa família
receberia do governo um cheque de $ 2 mil, pois trata-se da
política do imposto de renda positivo.

Está correto o que se afirma APENAS em:


(A) I.

(B) I e II.

(C) II e III.

(D) III.

(E) II.

03. (FCC – Consultor de Orçamento Público e Desenvolvimento


Econômico – ALEPE – 2014) Em um determinado país, a tributação
das pessoas físicas pelo Imposto sobre a Renda tem as seguintes
regras básicas:
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I. Todas as pessoas são tributadas pelo Imposto sobre a Renda.


II. A renda das pessoas físicas é tributada em sua totalidade.
III. A renda das pessoas físicas é tributada à alíquota zero até o
valor de R$ 10.000,00 e à alíquota de 20% (vinte por cento) no
que exceder esse valor.

Com base nas regras tributárias vigentes no país, é correto


afirmar que:

(A) o Imposto sobre a Renda é proporcional para pessoas físicas com


renda superior a R$ 10.000,00.

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(B) apesar de haver uma única alíquota nominal diferente de zero
vigente, o Imposto sobre a Renda deste país é progressivo.
(C) o Imposto sobre a Renda deste país respeita o Princípio da Equidade
Horizontal, mas não respeita o Princípio da Equidade Vertical.
(D) o baixo grau de progressividade do Imposto sobre a Renda deste país
faz com que as pessoas físicas não consigam repassar seu ônus tributário
a outros agentes econômicos.
(E) a introdução de novas faixas de renda e alíquotas aplicáveis ao
Imposto sobre a Renda não é suficiente para aumentar seu grau de
progressividade, em função da ausência de despesas dedutíveis de sua
base de cálculo.

04. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Em um determinado mercado em


concorrência perfeita, na ausência de impostos sobre vendas, as
funções de demanda e de oferta são descritas pelas seguintes
funções lineares:
Qd = 3.600 – 8P
Qo =−400+12P
onde:
Qd = quantidade demandada
Qo = quantidade ofertada
P = preço de mercado
Se o Governo instituir um imposto específico no valor de R$ 10,00
por unidade vendida para o bem transacionado nesse mercado,
então
(A) o ônus do pagamento do imposto recairá apenas sobre os produtores.
(B) a quantidade transacionada no mercado diminuirá 4,8% após a
incidência do imposto.
(C) o preço de mercado passará a ser R$ 208,00 após a incidência do
imposto.
(D) o ônus do pagamento do imposto recairá, em sua maior parte, sobre
os consumidores.
(E) a arrecadação do imposto corresponderá a R$ 19.200,00.

05. (Analista de Planejamento e Orçamento – APOFP/SP -


09558578304

SEFAZ/SP – 2009) - Assinale a opção falsa com relação aos


Princípios Teóricos da Tributação.
a) Do ponto de vista do princípio do benefício, os impostos são vistos
como preços que os cidadãos pagam pelas mercadorias e serviços que
adquirem por meio de seus governos, presumivelmente cobrados de
acordo com os benefícios individuais direta ou indiretamente recebidos.
b) A neutralidade, na ótica da alocação de recursos, deveria ser
complementada pela equidade na repartição da carga tributária.
c) O princípio da capacidade de pagamento sugere que os contribuintes
devem arcar com cargas fiscais que representem igual sacrifício de bem-
estar, interpretado pelas perdas de satisfação no setor privado.

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d) A equidade horizontal requer que indivíduos com diferentes habilidades
paguem tributos em montantes diferenciados.
e) Não existem meios práticos que permitam operacionalizar o critério do
benefício, por não ser a produção pública sujeita à lei do preço.

06. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Em relação ao trade-off entre


eficiência e equidade na incidência de tributos, considere:
I. Um imposto do tipo lump-sum tax, em que os cidadãos pagam o
mesmo montante de imposto independentemente de sua renda, ́
um imposto que influencia negativamente a eficiência alocativa do
setor privado da economia.
II. Nas chamadas excise taxes, o Governo se afasta,
deliberadamente, do objetivo de alterar o ḿnimo posśvel os
preços relativos da economia, por se tratar de consumo de bens
considerados nocivos ̀ saúde pública ou de consumo suṕrfluo.
III. Um imposto progressivo sobre a renda atende melhor ao
princípio da equidade vertical na hipótese de que a utilidade
marginal da renda seja decrescente.
IV. Um imposto proporcional sobre a renda influencia menos as
decisões de trabalho versus lazer das pessoas físicas que um
imposto progressivo.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II e IV.
(C) III e IV.
(D) I,II e III.
(E) II, III e IV.

07. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Considere uma economia


simplificada, onde existam apenas três setores produtivos. A
produção do setor I, integrado verticalmente, ́ igual a 100 e ́
vendida integralmente ao setor II. Este, por sua vez, produz bens
no valor total de 200, dos quais metade ́ vendida aos
consumidores finais e a outra metade, ao setor III. A produção
desse último setor ́ igual a 400, vendida em sua totalidade aos
09558578304

consumidores finais. A imposição de um tributo sobre vendas

(A) cumulativo ou não cumulativo com alíquotas idênticas proporcionará a


mesma arrecadação.
(B) cumulativo (em cascata) com alíquota de 10% cobrada por fora
acarretará uma arrecadação total de 50.
(C) não cumulativo com alíquota de 20% implicará uma arrecadação total
de 100.
(D) a varejo com alíquota de 15% proporcionará uma arrecadação total
de 60.
(E) a varejo com alíquota de 10% proporcionará a mesma arrecadação
que um imposto cumulativo com alíquota de 5%.

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08. (FCC – ICMS/SP – 2013) - Considere:


I. O formato da curva de Laffer sugere que, quando a carga
tributária está elevada, se o Governo reduzir as aĺquotas de um
imposto, poderá aumentar sua arrecadação em vez de diminú-la.
II. Admitindo-se a hiṕtese keynesiana de que o consumo das
pessoas ́ função decrescente da sua renda dispońvel, um
imposto geral sobre vendas com aĺquotas fixas será
provavelmente progressivo.
III. O imposto sobre a renda progressivo atua como um
estabilizador automático da economia, já que quando ela está
apresentando altas taxas de crescimento e pressionando o índice
geral de preços em virtude de inexistência de capacidade ociosa, o
imposto diminui o crescimento da renda disponível, amenizando
as referidas pressões.
IV. Um corolário da regra de Ramsey sobre a tributação ́ de que
as taxas de imposto devem ser fixadas de forma proporcional ̀
elasticidade-preco da procura.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) IV.
(B) I e II.
(C) II e IV.
(D) I e III.
(E) II, III e IV.

09. (FCC – ICMS/SP – 2013) - A oferta e a demanda de um


mercado em concorrência perfeita são representadas,
respectivamente, pelas funções a seguir, onde QO = quantidade
ofertada, QD = quantidade demandada e P = preço de mercado:
Qo = −1.000 + 5P
Qd = 8.000 – 10P
O Governo instituiu um tributo espećfico sobre vendas no valor de
6 unidades monetárias por produto vendido nesse mercado. Em
consequência, haverá o surgimento de um peso morto da
09558578304

tributação, em virtude de os preços de compra e de venda não


serem mais iguais. O valor desse peso morto, no novo ponto de
equiĺbrio de mercado, em unidades monetárias, ́
(A) 80.
(B) 160.
(C) 100.
(D) 40.
(E) 60.

10. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2013) - Um dos requisitos


desejáveis para um bom sistema tributário ́ que atenda ao
princípio da equidade, também denominado capacidade de pagar.
Um imposto sobre a renda das pessoas físicas em que haja uma

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alíquota fixa qualquer que seja o valor do rendimento tributável e
em que não haja limite de isenção
(A) é injusto, porque a utilidade marginal da renda é crescente.
(B) é regressivo, porque as classes mais pobres pagam menores valores
de impostos já que recebem me- nos.
(C) é proporcional.
(D) é progressivo, porque as classes mais ricas, por terem mais renda,
são penalizadas.
(E) tem como característica garantir a equidade vertical na hipótese de a
utilidade marginal da renda ser decrescente.

11. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2013) - De acordo com a teoria


microeconômica convencional,

(A) impostos do tipo lump-sum, ou seja, com valores fixos,


independentemente do nível de produção das empresas, alteram
significativamente a quantidade de bens ofertados pelas empresas em
mercados concorrenciais.
(B) em mercados altamente concorrenciais, quanto menor a elasticidade-
preco da demanda dos consumidores, menor a possibilidade de o
produtor repassar o ônus do pagamento de um imposto sobre vendas aos
preços.
(C) impostos sobre vendas com alíquotas diferenciadas por produtos não
influem significativamente na alocação de recursos da economia pelo
setor privado.
(D) a existência do chamado “peso morto da tributação” na incidência de
impostos sobre vendas decorre do fato de que o preço pago pelo
consumidor não é igual ao preço recebido pelo produtor, do qual está
deduzido o valor do imposto.
(E) um imposto progressivo sobre a renda com baixas alíquotas médias e
altas alíquotas marginais interfere menos nas decisões de trabalho versus
lazer dos contribuintes que uma alternativa com alíquotas marginais mais
baixas.

12. (FCC - Analista de Controle Externo – TCE/AP - 2012) Um


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imposto sobre vendas a varejo com alíquota fixa (a mesma


alíquota para todos os produtos tributados) é um imposto

a) regressivo, pois onera mais fortemente a renda da parcela mais pobre


da população.
b) progressivo, pois à medida que a renda do cidadão se eleva, o imposto
aumenta mais que proporcionalmente.
c) proporcional, pois à medida que a renda do cidadão se eleva, o imposto
aumenta proporcionalmente ao aumento da renda.
d) que atende ao princípio da capacidade de pagar.
e) progressivo, pois à medida que a renda do cidadão diminui, o imposto
se reduz mais que proporcionalmente.

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13. (FCC – APOFP/SP – 2010) - É correto afirmar:


(A) O que diferencia os bens públicos dos bens privados é a natureza
jurídica da entidade que os produz.
(B) No conceito de déficit público nominal também são contabilizados os
juros e a correção monetária da dívida pública.
(C) Impostos indiretos são aqueles cujo responsável pelo recolhimento é
o agente que fez sua retenção.
(D) Um imposto é dito progressivo se com o passar do tempo é ampliada
sua base de contribuintes.
(E) A existência de um superávit primário é suficiente para garantir a
redução da dívida pública.

14. (FCC – Agente Técnico Legislativo – ALESP – 2010) - Suponha


a imposição de um imposto sobre as vendas de um bem
comercializado em um mercado em concorrência perfeita. A
arrecadação tributária gerada por esse imposto será
(A) inferior à soma da perda do excedente do consumidor com a perda do
excedente do produtor.
(B) igual à perda de excedente do produtor.
(C) igual à soma da perda do excedente do consumidor com a perda do
excedente do produtor.
(D) superior à soma da perda do excedente do consumidor com a perda
do excedente do produtor.
(E) igual à perda de excedente do consumidor.

15. (FCC – Auditor Substituto de Conselheiro – TCE/RO – 2010) - É


correto afirmar:
(A) A carga tributária, segundo o princípio da equidade, deve onerar mais
fortemente os contribuintes que obtêm mais benefícios provenientes da
atuação do governo sobre a economia.
(B) Um imposto sobre vendas com alíquota fixa onera os contribuintes de
forma progressiva, ou seja, onera igualmente os contribuintes
independentemente de sua capacidade de pagamento.
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(C) A incidência de um imposto sobre vendas em um mercado de


concorrência perfeita é integralmente suportada pelos consumidores,
independentemente da elasticidade-preço da demanda do bem.
(D) Os juros e a atualização monetária incidentes sobre o resgate da
dívida pública são computados no cálculo do resultado primário das
contas públicas.
(E) O aumento dos gastos do governo quando a economia está em
depressão e a diminuição desses mesmos gastos quando a economia está
em crescimento acelerado, pressionando a taxa de inflação, são medidas
de política de estabilização da economia.

16. (FCC – Analista de Processos Organizacionais – BAHIAGÁS –


2010) – Em um mercado de concorrência perfeita,

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(A) A instituição de um imposto sobre vendas implicará em um


aumento do preço de mercado exatamente igual ao valor do
imposto, qualquer que seja a elasticidade preço da demanda.

17. (FCC – Analista de Controle – Área Econômica – TCE/PR –


2011) - Com relação aos tributos, é correto afirmar:

(A) São considerados receita derivada e têm por finalidade obter


recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe
são correlatas.

18. (FCC – Analista Judiciário – Área Econômica – TJ/PA – 2009) –


O prefeito de uma cidade pretende elevar a arrecadação de
impostos em sua gestão e para tanto decidiu utilizar o IPTU. Para
que seja respeitado o princípio da capacidade de pagamento, ele
deverá
(A) lançar um imposto de valor fixo para cada unidade imobiliária,
independentemente de seu uso e/ou tamanho.
(B) considerar a possibilidade de adotar alíquotas progressivas sobre o
valor venal do imóvel.
(C) adotar alíquotas inversamente proporcionais ao tamanho e valor venal
do imóvel.
(D) definir a base de cálculo do imposto exclusivamente com base no
número de pavimentos da edificação.
(E) impedir o pagamento parcelado do imposto em qualquer
circunstância.

19. (FCC – Analista Trainee – Economia – METRO/SP – 2010) - Em


um mercado de concorrência perfeita, cujas funções demanda e
oferta de um bem X são dadas, respectivamente, por:

QD = 700 - 4P
QO = - 200 + 2P 09558578304

A introdução de um imposto específico de 3 unidades monetárias


por unidade vendida provocará, na nova posição de equilíbrio de
mercado,
(A) aumento do preço de equilíbrio em 3 unidades monetárias.
(B) arrecadação de 288 unidades monetárias.
(C) redução da produção de equilíbrio em 6 unidades.
(D) ônus maior para os consumidores do que para os produtores em
relação ao pagamento do imposto.
(E) aumento tanto do preço de equilíbrio quanto da quantidade de
equilíbrio.

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20. (FCC - Analista Trainee – Economia – METRO/SP - 2008) - Em
um mercado de concorrência perfeita, as funções de demanda e
oferta de um bem X são respectivamente:
Qdx = 1.600 - 40P
Qox = -200 + 20P
Estando o mercado em equilíbrio, se o governo impuser um
imposto específico de R$ 3,00 por unidade vendida, é correto
afirmar que
a) o ônus do pagamento do imposto será repartido igualmente entre os
produtores e os consumidores.
b) o preço de mercado, após a incidência do imposto, subirá 5%.
c) os produtores conseguirão repassar integralmente o ônus do
pagamento do imposto aos consumidores.
d) os produtores arcarão com a maior parcela do ônus do pagamento do
imposto.
e) o preço de mercado, após a incidência do imposto, deverá se elevar
em menos de 2%.

21. (FCC - Analista Trainee – Economia – METRO/SP - 2008) -


Partindo da premissa que a utilidade marginal da renda é
decrescente, para que um sistema tributário atenda ao princípio
da capacidade de pagamento, é necessário que seja
a) estruturado de tal forma que os cidadãos com maior nível de renda
contribuam mais intensamente para o pagamento de tributos do que os
cidadãos com menor nível de renda.
b) constituído por impostos sobre vendas com alíquotas fixas, já que,
nesse caso, os mais ricos pagarão mais tributos que os mais pobres.
c) estruturado de forma a não afetar as decisões de produção de bens e
serviços pelas empresas nem tampouco as decisões entre trabalho e lazer
das pessoas físicas.
d) constituído primordialmente por taxas, já que, nesse caso, os cidadãos
que recebem mais benefícios do governo contribuirão mais para o
pagamento de tributos.
e) estruturado de tal forma que os cidadãos contribuam para o
09558578304

pagamento de tributos proporcionalmente ao seu nível de consumo.

22. (FCC - Analista – Economia – MPU - 2007) - Em um mercado


de concorrência perfeita, caso seja instituído um tributo específico
sobre a venda de um bem, cuja demanda seja totalmente
inelástica, seu ônus será
a) parcialmente suportado pelos produtores.
b) integralmente suportado pelos produtores.
c) dividido em partes iguais entre produtores e consumidores.
d) parcialmente repassado aos consumidores.
e) integralmente suportado pelos consumidores.

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23. (FCC - Analista – Economia – MPU - 2007) - Uma empresa
especializada em trabalhos econometricos foi contratada para
estimar a demanda e a oferta do produto X para o sindicato das
empresas produtoras do bem.
As funções estimadas, todas estatisticamente significantes,
foram:
Qd = 0,05 Y - 30 Px + 20 Pz
Qo = - 6.000 + 50 Px
Onde:
Qd, Qo = quantidade demandada e quantidade ofertada
do bem X, respectivamente.
Px = preço do bem X
Pz = preço do bem Z
Y = renda dos consumidores
Assuma que o preço de mercado de Z seja 100 e que de Y seja
200.000.
Se for instituído um imposto especifico de 8 por unidade vendida
do bem, o novo preço de equilíbrio de mercado será:
a) 233
b) 230
c) 228
d) 208
e) 155

24. (FCC - Analista BACEN – Área III - 2006) - De acordo com a


teoria microeconômica tradicional, é correto afirmar que:

A) num mercado de concorrência perfeita, quando a curva de


demanda é completamente inelástica, a incidência de um imposto
sobre vendas é integralmente suportada pelo produtor.

25. (FCC – Analista Trainee – Economia – METRO/SP – 2010) - Um


exemplo de tributo que atende ao chamado princípio da
capacidade de pagamento é 09558578304

(A) a taxa cobrada pelo exercício do poder de polícia.


(B) o Imposto de Renda das pessoas físicas.
(C) o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
(D) o Imposto sobre Operações Financeiras.
(E) o pedágio das estradas públicas.

26. (FCC – Economista – SERGÁS – 2011) – A demanda do bem X é


dada pela reta Qd=1000 – 4P. É correto afirmar que

A) se o mercado for de concorrência perfeita e a curva de oferta,


representada pela reta Qo=-200 + 6P, a instituição de um imposto
específico de R$ 2,00 por unidade vendida fará com que o preço
de mercado se eleve em R$ 0,80.

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27. (FCC – Analista – Economia – MPU - 2007) - Uma empresa


especializada em trabalhos econometricos foi contratada para
estimar a demanda e a oferta do produto X para o sindicato das
empresas produtoras do bem.
As funções estimadas, todas estatisticamente significantes,
foram:
Qd = 0,05 Y - 30 Px + 20 Pz
Qo = - 6.000 + 50 Px
Onde:
Qd, Qo = quantidade demandada e quantidade ofertada
do bem X, respectivamente.
Px = preço do bem X
Pz = preço do bem Z
Y = renda dos consumidores

Assuma que o preço de mercado de Z seja 100 e que de Y seja


200.000.

No equilíbrio com imposto (adote a imposição de um imposto


específico de 8 unidades monetárias), a parcela do valor do
mesmo, em unidades monetárias, que é paga pelos produtores
corresponde a:
a) 3,0
b) 3,5
c) 4,0
d) 4,5
e) 5,0

28. (FCC - Analista de Controle – Economia – TCE/PR - 2011) –


Julgue o item:

IV. Na teoria neoclássica, a imposição de um tributo específico


sobre as vendas do monopolista não altera o preço e a quantidade
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de equilíbrio do mercado.

29. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2008) - Em um mercado de


concorrência perfeita, a demanda do bem X ́ representada pela
reta Qd = 1.600 – 2P e a de oferta, pela reta Qo = –200 + 3P. O
Governo decide instituir um imposto espećfico sobre as vendas do
bem X de R$ 20,00 por unidade. ́ correto afirmar que

(A) o ônus do imposto será repartido igualmente entre produtores e


consumidores.
(B) o preço de equilíbrio do bem X no mercado aumentará R$ 12,00.
(C) a parcela do imposto que será paga pelos produtores corresponde a
60% do total.

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(D) a quantidade transacionada do bem X no mercado diminuirá em 30
unidades.
(E) a eficiência do mercado não será afetada por esse imposto.

30. (FCC – Auditor – TCE/SP – 2008) - O peso morto da tributação


corresponde, em unidades monetárias, a
(A) R$ 300,00.
(B) R$ 288,00.
(C) R$ 228,00.
(D) R$ 150,00.
(E) R$ 144,00.

31. (ESAF - AFRF/SRF – 2002) - A principal fonte de receita do


setor público é a arrecadação tributária. Com relação às
características de um sistema tributário ideal, assinale a opção
falsa:
a) A distribuição do ônus tributário deve ser equitativa.
b) A cobrança dos impostos deve ser conduzida no sentido de onerar mais
aquelas pessoas com maior capacidade de pagamento.
c) O sistema tributário deve ser estruturado de forma a interferir o
minimamente possível na alocação de recursos da economia.
d) O sistema tributário deve ser eficiente e maximizar os custos de
fiscalização da arrecadação.
e) O sistema tributário deve ser de fácil compreensão para o contribuinte
e de fácil arrecadação para o governo.

32. (ESAF – APOFP/SEFAZ-SP – 2009) - Por política fiscal,


entende-se a atuação do governo no que diz respeito à
arrecadação de impostos e aos gastos públicos. Com relação à
tributação, não é correto afirmar:
a) os tributos específicos e ad valorem são exemplos clássicos de
impostos diretos.
b) o sistema tributário é dito progressivo quando a participação dos
impostos na renda dos indivíduos aumenta conforme a renda aumenta.
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c) o sistema tributário é considerado proporcional quando se aplica a


mesma alíquota do tributo para os diferentes níveis de renda.
d) a aplicação de um sistema de imposto regressivo afeta o padrão de
distribuição de renda, tornando-a mais desigual.
e) conforme aumenta a renda dos indivíduos e a riqueza da sociedade,
aumenta a arrecadação de impostos diretos.

33. (FCC – ICMS/SP – 2006) - Com relação à incidência de um


imposto sobre vendas de um bem X num mercado em
concorrência perfeita, é correto afirmar que
a) as elasticidades-preço da oferta e da demanda do bem no mercado não
determinam o ônus do contribuinte de fato.

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b) o imposto desloca a curva de demanda para baixo em montante maior
ao do imposto.
c) um imposto com alíquotas variáveis, em princípio, atende melhor ao
princípio da neutralidade do que um imposto com alíquotas fixas.
d) o imposto é regressivo, porque tende a onerar mais fortemente os
consumidores mais ricos.
e) o ônus do imposto recai mais fortemente sobre os vendedores ou
consumidores dependendo do valor das respectivas elasticidades-preço.

34. (FCC – ICMS/SP – 2006) - Numa determinada economia, um


imposto sobre o valor adicionado, não-cumulativo e do tipo
multiestágio, tem uma alíquota fixa de 20% e é cobrado "por
fora". Há um setor dessa economia que produz um bem que passa
por quatro etapas produtivas até atingir o consumidor final, sendo
que a primeira etapa é constituída por uma firma totalmente
integrada verticalmente. Supondo-se que o preço cobrado por
essa empresa é 100 e que as outras três empresas na cadeia
produtiva acrescentam 100% ao valor do insumo recebido para
formar seu preço, o governo desse país arrecadará, por unidade
vendida do bem,
a) 160
b) 180
c) 220
d) 250
e) 300

35. (ESAF - Analista – BACEN - 2001) - Considere as duas


alternativas de políticas tributárias que se seguem:
Alternativa I: Aplicar um imposto per capita no valor de R$ 30,00
mensais por pessoa.
Alternativa II: Introduzir um imposto de R$ 1,00 por unidade
vendida sobre a venda de um bem, cuja oferta é perfeitamente
(infinitamente) elástica.
Assinale a opção correta. 09558578304

a) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte


por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
inferior à alternativa II.
b) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
indiferente à alternativa II, uma vez que as duas implicam o mesmo gasto
com impostos.
c) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
preferível à alternativa II.
d) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é

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superior à alternativa II caso a sua demanda por esse bem seja inelástica
e inferior à alternativa II caso sua demanda por esse bem seja elástica.
e) Para um consumidor que, na hipótese de adotada a alternativa II, opte
por consumir 30 unidades mensais do bem tributado, a alternativa I é
superior à alternativa II caso a sua demanda por esse bem seja elástica e
inferior à alternativa II caso sua demanda por esse bem seja inelástica.

36. (ESAF - ACE – TCU - 2000) - As curvas de oferta e de demanda


de um bem que é vendido em um mercado concorrencial são
dadas por, respectivamente, qs=(1000/3)p e qd=(8.000 -
(1000/3)p), sendo p o preço da mercadoria vendida nesse
mercado, medido em reais por unidade, qs a quantidade ofertada
da mesma e qd a sua quantidade demandada. Caso seja
introduzido um imposto sobre a venda dessa mercadoria no valor
de R$ 3,00 por unidade vendida, pode-se afirmar que

a) o peso morto do imposto será igual a R$ 750,00.


b) a quantidade de equilíbrio desse mercado antes da introdução do
imposto é igual a 5.000 unidades
c) após a introdução do imposto, o preço ao consumidor deverá subir de
R$ 12,00 para R$ 14,00
d) a redução no excedente do consumidor em decorrência da introdução
do imposto será igual a R$ 9,00
e) o imposto irá implicar uma redução no lucro dos produtores superior à
redução causada sobre o excedente dos consumidores

37. (ESAF - Inspetor Externo – TCR/RN - 2000) - Quanto à


incidência econômica de um imposto seletivo sobre venda
aplicado a um produto, supondo que haja concorrência perfeita,
podemos afirmar que:
a) se a demanda pelo bem for completamente inelástica em relação ao
preço, a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o produtor.
b) se a demanda pelo bem for completamente inelástica em relação ao
preço, a elevação do imposto provocará aumento de preço.
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c) se a oferta do bem for completamente inelástica em relação ao preço,


a totalidade do gravame do imposto recairá sobre o consumidor.
d) se a oferta do bem for completamente inelástica em relação ao preço,
a elevação do imposto provocará um aumento de preço.
e) se a oferta do bem for infinitamente elástica em relação ao preço, a
elevação do imposto não provocará aumento de preço.

38. (ESAF - ACE – TCU - 2000) - Sobre a incidência de um imposto


sobre a venda de uma mercadoria específica é correto afirmar
que:
a) em um mercado concorrencial aumentará os preços se a demanda for
inelástica e a oferta elástica.

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b) haverá aumento de preço se a curva de demanda for totalmente
elástica e o mercado for concorrencial.
c) implicará um aumento de preços apenas em mercados oligopolizados.
d) não provocará aumento nos preços em mercados concorrenciais,
podendo provocá-lo em mercados oligopolizados, dependendo das
elasticidades da oferta e da demanda.
e) não provocará aumento de preços se a demanda for inelástica e o
mercado concorrencial.

39. (FUNIVERSA – ANALISTA SEPLAG/DF – 2009) – Um sistema


tributário progressivo garante
a) equidade vertical e horizontal
b) eficiência
c) neutralidade
d) simplicidade
e) não acumulação de tributos

40. (FUNIVERSA – ANALISTA SEPLAG/DF – 2009) – Como meio de


financiar uma política social de renda mínima para comunidades
carentes, o governo decide tributar os consumidores de iates de
luxo. Apesar de consumidos por pessoas ricas, a indústria que
produz os navios é constituída por trabalhadores de baixa renda e
pequenos empresários, cujas firmas só podem produzir iates de
alto luxo ou barcos de pesca, muito menos rentáveis. Por sua vez,
os ricos consumidores podem escolher entre comprar um iate ou
fazer um cruzeiro, mas preferem o iate. Considerando essa
situação hipotética, é correto afirmar que o ônus tributário recairá
a) como determinado pelo governo, integralmente sobre os
consumidores.
b) parte sobre os produtores, parte sobre os consumidores, mas em nada
afetará os trabalhadores.
c) parte sobre os produtores, que podem repassá-lo parcialmente aos
trabalhadores, e parte sobre os consumidores.
d) integralmente sobre os produtores. 09558578304

e) integralmente sobre os trabalhadores.

41. (FGV - ICMS/RJ – 2010) - Assinale que completa corretamente


o trecho a seguir:

Numa sociedade que valoriza equidade e eficiência, a redução


proporcional da demanda agregada por um bem, induzido pela
tributação, deve ser menor quanto mais o bem é consumido por
indivíduos cuja _____:
(A) utilidade marginal social da renda é alta, portanto considerados de
menor importância pela sociedade.
(B) utilidade marginal social da renda é alta, ou seja, os mais ricos da
sociedade.

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(C) utilidade marginal social da renda é alta, o que reflete o critério de
eficiência embutido nos objetivos desta sociedade.
(D) propensão marginal a consumir bens tributados é alta.
(E) propensão marginal a gastar recursos com bens não tributados é alta.

42. (FGV - ICMS/RJ – 2009) - Os impostos progressivos têm como


característica:

(A) a taxa marginal de imposto sobre a renda mais alta que a taxa média
para todo o nível de renda dos contribuintes, sem efeitos perversos sobre
o incentivo de aumentar a renda.
(B) o efeito perverso direto sobre a capacidade de arrecadação do Estado.
(C) a taxa marginal de imposto sobre a renda menor que a taxa média
para todo o nível de renda dos contribuintes.
(D) o efeito perverso sobre os incentivos marginais dos agentes
econômicos cuja renda ultrapassa certo nível.
(E) a redução do seu montante com o nível de renda do agente tributado.

43. (FGV - ICMS/RJ – 2008) - A respeito do sistema de tributação,


assinale a afirmativa incorreta.

(A) Um sistema eficiente nem sempre é equitativo.


(B) Para reduzir o impacto da tributação sobre a economia, devem-se
taxar mais bens com elasticidade baixa.
(C) A introdução de impostos sobre valor agregado eleva a ineficiência
devido ao efeito cascata.
(D) A introdução de impostos pode reduzir os efeitos de externalidades
negativas.
(E) Um sistema tributário eficiente deve minimizar o peso morto e os
encargos administrativos.

44. (FGV - ICMS/RJ – 2008) - A economia do país A possui as


seguintes curvas de demanda e oferta por milho:
I. curva de demanda por milho: q=100 − 4p;
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II. curva de oferta por milho: q=10 + p.


O país A introduz um imposto de Z$ 5 por unidade, cobrado do
consumidor. Com esse imposto:
(A) o governo arrecada Z$ 140.
(B) o bem-estar cai em 20.
(C) o imposto só afeta o consumidor.
(D) a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada em 28
unidades.
(E) o consumidor paga Z$ 1 do imposto.

45. (Fundação DOM CINTRA – Economista – Minist. Agric. Pec.


Abast – 2010) - A representação estilizada que sugere que, a
partir de certo nível de alíquota de imposto, qualquer elevação de

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taxa, em vez de aumentar a arrecadação total do governo, resulta
em sua redução em virtude da evasão fiscal denomina-se Curva
de:
A) Possibilidades de Produção;
B) Giffen;
C) Marshall;
D) Phillips;
E) Lafer.

GABARITO
01 E 02 A 03 B 04 D 05 D 06 E 07 C
08 D 09 E 10 C 11 D 12 A 13 B 14 A
15 E 16 E 17 C 18 B 19 B 20 D 21 A
22 E 23 B 24 E 25 B 26 E 27 A 28 E
29 B 30 An 31 D 32 A 33 E 34 A 35 C
36 A 37 B 38 A 39 A 40 C 41 D 42 D
43 C 44 E 45 E

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