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Projeto Genoma Humano

Todo o ser humano possui no organismo moléculas de ácido desoxirribonucleico,


ou seja, moléculas de DNA, estas moléculas dividem-se em sequências, que
determinam uma característica específica, denominadas como genes, a totalidade
destes genes contidos numa célula constitui o genoma de um organismo. O genoma
humano conta com cerca de três mil milhões de pares de nucleótidos, e calcula-se
que contenha cerca de vinte a vinte e cinco mil genes.

Ao encargo de identificar todos os genes responsáveis pelas características


normais e patológicas existentes num ser humano, ficaram os responsáveis pelo
“Projeto Genoma Humano” (PGH), este projeto cujo intuito inicial era descodificar o
genoma humano foi o primeiro passo para a utilização das tecnologias atuais voltadas
para a saúde humana. No entanto, os responsáveis por este projeto tiveram também
de abordar os aspetos éticos, biológicos e sociais envolvidos, pois os críticos do
projeto alertavam para o perigo do uso indevido das informações genéticas.

A níveis biológicos, os responsáveis, chegaram à conclusão que o estudo do


genoma humano trouxe-nos inquestionáveis benefícios tanto na indústria médica
como farmacêutica. A indústria médica foi beneficiada, pois, com a conclusão deste
projeto é possível detetar, antecipadamente, algumas doenças, como, por exemplo,
o cancro da mama e a esquizofrenia (através da descodificação do cromossoma 13), a
obesidade, a diabetes, doenças autoimunes e a hipertensão. Para além de tal, a
indústria farmacêutica também foi beneficiada, porque foi possível encontrar
medicamentos para a cura de algumas destas doenças, ou então um modo de regredir
o processo de evolução destas doenças.

Dos pontos de vista ético e social, a deteção de portadores de genes deletérios


pode ter consequências totalmente diferentes, pois distinguem-se basicamente dois
grupos: os portadores assintomáticos, nos quais o risco de uma doença genética só
existe para a prole, e os portadores sintomáticos ou pré-sintomáticos, nos quais o
risco existe tanto para a prole como para si mesmos, no caso da herança autossómica
ser dominante. Esta distinção pode levar a sociedade a fazer distinção social entre
“classes”, o que levaria à formação de uma nova eugenia. Contudo, para os
sociólogos, é um argumento contra a discriminação racial, problema este atual e
importantíssimo.

O problema ético relacionado com a interrupção de gravidez de fetos portadores


de genes deletérios também foi discutido, por exemplo, no caso de doenças letais, a
decisão para um casal que quer ou não interromper uma gestação é mais fácil. É de
ressaltar, que após a execução do diagnóstico pré-natal (que incluía o conhecimento
à cerca do genoma do feto) o número de abortos em famílias com risco genético
diminuiu, pois foi possível saber se o feto era portador da doença ou não, dando uma
maior liberdade de decisão aos pais.

Concluímos então que é preciso fazer uma reflexão sobre como as informações do
genoma humano serão utilizadas. Se para um melhor aprimoramento da medicina e,
com isso, a melhora do diagnóstico e do tratamento da população ou se essas
informações serão usadas como uma forma de discriminação da população em geral,
podendo até provocar uma nova eugenia.

Face ao exposto, chegamos também à conclusão que o grande desafio é decidir o


que a humanidade pretende em relação a este gigantesco salto que, se por um lado
exibe um terrível potencial de desestruturação social, provocando mudanças
extraordinárias na sua organização, por outro lado, acena com possibilidades
terapêuticas inimagináveis e necessárias para o bem-estar geral.

Referências bibliográficas:

 https://www.biologia.bio.br/curso/2%C2%BA%20per%C3%ADodo
%20Faciplac/Gen%C3%A9tica/Artigo_Quest%C3%B5es%20%C3%A9ticas%20e
%20sociais%20da%20an%C3%A1lise%20do%20Genoma%20Humano.pdf
 https://www.ufrgs.br/bioetica/genoma.htm
 https://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/4478/1/M%C3%A1rcia%20Andrea
%20Farias%20da%20Silva%20-%2002.12.2019.pdf
 http://www.ghente.org/publicacoes/genoma_contexto_amazonico/livro_com
pleto.pdf
 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
88392000000300009
 https://cienciahoje.org.br/artigo/quantos-genes-tem-o-ser-humano-e-por-
que-esse-numero-e-menor-que-o-de-proteinas/
 https://varstation.com/pt/blog/genetica/genoma-a-jornada-de-30-anos-do-
projeto-genoma-humano/

Trabalho realizado por:


André Fernandes – Nº.01 - 12ºC1
Nádia Vilão- Nº.17 - 12ºC1

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