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8.2 Recursos não ópticos ................................................................ 35
9.3 ENRIQUECIMENTO.................................................................. 48
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1 O QUE É SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS?
Fonte: www.brodowski.sp.gov.br
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Estudantes com deficiência – aqueles que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação
com diversas barreiras, podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na
escola e na sociedade;
Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento – aqueles que
apresentam quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor,
comprometimento nas relações sociais, na comunicação e/ou estereotipias
motoras. Fazem parte dessa definição estudantes com Transtorno do Espectro
Autista, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da
infância;
Estudantes com altas habilidades ou superdotação – aqueles que
apresentam potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do
conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotora, artes e criatividade.
A SRM foi pensada inicialmente como um “pedaço” da educação especial
dentro da escolar regular, voltada para o atendimento especializado, de forma
complementar e suplementar, visando dar assistência e apoio, dentro da escola
inclusiva, ao público alvo daquela modalidade de ensino. Contudo, a inclusão
escolar não pode ser vista como algo restrito aos alunos com deficiência ou aos
com altas habilidades ou superdotação.
É preciso pensar que todos aqueles que apresentam alguma
necessidade educacional especial, mesmo que momentânea, gerada por fatores
biológicos ou sociais precisam de uma atenção diferenciada. Encontra-se na
Declaração de Salamanca (1994) o princípio que estrutura uma escola para
todos, no qual pode-se ler que as
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2 A CONTRIBUIÇÃO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO ESPAÇO
ESCOLAR
Fonte www.campinas.sp.gov.br
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de maneira independente, tendo como particularidade a ênfase que é dada na
função, ou seja, na habilidade de realizar tarefas específicas em casa, na escola
ou no ambiente educacional.
Conforme os documentos legais encontrados sobre as SRM, diversos são
os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para os serviços, como recursos
computacionais adaptados, softwares, jogos, porém alguns estudos indicam que
alguns desses recursos não chegam à prática do professor de Educação
Especial por desconhecimento da gestão escolar sobre eles, ou também pelo
despreparo do professor para utilizá-los e reconhecê-los em todo o seu potencial.
O kit com os recursos e equipamentos que é destinado às Salas de
Recursos Multifuncionais foi sendo modificado e ampliado ao longo dos anos de
implantação dessa política de atendimento à clientela da educação especial.
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Atualização do kit das Salas de Recursos Multifuncionais:
2 Notebooks, 1 Alfabeto móvel e sílabas, 1 Alfabeto Braille, 1 Caixinha
de números, 1 Bola de futebol com guizo, 1 Scanner com voz, 1 Mouse estático
de esfera, 1 Teclado expandido com colmeia.
Itens que se repetem: 1 Impressora multifuncional, 1 Material dourado, 1
Caixa tátil, 1 Dominó tátil, 1 Memória Tátil, 2 Bolas com guizo, 1 Lupa eletrônica
e 1 Máquina de escrever em Braille.
Fonte: zadante.orgfree.com
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Essa mesma característica está presente na Caixinha de Números. Ou
seja, são recursos que, pela sua forma, podem ser utilizados por alunos com ou
sem deficiência, inclusive em uma atividade em grupo com todos os alunos da
sala.
Analisando os saberes subjacentes a esses recursos, verifica-se que
eles envolvem desde informações simples até saberes complexos. Um exemplo
se refere ao uso da Colmeia para Teclado. Trata-se de um recurso
confeccionado em acrílico transparente que fica sobre o teclado, como proteção,
e que apresenta furos na forma de circunferências para que o usuário possa
colocar os dedos e acionar as teclas. Tem sido indicado para alunos com
dificuldades motoras para acesso ao teclado e possibilita que isso seja feito sem
esbarrar nas outras teclas. Mas não é indicado para alunos que têm movimentos
involuntários, como alunos acometidos por paralisia cerebral do tipo atetoide.
Como essa informação nem sempre é conhecida, há relatos de que, em algumas
escolas, a Colmeia foi descartada ou deixada de lado pelo entendimento de se
tratar apenas de um protetor do teclado, um acessório de embalagem. Apesar
de essa informação não ser tão complicada, o desconhecimento tem levado a
interpretações equivocadas sobre um simples recurso.
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superdotação, levando-se em consideração o tempo necessário de acesso e
permanência nas SEM.
Fonte: www.designhub.it.com.br
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A produção de material adaptado está entre as funções das SRM que vêm
sendo debatidas pelos professores, uma vez que sobrecarrega o trabalho
docente e exige recursos financeiros que nem sempre a escola possui. Nas
SRM, são utilizados novos parâmetros de avaliação, distintos dos utilizados no
processo de avaliação das salas comuns, nas quais recorre-se a notas e
conceitos. A avaliação, nas SRM, é centrada no desenvolvimento pedagógico
dos estudantes, indo além dos conteúdos escolares; os educadores exercem
uma função de cuidadores, ultrapassando o ambiente da sala de aula, já que
observam os educandos em diversas atividades escolares. A avaliação,
portanto, um olhar para as “entrelinhas” das diferentes ações desenvolvidas
pelos educandos na escola.
Dentre os objetivos do Programa de Implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais, instituído pelo MEC/SEESP, por meio da Portaria Ministerial n.º
13/2007, está o que se refere a “disponibilizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade às escolas regulares da rede pública de ensino.
Uma SRM adequada deve ser provida de boa iluminação, janelas e
ventilação adequada. Deve predominar o mobiliário aos recursos didáticos e
equipamentos tecnológicos, as mesas, cadeiras e estantes devem estar
distribuídos em diferentes espaços na sala. Na parede poderá constar um quadro
de avisos, alfabeto e cartazes, um cantinho de leitura pode ser útil para chamar
a atenção dos alunos.
As Salas de Recursos Multifuncionais pesquisadas no estudo de Oliveira
(2015) apresentam, portanto, disposições específicas de organização espacial,
sendo que a maioria possui também mobiliário e equipamentos suficientes para
o Atendimento Educacional Especializado. Entretanto, cabe frisar, muitos dos
recursos e equipamentos são limitados, ao se considerar que o Programa de
Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (2010) disponibiliza
equipamentos, mobiliários, materiais didáticos e pedagógicos para a
organização das salas e para a oferta do Atendimento Educacional
Especializado com salas de tipo I e II.
Conforme especificações, os equipamentos das SRM compreendem
microcomputadores, laptops, estabilizadores, impressora a laser, acionador de
pressão, mouse com entrada para acionador, lupa eletrônica, impressora Braille,
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máquina de datilografia Braille, reglete de mesa, calculadora sonora, dentre
outros.
Estudos demonstram que alguns equipamentos, apesar de existirem nas
Salas de Recursos, são poucos ou nunca utilizados pelos professores. Os
motivos vão desde a falta de domínio da sua operacionalização ao fato de não
estarem em perfeito funcionamento.
O local escolhido para o funcionamento da SRM, a valorização atribuída
aos espaços e o grau de participação nas decisões em relação a sua utilização
são aspectos importantes na dinâmica do trabalho pedagógico da escola.
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surdez para ensinar-lhes Libras ou para o ensino da Língua Portuguesa escrita.
(ROPOLI et al., 2010, p. 22).
Essas orientações indicam que o atendimento educacional não é
padronizado, mas sim flexível e devendo ser feito de acordo com as
necessidades educacionais dos educandos.
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Ao aderir ao Programa, as secretarias de educação devem:
• informar às escolas sobre a adesão ao Programa Implantação de Salas
de Recursos Multifuncionais;
• monitorar a entrega e instalação dos recursos nas escolas;
• orientar as escolas, quanto à implantação das salas de recursos
multifuncionais e à institucionalização da oferta do AEE no PPP;
• acompanhar a organização e oferta do atendimento educacional
especializado pela escola;
• validar as informações de matrícula dos estudantes público alvo da
educação especial, junto ao Censo Escolar MEC/INEP;
• promover a assistência técnica, a manutenção e a segurança dos
recursos disponibilizados;
• apoiar a participação dos professores nos cursos de formação
continuada para o AEE;
• regularizar o patrimônio, após a publicação do termo de Doação pelo
MEC/SECADI.
As salas de recursos multifuncionais devem manter seu efetivo
funcionamento, com oferta do atendimento educacional especializado – AEE,
aos estudantes público alvo da educação especial, matriculados em classes
comuns do ensino regular, devidamente registrados no Censo Escolar
MEC/INEP.
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4.1 Autismo
Fonte: www.saudemedicina.com
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Crianças com TEA, quando inseridas na escola, deixam mais evidentes
as dificuldades que podem apresentar na linguagem, no relacionamento com os
outros e no comportamento. Facíon (2008, p. 68 e 69) afirma que:
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Sendo assim, tanto os profissionais da educação como toda a
comunidade escolar devem estar preparados para receber esse aluno, através
de cursos de formação continuada na área da Educação Especial.
Contudo não são todas as crianças com Transtorno do Espectro Autista
(TEA) que podem frequentar as salas comuns da rede regular de ensino,
conforme consta na Cartilha: Direitos das pessoas com Autismo (2011, p.12):
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diário do aluno, alimentos, coisas da rotina dele, como ir ao banheiro ou beber
água. Para confecção das pranchas é de grande importância a participação da
família, já que conhecendo bem a criança, esta poderá orientar os melhores
símbolos a serem utilizados, de modo que façam sentido para o universo da
criança.
Fonte: tudobemserdiferente.files.wordpress.com
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inapropriados passem a ser secundários e as habilidades se tornem o foco no
qual o educador concentrará sua atuação. (p. 168)
Crianças com TEA, em um ambiente realmente inclusivo, são capazes de
usufruir do direito de aprender. Vale ressaltar que, as estratégias para inclusão
e melhora da rotina deste aluno, devem ser realizadas não apenas na sala de
aula regular. A Sala de Recursos Multifuncionais tem papel fundamental na
adoção destas estratégias e quantas outras se façam necessárias, respeitando
a individualidade de cada aluno e suas necessidades específicas. Os
professores da SRM devem articular planejamentos e atividades junto aos
professores da classe regular.
Para Gomes (2007) apud Fernandes; Ramos (2012):
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adaptações necessárias aos autistas, pois uma avaliação que a turma regular
realiza em um dia, o aluno autista poderá necessitar de mais dias para concluir.
5 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Fonte: apaesbc.com.br
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jogos lúdicos. Sala de recursos é considerada uma sala provida de material e
equipamentos apropriados para atendimento das necessidades específicas de
alunos excepcionais.
As práticas educativas para alunos com déficit intelectual estão
intimamente ligadas à cultura escolar na qual se organizam de modo que, ao se
analisar determinado currículo, pode se verificar não só os conteúdos que são
vistos como importantes naquele grupo cultural, como também são priorizados
alguns conteúdos em detrimento de outros. Pode-se concluir que historicamente
os critérios de escolha, que guiaram os professores, se deram pela leitura
etiológica da deficiência. Confirma-se com isso que o conhecimento é
desigualmente distribuído no ensino especial.
Importante destacar, na política de inclusão, o conceito de flexibilização
ou adaptação do currículo. Para Mantoan, (2007), as adaptações curriculares
funcionam como reguladores externos de aprendizagem e precisam ser revistas.
A autora aponta que “[...] ao invés de adaptar e individualizar/diferenciar o ensino
para alguns, a escola precisa recriar suas práticas, 37 mudar concepções, rever
seu papel, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças” (MANTOAN,
2007, p.17).
Lustosa (2010), Gomes (2007) e Mantoan (2003; 2007) afirmam que a
escola deve trabalhar para a emancipação intelectual num processo em que a
adaptação dos conteúdos é realizada pelo próprio aluno que vai assimilando um
novo conhecimento de acordo com suas possibilidades de incorporá-lo ao que
já conhece.
Nesse processo, destaca-se a importância da valorização das diferenças
individuais, pois cada aluno precisa ser respeitado no seu tempo de
aprendizagem e na sua forma singular de aprender. Além disso, diferentes
ideias, opiniões, níveis de compreensão, que enriquecem o processo escolar,
podem contribuir para o entendimento dos alunos e dos professores numa
interação que favoreça a todos.
Importante pontuar que os alunos com deficiência intelectual têm mais
dificuldade para aprenderem com aulas expositivas e precisam ser engajados,
segundo Oliveira, “[...] em situações desafiantes, num processo particular de
descoberta [...]” (OLIVEIRA, 2006, p. 23). Situações essas que devem partir dos
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componentes curriculares, no entanto o trabalho do professor da Sala de
Recursos Multifuncional deverá ser de estimular o aluno e não apenas adaptar
currículo.
O professor deve ser um mobilizador das práticas pedagógicas do ensino
regular, afirma Lustosa (2010). Todos os aspectos no plano didático desse
atendimento devem ser pensados para atender o ritmo de aprendizagem do
aluno e a eliminação das barreiras que atrapalham o seu desenvolvimento.
Embora trabalhe a partir do currículo, o objetivo do professor da Sala de
Recurso Multifuncional não é trabalhar os conteúdos, mas estimular, [...] o
desenvolvimento dos processos mentais: atenção, percepção, memória,
raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, que mobilize o aluno para a
aprendizagem, fortalecendo sua autonomia para decidir, opinar, escolher e
tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações e propiciar a
interação dos alunos em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a não
discriminação (ALVES; GOTTI, 2006, p. 270).
Mais do que conhecer as dificuldades dos alunos é preciso planejar a
partir delas, ou seja, para alunos com dificuldade mais acentuada no raciocínio
lógico, atividades desafiantes a partir da resolução de problemas; para alunos
com dificuldade na comunicação, a oferta de atividades constantes que
promovam a linguagem e a expressão, como indica Lustosa (2010), utilizando
atividades dinâmicas a partir de parlendas, trava línguas, cantigas etc.,
estimulando a expressão verbal dos alunos, bem como, situações dinâmicas,
desafiadoras, prazerosas e lúdicas, através de jogos, brincadeiras, músicas,
danças, dramatizações, etc.
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tarefa e dão respostas aleatórias sugerindo não estar interessado pela atividade
ou simplesmente não compreender a solicitação do professor.
Fonte: 4.bp.blogspot.com
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na aquisição de atitudes tais como: cooperação, participação e interação no
grupo, interessem por atividades relacionadas à leitura e a escrita tais como:
leitura de textos variados e histórias infantis, registros orais e escritos, desenho,
modelagem e escrita do nome próprio. Assim, à medida que as crianças
avançam nas atitudes que favorecem a aquisição da escrita, elas começam a
produzir registros utilizando- se de algumas letras, especialmente daqueles
referentes à pauta do próprio nome. Destaca-se aqui que o avanço importante
na aprendizagem da criança é quando ela demonstra gosto por jogos
pedagógicos, especialmente aqueles de cartões com palavras os quais
mobilizam o aluno para a interação no grupo, bem como para a atenção à escrita
das palavras. O professor que explora esse tipo de atividade está favorecendo a
passagem do aluno para um nível mais avançado.
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conhecimento, haja vista sua limitação cognitiva. Assim, na tentativa de tirar o
aluno com deficiência intelectual de uma condição passiva diante do
conhecimento, busca-se introduzir a calculadora durante o Atendimento
Educacional Especializado realizado na sala de Recursos de Deficiência
Intelectual, tendo este instrumento como recurso facilitador da aprendizagem.
Fonte: tematematica.files.wordpress.com
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é necessário propor atividades que desencadeiem numa progressão sistemática
do nível concreto ao abstrato em direção a representação mental.
Exemplo: trabalho através da rotina em sala de aula: calendário –dias da
semana e meses (podendo ser desenvolvidos com os a alunos através de cores,
símbolos, numerais, quantidades e acontecimentos do dia a dia).
Fonte: 2.bp.blogspot.com
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deles o educando assimila as realidades intelectuais, impedindo que estas
permaneçam exteriores à sua própria inteligência.
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Todavia, é importante que favoreçam um plano de ensino com conteúdos,
métodos e avaliações adaptadas para o ensino e aprendizagem dos educandos
com TGD na sala regular e na sala de recursos multifuncionais, tais ações são
importantes para a produtividade dos alunos especiais.
Quebra-cabeça superposto
Fonte: www.trololo.com.br/images/1248.jpg
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de recursos se torna uma ferramenta fundamental, pois a mesma possui uma
grande variedade de brinquedos pedagógicos que facilitam o processo de
aprendizagem, dentre os quais podemos citar: o soroban, o ábaco, quebra-
cabeça superpostos, dominó tátil entre outros.
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a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua
de Sinais.
Momento do Atendimento Educacional Especializado para o ensino da
Língua Portuguesa, no qual são trabalhadas as especificidades dessa língua
para pessoas com surdez. Este trabalho é realizado todos os dias para os alunos
com surdez, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua
Portuguesa, graduada nesta área, preferencialmente. O atendimento deve ser
planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da
Língua Portuguesa.
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Fonte: 2.bp.blogspot.com
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procurando entendê-los, a partir das explicações dos demais professores de
áreas específicas (Biologia, História, Geografia e dentre outros);
• avaliam a criação dos termos científicos em Libras, a partir da estrutura
linguística da mesma, por analogia entre conceitos já existentes, de acordo com
o domínio semântico e/ou por empréstimos lexicais;
• os termos científicos em sinais são registrados, para serem utilizados
nas aulas em Libras.
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comum. A equipe analisa o desenvolvimento dos alunos com surdez, em relação
ao aprendizado e domínio da Língua Portuguesa.
Neste atendimento, a professora de Língua Portuguesa focaliza o estudo
dessa língua nos níveis morfológico, sintático e semântico-pragmático, ou seja,
como são atribuídos os significados às palavras e como se dá à organização
delas nas frases e textos de diferentes contextos, levando os alunos a perceber
a estrutura da língua através de atividades diversificadas, procurando construir
um conhecimento já adquirido naturalmente pelos alunos ouvintes.
Dessa forma, no Atendimento Educacional Especializado, o professor
trabalha os sentidos das palavras de forma contextualizada, respeitando e
explorando a estrutura gramatical da Língua Portuguesa. Esse processo inicia-
se na educação infantil, intensificando-se na alfabetização e prossegue até o
ensino superior.
O professor de Língua Portuguesa em parceria com os professores da
sala comum e da Libras, realiza estudos dos termos específicos do conteúdo
curricular, utilizando toda fonte de pesquisa bibliográfica possível, em especial,
dicionário ilustrado e livros técnicos.
Após o trabalho com o glossário para a ampliação e aquisição do
vocabulário do Português, são feitos estudos pontuais dos diferentes
significados e formas de uso que as palavras podem assumir em diferentes
contextos (estudo de palavras sinônimas e homônimas) e sua aplicação a partir
da própria palavra, de frases prontas em que essas são empregadas palavras,
textos ou imagens que se reportem às situações em questão.
Para esclarecerem dúvidas e polêmicas sobre o estudo dos contextos e
dos conteúdos curriculares, o professor de Língua Portuguesa e os professores
de turma comum organizam um caderno de estudo, no qual exemplificam
conceito por conceito, procurando oferecer esclarecimentos pontuais para o
aprendizado dos alunos.
O aluno com surdez precisa aprender a incorporar no seu texto as regras
gramaticais da escrita na Língua Portuguesa.
A Língua Portuguesa estrutura-se a partir da combinação de vocábulos
que conectados corretamente dão sentido: palavras combinadas formam frases;
frases conectadas formam orações; orações transpostas por meio de conectivos
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formam períodos e assim por diante, até chegar ao texto. Assim, se inicia o
trabalho com os alunos, paralelamente à ampliação do vocabulário, a elaboração
de tópicos frasais. Veja exemplo:
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Desta forma, os alunos precisam ficar atentos a todos as pistas oferecidas
para compreenderem a mensagem. O atendimento nessa língua contribui
enormemente para o avanço conceitual do aluno na classe comum.
Fonte: www.trololo.com.br
8 DEFICIÊNCIA VISUAL
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que afeta os olhos e limita a capacidade visual. Uma pessoa com baixa visão
apresenta grande oscilação de sua condição visual de acordo com o seu estado
emocional, as circunstâncias e a posição em que se encontra, dependendo das
condições de iluminação natural ou artificial.
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Circuito fechado de televisão --- CCTV: aparelho acoplado a um monitor
de TV monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens e as
transfere para o monitor.
Fonte: i1.wp.com/braille
Recomendações Úteis
Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro do
quadro negro na parte central da sala.
Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança.
Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação
médica.
Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no
quadro negro.
Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na
própria sombra.
Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno.
Em certos casos, conceder maior tempo para o término das
atividades propostas, principalmente quando houver indicação de
telescópio.
Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações
mostradas.
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Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade
de ver bem em ambiente com muita luz).
Evitar iluminação excessiva em sala de aula.
Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno:
letras, números, traços, figuras, margens, desenhos com bom
contraste figura/fundo.
Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas.
Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade.
Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas.
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ponta metálica, utilizado para a perfuração dos pontos na cela braille. O
movimento de perfuração deve ser realizado da direita para a esquerda para
produzir a escrita em relevo de forma não espelhada. Já a leitura é realizada da
esquerda para a direita. Esse processo de escrita tem a desvantagem de ser
lento devido à perfuração de cada ponto, exige boa coordenação motora e
dificulta a correção de erros.
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Fonte: shoppingdobraille.com.br
8.5 Atividades
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apresentar um resumo ou contextualizar a atividade programada para esses
alunos.
Os esquemas, símbolos e diagramas presentes nas diversas disciplinas
devem ser descritos oralmente. Os desenhos, os gráficos e as ilustrações devem
ser adaptados e representados em relevo. O ensino de língua estrangeira deve
priorizar a conversação em detrimento de recursos didáticos visuais que devem
ser explicados verbalmente. Experimentos de ciências e biologia devem remeter
ao conhecimento por meio de outros canais de coleta de informação.
Outras atividades que envolvem expressão corporal, dramatização, arte,
música podem ser desenvolvidas com pouca ou nenhuma adaptação. Em
resumo, os alunos cegos podem e devem participar de praticamente todas as
atividades com diferentes níveis e modalidades de adaptação que envolvem
criatividade, confecção de material e cooperação entre os participantes.
8.6 Avaliação
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8.7 Recursos didáticos
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adequadas. O material não deve provocar rejeição ao manuseio e ser resistente
para que não se estrague com facilidade e resista à exploração tátil e ao
manuseio constante. Deve ser simples e de manuseio fácil, proporcionando uma
prática utilização e não deve oferecer perigo para os alunos.
Cela Braille
Soroban
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Fonte: http2.mlstatic.com
Fonte: catracalivre.com.br
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em serviços similares, enquanto a produção em grande escala fica sob a
responsabilidade das instituições especializadas em parceria com o Ministério
da Educação.
9 ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
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2) alta criatividade, que é mostrado no pensamento original, no
comportamento, nem sempre de acordo com as convenções, e na capacidade
de realizar projetos originais; e
3) compromisso com a tarefa, que aparece em características como
perseverança, resistência, trabalho árduo, dedicação e confiança.
Após a identificação e/ou confirmação do diagnóstico de AH/SD, será
necessário definir os possíveis encaminhamentos para o desenvolvimento
adequado das habilidades dos alunos altamente habilidosos e superdotados. É
fundamental compreender que não existe uma receita pronta e acabada, mesmo
porque este é um grupo de alunos bem heterogêneo; o que temos são
experiências que estão dando certo e que podem inspirar novas possibilidades,
ou seja, sugestões de alternativas combinadas ou não.
A sala de recursos é uma das modalidades utilizadas para atender aos
alunos superdotados/talentosos em horário diferente ao da classe comum. Trata-
se de um local especial, com professor especializado e com programa de
atividades específicas, a qual tem por objetivos o aprofundamento e o
enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem e a criação de
oportunidades para trabalhos independentes e para investigação nas áreas das
habilidades e talentos.
A utilização da Sala de Recursos pressupõe espaço adequado às
atividades programadas. É possível aproveitar-se, para essa atividade, qualquer
local ocioso da escola, porque a sala de recursos difere, em seu aspecto físico,
de uma sala de aula comum, tão somente no que se refere aos equipamentos a
serem postos em disponibilidade, como computador, gravador, projetor de
slides, projetor de filmes, aparelho de vídeo, material de laboratório de ciências,
se for o caso, e demais recursos audiovisuais.
O atendimento poderá ser individual ou em pequenos grupos, variando de
um a cinco o número de alunos de diferentes séries por professor, sendo que
seu cronograma irá variar de acordo com as condições e necessidades de cada
educando e na dependência da equipe de professores disponível.
Esse atendimento requer o planejamento conjunto, entre o professor da
sala de recursos e o próprio educando, a avaliação periódica e sistemática da
programação e a observação de critérios adequados para a composição dos
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grupos, com interesses comuns, habilidades, níveis de aprendizagem e outros.
O pessoal técnico (supervisor, orientador, diretor e demais pessoas da equipe
técnico-administrativa) deverá receber informação periódica sobre os programas
que estão sendo desenvolvidos nessa modalidade de atendimento.
Fonte: cdn.xl.thumbs.canstockphoto.com.br
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superiores prosseguir de forma mais rápida com o conteúdo que já foi dominado,
eliminando a rotina de passar por exercícios repetitivos desnecessariamente. O
recurso da compactação do currículo torna mais desafiador o ambiente de
aprendizagem, dando ao aluno oportunidade de aproveitar melhor seu tempo
para o desenvolvimento de atividades de enriquecimento e abrindo espaço para
a aceleração escolar.
Dois procedimentos são essenciais para a compactação do currículo: (1)
um cuidadoso diagnóstico da situação; e (2) completo conhecimento do
conteúdo e dos objetivos da unidade de instrução. O professor deve identificar a
área do currículo que o aluno já dominou e suas áreas fortes, geralmente
observadas quando o aluno termina rapidamente uma tarefa com pouco ou com
nenhum erro, e quando demonstra insatisfação, tédio ou desânimo com o ensino,
desperdiçando o seu tempo em sala de aula para sonhar acordado ou fazer
bagunça. Em seguida, o professor deve aplicar atividades ou pré-testes para
assegurar se o aluno tem completo domínio do tema ou conteúdo, e se atende
aos objetivos daquela unidade.
Uma vez documentada a área em que o aluno já domina, o professor
indica as atividades que podem ser eliminadas do currículo ou aceleradas para
se adaptar ao ritmo próprio do aluno. E, por fim, o professor explora as diversas
formas de aceleração ou enriquecimento que ele poderia providenciar ainda na
sala de aula regular.
9.2 ACELERAÇÃO
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forçar todas as crianças a usar o mesmo número de sapato, partindo da
concepção de que o tamanho único é ideal para todos. Precisamos reconhecer
que as pessoas variam enormemente em seu desenvolvimento físico, intelectual
e emocional.
9.3 ENRIQUECIMENTO
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(3) estimular novos interesses que possam levar o aluno a aprofundá-los
em atividades criativas e produtivas posteriores (Tipo III).
O Enriquecimento Escolar do Tipo II:
Pode ser aplicado nos contextos de sala de aula regular e de recursos, o
mesmo consiste de técnicas, materiais instrucionais e métodos designados a
três grandes áreas, têm como objetivo:
(1) desenvolver nos alunos as habilidades gerais de pensamento crítico,
resolução de problemas e pensamento criativo;
(2) desenvolver os processos afetivos, sociais e morais, tais como sentir,
apreciar, valorizar, respeitar;
(3) desenvolver uma grande variedade de aprendizagens específicas de
“como fazer”, tais como tomar notas, entrevistar, classificar e analisar dados, tirar
conclusões etc., necessárias ao processo científico;
(4) desenvolver habilidades avançadas para a aprendizagem de materiais
de referência, tais como resumos, catálogos, registros, guias, programas de
computador, Internet, etc.; e
(5) desenvolver habilidades de comunicação escrita, oral e visual, a fim
de que a produção do aluno tenha maior impacto sobre determinadas
audiências.
O estudante é encorajado a primeiro dominar as ferramentas de que vai
precisar para desenvolver atividades de Enriquecimento do Tipo III, dependendo
do tipo de projeto do seu interesse; e segundo, a utilizar seus conhecimentos
para desenvolver com aproveitamento e produtividade as atividades de seu real
interesse. Assim, o estudante que se interessou por plantas, após uma atividade
de Tipo I, pode se engajar em leituras mais avançadas ou aprofundadas sobre
Botânica; compilar, planejar e executar atividades como um cientista desta área;
e aprender mais sobre os métodos de pesquisa característicos deste campo do
conhecimento. Este processo é resultante dos interesses específicos do aluno
com o tópico a ser pesquisado e, portanto, deve ser ensinado em conexão com
a atividade de Tipo III escolhida.
As atividades de Enriquecimento do Tipo III são planejadas para o aluno
que demonstra um grande interesse em estudar com maior profundidade uma
área do conhecimento; que esteja pronto para dedicar grande parte do seu
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tempo para a aquisição de um conteúdo mais avançado; e que queira participar
de um processo de treinamento mais complexo, no qual assume o papel de
aprendiz em primeira-mão. Entre as metas das atividades de Enriquecimento de
Tipo III, destacam-se a oportunidade para que o aluno possa:
(a) aplicar seus interesses, conhecimentos, ideias criativas e motivação
em um problema ou área de estudo de sua escolha;
Fonte: portal.mec.gov.br
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obtém, categoriza, analisa e avalia a informação em determinados campos; e
envolve o uso de métodos autênticos de pesquisa em um determinado campo
de estudo. Desta forma, o estudante pode ultrapassar o tradicional papel de
reprodutor do conhecimento para assumir o papel de investigador em primeira-
mão, absorvendo paulatinamente o papel de agentes de mudança, com impacto
no mundo que os rodeia.
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10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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