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Motores | Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas

Prefácio
Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos, viscosos ou sólidos em pó)
que, após aplicação sob a forma de uma fina camada, a um substrato se converte num filme sólido. As
tintas são usadas para proteger e dar cor a objetos ou superfícies.
A tinta é muito comum e aplica-se a praticamente qualquer tipo de objetos. Usa-se para
produzir arte; na indústria: estruturas metálicas, produção de automóveis, equipamentos, tubulações,
produtos eletroeletrônicos; como proteção anticorrosiva; na construção civil: em paredes interiores, em
superfícies exteriores, expostas às condições meteorológicas; um grande número de aplicações atuais
e futuras, como frascos utilizados para perfumes e maquiagens.
Por muito tempo as tintas liquidas foram utilizadas pelo seu aspecto estético, mais tarde, quando
introduzidas em países do norte da América e da Europa, onde as condições climáticas eram mais
severas, o aspecto proteção ganhou mais importância, enquanto as tintas em pó tiveram sua origem
da década de 50 nos Estados Unidos.
No Brasil, atualmente temos tintas, resinas e diversas formulações que possuem tecnologia a nível
internacional e de acordo com as mais modernas técnicas de proteção anticorrosiva utilizadas no
segmento de pintura industrial.
Atualmente as tintas liquidas possuem a maior fatia do mercado por ter sua tecnologia mais
conhecida, enquanto as tintas em pó estão crescendo devido as suas vantagens econômicas,
decorativas, protetivas e de segurança.
Além da decoração uma função muito importante para as tintas são as propriedades
anticorrosivas, pois aproximadamente 30% do aço produzido no mundo é utilizado para reposição de
peças e partes de equipamentos e instalações deterioradas pela corrosão, estima-se um valor de 3,5%
do Produto Interno Bruto o gasto com problemas de corrosão em países industrializados. Desse modo
as tintas têm a missão de retardar esse processo, por meio de proteção catódica, por barreira e
proteção anódica.
Como dito acima, a função anticorrosiva tem papel fundamental na economia do país, por isso é
necessário todo cuidado e inspeção para evitar falhas e defeitos na pintura, ou seja, quaisquer
alterações na pintura (falhas ou defeitos) que ocorram durante a aplicação ou após a sua exposição
que, do ponto de vista técnico e/ou estético, sejam indesejáveis independentemente de suas causas.
Desse modo, muitas falhas e defeitos podem ser evitados se alguns procedimentos forem
seguidos e se for dada devida atenção ao trabalho realizado. Entretanto, algumas complicações podem
surgir devido a imperfeiçoes em algum estágio do processo de aplicação, sejam eles no pré-tratamento
ou na utilização incorreta dos equipamentos de aplicação. Principalmente os defeitos estruturais, no
qual influenciam na proteção do material, comprometendo-o.
O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais, precisamos
preparar mais pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de seleção de esquemas de
pintura, aplicação, controle de qualidade da aplicação e inspeção dos esquemas de pintura, não só
durante a aplicação, mas também durante toda a vida útil à que foi projetado o esquema de pintura.

Autor:
█ SANDRO MOCHNACZ

█ Serviço ao Cliente

█ Paumar S.A Indústria e Comercio – Grupo WEG

█ www.weg.net
SUMÁRIO
1 O QUE SÃO FALHAS E DEFEITOS ....................................................................................................... 5
1.1 Análise de falhas e defeitos .......................................................................................................... 5
1.2 Critérios de aceitação .................................................................................................................... 5
1.2.1 Critérios de defeitos ..................................................................................................................... 6

2 Origem das falhas .................................................................................................................................. 6


2.1 Áreas mais sujeitas a falhas ............................................................................................................ 6
2.2 Agentes causadores de falhas ..................................................................................................... 6
2.2.1 Tensão mecânica ........................................................................................................................ 6
2.2.2 Tensão interna ............................................................................................................................. 7
2.2.3 Ataque químico ............................................................................................................................ 7
2.2.4 Condições ambientais ................................................................................................................. 7
2.2.5 Osmose........................................................................................................................................ 7
2.2.6 Outros fatores .............................................................................................................................. 7
2.3 Aplicação ...................................................................................................................................... 10
2.3.1 Rolo ............................................................................................................................................ 10
2.3.2 Trincha ou pincel ....................................................................................................................... 10
2.3.3 Pulverização .............................................................................................................................. 10

3 Falhas em tintas líquidas .................................................................................................................... 12

4 Falhas em tintas em pó ....................................................................................................................... 21


4.1 Problemas na aplicação das tintas em pó................................................................................. 21
4.1.1 Baixa deposição de tinta ............................................................................................................ 21
4.1.2 Aterramento do sistema deficiente ............................................................................................ 21
4.1.3 Vazão de pó excessiva .............................................................................................................. 21
4.1.4 Falta de tintas nas peças ........................................................................................................... 21
4.1.5 Excesso de pó ........................................................................................................................... 21
4.1.6 Identificação das falhas ............................................................................................................. 21
4.2 Problema na pistola eletrostática ............................................................................................... 23
4.2.1 Baixa tensão .............................................................................................................................. 23
4.2.2 Golfadas na aplicação ............................................................................................................... 23
4.2.3 Centelhas, faíscas, labaredas de fogo ...................................................................................... 23
4.3 Testes na instalação de pintura ................................................................................................. 23
4.3.1 Limpeza ..................................................................................................................................... 23
4.3.2 Umidade ou óleo na linha de ar comprimido ............................................................................. 24
4.3.3 Carga eletrostática da pistola de aplicação ............................................................................... 24
4.3.4 Estufa de cura em operação adequada .................................................................................... 24
4.3.5 Fluidização ................................................................................................................................. 24
4.3.6 Umidade do pó........................................................................................................................... 24
4.3.7 Pontos ........................................................................................................................................ 24
4.3.8 Contaminação ............................................................................................................................ 24
4.3.9 Adesão ....................................................................................................................................... 24
4.3.10 Carga massa.............................................................................................................................. 24
4.4 Defeitos na pintura - Filme curado ............................................................................................. 25
4.4.1 Cores fora de tonalidade ........................................................................................................... 25
4.4.2 Excesso de temperatura ............................................................................................................ 25
4.4.3 Baixo brilho ................................................................................................................................ 25
4.4.4 Baixa resistência mecânica ....................................................................................................... 25
4.4.5 Micro furos e crateras ................................................................................................................ 25
4.4.6 Pontos na peça pintada ............................................................................................................. 26
4.4.7 Alastramento deficiente ............................................................................................................. 26
4.4.8 Pó repelido da peça ................................................................................................................... 26

5 Falhas comuns ..................................................................................................................................... 27


5.1 Considerações gerais de rendimento ........................................................................................ 27
5.1.1 Rendimento de tintas líquidas ................................................................................................... 29
5.1.2 Rendimento de tinta em pó........................................................................................................ 29
5.2 Falhas gerais ................................................................................................................................ 29
5.2.1 Mangueiras longas .................................................................................................................... 29
5.2.2 Vazão da pistola ........................................................................................................................ 29
5.2.3 Velocidade do ar nas silhuetas da cabine e estufa ................................................................... 29

6 Como evitar falhas e defeitos ............................................................................................................. 30


6.1 Problemas na fábrica ................................................................................................................... 30
6.1.1 Explicitação do esquema de pintura .......................................................................................... 30
6.1.2 Qualidade das tintas utilizadas .................................................................................................. 30
6.1.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no produto ................................................................ 31
6.2 Problemas no campo ................................................................................................................... 32
6.2.1 Treinamento e capacitação do pessoal ..................................................................................... 32
6.2.2 Elaboração de procedimentos de execução ............................................................................. 32
6.2.3 Elaboração de procedimentos de inspeção .............................................................................. 32
6.2.4 Calibração dos aparelhos e instrumentos de medição e testes ................................................ 32
6.2.5 Inspeção visual da superfície a ser pintada .............................................................................. 33
6.2.6 Avaliação das condições atmosféricas ...................................................................................... 33
6.2.7 Inspeção de recebimento de abrasivo ....................................................................................... 33
6.2.8 Inspeção de recebimentos das tintas ........................................................................................ 33
6.2.9 Avaliação do grau de limpeza da superfície .............................................................................. 34
6.2.10 Medição do perfil de rugosidade................................................................................................ 34
6.2.11 Acompanhamento da mistura e diluição das tintas ................................................................... 34
6.2.12 Avaliação do método de aplicação das tintas ........................................................................... 34
6.2.13 Ações de detecção de defeitos.................................................................................................. 34
6.2.14 Avaliação de eventuais falhas das películas de tinta ................................................................ 34
6.2.15 Prevenção na aplicação de um sistema de tinta ....................................................................... 35
6.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no processo ............................................................ 36

7 Ensaios e controle de qualidade ........................................................................................................ 37


7.1 Exemplos de ensaios................................................................................................................... 38

8 NORMAS DE REFERÊNCIA ................................................................................................................. 40


8.1 N-13................................................................................................................................................ 40
8.2 NBR 15185..................................................................................................................................... 40
8.3 NBR 14951..................................................................................................................................... 41
8.4 ISO 12944 ...................................................................................................................................... 41

9 EQUIPAMENTOS E CONDIÇÕES DE OPERAÇÕES ......................................................................... 44

10 GLOSSÁRIO ...................................................................................................................................... 46

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 56


1 O QUE SÃO FALHAS E DEFEITOS 1.1 Análise de falhas e defeitos
Defeitos Defeito após a
Falha de
Na definição de pintura industrial pode ABNT NBR 14951; ABNT secagem
aplicação
NBR 15156; Superficial Estrutural
haver falhas e defeitos na película de tinta, e 1 Casca de laranja X X
podem ser atribuídos aos três pilares para a 2 Corrosão/oxidação X
obtenção de uma pintura de qualidade: 3 Craqueamento X
material da tinta, preparação de superfície e Crateras/olho de
4 X
à habilidade do aplicador. peixe
5 Danos mecânicos X
Falha (formação do filme): Irregularidade 6 Descascamento X
que pode ser corrigida durante a aplicação 7 Descoloração X
da tinta. 8 Empoamento X
9 Empolamento X
Defeito: Imperfeições que podem 10 Enrugamento X
comprometer o desempenho e/ou o grau de 11 Escorrimento X X
estética para os quais os produtos foram 12 Espessura irregular X X
desenvolvidos ou especificados. O defeito 13 Exsudação X X
pode ser: 14 Fendimento X
15 Fervura X
 Defeito Superficial: As falhas do efeito Impregnação de
superficial afetam a cor e o brilho e 16
abrasivo
X X
interferem nas características decorativas, 17 Inclusão de pelos X X
estéticas, de segurança ou ainda de 18 Manchamento X
identificação pela cor da película. 19 Marcas de trincha X X
 Defeito Estrutural: As falhas de efeito 20 Poros X
estrutural comprometem a integridade da 21 Pulverização seca X X
película e por consequência a eficiência 22 Sangramento X X
protetora do revestimento. b. Defeitos
Estruturais Portanto vamos listar abaixo os 1.2 Critérios de aceitação
defeitos classificados como de origem A norma N-13 Rev.L diz em examinar
“estruturais”. se cada demãos de tinta (durante a
aplicação e após exposição) está isenta de
Os métodos convencionais mais
utilizados na maioria dos casos são as falhas ou defeitos, tais como:
aplicações a rolo, trincha ou pincel, a) Escorrimento
pulverização convencional e pulverização b) Empolamento
sem ar (Airless spray). c) Enrugamento
d) Fendimento (craqueamento)
Não é raro observarmos esquemas de e) Olho de peixe (cratera)
pintura, que teoricamente seriam de grande f) Impregnação de abrasivo e/ou
desempenho, falharem rapidamente por contaminantes
aspectos associados à má qualidade da g) Descascamento
aplicação. h) Oxidação/corrosão
i) Inclusão de pelos
O tradicional controle da qualidade com j) Poros
ênfase em inspeção do produto final, apesar k) Sangramento
de ser a abordagem mais frequente, é l) Manchamento
totalmente contraindicada em se tratando de m) Pulverização seca (overspray)
aplicação de tintas. n) Empoamento (gizamento)
o) Fervura
p) Danos mecânicos
q) Queimas
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Falhas e defeitos causados por ações 2 ORIGEM DAS FALHAS
alheias ao processo de pintura tais como,
danos mecânicos ou queimaduras não se 2.1 Áreas mais sujeitas a falhas
enquadram no escopo desta Norma.
As áreas de películas de tintas mais
1.2.1 Critérios de Defeitos frequentemente afetadas são:

Defeitos em pintura segundo a norma • Estagnação de água;


ABNT NBR 15156:2004 • Com parafusos e porcas;
• De arestas e cantos vivos;
• Densidade de defeito: frequência • Com frestas;
e/ou distribuição do defeito sobre a • Submetidas à ação de substancias
superfície. químicas;
• Mais sujeitas às condições atmosféricas;
• Intensidade de defeito: tamanho • Soldas e proximidades;
específico do defeito.
Essas áreas permitem a presença de
agentes aceleradores de corrosão como
DENSIDADE agua, eletrólitos (sais, ácidos e bases),
aeração diferencial e solicitações
GENERALIZADA LOCALIZADA mecânicas.

2.2 Agentes causadores de falhas

Existem inúmeras razões para as tintas


falharem, é comum que essas falhas
ocorram por um dos quatro erros a seguir,
aplicação errada da tinta, tinta com defeito,
escolha errada da tinta ou exposição a
ambientes danosos. Mesmo assim, pode
INTENSIDADE acontecer de uma combinação desses erros
ser a causa do problema.
Além disso, para uma tinta falhar, deve
• Pouca incidência haver um fator para que isso aconteça, esse
fator pode ser físico, químico, degradação
• Média incidência por UV.

• Generalizada 2.2.1 Tensão mecânica

• Diversificada Uma pintura seca, ou curada pode ser


considerada como um sólido visco elástico,
esse termo significa que certos materiais,
como as tintas, têm propriedades de líquidos
viscosos e elásticos. Ou seja, quando uma
força é exercida sobre o material ele tende a
se comportar como um liquido, ao contrário
ele tende a se comportar como um sólido.
Quando o filme está curado ele muda
gradualmente de um liquido visco elástico
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 6
para um sólido visco elástico. Contudo, esse 2.2.4 Condições ambientais
comportamento entre liquido e sólido
As condições atmosféricas, como
está fortemente ligado a temperatura. calor, umidade e luz, podem ser muito
Com base nas experiências, destrutivas para as tintas. A luz do sol possui
observou-se que os materiais são mais radiações que são mais energéticas (UV),
frágeis a temperaturas mais baixas. Um sendo assim, é possível de acontecer a
material testado a 21 °C aparenta ser fotodegradação de compostos orgânicos
flexível, enquanto testado a -17 °C tende a presentes nas tintas, causado pela absorção
quebrar. Essa diferença de comportamento da energia UV, em consequência as ligações
é por causa da temperatura de transição químicas são quebradas e as propriedades
vítrea do material. físicas podem ser alteradas, geralmente
para pior.
Basicamente essa temperatura é o
ponto em que alguma cadeia de polímero,
que contém fortes interações, alcança 2.2.5 Osmose
energia térmica o suficiente para ‘relaxar’ e
Outro mecanismo causador de falhas é
se tornar flexível.
a permeação, seja por oxigênio ou pela
As propriedades físicas são água, que em contato com o substrato pode
frequentemente estudadas nesse ramo, e causar corrosão e consequentemente
testes envolvendo tensão e elasticidade são falhas. Uma célula osmótica pode ser criada
utilizados frequentemente. quando água fica estagnada na superfície da
tinta. Essa célula é uma membrana
2.2.2 Tensão interna semipermeável, que separa soluções de
altas e baixas concentrações, gerando uma
Quando as tintas curam, elas tendem a alteração no equilíbrio do sistema. Com isso,
encolher. Isso ocorre por causa da perda de podem se obter falhas na pintura.
massa pela evaporação do solvente.
Contudo, o que acontece é o oposto, a
tensão interna é uma consequência da não 2.2.6 Outros fatores
habilidade da tinta encolher.
Existem outros fatores externos que
também influenciam no surgimento de
2.2.3 Ataque químico
falhas, tais como operações de montagem,
Como dito anteriormente, alguns microclima, movimentação e
fatores devem ocorrer para acontecer a armazenamento e danos mecânicos.
falha. O ataque químico é um desses fatores,
pois, podem degradar a integridade da 2.2.6.1 Movimentação e armazenamento
pintura.
Peças empilhadas de forma incorreta,
Na maior parte as tintas são feitas de
sem separação dificultando o acesso para
polímeros orgânicos, e a reatividade das
movimentação e a elevação sem nenhum
moléculas orgânicas depende dos grupos
cuidado de separação entre as peças
funcionais presentes no composto. Como se
causando danos em todas as arestas são
tratam de compostos orgânicos, há ligações
problemas que independem da aplicação e
covalentes entre os átomos, sendo assim, a
da qualidade da tinta. Danos podem ser
acessibilidade à elétrons é outro fator que
ocasionados também por uso incorreto de
influencia a reatividade da tinta.
equipamentos no manuseio das peças.
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(a) Armazenamento feito de maneira incorreta (d) Elevação realizada de maneira incorreta

(b) Transporte realizado da maneira (e) Armazenamento feito de maneira


incorreta correta

(c) Dano ocasionado pelo uso de (f) Transporte feito de maneira correta,
empilhadeira para virar a peça uso de EVA sobre os caibros de madeira
e entre as cintas e a estrutura na
amarração

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2.2.6.2 Microclima

Ambientes confinados que possam possuir condições diferentes da zona exterior. Caso
tenham proximidade de atmosferas agressivas (polos petroquímicos, indústrias de papel e
celulose, fertilizantes), esse problema é agravado.

(a) fumos químicos com direção a plataforma (microclima)

2.2.6.3 Exsudação (amine bloom) Cabe ressaltar que essa primeira


impressão pode ter um outro fator, que é
Essa falha é causada pela presença de cura retardada principalmente pelo excesso
amina livre sobre a superfície da pintura. de espessura.
Para verificar a presença desse fenômeno Outra maneira de verificar a existência
existem alguns métodos, o mais simples da amina é com kits de verificação existentes
deles é ao passar a mão sobre o no mercado, em que eles acusam a
revestimento com amina livre percebe-se ela presença de carbamato, indicando a
serosa e com odor característico da resina. provável presença de aminas livres.

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A foto acima ilustra a migração de Ao repintar sistemas termoplásticos
amina sobre o filme de poliuretano, (como borracha clorada, vinílico, acrílico,
confirmando a presença de amina, e etc.), deve-se tomar o máximo cuidado, pois,
posteriormente o desplacamento com a força aplicada sobre a demão anterior,
generalizado. poderá solubilizar novamente a tinta e
começar a formar grumos na aplicação.
2.3 Aplicação
2.3.3 Pulverização
2.3.1 Rolo
Este sistema de aplicação é o mais
Este método de aplicação é eficaz e produtivo da forma como é projetada
frequentemente utilizado na pintura de e depositada a tinta sobre o substrato,
superfícies de porte médio. Para a sua promovendo uma boa uniformidade e
aplicação deve-se utilizar rolo com lã de alastramento do filme ao longo da superfície
carneiro, pois as tintas contêm compostos aplicada. Os dados sobre os tipos de
orgânicos que afetam o de espuma. equipamentos necessários para aplicação,
levando em consideração sua viscosidade,
Geralmente tinta de alta espessura tipo de material e assim por diante, se
aplicada a rolo não alastra suficientemente, encontram na sessão de tabelas.
deixando o filme irregular, podendo acarretar
a falta de cobertura em pontos de baixa 2.3.3.1 Convencional
espessura. Este fato se dá devido às tintas
de alta espessura serem formuladas para Método rápido e muito utilizado pela
não escorrerem quando da sua aplicação, sua facilidade de aplicação. A pistola
apresentando uma alta viscosidade convencional é um conjunto de
tixotrópica. equipamentos relativamente simples, porém
Ao repintar sistemas termoplásticos é imprescindível a mão-de-obra
(como borracha clorada, vinílico, acrílico, especializada, usando a seguinte
etc.), deve-se tomar o máximo cuidado, pois, combinação: volume e pressão do ar com a
com a força aplicada sobre a demão anterior, vazão do fluido, para obter uma película
poderá solubilizar novamente a tinta e isenta de defeitos. Além dos controles acima,
começar a formar grumos na aplicação e é muito importante a escolha do tipo de
também ocorrer o sangramento. pistola e seus equipamentos, tais como:
capa de ar, agulha e tipo de bico, que
2.3.2 Trincha ou pincel incidem diretamente na perfeita
pulverização.
Método de aplicação relativamente
lento, porém, é geralmente empregado Se a aplicação por meio da
quando se tratam de pequenas áreas, pulverização convencional não for
retoques, repasse em áreas de solda, devidamente controlada, teremos
rebites, quinas e cantos. certamente grande quantidade de tinta por
overspray, além de problemas técnicos
As tintas de alta espessura foram como escorrimento, fraco alastramento,
desenvolvidas para aplicação por porosidade, etc.
pulverização airless, sendo, assim, difícil
conseguir uma uniformidade sem que haja a
formação de sulcos provenientes das cerdas
do pincel.

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A tinta de alta espessura, se aplicada
através de pulverização convencional, irá
requerer maior diluição, refletindo em maior A escolha do tamanho do leque de
número de demãos para atingir a espessura
aplicação está relacionada com o tamanho
recomendada.
do orifício e escolha do bico, e dependerá do
tipo de acabamento desejado e facilidade de
2.3.3.2 Airless spray
aplicação.
Na pulverização sem ar (airless
spray), o ar não se mistura com a tinta para
formar o leque, pois é pulverizada por meio
de pressão hidráulica, através de bicos
especialmente projetados. Esta pressão é
fornecida por uma bomba acionada a ar,
tendo uma alta relação de pressão do fluido
para a pressão do ar.
As principais vantagens da
pulverização por airless spray são as
aplicações de tintas de alta espessura sem
diluição, para trabalhos de grande escala
com chaparias ou peças planas; menor
perda de material e redução do overspray;
aplicação rápida e vantagens econômicas.
O leque de pulverização é produzido
por uma fenda na ponta dos bicos. A escolha
do bico dependerá da pressão de fluido
necessária para obter a pulverização
desejada e do orifício necessário para
produzir a correta vazão de saída do fluído.

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3 FALHAS EM TINTAS LÍQUIDAS

Ao variar a quantidade e o tipo de resina, pigmento, solvente e aditivos, podem criar uma vasta
variedade de tintas. O teor de sólidos, o conteúdo de pigmentos e a qualidade de óxido de titânio são os
três indicadores da qualidade de uma tinta. Uma matéria prima de qualidade é o suficiente para garantir
a qualidade da tinta, porém há outros fatores presentes para que a aplicação da tinta tenha êxito, a
habilidade do pintor e a preparação da superfície são fatores igualmente importantes para uma boa
pintura.
Os quadros seguintes apresentam causas e soluções para os problemas de aplicação de tintas
líquidas.

Identificação Origens Correções


Fervura 1) Evaporação muito rápida do 1) Após secar, lixar as partes
solvente afetadas, preparar a superfície e
Presença de várias 2) Aplicação sobre superfícies repintar conforme a especificação
bolhas pequenas que quentes técnica
aparecem em parte 3) Tinta formulada 2) Usar solvente menos volátil
de superfície ou em inadequadamente para aplicação a 3) Uso de retardador
toda a superfície rolo 4) Deixar esfriar o substrato
pintada, podendo ou 4) Uso de Diluente/Thinner 5) Usar tinta aditivada com tenso
não apresentar um inadequado ativos / antiespumantes para
pequeno orifício 5) Espessura muito alta aplicação a rolo
central 6) Não atendimento dos intervalos 6) Usar Diluente / Thinner correto
entre demãos 7) Aplicar na espessura
7) Necessidade de Flash Off recomendada
8) Temperatura ambiente 8) Respeitar os intervalos
recomendados entre demãos
9) Aumentar o tempo de Flash Off
para forneio (Cura em estufa)

Enrugamento 1) Pode ser motivado por películas 1) Após secar, lixar as partes
muito espessas ou por solventes afetadas, preparar a superfície e
Presença de micro extremamente voláteis repintar conforme a especificação
rugas na superfície ou 2) Secagem superficial muito rápida técnica
encolhimento da 3) Formulação da tinta (uso 2) Se necessário remover tudo
película de tinta solventes muito voláteis) 3) Aplicar espessura correta
aplicada em parte ou 4) Não atendimento dos intervalos 4) Usar solvente menos volátil.
em toda a superfície. entre demãos 5) Diluir corretamente
Ondulação da
película, ocasionada
por uma secagem
irregular

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Empolamento ou 1) Encapsulamento de ar na tinta 1) Após secar, lixar as partes
Bolhas devido processo de mistura e afetadas, preparar a superfície e
preparação repintar conforme a especificação
Formação de bolhas 2) Processo de aplicação que técnica
ou vesículas contendo envolve bombeamento 2) Se necessário remover tudo
sólidos, líquidos ou 3) Secagem superficial rápida do 3) Uso de menor proporção de
gases filme solventes de evaporação rápida
4) Uso de solvente de evaporação na formulação
rápida 4) Melhorar a limpeza superficial.
5) Superfície mal preparada ou 5) Tratamento de superfície
oleosa. próximo orla marítima (maresia)
6) Excesso de umidade no 6) Eliminar a umidade no
substrato ou ambiente. substrato.
7) Solvente retido no substrato 7) Aplicar espessuras conforme
devido à secagem rápida da tinta. recomendação e usar solvente
8) Uso de tinta muito porosa mais pesado.
(inadequada ao ambiente) 8) Eliminar a umidade do
ambiente
9) Rever especificação da tinta

Marcas de trincha 1) Tinta com desbalanceamento 1) Utilizar produtos adequados.


tixotrópico. 2) Usar solventes de evaporação
Falta de nivelamento; 2) Solvente de evaporação rápida. mais lenta (retardador)
pintura estriada no 3) Inabilidade do pintor ou pincel de 3) Treinamento de Pintor
sentido de aplicação cerdas muito duras. 4) Utilização de pincel mais
macio.

Gretamento ou 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinamento do Pintor


Craqueamento 2) Aplicação de tintas Etil Silicato 2) Respeitar intervalos entre
de Zinco (Alta Camada) demãos
3) Aplicação de tinta de alta dureza 3) Respeitar intervalos entre
A superfície sobre fundo de menor dureza. demãos
apresenta-se com 4) Secagem superficial rápida, 4) Seguir orientação de diluição
aspecto de textura enquanto a película continua 5) A tinta aplicada deve ser de
igual ao couro de pastosa por retenção do solvente. dureza adequada ao fundo.
jacaré (alligatoring) 5) Camada muito espessa. 6) Usar solvente adequado.
6) Diluição inadequada 7) Aplicar espessuras conforme
7) Não observância dos intervalos recomendação
entre demãos 8) Seguir recomendação de
intervalo entre demão
9) Caso a tinta for Etil Silicato de
Zinco – Derrubar tudo jateando.

Escorrimento ou 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinamento do Pintor


Coladuras 2) Viscosidade muito baixa da tinta. 2) Acertar a viscosidade conforme
3) Camada muito espessa. orientação do fabricante.
Em superfícies 4) Uso de diluentes inadequados 3) Aplicar espessuras
verticais as tintas 5) Desbalanceamento de solventes. recomendadas de filme úmido
tendem, por ação da 6) Falta de tixotropia. 4) Usar solventes mais voláteis.
gravidade, a se 7) Não observância dos intervalos 5) Utilizar produtos de boa
deslocar enquanto entre demãos qualidade técnica.
líquidas, em forma de 8) Sedimentação na embalagem 6) Respeitar intervalos
onda ou gotas até a recomendados entre demãos
parte inferior. 7) Misturar bem as tintas

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 13


Trincamento 1) Intervalos entre demãos 1) Obedecer ao tempo
menores que o estipulado. recomendado pelo fabricante para
A superfície 2) Uso excessivo de solvente nas repintura.
apresenta-se com camadas subsequentes. 2) Usar Diluente recomendado
minúsculas trincas. 3) Ganho ou perda de água pelo fabricante
(quando a superfície é de madeira). 3) Selar o substrato da madeira
convenientemente.
4) Não usar qualquer tipo de
thinner

Descoramento 1) Pigmentos ou resinas 1) Empregar tintas de formulação


(branqueamento) inadequadas para a finalidade. adequada para resistir às
2) Ocorre com mais frequência em condições ambientais específicas.
Perda de cor por dias frios, úmidos e chuva. 2) Esperar secar e polir com
degradação dos Massa de Polir
pigmentos ou por 3) Em casos mais graves,
fotodegradação da aguardar secagem completa, lixar
resina. com lixa de grana fina, adicionar
Geralmente ocorre em de 5 a 10% em volume de
Tintas Epóxi. Retardador.

Aspereza 1) Poeira do ambiente depositada 1) Evitar pinturas em ambientes


sobre a pintura enquanto ainda não com presença de poeira.
Após a secagem da curada. 2) Homogeneizar a tinta
tinta a superfície se 2) Presença de sedimentação na completamente e filtrar se
apresenta áspera ao tinta necessário.
toque, com partículas 3) A tinta não foi devidamente
sólidas salientes e homogeneizada antes da
aderidas ao filme. aplicação.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 14


Sangramento 1) O solvente do novo acabamento 1) Remover totalmente a pintura e
dissolve a tinta antiga. repintar com a cor desejada.
Consiste no 2) A ação de solventes fortes da 2) Consultar o fabricante quanto a
manchamento de tinta de acabamento provoca a recomendação de produtos
uma película, dissolução da tinta de fundo, com o
especialmente pelo consequente manchamento do
afloramento da cor da acabamento.
tinta de fundo. 3) Aplicação de tintas sobre tintas à
Migração parcial dos base de alcatrão
pigmentos, geral-
mente vermelhos e
marrons da pintura
antiga para a película
do novo acabamento.

Descascamento 1) Superfície mal preparada, 1) Melhorar a limpeza superficial


(falta de aderência) contaminada com gorduras ou 2) Controlar o perfil de rugosidade
partículas sólidas soltas. 3) Eliminar partículas sólidas
Descascamento do 2) Umidade no substrato sob efeito soltas.
filme de tinta do do calor ambiental passa ao estado 4) Medir a temperatura do
substrato, parcial ou de vapor, pressionando o filme de substrato
totalmente. tinta, que se desprende. 5) Rever possíveis pontos de
Consiste na 3) Pintura sobre superfície contaminação durante o manuseio
perda de aderência aquecida. da peça
entre a película e o 5) Contaminação da superfície a 6) Ajustar a viscosidade de
substrato ou das ser pintada após a limpeza maneira a garantir a tensão
diversas demãos 6) Rugosidade inadequada (pouca superficial baixa pra uma
entre si. rugosidade) completa umectação da
8) Inobservância dos intervalos superfície.
para repintura 7) Nunca usar tintas
9) Contaminação da superfície convencionais sobre superfícies
entre demãos. aquecidas acima de 50ºC.

Calcinação 1) Degradação da resina das tintas 1) Escolher tintas de formulação


sob o efeito dos raios solares adequada para resistir as
Envelhecimento (Tintas Epóxi). radiações ultravioleta e as
superficial das 2) Nas tintas brancas e pastéis uso intempéries.
pinturas resultando no de pigmento (dióxido de titânio)
seu engizamento inadequado.
(chalking)

Desenvolvimento de 1) Umidade elevada associada à 1) Lavar a superfície com solução


fungos ou bolor presença de materiais orgânicos de hipoclorito de sódio ou formol.
em decomposição ou parasitas de 2) Usar tintas que contenham
Formação de colônias plantas. agentes fungicidas.
de fungos que se 2) Temperatura ambiente entre 0ºC 3) Diminuir a umidade aquecendo
desenvolvem e 40ºC e oxigênio favorecem o o ambiente e aumentando a
escurecendo a desenvolvimento de fungos. ventilação.
superfície. 4) Aplicar esquemas de pintura
que tornem as superfícies
niveladas, livres de micro
cavidades e imperfeições onde os
fungos se alojam.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 15


Diferença de 1) Uso de thinners/solventes 1) Se necessário remover
tonalidade inadequados. totalmente o filme aplicado
2) Utilização de produtos com 2) Corrigir a tonalidade com as
viscosidades incorretas. cores mixing.
Manchas na superfície 3) Uso incorreto do revólver de 3) É importante homogeneizar
com impressão de pulverização. bem o produto antes da sua
serem cores 4) Número inadequado de demãos. aplicação
diferentes 5) Homogeneização inadequada 4) Conferir as espessuras do filme
antes da aplicação aplicado

Casca de laranja 1) Ambiente muito quente durante a 1) Se necessário remover


pintura totalmente o filme aplicado
Irregularidades da 2) Alta viscosidade da tinta grossa 2) Treinamento do Pintor
Superfície pintada 3) Uso de thinners ou solventes 3) Consultar fabricante quanto ao
lembrando o aspecto não recomendados. Diluente adequado
de casca de laranja 4) Regulagem inadequada do 4) Ajustar corretamente a
(filme não uniforme, revólver de pulverização. viscosidade de aplicação da tinta
micro relevos) 5) Velocidade de aplicação e 5) Obedecer aos intervalos entre
distância entre o revólver e a demãos.
superfície incorreta.
6 Aceleração da secagem com jato
de ar.
7) Intervalo insuficiente entre
demãos.
8) Inabilidade do Pintor

Manchamento das 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinamento do Pintor


cores metálicas 2) Pressão muito baixa ou distância 2) Após secagem completa, lixar e
insuficiente do revólver em relação repintar
Concentração de à superfície. 3) Usar apenas o diluente
alumínio em 3) Uso de Thinners ou solventes de recomendado pelo fabricante
pequenas áreas, evaporação lenta.
ocorrendo o
manchamento da
pintura.

Oxidação Prematura 1) Insuficiência de espessura seca 1) Adequar e controlar camadas


final. secas.
Manchas de oxidação 2) Peça jateada sem controle do 2) Umidade no substrato.
vindas do substrato perfil de jato. 3) Aplicar a tinta em espessuras
3) Contaminação. uniformes
4) Aplicação de espessura de filme 4) Controlar o perfil de jato
irregular

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 16


Eflorescência 1) Superfície de alvenaria contendo 1) Raspar o substrato e aguardar
alto teor de umidade, sem estar cura completa do mesmo.
Sais inorgânicos de suficientemente curada. 2) Utilizar fundo selado alcalino
coloração resistente e repintar com tinta
esbranquiçada que adequada.
migram do interior da 3) Se necessário, neutralizar
superfície e podem, previamente a superfície com
inclusive, romper a solução de ácido muriático.
película de tinta.

Crateras 1) Superfície contaminada por 1) Observar o tratamento de


óleos, graxas ou gorduras superfície quanto a presença de
Formação de uma 2) Ambiente de pintura óleo
pequena depressão contaminado por silicones 2) Instalar purgadores de ar
arredondada sobre a 3) Uso de anti-respingos e próximo as pistolas de pintura
superfície pintada. desmoldantes a base de silicone 3) Efetuar a purga do compressor
Pode apresentar-se em áreas próximas a pintura com certa frequência
de forma perfurante e 4) Ar comprimido contaminado 4) Eliminar anti-respingos e
apenas superficial. 5) Umidade sobre a peça e no ar desmoldantes a base de silicone
Também conhecida 6) Falta de instalação de dos locais de realização de solda
como olho de peixe. purgadores e filtros de ar 5) Homogeneizar bem a tinta
7) Pouca homogeneização da tinta antes da preparação.

Névoa 1) Ocorre durante a aplicação da 1) Após secar, lixar as partes


Branqueamento tinta em condições de alta umidade afetadas, preparar a superfície e
(Brushing) 2) Uso de diluentes / thinners repintar conforme a especificação
É o esbranquiçamento inadequados técnica
da superfície pintada 3) Presença de muita umidade no 2) Controlar a umidade e
com Tinta ambiente de pintura temperatura dos ambientes de
Nitrocelulose. 4) Demão muito carregada, pintura
Durante a aplicação, a retardando a secagem 3) Usar diluentes de evaporação
evaporação dos mais lenta
solventes provoca o
resfriamento. A água
condensada no filme
provoca precipitação
das resinas e
pigmentos, gerando o
aspecto leitoso e falta
de brilho.

Impurezas no filme 1) Impurezas impregnadas na 1) Avaliar como está a


superfície estabilidade do produto
São defeitos 2) Presença de partículas 2) Observar a limpeza do
semelhantes gelificadas de resinas na tinta substrato
minúsculos grânulos 3) Presença de impurezas no 3) Passar ar comprimido nas
que ocorrem ambiente peças antes da pintura
aleatoriamente na 4) Impregnação de abrasivo
superfície

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 17


Marcas de lixa 1) Uso de lixa de grana muito 1) Corrigir com massa rápida ou
grossa para o preparo da superfície poliéster o local
Aspecto de riscos no 2) Uso de ferramentas manuais e 2) Lixar com lixa de grana mais
filme de tinta sobre o mecânicas inadequadamente fina
substrato retratando 3) Treinamento dos operadores
parcial ou totalmente
a peça

Sedimentação 1) Problema de formulação 1) Emitir registro de reclamação


2) Produto muito tempo para o fabricante, solicitando a
armazenado correção
Decantação de 3) Tinta diluída e guardada por 2) Implantar sistema de utilização
substâncias sólidas longo período sempre do lote mais antigo
ou pastosas no fundo 4) Excesso de diluição 3) Diluir de acordo com
das embalagens de 5) É produto que foi solicitado a sua orientações do fabricante
difícil revalidação? 4) Utilizar produtos revalidados
homogeneização 6) Ambiente de armazenamento primeiro
inadequado 5) Implantar melhorias nas áreas
7) Sedimentação apenas após diluir de armazenamento
a tinta? 6) Após diluir se ocorrer
sedimentação, homogeneizar com
mais frequência.

Diferenças de 1) Inabilidade do Pintor 1) Após secar, lixar as partes


Espessuras 2) Falta de controle de filme úmido, afetadas, preparar a superfície e
quando aplicável. repintar conforme a especificação
3) Uso de tintas eletrostáticas técnica
Diferença nas 4) Geometria da peça que gera as 2) Treinar os Pintores
espessuras de tintas diferenças de espessuras 3) Quando possível adotar o uso
aplicadas geralmente de pente úmido
geradas em função
da geometria da peça

Poros 1) Evaporação rápida dos 1) Respeitar o Intervalo mínimo


solventes; entre demãos;
Por causa da alta 2) Temperatura ambiente alta. 2) Controle das condições
carga de zinco sobre 3) Temperatura de superfície alta; ambientais e temperatura da
a concentração em 4) Aplicação de espessura acima superfície;
volume do pigmento do recomendado; 3) Selagem adequada das tintas
do aglutinante, os 5) Oclusão de ar ou solvente no etil silicato de zinco (tie coat ou
revestimentos ricos filme (Tinta etil silicato de zinco); mist coat);
em zinco são mais 6) Falta de habilidade do pintor; 4) Correto balanceamento dos
porosos do que “Overspray”; uso de diluente solventes na tinta e diluente (+
qualquer outro tipo errado. pesado).
de tinta 5) Lixar superficialmente a
superfície e aplicar uma nova
demão.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 18


Empoeiramento 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinar os Pintores
(Overspray) 2) Ambiente de pintura muito 2) Controlar a temperatura
quente ambiente
Formação de muita 3) Pressão de aplicação muito alta 3) Regular a pressão de aplicação
nuvem de tinta 4) Uso de Thinner inadequado geralmente de 40 a 60 Lb / pol2
durante a aplicação, 4) Diluir conforme recomendação
trazendo como do fabricante
consequência após a 5) Usar Thinner ou diluente de
secagem o secagem mais lenta
aparecimento do 6) Controlar a temperatura do
aspecto áspero ao substrato
passar a mão sobre a
peça

Baixa cobertura 1) Falta de homogeneização da 1) Implantar procedimento na


tinta pintura com orientações de uso,
Característica de 2) Preparação inadequada, com manuseio e preparação das tintas
filme aplicado onde excesso de diluição 2) Controlar a diluição via
aparece o fundo da 3) Produto inadequado medição da viscosidade
chapa ou a cor da 4) Falta de procedimento na linha 3) Comunicar a Fábrica, para que
tinta de fundo de pintura seja avaliada a possibilidade de
(Primer) após a melhoria da tinta para os próximos
aplicação da tinta lotes a serem fornecidos

Baixa resistência à 1) A tinta não está curada. 1) Deixar a tinta atingir a cura total
lavabilidade 2) A formulação não é adequada antes de lavar.
para ser lavada. 2) Usar tintas de formulação
Ao tentar remover adequada.
sujeiras por lavagem
com sabão neutro, a
tinta se desmancha ou
deixa sinais da
operação.

Manchas 1) Contato com umidade ou outro 1) Após a secagem, lixar as


(Úmidas ou produto antes do seu período de partes afetadas, preparar a
químicas) cura total superfície e repintar conforme
2) Fixação de sujeiras em áreas de especificado
Mudança no aspecto maior porosidade ou de fusão 2) Observar período após
da superfície como térmica. aplicação antes de colocar em
resultado do contato 3) Efeitos de sais do substrato contato com produtos químicos ou
com a água sobre o veículo da tinta ou sobre os umidade
diretamente sobre o pigmentos/cargas. 3) Rever produto junto ao
filme ou o substrato, 4) Produto inadequado fabricante
podendo gerar marcas 5) Presença de umidade no 4) Lavar a superfície.
semelhantes a pontos, substrato e ambiente. 5) Eliminar a causa da umidade
anéis, manchas ou no substrato e ambiente.
mesmo diminuição do
brilho

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 19


Saponificação 1) Reação de saponificação entre 1) Remover a tinta pegajosa onde
os componentes das tintas a saponificação ocorreu
(ésteres, alcalinos e água). 2) Utilizar abrasivos e limpar a
A tinta parece 2) Geralmente encontrado em superfície
mole ou pegajosa, tintas alquidicas e a óleo. 3) Reaplicar as tintas de fundo e
pode acontecer na 3) Frequentemente encontrado em de acabamento não
superfície inteira ou pinturas em concreto e pinturas em saponificáveis
em locais específicos conjunto com proteção catódica

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 20


4 FALHAS EM TINTAS EM PÓ de tinta (mangueira / bomba ejetora). Tempo
insuficiente para pintura. Reduzir a
4.1 Problemas na aplicação das tintas velocidade do transportador. Acrescentar
em pó mais pistolas.
Deposição fraca de tinta na peça.
4.1.1 Baixa deposição de tinta Técnica de pintura irregular. Estabelecer
método de aplicação realizando estudo
Baixa eficiência do gerador (Atração
sobre a peça. Em peças planas sobrepor as
Eletrostática) – Fonte de alta tensão do
passadas e cruzar as demãos. Iniciar a
equipamento.
pintura nas partes mais críticas, cantos sob
Desmonte a pistola, limpando todos efeito de gaiola de Faraday.
os contatos de energia do cabo de alta
Tipo de peça não compatível com a
tensão com a cascata e eletrodo.
instalação. Maior cuidado no retoque
4.1.2 Aterramento do sistema deficiente manual. Instalação de pistolas adicionais.
Peça com cantos (Gaiola de Faraday) e
Checar o aterramento da instalação Repintura. Diminuir a tensão e a vazão. No
completa, verificando se não houve caso de repintura, repita o procedimento e
rompimento do fio terra. Ganchos sujos,
caso necessário, prepare a superfície com
prejudicando a aterramento da peça ao
lixa nº 400, limpeza com álcool e evitar
sistema.
contato manual.
Limpar os pontos de contato entre
peça e gancheira. Pode utilizar um cabo 4.1.5 Excesso de pó
aterrado como vareta para improvisar um Caso tenha vazão alta. Reduzir a
aterramento para peças que não possuam vazão. Pistolas muito próximas da peça.
contato algum. Reposicione as pistolas, distanciando-as.
4.1.3 Vazão de pó excessiva Tempo excessivo de pintura. Aumente a
velocidade do transportador e treinamento
Ajustar o equipamento para vazões de operador, caso houver.
entre 120 à 150 g/min. Lembre-se que 4.1.6 Identificação das falhas
partículas de pó não ionizadas não são
atraídas para as peças. Pistolas muito O quadro seguinte apresentam
próximas as peças. Reposicione a pistola causas e soluções para alguns problemas
para uma distância aproximada de 15 cm. específicos na aplicação das tintas em pó.

Projeto irregular das gancheiras. Lembrando que alguns defeitos


Desenvolver gancheiras que facilitem o mencionados na tabela de defeitos da tinta
acesso do pó para as peças. Velocidade do líquida também pode ocorrer nas tintas em
ar da exaustão da cabine muito alta. Instalar pó, como por exemplo:
silhuetas para distribuir melhor a ventilação.
 Fervura
4.1.4 Falta de tintas nas peças  Empolamento ou Bolhas
 Contaminação
Corrente de ar na cabine. Enclausurar  Casca de laranja
região de pintura de modo não permitir que
 Crateras
correntes de ar interferiram na atração do pó.
 Oxidação prematura
Baixa vazão de pó. Aumente a vazão  Calcinação
de pó após limpar o sistema de alimentação  Impurezas
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 21
Identificação Origens Defeitos
Baixa fluidização 1) Presença de umidade ou óleo no 1) Verificar o estado de
ar comprimido compressores e purgadores
Pó pesado com pouca 2) Obstrução do ar na entrada do 2) Verificar todos os dutos de
movimentação no tanque suprimento de ar
tanque gerando 3) Erro na regulagem do ar de 3) Ajustar o fluxo de ar até
aplicação com fluidização fluidização adequada do pó
camada irregular 4) Pó com umidade devido a 4) Recolher o pó em uso e
armazenamento inadequado recomeçar o processo com pó de
embalagem fechada

Falta de aderência 1) Aparelho de aplicação com baixa 1) Regular a tensão de acordo com
tensão eletrostática o tipo de aplicação:
Durante a aplicação o 2) Peças com pouco aterramento - Pintura: 80 - 100 kV
pó bate na peça não 3) Aplicação com tinta recuperada - Repintura: 40 - 50 kV
aderindo, gerando 4) Posicionamento errado da pistola Trocar a pistola para verificar se o
mais tinta para ser problema é no equipamento
recuperada 2) Verificar e limpar pontos de
contato com gancheiras. Verificar
se não foi rompido o cabo de
aterramento
3) Ajustar a proporção de mistura.
Evitar usar somente pó recuperado
4) Reposicionar as peças

Pontos Salientes 1) Impurezas no substrato 1) Passar ar comprimido nas peças


2) Uso de tinta recuperada sem contaminadas antes da pintura
Defeito constituído por efetuar filtração prévia 2) Parar de misturar tinta
minúsculos grânulos 3) Tela de filtração da tinta recuperada enquanto não for
da mesma cor da tinta, recuperada furada possível filtrar
dispersos 4) Golfadas de pó geradas pela 3) Peneirar a tinta antes de colocar
aleatoriamente na tinta pistola durante a aplicação no tanque de fluidização. Se a
curada 5) Aplicação de tinta contendo compactação for muito intensa,
grumos usar tinta de outro lote caso haja em
6) Impurezas no ambiente estoque
4) Efetuar a limpeza da linha
inclusive da estufa avaliando a
parte lateral e superior da mesma

Golfada de pó 1) Baixa pressão de ar 1) Veridicar e arrumar a pressão


2) Fluidização baixa ou em excesso 2) Regular a fluidização do
O pó é expelido de 3) Caminho do pó obstruido recipiente
maneira não uniforme 4) Pó úmido ou compactado 3) Realizar a limpera da mangueira
5) comprimento de mangueira 4) Usar mangueira de tamanho
excessiva correto

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 22


Falha no leque 1) Pelas gastas ou desalinhadas 1) Manutenção das peças com
2) Pó aculumado na trajetoria até a regularizade
A forma com que o pistola 2) Limpeza eficaz das peças antes
pó é ejetado é 3) Fluidização em excesso do uso
diferente do ideal 4) Ar de transporte em excesso 3) Regular a fluidização
4) Controlar a pressão do ar de
entrada

Gancheira suja 1) Falta de limpeza do gancho 1) Limpar o gancho com frequêcia


2) Material pendurado de forma 2) Verificar o contato entre o
Sujeira presente no errada material e o gancho, para garantir o
gancho dificulta o aterramento
aterramento

4.2 Problema na pistola eletrostática 4.2.3 Centelhas, faíscas, labaredas de


fogo
4.2.1 Baixa tensão
Fuga de alta tensão. Cabo de alta
Fuga de alta tensão. Fugas de alta tensão rompido; Resistência da pistola está
tensão nas conexões do cabo com o aberta.
multiplicador (cascata), resistência e eletrodo.
Verificar eventuais fugas de alta tensão
Desregulagem da placa osciladora. utilizando um fio condutivo ligado ao
Potenciômetros desregulados. Fonte de alta aterramento do equipamento e passando-o
tensão (cascata) queimada (contatar por todo o comprimento do cabo de alta
fabricante). tensão e pistola. A presença de um curto
circuito indica fuga de alta tensão. Medir a
4.2.2 Golfadas na aplicação resistência elétrica da pistola.

Venturi (ejetor) gasto. O pó por ser


4.3 Testes na instalação de pintura
abrasivo, promove um desgaste do furo
interno, aumento o seu diâmetro.
4.3.1 Limpeza
A perda da pressão interna faz com que
(Desengraxe) colocar uma peça sob
o pó perca velocidade de transporte, fazendo
uma torneira aberta. Não deverá ocorrer
com que haja aglomerações de partículas no
filetes de água (Quebra d’água). O
interior da mangueiras e pistola. molhamento deverá ser uniforme.
Limpar uma chapa manualmente
utilizando somente um solvente e pintá-la.
Comparar os resultados entre o teste e o
verificado na linha.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 23


4.3.2 Umidade ou óleo na linha de ar depositada no recipiente. Com o leito ativado,
comprimido identifique o nível atingido pelo pó. Não
deverá apresentar empedramento e/ou
Ative o leito fluidizado e identifique no grumos. Pequenos caroços poderão ser
reservatório o nível obtido. Mantenha o leito encontrados, porém, facilmente dissolvidos.
ativado durante 1 hora e em seguida observe
novamente o nível obtido. 4.3.6 Umidade do pó
O nível deverá ser o mesmo. Caso o
Apanhe com a mão, uma determinada
nível de pó tenha abaixado, indica umidade na
quantidade de tinta e comprima-a fechando a
linha de ar comprimido.
mão. Em seguida solte-a. Eventuais pontos
incorporados no filme são mais visíveis em
4.3.3 Carga eletrostática da pistola de
aplicação camadas baixas.

Ajuste a tensão da pistola para máxima 4.3.7 Pontos


tensão. Mantenha a vazão de pó fechada.
Segure uma folha de papel em frente ao bico Aplicar a tinta em pó em uma camada
da pistola e acione o gatilho. O papel deverá regular de 40 a 50 micrometros. Se houver
ser repelido pelo campo eletrostático caso a contaminação de qualquer origem, a mesma
pistola esteja correta. deverá aparecer no painel.

Pinte um painel e em seguida bata-o 4.3.8 Contaminação


levemente contra a parede da cabine de
aplicação. Considera-se satisfatório se Mergulhe e retire um painel pré-
apenas uma pequena quantidade de pó se aquecido à 200 ºC em uma caixa de tinta
desprender do painel. virgem e o examine. A presença de
contaminantes no filme e/ou substrato indicam
4.3.4 Estufa de cura em operação pré tratamento da superfície imperfeitos.
adequada
Examine as costas do filme extraído e
Coloque painéis pintados em diferentes o substrato onde foi aplicado. Se o filme
regiões da estufa. (Estacionária: Cantos, quebrar em dois, indica fragilidade em virtude
Meio, Pontos superior e inferior - Contínua: de cura insuficiente.
Ponto superior, meio e inferior) verifique a cor
e o brilho dos painéis após a cura. A cor e o 4.3.9 Adesão
brilho deverão ter a mesma correspondência
Retire uma lâmina do filme da tinta e
nos diferentes painéis.
dobre. A quantidade de pó depositada,
Execute os testes de grade aspecto indicará o poder de condutibilidade da
(aderência), dobramento (flexibilidade) e MEK tinta.
(cura). Os painéis deverão ser aprovados em
todos os testes. O nível mais baixo indica 4.3.10 Carga massa
menor fluidez.
Compare com outros pós durante a
4.3.5 Fluidização aplicação, utilizando a mesma pistola, vazão,
transporte, distância, tipo de bico, ganchos
Realize um teste comparativo com limpos e dimensão do painel.
vários tipos de pó, aplicando os mesmos
parâmetros de pressão do ar e quantidade
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 24
4.4 Defeitos na pintura - Filme curado 4.4.3 Baixo brilho

4.4.1 Cores fora de tonalidade Temperatura excessiva da estufa


Termografar estufa para verificação de picos
Variação de camada (Baixa camada / de temperatura. Reduzir o tempo de cura.
Excesso de camada). Estabilizar camada de
Contaminação com outros pós de
tinta aplicada conforme especificação do
diferentes fabricantes. Limpar o sistema e
fabricante contida no Boletim Técnico.
aplicar pó virgem. Reação com gases no
Cura insuficiente ou sobre cura. interior da estufa. Eliminar fontes de
Verificar cura do filme através de curva de contaminação de gases.
tempo / temperatura extraída através de
Umidade na linha de ar. Verificar filtros
termógrafo.
e secador de ar.
Alta velocidade da exaustão do pó na
cabine de aplicação e/ou correntes de ar na 4.4.4 Baixa resistência mecânica
linha de pintura. Instalar difusores para
distribuição na cabine, enclausurar linha de Filme não curado. Verificar cura do
pintura. filme através de curva de tempo / temperatura
extraída através de termógrafo.
4.4.2 Excesso de temperatura Camada alta de tinta aplicada.
Estabilizar camada de tinta aplicada conforme
Verificar pirômetros conferindo o
especificação do fabricante contida no Boletim
posicionamento dos termopares e
Técnico.
confiabilidade da leitura. Deficiência na
distribuição do calor na estufa. Exposição Falha no pré tratamento. Verificar
direta da chama do queimador. Realizar uma banhos (compare com chapa nua). Alta
termografia na estufa. camada de fosfato. Corrigir banhos de
preparação da superfície.

4.4.5 Micro furos e crateras

Falha no pré-tratamento. Corrigir os


banhos (compare com chapas nuas).
Contaminação com outros pós. Limpar
o sistema e usar pó virgem. Contaminantes no
ambiente, como silicone. Remover a origem
da contaminação. Óleo ou água na linha de ar
comprimido. Checar os filtros.
Substrato poroso. Substituir o substrato
ou aplicar massa plástica. Peça
confeccionada através de processo de
fundição (alumínio, ferro fundido).
Desgaseificar peças por pré-aquecimento.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 25


4.4.6 Pontos na peça pintada 4.4.8 Pó repelido da peça

Contaminantes em suspensão. Limpar Tensão ou corrente de saída


a área de trabalho. Isolar instalação de pintura excessiva. Fazer medição do equipamento.
de áreas que possam gerar contaminantes. Pistolas muito próximas. Reposicionar a
pistola
Pó recuperado não peneirado. Peneirar
o pó recuperado do filtro e cabine. Sujeira na Repintura. Reduzir a tensão de
instalação (reservatório, bomba). Limpar aplicação. Aumentar a vazão de pó. Pré
equipamento e componentes. Verificar no aquecer o substrato.
fundo do reservatório possíveis
contaminantes. Distanciar 5 cm o tubo
pescador do fundo do leito.
Sujeira no substrato (grafite, borras de
fosfato). Limpar peças com ar comprimido
antes de pintá-las. Transportador, Carrinho,
Estufa sujos. (Acumulo de tinta, casca).
Estabelecer limpeza periódica.

4.4.7 Alastramento deficiente

Camada excessiva de tinta. Estabilizar


camada aplicada conforme especificado pelo
fabricante.
Excesso de ar auxiliar na pistola de
aplicação. Ajustar o ar auxiliar de modo não se
observar a tinta sendo soprada (forçada) para
a peça. Deve-se notar a nuvem de pó
circulando livremente.
Baixa fluidização do pó no reservatório.
Verificar fluidização do pó no reservatório. O
mesmo deve fluir livremente no tanque sem
haver acúmulos e ou compactação da tinta.
Pistola muito próxima da peça.
Reposicione a pistola de modo a encontrar
uma distância onde haja um melhor
envolvimento. Tensão de aplicação baixa ou
alta para a finalidade. Ajustar tensão de modo
a se obter um melhor envolvimento
eletrostático.
Tempo de aquecimento do metal muito
longo. Exposição excessiva à baixa
temperatura. Avaliar projeto de distribuição de
calor da estufa.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 26


5 FALHAS COMUNS os materiais de custos reais na indústria de
revestimentos.
A análise econômica de diferentes tipos 5.1 Considerações gerais de rendimento
de pintura tem como fatores principais de
custo: preparação da superfície, aquisição Entende-se por rendimento, a área em
das tintas, aplicação e duração do sistema de m² que um determinado volume de tinta pode
pintura. cobrir uma superfície, porém é difícil fornecer
uma estimativa real da quantidade de tinta
Para que se possa compreender necessária para um determinado trabalho. O
melhor o valor ideal de uma pintura, quanto ao rendimento teórico é calculado levando-se em
seu desempenho em condições específicas conta o material não volátil (sólidos) em
de serviço, é necessário ter alguma volume da tinta.
experiência do cálculo para a economia deste
sistema, considerando o preço por metro Neste caso, considera-se que a tinta
quadrado, espessura seca, custo da aplicação seja aplicada em superfície totalmente lisa,
e outras despesas. sem nenhuma irregularidade ou perda na
aplicação. Mas como se sabe, as superfícies
A vida útil de cada sistema depende do normalmente apresentam irregularidades, tais
tipo de grau de preparação da superfície a ser como: rugosidade através de jateamento
pintada, pois quanto melhor a preparação, abrasivo e/ou porosidade, o que ocasiona
melhor será a aderência da tinta aplicada. acúmulo e/ou absorção da tinta pela
Outros dois fatores que influenciam na superfície, causando, desta forma, uma
eficiência de um sistema são: a maior redução no rendimento teórico.
espessura da película seca aplicada e
utilização de tintas de alta performance. Alguns fatores contribuem para as
perdas de tinta, quando da sua aplicação:
A fórmula de aplicação de economia
potencial de uma pintura é descrita como: a) O primeiro fator é a perda por
distribuição de tinta em uma superfície,
Custo do material
resultante do excesso de tinta aplicada pelo
Custo da preparação da superfície
= Custo pintor ao querer atingir uma determinada
Custo de aplicação
Total / Ano espessura, tornando a camada ou película
Duração do Sistema
Preparação da Superfície totalmente não uniforme.
b) O segundo fator que interfere para a
Obtendo-se o custo total de uma pintura redução do rendimento teórico é o processo
m²/ano, para um determinado sistema de pelo qual se aplica o produto. Nas aplicações
pintura, você pode chegar a economia a pincel, trincha ou rolo, normalmente ocorre
potencial do sistema mais eficaz e, desta uma perda de 5% a 15% e nas aplicações com
maneira, fazer comparativos entre sistemas e pistolas convencionais, da ordem de 30%.
analisar quais as suas necessidades técnicas.
c) O terceiro fator que interfere no
Os sistemas de pintura de alta rendimento é relativo às condições no
performance e desempenho são ambiente de pintura. Em pinturas externas,
aparentemente materiais de custo mais em dias de muito vento ou muito calor, a perda
elevado, entretanto, em ambientes agressivos pode ser o dobro da mencionada no item
onde se requer uma proteção prolongada, o anterior, sendo o caso mais crítico o da
uso destes materiais é de suma importância. aplicação à pistola.
Devido ao seu alto desempenho, eles
proporcionam benefícios que se alinham entre
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 27
d) O quarto fator que interfere no Obs.: Importante ressaltar que na maioria
rendimento são as perdas provenientes das dos casos a diluição só deve ser feita depois
embalagens e/ou equipamentos utilizados de decorrido o tempo de indução.
para aplicação, tais como: o nos galões:
• Condições ideais para pintura
devido a certa quantidade que pode
permanecer no recipiente, quando da sua Pintar com umidade relativa do ar
transferência para o tanque de pressão; as inferior a 85% e temperatura do ar entre 10ºC
tintas de dois componentes que podem e 40ºC. No caso de tinta epóxi, a secagem
exceder o tempo de vida útil; o nas normalmente se processa através de reações
mangueiras e tanques de pressão, devido às químicas e ocorre com a temperatura acima
quantidades de materiais que ficam nas de 12ºC. Abaixo desta temperatura a cura da
paredes sem condições de reaproveitamento. tinta não ocorre. Existem tintas epoxídicas
especiais que curam acima de 5ºC, exceto
e) O quinto fator que interfere no
quando houver menção especial no boletim
rendimento é o tipo de substrato e condições
técnico do produto.
da superfície em que o produto será aplicado.
Se a pintura for realizada em tubulações, Somente aplicar se a temperatura do
grades, vigas, etc., obviamente as perdas substrato estiver pelo menos 3ºC acima do
serão altas, chegando A junção de todos estes ponto de orvalho.
fatores é que nos daria o rendimento real, ou
seja, o número de metros quadrados que As tintas são testadas em laboratório
seriam cobertos por um galão de tinta. em condições ambientais satisfatórias e
temperatura do ar de ± 25ºC. Abaixo ou acima
Conclusão: o rendimento real deve ser desta temperatura poderá ocorrer retardamento
obtido em experiência prática no canteiro de ou aceleração da secagem e cura total.
obras para se ter um valor de plena
Caso o intervalo de repintura máximo
confiabilidade.
seja ultrapassado, deve-se proceder
• Tempo de indução: lixamento da película para que haja uma
perfeita aderência da demão subsequente.
É o tempo que se dá às tintas
catalisadas bi ou tri componentes, após a Para repintura interna de tanques,
mistura dos componentes A, B ou C, para que manter exaustão constante quando da
se possa entrar em operação de aplicação. secagem dos produtos. A temperatura ideal
Este tempo é de no mínimo 15 e no máximo para cura total do sistema (7 dias) é de 25ºC.
30 minutos em temperatura de ± 25ºC. Quanto Portanto, a cada decréscimo de 3ºC, deve-se
mais baixa for a temperatura maior deverá ser aumentar em um dia a cura do sistema.
o tempo de indução.
As tintas pigmentadas com cromato de
O tempo de indução é de fundamental zinco ou pó de zinco poderão formar sais de
importância para que a tinta não perca suas zinco na superfície da película exposta ao
propriedades físicas e químicas após a sua intemperismo, se a aplicação do acabamento
aplicação e, consequentemente, a sua cura, for demorada. Neste caso, lavar a superfície
não comprometendo a durabilidade do com água doce potável, escovando com
sistema de pintura. cerdas de nylon, e secar.
O tempo de indução é muito A tinta borracha clorada, quando
importante, pois ele propicia que os reagentes aplicada à pistola convencional, tende a
se encontrem e, com isso, seja possível obter formar fiapos (normal para este tipo de tinta).
o máximo desempenho que se deseja. Para minimizar, aconselha-se aumentar o
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 28
número de demãos, diluindo a tinta a 20% e 5.2 Falhas gerais
diminuindo a espessura por demão.
O primeiro passo na solução de qualquer
As tintas de acabamento de baixa problema com relação a tintas é identificá-lo
espessura e tonalidade clara, quando corretamente e, em seguida, determinar sua
aplicadas sobre fundos escuros, aparentam causa.
pouca cobertura, sendo necessário duas A possibilidade de haver mais de uma causa
demãos no mínimo para cobrir a superfície. contribuindo para um único defeito não deve ser
descartada. As propostas corretivas para os
• Diluição defeitos apresentados podem não ser específicas
de um determinado defeito, devido a
A diluição recomendada vai depender
particularidade da manufatura ou restrições
diretamente da temperatura ambiente, dos
relacionadas ao desempenho do produto.
equipamentos utilizados, bem como da A combinação de várias soluções (duas ou
habilidade dos pintores. Como as várias mais alternativas) normalmente é mais eficaz, pois
regiões do nosso país são bastante os efeitos são mais facilmente eliminados dessa
diferenciadas em termos climáticos, maneira. Ao se perceber que a falha persiste após
recomendamos sempre que se consulte a aplicação da solução indicada, deve-se retornar
nosso departamento técnico para uma melhor à fase de identificação (diagnóstico), observando-
indicação da quantidade de solvente de se os seguintes pontos:
diluição para cada equipamento utilizado.
• Se a identificação do defeito foi correta
• Se todas as causas prováveis foram
5.1.1 Rendimento de tintas líquidas consideradas
• O uso dos materiais corretos (lotes de tinta e
O rendimento teórico da tinta não inclui tipos)
no cálculo as perdas devidas ao método de • Qual o substrato empregado
aplicação, as condições de aplicação. A
seguinte formula pode ser utilizada:
5.2.1 Mangueiras longas
𝑆𝑉 ∙ 10
𝑅𝑡 = Otimizar ao máximo o comprimento da
𝐸𝑃𝑆
mangueira do pó. Mangueiras longas requerem
Em que Rt é o rendimento teórico, SV é maior pressão do pó para equalizar o fluxo.
o teor de sólidos por volume e EPS é a
espessura da película seca. 5.2.2 Vazão da pistola

5.1.2 Rendimento de tinta em pó Com a tensão zerada, pulverize com a


máxima vazão em um aspirador portátil. Pese a
Para o cálculo de rendimento teórico de tinta quantidade de pó/líquido após 1 minuto. A
em pó a seguinte relação pode ser usada: quantidade de pó/líquido encontrada deverá ser a
mesma especificada do manual do fabricante
1000 (g/min. - Kg/hr).
𝑅=
𝐶 ∙ 𝑃𝑒
Em que R é o rendimento teórico em m²/kg 5.2.3 Velocidade do ar nas silhuetas da
de tinta, C é a camada em microns e Pe é o peso cabine e estufa
específico da tinta em g/cm³.
Solte pequenos pedaços de papel no fluxo
Para o rendimento pratica deve-se de ar. O fluxo de ar deverá ser uniforme sem zonas
considerar a porcentagem do pó recuperado e "mortas". A exaustão da cabine não deve interferir
também das perdas relacionadas ao formato e no envolvimento eletrostático da tinta durante a
disposição das peças e condições dos aplicação.
equipamentos de aplicação.
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 29
6 COMO EVITAR FALHAS E particularidades do meio ambiente, das
DEFEITOS condições operacionais do equipamento que
está sendo pintado e das condições da
6.1 Problemas na fábrica aplicação (acesso, implicações do jateamento
abrasivo etc.).
6.1.1 Explicitação do esquema de pintura
6.1.2 Qualidade das tintas utilizadas
O esquema de pintura deve ser explicitado
por escrito contendo o seguinte conteúdo Deve-se certificar se as tintas a serem
mínimo: utilizadas na aplicação do esquema de pintura
estão em conformidade com o especificado.
• Preparo da superfície a ser alcançado, Isto pode ser feito de duas formas. Na
definindo grau de limpeza e rugosidade a primeira, enviar as tintas para o laboratório e
ser alcançada; através de ensaios, comparar as propriedades
• Especificação das tintas a serem utilizadas; das tintas com o especificado. Esse processo
• Intervalos entre demãos a serem é demorado e de elevado custo. A forma mais
observadas; adequada e preventiva é efetuar uma
• Espessuras por demão das películas de qualificação preliminar do fornecedor da tinta.
tinta; Esta qualificação deve contemplar aspectos
• Método de aplicação a serem utilizados; de capacitação fabril, capacitação de pessoal
• Ensaios a serem realizados, durante e após e sistema da qualidade implantado pelo
a aplicação, com os respectivos critérios de fabricante. Nestes casos, exige-se que a tinta
aceitação ou rejeição. venha acompanhada de um certificado de
qualidade e eventualmente é enviada ao
Deve-se certificar se o esquema de laboratório para comprovar o atendimento ao
pintura explicitado é adequado às especificado.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 30


6.1.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no produto

Na tabela abaixo podem-se verificar a ordem de procedimentos a se adotar quando ocorrer um


problema no produto.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 31


6.2 Problemas no campo • Sequência de aplicação do esquema
de pintura, com intervalos de tempo
6.2.1 Treinamento e capacitação do entre demãos;
pessoal • Processo de aplicação de cada tinta;
• Tintas a serem usadas, incluindo
Trata-se talvez da ação preventiva
fornecedores e respectivas referências
mais importante na otimização do
comerciais;
desempenho de esquemas de pintura. A
• Métodos de retoques no esquema de
aplicação de tintas, apesar de não ser uma
pintura.
atividade complexa, requer cuidados
especiais que dependem não só da habilidade
6.2.3 Elaboração de procedimentos de
do profissional como do conhecimento de uma inspeção
série de técnicas aplicáveis.
O treinamento e a capacitação do O procedimento de inspeção deve
pessoal devem abranger principalmente os contemplar o seguinte conteúdo mínimo:
jatistas, os pintores, os supervisores ou
encarregados de campo e os inspetores de • Definição das etapas da aplicação que
controle de qualidade. O treinamento deve serão inspecionadas;
ser teórico e envolver também aspectos de • Definição do procedimento de inspeção
motivação e conscientização para a de cada etapa;
importância da qualidade. • Definição da frequência de inspeção de
cada etapa;
6.2.2 Elaboração de procedimentos de • Definição da época de inspeção de
execução cada etapa;
• Definição da amostragem e critérios de
A ideia da elaboração preliminar deste aceitação ou rejeição a serem
documento é fazer com que o pessoal observados;
responsável pela execução dos trabalhos de • Definição dos pontos de parada
aplicação das tintas possa familiarizar–se com obrigatória para inspeção (hold points).
os requisitos do esquema de pintura, bem
como explicitar detalhadamente como os 6.2.4 Calibração dos aparelhos e
atenderá. Isto faz com que o pessoal instrumentos de medição e testes
responsável pela execução planeje sua
Não há controle da qualidade que seja
atuação, minimizando a possibilidade de
confiável se é feito com instrumentos não
ocorrerem surpresas durante a aplicação das
calibrados periodicamente. As condições de
tintas, que possam comprometer a qualidade
uso, características construtivas dos
do esquema de pintura.
instrumentos e as condições climáticas são
alguns fatores que podem provocar alterações
Um procedimento de aplicação de
nos instrumentos, que levam a erros de
tintas deve conter o seguinte conteúdo
leitura.
mínimo:
Assim, é desejável que os mesmos
• Esquema de pintura a ser usado; sejam periodicamente calibrados. Esta
• Normas do esquema de pintura a ser periodicidade variará em função dos três
usado; fatores anteriormente mencionados. O
• Condições de recebimento e pessoal de controle de qualidade do aplicador
armazenamento das tintas, abrasivos, das tintas deve elaborar e implementar um
etc.; “plano de calibração dos aparelhos e
• Preparo da superfície a ser executado;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 32
instrumentos de medição e testes”, indicando O controle da umidade relativa do ar é
para cada um: feito normalmente com o higrômetro.
As tintas epóxi endurecidas com
• Periodicamente da calibração;
aminas são sensíveis à umidade relativa do
• Entidade calibradora, que deve ser
ar, dando origem a películas com
credenciada pela Rede Brasileira de
propriedades diferentes das desejadas.
calibração (RBC), coordenada pelo
Constituem uma exceção a esta regra
INMTRO;
as tintas de etil silicato de zinco, que curam
• Procedimento de calibração;
tanto melhor quanto maior for à umidade
• Padrão de referência;
relativa do ar.
• Exatidão do aparelho ou instrumento;
Recomenda-se seguir a orientação
6.2.5 Inspeção visual da superfície a ser
abaixo, durante todo o período de preparo da
pintada
superfície e aplicação das tintas:
A inspeção é feita visualmente, • Umidade relativa do ar que deve ser
objetivando identificar a presença de óleo ou inferior a 85%;
graxa sobre a superfície, que devem ser • Temperatura ambiente que não deve
removidos por solvente, além de identificar o ser inferior a 5°C;
estado inicial de oxidação da superfície, que • Temperatura da superfície (medida
será necessário para avaliar o grau de sua através de termômetro de contato), que
limpeza através de comparação com os não deve ser inferior a um valor
padrões das Normas ISO 8.501-1 e SIS 05 59 correspondente a 3°C acima do ponto
00. de orvalho (ou 2°C, a que for maior) e
Essa inspeção permite ainda identificar nem superior a 45°C (ou 40°C para as
eventuais defeitos superficiais, tais como tintas inorgânicas de zinco).
incrustações de escória, respingos de soldas
e massas, que normalmente necessitam ser 6.2.7 Inspeção de recebimento de
removidos. abrasivo

A inspeção deve ser feita para cada lote


6.2.6 Avaliação das condições
de abrasivo recebido. Avaliando-se o
atmosféricas
certificado de análise e / ou através da
As condições atmosféricas influenciam determinação da granulometria.
todas as etapas do processo de aplicação do A determinação da granulometria deve
esquema de pintura, desde o preparo da ser feita através de ensaio passa-não-passa,
superfície até a cura das tintas. em peneiras com aberturas preestabelecidas
Devem ser determinadas as umidades de acordo com cada abrasivo.
relativas do ar e a temperatura ambiente.
A umidade relativa do ar interfere na Nota: Norma SAE J444,
limpeza da superfície e na cura das tintas. A
superfície, após a limpeza, fica sensível a 6.2.8 Inspeção de recebimentos das tintas
umidade do ar. Após um jateamento ao metal
Deve-se exigir do fabricante um
branco, qualquer contato com o ar úmido
certificado de qualidade de cada lote
provoca oxidação da superfície.
fornecido, cabendo ao usuário confrontar os
Por isto, é desejável que durante o
valores constantes do certificado com os
jateamento seja feito um controle da umidade
critérios de aceitação previstos na norma ou
relativa do ar, procurando somente executá-la
na especificação da tinta comprada.
quando for inferior a 80%.
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 33
A inspeção de recebimento das tintas pessoal do controle da qualidade compete
não deve limitar-se à verificação da sua acompanhá-las para certificar-se de que estão
qualidade. Por exemplo, com relação à sendo conduzidas em conformidade com as
embalagem, uma série de verificações deve recomendações dos fabricantes.
ser feita:
• Se existe deficiência de enchimento; 6.2.12 Avaliação do método de aplicação
• Se o fechamento está correto; das tintas
• Se existem problemas de vazamento,
À semelhança da mistura e da diluição,
amassamento, cortes, falta ou
a seleção do método de aplicação é uma
insegurança da alça e marcação
atividade típica do pessoal de execução,
deficiente;
porém compete ao pessoal do controle da
• Se está dentro da data de validade de
qualidade efetuar o acompanhamento.
utilização;
• Se há presença de pigmento
6.2.13 Ações de detecção de defeitos
sedimentado;
• Se há presença de Pele. Quanto mais cedo qualquer defeito for
Qualquer não-conformidade dentre as detectado, menores serão as suas
verificações citadas deve ser motivo de repercussões em termos de gastos com
abertura de registro de reclamação junto ao materiais e mão-de-obra, reexecução de
fabricante da tinta. trabalhos e lucros cessantes.

6.2.9 Avaliação do grau de limpeza da 6.2.14 Avaliação de eventuais falhas das


superfície películas de tinta
Um preparo de superfície deficiente Como consequência de deficiências de
leva o esquema de pintura a problemas de aplicação, as películas de tinta ficam sujeitas
adesão e desempenho. Assim, o pessoal do a falhas que podem comprometer seu
controle da qualidade deve inspecionar 100% desempenho. Tais falhas têm origem em uma
da superfície limpa. A inspeção deve ser das seguintes causas, atuando isoladamente
visual ou eventualmente com o auxílio de lupa. ou em conjunto:
A luminosidade do ambiente deve ser a mais
adequada possível. • Má qualidade da tinta;
Verificar o grau de limpeza, antes de • Método de aplicação inadequadamente
efetuar a medição do perfil de rugosidade, selecionado ou utilizado;
deve verificar se a mesma não tem poeira • Má capacitação dos aplicadores;
depositada, vestígios de óleo. • Interferência das condições climáticas,
como ventos, temperatura ou umidade
6.2.10 Medição do perfil de rugosidade relativa do ar.

Um inadequado perfil de rugosidade Após a aplicação de cada demão de


pode levar a falhas do esquema de pintura por tinta, toda a superfície pintada deve ser
falta de adesão. inspecionada visualmente ou com auxílio de
algum instrumento ótico, para identificar
6.2.11 Acompanhamento da mistura e eventual aparecimento das seguintes falhas:
diluição das tintas • Poros, normalmente ocasionados por
Apesar das atividades de mistura e má qualidade da tinta, adição
diluição das tintas serem tipicamente de inadequada de solvente ou
responsabilidade do pessoal de execução, ao temperatura de superfície elevada;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 34
• Crateras, normalmente ocasionadas c) Tinta: Defeito de formulação;
por má qualidade da tinta ou adição balanceamento dos solventes; uso de
inadequada de solvente; são muito aditivos
frequentes em algumas tintas epóxi de d) Tinta corretamente homogeneizada: evitar
acabamento ou acrílicas; sedimentação dos pigmentos; respeitar
• Bolhas ou empolamento, normalmente relação de mistura dos componentes; Pot-
ocasionados por má qualidade da tinta life
ou adição inadequada de solvente; são e) Diluição da tinta: evitar excesso; apenas o
muito frequentes em algumas tintas recomendado pelo fabricante
epóxi de acabamento ou acrílicas; f) Controle das condições climáticas:
• Fiapos, normalmente ocasionados por Umidade, Temperatura, Vento forte
seleção inadequada do método de g) Técnica de aplicação: Qualificação dos
aplicação (bico da pistola, por pintores
exemplo), inabilidade do aplicador ou h) Pistola corretamente regulada e acessórios
inadequação das condições climáticas, adequados: Boletim Técnico tinta
particularmente ventos; são muito i) Intervalo entre demãos: respeitar o
frequentes em tintas acrílicas; intervalo mínimo e máximo
• Escorrimento, normalmente j) Compatibilidade entre demãos: Uso correto
ocasionados por diluição excessiva ou de tintas; vários fornecedores
deficiência de capitação do aplicador; k) Especificação de pintura: Adequação ao
• Impregnação de abrasivos, meio (UV, umidade, temp. baixa).
normalmente ocasionados pela
execução de jateamento sem que uma
tinta anteriormente aplicada tenha
alcançado a secagem ao toque;
• Gretamento ou fendilhamento,
normalmente observados em tintas
inorgânicas de zinco aplicadas em
grandes espessuras;
• Enrugamento, normalmente
observadas em tintas de alumínio
fenólico aplicadas em superfícies com
temperatura excessiva;
• Sangramento, normalmente
ocasionado quando da aplicação de
demão subsequente com
incompatibilidade química, em relação
à demão anterior ou não-observância
do intervalo mínimo entre demãos ou
tempo de secagem para repintura.

6.2.15 Prevenção na aplicação de um


sistema de tinta

a) Superfície limpa: isenta de contaminantes


(falha adesiva: óleo, água, poeira)
b) Linha de ar comprimido: isento de água e
óleo
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 35
6.3 Check list – falhas e defeitos e soluções no processo

Na tabela abaixo podem-se verificar a ordem de procedimentos a se adotar quando ocorrer um


problema no processo.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 36


7 ENSAIOS E CONTROLE DE ensaio representa o microclima presente na
maioria das atmosferas industriais.
QUALIDADE
Ensaios de imersão: consiste em
Ensaio de Névoa Salina (salt spray): analisar a resistência à imersão em diversos
consiste em determinar a resistência à produtos, tais como agua salgada, NaOH,
corrosão, sob condições controladas em ácidos, água destilada, determinando-a em
câmara especial, no qual é pulverizado nos dias de exposição sem apresentar sinais de
painéis de teste uma solução de 5% de corrosão aparente.
cloreto de sódio a 40 °C +/- 1 °C, o resultado
é obtido em números e horas. Ensaio de intemperismo: é realizado
naturalmente ou em processo acelerado,
são testes que podem levar de 3 meses a
alguns anos em que o painel que sofreu a
pintura fica sob angulação de 45° em uma
estante especial para realizar o teste.
Verifica-se o estado da película em relação à
degradação, rachadura, empolamento,
perda de cor, etc.

Ensaio de umidade saturada: consiste


na exposição de plaquetas pintadas em uma
câmara com umidade relativa do ar próximo
de 100% com temperatura de
aproximadamente 40 °C, tem como função
medir a permeabilidade da película durante
o período que varia de 24 a 240 horas, se a
há pouca resistência ocorre o aparecimento Ensaio de dureza: consiste na
de bolhas. determinação da dureza superficial das
películas, pode ser feito utilizando lápis de
desenho padronizado, sendo a dureza
considerada aquele grafite que conseguir
marcar a película.
Ensaio de brilho: consiste em medir a
quantidade de luz refletida pela película, é
realizado com uma luz incidente a 60° e um
aparelho que faz a medição da luz refletida.
Ensaio de cor: consiste em determinar
a cor através da comparação de padrões,
realizado sob condições de iluminação
apropriadas. Com o avanço da tecnologia,
tem tomado espaço o uso de
Ensaio de SO2: consiste na exposição espectrofotômetros computadorizados.
em câmaras de SO2 (atmosfera ácida), esse
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 37
7.1 Exemplos de ensaios

A tabela abaixo mostra quais os ensaios frequentemente realizados para as tintas, assim
como as normas referentes e qual a categoria de ensaio ele se encaixa.

Tipo de Ensaio Ensaio Norma Externa Norma Interna


Névoa Salina (Salt Spray) ISO 9227 / ASTM B117 WPS-3843

Umidade Saturada ISO 6270 – 1 e 2 WPS-3824

SO2 (Kesternich) ISO 3231 / DIN 50018 WPS-4765


Ensaio Acelerado
de Corrosão ISO 12944-9 ****
PETROBRAS N2680 (I e
Ensaios Cíclicos de Corrosão ****
III)
PETROBRAS N2841 ****

Intemperismo Natural Weg Tintas ISO 2810


WPS – 04610
Intemperismo Natural Marítimo ASTM D1014
Ensaios de Intemperismo Artificial ISO 16474-3 /
Intemperismo WPS-20672
(UVA 340 nm – UVB 313 nm) ASTM G154
ISO 16474-2 /
Intemperismo Artificial
ASTM G155 / Demais ****
(Weather O’meter / Xênon)
normas externas
Imersão em água deionizada a
40°C ISO 2812 – 1 e 2
WPS-4098
ASTM D870
Imersão em NaCl 3,5% a 40°C

Imersão em detergente a 50°C ASTM D2248 WPS-4098

Machu Test NBR 14901 WPS-4098


Célula Atlas ASTM C868 WPS-25836
Imersão em água deionizada a
25°C
Imersão em ácido clorídrico

Imersão em ácido sulfúrico

Ensaios de Imersão em biodiesel


resistência,
imersão Imersão em AB9
Imersão em etanol
ISO 2812 – 1 e 2
WPS-4098
Imersão em gasolina ASTM D870

Imersão em hidróxido de sódio


Imersão em metil-etil-cetona
(MEK)
Imersão em metil-isobutil-cetona
(MIBK)
Imersão em óleo diesel

Imersão em xileno

Exsudação SABESP NTS 036 WPS-25270

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 38


Tipo de Ensaio Ensaio Norma Externa Norma Interna
ISO 2409 / ISO 162762 /
Aderência em Grade e/ou em “X“ WPS-3905
ASTM D3359
ISO 4624 /
Aderência por tração WPS-4745
ASTM D4541
Dureza a lápis ISO 1584 WPS-4177
Flexibilidade
ISO 6860 WPS-4856
(Mandril cônico ou cilíndrico)
Embutimento ISO 1520 WPS-3804
ISO 6672 – 1 e 2
Impacto WPS-4130
ASTM D2794
Ensaios Gerais Medição de Brilho (60°) ISO 2813 WPS-3854

Medição de Cor ISO 7724 WPS-4489

Teste de Cura NBR 14947 WPS-3592

Descolamento Catódico ISO 15711 / ASTM G8 WPS-20695

DSC **** WPS-18850


Análises
FTIR **** WPS-18887
instrumentais
HPLC **** ****

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 39


8 NORMAS DE REFERÊNCIA 8.2 NBR 15185

8.1 N-13

A norma visa estabelecer os requisitos


exigíveis para a realização de inspeção
visual e para a classificação de superfícies.
Essa norma atende os requisitos para Esse procedimento pode ser realizado pra
produtos a serem vendidos para a pinturas novas, como também para
PETROBRAS, além disso, a N-13 fixa superfícies que já tenham sido pintadas
condições exigíveis na aplicação e controle anteriormente.
de qualidade de esquemas de pintura em
equipamentos industriais, tubulações e
dutos, ligas ferrosas e não ferrosas, além de
inúmeras outras superfícies.
Condições de armazenamento e
recebimento de tintas e diluentes e requisitos
de segurança também são do alcance dessa
norma. Ela também contém requisitos
técnicos e práticas recomendadas.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 40


8.3 NBR 14951 8.4 ISO 12944

Essa norma é voltada para a pintura A ISO é um Padrão Global, essa em


de superfícies metálicas, ou seja, sistemas específico trata da proteção contra a
de pinturas industriais com foco em combate corrosão de estruturas de aço por sistemas
a corrosão. A norma descreve dois tipos de de pintura. Ela é dividida em várias partes,
defeitos que podem ocorrer durante a que ao total fornecem dados sobre como
aplicação e após a secagem, e também deve ser feito a pintura no substrato e sua
possui as condições mínimas exigidas em durabilidade se aplicado de maneira correta.
qualquer processo de aplicação de um
sistema, sendo elas:
• Ar seco e isento de óleo;
• Tinta corretamente homogeneizada;
• Superfície limpa e isenta de óleo
contaminante;
• Intervalo entre demãos obedecidas;
• Compatibilidade entre demãos;
• Pistola corretamente regulada e com
acessórios adequados;

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 41


A primeira parte trata dos tipos de As considerações de design da peça têm
estruturas, das superfícies, dos ambientes, grande importância na proteção
das tintas e dos trabalhos que podem anticorrosiva, principalmente nos cantos e
ocorrer, e assim classifica cada um em partes internas.
diversas categorias.
O próximo passo é classificar o
ambiente em que a pintura ficará exposta,
podendo ser classificada em 6 casos:
 C1 – Muito baixa
 C2 – Baixa
 C3 – Média
 C4 – Alta
 C5 – Muito alta
 CX – Extremo
Além disso pode-se especificar se o
ambiente é industrial ou marinho, como
também se há proximidade de zonas
agressivas.
Outro ponto muito importante para determinar a efetividade da pintura é a preparação da
superfície.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 42


O ideal é uma superfície limpa (sem contaminantes: óleo, graxa, poeiras, sais, água) sem
produtos de oxidação (carepa, ferrugem, corrosão branca) e com rugosidade adequada, para
uma boa aderência da tinta.
Há também um sistema chamado ‘duplex’, que consiste em um substrato galvanizado
com aplicação de tinta, gerando um efeito sinérgico. Ou seja, a pintura fornece barreira de
superfície sobre o galvanizado e o revestimento galvanizado fornece corrosão lenta sob a
pintura, assim o destacamento da pintura é minimizado devido ao produto da corrosão. A
durabilidade tem expectativa de 1,5 a 2,5 vezes a soma das expectativas de vida de cada um
separadamente.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 43


9 EQUIPAMENTOS E CONDIÇÕES DE OPERAÇÕES

Bicos e Pistolas
Sistema ‘Airless Spray”

Tipo de produto Abertura do orifício Tamanho do leque


Baixa e Média Viscosidade 0,009 " 6, 8 e 10 "

Baixa e Média Viscosidade 0,011 " 6, 8, 10 e 12 "

Baixa e Média Viscosidade 0,013 " 4, 6, 8, 10 e 12 "

Baixa e Média Viscosidade 0,015 " 6, 8 e 12 "

Baixa e Média Viscosidade 0,018 " 8, 12 e 14 "

Baixa e Média Viscosidade 0,021 " 8, 10, 12 e 14 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,023 " 12, 14 e 16 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,026 " 10, 14 e 18 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,031 " 10, 14 e 18 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,036 " 12 e 18 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,043 " 12 e 18 "

Alta Viscosidade e Alta Espessura 0,052 " 12 e 18 "

Queda de pressão de ar
Leitura da Pressão real no revólver para mangueiras de diferentes comprimentos (lb / pol 2)
Mangueiras
pressão no
(diâmetro interno)
transformador
pol 1,5 metro 3 metros 5 metros 7 metros 8 metros 16 metros
de ar (lb/pol2)
1/4 26 24 23 22 21 9
30
5 / 16 29 28,5 28 27,5 27 23
1/4 34 32 31 29 27 16
40
5 / 16 38 37 37 37 36 32
1/4 43 40 38 36 34 22
50
5 / 16 47 47 46 45 45 40
1/4 51 48 46 43 41 29
60
5 / 16 57 56 55 55 54 49
1/4 59 56 53 51 48 36
70
5 / 16 66 65 64 63 63 57
1/4 68 64 61 58 55 43
80
5 / 16 75 74 73 72 71 66
1/4 76 71 68 65 61 51
90
5 / 16 84 83 82 81 80 74

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 44


Cálculo do ponto de orvalho

O ponto de orvalho é a temperatura na qual a umidade do ar condensa sobre a superfície.


Somente aplicar se a temperatura do substrato estiver pelo menos 3ºC acima do ponto de
orvalho. Para a obtenção deste valor usa-se também a umidade relativa do ar, que pode ser
obtida diretamente através de um higrômetro rotativo.

Umidade Temperatura Ambiente (ºC)


Relativa do ar 0 5 10 15 20 25 30 35 40
90 -1,3 3,5 8,2 13,3 18,3 23,2 28,0 33,0 38,2
85 - 2,0 2,6 7,3 12,5 17,4 22,1 27,0 32,0 37,1
80 - 2,8 1,9 6,5 11,6 16,5 21,0 25,9 31,0 36,2
75 - 3,6 0,9 5,6 10,4 15,4 19,9 24,7 29,6 35,0
70 - 4,5 - 0,2 4,5 9,1 14,2 18,6 23,3 28,1 33,5
65 - 5,4 - 1,0 3,3 8,0 13,0 17,4 22,0 26,8 32,0
60 - 6,5 - 2,1 2,3 6,7 11,9 16,2 20,6 25,3 30,5
55 - 7,4 - 3,2 1,0 5,6 10,4 14,8 19,1 23,9 28,9
50 - 8,4 - 4,4 - 0,3 4,1 8,6 13,3 17,5 22,2 27,1
45 - 9,6 - 5,7 - 1,5 2,6 7,0 11,7 16,0 20,2 25,2
40 - 10,8 - 7,3 - 3,1 0,9 5,4 9,5 14,0 18,2 23,0
35 - 12,1 - 8,6 - 4,7 - 0,8 3,4 7,4 12,0 16,1 20,6
30 - 14,3 - 10,2 - 6,9 - 2,9 1,3 5,2 9,2 13,7 18,0

Como usar a tabela:

Podemos utilizar os seguintes dados: suponhamos que a temperatura ambiente seja igual a 25ºC
e a umidade relativa do ar igual a 75%. O seu ponto de orvalho será de 19,9 ºC (valor obtido
diretamente pela tabela acima). Portanto, não se deve aplicar qualquer tinta se a temperatura do
substrato não estiver pelo menos a 22,9 ºC.

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 45


10 GLOSSÁRIO

A
Abrasão - Desgaste de uma superfície decorrente do atrito de um sólido;

Abrasivo - o que pode causar abrasão;

Acetinado - aspecto intermediário entre uma superfície pintada brilhante e outra fosca. O
mesmo que semi-brilhante ou semi-fosco;

Aderência - propriedade de película que, ao ser aplicada uma superfície, a ela se adere
resistindo ao descolamento. O mesmo que adesividade ou adesão;

Aditivos - substâncias integrantes de composição que conferem propriedades específicas à


tinta líquida ou à película formada;

Absorção - fixação das moléculas de uma substância sobre a superfície de outra substância,
sob a ação das forças intermoleculares;

Agente de Cura - substância que, reagindo quimicamente com outra, promove sua
polimerização e consequentemente sua cura. Ver tinta bi componente;

Alastramento - característica da tinta cuja película úmida é autonivelante e lisa, sem texturas
das marcas de trincha ou rolo;

Amarelecimento - mudança de coloração, observada em película claras, após a exposição;

Ancoragem - aderência mecânica de uma película à superfície;

Anti-incrustante - tinta que contém produtos venenosos (biocidas), usada nas zonas
submersas de equipamentos para impedir a incrustação de organismos marinhos;

Armazenagem - estocagem de tintas e materiais de pintura;

B
Baixa fluidização - Pó pesado com pouca movimentação no tanque gerando aplicação com
camada irregular;

Barreira - mecanismo anticorrosivo físico no qual o substrato é isolado do meio corrosivo pelo
revestimento;

Bolhas - ver empolamento;

Brilho - grau de reflexão da luz em uma superfície pintada, expressa em porcentagem;

C
Calcinação - Envelhecimento superficial da pintura resultando no seu engizamento
(branqueamento, "chalcking");

Camada - película ou conjunto de películas secas de tintas;


DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 46
Carepa de Laminação - crosta superficial de óxidos de ferro, dura e aderente à metal base,
oriunda do processo de laminação de chapas à quente ou extrusão de não planos;

Carga - constituinte pigmentário adicionado a veículo, com finalidade, dentre outras, de baratear
o produto, controlar o brilho, conferir propriedades específicas à película;

Casca de Laranja - defeito estético e superficial de uma película, onde o aspecto é rugoso
similar à casca de laranja;

Catalisador - termo empregado erroneamente como agente de cura;

Coesão - força que mantém unidos entre si os constituintes de uma película, promovendo sua
integridade e propriedades mecânicas;

Compatibilidade - propriedade que duas ou mais diferentes resinas possuem de poderem ser
misturadas entre si, ou aplicadas uma sobre a outra, dando origem a uma película de tinta sem
defeito;

Contaminação - O filme apresenta pontos de impurezas dispersos após o processo de cura;

Copolímero - é o polímero formado de manômetros diferentes;

Cor - sensação ótica provocada pela propriedade dos raios iluminados de uma determinada
frequência, capazes de impressionar a retina humana;

Corrosão - é a deterioração de um material metálico ou não por ação química ou eletroquímica


do ambiente;

Corrosão Alveolar - corrosão metálica que ocorre na superfície sob a forma de cavidade de
fundo arredondado, com profundidade geralmente menor que o seu diâmetro;

Corrosão Branca - produto de corrosão de metais não ferrosos tais como zinco e alumínio;

Corrosão Generalizada - corrosão que se apresenta sobre toda extensão de uma superfície;

Corrosão Localizada - é aquela que se concentra sobre uma região específica da superfície;

Corrosão por Pite - corrosão metálica que se apresenta na superfície sob a forma de cavidade
de fundo em forma angular, com profundidade geralmente maior que o diâmetro;

Corrosão Uniforme - forma de corrosão metálica caracterizada pela perda regular de


espessura;

CPV (Concentração de Pigmentos em Volume) - relação entre o teor volumétrico de pigmento


(P) presentes na tinta e o teor volumétrico de sólidos totais (P + VNV);

Cratera - Pequena depressão arredondada na película da tinta, podendo ser superficial ou


perfurante. Nesta segunda condição também é conhecida por olho de peixe;

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 47


Craqueamento - defeito na película seca, sob a forma de fendas ou fissuras, com ou sem
exposição do substrato;

Cura - condição em que uma película apresenta propriedades que lhe permita ser submetida a
testes de desempenho e serviço;

Cura tinta em pó - Processo de polimerização da tinta em pó que lhe confere as características


finais de aderência e dureza, conseguido por meio de exposição ao calor em ciclo de tempo e
temperatura pré-determinado;

D
Decapagem - consiste na remoção por processo químico ou eletroquímico de qualquer tipo de
óxido e outros contaminantes da superfície metálica, inclusive da carepa de laminação;

Defeitos - Quaisquer alterações na pintura que ocorram durante a aplicação ou após a sua
exposição que, do ponto de vista técnico e/ou estético, sejam indesejáveis independentemente
de suas causas;

Demão - refere-se a uma película de tinta aplicada em um ou mais passes. Ver passe;

Descaimento - ver escorrimento;

Descolamento - defeito causado pela perda da aderência da película seca, espontânea ou


provocadamente;

Descoloração - alteração superficial da cor original;

Descontinuidade - falha ou defeito estrutural na película seca;

Detector de Descontinuidade - aparelho destinado a verificar a continuidade de uma película


redução excessiva de espessura, porosidade, fendilhamento e impregnação com partículas
metálicas.

Diferença de tonalidade - Coloração diferente do padrão ou variação de cor entre áreas


diferentes de uma mesma peça ou ainda, entre peças;

Diluentes - líquido usado para diminuir a viscosidade de uma tinta. O mesmo que solvente,
dissolvente e thinner;

Diluição - ajuste da viscosidade da tinta por meio de adição de diluente;

Dispersão - mistura heterogênea de uma fase sólida, finamente dividida e dispersa em uma
matriz líquida;

E
Efeito corona – partículas com carga negativa são atraídas pela peça a ser pintada numa
velocidade e eficiência que dependem da intensidade do campo elétrico;

Efeito tribo – as partículas adquirem carga elétrica através de fricção numa superfície
adequada;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 48
Empoamento - formação de pó solto na superfície em que a tinta está aplicada, causada pela
degradação do ligante exposto ao intemperismo natural;

Empolamento (bolhas) - Formação de bolhas contendo sólido, líquido ou gás após determinado
período da pintura;

Endurecedor - ver tinta bi componente;

Enrugamento - defeito superficial de pintura, típico das tintas óleo-resinosas, resultante da


expansão devido à grande absorção de oxigênio quando aplicadas com espessura excessiva;

Erosão - desgaste de uma superfície decorrente do atrito de um fluído;

Escorrimento - Acúmulo de tinta em forma de ondas ou gotas após a cura da tinta em


superfícies verticais;

Esmalte - termo utilizado em algumas tintas de acabamento em substituição a expressão "Tinta


de Acabamento";

Espessura Irregular - defeito de aplicação caracterizada pela obtenção de espessura diferente


da faixa especificada;

Esquema de Pintura - definição do preparo de superfície e da especificação das tintas,


abrangendo a sequência da aplicação, espessuras, intervalos entre demãos e cor;

Estrias - marcas deixadas por trincha ou pincel na aplicação, ou danos na película úmida, sob
a forma de sulcos;

Exposição às Intempéries - processo que consiste em deixar uma película exposta ao ar livre,
para que sejam verificadas suas propriedades. Também usado para facilitar a remoção de
carepa de laminação;

Exsudação - aparecimento de matéria líquida, oriunda de camadas inferiores, sobre uma


película já seca;
F
Falta de aderência - Descascamento total ou parcial entre película e substrato ou entre primer
e acabamento no caso de aplicações de dupla camada;

Fendilhamento - ver craqueamento;

Ferrugem - produtos de corrosão do ferro. Normalmente, mistura de óxidos e hidróxidos de


ferro;
Fiapo - ver Teia de Aranha;
Fluidização - Processo no qual a tinta em pó se mistura com ar fazendo com que as partículas
se mantenham em suspensão, aptas a serem conduzidas para a pistola eletrostática;

Flutuação - defeito de tinta, ocasionado formulações que contenham pigmentos de massas


específicas diferentes, resultado modificação da cor final da película;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 49
Folheamento ("leafing") - consiste no posicionamento superficial de pigmentação metálica
notadamente do alumínio, e resulta no aspecto metálico da superfície da película;

Forneio – tempo necessário para cura de tinta em pó após a aplicação dentro da estufa;

Fosqueador - substância adicionada a tintas e vernizes, de modo a diminuir o brilho da película;

Fosqueamento - aspecto decorrente da perda de brilho de uma superfície pintada;

G
Galvanização - é o revestimento metálico obtido pela deposição de camada de zinco sobre uma
superfície metálica, geralmente aço-carbono, através de imersão à quente ou eletrodeposição;

Gancheira – suporte para aplicação das tintas em pó, deve ser aterrado de maneira correta para
melhorar e eficiência;

Gelatinização - defeito de tinta cujo estado normal seria líquido;

Gizamento - ver empoamento;

Granalha - partículas de metal (geralmente de aço), usadas em jateamento abrasivo;

Grumo - partículas presentes na massa líquida de uma tinta geralmente provenientes de


alteração durante seu armazenamento, o que caracteriza um estágio de deterioração;

I
Imersão - método de aplicação de tinta que consiste no mergulho da peça na tinta;

Impermeabilidade - capacidade de uma película de impedir a passagem de gases, líquidos e


íons;

Impregnação de Abrasivo - defeito estrutural na película devido à exposição da tinta ainda não
seca ao toque, em ambientes contaminados com abrasivo em suspensão, contaminação das
tintas ou dos equipamentos de aplicação;

Inclusão de Pelos - defeito estrutural da película decorrente de impregnação de pelos de


trincha, rolo ou de outras fontes durante a aplicação;

Inibidor de Corrosão - é uma substância, ou mistura de substâncias, que quando presente em


concentrações adequadas, no meio corrosivo, reduz ou elimina a corrosão;

Intemperismo - ver exposição às intempéries;

L
Lamelar - que tem o formato de pequenas lâminas ou escamas, característica de certos
pigmentos metálicos e do óxido de ferro micáceo;

Leito fluidizado – é um sistema em que partículas sólidas são transformadas em um estado


como de um líquido através da suspensão de ar;

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 50


Ligante - ver resina;

Limpeza de Superfície - ver preparo de superfície;

Lixamento - método mecânico ou manual de remoção de impurezas ou de quaisquer


substâncias adesivas às superfícies metálicas, ou não. Usado também para promover "quebra
de brilho" ou superfície propícia à ancoragem de demãos subsequentes;

M
Marcas de lixa - Aspecto de riscos no filme após a cura;

Mancha - defeito superficial da película cuja cor, tonalidade ou brilho, apresenta-se diferente do
restante da superfície;
Massa - tipo de revestimento de alta consistência, próprio para aplicação manual ou à espátula
e que nivela a superfície;
Meio Corrosivo - qualquer ambiente que possa reagir ou favorecer reações químicas ou
eletroquímicas entre si e o metal;
Microfervura - Também conhecida por ponta de agulha, é a presença de várias microcrateras
que aparecem em parte ou em toda a superfície pintada;

Molhamento - propriedade de uma tinta, quando aplicada sobre uma superfície, a ela aderir
quando ainda líquida;

N
Nata - ver pele;
Névoa - Perda visual de brilho mesmo que a medição por aparelhos apresente valores dentro
do padrão;

Nuvem - ver velamento;

O
Opacidade - é a capacidade de uma película obliterar o substrato;

P
Passe - número de aplicações necessárias para se atingir a espessura de película por demão.
Passe Cruzado: aplicação em forma de cruz;

Pele - camada superficial de tinta endurecida ou gelatinizada, encontrada na superfície da tinta


contida num recipiente;
Película Seca - estado da tinta após a secagem completa;

Película úmida - estado da tinta no ato de sua aplicação;

Perfil de Rugosidade - irregularidades obtidas sobre a superfície, de modo a favorecer a


ancoragem mecânica;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 51
Pigmento - componente sólido, finamente dividido presente na tinta que tem como principais
finalidades conferir cor e propriedades anticorrosivos à película;

Pintura - é o processo de proteção de uma superfície pela aplicação de tintas;

Pintura de Campo - pintura executada no local da obra;

Pintura de Fábrica - pintura executada na fábrica, antes do embarque para a obra;

Pistola eletrostática – aparelho de pintura que gera uma tensão na tinta em pó, assim ocorre a
deposição na peça aterrada;
Plastificante - substância incluída na composição de tintas e vernizes, para aumentar a
flexibilidade da película seca;
Pó não aderido - Durante a aplicação o pó bate na peça não aderindo, gerando mais tinta para
ser recuperada;

Pó recuperado - Tinta que não se fixou à peça durante a aplicação e é coletada do filtro e do
piso/ paredes da cabina para re-uso;

Poder de Cobertura - é a espessura mínima de uma película que oblitera os quadrados pretos
e brancos do substrato sobre o qual se aplicou a tinta;

Polimerização - consiste no crescimento de uma cadeia química, pela ligação de compostos


iguais ou diferentes (copolimerização). É também chamada reticulação;
Pontos salientes - Defeito constituído por minúsculos grânulos da mesma cor da tinta, dispersos
aleatoriamente na tinta curada;

Poro - microfalha estrutural na película de forma arredondada que possibilita a penetração de


agentes corrosivos;

Preparo de Superfície - conjunto de operações que objetivam tornar um substrato capaz de


receber uma demão de tinta. Pode ser efetuado por: limpeza com solventes, com ferramentas
manuais, com ferramentas mecânicas e por jateamento abrasivo;

Primid – agente de cura substituto ao TGIC nas tintas pó;

Pulverização - princípio do processo de aplicação de tintas, através de pistola convencional


(com ar) ou pistola sem ar ("air less");

Pulverização Seca - ("overspray") - defeito estrutural da película decorrente da pulverização


deficiente, de modo que as partículas não se aglutinam, resultando espaços intersticiais ou poros
na película com penetração dos agentes corrosivos;

PVS ("Pigment Volume Content") - ver CPV;

Q
Quebra de Brilho - ver lixamento;

R
Redutor - ver diluente;
DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 52
Removedor - substância usada para remover uma película de tinta;

Rendimento - relação entre a área pintada e o volume de tinta utilizada, numa determinada
espessura;

Resina - é o componente de uma tinta que confere a esta propriedade de coesão e adesão. O
mesmo que ligante, veículo não volátil ou "binder";

Resina Termoplástica - resina orgânica solúvel em solventes que, por aquecimento, amolece,
voltando a endurecer pela cessação da fonte de calor;

Resina Termorrígida - resina orgânica solúvel em solvente que se transforma numa película
rígida, por meio de aquecimento ou polimerização. A película obtida não mais amolece se
exposta ao calor;

Resistência à Abrasão - resistência de uma película aos agentes abrasivos (ver abrasão);

Resistência à Temperatura - caraterística da película seca de suportar o nível térmico


requerido;

Retardamento do Movimento - ver barreira;

Retenção de Cor - propriedade de uma película de manter a cor original, após exposição;

Revestimento Anticorrosivo - técnica de proteção que consiste na interposição de uma


película, geralmente orgânica, entre o substrato e o meio corrosivo;
Rugosidade - ver perfil de rugosidade;

S
Sangramento - é a difusão, para as películas superiores da camada, de uma substância solúvel,
oriunda da película anterior ou do substrato, dando origem a manchas;
Secagem - é o endurecimento resultante da evaporação de solventes e/ou da polimerização do
veículo;
Secagem à Pressão - fase da secagem em que uma pressão pré-determinada, exercida sobre
a superfície pintada, não deixa marcas visíveis a olho nu;
Secagem Livre de Pegajosidade - fase da secagem em que não há mais aderência de poeira
na superfície pintada;
Secagem ao Toque - fase da secagem que permite o leve toque manual na superfície pintada,
sem que nenhuma tinta seja removida;
Secagem Completa - ver cura;
Secagem Forçada - método para reduzir o tempo de secagem de uma tinta, geralmente com o
emprego de calor;
Secagem para Repintura - fase da secagem que permite aplicação da demão subsequente;
Sedimentação - deposição de pigmentos ou cargas no fundo do recipiente por decantação;

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 53


Selante - tinta usada entre duas outras demãos de tinta que não devem ser aplicadas
diretamente uma sobre a outra, ou sobre substratos porosos;
Substrato - qualquer superfície passível de receber pintura;

T
Teia de Aranha - fenômeno originado pela inadequação do atomizador ou dos solventes
utilizados durante a aplicação a pistola, o que faz com que a tinta, ao invés de ser atomizada
saia em filamentos. O mesmo que fiapo;
Tempo de Armazenagem - período de tempo em que a tinta pode ser armazenada, sem perder
nenhuma de suas características;
Tempo de Indução - tempo necessário, após a mistura e antes da aplicação, para que haja uma
pré-reação de polimerização entre os componentes de uma tinta;
Tempo de Secagem - período de tempo necessário a alcançar os respectivos estágios de
solidificação de película conhecidos como "seco ao toque", "seco livre de pegajosidade", "seco
à pressão", "seco completo" e "seco à repintura";
Tempo de Vida Útil - ver vida útil;
Termografia - Processo de medição contínua da temperatura das peças aplicadas durante o
período que permanecem na estufa;

Termoplásticas - ver resinas termoplásticas;

Termorígidas - ver resinas termorígidas;

TGIC – agente de cura amplamente utilizado nas tintas em pó, devido a toxicidade outros
agentes estão em estudo; ver Primid;

Tinta - produto líquido ou pastoso com propriedade de formar película após secagem ou cura;

Tinta Bicomponente - produto apresentado em dois componentes cuja mistura obrigatória


resulta em reação de polimerização e cura da película;

Tinta de Acabamento - tinta aplicada sobre a tinta de fundo ou a intermediária de modo a


conferir propriedades de cor e de impermeabilização a esquema de pintura;

Tinta de Aderência - tinta com o finalidade de permitir a aderência de pintura sobre superfícies
galvanizadas, alumínio, inox e superfície de aço;

Tinta de Fundo ("primer") - tinta com propriedades anticorrosivas, seja por mecanismo de
proteção por barreira, pigmento inibidor ou proteção catódica;

Tinta de Proteção Temporária ("shop primer") - tinta aplicada em peças ou equipamentos


antes da montagem, podendo ou não ser aproveitada como integrante do esquema de pintura
definitivo;

Tinta Fluorescente - tipo de tinta que emita luz ao incidir sobre ela um feixe luminoso, cessando
quando a fonte ativadora cessa;

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 54


Tinta Fosforescente - tipo de tinta que emite luz quando sobre ela incide um feixe luminoso. A
emissão continua após cessada a ação da fonte atuadora;

Tinta Intermediária - tinta aplicada entre a tinta de fundo e a tinta de acabamento;

Tinta Retro refletiva - tinta utilizada principalmente em demarcação de pisos, cuja característica
básica é apresentar maior poder de reflexão de luz;

Tinta pó – são tintas em que 100% da matéria prima são sólidos, constituídas de pigmentos,
resinas, agentes de cura e aditivos;

Tixotropia - fenômeno que implica na redução temporária de viscosidade de uma tinta, durante
a agitação;

Tonalidade - diferentes matrizes da mesma cor;

Trinca - defeito estrutural da película caracterizado por descontinuidade alongada. O mesmo


que fendilhamento ou craqueamento;

U
Umidade Relativa do Ar - (% U.R.A) - é a relação percentual entre a quantidade de vapor d’água
existente num ambiente e a quantidade necessária de vapor d’água para saturá-lo, numa
determinada temperatura;

V
Variação de brilho - Variação de brilho em relação ao padrão no caso de tintas ultra- foscas a
semi-foscas;

Veículo - parte líquida da tinta, composta geralmente, de resinas e diluentes;

Veículo Não Volátil (VNV) - ver resina;

Velamento - defeito superficial da película, em que parte ou toda a película aparece como um
véu esbranquiçado;

Verniz - composição desprovida de pigmentos, que fornece película transparente, usada quando
se quer preservar o aspecto intrínseco da superfície a pintar;

Vida Útil da Mistura ("pot life") - período decorrido entre a mistura dos componentes de uma
tinta que forma a película por reação de polimerização, até que esta reação esteja tão adiantada,
que sua aplicação se torne não recomendável, devido a sua alta viscosidade;

W
Wash-Primer - ver tinta de aderência

DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 55


11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRACO, Associação Brasileira de Corrosão, Inspetor de Pintura Nível I, Rio de Janeiro, Fev
de 1988.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14951: Sistemas de pintura em


superfícies metálicas – Defeitos e correções. Rio de Janeiro, p. 2. 2003.

DIAS, LUIS ANDRADE DE MATTOS – ESTRUTURAS DE AÇO: CONCEITOS TÉCNICAS E


LINGUAGEM, Publicação Zigurate Editora – 1997 – São Paulo.

FAZANO, CARLOS ALBERTO T.V. - TINTAS - MÉTODOS DE CONTROLE DE PINTURAS E


SUPERFÍCIES, Hemus Editora Limitada - São Paulo.

FAZENDA, Jorge M. R. (coordenador), Tintas & Vernizes – Ciências e Tecnologia, Associação


Brasileira dos Fabricantes de Tintas, 3ª ed. São Paulo, Edgard Blücher, 2005.

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Rev: 16 | Data (m/a): 07/2020.
Sujeito a alterações sem aviso prévio.
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DT 16 – Análise de Falhas e Defeitos | 58

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